1
Centro Universitário Positivo - UnicenP
Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas – NCET
Engenharia da Computação
Roberto Barcelos Costa Filho
Espirometria Computadorizada
Curitiba
2005
2
Centro Universitário Positivo - UnicenP
Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas – NCET
Engenharia da Computação
Roberto Barcelos Costa Filho
Espirometria Computadorizada
Monografia apresentada à disciplina de
Projeto Final, como requisito parcial à
conclusão do Curso de Engenharia da
Computação. Orientador: Prof. José Carlos
da Cunha
Curitiba
2005
ii
3
Sumário
Lista de Figuras ................................................................................................................... iv
Lista de Tabelas ................................................................................................................... v
Resumo ................................................................................................................................6
Abstract ................................................................................................................................7
1 - Especificação ..................................................................................................................8
1.1 - Introdução ....................................................................................................................8
1.2 – Espirômetro na espirometria........................................................................................8
1.3 - Aspectos Funcionais ....................................................................................................9
1.4 - Especificação do Hardware........................................................................................10
1.4.1 - Diagrama em blocos com descrição.....................................................................10
1.4.4 - Ambiente de desenvolvimento .............................................................................12
1.5 - Especificação do Software .........................................................................................13
1.6.1 - Interfaces..............................................................................................................13
1.6.2 – Fluxograma..........................................................................................................15
1.6.3 - Funções ao software: ...........................................................................................15
1.7 - Cronograma de desenvolvimento...............................................................................16
1.8 - Estudo de Viabilidade.................................................................................................16
1.9 - Validação do Projeto ..................................................................................................17
2 – Projeto ..........................................................................................................................18
2.1 – Hardware ................................................................................................................18
2.1.1 – Transdutor – Freqüência / Tensão ...................................................................18
2.1.2 – A/D – Conversão Analógico – Digital................................................................20
2.1.3 – Microprocessador .............................................................................................20
2.1.4 – USB - Universal Serial Bus / Barramento Serial Universal ...............................21
2.2 - Software ..................................................................................................................21
2.2.1 – Descrição geral.................................................................................................21
2.2.2 – Diagrama de Caso de Uso ...............................................................................22
2.2.3 –Casos de Uso ....................................................................................................23
2.2.3 - Diagramas de Classes ......................................................................................24
2.2.4 - Diagramas de Seqüências ................................................................................26
2.2.5 - Modelo Relacional.............................................................................................30
2.2.6 – Dicionário de dados..........................................................................................31
2.2.7 - Fluxograma do Firmware...................................................................................31
2.2.8 – Interfaces..........................................................................................................32
3 – Implementação .............................................................................................................38
3.1 – Calibração do transdutor ........................................................................................38
3.2 – Resposta do componente freqüência / tensão .......................................................39
3.3 – Métodos matemáticos para cálculo do volume.......................................................39
4 – Resultados....................................................................................................................40
4.1 – Testes de exames ..................................................................................................40
5 - Conclusão .....................................................................................................................43
6 - Referências Bibliográficas .............................................................................................44
7 -ANEXOS ........................................................................................................................45
iii
4
Lista de Figuras
Figura 1.1 - Teste de função pulmonar.......................................................................................... 8
Figura 1.2 – Diagrama em blocos do sistema. ........................................................................... 10
Figura 1.3 – Esquemático da hélice ............................................................................................. 11
Figura 1.4 – Protótipo da tela dos gráficos. ................................................................................ 13
Figura 1.5 – Protótipo da tela de cadastro de paciente. ........................................................... 14
Figura 1.6 – Protótipo de tela de cadastro de médico............................................................... 14
Figura 1.7 – Fluxograma do recebimento das amostras .......................................................... 15
Figura 2.8 - Exemplo de sinal de saída do transdutor de fluxo. .............................................. 19
Figura 2.9 – Transdutor de fluxo................................................................................................... 19
Figura 2.10 – Diagrama de caso de uso do sistema. ................................................................ 22
Figura 2.11 - Diagrama de classes............................................................................................... 25
Figura 2.12 - Diagrama de Seqüência Manter Paciente........................................................... 26
Figura 2.13 - Diagrama de Seqüência Manter Médico. ............................................................ 26
Figura 2.14 - Diagrama de Seqüência Criar Exame.................................................................. 27
Figura 2.15 - Diagrama de Seqüência Colher Amostra. ........................................................... 27
Figura 2.16 - Diagrama de Seqüência Gerar Relatório de Exame. ........................................ 28
Figura 2.17 - Diagrama de Seqüência Gerar Histórico de Exame.......................................... 28
Figura 2.18 - Diagrama de Seqüência Visualizar Tabela Padrão ........................................... 29
Figura 2.19 - Diagrama do modelo entidade relacionamento.................................................. 30
Figura 2.20 – Fluxograma do Firmware....................................................................................... 31
Figura 2.21 - Menu principal do programa. ................................................................................. 32
Figura 2.22 - Cadastro de Médico. ............................................................................................... 33
Figura 2.23 – Cadastro de Paciente............................................................................................. 33
Figura 2.24 - Criando o exame...................................................................................................... 34
Figura 2.25 - Recolhendo amostras. ............................................................................................ 34
Figura 2.26 - Relatório do exame. ................................................................................................ 35
Figura 2.27 – Tela de filtragem de histórico de exames. .......................................................... 35
Figura 2.28 – Lista de exames retornados da consulta de histórico de exames.................. 36
Figura 2.29 – Tela de seleção de tipo de tabela. ....................................................................... 36
Figura 2.30 – Tela dos valores da tabela selecionada.............................................................. 37
Figura 2.31 -Gráfico da resposta do transdutor de fluxo de ar. ............................................... 38
Figura 2.32 – Curva de resposta do CI LM2907 em função do fluxo de ar. .......................... 39
Figura 2.33 – Gráfico do fluxo respiratório referente a três amostras. ................................... 41
Figura 2.34 – Gráfico do volume calculado referente a três amostras................................... 41
Figura 2.35 – Gráfico fluxo – volume referente a três amostras. ............................................ 42
iv
5
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Cronograma de desenvolvimento do projeto .......................................................... 16
Tabela 2- Valores do estudo de viabilidade................................................................................ 16
Tabela 3 – Configuração do A/D................................................................................................... 20
Tabela 4 – Pinagem do Conector que ligará Placa USB ao computador .............................. 21
Tabela 5 – Resultado do exame de um aluno ............................................................................ 40
v
6
Resumo
O nome Espirometria vem do latim, significando spirare (respirar) e metrum
(medida). É um exame habitualmente utilizado na investigação e acompanhamento de
diversas doenças pulmonares. Este exame é indicado para pacientes a serem submetidos
a cirurgias, fumantes crônicos, asmáticos, acompanhamento da função respiratória e das
mudanças ocorridas com a introdução de novos medicamentos ou alteração em suas
doses.
