Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Superior de Engenharia Projecto de Instalações Mecânicas para um Edifício com Lar de Idosos e Creche Maurício Teixeira Trabalho de Projecto para obtenção do Grau de Mestre em Equipamentos e Sistemas Mecânicos COIMBRA 2011 Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Superior de Engenharia Projecto de Instalações Mecânicas para um Edifício com Lar de Idosos e Creche Orientador: Eng.º Pedro António Q. F. Miraldo Professor Adjunto, ISEC Maurício Teixeira Trabalho de Projecto para obtenção do Grau de Mestre em Equipamentos e Sistemas Mecânicos COIMBRA 2011 Queria aproveitar este espaço para prestar os meus agradecimentos a seis pessoas em especial, que de forma directa ou indirecta foram fundamentais para a evolução do presente trabalho, pois sem eles, provavelmente não haveria trabalho onde escrever esta dedicatória. Em primeiro lugar queria agradecer à minha mãe, Dr.ª Teresa Teixeira (Doutoramento Honoris Causa na educação do seu filho) por todo o apoio e dedicação prestado não só ao longo do Mestrado, mas ao longo de todo o meu percurso de vida; seguese o Eng.º Filipe Marques, colega de curso que se disponibilizou a dar uma resposta e ajuda a dúvidas que surgiram na elaboração do projecto; ao Eng.º Pedro Miraldo pela disponibilidade prestada para a orientação do projecto e correcção de alguns despautérios que fiz; ao meu grande amigo Marco Bucete, pelos incentivos quase diários para não desistir; à mãe da minha filha, Anabela Cruz pelo trabalho que teve para eu poder ter tempo para finalizar o trabalho; e por último, mas não menos importante, à futura Dr.ª Susana Barroso pelas orientações de carácter pessoal que revelaram de extrema importância, que se encontra a terminar a Mestrado em Psicologia no ISPA, e que pelo excelente “trabalho” que fez comigo, não tenho duvidas que vai ser uma profissional. A todos, os meus sinceros agradecimentos. Acrescento ainda, um cantinho muito especial, à parte, para dedicar este trabalho à minha filha, Beatriz Carolina, que nasceu no dia 3 de Dezembro de 2011 às 0h14m, tendo sido esta, a minha maior motivação para finalizar o trabalho. i Resumo Pretende-se definir e dimensionar as soluções, equipamentos, materiais e trabalhos incluídos nas instalações de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado), de modo a dotar o edifício de instalações que garantam adequadas condições de conforto para os utilizadores, controlando as temperaturas interiores em cada espaço e os requisitos da qualidade do ar interior (QAI) de acordo com o nº 2 do artigo 4º e o artigo 29º do Dec.-Lei nº 79/2006. Palavras chave: Conforto, Eficiência, Racionalização, Consumo. iii Abstract It is intended to define and project solutions, equipment, materials and works included in the facilities HVAC (Heating, Ventilating, and Air Conditioning) in order to provide the building of installations to ensure the adequate comfort conditions for users, controlling indoor temperatures in each space and the requirements indoor air quality (IAQ) in accordance with paragraph nº2 of Article 4 and Article 29 of Decree-Law No. 79/2006. Keywords: Comfort, Efficiency, Rationalization, Consumption. v Índice Lista de Tabelas xi Nomenclatura xiii Introdução 15 Objectivos 17 I – AVAC 1 Memória Descritiva e Justificativa 21 1.1 Introdução 21 1.2 Objectivos 22 1.3 Caracterização Geral do Edifício 22 1.4 Zoneamento Climático 23 1.5 Descrição das Soluções e Sistemas Preconizados 23 1.5.1 Produção de Água Aquecida/Refrigerada 1.5.2 Produção de Água Quente Sanitária 1.5.3 Redes Hidráulicas de Distribuição 1.5.4 Redes de Circulação de Ar 1.5.5 Unidades de Climatização Ambiente 1.5.6 Ventilação 1.5.7 Climatização 1.6 Protecção Contra Incêndios 23 25 27 28 28 28 29 30 1.7 Sistema de Comando e Controlo 31 1.8 Parâmetros e Métodos de Cálculo 34 1.9 Instalações Eléctricas 35 1.10 Construção Civil 35 1.11 Disposições Finais 35 2 Condições Técnicas Especiais 38 2.1 Introdução 38 2.2 Produção de Energia Térmica 38 2.2.1 Bomba de Calor Geotérmica 2.2.2 Fonte Geotérmica 38 39 vii 2.2.3 Depósitos de Inércia 2.3 Electrobombas 39 40 2.4 Redes Hidráulicas 41 2.4.1 Tubagem em PVC 2.4.2 Tubagem Multicamada 2.4.3 Tubagem em Cobre 2.4.4 Circuito de Distribuição de Água Aquecida e Refrigerada 2.4.5 Acessórios de Tubagem 2.4.6 Pontos de Apoio 2.4.7 Equipamento Acessório 2.4.8 Colector de Distribuição 2.4.9 Tratamento de Água de Enchimento e Compensação 2.5 Tratamento de Ar 41 42 42 42 43 44 44 49 49 50 2.5.1 Unidades de Tratamento de Ar Novo 2.5.2 Ventiloconvectores 2.5.3 Ventiladores Centrífugos com Caixa 2.5.4 Condutas 2.6 Isolamento Térmico 50 53 54 55 61 2.7 Sistema Solar Térmico 62 2.7.1 Colectores 2.7.2 Módulo Hidráulico 2.7.3 Controlador Solar 2.7.4 Depósito de Acumulação de AQS 2.8 Protecção Contra Incêndios 63 64 64 65 65 2.8.1 Atravessamento de Paredes e Lages 2.8.2 Central de Comando e Monitorização de RCF 2.8.3 Registos Corta-fogo 2.9 Sistema de Comando e Controlo 65 65 66 67 2.9.1 Equipamento de Campo 2.9.2 Mapa de Pontos 2.10 Instalações Eléctricas 67 69 74 2.10.1 Generalidades 2.10.2 Quadros Eléctricos 2.10.3 Caminhos de Cabos 2.11 Diversos 74 74 76 76 2.11.1 Trabalhos Diversos 2.11.2 Funcionamento Eficiente da Instalação viii 76 76 2.11.3 Construção Civil 2.11.4 Equipamentos Instalados 2.11.5 Ensaios de Recepção 2.11.6 Plano de Manutenção Preventiva 2.11.7 Esquemas Definitivos e Instruções de Funcionamento 2.11.8 Garantias 77 77 77 79 80 80 3 Mapa de Quantidades 83 4 Peças Desenhadas 85 II - RSECE 1 Descrição Sumária do Edifício 87 1.1 Caracterização Geral do Edifício 87 1.2 Implantação 87 2 Parâmetros de Cálculo 88 2.1 Zoneamento Climático 88 2.2 Caracterização das FA 88 2.3 Caracterização da Envolvente do Edifício 88 2.3.1 Paredes Exteriores 2.3.2 Pontes Térmicas Planas em Paredes Exteriores (pilares e vigas) 2.3.3 Paredes Interiores 2.3.4 Pavimentos Interiores 2.3.5 Cobertura Exterior 2.3.6 Vãos Envidraçados Exteriores 2.3.7 Inércia Térmica 2.3.8 Sombreamentos do Edifício 2.4 Cargas Internas 89 89 90 91 91 92 93 93 93 2.5 Renovação de Ar 93 2.6 Outros Consumos Energéticos de Equipamento AVAC 94 2.7 Consumos Energéticos de Outros Equipamento 94 3 Verificação Regulamentar 96 3.1 Simulação Dinâmica 96 3.1.1 Cargas Térmicas 3.2 Cálculo do IEE de Referência 96 98 3.3 Cálculo do IEE Nominal 98 ix 3.3.1 Lar de Idosos 3.3.2 Creche 3.4 Resultado da Verificação Energética 101 103 104 3.5 Medidas de Melhoria 105 Anexo I – Fichas Técnicas 107 Anexo II – Dimensionamento de Ventiladores e Bombas Circuladoras 109 Anexo III – Consumos de Energia 111 Anexo IV – Cargas Térmicas 113 Anexo VI – Solterm 115 Anexo VII – Caudais de Ar 117 Anexo VIII – Check List – QAI e Energia 119 Anexo IX – Medidas de Melhoria 121 Referências 123 x Lista de Tabelas Tabela 1 - Zoneamento climático ______________________________________________ 23 Tabela 2 - Condições interiores para cálculo _____________________________________ 34 Tabela 3 - Condições exteriores para cálculo _____________________________________ 34 Tabela 4 – Tabela de selecção de bombas circuladoras _____________________________ 41 Tabela 5 - Diâmetros e espessuras de tubos de cobre_______________________________ 42 Tabela 6 - Tabela do coeficiente “e”, com a variação da temperatura, relativamente à temperatura de 4ºC (ρ=1000 kg/m3) ____________________________________________ 48 Tabela 7 - Características das UTAN's __________________________________________ 53 Tabela 8 – Mapa de ventiloconvectores _________________________________________ 54 Tabela 9 – Parâmetros de dimensionamento dos ventiladores de extracção _____________ 55 Tabela 10 – Espessura da chapa, condutas rectangulares____________________________ 57 Tabela 11 – Portas de visita para condutas circulares, dimensões mínimas______________ 60 Tabela 12 - Portas de visita para condutas rectangulares, dimensões mínimas ___________ 60 Tabela 13 – Espessura dos isolamentos _________________________________________ 62 Tabela 14 – Mapa de pontos __________________________________________________ 69 Tabela 15 – Limites admissíveis na envolvente ___________________________________ 89 Tabela 16 - Paredes da envolvente exterior ______________________________________ 89 Tabela 17 – Pontes térmicas planas em paredes exteriores __________________________ 89 Tabela 18 - Paredes de separação entre zonas ____________________________________ 90 Tabela 19 - Paredes de separação das câmaras frigoríficas __________________________ 90 Tabela 20 - Paredes de separação entre a sala de refeições e sala de estar ______________ 90 Tabela 21 - Parede das escadas e elevador _______________________________________ 91 Tabela 22 - Pavimentos dos pisos intermédios____________________________________ 91 Tabela 23 - Cobertura invertida _______________________________________________ 91 Tabela 24 - Vãos envidraçados da Creche _______________________________________ 92 Tabela 25 - Vãos envidraçados do Lar de Idosos __________________________________ 92 Tabela 26 - Vãos envidraçados horizontais ______________________________________ 92 Tabela 27 – Tabela de consumos dos equipamentos _______________________________ 94 Tabela 28 - Consumos do elevador 1 ___________________________________________ 95 xi Tabela 29 - Consumos do elevador 2 ___________________________________________ 95 Tabela 30 – IEE da cozinha do lar ____________________________________________ 101 Tabela 31 - IEE da lavandaria do lar __________________________________________ 101 Tabela 32 - IEE do lar _____________________________________________________ 102 Tabela 33 - IEE da cozinha da creche _________________________________________ 103 Tabela 34 - IEE da creche __________________________________________________ 103 Tabela 35 – IEE do edifício _________________________________________________ 104 Tabela 36- Energia a retirar para subir de classe _________________________________ 104 xii Nomenclatura Abreviaturas AC – Corrente Alternada; AQS – Águas Quentes Sanitárias; AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado; CDI – Central de Detecção de Incêndio; DC – Corrente Contínua; DL – Decreto-Lei; FA – Fracção Autónoma; GTC – Gestão Técnica Centralizada; IEE – Indicador de Eficiência Energética; IP – Índice de Protecção; MNEL – Materiais não ecologicamente limpos; PMP – Plano de Manutenção Preventiva; QAI – Qualidade do Ar Interior; QE – Quadro Eléctrico; RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios; RCF – Registos Corta-Fogo; RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios; RTIEBT – Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão; S – Consumo Específico; SCE – Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios; TRF – Técnico Responsável pelo Funcionamento; UTAN – Unidade de Tratamento de Ar Novo; VC – Ventiloconvector; Letras e símbolos A – Ampere [A] R – Resistência térmica [m2.ºC/W] xiii U – Coeficiente de transmissão térmica [W/m2.ºC] V – Volt [V] Caracteres gregos Condutibilidade térmica [W/m.ºC] Massa volúmica [kg/m3] xiv Introdução Este trabalho tem como objectivo projectar as instalações de AVAC do futuro Lar de Idosos e Creche e verificar a sua conformidade regulamentar em relação ao RSECE, foi realizado no âmbito da disciplina de Projecto, inserida no 2º ano do plano curricular do Mestrado em Sistemas e Equipamentos Mecânicos, área de especialização em Projecto, Instalação e Manutenção de Sistemas Térmicos do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Com este projecto pretende-se definir/dimensionar as soluções, equipamentos, materiais e trabalhos incluídos nas instalações de AVAC, de modo a dotar o edifício de instalações que garantam adequadas condições de conforto, controlando as temperaturas interiores em cada espaço e os requisitos da qualidade do ar interior (QAI) de acordo com o nº 2 do artigo 4º e o artigo 29º do DL 79/2006. Este relatório divide-se em duas partes, a primeira parte, o projecto AVAC, onde fazem parte integrante a memória descritiva e justificativa, as condições técnicas especiais, o mapa de medições; e por último, as peças desenhadas; a segunda parte refere-se ao projecto de RSECE, da qual fazem parte a descrição sumário do edifício, os parâmetros de cálculo, a verificação regulamentar soluções construtivas e peças desenhadas Cada uma das partes vai ser desenvolvida neste trabalho numa secção independente com vários capítulos distintos. Sendo este um edifício de serviços com uma área superior a 1000 m2 e com sistemas de climatização cuja potência térmica a instalar é superior a 25 kW, o mesmo deverá cumprir as exigências regulamentares estabelecidas no DL 78/2006, SCE – Sistema de Certificação Energética e Qualidade de Ar Interior; DL 79/2006, RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios. A construção do edifício, respectivos acabamentos e mobiliário, serão executados utilizando materiais ecologicamente limpos, certificados por laboratórios reconhecidos, de modo a que as concentrações máximas de poluentes no interior do edifício não ultrapassam os valores definidos no anexo VII do RSECE. Assim, de acordo com o nº 3 do artigo 29º, não foi prevista a possibilidade de funcionamento dos sistemas com um aumento de 50% do caudal nos sistemas de renovação de ar. 15 As soluções apresentadas tiveram em conta as condicionantes físicas do edifício e a flexibilidade de gestão pretendida no funcionamento, havendo várias zonas independentes cujos sistemas de climatização e renovação de ar poderão ser desligados sem afectar as zonas em utilização. 