Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 de setembro de 2015 A IMPORTANCIA DA DIVULGAÇÃO DA FEIRA AGROECOLÓGICA PARA O AUMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO EM CAMPINA GRANDE-PB LENICE SILVA1, DANIELE LOPES DE OLIVEIRA2, EVALDO DE ALMEIDA CARDOSO3 1 Especialização em Agroecologia, UEPB, Lagoa Seca-PB; (83)9363.3703, [email protected] Doutoranda em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB; (83)9952.2138,[email protected] 3 Doutorando em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB; (83)9975.1019, [email protected] 2 Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015 15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar os meios de comunicação que possam promover a divulgação da feira agroecológica realizada em Campina Grande juntamente com seus gestores no intuito de potencializar o número de transações comerciais e consequentemente a inserção de um número maior de famílias de assentados nesse comércio. Realizou-se um estudo de caso, de caráter exploratório-descritivo, com abordagem qualitativo, que fez uso de relatos de agricultores que trabalham com a agroecologia na cidade de Campina Grande, coletados por meio de diagnósticos das feiras agroecológicas durante o período de seis meses do corrente ano. O delineamento amostral para análise dos dados foi de forma descritiva. Tratou-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, que se fez uso de relatos através de questionário. Foram comparadas as feiras, os dados foram tabulados, e a classificação após levantamento se fez através de porcentagens, de acordo com os itens propostos pelo questionário aos feirantes. Conclui-se que para manter o mercado consumidor e atrair mais pessoas para a feira, se faz necessário ofertar produtos de forma constante durante todo o ano, com uma maior diversidade de produtos para atender à demanda dos consumidores. PALAVRAS–CHAVE: sustentabilidade, impactos ambientais, alimentos orgânicos. THE IMPORTANCE OF FAIR AGROECOLOGICAL DISCLOSURE TO INCREASED SALES IN LARGE CAMPINA-PB ABSTRACT: This study aimed to evaluate the media that promote the dissemination of agroecological fair held in Campina Grande along with their managers in order to maximize the number of commercial transactions and therefore the inclusion of a greater number of families settled in this trade. We conducted a case study of exploratory and descriptive, with qualitative approach that made use of reports of farmers working with agroecology in the city of Campina Grande, collected through diagnosis of agroecology fairs during the six-month period this year. The sample design for data analysis was descriptively. This was a case study with a qualitative approach, which made use of reports by questionnaire. Fairs were compared, the data were tabulated, and after the classification survey was carried out by percentages, according to the items proposed by the questionnaire to the fairground. It is concluded that to keep the consumer market and attract more people to the fair, it is necessary to offer products steadily throughout the year, with a greater diversity of products to meet consumer demand. KEYWORDS: sustainability, environmental impacts, organic food. INTRODUÇÃO As feiras são os mais antigos espaços de comercialização existentes que ainda resistem no tempo tendo sua origem na Europa durante a Idade Média e foi de fundamental importância no desenvolvimento das cidades e no chamado renascimento comercial observado durante o século XIII (OLIVEIRA et al., 2012). As feiras agroecológicas são parte das ações de economia solidária existentes na região, com a finalidade de oferecer aos moradores urbanos produtos saudáveis, “in natura”, promovendo a transformação social através do comércio justo e do consumo consciente (HINTERHOLZ et al., 2011). Nelas, os produtos são oferecidos aos consumidores diretamente pelos produtores, sem intermediários, sem exploração comercial, com a prática de preços que corresponda à produção dos agricultores familiares. O cultivo e a comercialização de produtos orgânicos tiveram um crescimento acentuado nos últimos anos. A cada dia cresce o número de produtores certificados no país de tal forma, que o número de produtores de agricultura orgânica no país deve triplicar nos próximos anos (HINTERHOLZ et al., 2011). É cada vez maior a procura por alimentos mais seguros e saudáveis. Diante desse quadro, o consumidor passa a buscar e a privilegiar a qualidade presente nos alimentos tradicionais (ZUIN e ZUIN, 2008). A busca por essa qualidade é tanto por uma questão de saúde, como também por tratar-se de um alimento produzido de forma a não agredir o meio ambiente. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi realizada nas feiras livres existentes no município de Campina Grande que está localizada no agreste paraibano, distante 120 km de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o município possui uma população de 385.213 habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa da Paraíba, depois da capital, e densidade demográfica de 594,18 hab/km². Foram realizadas entrevistas em feiras através da aplicação de diagnósticos estruturados para os produtores das feiras de produtos agroecológicos durante o período de seis meses do corrente ano. Segundo MARCONI e LAKATOS (2004), a pesquisa exploratória descritiva consiste em reunir o maior número de informações detalhadas apropriando-se de diferentes técnicas de pesquisa visando, sobretudo, apreender situações e descrever a complexidade de um fato, levando-se em consideração que cada caso é um caso, ou seja, a pesquisa ocorre de maneira espontânea. Os principais itens abordados no questionário aplicado aos comerciantes foram referentes ao perfil do produtor, dados sobre a sua