VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 Os Estudos Culturais e a Literatura Comparada: continuidades – descontinuidades Fernando Clara Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade ova de Lisboa 1. A ‘morte’... de novo ou: o ‘fim’ da Literatura Comparada As listas necrológicas das Ciências proporcionam uma perspectiva interessante, se bem que não muito usual, sobre o seu próprio território científico. A máscara da dor, o sentimento de alívio, os medos e – tantas vezes – as modas reflectem-se nos respectivos obituários de uma forma trágico-heróica que só encontra porventura paralelo no modo como o mito fundador da ‘origem’ foi, em tempos, construído. Nestas necrologias, a memória do ‘heróico princípio’ e a encenação do ‘trágico fim’ apresentam, com efeito, estruturas míticas, estilísticas e formais muito próximas, cuja função, como se sabe, é a de erigir a disciplina à categoria de monumento, ou seja: marco fundamental do saber. O problema é que ao mesmo tempo que o fazem, reduzem consequentemente o espaço em seu redor a um deserto de ignorância. O radicalismo deste olhar apocalíptico, que tem óbvios e nefastos efeitos colaterais no próprio território científico em que a disciplina se inscreve, oblitera no entanto do seu campo de visão o facto de muitas destas mortes anunciadas não serem mais do que secretos desejos fratricidas (nunca consumados a não ser na ilusão dos necrólogos), procura não ver que o território em redor da disciplina está longe de ser um deserto de 1 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 ignorância, enfim, finge não perceber que entre os inúmeros habitantes desse espaço se contam diversos Lázaros, mortos-vivos e outras criaturas afins. A necrografia da Literatura Comparada obedece naturalmente às regras do género. O seu ‘fim’ é desenhado com a regularidade habitual (dir-se-ia muitas vezes quase cíclica) no horizonte académico-científico, normalmente a par de outros ‘fins’: o das Humanidades ou o da própria Literatura. Registe-se a título de exemplo o ‘fim’ anunciado da Literatura Comparada em meados dos anos 90, por Bassnett (1993). A revisão a que a mesma autora submete esse anúncio, mais de dez anos depois do seu surgimento (Bassnett 2006) e, sobretudo, a recensão crítica que Losa dedica ao polémico livro de Bassnett logo no próprio ano da sua publicação (Losa 1993) tornam evidente que o ‘fim’ da Literatura Comparada não pode ser dissociado de um certo ‘fim’ — de uma (bem vincada) ‘crise’, se se preferir — das Humanidades. Desta vez, no entanto, o ‘fim’ desenha-se de uma forma relativamente diferente, parece perder muito do habitual tom apocalíptico, muito embora não abdique do natural gesto trágico e teatral, comum a todos os fins. A ‘morte da disciplina’ dá o próprio título e motto a um conjunto de conferências de G. Spivak significativamente realizadas sob o signo (e provavelmente os auspícios) de um dos mais importantes críticos norteamericanos da Literatura Comparada, tal como ela era então feita, pensada e teorizada na Europa: René Wellek. Reunidas em 2003 sob a forma de livro, intitulado precisamente Death of a Discipline, a autora começa logo por não deixar dúvidas quanto às esperanças que coloca no destino do conjunto de ensaios: “I hope the book will be read as the last gasp of a dying discipline” (Spivak, 2003: XII). 2 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 Quando se olha para alguma da Literatura Comparada que nas últimas décadas se tem feito (e se continua a fazer!) na Europa é manifestamente difícil não concordar com a autora. O anúncio da morte, dir-se-ia até, só peca por tardio. Basta para o efeito ler a primeira frase do primeiro capítulo — significativamente intitulado: “o facto comparatista” — do Compêndio de Literatura Comparada de Pierre Brunel e Yves Chevrel (na recente tradução portuguesa publicada pela Fundação C. Gulbenkian) para se perceber que assim é (Brunel/Chevrel, 2004: 21): Os estudos literários assentam, antes de mais, nos textos literários. Ora um texto nem sempre é puro. Ele acarreta elementos estrangeiros. Essa presença constitui o facto comparatista. A frase de Brunel, por muito problemática que soe — o binómio puro/estrangeiro não pode definitivamente ser encarado hoje sem alguma suspeição —, tem sobretudo o mérito de revelar o imobilismo e a apatia que tem assolado alguma Literatura Comparada europeia. Com efeito, não pode deixar de ser sublinhado que ao tomar como ponto de partida do “facto comparatista” a ‘(im)pureza’ (!?) do texto literário, Brunel está na verdade a recuar umas boas décadas no tempo1 e a regressar a uma das questões centrais que dividiu críticos Norte-Americanos e Europeus, seja a respeito da Literatura Comparada, seja a respeito, mais globalmente, da Teoria da Literatura,2 tornando-se o seu Compêndio, desse modo, paradigmático de um certo desfasamento temporal ou alheamento contextual da disciplina. 