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um espirômetro, equipamento utilizado
para realizar a espirometria, ligado ao computador, capaz de armazenar dados dos
exames do paciente e gerar gráficos comparativos das amostras de fluxo de ar do mesmo,
comparando os resultados dos exames com os valores de uma população sadia. Através
dos parâmetros que serão obtidos pelo espirômetro será possível identificar o
funcionamento da função respiratória de um paciente, o que contribui para diagnósticos
médicos precisos.
A construção do espirômetro envolveu uma parte de software e outra de hardware,
sendo que para o desenvolvimento do software foi utilizada a linguagem C++ e banco de
dados; para o hardware foi utilizado um transdutor de fluxo para recolher e fazer as
aquisições das amostras provenientes de um transdutor de fluxo tipo turbina. A
comunicação com o computador se dará pela porta USB do computador.
Os resultados foram satisfatórios, com valores próximos a de espirômetros
comerciais. Como método de validação do projeto foram realizados exames utilizando-se
o espirômetro desenvolvido e feita a comparação dos valores obtidos com uma tabela da
população padrão obtida junto a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Completou-se o método de validação com a comparação feita entre os gráficos gerados
pelo software com os gráficos disponíveis em literatura. Essas providências comprovaram
a eficiência dos valores obtidos pelo espirômetro projetado.
7
Abstract
Spirometry, is a name originated from Latin´s words, spirare (to breath) and mitrun
(measure). This is a test normally used in a lot of investigation accompainemed of lung
sickness. This test is indicated to surgery´s patients, chronic smokers, arthmatics, keep
pace with breath´s function and many changes that could happen with new introduction
medicaments, or even alteration in medicine´s doses.
The project´s objective is to develop a spirometer (device to make the spirometry)
linked to a computer, storing data from pacient´s tests comparing these ones and doing a
graph comparation with a normal health population. Through this results will be possible to
identify a patient´s breath function, what can contribute for a perfect doctor´s diagnosis.
The spirometer´s construction will be splited in two parts, a software one and a
hardware one. For the software´s portion was used a C ++ language and data base. For
the hardware´s portion a “flux transductor” was used for to fold the samples. The
computer´s USB port will be used to make the communication from the spirometer to the
computer.
Good results with a near comercial spirometer´s market value are waited. For a real
value a comparation was maked between a comercial spirometer and a population
standard table (Brazilian Tisiology Pneumology society). The check methodology was
completed with a comparison between the graphs hold by software and official ones. This
evidences proved the project’s efficiency.
.
8
1 - Especificação
1.1 - Introdução
O crescente número de indústrias, fluxo de automóveis, fumantes dentre outras
formas de poluição ambiental têm acarretado o aumento de doenças respiratórias na
população. Pensando em desenvolver um sistema voltado para a área de saúde, que
pudesse auxiliar no diagnóstico dessas doenças, surgiu a idéia de elaborar um projeto que
culminasse na construção de um espirômetro, com baixo custo e que pudesse registrar
informações de exames, armazenando-as em um banco de dados. Ao invés de se utilizar
o registro em pequenas memórias, do próprio espirômetro, como ocorre na maioria dos
que existe no mercado.
Além desses fatores, a motivação para desenvolver tal projeto, envolvendo
conceitos de engenharia biomédica, nasceu anteriormente. Ocorreu quando no quarto ano
do curso foi desenvolvido, com outros colegas de classe, trabalho de equipe, que consistiu
em construir um aferidor de aparelhos de pressão corporal computadorizado.
A esses motivos, aliou-se, ainda, a possibilidade de se desenvolver tecnologia
aplicada ao auxílio de soluções à saúde do ser humano.
Era um desafio e tanto. Mas que, valeu a pena ir à busca do objetivo proposto.
1.2 – Espirômetro na espirometria
Espirometria é um exame habitualmente utilizado na investigação e
acompanhamento de diversas doenças pulmonares. Este exame consiste na realização de
medidas de fluxos e volumes pulmonares que são obtidos quando o paciente faz
movimentos de inspiração e expiração forçadas no espirômetro [4]. A figura 1.1, retirada
do site do Hospital São Vicente de Paula [4] ilustra como é realizado o teste de função
pulmonar.
Figura 1.1 - Teste de função pulmonar.
Fonte – Site Hospital São Vicente de Paula
9
A espirometria é indicada para pacientes com enfisema pulmonar, bronquite
crônica, asma brônquica e outras doenças pulmonares crônicas (doenças intersticiais),
que devem realizar o exame não só para confirmação de seu diagnóstico, como também
para acompanhamento da sua função respiratória e das mudanças ocorridas com a
introdução de novos medicamentos ou alteração em suas doses.
Muitas vezes clínicos e especialistas solicitam o exame para investigar a causa da falta de
ar em seus pacientes. Em pacientes a serem submetidos a cirurgias, em especial nos que
possuem doença pulmonar ou mesmo pacientes sem enfermidades respiratórias, mas que
se submeterão a cirurgias do tórax, as avaliações da função pulmonar pré-operatória pode
ajudar a prever o risco de complicações pulmonares após a cirurgia. Fumantes crônicos
(tabagistas) que não apresentam sintomas de problemas respiratórios não precisam
realizar regularmente esse exame. A detecção de doença pulmonar em fumantes crônicos
pode ser fator determinante para sua conscientização e conseqüente interrupção do hábito
de fumar. [4]
Os resultados obtidos através da espirometria devem ser avaliados por um
pneumologista, com experiência em fisiologia e fisiopatologia pulmonar e podem revelar a
causa de uma doença pulmonar e sua gravidade.[1] No entanto, nem todos pacientes
conseguem fazer adequadamente uma espirometria, e estima-se que até 15% dos
exames realizados não devem ser aceitos, pela dificuldade da pessoa de compreender os
comandos do examinador ou de conseguir fazer os movimentos respiratórios da forma
como é necessária para um exame correto. Isso ocorre por vários motivos, dentre eles, a
presença de doença respiratória grave, doença neurológica ou muscular, ou até mesmo
por simples falta de coordenação entre os comandos dados pelo técnico que conduz o
exame e a atuação do paciente. Portanto, é necessário que o examinando estabeleça uma
boa relação com o examinador e que diga se tem dificuldades pois, de outra forma, o
exame deverá ser repetido caso "dê errado", o que pode ser desgastante. [4]
O espirômetro é um equipamento à base de sensor de fluxo, que possibilita
conhecer valores da capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no
primeiro segundo (VEF1) e pico de fluxo expiratório (PFE).[7]
1.3 - Aspectos Funcionais
O sistema, conectado ao computador pela porta USB, propicia ao paciente que
realize as amostras respiratórias no equipamento. O computador realiza as
transformações e a apresentação dos resultados, de modo suficiente para o
acompanhamento e avaliação médica.