propriedade, práticas agrícolas adotadas na propriedade e produtos comercializados. A coleta dos dados primários para discussão e análise, foram feitas através de visitas in loco nas feiras agroecológicas, utilizando a observação participante, conversas informais, realização de entrevistas com um roteiro semiestruturado; com consumidores/produtores familiares na feira agroecológica da reforma agrária em Campina Grande. A entrevista constituiu-se numa técnica em que o investigador se apresentasse frente ao investigado e lhe formulasse perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação, sendo uma técnica muito adequada para obtenção dos dados de informação acerca do que as pessoas sabem, crêem, desejam, acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes. Através da observação participante buscou-se uma aproximação do pesquisador com o escopo espacial às feiras agroecológicas e os sujeitos sociais produtores e consumidores, com suas visões de mundo e discursos sobre o fenômeno estudado. (Figuras 1 e 2). Figuras 1 e 2– Feiras agroecológica existentes em Campina Grande-PB O delineamento amostral para análise dos dados foi de forma descritiva. Tratou-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, que se fez uso de relatos através de questionário. Foram comparadas as feiras, os dados foram tabulados, e a classificação após levantamento se fez através de porcentagens, de acordo com os itens propostos pelo questionário aos feirantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante as visitas realizadas à feira, foi possível perceber uma relação de companheirismo e confiança entre os agricultores integrantes desta feira. Os participantes das feiras agroecológicas, são pequenos agricultores da reforma agrária, que encontram nesta atividade, um espaço não apenas para a comercialização dos produtos, mas também um ambiente de solidariedade e sociabilidade. Isto porque na comercialização dos produtos agroecológicos o valor agregado não se relaciona apenas a mercadoria (ganho material), mas também à mudança de valores pessoais e morais (ganho imaterial). Segundo HINTERHOLZ et al. (2011), as feiras agroecológicas são parte das ações de economia solidária existentes na região, com a finalidade de oferecer aos moradores urbanos produtos saudáveis, “in natura”, promovendo a transformação social através do comércio justo e do consumo consciente. A maior parte dos assentados que comercializam seus produtos em feiras agroecológica da reforma agrária, tem na atividade agrícola a única fonte de renda. Entretanto eles necessitam desempenhar outras atividades econômicas para manter a família. A totalidade dos assentados das feiras, afirmam estar satisfeitos com a atividade, ressaltando, que os produtos têm satisfatória aceitação pelo mercado consumidor, assim como os preços estabelecidos. Para HINTERHOLZ et al. (2011) nas feiras, os produtos são oferecidos aos consumidores diretamente pelos produtores, sem intermediários, sem exploração comercial, com a prática de preços que corresponda à produção dos agricultores familiares. Dentre as dificultadas enfrentadas pelos produtores/comerciantes das feiras agroecológicas, está à escassez hídrica que impossibilita a maior diversidade de produtos disponibilizados; a dificuldade em realizar o transporte dos produtos da área de produção até o local de comercialização; a falta de segurança do local onde a feira tem sido realizada; da falta de informação das pessoas em relação à realização da feira e a qualidade dos produtos disponibilizados na mesma. De acordo com CARVALHO et al. (2008) para que as feiras agroecológicas sejam bem sucedidas se faz necessário a contribuição de diferentes parceiros institucionais como as ONGs, órgãos competentes, assistência técnica, universidades, entre outros. Dessa maneira aumentam significativamente as possibilidades de sustentabilidade e ampliação da feira a longo prazo. CONCLUSÕES Nas feiras agroecológicas na cidade de Campina Grande-PB, toda produção é oriundo da agricultura familiar. Para manter o mercado consumidor e atrair mais pessoas para a feira, se faz necessário ofertar produtos de forma constante durante todo o ano, com uma maior diversidade de produtos para atender à demanda dos consumidores. As dificuldades apresentadas nas feiras aliado a uma série de fatores, salientado desde o local de produtividade até o local de comercialização dos produtos e a pouca diversidade dos mesmos, juntamente com despreparo dos agricultores, se tornam os percalços da atividade. A realização das feiras é uma perspectiva de alternativa da comercialização da produção familiar do município, melhorando assim a qualidade de vida dos pequenos produtores, e alavancando a economia municipal. REFERÊNCIAS Carvalho, C. et al. Feira agroecológica: Alimentos saudáveis gerando renda e promovendo relações justas e solidárias no mercado. Ouricuri - PE, 2008. Hinterholz, B.; Mattos Ribeiro, V. de. Feira Agroecológica: Uma alternativa para comercialização de produtos oriundos da agricultura familiar orgânica no município de Medianeira – PR: O Caso da AAFEMED. Synergismus scyentifica UTFPR, Pato Branco, 06 (1). 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa nacional de Saneamento Básico, 2008. Rio de Janeiro: 2010. Marconi, M. de A.; Lakatos, E. M. Metodologia científica. 4. ed. rev. São Paulo: Atlas. (2004). Oliveira, D. G. de.; Bernardino, V. M. P. Aspectos socioeconômicos e culturais dos feirantes de campo mourão e sua mobilidade de trabalho. VII encontro de produção científica e tecnológica – EPCT, 2012. Zuin, L. F. S; Zuin, P. B. Produção de alimentos tradicionais contribuindo para o desenvolvimento local/regional e dos pequenos produtores rurais. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 4, n. 1, Taubaté, 2008.