16 Objectivos O principal objectivo do presente projecto, centra-se na determinação dos consumos de energia regulamentares, classificação energética do edifício, no dimensionamento das potências térmicas, dimensionamento de caudais de ar, de modo a obter os padrões de QAI definidos na legislação vigente e dimensionamento das capacidades higrométricas necessárias, sempre que os espaços em questão assim o justifiquem. Outro dos objectivos assenta no dimensionamento das redes condutoras de fluidos e na definição dos seus traçados a implementar em obra, de acordo com as condicionantes estruturais e arquitectónicas, próprias do edifício. Definir meios de controlo eficazes, de forma a garantir um melhor funcionamento da globalidade do sistema a instalar, tendo em vista a racionalização dos consumos de energia. Foi tido em conta ainda, os níveis de emissão de ruído, tanto interiores como exteriores de forma a serem garantidas as melhores condições para os utilizadores do edifício, acautelando o eventual prejuízo do bem-estar para terceiros. 17 I – AVAC Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1 Memória Descritiva e Justificativa 1.1 Introdução Refere-se a presente Memória Descritiva e Justificativa ao Projecto de Execução das Instalações e Equipamentos Mecânicos de AVAC para um edifício destinado a Lar de Idosos e Creche, requerido pela Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e cuja obra será realizada em Miranda do Corvo no concelho Coimbra. Pretende-se que os sistemas de AVAC projectados para o edifício tenham uma qualidade elevada, e assegurem que as exigências de conforto térmico e de ventilação para garantia de qualidade do ar no interior do edifício sejam cumpridas, resultando num edifício energeticamente eficiente com elevados níveis de conforto e baixas necessidades de manutenção. De referir ainda que, para a concepção do presente projecto, foram tidas em elevada consideração as relações de qualidade/preço/manutenção da solução apresentada, no entanto, esta preocupação não deverá ter carácter limitativo, sob o risco de dispersar o objectivo primordial de dotar o edifício de uma instalação apta a satisfazer as suas necessidades e as dos seus utilizadores. Com a entrada em vigor do RSECE e com a implementação do SCE, o projecto, a execução e a manutenção dos sistemas de climatização passou a ter condicionantes e requisitos importantes que se pretendem ver cumpridos integralmente neste edifício. O executante das instalações de climatização terá obrigatoriamente que cumprir o disposto nestes regulamentos e será responsável pelo cumprimento de todos os requisitos que se referem à execução da instalação e à sua manutenção durante o período de garantia. Terá ainda de possuir técnicos com a formação adequada e exigida legalmente para as instalações abrangidas por esta empreitada. O edifício, no final da obra deverá ser certificado pelo SCE, pretendendo-se obter uma classificação energética, de nível elevado, pelo que deverão ser efectuados todos os esforços no sentido de optimizar o funcionamento dos sistemas e minimizar quaisquer perdas de energia, através da execução cuidada da instalação e na montagem dos seus equipamentos. 21 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche O Projecto deverá ser sempre interpretado na globalidade do conjunto composto pela Memória Descritiva e Justificativa, Condições Técnicas Especiais, Peças Desenhadas e Mapa de Medições. 1.2 Objectivos O principal objectivo do presente projecto, centra-se no estudo dos sistemas de climatização, que inclui as potências térmicas e caudais de ar, de modo a obter os padrões de Qualidade do Ar Interior definidos na legislação vigente e dimensionamento das capacidades higrométricas necessárias, sempre que os espaços em questão assim o justifiquem. Outros dos objectivos assenta no dimensionamento das redes condutoras de fluidos e na definição dos seus traçados a implementar em obra, de acordo com as condicionantes estruturais e arquitectónicas, próprias do edifício. Definir meios de controlo eficazes, de forma a garantir um melhor funcionamento da globalidade do sistema a instalar, tendo em vista a racionalização dos consumos de energia. 1.3 Caracterização Geral do Edifício O edifício em estudo é composto por duas fracções autónomas que se desenvolvem por quatro pisos identificados como piso -1, piso 0, piso 1 e piso 2. A primeira fracção situa-se no piso -1 e trata-se de uma creche que é constituída por uma zona administrativa, uma zona destinada ao ensino pré-escolar, refeitório e outros espaços necessários neste tipo de edifícios, tais como cozinha, instalações sanitárias e sala de refeições. Os restantes três pisos são inteiramente destinados ao funcionamento de segunda fracção, um lar de idosos. O piso 0 é constituído essencialmente por zonas comuns e de serviços, tais como, a sala de estar, sala de refeições, cozinha, etc. É também neste nível que se encontra a cozinha, a lavandaria, gabinetes de saúde, entre outros espaços necessários neste tipo de edifício. Nos pisos 1 e 2 encontram-se localizadas as zonas de repouso, como por exemplo, os quartos (simples e duplos) e as salas de estar. A zona envolvente é composta por um jardim inerente ao edifício para utilização dos utentes e alguns lugares de estacionamento. O edifício está ainda dotado de dois elevadores e lances de escada para se efectuar a transição entre pisos. As tipologias e as necessidades funcionais dos diferentes locais referidos serão determinantes para o desenvolvimento das soluções propostas. 22 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1.4 Zoneamento Climático De acordo com as indicações do Quadro III.1 do Anexo III do Decreto-Lei n.º 80/2006 (Regulamento de Características de Comportamento Térmico em Edifícios), as zonas climáticas e dados climáticos de referência para o concelho de Miranda do Corvo são: Tabela 1 - Zoneamento climático Zona climática de Inverno I2 Número de graus-dia (GD) 1780 Duração da estação de aquecimento (meses) 6 Zona climática de Verão V2 - NORTE 33 Temperatura exterior de projecto (ºC) Amplitude térmica diária (ºC) 14 1.5 Descrição das Soluções e Sistemas Preconizados É previsto, para a generalidade do edifício a implementação de um sistema de ventilação com o recurso a Unidades de Tratamento de Ar com 100% ar novo para introdução do caudal de ar novo regulamentar nos respectivos espaços. A solução de climatização terminal a implementar recorre a ventiloconvectores de tecto falso com ligação a condutas. No que diz respeito à produção de água quente sanitária, esta será feita com recurso a um sistema do tipo bomba de calor geotérmica. Assim, as instalações consideradas no presente projecto poder-se-ão dividir em: Produção e distribuição de água aquecida ou refrigerada. Sistema de produção de AQS. Redes hidráulicas de distribuição. Redes de circulação de ar. Unidades de climatização ambiente. Ventilação. 1.5.1 Produção de Água Aquecida/Refrigerada Como referido anteriormente, a produção de água aquecida ou refrigerada para a climatização dos espaços será obtida com recurso a uma Bomba de Calor Geotérmica. A opção por este equipamento visa a implementação de sistemas/equipamentos, para aquecimento e arrefecimento ambiente do edifício em análise, com maior eficiência 23 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche energética quando comparados com os sistemas tradicionais de combustíveis fosseis e/ou de condensação a ar. O equipamento de produção de energia térmica proposto baseia-se no aproveitamento energético disponível no solo. O solo constitui uma óptima reserva energética que se conserva de forma permanente ao longo do ano. O calor acumulado no subsolo é passível de ser aproveitado em qualquer local onde nos encontremos. Estudos recentes apontam para que, entre os 15 e os 80 m de profundidade, a temperatura se mantém constante à volta dos 15 ºC. As bombas de calor geotérmicas fazem trocas de calor com o subsolo, tirando partido da temperatura aproximadamente constante a que ele se encontra. No Inverno é energeticamente mais eficiente conseguir a temperatura confortável de 20ºC, partindo dos 15ºC do subsolo, do que partindo da temperatura a que está o ar, muitas vezes inferior a 10ºC. No Verão, estes equipamentos funcionam como refrigeradores, podendo-se tirar partido do facto de haver muito maior eficiência energética em manter os confortáveis 25ºC partindo dos 15ºC do subsolo, do que partindo dos 30ºC ou mais, a que se encontra o ar. Para além de um recurso renovável e menos poluente, a energia geotérmica apresenta diversas vantagens relativamente a outras fontes de energia renováveis e tradicionais, visto não sofrer, nomeadamente da intermitência e inconstância de factores meteorológicos que condicionam, por exemplo, a energia eólica, solar térmica e fotovoltaica ou hídrica. Estudos e aplicações recentes, apontam para um potencial de consumo para manter uma instalação com bombas de calor geotérmicas a funcionar com apenas 40% de energia quando em comparação com os sistemas tradicionais, sendo a restante energia, 60%, “oferta” da crosta terrestre. O sistema preconizado pressupõem então a instalação de duas bombas de calor geotérmicas (uma para cada fracção), com sistemas de captação vertical, recuperação de calor através de um segundo condensador possibilitando desta forma a produção de água quente e de água fria em simultâneo. De referir que a água fria produzida será, em termos energéticos, praticamente gratuita, aproveitando para tal, a energia despendida na produção de água quente. Em complemento às bombas de calor geotérmicas serão instalados depósitos de acumulação de água aquecida e água refrigerada. Estes irão funcionar como acumuladores de inércia térmica permitindo a acumulação durante o período nocturno, uma vez que o custo da energia eléctrica é mais baixo nas horas de vazio, assim, não será necessário o recurso ao funcionamento das bombas de calor geotérmicas durante todo o dia, ficando a instalação a 24 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche funcionar apenas com a energia acumulada nos depósitos de inércia até ser necessário entrar em funcionamento a bomba de calor geotérmica. Uma outra característica da solução proposta consiste na modulação da velocidade da bomba circuladora do sistema de geotermia através de um sistema de controlo de pressão de condensação, optimizando o funcionamento quando existir a necessidade de funcionamento a carga parcial. Em complemento do anteriormente descrito, nos circuitos hidráulicos de distribuição serão instalados grupos de circulação que farão a modulação da sua velocidade em função das necessidades instantâneas da instalação, permitindo a optimização dos desperdícios energéticos comparativamente com instalações sem esta capacidade. 1.5.2 Produção de Água Quente Sanitária A produção de água quente sanitária será feita com recurso ao conjunto formado por um sistema solar complementado por depósitos de acumulação, através dos quais a água de consumo circula, conforme se faz representar no esquema de principio da instalação, O sistema solar térmico tem como objectivo a produção e fornecimento de AQS, captando a energia solar e transferindo-a para a água de consumo. Desta forma assegura-se uma economia na utilização dos sistemas tradicionais de produção de AQS, reduzindo a factura energética inerente às fontes de energia convencionais e a dependência das flutuações do preço dos combustíveis fosseis. A captação de energia solar é realizada por intermédio de colectores solares planos instalados num local com exposição solar adequada conforme peças desenhadas. A energia é transferida para o fluido solar, que deverá conter as proporções de anticongelante (glicol) de acordo com as temperaturas mínimas registadas no local onde serão instalados, de modo a proteger convenientemente a instalação hidráulica. Deverão ser contemplados os correspondentes grupo de circulação e de segurança e demais acessórios para o seu correcto funcionamento, assegurando desta forma o bom funcionamento da instalação. O caudal em circulação deverá ser devidamente ajustado de forma a assegurar um rendimento adequado da instalação, em função no número de colectores solares instalados. O controlo deverá fazer uma medição diferencial dos pontos de maior temperatura do circuito (na saída dos colectores) e de menor temperatura (no depósito de acumulação), 25 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche actuando a bomba de circulação somente quando a energia solar disponível assim o justifique, optimizando o rendimento da instalação. Lar de Idosos De modo a determinar as necessidades de AQS para o lar de idosos, foram considerados 40 litros de água quente a 60ºC por dia e por pessoa. Assim, e tendo em conta a ocupação prevista de 63 ocupantes, estima-se um consumo de cerca de 2500 litros diários. Foram considerados ainda mais cerca de 20% uma vez que nem toda a água do depósito se encontra a 60ºC, e assim, o volume de acumulação de AQS será de 3000 litros. Para o aquecimento da água, foi previsto um grupo de 15 colectores solares do