Clipping QCONZ
Publicado em: Revista Leite DPA.
Data de Publicação: Outubro de 2010
Novo BPF desperta o interesse do poder público e cooperativas
Os bons resultados do projeto piloto realizado com 11 produtores em Araçatuba, interior
de São Paulo, para implantar o novo Programa de Boas Práticas na Fazenda (BPF)
chamou a atenção do Governo e de cooperativas parceiras da DPA em Minas Gerais.
No final de abril, o consultor do Poló de Excelência do Leite de Minas Gerais, Abel
Fernandes, esteve na região para conferir de perto a simplicidade e eficiência do novo
programa.
A visita foi acompanhada por representantes da Cooperativa Agropecuária do Vale do
Rio Verde (Agroverde), de Campina Verde – MG, e da Cooperativa dos Produtores
Rurais do Prata (Cooprata), de Prata – MG, parceiros da DPA na região de Ituiutaba.
Também interessados em conhecer o novo BPF. Em Araçatuba, o grupo foi
acompanhado por técnicos da DPA e da QCONZ América Latina, empresa líder em
sistemas de qualidade na Nova Zelândia e responsável pelo redesenho do Programa no
Brasil e demais países da América do Sul.
O programa está sendo implantado no Brasil, Equador, Argentina e Colômbia.A DPA
iniciou o Programa BPF há quatro anos e desde o ano passado ele vem sendo
aperfeiçoado por meio de uma parceria com a QCONZ, que tem adaptado seu knowhow internacional à cultura de produção brasileira.
Athaide Silva, responsável pela área de qualidade na América do Sul em Milk Sourcing,
explica que programas de boas práticas são utilizados em países com tradição em
exportação de produtos lácteos e são reconhecidos no mercado global como
instrumentos para dirimir os riscos de segurança e garantir a qualidade do leite. “A
implementação do BPF é uma ação précompetitiva, importante para cadeia como um
todo, não só para DPA. Por isso, organizamos este evento em Araçatuba e estamos
abertos a organizar outros para que empresas e instituições conheçam o trabalho ”, diz.
Abel Fernandes também afirma a importância de se investir em segurança alimentar e
qualidade. “Estamos em uma cruzada por qualidade. O Poló pretende implantar o
programa BPF nas unidades produtivas que assiste, por isso, foi importante ver o
sistema implantado, conhecer as dificuldades de adaptação produtiva e ter certeza de
que é possível utilizá-lo e obter resultados positivos”, ressalta, ao comentar que é
fundamental a existência de intercâmbio entre o trabalho no campo, a indústria e o
governo.
Porém, não é necessário reinventar a roda para se atingir os padrões de qualidade e
segurança exigidos internacionalmente. Há mais de uma década, a QCONZ vem
implementando sistemas de qualidade pelo mundo e investindo na simplificação de
tecnologias, como o trabalho que tem desenvolvido junto à DPA. “Os fazendeiros
brasileiros não são tão diferentes dos produtores de outros países. Todos necessitam de
um sistema simples, prático, fácil de implementar, de baixo custo e que agregue valor
aos negócios. Os resultados do projeto piloto realizado em Araçatuba provam que é
possível implantar no Brasil programas de qualidade simples”, explicou Bernard
Woodcock, diretor da QCONZ América Latina.
Durante a estada em Araçatuba, o grupo visitou seis fazendas de diferentes portes e em
diferentes estágios de implantação do programa. Um dos aspectos que chamou mais a
atenção foi a padronização dos registros e a simplicidade. “O programa coloca fim ao
paradigma de que BPF é um amontoado de Instruções de Trabalho, planilhas e
checklists, que cada produtor deve adaptar à sua propriedade. O novo sistema é
padronizado. Pode ser usado tanto em fazendas grandes quanto pequenas, além de ser
muito simples e fácil”, comentou Roberto Ferreira Capatti de Aquino, gestor de controle
de qualidade e produção da Agorverde.
A diluição dos custos a serem investidos também animou o grupo. “A facilidade de
implantação é notável. O custo é diluído, não se gasta nada que não vá receber. Além
disso, os procedimentos de registro e demais processos envolvem o produtor,
proporcionando um melhor conhecimento do negócio no aspecto financeiro, na
organização e até na qualidade de vida deles. Pudemos perceber que eles estão
entusiasmados, parece que o sistema mexe geral na pessoa”, disse Pedro Antônio de
Melo, responsável pelo setor de qualidade da Cooprata.
Os visitantes ainda ressaltaram a abrangência do Novo BPF. Valmir de Castro, gerente
do departamento técnico da Cooprata, salientou que a realidade dos cooperados na
região de Ituiutaba é bastante diferente das fazendas visitadas em Araçatuba e mesmo
assim o programa irá atendê-los. “As fazendas que visitamos têm mais estrutura física
que as de nossa região, onde mais da metade das fazendas têm ordenha manual. Mas a
vantagem é que o sistema é mais simples e permitirá a padronização do treinamento dos
funcionários e por meio do processo de rodízio contribuirá para a expansão da
qualidade”, disse.
Os produtores visitados ressaltaram que um dos maiores desafios é o registro diário de
informações, mas garantem que vale à pena. “Estamos no programa há quase seis meses
e hoje entendo que os procedimentos que nos ensinaram é algo que devemos fazer
mesmo sem receber por implementá-los, pois estamos melhorando a qualidade de um
alimento, que é consumido inclusive por minha família. E realmente, não tem muita
dificuldade, afinal eu tenho mesmo que acompanhar a minha propriedade. O programa
centraliza as informações e facilita isso. É claro que não temos todo o dinheiro para
fazer as melhorias, mas temos prazo para isso. O mais difícil mesmo é criar o hábito de
escrever”, diz Cláudio Mestre.
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