_ M eu Portugal … Jardi mda Europa à beira- mar plantado delouros e de acácias olorosas … M ein Portugal … Garten Europas, amSaumdes Ozeans angelegt m it Lorbeer und Akazien voller Duft … To más Ribeiro Cantigas de portugueses São como barcos no mar − Vão de uma al ma para outra Comriscos de naufragar. Die Lieder der Portugiesen sind w ie Schiffe auf See. Sie ziehn von Seele zu Seele und könnenleicht untergehn. Fernando Pessoa Dieser « V ierzeiler i mV olkston» spricht von der Poesie. Die ist das kostbarste Ele ment in diese mzweisprachigen Taschenbuch. Die M ehrzahl seiner Texte sind handfester undin Prosa: alte und neue kleine Geschichten, Scherze, literarische M iniaturen, Sprichwörter −alles auch kostbar! Das Buch bietet deutschen Lesern, die eine Sympathie für Portugal haben undetwa gar Portugiesischlernen, auf respektable m Niveaueine ansprechende, unterhaltsame und bildende Lektüre. Pri meiras Leituras Erste portugiesische Lesestücke Herausgegeben und übersetzt von M aria de Fáti ma M esquita-Sternal und M ichael Sternal M it Zeichnungen von Susanne M ehl Deutscher Taschenbuch V erlag _ zweisprachig Begründet von Kristof Wachinger-Langewiesche Ausführliche Informationen über unsere Autoren und Bücher finden Sie auf unserer Website www.dtv.de Originalausgabe, Neuübersetzung 2002 7. Auflage 2011 Deutscher Taschenbuch Verlag GmbH & Co. KG, München zweisprachig@dtv. de Copyright-Nachweise Seite 117 ff. Umschlagkonzept : Balk & Brumshagen Umschlagbild : Azulejos Fassade, ‹Avenida Infante Santo, Lissabon› (20. Jh.) mit freundlicher Genehmigung des portugiesischen Touristikamtes Frankfurt a.M. Satz : KOMDATA, Nobber Druck und Bindearbeit : Kösel, Krugzell Gedruckt auf säurefreiem, chlorfrei gebleichtem Papier Printed in Germany · ISBN 978-3-423-09412-2 Orelógio − Onde arranjaste esse relógio? − Ganhei-o numa corrida. − Contra que m? − Contra o dono e dois polícias … Die Uhr « W o hast du diese Uhr gefunden? » « Die habich bei eine m W ettlauf gewonnen. » « Gegen wen? » « Gegen den Besitzer undzwei Polizisten …» 5 Se … − Se eutivesse umcarro havia de conhecer toda aterra. Se eutivesse umbarco havia de conhecer todo o mar. Se eutivesse umavião havia de conhecer todo o céu. −Tens duas pernas e ainda não conheces a gente datua rua. Luísa Ducla Soares Otelefone e a escrita T rri m! T rri m! T rri m! Écom igo … Não pára de tocar. Está- me a chamar, otelefone am igo. Está? …Estálá? Estou, si m! É otioJoaqui m? Como está atia Anita? E a pri ma Rita? 6 W enn … « W ennichein Auto hätte, würde ich die ganze Erde kennenlernen. W ennichein Schiff hätte, würde ich das ganze M eer kennenlernen. W ennichein Flugzeug hätte, würde ich den ganzen H i mmel kennenlernen. » « Du hast zwei Beine und kennst noch nicht einmal die Leute in deiner Straße. » Das T elefon und der Zettel Driiing! Driiing! Driiing! Das ist für m ich … Es hört nicht auf zu klingeln. Es ruft m ich, das Telefon, mein Freund. Hallo? …Ja hallo? Ja bitte! Bist du's, Onkel Joaqui m? W ie geht's der Tante Anita? Und der Kusine Rita? 7 A final, otioJoaqui mtelefonou para comunicar que os avós chegavamnessatarde e queriam avisar da hora da sua chegada. Que tal ote mpo, aí? Chove muito? … Não, não! Aqui parece verão. O lhe, dêlá umabraço à Rita! Estou, si m , tioJoaqui m . Beijos da m inhair mã! Adeus …até amanhã! Desligou. Efiquei a pensar: − Como hei-de fazer para a mamã saber da chegada dos avós? Já sei, escrevo umbilhete! M ãezinha, os avós chegamhoje no comboio das 6 horas datarde. A mãe, quandoleu o bilhete, disse de si para si: − Be mresolvido, si msenhor. Ana M aria Lamego Quadra popular Acasinha onde eu moro está no meio de umjardi m . Pelajanela do meu quarto entra o cheiro do alecri m . 