tipo plano horizontal selectivo, com um total de 38,3 m2 de área útil, que cedem energia à água do depósito de acumulação, apoiados pela bomba de calor geotérmica. Creche Relativamente à Creche, estimou-se um consumo de cerca de 400 litros diários uma vez que não estão previstos banhos. Assim, o volume de acumulação de AQS será de 500 litros. Para o aquecimento do depósito, foi previsto um grupo de 3 colectores do tipo plano horizontal selectivo, com um total de 7,7 m2 de área útil, apoiados pela bomba de calor geotérmica. Resultados De acordo com o relatório energético para ambas as fracções, obtido pelo software do INETI, que se encontra no Anexo - Solterm, obteve-se uma produção de energia de 2452 kWh por ano para a Creche e de 31922 kWh para o Lar de Idosos. Para a energia solar contribuir para a produção de AQS será necessário prever um depósito de acumulação onde a energia proveniente do campo de colectores será dissipada. Assim, para a creche, o depósito de acumulação deverá ter a capacidade para 500 litros de água e para o lar de idosos 3000 litros de água. O apoio à produção de AQS, quando a energia solar não estiver disponível ou for insuficiente, será efectuado por intermédio do circuito de alta temperatura da Bomba de Calor Geotérmica com uma potência de 7 kW para a creche e de aproximadamente 44 kW para o lar de idosos, conforme se faz representar no esquema de princípio da instalação. No depósito, a água quente sanitária deverá ser acumulada a 60ºC (para tratamento anti-Legionella) e misturada com água fria da rede para consumo a 45ºC pela unidade de regulação. Deverá ser previsto, pelo menos uma vez por dia, que toda a tubagem de 26 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche distribuição de água quente sanitária seja sujeita a um choque térmico com água quente a uma temperatura não inferior a 60ºC. Pressupostos Localidade: Miranda do Corvo Tipologia: Estabelecimento de Ensino Consumo Diário de AQS (Creche): 400 l/dia Consumo Diário de AQS (Lar de Idosos): 2500 l/dia T.ª da água acumulada no Depósito de acumulação: 60ºC T.ª da água de consumo: 45ºC Dados Climáticos (SOLTERM 5): Miranda do Corvo Orientação dos colectores: SUL (Azimute: 0º) Inclinação dos colectores: 35º Tipo de Superfície: Cobertura Plana 1.5.3 Redes Hidráulicas de Distribuição A distribuição de água aquecida ou refrigerada será assegurada por circuitos a dois tubos para as UTAN’s e ventiloconvectores, não permitindo este sistema a produção de água aquecida/refrigerada em simultâneo. No interior do edifício os circuitos hidráulicos ficarão ocultos em tectos falsos, sendo que em situações pontuais poderão ficar embebidos nas paredes ou lajes. Nos troços dos circuitos hidráulicos montados à intempérie, em valas técnicas ou à vista em qualquer outro ponto da rede quando se justifique, o isolamento terá revestimento de protecção mecânica, incluindo os acessórios e dispositivos de corte, comando e controlo, todos termicamente isolados. Nos pontos altos dos circuitos serão montados purgadores de ar automáticos convenientemente localizados para evitar a formação de bolsas de ar que impeçam a circulação da água. As redes de tubagem dos circuitos primários e secundários foram dimensionados para um diferencial de temperatura de 5ºC (45º - 40ºC), para a estação de aquecimento e de 5 ºC (12º - 7ºC) para a estação de arrefecimento. Foi considerada uma perda de carga linear de 20 mm.c.a./m. Ambos os circuitos, primário e secundário serão executados em multicamada, e o seu desenvolvimento será conforme representado nas peças desenhadas. Estas tubagens serão envolvidas em toda a sua extensão com isolamento térmico adequado, constituído por mangas de espuma de polietileno com barreira de vapor no caso dos circuitos de água refrigerada. Os acessórios das tubagens (curvas, derivações, ...) e 27 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche dispositivos de corte, comando e controlo inseridos nos circuitos hidráulicos (válvulas, filtros, etc.) serão isolados com o mesmo tipo de material empregue para o isolamento das tubagens. 1.5.4 Redes de Circulação de Ar As redes de condução de ar, de insuflação, foram dimensionadas para velocidades máximas de 4,7 m/s nos troços principais e 3 m/s nas derivações. Relativamente as redes de condução de ar de retorno e de extracção das zonas “sujas”, estas foram dimensionadas para velocidades máximas de 7 m/s nos troços principais e 3 a 3,5 m/s nas derivações. Serão executadas em chapa de aço galvanizada e terão o desenvolvimento como representado nas peças desenhadas. 1.5.5 Unidades de Climatização Ambiente São previstos como unidades de climatização localizados, os ventiloconvectores. O recurso à utilização destes equipamentos prende-se com o facto de a renovação do ar nos diversos locais induzida pelas UTAN’s não ser suficiente para remover as cargas térmicas. Os ventiloconvectores deverão ser próprios para montagem oculta em tecto falso e para ligação a condutas. Deverão ser colocados especiais cuidados nas linhas de condensados dos ventiloconvectores não devendo estas ter uma inclinação inferior a 1,5%, sendo que se necessário se deve recorrer à instalação de bombas de condensados. O escoamento deverá ser efectuado através da rede de água pluviais, não sendo permitida a ligação à rede de esgotos. Deverá também ser tida em consideração a selecção de equipamentos que não os tomados como referência no presente projecto no que diz respeito às dimensões dos tectos falsos. 1.5.6 Ventilação Dada a tipologia de edifício, de ocupantes e dos variados tipos de actividade dos diferentes locais existentes, verifica-se a necessidade de manutenção de requisitos de conforto térmico de qualidade do ar interior. A salubridade do ar nos diversos locais será garantida por ventiladores de insuflação e de extracção, filtragens e ainda jogo de pressões e caudais de ar. Para garantia da qualidade do ar e a não proliferação de odores, os locais considerados de “sujos” estarão em depressão em relação aos restantes. 28 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Assim, prevêem-se sistemas de ventilação para as instalações sanitárias diversas, arrumos, cozinha e lavandaria. Consideradas como potenciais zona de produção de odores, estes locais estarão em depressão em relação aos locais contíguos. Desta forma foram previstos ventiladores de extracção do tipo centrífugo, accionados por motores eléctricos de transmissão por correias ou de acoplamento directo, montados em caixa insonorizada ou, em alguns casos ventiladores “in-line”. Os ventiladores serão, quando for o caso, montados nas coberturas do edifício sobre maciços e assentes em apoios anti-vibráteis para reduzir ao mínimo a transmissão de vibrações. Todas as redes de condutas ficarão ocultas em tectos falsos. Para cálculo dos caudais a extrair considerou-se uma taxa de renovação na ordem das 10 RPH. São também previstas grelhas de porta para compensação dos caudais de extracção alimentando desta forma a depressão preconizada para estes locais. 1.5.7 Climatização Face aos cálculos efectuados e às tipologias dos locais existentes verifica-se a necessidade de manutenção de requisitos de qualidade do ar interior e das condições de conforto térmico (arrefecimento e aquecimento ambiente) nos espaços de permanência de pessoas, dentro dos parâmetros de conforto pretendidos e mais adiante definidos. Desta forma prevê-se um sistema de tratamento de ar com o recurso a Unidades de Tratamento de Ar 100% ar novo que, ao mesmo tempo que promove a introdução de ar novo efectua as eventuais correcções térmicas em função dos valores de temperatura e humidade pretendidos Nas situações em que não é possível assegurar a manutenção das condições de conforto térmico somente com a renovação do ar ou introdução de ar novo é proposto um sistema de aquecimento ou climatização ambiente local com o recurso a ventiloconvectores. Unidades de Tratamento de Ar Novo São previstas Unidades de Tratamento de Ar Novo para insuflação de ar novo em conformidade com a actual legislação. Estes sistemas estão afectos a todo o edifício. Estas unidades serão próprias para montagem no exterior e a sua instalação será feita sobre maciços conforme se especifica nas peças desenhadas. Estas unidades promoverão a captação de ar novo e nas situações adiante identificadas também o retorno do ar viciado do interior do edifício com recuperação de calor. Terão ainda como função filtrar o ar insuflado e efectuar as necessárias correcções térmicas em função dos parâmetros pretendidos. 29 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche A rejeição do ar extraído é efectuada em sentido oposto à captação, a mais de 5 ou 20 m de distância da admissão de ar novo, conforme seja ar de retorno de limpos ou de sujos, respectivamente, conforme representado nas peças desenhadas. Quer o ar novo tratado a ser insuflado quer o ar de retorno, serão conduzidos por uma rede de condutas devidamente isoladas com manta lã de rocha revestida a papel de alumínio e ainda revestida a chapa quando à vista ou no exterior. As condutas dos sistemas de extracção de ar viciado não terão qualquer tipo de isolamento. Estas prescrições são extensíveis a todos os acessórios das redes, tais como, os plenos de ligação das grelhas ou difusores às condutas. A ligação das redes de condutas aos plenos dos difusores ou grelhas será executada em conduta flexível isolada com um comprimento máximo de um metro. Definiu-se, na generalidade um sistema a volume constante que corresponde aos caudais mínimos de ar novo, sendo o ar insuflado por intermédio de difusores ou grelhas conforme representado nas peças desenhadas. A captação do ar de retorno será efectuada por intermédio de grelhas. Com vista a diminuir os custos operacionais de energia da instalação, analogamente ao que já foi referido, e para a dar cumprimento ao Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios, é previsto a instalação de recuperadores de calor de placas com fluxos cruzados nas UTAN’s aproveitando desta forma parte da energia rejeitada no ar extraído. Associada a cada uma das baterias de cada UTAN existirá um conjunto de regulação do caudal de água constituído por uma válvula de duas vias, uma válvula de regulação de caudal, válvulas de corte, filtro e purgador de ar automático, tal como se representa no desenho do esquema de princípio da instalação. A válvula de duas vias será accionada por um servomotor de acção modulante. A temperatura máxima e mínima de insuflação do ar das UTAN’s será de de 30ºC para aquecimento e de 17ºC para arrefecimento. 1.6 Protecção Contra Incêndios A fim de evitar a propagação de um possível foco de incêndio deverá ser cortada, comandada por parte da CDI, a alimentação eléctrica ao quadro eléctrico de AVAC desactivando desta forma os equipamentos de insuflação e de extracção que promoveriam uma possível oxigenação e consequente alimentação da combustão no ou nos locais sinistrados. 30 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1.7 Sistema de Comando e Controlo O comando e controlo automático de toda a instalação e equipamentos mecânicos serão assegurados por um sistema de controlo centralizado. Haverá ainda dispositivos de sinalização e de comando manual (comutadores e/ou botões de pressão) instalados no quadro eléctrico de AVAC. Seguidamente referem-se algumas das linhas gerais que deverão ser tomadas em consideração para a sua concepção e funcionamento. O sistema controlo será constituído por vários controladores electrónicos programáveis, interligados por uma rede de dados local, permitindo a livre troca de informação entre os controladores, associados a dispositivos sensores e actuadores, analógicos e digitais com características adequadas para cada uma das funções pretendidas. Os controladores ficarão alojados no interior de quadros próprios, preferencialmente junto dos quadros eléctricos de AVAC. Existirão sensores e actuadores distribuídos pela instalação junto dos equipamentos que controlam ou dos espaços a tratar. Os sensores fornecerão informações aos controladores dos parâmetros da instalação e em função destes valores o sistema de controlo dará ordens de comando aos actuadores para manter os níveis de conforto desejados e para optimizar os consumos energéticos da instalação. Para visualização da instalação e operação do sistema de controlo existirá um terminal localizado no piso -1 para a creche e outro no piso 0 para o lar, junto de outros equipamentos de controlo do edifício. O terminal será interligado com a rede de dados do sistema de controlo por meio de um interface apropriado e será constituído por equipamentos com capacidade de armazenamento permanente de informação relativa à instalação. O terminal deverá permitir a sua ligação a equipamentos, com capacidade gráfica, para registo escrito de eventos ocorridos na instalação, emissão de relatórios do estado da instalação, de avarias, de gráficos, etc.. Juntamente com o terminal serão fornecidos os programas adequados para a visualização gráfica de toda a instalação no monitor do terminal, bem assim como para a implementação de todos os algoritmos e sequências de controlo de todas e cada uma das partes da instalação. O sistema de controlo assegurará o comando de paragem e funcionamento de todos os equipamentos que compõem as instalações e equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado de acordo com programação horária a definir em obra, de forma agrupada ou 31 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche independente para cada equipamento e ainda de acordo com as sequências funcionais e algoritmos de controlo adequados a implementar para cada um dos sistemas. Serão também assegurados pelo sistema de controlo a sinalização e alarme de deficiências e avarias e todos os encravamentos funcionais e de segurança necessários entre os equipamentos, nomeadamente entre os circuladores e a bomba de calor, entre ventiladores de insuflação e de extracção e entre UTAN’s. Seguidamente, indicam-se de forma resumida as principais funções de controlo e comando a implementar na instalação. Bomba de Calor Geotérmica Autorizar ou inibir o seu funcionamento, receber confirmação do estado de funcionamento e informação de avaria. Leitura contínua das temperaturas da água à saída, por meio de sondas de imersão. O controlo funcional da Bomba de Calor, nomeadamente arranque e paragem de circuladores e compressores, modulação de capacidade, regulação da temperatura de água, controlo e protecção dos circuitos frigoríficos, motores e demais dispositivos, protecção e sinalização de avarias, serão assegurados pelos microprocessadores de controlo fornecidos e integrados nas próprias unidades. Colector dos Circuitos Hidráulicos Leitura contínua da temperatura geral de alimentação de água refrigerada e de água aquecida, da temperatura de retorno de água refrigerada e de água refrigerada e da ida para os depósitos de inércia, por intermédio de sondas de imersão. Depósito de Inércia Leitura contínua da temperatura de água aquecida/refrigerada no depósito de inércia, por intermédio de sondas de imersão. Circuladores Comandar o arranque, paragem e velocidade dos circuladores (avanço, retorno e AQS), receber confirmação do seu estado de funcionamento e informação de avaria. UTAN’s Leitura, em cada UTAN, das temperaturas na insuflação e no retorno, por meio de sondas de conduta, e ainda, nas unidades com “free-cooling”, leitura da humidade relativa no retorno e da temperatura à entrada da bateria de aquecimento. 32 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Deverão ser previstas sondas para leitura da temperatura e humidade relativa do ar exterior. Em função do valor lido pelas sonda de temperatura de ar (de retorno ou de ambiente) e pela sonda de insuflação controlar a válvula de duas vias da bateria da UTAN respectiva, por meio de saídas de controlo independentes para cada uma das válvulas, de forma a manter a temperatura ambiente estável e dentro dos limites pretendidos. Comandar o arranque e paragem dos ventiladores de cada UTAN, receber confirmação do seu estado de funcionamento (pressóstato diferencial) e informação de avaria (disparo de térmico do motor do ventilador). Detectar colmatação das baterias de pré-filtragem, de filtragem e de filtragem fina de forma independente para cada filtro por meio de pressóstatos diferenciais. Em função dos valores de temperatura do ar exterior e do ar de retorno e da solicitação de aquecimento e de arrefecimento comandar os registos de "by-pass" dos recuperadores de calor. Ventiloconvectores Leitura, em cada VC, das temperaturas na insuflação e no retorno, por meio de sondas de conduta. Comandar o arranque e paragem dos ventiladores, receber confirmação do seu estado de funcionamento (pressóstato diferencial) e informação de avaria (disparo de térmico do motor do ventilador). Ventiladores Comandar o arranque e paragem dos ventiladores, receber confirmação do seu estado de funcionamento e informação de avaria (disparo de térmico do motor do ventilador). Leitura de Consumos Receber informação de dispositivos de leitura de consumos eléctricos de todos os equipamentos destas instalações com potência eléctrica instalada superior a 12 kW. Receber informação dos contadores de energia térmica distribuídos pela instalação. Generalidades Recolher e tratar todos os dados relevantes à análise de funcionamento dos equipamentos, de modo a facilitar as operações de manutenção, nomeadamente, alarmes, contagem de tempo de funcionamento e histórico de ocorrências. 33 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1.8 Parâmetros e Métodos de Cálculo O valor das necessidades térmicas necessárias para a climatização dos diversos espaços considerados foram calculadas tendo como suporte o programa EnergyPlus. Foram considerados os seguintes parâmetros no cálculo das necessidades reais de climatização: Geometria do edifício: foi introduzido no programa de simulação as características térmicas da sua envolvente e perfil de cargas internas nomeadamente iluminação, ocupação e equipamentos. Condições exteriores: o cálculo feito com o recurso a programas de simulação detalhada utiliza para efeitos de temperaturas exteriores uma base de dados horária anual que contempla entre outros, a temperatura de bolbo seco, e a humidade relativa, entre outros. Para este caso em particular foi utilizado um ficheiro meteorológico com os dados relativos ao concelho de Coimbra, por não estar disponível um ficheiro específico para a localidade de Miranda do Corvo. Condições interiores para cálculo das necessidades de climatização: Tabela 2 - Condições interiores para cálculo TºC (salas) TºC (corredor) HR% Verão 25 26 50 Inverno 20 18 - Condições exteriores para cálculo das necessidades de climatização: Tabela 3 - Condições exteriores para cálculo TºC HR% 34 Verão 32 50 Inverno 2 - Caudais de ar novo, conforme RSECE e normas técnicas. Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1.9 Instalações Eléctricas Fazem parte dos trabalhos as instalações eléctricas de força motriz, comando e controlo de todo o equipamento a partir dos quadros eléctricos dos respectivos locais de instalação devendo obedecer à legislação em vigor, nomeadamente a Portaria n. 949-A/2006, e ainda de acordo com as indicações expressas dos fabricantes dos equipamentos, ficando o instalador responsável pela compatibilização destas exigências com o instalador da empreitada de instalações eléctricas. Os quadros eléctricos deverão ser equipados com sinalizadores que permitam visualizar o funcionamento da instalação e detectar possíveis avarias nos componentes da mesma. Os esquemas dos quadros eléctricos devem ser adequados aos equipamentos propostos pelo instalador. 1.10 Construção Civil Fazem também parte, de uma maneira geral os trabalhos de construção civil necessários à montagem do equipamento considerado, nomeadamente: Suportes, apoios, sustentações, entre outros; Furações, abertura de roços em paredes e tectos; Caleiras ou valas para tubagens exteriores; E demais trabalhos necessários à correcta instalação e bom funcionamento dos sistemas projectados; Encontram-se igualmente incluídas todas as ligações dos equipamentos às redes de águas pluviais. 1.11 Disposições Finais A execução do projecto deverá cumprir todas as indicações feitas nas peças desenhadas e considerações da presente Memória Descritiva e Justificativa, Condições Técnicas Especiais e demais anexos. Os trabalhos deverão ser executados de acordo com regras de boa arte empregando sempre materiais de elevada qualidade. 35 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Às ambiguidades ou omissões que o presente projecto contenha, será reservado ao autor do projecto o direito de lhe dar justa interpretação e justificação. Quaisquer alterações feitas ao presente projecto não poderão ser imputáveis ao projectista. Em tudo o omisso, ou não especificado, no presente projecto deverá ser consultada a regulamentação técnica em vigor e demais legislação e normas aplicáveis à boa prática de execução dos trabalhos. Não obstante o cumprimento das especificações nas peças escritas e peças desenhadas do presente projecto, o adjudicatário é responsável pelo bom funcionamento de todos os órgãos ou dispositivos que compõem as instalações, não podendo a sua interpretação, qualquer que ela seja, justificar as deficiências de funcionamento. Assim, deve ser considerado pelo adjudicatário como incluídos nesta empreitada todos os trabalhos que, mesmo não discriminados ou omissos, sejam necessários ou vantajosos para o perfeito funcionamento da instalação. Entende-se, portanto, que a instalação, conjunto de todos os sistemas e equipamentos, deve ser entregue completamente pronta e posta a funcionar nas melhores condições de segurança e eficiência, depois de executados todos os ensaios e experiências no sentido de se atingir integralmente o objectivo em vista. A obra, no seu todo ou em parte, que pela Fiscalização for julgada defeituosa, deficientemente executada ou em desacordo com as condições impostas pelo presente projecto e pelas boas praticas de execução ou especificações dos fabricantes, bem como todo e qualquer item que possua qualquer anomalia, quer seja provocado pelo decorrer da construção ou cujos equipamentos estejam a funcionar anormalmente, será rejeitada e reconstruída/recolocada em perfeitas condições pelo adjudicatário sem direito a qualquer indemnização. Ao Adjudicatário incumbe proceder de modo que os trabalhos decorram sem incidentes que prejudiquem o planeamento da obra bem como a segurança dos operários, realizando todos os trabalhos acessórios que forem necessários à execução de cada item da mesma. Desta forma deverá o mesmo confirmar todas as dimensões de equipamentos, verificar os caudais, perdas de carga e demais características técnicas dos equipamentos antes da sua colocação em obra. O Adjudicatário é responsável por todos os danos provocados com a montagem da instalação. Desta forma, tudo o que tiver de ser alterado, quando já realizado por terceiros, e que seja passível de considerado como falta de coordenação ou preparação deficiente, deverá ser reposto nas condições em que se encontrava antes da alteração, excepto se se tratar de 36 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche trabalhos realizados por antecipação em relação ao plano geral e se à Fiscalização for dado conhecimento por escrito, no decorrer da realização desses trabalhos impeditivos. A recepção das instalações só deverá ser feita por parte do seu proponente após a entrega por parte do adjudicatário das telas finais, manual de operação do sistema e de todos os equipamentos e do relatório de ensaios efectuado e demais considerações feitas nas Condições Técnicas Especiais. O presente projecto só terá validade técnica e legal quando acompanhado por declaração de conformidade regulamentar, emitida por perito qualificado nos termos do Sistema Nacional de Certificação Energética e da QAI nos Edifícios designado por SCE, e aprovado pelo DL 78/2006, de 4 de Abril. É reservado o direito ao projectista de efectuar as alterações necessárias na sequência da verificação de conformidade regulamentar efectuada pelo perito qualificado do SCE. 37 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2 Condições Técnicas Especiais 2.1 Introdução Pretende-se seguidamente definir as características dos equipamentos e dos materiais, bem como os meios para a execução dos trabalhos relativos às instalações mecânicas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado para a obra de construção do Lar de Idosos de Miranda do Corvo. Todas as referências a marcas e modelos de equipamentos nas partes constituintes do projecto deverão ser sempre consideradas como orientadoras, podendo ser substituídas por outras, desde que cumpram as especificações técnicas mínimas exigidas para os equipamentos e as solicitações que a eles vierem a ser exigidas. 2.2 Produção de Energia Térmica 2.2.1 Bomba de Calor Geotérmica Unidade compacta, tanto para montagem no interior e exterior com condensação a água e com inversão de ciclo, utilizando fluido frigorigéneo R407C e respeitando os requisitos essenciais estabelecidos pela directiva CEE 98/37. Compressor do tipo hermético “scroll”. Evaporador do tipo de placas em aço inox AISI 316, completo com resistência eléctrica anticongelação e pressóstato diferencial. Condensador de recuperação do tipo tubular em aço inox AISI 316 completa (produção de AQS). Grupos hidráulicos completos, incluindo vaso de expansão fechado, válvula de segurança, grupo de enchimento manual, manómetro e grupo de circulação com condensador integrado e câmara do rotor com sistema de purga de ar. Circuito frigorífico incluindo filtro, indicador de passagem de líquido, válvula de expansão termostática com equalizador externo, pressóstato de segurança para o controlo da pressão de aspiração. Controlo e regulação integral mediante painel de comando digital com colocação à distância. Modulação da velocidade bomba circuladora do sistema de geotermia através de 38 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche sistema de controlo de pressão de condensação, optimizando o funcionamentos do compressor e permitindo um nível de ruído substancialmente mais baixo a carga parcial. Modulação do caudal das bomba circuladoras do circuito principal e da produção de água quente sanitária, optimizando o arranque da instalação e permitindo limites de funcionamento mais amplos. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência o equipamento da marca Lennox modelo SWH-K 65 para a creche e SWH-K 120 para o lar de idosos. 