1 A edição original francesa da obra data de 1989. 2 A perspectiva europeia, aliás despoletadora do debate, encontra-se em Guyard (1978: 109-123); a visão norte-americana encontra-se sinteticamente resumida em Wellek/Warren (1993: 46ss.); para uma análise mais detalhada da polémica vejam-se entre muitos outros Dyserinck (1966 e 1977: 49ss.) ou Kaiser (1989: 163ss.). 3 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 A expectativa de que as conferências de Spivak retomem este debate — uma expectativa legítima já que as mesmas se designam justamente Wellek Lectures — são entretanto completamente goradas. O texto de Spivak é por assim dizer o reverso do texto de Brunel, não tanto por se lhe opôr do ponto de vista teórico, mas porque se inscreve sobre os silêncios do autor francês: o objecto de reflexão da autora é o percurso da Literatura Comparada ao longo das últimas décadas do Século XX, nos seus confrontos, choques, fusões ou diálogos com outras áreas como sejam os Estudos Culturais ou os Estudos de Área. O percurso, enfim, que é completamente ignorado na frase acima citada de Brunel, como, de resto, ao longo de toda a sua obra. O estranhamento que o “facto comparatista” de Brunel provoca num contexto contemporâneo não é, portanto, já fruto das incomensurabilidades teóricas transatlânticas de outrora, radica, isso sim, numa incapacidade de compreensão das transformações que assolaram as Humanidades nas últimas décadas do Século XX, nomeadamente e com mais acuidade após 1989. Paradoxalmente, dir-se-ia, o último suspiro da Literatura Comparada não é exalado no obituário de Spivak, mas sim no Compêndio de Brunel/Chevrel. 2. Continuidades ou: a vida depois da morte E no entanto são inúmeros os testememunhos de que a Literatura Comparada não terá morrido, apenas se terá transformado: a presença da disciplina nas Universidades do mundo Ocidental adquiriu novas formas, renovaram-se nomenclaturas de departamentos e centros de investigação universitários, produziram-se, enfim, híbridos particularmente 4 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 interessantes, como é o caso (para todos os efeitos paradigmático) do Departamento de Literatura Comparada e Estudos Culturais da State University of New York. Não deixa de ser interessante procurar reflectir sobre esta mais recente co-existência académico-formal sem perder de vista as origens, evolução e até mesmo morte — afinal de contas também os Estudos Culturais sofreram a voracidade do tempo, tendo-lhes sido já diagnosticada a morte3 — de cada uma das constelações disciplinares que a constituem: a Literatura Comparada e os Estudos Culturais. Se se adoptar esta perspectiva rapidamente se percebe a lógica de continuidade — ou se se preferir: as vicissitudes de uma vida post mortem em comum — que presidiu, por exemplo, à formação dos híbridos académicos como aquele a que acima se fez breve menção. De facto, em ambos os casos estamos perante aglomerados disciplinares que são, nas suas origens, fortemente marcados — aliás, dever-se-ia dizer mesmo: motivados — pelo desejo de influir politicamente num mundo que claramente extravasa a área científica em que se inscrevem: a Literatura Comparada ‘nasce’ na Alemanha e na França, na sequência das Guerras Franco-Prussianas de finais do Século XIX, e com o intuito humanista, um intuito discreto mas sempre consistente, de contribuir para a paz entre os povos;4 os Estudos Culturais, por seu turno, afirmam desde o início de uma forma bem 3 Cf. p.ex. os ensaios coligidos em Ferguson/Golding (1997) e aí muito especialmente o de Carey (1997). 