Um transdutor de fluxo de ar, do tipo turbina, tem a função de transformar fluxo de
ar em pulsos digitais. O software no computador faz o armazenamento em um banco de
dados, dos sinais adquiridos, juntamente com todas as informações referentes ao paciente
como: data de nascimento, sexo, doenças graves, peso, altura, endereço, etc.
É também função do software comparar os dados obtidos das amostras do
paciente, com índices de uma população saudável, como sugerido por um pneumologia,
para visualização dos resultados.
10
1.4 - Especificação do Hardware
1.4.1 - Diagrama em blocos com descrição
A figura 1.2 apresenta o diagrama em blocos do sistema que será explicado abaixo.
Transdutor
Freqüência
Tensão
A/D
Microprocessador
USB
DB
Figura 1.2 – Diagrama em blocos do sistema.
Bloco Transdutor
Transdutor: É um componente que transforma grandezas físicas (no caso fluxo de
ar) em grandezas elétricas. Os transdutores de fluxo podem ser desenvolvidos de formas
distintas: através de diferença de pressão, ultrasom, convecção térmica e de transdutores
de rotação ou do tipo turbina [6], que foi utilizado neste projeto. A figura 1.3 mostra os
aspectos gerais do transdutor de fluxo utilizado.
O transdutor é constituído por uma hélice. À medida que o fluxo de ar aumenta, a
velocidade de rotação desta aumenta também. Acoplado ao lado da mesma há um fotodiodo transmissor e um foto-diodo receptor, de modo que girando, a hélice obstruirá e
liberará a transmissão do infravermelho, permitindo a obtenção de uma freqüência de
saída compatível com o fluxo existente. (Figura 1.3).
11
Figura 1.3 – Esquemático da hélice
Bloco Freqüência / Tensão
O circuito freqüência/tensão realiza a transformação da freqüência gerada pelo
transdutor em tensão. A referida transformação é possível em razão da existência de um
CI LM2907 que integra o circuito. Os limites dos parâmetros de entrada e saída são
configurados com o uso de capacitores e resistores.
Para calcular a freqüência máxima de entrada, foi necessário realizar uma
avaliação do transdutor. Esta avaliação permitiu mensurar a máxima freqüência do
referido componente, para o fluxo máximo que um individuo pode aplicar, ao realizar o
exercício de expiração forçada.
Bloco A/D
Os sinais obtidos por transdutores são normalmente convertidos em grandezas
elétricas. Isto quer dizer que são contínuos no tempo, podendo assumir valores dentro de
uma escala definida. O bloco microprocessador trabalha de forma digital, isto é, seus
dados são armazenados de uma forma binária com apenas dois níveis bem distintos de
estados.[5]
O bloco A/D é utilizado para transformação do sinal analógico em digital. Este bloco
possui um conversor ADC0808 fabricado pela National Semiconductors, altamente
configurável, que possui 8 canais de entrada, porém, como no projeto existe apenas 1
transdutor, somente o canal 000 foi utilizado. O A/D possui dois parâmetros de
configuração: –R e +R, consistindo na referência em que o ADC realizara a
transformação. O parâmetro –R utiliza-se como terra, enquanto que no parâmetro +R é
aplicado 5 volts, correspondente à medida máxima da tensão do sinal à ser transformado.
O A/D possui também um sinal de OUTPUT ENABLE que se encontra sempre habilitado e
um barramento de saída de dados com 8 bits.
Para testar a eficiência deste bloco foi acoplada:
• Uma fonte ajustável à sua entrada.
• LEDs nas saídas, para visualizar se a transformação se realiza.
12
Bloco Microprocessador
Para o desenvolvimento deste bloco utilizou-se um kit, com a função de integrar o
microprocessador com a memória EPROM.
O bloco microprocessador é utilizado para receber sinais vindos do AD, que é um
valor digital de tensão e enviá-los serialmente para o bloco USB. Um software
desenvolvido em C instalado na EPROM realiza o gerenciamento dos dados no kit
referido. Na fase de desenvolvimento do bloco, um simulador de EPROM foi utilizado,
visando obter mais agilidade caso houvesse modificação no programa. Entretanto, na
seqüência, obtendo-se a certeza de funcionamento deste, o mesmo foi gravado na
EPROM.
O funcionamento do programa, basicamente, consiste em receber as informações
enviadas do bloco AD na porta P1 do microprocessador 8051, movimentando esses bits
para o acumulador e enviando para Tx, realizando assim a transmissão serial ao bloco
USB.
Bloco USB
O bloco USB recebe o sinal do bloco microprocessador e o envia ao PC para que o
software realize as transformações e armazenamento dos dados.
O bloco USB é um kit baseado no componente TUSB3410 da Texas Instruments,
que oferece uma ponte entre a porta USB do PC e dispositivos seriais, realizando toda a
conversão automaticamente.
O TUSB é conectado a uma porta USB, sendo automaticamente reconhecido como
um dispositivo externo e desta forma o seu driver é solicitado.
Para a construção deste bloco foram encomendados samples dos componentes
TUSB3410 da Texas Instrument, face a dificuldade de se adquirir esses CIs no mercado
local.
Atualmente, a maioria dos equipamentos periféricos para computadores são
desenvolvidos utilizando-se tecnologia USB. Não seria conveniente no presente projeto,
utilizar porta serial como forma de comunicação com computadores, vez que os
notebooks possuem apenas portas USB.
1.4.4 - Ambiente de desenvolvimento
O ambiente utilizado para a programação do microprocessador 8051 foi o Reads51
que se caracteriza por permitir a programação na linguagem C, mais rápida do que o
Assembler utilizado por outros ambientes. Para a criação dos esquemáticos foi utilizado o
Orcad, que se caracteriza por possuir uma biblioteca com vários componentes destinados
à elaboração de diagramas.
13
1.5 - Especificação do Software
O software desenvolvido tem compatibilidade com os sistemas operacionais
Windows 2000 e XP, pois o drive de reconhecimento do bloco USB já foi desenvolvido
pela Texas Instruments, para este sistema operacional.