2.2.2 Fonte Geotérmica Serão utilizadas sondas verticais a 16 Bar. A quantidade e área de captação tem em atenção as características do terreno e o número de horas de funcionamento anual de 1780 horas em aquecimento e de 1620 horas em arrefecimento. O dimensionamento terá em conta a capacidade térmica específica do terreno os caudais do circuito de captação das bombas de calor e as necessidades caloríficas de captação e dissipação. O número de sondas e a sua implementação levará ainda em conta a perda de carga máxima das bombas circuladoras do circuito de geotermia. Admitiu-se que a temperatura média da fonte (temperatura à entrada da Bomba de calor) deverá ser de 10º pelo que a profundidade mínima das sondas deverá ter em conta este facto. Por precaução o sistema de captação utilizará como fluido transportador uma solução glicolada com pelo menos uma percentagem de forma que o ponto de congelação seja inferior a -15ºC. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência o equipamento da marca REHAU modelo 40. 2.2.3 Depósitos de Inércia Com vista à redução dos consumos energéticos prevê-se a instalação de um depósito de inércia em cada fracção para acumulação de água refrigerada/aquecida. Assim os depósitos não deverão ter uma capacidade inferior a 3000 litros para o lar de idosos e de 1500 litros para a creche. As ligações serão efectuadas conforme se representa no esquema de princípio da instalação. Serão fornecidos com todos os acessórios necessários ao seu correcto funcionamento. Serão construídos em chapa de aço e com pelo menos 85 mm de espessura de isolamento térmico em poliuretano. 39 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Sem prejuízo da apresentação de eventuais propostas alternativas de qualidade equivalente, apresentam-se como referência os depósitos da marca Sonnenkraft, modelo PS Comfort XL. 2.3 Electrobombas Os circuladores destinados aos circuitos secundários de água do sistema de climatização serão do tipo centrífugo, monocelulares, "in-line", accionados por motores eléctricos com rotor em curto-circuito, directamente acoplados ao veio do impulsor e com empanques mecânicos. O corpo do circulador deverá ser em ferro fundido e o impulsor em material compósito, ferro fundido ou ainda em aço inoxidável. As ligações da tubagem serão flangeadas, devendo ser intercaladas uniões elásticas entre o circulador e as tubagens para impedir a propagação de vibrações, conforme indicado no esquema de princípio da instalação. Nos circuitos de água deverá dar-se preferência a circuladores de rotor imerso para circulação forçada da água aquecida e água refrigerada a partir dos respectivos colectores, com as seguintes características: Corpo em ferro fundido, nos circuitos de água refrigerada e água aquecida; Corpo do circulador em aço inoxidável, nos circuitos de água quente sanitária; Veio cerâmico e chumaceiras radiais; Chumaceira axial de carvão; Invólucro do rotor e suportes das chumaceiras de aço inoxidável; Impulsor de material resistente à corrosão; O motor eléctrico será do tipo assíncrono de 2 ou 4 pólos, com rotor em gaiola de esquilo, obedecendo à Directiva CEM (eficiência mínima EFF1 ou EFF2). Os circuladores serão de velocidade variável, classe de isolamento F, e PN 10. Deverão ser seleccionadas para limites de temperatura de funcionamento: de -25 a +110 º C. De modo a poderem desmontar-se facilmente, os grupos terão ligações à tubagem por flanges, e estarão inseridos num conjunto integrando 2 válvulas de seccionamento, 1 filtro e 1 válvula de retenção. 40 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 4 – Tabela de selecção de bombas circuladoras Designação BC1 BC2 BC3 BC4 BC5 BC6 BC7 BC8 Caudal Max [l/h] Perda de Carga [kPa] Circuito Tipo Modelo 6088 9516 5390 5688 5688 5390 1275 4085 21 44 43 42 43 42 27 62 VC’s piso -1 VC’s piso 0 VC’s piso 1.1 VC’s piso 1.2 VC’s piso 2.2 VC’s piso 2.2 UTAN’s (Creche) UTAN’s (Lar) Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Caudal Var. Magna 50-60 Magna 50-60 Magna 50-60 Magna 50-60 Magna 50-60 Magna 50-60 Magna 25-60 Magna 25-100 Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresentam-se como referência os equipamentos da marca Grundfos. Nota: as perdas de carga indicadas e deverão ser corrigidas face aos traçados definitivos e perda de carga nos equipamentos instalados. As pressões apresentadas deverão ser corrigidas no decurso da obra para tomar em consideração as diferenças de perdas de carga entre os equipamentos efectivamente instalados (permutadores, baterias, válvulas, etc..) e os equipamentos de referência utilizados no desenvolvimento do projecto, bem como eventuais alterações no traçado das tubagens. Em fase oportuna de realização da obra, o empreiteiro deverá apresentar à Fiscalização o cálculo de perda de carga dos circuitos hidráulicos tomando em consideração as perdas de cargas efectivas nos equipamentos aprovados, com vista à determinação das características dos circuladores. 2.4 Redes Hidráulicas 2.4.1 Tubagem em PVC Os tubos de PVC usados para o escoamento dos condensados terão as dimensões normalizadas existentes no mercado. A ligação dos tubos entre si e destes com os acessórios será feita por meio de encaixe à pressão com anilha de estanquidade. Os tubos serão instalados em tectos falsos de modo a que fiquem acessíveis, suportados por abraçadeiras fixas aos elementos da construção tais como paredes e tectos sendo que em situações pontuais poderão ser embebidos nos pavimentos e/ou paredes. O espaçamento dos pontos de fixação deverá ser o adequado ao diâmetro e características da tubagem, de forma a impedir a formação de flechas excessivas. Os tubos serão montados com as pendentes necessárias para garantir o escoamento da água por gravidade, não devendo em nenhum caso essa pendente ser inferior a 1,5%. 41 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.4.2 Tubagem Multicamada Será usada na ligação do chiller, ventiloconvectores e igualmente para ligação às baterias de água das Unidades de Tratamento de Ar. A tubagem é constituída por um tubo intermédio de alumínio com soldadura solapada e duas camadas de polietileno reticulado pelo método “Engel”, dotada de uma barreira antidifusão de etil-vinil-álcool, que evita a entrada de oxigénio nas tubagens, por difusão, que danificaria as partes metálicas da instalação. A ligação de tubagens, far-se-á por acessórios MLCP, ou equivalente, com acessórios em PPSU ou bronze, que permitam ser embebidos em argamassa, depois de isolados. Como padrão de qualidade elucidativa do pretendido, refere-se, o tubo e acessórios da marca Uponor. 2.4.3 Tubagem em Cobre A tubagem do circuito solar e entre os colectores solares e o depósito, deverá ser em tubo de cobre fosforoso e desoxidado. A sua construção será do tipo “WEDNESBURY” em vara, meio duro, de acordo com a norma BS 2871 Pte 1, com acessórios do mesmo material, segundo a norma BS 864 Pte 2, próprios para soldadura capilar. A espessura mínima dos acessórios para soldadura deverá ser a seguinte: Tabela 5 - Diâmetros e espessuras de tubos de cobre Diâmetro [mm] Ø8 Ø 10 Ø 12 Ø 15 Ø 18 Ø 22 Ø 28 Ø 35 Ø 42 Espessura mínima [mm] 1 1 1 1 1 1 1,5 1,5 1,5 2.4.4 Circuito de Distribuição de Água Aquecida e Refrigerada Nos circuitos hidráulicos serão usados tubos de multicamada, devendo os acessórios a usar ser adequados ao material dos tubos. Nas ligações da tubagem ou acessórios por meio de flanges serão sempre usadas juntas de vedação apropriadas, em borracha ou outro material adequado, não podendo contudo ser usadas juntas de amianto nem com outro tipo de MNEL. 42 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche A fixação das tubagens deverá ser executada com os cuidados necessários para não ferir nem comprimir o isolamento térmico, quer na fase de montagem quer durante o normal funcionamento da instalação. A tubagem deverá ser montada, sempre que possível, com pendentes que facilitem a purga de ar existente na canalização. Nos pontos altos da tubagem deverão ser instalados purgadores automáticos de ar. Quando os traçados das tubagens o exigirem, deverão ser tomadas as medidas necessárias para absorver e compensar as dilatações devidas à variação das temperaturas a que estão sujeitas (e também nas juntas de dilatação do edifício). Os suportes metálicos das tubagens instalados à intempérie deverão ser realizados em aço e terão tratamento de metalização com espessura não inferior 0,8 µm. Sobre a metalização será aplicada a tinta de acabamento definida pela Fiscalização. Os suportes metálicos instalados no interior serão pintados com primário anticorrosivo e tinta de acabamento igual à dos restantes suportes. 2.4.5 Acessórios de Tubagem Nas tubagens com diâmetros compreendidos entre os 16 e os 50 mm, serão usados acessórios MLCP, que permitem que o tubo seja pressionado sobre a tetina do acessório em toda a superfície. E para grandes diâmetros, de 63 a 110 mm, serão usados Acessórios Modulares MLCP, com grande versatilidade e comodidade de utilização. As mudanças de direcção poderão ser feitas com acessórios, cravados em máquinas apropriadas ou poderão ainda ser executadas em obra a frio, desde que se tratem de pequenas curvaturas. Na execução das curvas em obra deverão observar-se as seguintes condições: A superfície exterior não deverá apresentar ondulações visíveis. Ao longo de toda a curva o diâmetro devera manter-se o mais uniforme possível, não devendo os diâmetros exteriores exceder o valor de 5% do diâmetro exterior dos traços rectilíneos correspondentes. O raio de curvatura medido em relação ao eixo do tubo deverá ser igual no mínimo a 4 vezes o diâmetro exterior do tubo. 43 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.4.6 Pontos de Apoio Os pontos de apoio deverão ser sólidos, executados em aço tratado contra a corrosão e pintado na cor da tubagem. Os pontos de apoio fixos (amarrações) serão executadas de maneira a resistir aos esforços sem permitir o deslizamento das tubagens. Será proibida a soldadura directa sobre os tubos, de elementos de fixação, relativos a pontos de apoio fixo. Os pontos de apoio simples (suportes deslizantes) serão executados de maneira a permitir a dilatação das tubagens, a absorver os esforços laterais para manter o alinhamento e a permitir o deslocamento longitudinal sem desgaste sensível e sem deterioração do isolamento. Em particular, os apoios deverão garantir que, junto das juntas de dilatação, o guiamento se faça também verticalmente, de forma a absorver os esforços transversais. A montagem dos apoios e a distância entre eles deverão ser adequadamente previstos, para que as deformações das tubagens em serviço, ou quando dos ensaios, não originem tensões inadmissíveis nos tubos, nem alterem a inclinação de modo a que possa dificultar o escoamento dos fluidos ou as purgas. Por esse motivo as distâncias entre apoios devem ser, no máximo de 3 m. Nas montagens à vista, ficarão as tubagens afastadas das paredes ou tectos, mesmo depois de isolados e revestidas, cerca de 5 cm, e nos atravessamentos das paredes, tectos ou pavimentos serão envolvidos por mangas de protecção, que permitam a sua livre dilatação. Estas mangas não poderão servir de apoio à tubagem nem esta poderá sequer, ficar em contacto com elas depois de montada. O adjudicatário apresentará os desenhos definitivos de implantação e execução dos pontos de apoio fixo e simples, função das características exactas dos tubos e do encaminhamento real das instalações. 2.4.7 Equipamento Acessório Considera-se como equipamento acessório todo e qualquer elemento que realize a regulação, corte, protecção, comando e controle mecânico do escoamento hidráulico, tais como válvulas, filtros, manómetros, termómetros, etc. Todos estes acessórios deverão respeitar as especificações seguintes e serem instalados nos locais indicados nas peças desenhadas nomeadamente no esquema de principio de funcionamento da instalação sendo a pressão nominal PN10. 44 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche As flanges terão as dimensões de acordo com as normas DIN correspondentes à pressão nominal, temperatura e fluído operante. O corpo e tampa serão em bronze. Anéis de vedação em neoprene ou teflon, sedes e obturadores, haste e elementos filtrantes serão construídos em aço inoxidável com as características apropriadas à pressão nominal, temperatura e fluido a utilizar. Válvulas de Seccionamento ou de Corte Destinam-se a interromper completamente os circuitos hidráulicos onde se inserem, nunca podendo ser utilizadas como válvulas de regulação de caudal. Assim, só poderão trabalhar completamente abertas ou completamente fechadas. Serão do tipo macho esférico, roscadas ou flangeadas, de acordo com as condições atrás referidas. As válvulas deverão ser de marca de comprovada reputação. Válvulas Dinâmicas de Regulação de Caudal Válvulas automáticas de regulação de caudal, próprias para o equilíbrio dinâmico de sistemas hidráulicos. Permitem manter o caudal projectado em cada circuito independentemente das variações de pressão que possam ocorrer. O caudal que atravessa a válvula é limitado por um cartucho metálico com possibilidade de ajuste para vários índices de caudal. Cada índice de caudal é definido por um disco metálico com um determinado orifício concêntrico de diâmetro calibrado. Deverão incluir tomadas de pressão/temperatura. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência as válvulas da marca Frese. Válvulas de Regulação e Medição de Caudal estáticas Válvulas de equilíbrio estático para regulação e medição de caudal. Consiste numa válvula de regulação com uma secção de medida onde é criada uma queda de pressão. Esta secção consiste num tubo de Venturi com uma construção especial através do qual o caudal pode ser medido. Válvulas Equilibradores de Pressão Válvulas destinadas a permitir o equilíbrio de pressão entre os circuitos a montar. Deverão possuir os acessórios necessários para ligação de manómetro. Válvulas de 2 e 3 Vias Motorizadas As válvulas de 2 e de 3 vias motorizadas deverão de fabrico de série, de marca conceituada, do tipo de sede inclinada com corpo em bronze. Serão accionadas por 45 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche servomotor de acção modulante ou tudo-nada conforme se indica nas peças desenhadas, nomeadamente no esquema de princípio de funcionamento da instalação. Válvulas de Retenção As válvulas de retenção serão do tipo charneira, devendo oferecer baixa resistência à passagem da água. Válvulas de Segurança As válvulas de segurança deverão ser de fabrico de série, de marca conceituada, homologadas pelos organismos competentes. Deverão ser fornecidas já taradas e seladas de fábrica, e deverão ter indicação clara e indelével da respectiva pressão nominal. A ligação das válvulas aos circuitos hidráulicos será feita sem interposição de nenhum dispositivo de corte. Sob a saída de descarga das válvulas serão montados copos de recolha ligados aos circuitos de esgoto e drenagem com sifão. Os copos de recolha deverão ser montados para que seja visível se a válvula se encontra aberta ou fechada. Filtros de Água Do tipo Y com elemento filtrante de chapa perfurada ou de cartucho de rede em aço inox. Sistema de limpeza com válvulas de “by-pass” de diâmetro ½" de maneira a que a instalação permaneça em funcionamento. Válvulas Redutoras de Pressão A sua construção será conforme o solicitado anteriormente e definidas de acordo com as pressões de entrada e saída do fluido. Deverão permitir regular automaticamente a pressão a jusante para o valor indicado para os equipamentos a instalar, de modo a que a não exceda 5% da variação de pressão a montante. Juntas Anti-Vibráteis Serão constituídas por fole em borracha com elevada resistência ao envelhecimento e serão apropriadas para água com temperaturas entre 0ºC e 100ºC. Deverão ser capazes de absorver as dilatações das tubagens em que se encontram inseridas, bem assim como as vibrações produzidas pelos motores dos equipamentos. Serão ligadas às tubagens por flanges e contra-flanges em aço, fixadas por parafusos e porcas para permitir fácil desmontagem. 46 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Manómetros Os manómetros a utilizar deverão ser do tipo “Bourdon”, graduados em kg/bar. De preferência devem os manómetros ser circulares, com um diâmetro mínimo de 80 mm, com rosca gás 15x21 que serão utilizados na generalidade para todas as instalações correntes. Todos os manómetros devem ser fornecidos e montados com uma válvula de seccionamento e purga para intercalar entre o manómetro e a tubagem. Termómetros Os termómetros deverão ter quadrante circular com diâmetro não inferior a 80 mm e escala graduada em ºC. Deverão ter bolbo para imersão o qual será montado em bainha metálica imersa na tubagem, para permitir desmontar o termómetro sem esvaziar a tubagem. Serão localizados de modo a permitirem uma fácil leitura, e quando possível, nas curvas a 90º. A sua precisão será, pelo menos, de 1% da graduação máxima que será de cerca de 120ºC. Purgadores Automáticos Os purgadores terão o corpo em latão, de purga de ar flutuador com válvula de fecho incorporado, possibilitando a desmontagem do purgador sem esvaziar a instalação. Temperatura de serviço máxima, de 110ºC e pressão nominal de 10 kg/cm2. Além dos considerados nos pontos mais altos da instalação, deverão ser montados os que vierem a ser julgados necessários para perfeito funcionamento do sistema. Separador de Partículas de Ar De fabrico de série e marca conceituada, adequado para intercalar em circuitos de água quente, constituído por recipiente em chapa de aço, e tobuladuras de entrada e saída dispostas de forma adequada para provocar a separação de ar por efeito centrífugo. O separador de ar será fornecido com um purgador de ar automático montado na saída de ar, com as características referidas na especificação técnica de purgadores de ar. Vaso de Expansão Os vasos de expansão deverão ser de fabrico de série e de marca conceituada. Serão do tipo fechado, construídos em chapa de aço. Serão do tipo pré-comprimido, de pressão variável. Deverão possuir duas câmaras separadas por uma membrana flexível em borracha butílica, cheia de gás e outra em comunicação directa com a água do respectivo circuito. A membrana de borracha será desmontável para eventual substituição. 47 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Deverão estar equipados com válvula de segurança e manómetro. Deverá ser contemplada em obra um ponto de esgoto próximo da descarga da válvula de segurança de forma a evitar derrames nas zonas técnicas. As capacidades dos vasos de expansão estarão de acordo com o volume de água da instalação e a temperatura de serviço determinadas através da seguinte expressão matemática: V eC P 1 i Pf onde: V – volume do vaso (l); e - coeficiente de expansão da água. Calculado com base na máxima diferença entre a temperatura da água na instalação a frio e a máxima em funcionamento. Na prática, para o aquecimento, assume-se o valor convencional de 0,035; C - conteúdo total de água da instalação (l); Pi - pressão absoluta inicial (bar), à cota a que é instalado o vaso, representada pela pressão hidrostática + 0,3 bar + pressão atmosférica (1 bar). Na prática é a pressão de précarga do vaso aumentada de 1 bar; Pf - pressão absoluta final (bar) representada pela pressão máxima de exercício da instalação + pressão atmosférica (1 bar). Na prática é a regulação da válvula de segurança aumentada de 1 bar. Tabela 6 - Tabela do coeficiente “e”, com a variação da temperatura, relativamente à temperatura de 4ºC (ρ=1000 kg/m3) 48 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Dispositivos de Alimentação Automática A alimentação de água aos circuitos fechados, para enchimento e compensação de perdas far-se-á através de um dispositivo que compreenderá uma válvula alimentadora automática (redutora de pressão), um manómetro, filtro e válvula de retenção. 2.4.8 Colector de Distribuição É considerado um mono colector do tipo “garrafa de mistura” construído em tubo de aço sem costura, EN 10255 PN10, cilíndrico e com tampos abaulados. As tubuladuras de entrada e saída serão soldadas ao tubo colector. A preparação da superfície, isolamento e revestimento serão idênticas aos da rede que alimentam. Com o intuito de promover uma circulação conveniente de água dos vários circuitos, as entradas e saídas dos colectores serão feitas em lados opostos, conforme representado no esquema de princípio da instalação. Será instalado na área técnica do edifício, conforme peças desenhadas. Deverá ser construído conforme esquema de princípio. O colector será montado a altura conveniente de forma a facilitar a manobra das válvulas dos diferentes circuitos e incluirá todos os acessórios para o seu suporte, isolamento e revestimento. Terá ainda uma saída de reserva de DN 40 (1 1/2 ") tamponada com flange cega, com entradas de DN 15 (1/2") para termómetro, manómetro, sonda de imersão e válvula de segurança e uma saída de DN 40 (1 1/2") para descarga. 2.4.9 Tratamento de Água de Enchimento e Compensação Para tratamento da água de enchimento e compensação dos circuitos hidráulicos que compõem as redes de distribuição, e sobretudo para o funcionamento com água a temperaturas baixas (água fria), deverá ser proposto um tratamento químico à base de polifosfatos. Este produto promove a formação de uma película inibidora de corrosão sobre a superfície interna metálica, tanto de metais ferrosos como não ferrosos. Além do efeito anticorrosivo, este produto também funciona como anti-incrustante, evitando a formação de incrustações calcárias e a deposição de sólidos não dissolvidos. A adição do produto inibidor de corrosão permitirá a correcção do valor de pH no interior do circuito. O doseamento do produto deverá ser efectuado na linha de compensação e proporcionalmente ao respectivo caudal de passagem. A dose recomendada é de aproximadamente. 1500-2000 gramas por cada metro cúbico de água do circuito fechado. O produto deverá ser adicionado durante o enchimento final, após a limpeza geral do circuito. 49 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Fazem ainda parte deste tratamento, o filtro de protecção, com corpo em acrílico transparente e válvula de purga, com célula filtrante em fibra celulósica, este deverá ser instalado em paralelo com uma válvula de mistura de forma a garantir um valor óptimo de dureza na água de alimentação ao circuito fechado, que nunca deverá ser nulo. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência as soluções propostas pela ENKROTT. 2.5 Tratamento de Ar 2.5.1 Unidades de Tratamento de Ar Novo Serão unidades de fabrico de série, de marca conceituada, de construção modular para montagem horizontal. Serão compostas por vários módulos, correspondentes ao equipamento diferenciado que comportam, constituindo no seu todo, um móvel robusto com acabamento cuidado. As unidades de tratamento de ar novo serão fabricadas a partir de uma estrutura do tipo modular em perfil de PVC ou de alumínio e painéis duplos com poliuretano injectado, o que lhes proporciona um baixo nível de ruído e um excelente isolamento térmico. Estes painéis duplos tipo “sanduíche” terão 50 mm de espessura e serão constituídos por chapa galvanizada plastificada na face exterior, com uma película de PVC RAL 5024 com protecção UV, e face interior em chapa galvanizada. O espaço intermédio dos painéis será preenchido por poliuretano com uma densidade superior a 45 kg/m3, oferecendo uma elevada resistência às solicitações mecânicas e respondendo de um modo eficiente à tracção, alongamento e flexão. A nível acústico e térmico o isolamento garante uma redução no domínio da frequência de Rw= 40 dB e uma condutibilidade térmica específica de 0,024 W/(m2.K). Para garantir a estanquidade entre cada módulo será aplicada uma junta de vedação em EPDM com uma espessura de 3 mm. O acesso ao interior das várias secções é realizado por portas de visita de alta estanquidade equipadas com fechos de elevada robustez. A abertura a 180º permitirá um acesso fácil e franco para inspecção e serviço. Os principais componentes (filtros, baterias) serão montados sobre calhas deslizantes para facilitar a sua remoção para inspecção e manutenção. As unidades de tratamento de ar 50 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche novo deverão possuir bases de apoio adequadas, especificamente projectadas de forma a garantir elevada durabilidade e qualidade das concepções, materiais e acabamentos. A montagem dos vários módulos será feita por intermédio de juntas apertadas pelo interior por parafusos, garantindo uma união perfeita. A estanquidade será assegurada por meio de junta em EPDM, tornando o conjunto final isento de fugas. O conjunto bem como os diversos módulos deverão respeitar as exigências de construção prescritas na norma NP EN 1886 nomeadamente; resistência mecânica 2A, estanquidade B, fugas por “by-pass” aos filtros F9, condutividade térmica F1, pontes térmicas TB1 e protecção anti-fogo M2. As classes acima enumeradas devem ser entendidas como as mínimas admissíveis. As secções que compõem as diferentes unidades serão as seguintes, quando aplicável e conforme esquema de princípio da instalação: Secção de admissão de ar composta por grelha ou conduta com rede do tipo “bico de pato”. Secção de pré-filtragem constituída por filtros planos com eficiência de 80%, gravimétrica (G4). Possuirá pressóstato diferencial e alarme luminoso no QE para valores de perda de carga superior ao valor máximo admissível indicado pelo fabricante. Secção de filtragem constituída por filtro com elevada eficácia de espectro DEHS a partículas de 0,4μm segundo a norma EN 779:2002. Será admitido como mínimo um filtro com classe mínima F5. Possuirá pressóstato diferencial e alarme luminoso no QE para valores de perda de carga superior ao valor máximo admissível indicado pelo fabricante. Secção de recuperação de calor com módulo composto por recuperador de placas com fluxos cruzados em chapa de alumínio em que o ar novo e o ar extraído fluem em direcções opostas em canais adjacentes totalmente separados. “By-Pass” com registos motorizados para permitir o “arrefecimento gratuito”. A eficiência da recuperação não deverá ser inferior a 50%. A secção de recuperação de calor deverá ser equipada com tabuleiro de condenados em aço inox AISI 304 com ligação para descarga sifonada de 1 ½’’. Secção de arrefecimento/aquecimento composto por bateria de tubos de cobre sem costura e alhetas em alumínio cravadas mecanicamente. Terão no máximo 4 fiadas 51 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche e as ligações às tubagens são feitas por tubo de