ANÁLISE DA MICRODUREZA VICKERS DE UMA RESINA COMPOSTA EM DUAS
ESPESSURAS DIFERENTES APÓS FOTOATIVAÇÃO PROGRESSIVA COM LUZ
HALÓGENA E LUZ LED
Sárah Lúcia Alves de Almeida1, Adriana Moura Sales2
Egberto Munin3, Priscila Christiane Suzy Liporoni4, Ilene Cristine Rosia Cesar5
1,2,3,4,5,
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D),
Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), Brasil, 12244-000
Fone: (0XX12) 3947-1128 Fax: (0XX12) 3947-1149
Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova,
12244-000- São José dos Campos, SP, Brasil
[email protected], [email protected]
Palavras-chave: Resina composta, , microdureza Vickers, luz halógena e LED
Área do Conhecimento: Ciências da Saúde
Resumo - O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a microdureza Vickers, em resina composta Z-250
fotoativada em diferentes espessuras. Foram utilizados 40 corpos- de- prova confeccionados a partir de
duas matrizes de teflon (φ 7mm X 3mm e φ 7mm X 5mm) usando duas fontes ativadoras por luz halógena
progressiva e luz LED progressiva. As amostras foram divididas em 4 grupos contendo 10 espécimes em
cada grupo. Os grupos 1 e 2 foram fotoativados com um aparelho de luz halógena progressivo (Degulux
soft-start®/ Degussa – Huls) em camadas de 3 e 5 mm de espessura respectivamente. Os grupos 3 e 4
foram fotoativados com aparelho de luz LED progressivo ( GG Dent/ LD 13), em camadas de 3 e 5 mm de
espessura respectivamente. Independente do aparelho utilizado todos os corpos- de- prova foram
fotoativados por 40 segundos. Foram realizadas 3 leituras da superfície de base de cada corpo- de- prova
através de aparelho microdurometro Vickers. Após a inclusão em resina de poliéster, foram feitas as leituras
das indentações com carga de 50 Kgf/ mm2 durante 7 segundos. Os dados foram tabulados e foi realizada
Análise de Variância (ANOVA) e o teste de comparações múltiplas Tukey Kramer. Dessa forma concluímos
que os grupos fotoativados com luz halógena progressiva obtiveram um resultado de microdureza superior
aos grupos fotoativados com luz LED progressiva, independente da espessura da resina composta
estudada nesse experimento.
Introdução
As
resinas
compostas
alcançaram
excepcional desenvolvimento, quer seja pela
adição de maior conteúdo de carga inorgânica,
quer seja pela diminuição do tamanho médio da
carga, pela homogeneidade na distribuição da
carga e ainda por novas formas de unir a matriz
orgânica a inorgânica. Desta forma as
restaurações se tornaram mais estáveis, não só
em termo de resistência ao desgaste, mas
igualmente em alteração de cor e manchamento.
[1].
Os métodos de polimerização vêm se
desenvolvendo juntamente com o crescimento da
utilização das resinas. Os materiais ativados por
luz ultravioleta foram primeiramente apresentados
e apesar dos benefícios, apresentavam alguns
problemas como uma profundidade limitada de
polimerização. A luz ultravioleta tem efeito
deletério a pele e aos olhos. Dessa forma,
sistemas mais recentes são ativados por luz visível
ou luz halógena no espectro de luz azul, esse
sistema recebe o mérito de ter um endurecimento
controlado e ainda possuem o maior alcance de
profundidade de polimerização [2].
Buscando a qualificação de diferentes
tipos de fotoativadores, percebeu-se que o mais
importante é reconhecer o potencial de
profundidade de ativação. A ativação pode
também ser afetada pela distância entre a ponta
do fotoativador e a restauração ocorrendo a
diminuição da intensidade de luz e a espessura da
resina, quanto maior a espessura do material
maior a dificuldade de ativação. Recomenda-se
então que as camadas sejam inferiores a 3mm e
que o tempo de exposição seja maior que o
preconizado pelo fabricante; sendo possível obter
um maior grau de ativação, maior capacidade de
conversão em profundidade e um valor mais
elevado de dureza [2].