8 Eigentlich hat Onkel Joaqui mangerufen, um m itzuteilen, dass die Großelternan diese mAbendankämen und die Ankunftszeit sagen wollten. W ie ist das W etter bei euch? Regnet es sehr? … Nein, nein! H ier ist es w ie i mSommer. Undsagauch Rita herzliche Grüße! Ja bitte, Onkel Joaqui m . Küsschen von meiner Schwester! Auf W iedersehn …bis morgen! Er hat aufgelegt. Undich dachte nach: W ie machiches, dass Mutti die Ankunft der Großeltern erfährt? Ich weiß: ichschreib's auf einen Zettel! M ama, die Großeltern kommen heute abend m it de mSechs- Uhr-Zug. A ls die Mutter den Zettel las, sagte sie zusichselber: Gut ge macht, w irklich. V ierzeiler Das kleine Haus, in de mich wohne, steht m ittenineine mGarten. Durch das Fenster meines Zi mmers ström t der Duft von Ros marin. 9 O Galo de Barcelos Há muitos anos, umperegrino galego, a cam inho de Santiago de Compostela, passou por Barcelos, uma cidade na região portuguesa do M inho. Os habitantes andavamalar mados com umcri me quelá acontecera e, como não havia maneira de apurar que mfora o cri m inoso, acusaramo peregrino estrangeiro quelogo depois foi preso e condenado à forca. Ogalego proclamoua suainocência, mas ningué mlhe deu ouvidos. Muito aflito, i mplorou a protecção de Sant'Iago; depois pediu que fosse levado à presença dojuiz. Levaram -no a casa dele. Sentiramo cheiro do galo que estava a ser assado para o al moço dojuiz. Operegrino declarou: − Senhorjuiz, tão certo é estar euinocente, como esse galolevantar-se datravessa e cantar quando me enforcare m! Desataram -se todos a rir elevaramo condenado. Pouco depois, quando oj uiz ia começar a almoçar, aconteceualgo de muito estranho: o galo levantou-se datravessa e cantou mes mo! Ojuiz correui mediatamente para olugar do enforcamento, podendotambé maí verificar o efeito do m ilagre: a corda, já à volta do pescoço, soltara-se, para grande espanto de todos os presentes. Ojuiz reconheceuainocência do home me mandou-o e mpaz. Anos mais tarde, o peregrino galego voltou a Barcelos e mandouerguer um monumento, 10 Der Hahn von Barcelos V or vielenJahren kamein galicischer Pilger auf de m W eg nach Santiago de Compostela durch die Stadt Barcelos in der portugiesischen Provinz M inho. Die Bewohner warenseit einiger Zeit aufgeschreckt durchein V erbrechen, das dort geschehen war, und da man den Täter ganz und gar nicht finden konnte, beschuldigte man den fre mden Pilger. Der wurde gleichfestgenommen und zumTode durch den Strang verurteilt. Der Galicier beteuerte seine Unschuld, aber nie mand schenkte ihmGehör. Inseiner großen Bedrängnis erflehte er den Schutz des heiligenJakobus; dann bat er, man möge ihnzumRichter bringen. M anführte ihnzu dessen Haus. Dort duftete es nacheine m Hähnchen, das gerade für das M ittagessen des Richters gebraten wurde. Der Pilger sagte: « Herr Richter, ich bin ganz gew iss unschuldig, so wahr dieser Hahnsich von der Bratenplatte erheben und krähen w ird, in de mAugenblick, da man m ich hängt. » Da brachein großes Gelächter aus, und manführte den V erurteiltenab. Kurz