4 A frase final do prefácio do Compêndio de Brunel/Chevrel é, a este título, ainda exemplar: “O nosso vocabulário transformou-se, mas o objectivo mantém-se o mesmo: a literatura comparada tem, sem dúvida a ambição, de abrir portas a um humanismo mais vasto” (Brunel/Chevrel, 2004: VIII, sublinhados meus); Bassnet observa significativamente a este respeito: “People used the phrase ‘comparative literature’ without having clear ideas about what it was. With the advantages of retrospection, we can see that ‘comparative’ was set against ‘national’, and that whilst the study of ‘national’ literatures risked accusations of partisanship, the study of ‘comparative’ literature carried with it a sense of transcendence of the narrow nationalistic. In other words, the term was used loosely but was associated with the desire for peace in Europe and for harmony between nations” (Bassnet, 1993: 21, sublinhados meus); sobre este humanismo pacifista que parece ser característico 5 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 mais exuberante, tanto as suas opções de justiça social, como os princípios igualitários que os regem, manifestando uma clara e deliberada intenção de intervir no quotidiano político, seja por via da afirmação das identidades minoritárias (sexuais, étnicas, regionais), seja por via da legitimação científica da diferença, situação que acaba por transportar para o território académico — transformando-o assim radicalmente — temas e questões que normalmente dele se vi(r)am arredadas. Ou seja: interessa em primeiro lugar aqui reter que tanto a Literatura Comparada como os Estudos Culturais nascem funcionalizados, política e socialmente: pensam-se e constituem-se em função da sociedade com o objectivo de intervir, influenciar, transformar, directa ou indirectamente, essa mesma sociedade. Em segundo lugar importa sublinhar a confluência de ambos os aglomerados disciplinares no sentido de um inegável alargamento temático das áreas em que trabalham, alargamento esse a que já acima foi feita alusão. Se é certo que a Literatura Comparada se constitui com e a partir das Filologias Nacionais, procurando transcender os limites que estas se (auto-)impõem, não é menos verdade que se constrói também contra elas: a prazo, o sucesso da Literatura Comparada implica já a anulação — o ‘fim’, portanto — das Filologias Nacionais. Não é muito diferente o que se passa com a afirmação dos Estudos Culturais no quadro das Humanidades do mundo Ocidental: constituindo-se em boa medida a partir da e com a Literatura, mas chamando a si temáticas e metodologias características das mais diversas áreas das Humanidades (da Sociologia à Antropologia, passando pelas Ciências Musicais ou Estudos Artísticos), os Estudos Culturais acabam em grande medida por se construir, significativamente, da Literatura Comparada ou, dito de outro modo: sobre esta inegável “dimensão política” (Bassnett 2006: 3) da Literatura Comparada, sobretudo na sua vertente europeia, vejam-se também Dyserinck (1988: 17ss.), Steiner (1995) ou Bernheimer (1995: 39ss.). 6 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 contra a Literatura (cf. entre outros Easthope 1991 ou During 1997), antecipando assim o horizonte da sua dissolução — o seu ‘fim’ portanto. Por fim, importa ainda destacar alguns aspectos desta estratégia de afirmação científica que parece igualmente comum às duas áreas e que tem a ver com o modo como ambas se relacionam com as disciplinas já estabelecidas, nomeadamente com as Filologias Nacionais e com a Literatura. Tanto a Literatura Comparada como os Estudos Culturais se procuram estabelecer a um nível meta-disciplinar, que inclui ou integra — e não necessariamente rejeita — as áreas já existentes. A Literatura Comparada integra as Filologias Nacionais (na verdade, é delas que parte e com o material que estas lhe proporcionam que trabalha), do mesmo modo que os Estudos Culturais incluem a Literatura, a par de diversas outras áreas. Trata-se de uma estratégia de afirmação integrativa, bem conhecida das Humanidades, por oposição à estratégia de afirmação exclusiva — que exclui teorias ou disciplinas — características das Ciências Naturais, mas para a qual convirá desde logo aqui chamar a atenção, já que se apresenta potencialmente desequilibradora, quando não mesmo disruptora, da estruturas conviviais internas e externas destes aglomerados disciplinares. 3. Descontinuidades Potencialmente, com efeito, as descontinuidades entre a Literatura Comparada e os Estudos Culturais, parecem poder vir a instalar-se como consequência directa da estratégia de afirmação científica usada por ambos para se estabelecerem no território mais vasto das Humanidades. 