A linguagem de programação utilizada foi a linguagem C++, utilizando-se o Borland
C++ Builder 6 como ambiente de programação e criação da interface gráfica para entrada
e saída de informações.
Foi utilizado o banco de dados Paradox para suportar com eficiência o volume de
dados a serem armazenados.
Para realizar o recebimento dos dados provindos da USB, utiliza-se uma classe de
comunicação serial já.
O software foi dividido em funcionalidades:
a) Recebimento dos dados.
b) Interface de comunicação com o usuário.
c) Armazenamento e consulta de dados.
d)Transformação de dados e geração de gráficos.
A descrição de cada funcionalidade será apresentado no projeto.
1.6.1 - Interfaces
A figura 1.4 abaixo exemplifica o protótipo de relatório que poderia ser gerado após o
exame de um paciente e a figura 1.5 apresenta o protótipo de tela para realização do
cadastro do paciente que seria submetido ao exame de espirometria.
Figura 1.4 – Protótipo da tela dos gráficos.
14
Figura 1.5 – Protótipo da tela de cadastro de paciente.
A figura 1.6 apresenta o protótipo de tela para realização do cadastro do médico
responsável pela espirometria.
Figura 1.6 – Protótipo de tela de cadastro de médico.
15
1.6.2 – Fluxograma
O fluxograma (figura 1.7) representa o recebimento de amostras de um paciente
quando faz o exercício de expiração.
INÍCIO
S
FLUXO != 0
Atualizar tela
N
Persistir no banco
N
PARAR = V
S
FIM
Figura 1.7 – Fluxograma do recebimento das amostras
1.6.3 - Funções ao software:
A partir da orientação de um pneumologista a respeito dos dados essenciais que
um exame espirométrico deve conter, baseando-se também em parâmetros utilizados na
espirometria, obtidos através da Sociedade Brasileira de Pneumologia, foram definidas as
funcionalidades abaixo:
•
•
•
•
•
•
Visualização em tempo real da medida do fluxo de ar provindas do paciente.
Visualização dos gráficos do exame e da população sadia.
Cadasro de pacientes e médicos.
Visualização de consultas antigas de pacientes.
Emissão de relatório com histórico de exames.
Medir e visualizar os seguintes fatores ligados à respiração de uma pessoa:[3]
- Fluxo expiratório forçado a 25-75% (FEF 25-75%);
- Capacidade vital forçada (CVF) - máxima quantidade de ar expirado com esforço
máximo - após máxima inspiração;
- Volume expirado forçado no primeiro segundo (VEF1);
- Razão entre VEF1 e CVF ( VEF1 /CVF );
16
1.7 - Cronograma de desenvolvimento
O cronograma de desenvolvimento foi previsto conforme a tabela 1.
Tabela 1 – Cronograma de desenvolvimento do projeto
Fevereiro
Março
Março
Abril
maio
maio – julho
julho – agosto
Agosto Setembro
setembro –
outubro
outubro dezembro
Dezembro
Dezembro
Elaboração da proposta do projeto final
Especificação
Estudo dos componentes a serem utilizados e realização do pedido
Elaboração do projeto
Entrega do projeto e inicio da implementação
Implementação do hardware
Implementação do software
Implementação do banco de dados
Implementação dos gráficos e busca de histórico no banco de
dados
Simulações e testes para calibragem do projeto
Termino da documentação e projeto
Entrega do projeto inteiro
1.8 - Estudo de Viabilidade
O estudo de viabilidade levou em conta o custo de componentes, horas de trabalho
e o custo de Placas Padrões. A tabela 2 abaixo mostra os itens utilizados.
Tabela 2- Valores do estudo de viabilidade.
Recurso
A/D 0808
Micropocessador 8051
Eprom
Amp. Operacional
Lm2907
Placa padrão USB
Placa padrão A/D
Placa padrão Kit 8031
Horas de trabalho
Total
Quantidade
1
1
1
1
1
1
1
1
700
Custo Unitário
R$ 27,00
R$ 8,00
R$ 8,00
R$ 1,70
R$ 4,30
R$ 5,00
R$ 5,00
R$ 15,00
R$ 8,00
Custo
R$ 27,00
R$ 8,00
R$ 8,00
R$ 1,70
R$ 4,30
R$ 5,00
R$ 5,00
R$ 15,00
R$ 5600,00
R$ 5682,00
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Neste estudo de viabilidade não se levou em conta o custo da infra-estrutura de
laboratórios, licenças de ferramentas de desenvolvimento de software e ferramentas de
projeto de hardware, visto que foi utilizada a estrutura do Unicenp.
1.9 - Validação do Projeto
Para a validação do projeto, foram colhidas diversas amostras entre colegas de
classe para compará-las com a tabela padrão de uma população sadia. Observou-se que
o espirômetro desenvolvido obteve, das amostras mencionadas, resultados semelhantes à
referida tabela padrão.
Outro método de validação utilizado foi o de comparar os gráficos de fluxo X tempo,
volume X tempo e fluxo X volume, resultantes de diversas amostras, com os gráficos
padrões da literatura biomédica verificando-se a similaridade entre eles.
Fez-se, ainda, “checagem” de valores numéricos de amostras e os gráficos
correspondentes, observando-se compatibilidade entre os mesmos. Isto é, os gráficos
representavam, fielmente, os valores resultantes dos testes.
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2 – Projeto
2.1 – Hardware
O projeto do hardware foi dividido em 4 blocos, cada um responsável por uma
funcionalidade.
Bloco Transdutor - Freqüência / Tensão
Responsável pela coleta das amostras e transformação de fluxo de ar em tensão.
Bloco A/D – Conversão Analógico-Digital
Responsável pela conversão de analógico para digital, do sinal vindo do bloco anterior.
Bloco Microprocessador
Responsável pela transferência serialmente dos dados vindo do bloco A/D e controle
do envio dos dados ao computador.
Bloco USB
Responsável pela comunicação entre o hardware e o software através da porta USB.
2.1.1 – Transdutor – Freqüência / Tensão
Como mencionado anteriormente, a principal função de um transdutor é realizar a
transformação de grandezas físicas em grandezas elétricas. No presente projeto, a
grandeza física em questão é o fluxo de ar, que o usuário emite no exercício de expiração,
no recolhimento de amostra dos exames espirométricos.
Assim, no projeto, o transdutor de fluxo assume um papel fundamental, pois a partir
dele é que se realiza a captação dos sinais da transformação referida.
