B O L E T I M NÚMERO DO DIA OFERECIMENTO US$ 2,3 bi TERÇA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2015 desembolsou, em 2014, a agência de talentos William Morris Endeavor para comprar a IMG EDIÇÃO • 355 Com alta de dólar, Rio fixa taxa de câmbio para ingressos POR PRISCILA BERTOZZI Em 2014, ano de eleições presidenciais e instabilidade política, o dólar subiu 12,78%, fechando o ano a R$ 2,65. A previsão de uma temporada difícil para a economia fez com que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro tomasse a decisão de oferecer em contrato a cada um dos revendedores de ingressos no exterior a opção de pagamento com dólar pré-fixado a R$ 2,35. Desde o início do ano, o dólar já acumula alta de cerca de 48%. A cotação atual ronda os R$ 4. “Não podíamos ficar expostos às variações de câmbio”, disse Donivan Ferreti, diretor de ingressos do Comitê Rio 2016, em entrevista à Máquina do Esporte. Quem optou pelo pagamento em reais, caso de Alemanha e Áustria, deixou de se beneficiar com a forte queda do valor da moeda brasileira em relação ao dólar. A CoSport, revendedora para Estados Unidos, Canadá, Austrália, Bulgária, Grã-Bretanha, Suécia, Noruega e Rússia, chegou a pedir a revisão do contrato, mas teve seu requerimento indeferido. “Por padrão, o contrato com os comitês prevê o pagamento dos ingressos em real, mas por solicitação do próprios Comitês, a forma de pagamento em dólar com câmbio fixo foi oferecida, podendo assim o próprio comitê selecionar a forma de pagamento desejada”, completou o executivo do Rio-2016. O comitê não faz os cálculos de quanto as Olimpíadas teriam perdido em faturamento com ingressos, terceira maior fonte de renda do evento, caso tivesse de enfrentar a desvalorização de quase 70% da moeda brasileira no exterior neste ano. Ferreti, contudo, apontou sem hesitar onde está a principal vantagem do câmbio fixo para o comitê. 1 “Como o Comitê Rio 2016 possui despesas em dólares, atrelou-se essas despesas às receitas dos comitês que optaram pelo pagamento em dólares, criando-se assim um hedge natural”, disse. A venda de ingressos compõe 16,2% das receitas dos Jogos do Rio de Janeiro, gerando cerca de R$ 7,4 bilhões aos cofres do Rio 2016. De toda a carga de bilhetes, 30% do total é para compradores do mercado estrangeiro. Interesse comercial não pode se sobrepor à ética no esporte POR PRISCILA BERTOZZI Repórter repórter da Máquina do Esporte O título da coluna parece retirado de qualquer índice de dez mandamentos básicos do esporte. Por mais óbvia que pareça, a cartilha para ser uma empresa crível no mundo esportivo ainda encontra resistência. A Gazprom, patrocinadora da Fifa, é um exemplo de que o afã por visibilidade, muitas vezes, supera o bom senso. A petrolífera russa é a única empresa a se manter em silêncio desde que a crise de corrupção começou a assolar a entidade que comanda o futebol, em 27 de maio. Nenhum posicionamento, nenhu- ma crítica. Em meio à chuva de notas oficiais no fim da semana passada pedindo a saída de Joseph Blatter, a Gazprom mais uma vez se calou e provou que seu vínculo com o futebol é tão raso, como ineficiente. A companhia de gás fundada em 1989 assinou com a Fifa há dois anos. O acordo, contudo, só começou a valer no início desta temporada e vigora até 2018, ano em que será realizada a Copa do Mundo na Rússia. A empresa também é patrocinadora da Liga dos Campeões da Europa, do Chelsea e do Zenit. ERRATA: Um erro de formatação da página fez com que a coluna de Adalberto Leister Filho da O volume de contratos no esporte afogado em corrupção pede uma ação mais contundente, uma relação mais visceral, uma postura menos condescendente e resignada. Se todo mundo se manifesta - contra, a favor ou em cima do muro -, a característica taciturna da empresa não é a mais