7 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 Como acima ficou referido a Literatura Comparada posiciona-se meta-disciplinarmente em relação aos Estudos Literários ou às Filologias Nacionais: trabalha com elas e a partir delas mas coloca-se a um nível superior, desvalorizando normalmente a estreiteza de horizontes que elas proporcionam, chamando a atenção para os seus comprometimentos (e passados) ideológico-nacionalistas, singularizando — e desse modo anulando — o produto do seu conhecimento, subalternizando-as, portanto. Não é muito diferente o que se passa com a afirmação dos Estudos Culturais: o seu posicionamento de cariz meta-disciplinar em relação às áreas das Humanidades com as quais trabalha acaba também por as subalternizar. Por motivos de ordem conjuntural, a que as próprias áreas científicas serão alheias, a subalternização das Filologias Nacionais por parte da Literatura Comparada tornou-se relativamente aproblemática após 1989, especialmente no contexto europeu: a queda do muro de Berlim e as transformações políticas daí decorrentes no quadro do mundo ocidental vieram reconhecidamente expurgar as Humanidades de algumas das suas funções ideológicas que até aí as tinham legitimado face ao poder (político, económico, social). As Filologias Nacionais foram porventura das áreas mais atingidas, já que perderam em boa medida a sua razão de ser ao verem ser-lhes amputada a lógica nacionalista da sua legitimação científica e social, assim como uma parte, que aliás se diria central da sua própria História: a da sua origem. A subalternização a que os Estudos Culturais votaram diversas áreas da Humanidades, incluindo nomeadamente (e sobretudo?) a Literatura, é consideravelmente mais complexa. Muito embora os Estudos Culturais se estabeleçam também metadisciplinarmente, a verdade é que o fazem a um nível que se diria não disciplinar (ao contrário do que sucedera com a Literatura Comparada), constituem-se a um nível 8 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 superior ainda, por conseguinte, já não como disciplina ou meta-disciplina, mas como aglomerado ou constelação disciplinar. Dito de outro modo: os Estudos Culturais sobrepõem-se, vocacional e tendencialmente, às próprias Humanidades, às Letras ou às Ciências Sociais e Humanas (consoante os respectivos paradigmas fundacionais). Exemplo disso mesmo são as mudanças a que se tem vindo a assistir em algumas zonas específicas do panorama académico ocidental e cujos efeitos porventura mais visíveis se traduzem na progressiva substituição das ‘Faculdades de Letras’, ‘Filosofia’ ou de ‘Ciências Sociais e Humanas’ por Faculdades de Ciências Culturais.5 Numa instituição milenar e tradicionalmente conservadora, como é a universitária, esta mudança de nomenclatura institucional está longe de se reduzir a um mero retoque de modernização cosmética terminológica. No que à convivialidade dos Estudos Culturais e da Literatura Comparada diz respeito, interessa por último registar a relação de desigualdade e desequilíbrio que assim se estabelece: os Estudos Culturais subalternizam a Literatura Comparada, como aliás subalternizam tendencialmente as restantes áreas disciplinares das Humanidades. As descontinuidades deste convívio post-mortem, as disrupções futuras, agravadas ainda, sem dúvida, por diversas outras potenciais zonas de divergência, terão aqui inevitavelmente a sua origem. 5 O caso da Alemanha será provavelmente o mais visível e ilustrativo destas mudanças, facto para o qual concorrem as já referidas transformações políticas ocorridas após 1989 e a consequente necessidade (ou oportunidade) de refundar as instituições académicas situadas a Leste; que estas mudanças têm lugar num clima de ‘crise’, e portanto de profunda reflexão, no quadro das Humanidades, mostramno p.ex. as publicações de Böhme e Mittelstrass, ambas significativamente de 1989; relativamente à especificidade desta reflexão sobre as Humanidades no contexto da Alemanha, veja-se Clara (2007). 9 VI Congresso Nacional Associação Portuguesa de Literatura Comparada / X Colóquio de Outono Comemorativo das Vanguardas – Universidade do Minho 2009/2010 Bibliografia BASSNETT, Susan (1993), Comparative Literature. 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