Materiais e Métodos
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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Foram confeccionados 20 corpos-de-prova
com uma resina composta microhíbrida, Z-250®
com uma
matriz de teflon, de cor branca,
composta de duas partes. A parte inferior é
constituída por uma peça única (suporte) e a
superior é dividida em dois segmentos, com um
semicírculo em ambas as partes, unidas por
parafusos, apresentando as dimensões internas
de 7 mm de diâmetro e 3 mm de espessura,
(SOARES et al., 2002). As outras 20 amostras
foram confeccionadas em uma matriz de teflon
semelhante a descrita anteriormente, com
espessura de 5mm .
Foi utilizada uma resina composta
microhíbrida Z-250®1 inserida em um incremento
único com auxílio de uma espátula de inserção n°1 2 , sendo a face irradiada comprimida com uma
lamínula, proporcionando lisura à superfície. Todo
conjunto foi apoiado em uma placa de vidro.
A tonalidade escolhida para esse
experimento foi A 3. A espessura dos corpos-deprova obtidos foi de 3mm e de 5 mm, ambas
fotoativadas com luz halógena e luz LED
progressivas.
As amostras de resina composta foram
divididas em 4 grupos variando a espessura e a
fonte de fotoativação. (Tabela 1)
A fotoativação com luz LED, foi realizada
utilizando a mesma forma através de um aparelho
de LED progressivo, com 13 leds com
comprimento de onda em 470 nm, sendo o
diâmetro do feixe de 10 mm e uma potência de 35
mW.
Para a análise da Microdureza Vickers das
amostras de resina composta, os 40 corpos-deprova foram incluídos em uma resina de poliéster 4
para realização das medidas, de acordo com a
divisão dos grupos.
As indentações foram realizadas utilizando
um microdurômetro tipo Vickers, com um
penetrador de diamante com base piramidal, com
carga estática de 50 Kgf, aplicada por 7s. Foram
realizadas 3 indentações em cada corpo-de-prova,
com distância entre as indentações de 47,5 µm.
Resultados
Os dados foram tabulados e submetidos a
Análise de variância (ANOVA) ao nível de
significância de 5% (Tabela 2). O teste retornou
diferença estatisticamente significante entre as
médias dos grupos. Foi aplicado o teste de TukeyKramer de comparações múltiplas (Tabela 3) para
identificar as diferenças entre os grupos estudados
(Gráfico 1).
Tabela 2 –Análise de Variância 5%
Tabela 1: Divisão dos grupos experimentais
Causa da
Graus de
Soma dos
Quadrados
Variação
Liberdade
quadrados
médios
G1
10 amostras 3 mm de espessura
fotoativadas por luz halógena progressiva
Tratamento
3
10802
3600.8
G2
10 amostras 5 mm de espessura
fotoativadas por luz halógena progressiva
Resíduo
36
1522.5
42.292
G3
10 amostras 3 mm de espessura
fotoativadas por luz LED progressiva
Total
39
12325
G4
10 amostras 5 mm de espessura
fotoativadas por luz LED progressiva
A resina composta foi fotoativada por
um
aparelho
de
lâmpada
halógena 3
progressivo, com comprimento de onda entre
400-500nm, potência de 240 mW e ponta de
diâmetro de 8 mm .
F= 85.143
Tabela 3 - Teste de Tukey-Kramer de
comparações múltiplas ao nível de 5%
Comparações Diferenças médias
q
Valor de p
Grupo1x2
5.797
P<0.01
12.090
1
3M Dental Products St. Paul, MN
Duflex
3
Degulux soft-star®/ Degussa – Huls AG
2
4
Orto cristal - T208 - VALGLASS - Comércio e
Indústria Ltda.
