CARTA ABERTA À SOCIEDADE CUIABANA O SINDUSCON/MT, CRECI/MT, SINDIMÓVEIS/MT, CAU/MT, CREA/MT e SECOVI/MT entidades representantes dos profissionais e dos setores da Indústria da Construção, Comercialização, Locação, Administração de Imóveis de Mato Grosso -, vêm a público manifestar a sua preocupação com os acontecimentos recentes que nortearam as relações entre os empreendedores responsáveis pelos lançamentos imobiliários em nossa Capital e a CAB – CUIABÁ S/A. – Concessionária de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário -, responsável pela prestação destes serviços na Capital, principalmente quanto à dificuldade de atendimento destes serviços em empreendimentos imobiliários em fase final de obras e para projetos futuros. Todas estas entidades manifestaram à época expectativas positivas quanto à proposta de licitação para a concessão dos serviços prestados pela SANECAP, pois entendíamos que uma empresa de capital privado teria maior agilidade e capacidade de fazer os investimentos necessários para a manutenção do crescimento de Cuiabá, especialmente capaz de atender às demandas do setor que tinha como catalisadores do seu desenvolvimento as perspectivas de negócios gerados pela COPA 2014 e pelo Programa Minha Casa Minha Vida. Lamentamos, porém, que as expectativas criadas pelo setor e as incríveis possibilidades de avanço geradas por estes acontecimentos não estejam sendo concretizados em nossa Capital, pela ausência de uma interlocução propositiva, flexível, transparente e comprometida com o povo cuiabano por parte da CAB CUIABÁ, sob a argumentação de estar cumprindo o “plano de trabalho” que a concessão lhe impõe, e que suas limitações para investimento em novas estruturas e/ou ampliação dos sistemas existentes terem sido comprometidas pela ausência do “reajuste de tarifa” por parte da Prefeitura Municipal de Cuiabá. Pior ainda, muitos empreendimentos que tiveram a sua análise, aprovação de projetos e contratação de financiamento e vendas, com base nas premissas aprovadas pela SANECAP, estão agora sem a cobertura destes compromissos pela concessionária, que por sua vez alega não ser “sucessora” da anterior. Tal situação impõe severas restrições aos projetos e obriga as empresas a assumirem custos de investimentos em redes de abastecimento de água e sistemas de esgotamento de esgoto, que vão além daqueles a serem realizados no interior destes empreendimentos, e que muitas vezes atenderão a toda população próxima a estes empreendimentos, e que deveriam ser de responsabilidades da CAB. Esta postura tem atrasado e impossibilitado a entrega de alguns empreendimentos e ainda feito com que alguns outros nem sejam mais contratados ou mesmo planejados para contratação futura. É nosso dever informar à população que alguns desses empreendimentos já haviam sido comercializados sem a inclusão dos custos para a implantação dessas “novas exigências”, portanto deverão ser edificados à custa do empreendedor. Contudo, empreendimentos futuros a serem comercializados sob estas mesmas exigências sofrerão os impactos destes investimentos em seu preço final. Logo o consumidor pagará assim pela implantação destas redes e depois a entregará à CAB Cuiabá, para a exploração comercial, sem nenhum desconto em suas faturas de consumo de água e esgoto. Nota-se que a CAB-Cuiabá, sob o pretexto de estar zelando pela observância da proteção dos “bens para incorporação ao patrimônio da concessão, ou seja, incorporados aos sistemas públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Cuiabá”, deixa de cumprir o seu papel primordial que é dar acesso à água e ao esgotamento sanitário à população cuiabana. Em muitos casos, as instalações e as obras executadas para atender aos empreendimentos que ora aguardam um termo de recebimento dessa concessionária, possuem condições de atendimento às normas técnicas e legais muito superiores àquelas que a concessionária se vê obrigada a operar por força da concessão que já assumiu. Entendemos que o momento é de transição, e se quisermos avançar para a construção de um entendimento maior, buscando a manutenção do crescimento sustentável de nossa Capital, é imprescindível a atenção na busca por soluções no fornecimento de água e principalmente no tratamento adequado do esgoto. Isso passa, com certeza, pelo envolvimento do poder concedente na questão e por um entendimento daqueles que constroem, vendem, comercializam, administram e projetam imóveis em nossa Capital, pois são essas entidades representativas destes setores que se manifestam neste momento para tornar público a ausência de diretrizes e controles das ações e obrigações da concessão destes serviços na Capital. Cuiabá, 14 de outubro de 2013. SINDUSCON/MT Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso CRECI/MT - 19ª Região Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso (CREA-MT) Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso SINDIMÓVEIS/MT Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso SECOVI/MT Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande CAU/MT Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso