TEMADECAPA
TEMADECAPA
por RITA ASCENSO
por FILIPA CARDOSO e RITA ASCENSO
Do lado das empresas...
O ano de 2013 foi muito semelhante ao anterior onde a
retracção e a procura de soluções mais económicas obrigou
a que as empresas redefinissem as suas estratégias.
T
entámos caracterizar este mercado onde a existência
de novas tecnologias mais eficientes esbarra com
a dificuldade económica das famílias portuguesas.
De acordo com a AFIQ (Associação de Fabricantes
e Importadores de Equipamentos de Queima) o mercado
da substituição de caldeiras, sobretudo pelas caldeiras de
biomassa são as mais procuradas. As bombas de calor têm
sido outra solução que se destaca nos últimos meses de
2013. Num inquérito que fizemos a algumas empresas, a
situação económica do país tem sido a maior dificuldade
para o desenvolvimento deste mercado. Uma realidade
pautada pela falta de investimento e baixos índices de
confiança por parte dos consumidores. Para a Daikin e do
lado das bombas de calor, “estamos inseridos num mercado
bastante sensível ao factor preço, o que não é fácil para uma
marca como a Daikin, cujo posicionamento não é dirigido
para um preço baixo, mas sim para a eficiência energética,
qualidade e fiabilidade. Sentimos que a adversidade das
circunstâncias económicas que atravessamos leva por vezes
a uma pressão do cliente final, que acaba por se reflectir
no instalador, no projectista e no arquitecto, na exigência
de uma solução de baixo custo de aquisição, sem ter a
real percepção que poderá estar a comprar um problema
a médio e longo prazo. Mais tarde deparar-se-á com uma
solução em que a fiabilidade não é a desejada, ou porque
o equipamento não é energeticamente eficiente, ou porque
o serviço de pós-venda não esteve à altura, ou por outro
motivo inerente”. Para a OLI, “o mercado actual passa por
um momento de retracção económica, em que as obras
novas são praticamente inexistentes e onde os aumentos
de impostos, nomeadamente no sector das energias renováveis (ex. aumento do IVA), são uma ameaça. Contudo,
continuam a existir algumas oportunidades de mercado”.
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Para esta empresa, “tem-se verificado uma significativa
procura por soluções de aquecimento mais eficientes e mais
económicas, como é o caso de soluções de aquecimento
ligadas à biomassa, o que de algum modo tem ajudado a
dinamizar o mercado” para as bombas de calor na vertente
do aquecimento.
Do lado das dificuldades, as empresas estão de acordo.
Para além do empobrecimento das famílias, a incerteza do
mercado, a diminuição do investimento, a dificuldade de
acesso à banca não ajudam. Aqui, é grande a expectativa
sobre a nova regulamentação térmica. Jorge Aires Pereira
da Callefi identifica a “penúria financeira do nosso país”
como a principal dificuldade do momento, o que leva “naturalmente à ausência de políticas financeiras de apoio ao
sector da construção civil em geral”. A Callefi espera que
em 2014, “com a publicação recente da legislação “sejam
criados sistemas de incentivo, nomeadamente financeiros,
à utilização de componentes nas áreas das renováveis, da
eficiência energética e da contabilização dos consumos e
energia”, e espera que a legislação “vá permitir uma maior
vulgarização no mercado português da utilização das mais
recentes tecnologias”, no domínio dos componentes.
Victor Júlio da Baxi destaca que é previsível que a nova
regulamentação térmica venha “ajudar a esclarecer e melhoras alguns pontos, sendo já certo que poderia ser muito
mais clara e defensora das tecnologias mais maduras e
locais (leia-se solar térmico e condensação) no sentido de
permitir que o consumidor pudesse colher o benefício de
eficiência que estas duas tecnologias apresentam, sendo
que qualquer uma delas têm custos de investimento vs
retorno muito vantajosos”. Já para a Daikin a nova regulamentação térmica pode ajudar o mercado do aquecimento,
“caso se opte e se dê um maior enfoque ao componente
da eficiência previsto no regulamento”.
Para além da legislação, existem outros elementos podem
ser facilitadores do mercado. Para Victor Júlio da Baxi, “a
legislação é um dos pilares, mas a sua aplicação prática é
resultado da formação e das possibilidades/capacidades dos
agentes do mercado. No mercado doméstico, as condições
actuais não são propícias ao investimento e sem a devida
promoção ao nível de media, sobre os benefícios das tecnologias mais eficientes, aliada a condições de financiamento
reais e a taxas mais reduzidas consoante a eficiência dos
sistemas, teremos uma evolução/recuperação de mercado
demasiado lenta para a maioria das empresas”. A Callefi
destaca a importância da “criação de um programa realista e
faseado de implementação da nova legislação, com criação
paralela de Sistemas Eficazes de Controlo para a sua aplicação”. Segundo o departamento de Marketing e Comunicação
da Daikin Portugal, “seria importante encontrar medidas na
área dos incentivos fiscais e escalão do IVA, que tornassem
novamente estas soluções mais apelativas e desta forma
haveria um efeito acelerador, pois seguramente os clientes
finais e promotores iriam ponderar investir nestas soluções.
Seguramente seriam criados também mais postos de trabalho no tecido empresarial das empresas que intervêm
no mercado do AVAC, vejamos o resultado e impacto que
teve a Medida Solar Térmico em 2009”. Do lado da OLI, “o
desafio será o de tentar encontrar áreas de negócio com
um potencial de crescimento mais elevado e adequar as
respostas a essas necessidades. O consumidor é, cada vez
mais, exigente e atento, pelo que os tempos de resposta e a
divulgação de informação são outros dos factores críticos de
sucesso”. Para esta empresa, o próximo ano será ainda um
ano economicamente instável em que as empresas terão
de continuar a se adaptar e tentar encontrar novas soluções
que vão ao encontro das expectativas dos consumidores”. n
EXPECTATIVAS PARA FUTURO
NOVA CLASSIFICAÇÃO EUROVENT
Segundo a norma EN 1886 atestada pela TUV
Resistência mecânica
D1
Estanquicidade a 400 Pa/700Pa
L1
(0,4[mm/m]-1000 Pa/3,2[mm/m]+1000 Pa)
(0,04[l.s-1.m-2]-400 Pa/0,06[l.s-1.m-2]+700 Pa)
Fugas por "By-pass" nos filtros
F9
G1-F9 (<0,1[%]-400 Pa/<0,1[%]+400 Pa)
Trasmissão térmica da envolvente
T2
[W.m-2.K-1]): T2 (1,00)
Pontes térmicas da envolvente
TB2
(0,61)
NANOPURIFYING SYSTEM - NPS - DETALHES DO SISTEMA
Daikin: “Consolidação da liderança de mercado no sector
das bombas de calor ár-água, com os nossos equipamentos Daikin Altherma, e passo a passo conquistar uma
posição mais confortável na vertente das nossas soluções
no solar térmico, onde oferecemos soluções únicas”.
Baxi: “A evolução dos sistemas híbridos (Hybrid) que
conjugam a melhor solução de eficiência em cada momento, hoje já disponíveis pela BAXI para moradias e
em breve para apartamentos, permitem que o sistema
tenha o melhor rendimento sazonal com o menor custo
de exploração anual, traduzindo-se num payback imediato da solução. É a resposta de que os consumidores
portugueses necessitam”.
Caleffi: “As questões da sustentabilidade estarão cada
vez mais presentes nos próximos anos e a envolvente
e o inevitável comprometimento, europeus, fazem-nos
ter expectativas mais positivas para o futuro”.
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