O transdutor de fluxo utilizado funciona por movimentos de rotação, impulsionado
pelo fluxo de ar expirado, que faz girar uma hélice, conforme mencionado na especificação
do hardware. O aumento ou diminuição do fluxo de ar refletirá também, em aumento ou
diminuição da rotação da hélice.
O componente em apreço é munido de um foto-transmissor e um foto-receptor
acoplado perpendicularmente à hélice. Esta ao girar, faz com que suas palhetas, ora
impeça ora permita a captação do infravermelho, proporcionando a obtenção de uma
freqüência de saída, compatível com o fluxo existente, tendo como sinal de saída uma
onda quadrada, cuja freqüência varia de acordo com o fluxo de ar aplicado. Devido a
saída do transdutor ser apresentada em forma de variação de freqüência, foi desenvolvido
um bloco responsável pela transformação freqüência / tensão. A tensão resultante da
transformação neste bloco é enviada para o módulo A/D, que realiza nova conversão,
conforme descrito adiante (Item 2.1.2).
A figura 2.8 representa um exemplo de um sinal de saída do transdutor, onde pode
ser observada a variação da freqüência, ocasionada pela variação de fluxo de ar.
O esquemático do transdutor e do bloco freqüência / tensão é apresentado no
anexo 1.
19
Figura 2.8 - Exemplo de sinal de saída do transdutor de fluxo.
A figura 2.9 apresenta a imagem do transdutor, onde podem ser observados os
fotodiodos e a hélice.
Figura 2.9 – Transdutor de fluxo.
Para converter a freqüência em tensão foi utilizado o CI LM2907 da National que
contém amplificadores operacionais e comparadores internamente, responsáveis pela
conversão. Optou-se por este chip tendo em vista suprir as necessidades do projeto além
de ser facilmente encontrado no mercado local, diferentemente de outros que
desempenham a mesma função como o caso do VFC32KU da Texas Instrument que
chegou a ser adquirido, porém devido a sua complexidade e falta de referência não foi
utilizado no projeto. Na montagem deste bloco foram utilizados dois resistores multivoltas,
responsáveis pela calibragem do. CI LM2907, ajustando a proporção de transformação em
V/Hz.
A saída do bloco pode ser visualizada no esquemático do anexo 1 (no conector
CON 01) onde está presente a tensão referente ao fluxo aplicado.
A fórmula utilizada para calcular a proporção de volts / freqüência foi:
Vout= Vcc . fin . C1 . R1,(a) onde os valores assumidos foram:
•
Vout = 5 V
•
Vcc = 9 V
•
f = 3885 Hz
•
C1 = 2,2nF
•
R1 = 65K ohms
R1 é formado por um resistor e um trimpot multivoltas e mais um par de resistores,
para realizar a calibração exata do circuito.
Foi utilizado como tensão de alimentação Vcc =9V para o componente LM2907,
pois foi observado que não se comportava de forma linear utilizando-se apenas 5V.
20
A freqüência obtida em vários testes de expiração forçada chegou próxima a 2K Hz.
As variáveis da fórmula (a) permitiram obter a freqüência de 3885 Hz, compatível com a
necessidade do espirómetro, proporcionado boa resolução e margem de segurança em
comparação com o valor dos testes supra mencionado.
2.1.2 – A/D – Conversão Analógico – Digital
O bloco de conversão analógico digital tem como objetivo transformar os dados
para que sejam utilizados pelo computador de forma digital. O conversor utilizado foi o
ADC0808 que pode trabalhar com até oito entradas de dispositivos, simultaneamente, o
que permite realizar facilmente futuras expansões, porém no projeto foi utilizada apenas
uma entrada. O endereçamento de qual entrada será utilizada é realizado através do
conector CON7 pinos 3,4,5 que são A0, A1, A2, respectivamente. O endereço utilizado é o
0, que habilitará a entrada In0, localizada no conector CON8, pino 8, para entrada dos
dados a serem transformados.
Existem dois parâmetros utilizados para definir o intervalo de conversão: - Ref e +
Ref. Para a transformação dos dados este intervalo ficou definido de 0 à 5V, o que permite
uma boa resolução de transformação.
O circuito esquemático é apresentado no anexo 2. Os conectores CON2 J4, CON2
J5, CON2 J6 serão utilizados para a alimentação do bloco que será de 5V.
Outros parâmetros importantes para o funcionamento do bloco são apresentados
abaixo:
A tabela 3 mostra a configuração do endereço da entrada utilizada e o pino de
habilitação do chip.
Tabela 3 – Configuração do A/D
Conector
CON7
CON7
CON7
CON7
CON7
CON7
CON7
in
+Ref
- Ref
A0
A1
A2
OE
Ale
Pino Valor
1
Vcc 5V
2
Gnd
3
Gnd
4
Gnd
5
Gnd
6
Gnd
7
Gnd
2.1.3 – Microprocessador
O bloco microprocessador tem como principal funcionalidade enviar serialmente os
dados provenientes do AD para o bloco USB, controlando a taxa de transmissão dos
dados para o computador. O microprocessador utilizado foi o 8051. Para indicar que os
dados estão prontos para serem lidos do A/D através da porta P1 do microprocessador,
está sendo utilizada a interrupção INT1. O A/D envia um pulso sinalizando o fim da
conversão e após a leitura dos dados estes são enviados pelo canal serial existente no
microprocessador até o bloco USB. A comunicação entre o bloco microprocessador e o
21
USB é feita através do pino 11 do microprocessador que é ligado ao conector CON 04 do
bloco USB.
Para fazer o controle da interrupção e da transmissão serial é utilizado um
firmware que está presente na EPROM. O esquemático da placa padrão utilizada é
apresentado no anexo 3. adaptado de [2]
2.1.4 – USB - Universal Serial Bus / Barramento Serial Universal
A finalidade do bloco USB é receber os dados enviados serialmente pelo bloco
microprocessador e estabelecer a comunicação com o computador. A comunicação entre
os blocos microprocessador e USB é realizada através do conector CON 04 pino 8 que
pode ser observado no anexo 4, onde é apresentado o digrama esquemático do circuito
do bloco USB.
Para ligação entre o bloco USB e o computador são utilizados 4 fios. Sendo um par
de alimentação (5V e GND) e outro par de sinais de dados. Esta comunicação é baseada
no sistema de codificação NRZI, o qual envia os dados acompanhados de um sinal de
sincronização.
Na tabela 4 [8] abaixo, são apresentados os detalhes dos pinos do conector CON
02 que ligará a placa padrão USB ao computador.