darauf, als der Richter m it de m M ittagessen beginnen wollte, geschahetwas ganz Seltsames: Der Hahn erhob sich von der Bratenplatte und krähte tatsächlich. Der Richterlief unverzüglichzumGalgenplatz und konnte auch dort die W irkung des W unders feststellen: Der Strick, der bereits umden Hals gelegt war, hatte sichlosge macht, zumgroßen Erstaunenaller Anwesenden. Der Richter erkannte die Unschuld des M annes und ließihnin Friedenziehen. Jahre später kamder galicische Pilger w ieder nach Barcelos undließ ein Denkmal errichten, « das Steinkreuz 11 o Cruzeiro do Senhor do Galo, e m me mória do m ilagre e como sinal de gratidão para com Sant'Iago, seusanto protector. Hoje, o Galo de Barcelos, feito de barro colorido, é vendido por toda a parte, sobretudo nas feiras do M inho, sendo conhecido até mes mo no estrangeiro. Adivinha Soufrio, també msou quente; soufraco, també msouforte; nunca posso estar parado, vejamlá a m inha sorte! (o vento) 12 vom Herrn des Hahns », in Erinnerung an das W under und als Zeichen der Dankbarkeit gegenüber de mheiligen Jakobus, seine mSchutzheiligen. Heute w ird der Hahn von Barcelos, aus bunt be malte mgebrannten Ton, überall verkauft, ganz besonders auf den M ärkten des M inho; sogar i mAuslandist er bekannt. Rätsel Ich bin kalt, ichbinauch war m ; ichbinschwach, ichbinauchstark; nie kannichstehen bleiben, das ist nun mal mein Los. (der W ind) 13 Cantiga (a este mote alheio) V erdes são os campos de côr doli mão: assi são os olhos do meucoração. (voltas) Campo, que te estendes comverdura bela; ovelhas, que nela vosso pastotendes; d'ervas vos mantendes que traz o V erão, e eu das le mbranças do meucoração. Gado, que pasceis, co contentamento, vosso manti mento não no entendeis: isso que comeis não são ervas, não: são graças dos olhos do meucoração. Luís de Camões Provérbio Que mconta umconto acrescenta umponto. 14 Lied (zu diese mfre mden Kehrrei m) Grünsind die Auen, von der Farbe der Li monen. So sind auch die Augen meiner A llerliebsten. (Strophen) Aue, die duausgebreitet liegst inschöne m W iesengrün; Schafe, die ihr darin eure W eide habt; ihr nährt euch von Kräutern, die der Sommer bringt, ich m ich von den Gedanken an meine A llerliebste. Ihr Herden, die ihr weidet in Zufriedenheit: W om it ihr euchernährt, begreift ihr nicht; was ihr da verzehrt, sind keine Kräuter, nein. Es ist der Zauber in den Augen meiner A llerliebsten. Sprichwort Jeder, der eine Geschichte erzählt, fügt etwas hinzu. 15 Acriança e a estrela do mar Numa bela manhã de sol uma criança foi dar um passeio pela praia como seuavô. Na noite anterior tinha havido forte te mporal no mar e a praia estava pejada de estrelas do mar. Acriança, à medida que cam inhava, ia-se baixando, pegava numa estrela e devolvia-a ao mar. Játinha repetido o gesto diversas vezes quando o seuavôlhe disse: − Oteu gesto é bonito, mas não vale a pena! M es mo que estivesses aqui todo o dia não conseguirias salvar a maior parte destas estrelas do mar. Acriança parou por alguns momentos. Depois retomou o seu gesto e, atirando mais uma estrela para as ondas, respondeu: − Pelo menos para esta, valeua pena! Isaltino Afonso de M orais Provérbio Ote mpotudo cura, menos velhice eloucura. 