inteligente. Com a ebulição do mercado, ainda que seja uma reação só para jogar para a torcida, o juízo de valor traz consequências para o futuro. Se para o bem ou para o mal, é só o tempo quem vai dizer. edição de ontem fosse erroneamente publicada. Abaixo está a coluna publicada de forma correta. Ultimato na Fifa mostra que revolução só pode vir de fora POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de da conteúdo da Máquina do Esporte Estima-se que o mercado do futebol movimente anualmente mais de R$ 500 bilhões no mundo. Esse número varia, dependendo da agência que o divulga. É ideia recorrente, porém, que o mundo da bola poderia girar e gerar mais ainda se a gestão fosse minimamente capacitada. Em seu livro “Soccernomics”, os britânicos Simon Kuper e Stefan Szymanski afirmam que todas as revoluções no esporte mais popular do mundo foram gestadas de fora para dentro. Nunca são pensadas por quem comanda o futebol. Coca-Cola e McDonald’s, em pronunciamentos provavelmente orquestrados, deram um passo ousado na última sexta-feira nesse sentido. Dois dos mais tradicionais patrocinadores da Fifa divulgaram um ultimato: querem Joseph Blatter, e tudo o que ele representa, fora da Fifa. Se a cartolada tinha dado ao suíço mais um voto de confiança com sua reeleição em maio, foi graças à pressão de patrocinadores que Blatter teve que voltar atrás e decidir abrir mão do posto em 2016 após ficar 18 anos na presidência da entidade. 2 A federação vive a mais séria crise de imagem da história desde que alguns de seus principais dirigentes foram presos na Suíça. Quem enterra verbas milionárias todos os anos nos gramados já percebeu isso. Não basta mais a bola na rede. Coca-Cola e McDonald’s querem retorno do investimento em imagem. E isso passa pela associação dessas marcas aos bons valores do esporte, fazendo com que o negócio cresça em credibilidade junto aos consumidores. Isso hoje só pode ser assegurado com a saída de Blatter. Após doping, Asafa Powell será novo embaixador da Puma POR ADALBERTO LEISTER FILHO Já tendo Usain Bolt como seu principal embaixador, a Puma resolveu investir no segundo nome mais midiático do atletismo jamaicano: o ex-recordista mundial dos 100 m Asafa Powell. Suspenso por 6 meses por doping no ano passado, Powell será um dos mais importantes embaixadores olímpicos da marca para os Jogos do Rio de Janeiro-2016. “É uma marca que estou familiarizado em minha trajetória e todo o seu compromisso de longa data com atletas jamaicanos é fundamental para construir e trabalhar em nossos recentes sucessos. A Puma entende a cultura, a história e o povo jamaicano e também o esporte que este país mais ama”, afirmou o corredor em comunicado. Powell tem como melhor tempo nos 100 m nesta temporada os 9s81 obtidos na Liga Diamante de Paris, em julho. Ele está em terceiro lugar no ranking da prova neste ano, atrás de Bolt e Justin Gatlin. “Termos Asafa como parte de nossa equipe é uma grande notícia. Ele terá grande valor para a Puma nos próximos anos”, disse Pascal Rolar, chefe de marketing esportivo de running da Puma. Powell é o atleta que mais vezes atingiu a marca sub-10 segundos nos 100 m na história. O jamaicano correu 93 vezes a distância abaixo dos 10 segundos. Como forma de comparação, Usain Bolt, recordista da distância, atingiu essa marca em 45 oportunidades. Asafa Powell se junta a alguns outros astros do atletismo mundial apoiados pela Puma, como a promessa Jenna Prandini, campeã dos 100 m na NCAA (campeonato universitário dos EUA), Michelle Jenneke, australiana dos 100 m com barreiras famosa pela dancinha antes das largadas, e Pierre-Ambroise Bosse, maior aposta francesa para os 800 m. NBA usa evento no Brasil para apresentar patrocínio A Tissot é a nova parceira no setor de relógios e cronômetros da NBA. A