Tabela 4 – Pinagem do Conector que ligará Placa USB ao computador
Conector
COM 02
CON 02
CON 02
CON 02
Numero Pino
1
2
3
4
Cor do Cabo
Vermelho
Branco
Verde
Preto
Função
Vbus (5V)
DD+
GND
O principal componente deste bloco é o TUSB3410 da Texas Instrument e, para
que ele seja reconhecido pelo computador é necessária a instalação do seu drive,
disponível para download na página da Texas Instrument (www.ti.com), sem nenhum
custo para os Windows 2000 e XP.
2.2 - Software
2.2.1 – Descrição geral
O propósito do software é permitir a comunicação do hardware desenvolvido, com o
computador, de forma simples e eficaz. O software realiza a leitura das amostras
utilizando a porta USB, armazena as informações em banco de dados e gera resultados
com as amostras recolhidas. Pode-se também realizar o cadastro de pacientes e médicos
e consultar exames anteriormente realizados.
Algumas funcionalidades importantes do software merecem destaque:
• Visualização em tempo real da medida do fluxo de ar provindas do paciente.
• Visualização dos gráficos do exame.
• Emissão de relatório com histórico de exames.
22
Medir e visualizar os parâmetros relacionados à espirometria para cada amostra.
Visualizar os valores padrões da população para o perfil do paciente.
Visualizar o valor de cada ponto plotado no gráfico utilizando as réguas horizontal e
vertical.
O software foi desenvolvido utilizando-se a linguagem C++, baseado em orientação a
objetos, o que possibilita a rápida manutenção e desenvolvimento de novas
funcionalidades. O banco de dados em funcionamento é o Paradox, de fácil instalação e
responde de forma rápida e eficiente às necessidades da aplicação.
Foi criado um aplicativo para realizar a instalação do software de maneira rápida e
prática, possibilitando a instalação deste em computadores com configuração mínima,
prevista no manual técnico. No referido software há um help desenvolvido para sanar
eventuais dúvidas.
•
•
•
2.2.2 – Diagrama de Caso de Uso
O diagrama de caso de uso descreve relacionamentos e dependências entre um
grupo de caso de uso e os atores participantes no processo. É importante observar que o
diagrama de caso de uso não é adequado para representar o desenho, e não pode
descrever os mecanismos internos de um sistema. É feito apenas para facilitar a
comunicação com os futuros usuários do sistema e é especialmente útil para determinar
os recursos necessários que o sistema deve ter.
Na figura 2.10 abaixo é apresentado o diagrama de caso de uso do sistema.
Figura 2.10 – Diagrama de caso de uso do sistema.
23
2.2.3 –Casos de Uso
Cada caso de uso está focado em uma característica do sistema. O grau de
conformidade de um projeto de software em particular pode influenciar o nível de detalhe
requerido em cada caso de uso.
A seguir são apresentados os casos de uso do sistema.
Caso de uso: MANTER PACIENTE
Ator: Paciente
Propósito: Cadastrar os pacientes que irão utilizar o sistema.
Descrição: O paciente fornece os dados necessários para realização do cadastro.
Tipo: primário e essencial
Caso de uso: MANTER MÉDICO
Ator: Médico
Propósito: Cadastrar os médicos que irão utilizar o sistema.
Descrição: O médico fornece os dados necessários para realização do cadastro.
Tipo: primário e essencial
Caso de uso: REALIZAR EXAME
Ator: Médico
Propósito: Gerar um exame vinculando o paciente ao médico.
Descrição: O médico fornece o nome do paciente, já cadastrado, vinculando-o ao seu
exame.
Tipo: essencial
Caso de uso: COLHER AMOSTRAS
Ator: Paciente
Propósito: Colher amostras realizadas pelo paciente.
Descrição: O paciente expira no hardware e o sistema faz a captura das amostras.
Tipo: essencial
Caso de uso: GERAR RELATÓRIO DE EXAME
Ator: Médico
Propósito: Gerar um relatório dos exames selecionado no caso de uso CRIAR EXAME.
Descrição: O médico clica no botão gerar relatório após as amostras realizadas.
Tipo: Essencial
Caso de uso: OBTER HISTÓRICO DE EXAMES
Atore: Médico
Propósito: Gerar um histórico com valores listados referente a exames anteriores.
Descrição: O médico fornece o nome do paciente já cadastrado e o relatório do exame
selecionado é gerado.
Tipo: Opcional
Caso de uso: SOLICITAR TABELA PADRÃO
Ator: Médico
Propósito: Gerar tabela padrão.
Descrição: O médico seleciona qual tabela padrão deseja e a tabela é apresentada.
Tipo: opcional
24
2.2.3 - Diagramas de Classes
Diagramas de Classes mostram as diferentes classes que fazem um sistema e
como elas se relacionam. Os Diagramas de Classe são chamados diagramas “estáticos”
porque mostram as classes, com seus métodos e atributos, bem como os relacionamentos
estáticos entre elas: quais classes “se conhecem” ou quais classes “são parte” de outras
classes, mas não mostram a troca de mensagens entre elas.
Para representar as classes cBrokerPaciente, cBrokerMédico, cBrokerAmostra,
cBrokerExame, foi definida uma classe cBroker padrão, com os métodos que existem em
cada classe cBroker.
Para a representação das classes de FORM e de controle foi definida uma classe
FRM. A figura 2.11 apresenta o diagrama de classe do sistema.
25
Figura 2.11 - Diagrama de classes.
Um Diagrama de Seqüência oferece uma visão detalhada de um caso de uso. Ele
mostra uma interação organizada em forma de seqüência, dentro de um determinado
período de tempo, contribuindo para que se processe a documentação do fluxo de lógica
dentro da aplicação. As figuras de 2.12 a 2.18 representam os diagramas de seqüência.
26
2.2.4 - Diagramas de Seqüências
Figura 2.12 - Diagrama de Seqüência Manter Paciente.
Figura 2.13 - Diagrama de Seqüência Manter Médico.
27
Figura 2.14 - Diagrama de Seqüência Criar Exame
Figura 2.15 - Diagrama de Seqüência Colher Amostra.
28
Figura 2.16 - Diagrama de Seqüência Gerar Relatório de Exame.
Figura 2.17 - Diagrama de Seqüência Gerar Histórico de Exame.
29
.
Figura 2.18 - Diagrama de Seqüência Visualizar Tabela Padrão
30
2.2.5 - Modelo Relacional
A base de dados possui quatro tabelas e o modelo relacional é apresentado a seguir
conforme mostra a figura 2.19:
Figura 2.19 - Diagrama do modelo entidade relacionamento.
31
2.2.6 – Dicionário de dados
O dicionário de dados descreve a terminologia utilizada para o desenvolvimento do
modelo de dados do sistema. Apresenta uma descrição textual da estrutura lógica e física
do banco de dados.