16 Das K ind und der Seestern Aneine mschönensonnigen Morgen machte ein Kind m it seine mGroßvater einen SpaziergangamStrand. In der Nacht davor war einstarker Stur mauf de m M eer gewesen, und der Strand war übersät m it Seesternen. Das Kind bückte sich bei mGeheni mmer w ieder, hob einen Seesternauf und warfihnins M eer zurück. Das tat es ineine mfort, bis sein Großvater zuihmsagte: « W as du datust, istja schön, aber es lohnt die Mühe nicht! Selbst wenn du den ganzen Tag hier wärst, könntest du die aller meisten dieser Seesterne nicht retten. » Das Kind hielt einen Augenblickinne. Dann machte es weiter, warf den nächsten Seesternin die W ellen und antwortete: « W enigstens für den hat es sich gelohnt! » Sprichwort Die Zeit heilt alles außer A lter und Torheit. 17 O menino no arame Passei de táxi e não acreditei no que os meus olhos viam . Por isso pedi ao motorista que desse a volta e descesse de novo a rua, mas devagar. Assi mfez. Deua volta, desceu muitolentamente, e eu pude olhar para o gradeamento dojardi m suspenso outalvez fosse umsi mples pátio ou uma praça coma altura de umsegundo andar. Uma praça, pátio oujardi mquase vertiginoso. Ogradeamento pintado de verde tinha umvulgar corri mão de ferro. Esobre o corri mão, quando muito da espessura de dois dedos −são assi m todos, porque não o seria aquele? −cam inhava um menino. Era um menino muito pequeno, seis, sete anos talvez. Um menino no arame, de grandes botifarras para durar, uma adiante da 18 DerJunge auf der Schwebelatte Ichfuhr m it de mTaxi und konnte nicht glauben, was ich sah. Darumbat ich den Fahrer zu wenden und die Straße nocheinmal entlangzufahren, aberlangsam . Das tat er. Er wendete, fuhr ganzlangsam , undich konnte auf das Gitter eines hoch oben gelegenen Gartens sehen. V ielleicht war es aucheineinfacher Innenhof oder ein Platz, zwei Stockwerke über der Straße. Ein Platz, Innenhof oder Garteninfast schw indelerregender Höhe. Auf de mgrün gestrichenen Gitterlag obeneine einfache Schiene aus Eisen. Auf dieser Schiene, kaumbreiter als zwei Finger −so sind die alle, warumsollte diese anders sein? −spazierte einJunge. Es war ein kleiner Junge, sechs, vielleicht siebenJahre alt. EinJunge auf der Schwebelatte, m it klobigen Stiefeln, die was aushielten, einer vor de mandern, und m it einer Stange in 19 outra, e comuma vara na mão, como decerto vira fazer no circo. Se caísse para olado direito podia partir uma perna, para o esquerdo, morria decerto. Pedi ao motorista que parasse e fiquei a olhar perdidamente. « Se dissésse mos qualquer coisa? » sugeri. M as o home macenou negativamente. O m iúdo podia assustar-se e então é que caía mes mo, disse. M as que não estivesse preocupada. «Istotê msete fôlegos como os gatos». « É que é muito pequeno». «V erá que não cai ». Ele a dizer aquilo e a criança a cair. Para olado de dentro, que alívio! « Pronto, vamos e mbora». Não fomos, poré m , tão depressa que não vísse mos a mulher aparecerlá do fundo, fazendo umgrande alarido. Esbracejava e gritava a plenos pul mões, mais furiosa do que aflita: « Todos os dias é isto, nunca vi uma criança cair tantas vezes! Nãote tens nas pernas ou quê? Amanhã ficas de castigo e mcasa, já sabes! Todo o dia e mcasa, estás a ouvir? Vá, gira! » O menino girou, fresco como uma alface su ja de terra. «Istotê msete fôlegos como os gatos. » A inda be m , pensei. De castigo e mcasa. Todo o dialonge do arame. 6pti mo. Todos os dias, se possível. Pois claro. Assi mé que é. M ariaJudite de Carvalho Provérbio Patrão fora, dia santo naloja. 20