cobre com tratamento anticorrosivo. A bateria será equipada com tabuleiro de condensados inclinado amovível em inox AISI 304 caso seja de arrefecimento ou arrefecimento/aquecimento. Sempre que a velocidade frontal na bateria de arrefecimento ultrapassar os 2,5 m/s será instalado um separador de gotas. Separador de gotas, se existir, será constituído por lâminas de polipropileno e estrutura em alumínio. Será instalado um tabuleiro de condensados em aço inox AISI 304, devidamente dimensionado e com uma inclinação adequada ao perfeito escoamento e amovível ou utilizará o da bateria anterior. Secção de ventilação (insuflação e retorno) composto por ventilador centrifugo à acção ou reacção, de dupla aspiração, acoplamento directo do tipo “Plug-Fan”, movido por motor trifásico 230/400V 50Hz, IP55, EFF2, com pressão estática adequada ao bom funcionamento do sistema onde está inserido. Todos os órgãos com movimento de rotação serão estática e dinamicamente equilibrados quer, individualmente quer no seu conjunto e montados sobre apoios anti-vibráticos de forma a obter-se um funcionamento silencioso. Os motores eléctricos de accionamento dos ventiladores, deverão ser silenciosos de construção robusta do tipo blindado, montado sobre suporte com mecanismo tensor. As ligações eléctricas deverão ligar a caixas terminais, devidamente isoladas e protegidas. Estas secções deverão estar equipadas com óculo em vidro duplo e suporte para lâmpadas de 60W, IP54, ligadas a interruptor instalado no exterior da secção. Possuirá pressóstato diferencial e alarme luminoso no QE para monitorização dos valores de perda de carga. Secção de atenuação (insuflação e retorno) composto por elementos verticais com elemento absorsor de alta densidade protegido do efeito de erosão do ar por película de fibra de vidro de alta resistência. O material para correcção acústica será de preferência o felcro, não combustível com reacção ao fogo M0 de comportamento não hidrófilo de baixa condutibilidade térmica. Para segurança do pessoal de manutenção todas as unidades disporão de interruptor de corte local devidamente assinalado, um “Switch” instalado na porta de acesso à secção de ventilação, que desligará o motor eléctrico sempre que se abrir a porta para inspecção ou manutenção e evita o accionamento da unidade durante estas operações. 52 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche As unidades de tratamento de ar novo montadas à intempérie possuirão cobertura própria para montagem à intempérie construída com a chapa exterior dos painéis, inclinada com uma pendente mínima de 2%. Deverá ser colocado especial cuidado com o transporte, armazenamento e instalação das UTAN’s devendo todas as aberturas às condutas ser protegidas contra a sujidade. Deverão ser deixados espaços, para manutenção equivalentes à largura da UTAN. Tabela 7 - Características das UTAN's Designação Área Tratada UTAN 1 UTAN 2 UTAN 3 UTAN 4 UTAN 5 Piso -1 Piso 0 (Lar) Piso 0 (Salas) Piso 2 (Quartos) Cobertura Localização Cobertura Cobertura Cobertura Piso 1 (Quartos) Cobertura Tipo de montagem Caudal de Ar Novo Caudal Retorno (max/min) Sobreposta 5100 8125 Sobreposta 3630 8125 Sobreposta 4050 8125 Sobreposta 2505 4510 Sobreposta 2505 6920 F5 F5 F5 F5 F5 3 m /h m3/h Pré-Filtro Recuperador de calor Filtro Nº de Baterias Flux. Cruzados Flux. Cruzados Flux. Cruzados Flux. Cruzados Flux. Cruzados F7 F7 F7 F7 F7 1 1 1 1 1 P. Sensível kW 26 22 14 24 24 P. Latente kW 4 3 2 3 3 P. Aquecimento kW 9 8 5 8 8 Centrifugos Centrifugos Centrifugos Centrifugos Centrifugos 230 / 230 230 / 230 230 / 230 150 / 150 150 / 150 Transmissão VI/VE Plug-Fan Plug-Fan Plug-Fan Plug-Fan Plug-Fan Nº de Velocidades Atenuador acustico Ins/Ret Filtro Fino “Freecooling” Controlo/comando Variavel Sim/Sim F9 Sim GTC Variavel Sim/Sim F9 Sim GTC Variavel Sim/Sim F9 Sim GTC Variavel Sim/Sim F9 Sim GTC Variavel Sim/Sim F9 Sim GTC Ventiladores VI/VE Pressão estática VI/VE Pa Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência os equipamentos da marca Lennox, modelo 23Lx. 2.5.2 Ventiloconvectores Estão previstos, para o tratamento ambiental dos diversos espaços, ventiloconvectores que são do tipo de tecto falso com ligação a condutas, dispondo de uma bateria de aquecimento/arrefecimento. Todos os componentes dos ventiloconvectores ficarão acessíveis, quer para permitir operações de manutenção. As serpentinas da bateria serão em tubo de cobre expandido mecanicamente em alhetas de alumínio, purgador de ar manual e tampão de purga. A serpentina será alimentada 53 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche por intermédio de uma válvula reguladora motorizada, tipo "tudo-nada”, comandada por termóstato com zona neutra, protegida a montante por filtro para água. Uma válvula de regulação montada em série com a válvula motorizada permitirá o ajustamento do equilíbrio exigido para a rede. O controlo dos VC’s será feito por comando encastrado em parede da marca dos ventiloconvectores ou outra. Este painel de controlo, com selector de quatro posições (OFFMAX-MED-MIN) para variação de velocidade, bem como o controlo termoestático, será remoto e colocado em local a definir pela fiscalização. Todas as unidades serão seleccionadas de modo a satisfazer as cargas constantes nas peças desenhadas de circuitos hidráulicos e quadros anexos. Terão integrado filtro de ar na aspiração. Os filtros de ar em material sintético, serão facilmente, amovíveis e laváveis. O motor será directamente acoplado, monofásico, para 230 V, com três velocidades. Disporão ainda de tabuleiro de recolha de condensados abrangendo o conjunto da bateria e prolongando-se sob a zona de montagem da(s) válvula(s) respectiva(s). Todos os VC devem ter o tabuleiro de recolha de condensados, interligado por tubagem de PVC DN25, sifonada, e ligada à rede de águas pluviais, com inclinação contínua desde a unidade até ao ponto de ligação. Em situações sem possibilidade de drenagem natural de condensados o(s) VC em questão disporão de bomba de drenagem específica com funcionamento automático. Tabela 8 – Mapa de ventiloconvectores P.Aque. P. Arref. Designação Total [kW] Total [kW] VC1 VC2 VC3 VC4 6,01 10,31 16,85 18,78 3,14 5,08 8,67 10,34 Tipologia Pressão Modelo Estática [Pa] Conduta Conduta Conduta Conduta Média Média Média Média FWB 03 FWB 05 FWB 09 FWB 10 Sem prejuízo da apresentação de eventuais propostas alternativas de qualidade equivalente, apresentam-se como referência para os ventiloconvectores da marca Daikin. 2.5.3 Ventiladores Centrífugos com Caixa As caixas de ventilação estanques serão fabricadas em chapa de aço galvanizado, com isolamento acústico não inflamável (M0) com 50 mm de espessura, fechos estanques, de tipo tracção giratória, de fácil abertura. O ventilador do tipo centrífugo com alhetas curvadas para 54 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche a frente e motor, directamente acoplado, com IP 44, classe F, com rolamentos de esferas, protector térmico e caixa de bornes com IP55. As caixas de ventilação deverão ser providas de interruptor de corte local, variador de velocidade e bico de pato na descarga. Tabela 9 – Parâmetros de dimensionamento dos ventiladores de extracção Designação VE1 VE2 VE3 VE4 VE5 VE6 Caudal [m³/h] 720 720 1115 1115 1460 1020 Pressão Estática [Pa] 70 85 85 75 190 70 Marca de Referência S&P S&P S&P S&P S&P S&P Modelo de Referência CAB 250 CAB 250 CAB 315 CAB 315 CAB 315N CAB 250 Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade equivalente, apresentam-se como referência os equipamentos da marca Soler & Palau, série CAB. Nota: as perdas de carga indicadas são na rede de condutas e grelhas/difusores deverão ser corrigidas face aos traçados definitivos e perda de carga nos equipamentos instalados. As pressões apresentadas deverão ser corrigidas no decurso da obra para tomar em consideração as diferenças de perdas de carga entre os equipamentos efectivamente instalados e os equipamentos de referência utilizados no desenvolvimento do projecto, bem como eventuais alterações no traçado das condutas. Em fase oportuna de realização da obra, o empreiteiro deverá apresentar à Fiscalização o cálculo de perda de carga dos circuitos aerólicos tomando em consideração as perdas de cargas efectivas nos equipamentos aprovados, com vista à determinação das características dos ventiladores. 2.5.4 Condutas A instalação das condutas será executada de acordo com os traçados e as dimensões indicadas das peças desenhadas. As secções aí referidas deverão entender-se como mínimas, correspondendo às áreas livres que devem ser respeitadas. Deverão apresentar um aspecto liso e as suas juntas serão acabadas com cuidado, garantindo uma boa estanquidade. Deverão ser previstos todos os acessórios que, embora omissos no projecto, sejam necessários ao bom comportamento hidráulico, mecânico e sonoro das redes de condutas. Todos os acessórios de interligação das condutas, tais como curvas, cotovelos, uniões, derivações, mudanças de secção e outros, deverão ser executados no mesmo material e do mesmo tipo das condutas em que se inserem e ainda com os cuidados necessários para minimizar as turbulências no fluxo de ar e as perdas de carga. O encaixe será feito por parafusos para chapa metálica, devendo todas as ligações ser perfeitamente calafetadas e estanques com produtos sem MNEL’s. 55 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Em todos os ramais principais e bifurcações/derivações, assinalados nas peças desenhadas, serão colocados registos de caudal para equilibragem de cada sistema, ou ainda em locais que não estejam assinalados mas onde se considere necessário para o correcto funcionamento da instalação. As ligações das condutas aos diversos equipamentos dos circuitos aerólicos (ventiladores, caixas de ventilação, unidades de tratamento de ar e ventiloconvectores), serão executadas quer a montante quer a jusante dos equipamentos, bem como nas passagens das condutas pelas juntas de dilatação do edifício por intermédio de juntas flexíveis feitas de material imputrescível e estanques ao ar. A união entre as lonas e as condutas será feita com perfis angulares galvanizados. Deverá haver especial cuidado na colocação do isolamento térmico por forma, a que este não apresente descontinuidades entre as ligações das condutas às juntas flexíveis. Na passagem pelas juntas de dilatação do edifício, as condutas serão apoiadas antes e depois da junta flexível. Todas as curvas e bifurcações deverão ser construídas com um raio de curvatura mínimo no seu eixo, maior ou igual a 1,5 vezes o diâmetro ou largura da conduta. Admite-se a instalação de curvas e cotovelos com raios de curvatura inferiores em situações onde por razões de atravancamentos se revele a única opção. Nestas situações, serão instaladas alhetas deflectoras para facilitar o encaminhamento do ar. Contudo, a instalação destes carece sempre de aprovação pela Fiscalização, Projectista ou Perito da Qualidade do Ar Interior do SCE. Serão instaladas portas de visita, norma EN 12097, de forma a poder ser inspeccionada toda a rede de condutas. Estas mesmas portas de visita deverão garantir o acesso a robôs de limpeza para higienização da rede de condutas conforme se especifica mais à frente. Em caso algum serão ser aceites condutas não tamponadas durante o seu transporte até ao local da obra. Este tamponamento será mantido em armazém de obra e durante a montagem das mesmas. As condutas de insuflação bem como as de retorno a eventuais caixas de mistura ou recuperadores de calor deverão ser isoladas termicamente sempre pelo exterior, o mesmo acontecendo aos plenos de insuflação e retorno ligados a difusores e grelhas. Este isolamento deverá ser executado com lã mineral, com barreira de vapor, protegido mecanicamente com chapa de alumínio quando montados à intempérie. Poderão ainda ser protegidos com chapa pintada, de cor e tinta a aprovar pela Fiscalização. 