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Grupo1x3
14.780
7.087
P<0.001
Grupo1x4
44.740
21.454
P<0.001
Grupo2x3
2.690
1.290
P>0.05
Grupo2x4
32.650
15.656
P<0.001
Grupo3x4
29.960
14.367
P<0.001
P>0,05: estatisticamente não significante
P<0,01: estatisticamente significante
P<0.001: estatisticamente significante
120
Dureza Vickers
100
80
60
40
p<0,01
p>0,05
p<0,001
20
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Gráfico 1: Colunas para as medidas dos valores
médios e do desvio padrão dos números de
das
três
dureza
Vickers
(VHN-Kgf/mm2)
indentações por amostras do grupo 1- Luz
halógena com 3 mm de espessura, grupo 2 - Luz
halógena com 5 mm de espessura, grupo 3 - Luz
LED com 3 mm de espessura, grupo 4 - Luz LED
com 5 mm de espessura.
Discussão
As resinas compostas atualmente, são
ativas por vários tipos de luz visível, sendo a luz
halógena, o laser e o LED as mais utilizadas como
fonte de ativação. Com o advento do laser, surgiu
uma nova forma de polimerização das resinas
compostas, despertando o interesse para vários
estudos com novas fontes de luz, proporcionado
uma redução no tempo de ativação destes
materiais [3].
Atualmente, aparelhos fotoativadores com
alta densidade de potência são recomendados
universalmente. Geralmente esta indicação é
baseada na profundidade de ativação e na
melhora das propriedades mecânicas do material.
Em nosso estudo, observamos que as resinas
fotoativadas com luz halógena, obtiveram um
resultado superior, as resinas fotoativadas com
LED, independente da profundidade.
Santos, L.A. et al (2000) Jandt, K.D. et al
(2000), Turbino, M.L. et al ( 2000); eles revelaram
que a profundidade de fotoativação da luz
halógena em comparação com a luz LED, na
profundidade de 1 a 4 mm, mostraram diferenças
estatísticas significantes entre si, tendo sido
encontrada maior dureza para as menores
profundidades. Já Stahl et al (2000) avaliou que a
profundidade de fotoativação do LED foi maior do
que a obtida com a luz halógena [4], [5], [6], [7].
Uma propriedade importante que deve ser
considerada para a caracterização de materiais
dentários restauradores é a sua dureza de
superfície. Devido à relação que existe entre
dureza e outras propriedades físicas, os testes de
dureza encontram aplicação universal [8]
As medidas de microdureza neste estudo
nos mostraram, que houve diferença estatística
significativa entre os grupos ativados com lulz
halógena e os grupos ativados com LED.
Machado, C.T.et al (2002) avaliou a
capacidade de fotoativação, utilizando o teste de
dureza Vickers em uma única resina composta
fotoativada, variando os aparelhos fotoativadores
com diferentes intensidades de luz, tempo e
profundidade. Frente aos resultados obtidos,
concluíram que em relação aos aparelhos houve
uma variabilidade significativa de dureza Vickers,
independente da profundidade [9].
Em uma comparação entre a luz halógena
e o LED os autores Willian, J. et al (2002), Kurachi,
C. et al (2001), Dialani, N. (2002), concluíram que
a luz produzida pelo LED para fotoativação de
resina composta era insuficiente em relação à luz
halógena utilizando o mesmo tempo de exposição.
Com relação à pesquisa realizada em nosso
trabalho os resultados obtidos foram semelhantes
aos resultados dos autores [10], [11], [12].
Com os novos conceitos de fotoativação,
como
a
técnica
progressiva,
materiais
restauradores, juntamente com as fontes de
ativação, nos levam a uma conscientização do
quanto os Cirurgiões – Dentistas necessitam de
conhecimento com relação a estes materiais, suas
propriedades e dinâmica de fotoativação.
Conclusão
Considerando a metodologia empregada e
os resultados obtidos neste estudo, concluímos
que os grupos fotoativados com luz halógena
progressiva,
obtiveram
um
resultado
de
microdureza superior aos grupos fotoativados com
luz LED progressiva, independente da espessura
da resina composta estudada nesse experimento.
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1448
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IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1449
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