Análise da Densidade de Corrente em Sensor de Campo Magnético Tridimensional de Tecnologia Planar Rodrigo Alencar da Silva1, André Luiz Perin2, Renato Camargo Giacomini1 Departamento de Engenharia Elétrica, Centro Universitário da FEI, S.B do Campo, SP, Brasil 2 Colégio de Ciências Exatas, Universidade Metodista de São Paulo, S.B do Campo, SP, Brasil e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 1 Resumo: Este trabalho analisa a influência do campo magnético na densidade de corrente dos transistores nMOS, sua ordem de grandeza e a suscetibilidade a esses campos em diferentes direções. 1. Introdução Com a evolução dos circuitos integrados surgiu o transistor MOSFET (Metal-Oxide-Semiconductor Field Effect Transistor), sendo tomado como a base da eletrônica industrial devido ao seu desenvolvimento contínuo em termos de custo e desempenho[1]. Quando um campo magnético perpendicular à corrente elétrica é aplicado a um meio condutor, uma força é criada. Essa força é conhecida como Força de Lorentz (FL) e é proporcional à intensidade do campo magnético (B) e também à velocidade dos portadores (vd). A força resultante é perpendicular tanto à direção do campo magnético como à direção da corrente elétrica. Este efeito é a origem do efeito Hall. Alguns dispositivos usam este efeito dentro de circuitos integrados [2,3] para operar como sensores. Estes sensores de campos magnéticos são sensíveis, geralmente, a campos magnéticos aplicados em duas direções: - Ortogonal ao plano do canal, que produz uma força de Lorentz paralela ao canal e ortogonal à direção da corrente causando assimetria lateral na distribuição da densidade de corrente, e; - Paralela à superfície do canal e ortogonal à direção da corrente, que força os portadores contra a interface entre o semicondutor e o dielétrico de porta, ou no sentido do corpo do dispositivo, dependendo do sentido do campo magnético. Este trabalho analisa tais efeitos através de simulação numérica de dispositivos. 2. Metodologia Foi simulado um transistor equivalente ao da tecnologia de 0.35 µm fabricado no projeto MOSIS pela ON Semiconductor. Na Figura 1 é mostrada a estrutura do Transistor NMOS descrito no simulador 3D Atlas da Silvaco[5]. Onde q: é a carga elétrica do elétron; vd: é a velocidade da densidade dos elétrons devido ao campo elétrico da porta; B: é o módulo do Campo Magnético e o senϕ: é o valor do seno do ângulo entre vd e B. Como visto na equação (1) o componente do campo magnético na direção da corrente não exerce influência no caminho da corrente, nem em seu valor absoluto. 3. Resultados Para o campo magnético aplicado nas intensidades já citadas, se tem no eixo x, a densidade de corrente total no centro do silício (x=1 µm) sendo comparada com B=0 , e observou-se uma assimetria lateral da corrente mostrada na Figura 2. conforme efeito do campo perpendicular de B=500 mT e B=-500 mT. Para o campo magnético aplicado no eixo z, nas mesmas intensidades acima e comparadas com B=0, notou-se um movimento no sentido da porta ou do corpo, dependendo do sentido do campo conforme representado pela Figura 3 com o campos de B = 500 mT e B= - 500 mT. . Figura 2. Densidade de corrente em função de B no corte horizontal ao plano com 1µm abaixo da interface do silício. . Figura 3. Concentração de elétrons em função de B na direção y no corte do plano yz alinhado com a fonte e o dreno 4. Conclusão A análise da densidade de corrente permitiu a observação na mudança no comprimento do caminho percorrido pela corrente, o que explica a mudança nos valores de corrente de dreno, bem como a dependência do sentido e direção do campo magnético aplicado. 5. Referências [1] SEDRA, A. S. Microeletronic Circuits, 4rd Ed p.235-260 Oxford University Press, 2004. Figura 1. Transistor NMOS As simulações foram feitas para uma tensão de dreno baixa (VDS = 100 mV) e com tensão de porta (VGS) variando de 0 a 5V. O campo magnético foi aplicado nas direções x, y e z, nos dois sentidos e nas intensidades de 100mT, 200mT e 500mT. A intensidade da força de Lorentz (FL) foi definida dependendo do angulo ϕ entre vd e B, conforme a equação (1) na sua forma escalar: 𝐹𝑙 = 𝑞. 𝑣𝑑 . 𝐵. 𝑠𝑒𝑛∅ (1) [2] J. E. Lenz, “A review of magnetic sensors”, Proc of the IEEE, Volume 78, No. 6, pp. 973-989, 1990. [3] J. Marek, et al. “Analysis of Novel MagFET Structures for Built-in Current Sensors Supported by 3D Modeling and Simulation”, IEEE (ASDAM), pp.315-318, 2008. [4] ELETROMAGNETISMO, W H Hayt, J.A.Buck, 6º ed. LTC [5] Silvaco, “Atlas 3D Device Simulator User’s Manual”, 5.14.0.R Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer o apoio financeiro prestado pela agência de pesquisa CNPq e pelo Centro Universitário da FEI.