O dicionário de dados está presente no anexo 5. Encontram-se nos anexos as
típicas seqüências de eventos e os roteiros. Anexos 6 e 7 respectivamente.
2.2.7 - Fluxograma do Firmware
Inicialmente é feita a configuração das interrupções setando valores de portas e
velocidade de transmissão. Em seguida, é gerado um loop infinito que realiza a leitura do
Port0 fazendo a impressão na porta serial previamente setada, apenas quando a
interrupção INT1 está ativa.
O fluxograma do frimware é apresentado na figura 2.20.
Início
Configurar Interrupções
Enquanto
verdadeiro
N
INT1==1
S
Imprimir Serialmente P0
Figura 2.20 – Fluxograma do Firmware
32
2.2.8 – Interfaces
Menu Principal
A figura 2.21 apresenta a tela inicial do software. Este é o menu que permite acesso
a todas as funcionalidades do programa, configurar a porta de comunicação e consultar o
manual do usuário através do menu ajuda.
Figura 2.21 - Menu principal do programa.
Cadastro Médico
Através do cadastro de médico é possível incluir, excluir, alterar e consultar
médicos. Para acessar a tela de cadastro de médico deve-se clicar no botão Cadastro
Médico no menu principal. A figura 2.22 apresenta a tela de cadastro de médicos.
33
Figura 2.22 - Cadastro de Médico.
Cadastro Paciente
Figura 2.23 – Cadastro de Paciente
34
Através do cadastro de paciente é possível incluir, excluir, alterar e consultar
pacientes. Para acessar a tela de cadastro de paciente deve-se clicar no botão Cadastro
paciente no menu principal. A figura 2.23 apresenta a tela de cadastro de pacientes.
Exame
Figura 2.24 - Criando o exame.
Para realizar um exame deve-se clicar no botão exame localizado no menu
principal. Na tela de cadastro de exame como mostra a figura 2.24 deve-se vincular o
médico ao paciente e cadastrar também a altura do paciente.
Recolhendo Amostra
Figura 2.25 - Recolhendo amostras.
35
Após clicar no botão “colher amostra”, na tela de exame irá encadear a tela “recolhendo
amostra” como mostra a figura 2.25. É através desta que é realizado o exame.
Relatório
Na tela de relatório, como mostra a figura 2.26, é possível visualizar os gráficos de
fluxo X tempo, volume X tempo e fluxo X volume referente às três amostras,
simultaneamente ou separadamente, os parâmetros de espirometria calculados pelo
programa, os valores padrões dos parâmetros e os dados do exame.
Figura 2.26 - Relatório do exame.
Consulta a histórico de exames
Figura 2.27 – Tela de filtragem de histórico de exames.
36
Figura 2.28 – Lista de exames retornados da consulta de histórico de exames.
Pode ser feita a consulta de exames anteriormente realizados clicando no botão
“histórico de exames”, localizado no menu principal. A figura 2.27 apresenta a tela de filtro
utilizada para limitar o retorno da consulta através do nome do médico e/ou do paciente. A
figura 2.28 apresenta a tela com a lista de exames retornados da consulta. Para visualizar
o resultado de um dos exames, deve-se apenas clicar sob o mesmo.
Consulta a tabela padrão
A figura 2.29 apresenta a tela de consulta à tabela padrão que é acessada através
do menu principal.
Figura
2.29 – Tela de seleção de tipo de tabela.
A figura 2.30 apresenta uma das tabelas padrões existentes e que podem ser
consultadas.
37
Figura 2.30 – Tela dos valores da tabela selecionada.
38
3 – Implementação
Nesta fase foram descritos os resultados obtidos e as formas de implementação
utilizadas no projeto, bem como o método aplicado na calibragem do transdutor, a curva
de resposta da calibragem e por fim, métodos matemáticos para cálculo do volume de ar
expirado no teste espireométrico.
3.1 – Calibração do transdutor
A primeira tentativa na calibração do transdutor foi realizada junto ao laboratório de
engenharia mecânica, com o auxilio do professor Schneider. Foi acoplado ao transdutor
um tubo de PVC, que dava sustentação a um bico de Pito. A idéia era obter a velocidade
do vento gerado pelo túnel, através do cálculo da medida da pressão dinâmica, presente
no bico de Pito. Porém surgiram dois problemas: A visualização da pressão dinâmica do
bico de Pito era feita através de uma escala pouco detalhada, que diminuía a precisão dos
valores obtidos; a saída de ar do túnel de vento era muito grande para o tamanho do
transdutor; devido a isso, a acoplagem dos aparelhos não foi perfeita, chegando-se à
potência máxima do túnel de vento sem se obter a calibragem do transdutor.
A segunda tentativa de calibração foi realizada com sucesso, nas dependências do
Hospital das Clínicas de Curitiba com o auxílio de um funcionário do setor de Engenharia
Clínica. Foi utilizado um calibrador de respiradores pulmonares que gera fluxos de ar
constantes e conhecidos. O transdutor foi serialmente acoplado ao calibrador. Assim,
aplicava-se um fluxo de ar constante e verificava-se qual era o valor correspondente na
leitura do computador, através do hiperterminal. Os valores lidos pelo computador eram
compreendidos entre 0 e 255 e no software desenvolvido foi criado um vetor com 255
posições. O valor de cada posição vetorial foi preenchido com o valor obtido na calibração
do transdutor.
A figura 2.31 apresenta a curva de resposta do transdutor de fluxo calibrado em
função dos valores aplicados no computador.
Serial X Fluxo de ar (L/Min)
700
Fluxo de ar (L/Min)
600
500
400
300
200
100
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250
Serial
Figura 2.31 -Gráfico da resposta do transdutor de fluxo de ar.
39
3.2 – Resposta do componente freqüência / tensão
Ao realizar a calibragem e levantamento da curva de resposta do transdutor,
aproveitou-se para analisar a linearidade do CI Lm2907 responsável para transformar
freqüência em tensão, como foi descrito na fase anterior do projeto.
A figura 2.32 apresenta a resposta do componente em função ao fluxo de ar. Não
foi possível realizar o levantamento da curva de resposta em função da freqüência gerada
pelo transdutor, devido à falta de equipamentos no Hospital.
Fluxo de ar (L/Min) X Tensão (V)
6
5
Tensão (V)
4
3
2
1
0
0
59,22
121,19
179,29
239,92
301,72
358,66
419,3
476,27
538,26
600,68
Fluxo de ar (L/Min)
Figura 2.32 – Curva de resposta do CI LM2907 em função do fluxo de ar.