estreia do vínculo acontecerá na semana do Global Games, na segunda quinzena de outubro, em turnê de pré-temporada que inclui o Rio de Janeiro no confronto do Orlando Magic contra o Flamengo, dia 17. A empresa emitiu comunicado revelando que este é o contrato mais caro dos seus 126 anos de história. A duração foi anunciada como plurianual, sem definição de uma data de encerramento. “A Tissot está orgulhosa de poder colaborar com a NBA e formar um vínculo com jogadores e fãs. As emoções e o espírito que envolvem o esporte serão levadas a partir de agora aos nossos produtos”, disse François Thiébaud, presidente da relojoaria fundada na Suíça. Com o acordo, a marca obteve licença para produzir relógios, cronômetros e acessórios desse segmento todos os times da NBA, além de expor os produtos da liga americana de basquete em suas lojas espalhadas por todo o mundo. Em nota oficial, a Tissot anunciou que o compromisso se estende às transmissões globais da NBA, com a marca aparecendo nos relógios de jogo na TV, e revelou a criação de uma campanha publicitária para iniciar formalmente a parceria. 4 Agente de Medina cria agência com meta de ser nº1 do país POR ERICH BETING Em meio à febre do Brasil sede de Copa e Olimpíadas, diversas agências de marketing esportivo internacionais se instalaram por aqui e outras foram fundadas, reunindo famosos dos mercados publicitário e esportivo. Hoje, na realidade pós-Copa, o mercado esportivo tem apenas Octagon e IMM entre as megagências com atuação destacada no esporte. As duas ganharam um concorrente de peso, pelo menos na ambição e visão de mercado. Cesar Villares, ex-IMX e agente de Gabriel Medina, oficializou nesta semana a sociedade com Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do país e fundador da Ambev. Ao lado de Bruno Moura (Ex-Esporte Interativo), Fernanda Lobão (ex-Embratel e Sportv) e José Roberto Pacheco (ex-IMX) eles anunciaram a criação da Go4It. “A agência se baseia em três pilares: conteúdo, consultoria e tecnologia. É um momento excelente, com grandes oportunidades e com uma agência que já nasce com a receita dos atletas”, diz Villares. A grande aposta da empresa é na tecnologia, braço que será tocado por Marc Lemann. “Quando começamos a estruturar o modelo de negócios, vimos que as grandes agências têm um modelo mais tradicional. Com a tecnologia, vamos trabalhar a experiência para marcas e produtores de eventos”, crê Fernada Lobão, diretora de planejamento. A Go4It deverá promover ações para acelerar startups de esporte. O braço de conteúdo terá Villares como responsável. Além de agenciar atletas (Felipe Nasr, da F-1, e o zagueiro Thiago Silva, do PSG, são outros clientes), a agência pretende ter eventos próprios. “A gente nasce para ser uma empresa brasileira global de marketing esportivo. Já temos os atletas que são globais”, diz Villares, que desde que começou a trabalhar na IMX já pretendia montar uma agência própria. O modelo é baseado na IMG, que nasceu como agente de atletas e hoje é a maior agência de marketing esportivo global. A Go4It tenta antes ganhar o Brasil. Claro se antecipa e renova aporte ao Rio Open A Claro renovou seu vínculo com o Rio Open e será patrocinadora máster do torneio pelo terceiro ano consecutivo. Assim como na edição passada, a operadora apresentará o nome do evento, a ser realizado entre 15 e 21 de fevereiro de 2016. O anúncio mostra a preocupação da empresa em se posicionar no mercado de tênis. Desde o início do ano, a Claro rivaliza com a Vivo, que patrocina o espanhol Rafael Nadal, na modalidade. “A Claro acredita que o esporte, assim como os serviços prestados pela empresa, tem o poder de conectar e unir as pessoas e por isso tem intensificado seus investimentos em patrocínios ligados ao esporte”, disse Carlos Zenteno, CEO da Claro. 5