3.3 – Métodos matemáticos para cálculo do volume
Para a implementação do cálculo de volume total e instantâneo do ar expirado nos
testes pelo paciente, foram utilizados métodos de cálculo numérico.
O primeiro método que se tentou utilizar foi a Regra de Simpson, porém foi
observado que este era complexo para implementação e com aproximação do valor real
não eficiente.
Então, optou-se pelo método do Trapézio, com uma implementação mais acessível
e baseada em integração numérica, método este, adequado quando a função não é
conhecida ou possui um tratamento analítico muito difícil.
A implementação do método consistiu em realizar o somatório das diversas áreas
dos trapézios formados, com cada valor de fluxo de ar amostrado no tempo, obtendo
assim o somatório do volume em cada instante e o volume total.
40
4 – Resultados
Nesta sessão serão apresentados os resultados obtidos através dos testes do
projeto.
4.1 – Testes de exames
A realização dos testes no sistema e no hardware teve como objetivo, detectar
pontos falhos e garantir o bom funcionamento do projeto. Foram realizados testes em
todas as funcionalidades do programa e analisadas as curvas de respostas dos
componentes do hardware. Observou-se que o software não possuía pontos falhos e que
os componentes do hardware respondiam de forma linear e satisfatória.
Testes referentes à fidelidade dos resultados gerados pelo sistema, foram feitos
utilizando-se amostra de colegas de classe, com alturas diferentes e observou-se que o
sistema respondia com resultados próximos a da população sadia. Acredito que o projeto
se comporta de maneira confiante para realizar novos testes, em paciente com problemas
respiratórios, sobre a observação de um profissional da área de saúde com experiência
em espirometria. O acompanhamento de testes por um profissional assim referido, é
fundamental para futuros ajustes e melhorias que o projeto pode vir a requerer.
A tabela 5 apresenta resultados gerados pelo programa, referente ao exame de um
aluno que possuía 22 anos e 1,60 metros de altura.
Tabela 5 – Resultado do exame de um aluno
cvf
fef1
fef1/cvf
pef
fef25 75%
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Padrão
4,63 L
4,51 L
4,02 L
4,50 L
3,55 L
3,62 L
3,64 L
3,45 L
78,86
78,25
80,71
86,9
5,14 L/s
5,85 L/s
5,51 L/s
7,7 L/s
2,77
2,39
4,1
2,52
41
As figuras 2.33, 2.34 e 2.35 apresentam os resultados gráficos referente as 3
amostras realizadas no exame que o aluno realizou.
Figura 2.33 – Gráfico do fluxo respiratório referente a três amostras.
Figura 2.34 – Gráfico do volume calculado referente a três amostras.
42
Figura 2.35 – Gráfico fluxo – volume referente a três amostras.
43
5 - Conclusão
A realização do projeto “Espirometria Computadorizada” tornou-se um saudável
desafio, uma vez que se converteu em ótima oportunidade para por em prática os
conhecimentos adquiridos durante os cinco anos do curso. A motivação inicial no campo
da engenharia biomédica deveu-se a um projeto realizado em trabalho de equipe, no
quarto ano do curso, quando foi construído um aferidor de aparelhos de pressão corporal.
No desenvolvimento do presente projeto, tive oportunidade de conhecer disciplinas
e profissionais ligados à medicina e fisioterapia, que foi gratificante, pois me levou a
agregar conhecimentos técnicos ligados à área da biomédica.
Algumas dificuldades ligadas à engenharia biomédica foram acentuadas na fase
inicial do projeto, arrefecendo-se na fase média e solucionadas até o final do mesmo,
graças ao contato com especialistas na área de pneumologia que ajudaram a vencê-las de
forma satisfatória.
Diversas dificuldades ligadas à área de software e hardware foram também
vencidas, paulatinamente. Essas dificuldades, inicialmente, prendiam-se à definição de
componentes de hardware a serem utilizados, sua disponibilidade no mercado e a
verificação da eficiência deles na composição do aparelho espirométrico. Ao vencê-las
estava resolvido o ponto de partida.
Para a definição do software utilizado, o caminho foi mais fácil, pois, a linguagem
C++ já estava previamente definida e compatibilizava-se com os componentes de
hardware.
O projeto foi desenvolvido, conforme o que previamente foi estabelecido. Há
possibilidades de ampliar o seu uso em testes de avaliação física na área de esportes e
similares. Para tal, é necessária algumas modificações tanto de hardware como de
software.
O espirômetro em questão difere da maioria dos que o mercado oferece, pois,
comunica-se com um computador, o que possibilita o armazenamento dos dados em um
banco de dados. O equipamento faz medições durante o teste espirométrico em tempo
real , apresentando, instantaneamente, um gráfico (curva de resposta) resultante do
exercício de expiração do paciente.
O software pode ser ainda aprimorado, atribuindo-se-lhe novas funcionalidades,
objetivando, por exemplo, realizar comparações de vários exames de um mesmo paciente.
Essas funcionalidades não foram previstas no anti-projeto face ao tempo disponível para a
conclusão do projeto.
Os testes experimentais finais confirmaram a estabilidade e confiabilidade do
projeto vez que os resultados obtidos foram semelhantes aos valores consignados na
tabela da Sociedade Brasileira de Pneumologia. Vale ressaltar que a obtenção de
resultados corretos de exames espirométricos depende do perfeito entrosamento médicopaciente e, principalmente, do modo como o paciente utiliza o aparelho, no que concerne
a forma correta de realizar o exercício de expiração.
44
6 - Referências Bibliográficas
[1] ALMEIDA, P. T. F. , Asma Brônquica, 2005.
[2] CICHACZEWSKI, Éderson. Kit Didático Microcontrolador 8031.
[3] GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio de Janeiro. Ed.Guanabara
Koogan, 2002.
[4] Hospital São Vicente de Paulo
http://www.hsvp.com.br/scripts/click_exames_cod.php3?codigo=100009
Dia 20/03/2005
[5] LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO UNICENP - Placa conversor
A/D ADC0808
[6] PERRETTO, Mauricio. Desenvolvimento de um Sistema
Respiradores Pulmonares Interligado ao Computador, 2002
Analisador
[7] Sociedade Brasileira de Pneumologia.
http://www.jornaldepneumologia.com.br/portugues/artigo_detalhes.asp?id=103
Dia 02/11/2005
[8] VILLAVERDE, Rodrigo C. Conversor USB – Serial, 2004.
de
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Centro Universitário Positivo - UnicenP Núcleo de Ciências Exatas