56 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche É possível a utilização de condutas do tipo flexível, em troços nunca superiores a 1,0 m, e apenas nas ligações das redes principais aos plenos de montagem dos difusores e grelhas. Estas, serão isoladas termicamente e dotadas de barreira de vapor caso se tratem de condutas de insuflação ou retorno. As condutas de extracção serão em tudo idênticas às de insuflação/retorno contudo, não possuem isolamento térmico. Condutas Rectangulares As condutas de ar de secção rectangular deverão ser do tipo baixa pressão, construídas em chapa de aço galvanizado e fabricadas de acordo com as normas S.M.A.C.N.A. A espessura da chapa a utilizar no fabrico destas condutas será função da maior dimensão transversal destas e não poderá ser inferior aos valores que seguidamente se indicam: Tabela 10 – Espessura da chapa, condutas rectangulares Lado maior da conduta Até 300 mm de 300 a 600 mm de 600 a 1200 mm de 1200 a 1800 mm Superior a 1800 mm Calibre/Espessura da chapa nº24/0,6 mm nº22/0,8 mm nº20/1,0 mm nº18/1,2 mm nº16/1,6 mm As condutas rectangulares deverão ser construídas com costura longitudinal do tipo rebordado “Pittsburg Seam”, garantindo sempre uma perfeita estanquidade. As junções transversais entre condutas serão feitas por meio de calha deslizante desde que o seu lado maior não exceda os 600 mm, sendo que para dimensões maiores utilizar-se-ão aros de cantoneira de chapa galvanizada. As condutas de lado maiores ou superiores a 300 mm deverão ser vincadas em “bico de diamante” com vista a aumentar a sua resistência à deformação e à vibração. Nas condutas em que um dos lados ultrapasse os 600 mm, os troços serão limitados por aros de cantoneiras de ferro, para ligação entre si. Entre os aros sujeitos a aperto, serão colocadas juntas de material imputrescível de forma a tornar as uniões perfeitamente estanques. Em nenhuma situação será permitida a utilização de juntas de feltro alcatroado ou outro tipo de MNEL. Não são permitidas ligações, condutas ou plenos fechados por cravação. As transformações de secção, quando divergentes não deverão apresentar ângulos superiores a 30º, medidos entre faces ou a 15º, medidos entre a face e o eixo da conduta. Nas transformações convergentes, estes ângulos terão como máximo respectivamente 40º e 20º. 57 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche A suspensão das condutas deverá ser feita por meio de varões de aço roscados, os quais ligarão às condutas nas flanges de ligação dos troços, ou quando estas não existirem, a aros em cantoneira instalados à volta das condutas para esse fim. Os suportes de fixação e/ou suspensão das condutas montadas à intempérie serão realizados em aço e terão metalização com espessura não inferior a 0,8 µm Sobre a metalização será aplicada tinta de acabamento a definir pela Fiscalização. Condutas de Secção Circular As condutas de ar de secção circular serão de fabrico de série, feitas em máquinas automáticas próprias para o efeito, utilizando como matéria-prima fita de aço galvanizado, com execução espirilada. Todos os acessórios de interligação deverão ser construídos no mesmo material e, as ligações entre tramos de diferentes diâmetros realizadas por meio de secções tronco-cónicas convergentes. A interligação entre troços de conduta ou entre estes e os acessórios será realizada com utilização de uniões adequadas, cravadas com rebites. Em todas as uniões deverá aplicar-se um vedante adequado. A fixação das condutas far-se-á por meio de abraçadeiras rígidas em aço galvanizado ou metalizado, constituídas por duas metades juntas por parafusos com porca. Entre as abraçadeiras e as condutas deverá colocar-se material anti-vibrático imputrescível para evitar a transmissão de ruídos. As condutas serão suspensas pelas abraçadeiras de fixação por meio de pendurais em varão de aço roscado fixos ao tecto ou às paredes por buchas metálicas de expansão. Os suportes de fixação e/ou suspensão das condutas montadas à intempérie serão realizados em aço e terão metalização com espessura não inferior a 0,8 µm. Sobre a metalização será aplicada tinta de acabamento a definir pela Fiscalização. Apoios e Fixação de Condutas Todas as redes de condutas serão solidamente suspensas ou fixadas aos elementos estruturais ao edifício (lajes, vigas, paredes, etc..) ou a outras estruturas metálicas permanentes, adaptando-se perfeitamente ao mesmo, mantendo-se sempre que possível um paralelismo perfeito com as lajes e outros elementos da estrutura. As ligações das condutas aos equipamentos serão feitas de modo a não transmitirem quaisquer esforços, aos isolamentos, registos e outros elementos nelas integrados ou montados. As fixações serão de modo a evitar vibrações nas redes de condutas, quaisquer que sejam as condições de funcionamento. No caso das condutas rectangulares, a distância dos suportes de apoio quer nas condutas quer nos acessórios não deve em caso algum exceder 1500 mm qualquer que seja a 58 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche secção não devendo haver, entre suportes mais do que uma união transversal de condutas. Em caso algum os suportes devem ficar a mais de 500 mm de uma união transversal ou de juntas flexíveis. As condutas circulares não poderão apresentar distâncias entre suportes superiores a 2400 mm. As condutas que ficarem montadas verticalmente, sejam elas de secção rectangular ou circular, terão os suportes com um afastamento máximo de 3 metros, em forma de braçadeira, ou cantoneira. As condutas que ficarem montadas nesta posição, terão um conjunto de suportes adequados, para que as extremidades do percurso vertical se possam mover livremente devido às dilatações térmicas que eventualmente possam ocorrer. Todos os arames e outros elementos utilizados como suportes temporários das condutas durante a fase de instalação, são totalmente retirados no final da construção. A continuidade do isolamento e da barreira de vapor em caso algum será interrompida pelas suspensões, suportes ou varões. As suspensões, quando necessário, poderão ser temporariamente retiradas a fim de facilitar a colocação do isolamento térmico ou da barreira de vapor. Nenhuma suspensão ou suporte poderá perfurar a conduta ou os isolamentos. Todos os suportes das condutas (suspensões, chumbadores, suportes, porcas, demais acessórios, etc.) estão incluídos no fornecimento da empreitada. Portas de Visita Deverão ser instaladas portas de visita, para limpeza e manutenção, nos locais assinalados nas peças desenhadas e noutros locais que se considerem relevantes, devendo sempre que possível respeitar as seguintes dimensões: 59 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 11 – Portas de visita para condutas circulares, dimensões mínimas Tabela 12 - Portas de visita para condutas rectangulares, dimensões mínimas Abertura rectângular ou oval Bifurcação tamponada Diâmetro Dimensões Diâmetro Dimensão do Nominal da minimas das Nominal da macho ou conduta aberturas na conduta abertura minima parede da conduta D [mm] A x B [mm] Dª [mm] d [mm] 100≤D<200 100 x 80 100 100 200≤D≤315 200 x 100 125 100 315<D≤500 300 x 200 160 125 500<D 400 x 300 200 160 250 200 315 250 400 315 500 400 500 ≥630 ª - para outras dimensões aplicam-se os Abertura rectângular ou oval dimensão da Dimensões secção da minimas das conduta onde aberturas na será instalada a parede da porta conduta S [mm] A x B [mm] D≤200 300 x 100 200<D≤500 400 x 200 500<D 500 x 400 A d requisitos das condutas com um diâmetro nominal imediatamente superior d Bifurcação tamponada dimensão da Dimensão do secção da macho ou conduta onde abertura minima será instalada a porta S [mm] d [mm] ≤200 125 ≤250 160 ≤300 200 ≤350 250 ≤450 315 ≤630 400 >630 500 B S A B D As portas de visita para manutenção e limpeza de condutas de secção elíptica devem cumprir os requisitos aplicados às condutas circulares, caso as portas de visita se encontrem na superfície semi-circular ou os requisitos aplicados às condutas rectangulares, no caso das aberturas para limpeza estarem nas superfícies planas. Estanqueidade Com o objectivo de garantir, com a maior segurança, que o sistema de condutas, no final da montagem, atingirá as exigências de estanqueidade, o adjudicatário deverá executar um exemplar de um troço de conduta, após acordo com a fiscalização da obra. Nesta amostra todas as juntas que o adjudicatário julgue necessárias deverão ser executadas. Se for evidente que algumas ligações não estão de acordo com as exigências, o seu uso não será permitido. Logo que uma parte do sistema de condutas, incluindo as partes acessórias, esteja concluída, o instalador realizará os testes de estanqueidade sob a supervisão da fiscalização da obra. Registos de Regulação de Caudal Os registos estáticos de regulação de caudal de ar deverão ser colocados conforme indicado nas peças desenhas e ainda em bifurcações/derivações onde se considerem necessários para equilibragem de cada sistema, com manípulo de ajuste pelo exterior da 60 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche conduta, o qual rodará sobre um mostrador devidamente calibrado e com indicação da posição do registo. Serão facilmente acessíveis a partir do exterior e terão dispositivo que permita a sua fixação na posição final pretendida. Estes registos serão de chapa galvanizada do tipo persiana de lâminas paralelas para as condutas rectangulares e do tipo borboleta para as condutas circulares. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresentam-se como referência os equipamentos da marca TROX, modelo TDK. Grelhas, Difusores e Válvulas de Aspiração As dimensões das grelhas e difusores a instalar serão as indicadas nas peças desenhadas, ou em quadros tipo anexos a estas peças escritas. Para o seu dimensionamento foi considerado que ao nível dos ocupantes, o ruído não será superior a 25 dB(A) e que a velocidade do ar não será superior a 0,2 m/s. A velocidade do ar nas grelhas de insuflação, de extracção, de passagem e rejeição de ar, deverá situar-se entre 1,5 a 2 m/s. Todas as grelhas, difusores, válvulas de aspiração e demais equipamentos, como plenos, devem ser fornecidos devidamente embalados para que seja garantido a sua protecção contra a sujidade durante o transporte, armazenamento em obra e instalação. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresentam-se como referência os equipamentos da marca France Air. 2.6 Isolamento Térmico Todas as tubagens e acessórios da rede de distribuição de água aquecida/refrigerada serão isoladas térmicamente com tubo ou manta de espuma de borracha do tipo Armaflex, de densidade, espessura e qualidade compatível com a temperatura do fluido circulante. Sempre que possível a manga de isolamento será enfiada na tubagem antes da sua fixação. Quando a manga tiver de ser cortada longitudinalmente, depois de montada, devem as paredes de corte ser coladas com cola apropriada. As mudanças de direcção e outros acessórios serão envolvidos com peças próprias do mesmo material com as faces da união coladas. Sempre que não seja possível o fecho perfeito dos cortes efectuados, as tubagens terão de ser revestidas com chapa de alumínio mesmo nos locais em que não se exige tal acabamento. As tubagens e acessórios montados à vista bem como as montadas à intempérie deverão ter o isolamento protegido por revestimento com chapa de alumínio com a espessura mínima de 0,8 mm. 61 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 13 – Espessura dos isolamentos Diâmetro da tubagem Espessura do Isolamento Interior Exterior D < 35 20 30 35 < D < 60 30 40 60 < D < 90 30 50 90 < D < 140 40 60 140 < D 40 60 As espessuras são mínimas para um isolamento com condutibilidade térmica de referência de 0,04 W/m.K Nos pontos de apoio, suporte e fixação das tubagens, o isolamento deverá ser aplicado com especiais cuidados, para que a função de barreira térmica não fique prejudicada, nem o isolamento venha a ser ferido ou destruído por esforços da tubagem originados pelas contracções e dilatações da mesma. Nos acessórios que são passíveis de ser manipulados no uso normal da instalação, tais como filtros e válvulas, o isolamento deverá ser aplicado de forma que permita a sua manipulação sem necessidade de desmontar o isolamento. O isolamento das condutas deverá ser constituído por manta de lã de vidro ou lã mineral de densidade não inferior a 40 kg/m3, com pelos menos 30 mm de espessura (40 mm quando no exterior do edifício), colada pelo exterior da conduta. A manta terá na sua face externa, papel de alumínio reforçado, assegurando simultaneamente a função barreira de vapor e a não desagregação do isolamento. Sobre a manta será aplicado fio em espiral a todo o comprimento das condutas, para impedir que o isolamento descole da chapa. Todas as condutas montadas no interior à vista ou no exterior deverão ser revestidas exteriormente sobre o isolamento térmico por uma chapa de alumínio de espessura adequada. 2.7 Sistema Solar Térmico Será instalado um sistema solar térmico composto por colectores solares planos com uma área de captação individual de 2,57 m2, que serão distribuídos por baterias de três colectores solares em paralelo de canais, optimizando os custos com uma instalação simples e rápida do circuito primário. O circuito hidráulico ligará os colectores a um depósito de acumulação de AQS onde a energia proveniente dos painéis ficará acumulada, conforme 62 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche esquema de princípio. Deverá ser instalado um grupo de bombagem e um controlador solar que será interligado ao sistema de comando e regulação de todo o edifício. Os colectores serão instalados segundo a orientação mais favorável (Sul) com 35º de inclinação, conforme peças desenhadas. Os circuitos hidráulicos entre os colectores, a estação de bombagem e o depósito de acumulação deverão ser executados em tubo de cobre. Em caso algum serão aceites soluções ou técnicos para efectuar a instalação do sistema solar térmico que não respeitem a legislação em vigor no que diz respeito a certificação e garantias. 2.7.1 Colectores Deverão ser do tipo plano, com qualidade e rendimento reconhecido por uma entidade independente. Deverão ser fornecidos com suportes apropriados para o local onde serão instalados. De salientar que imediatamente após a sua instalação se deve proceder ao enchimento dos mesmos, com fluido térmico, responsável pelo transporte do calor absorvido pelos painéis solares, de modo a proteger a instalação do congelamento ate -21 °C. A proporção em volume adequada devera ser confirmada junto dos fornecedores dos equipamentos. Como características principais de qualidade salientam-se as seguintes: Placa absorvente em cobre, com tratamento superficial altamente selectivo; Placa absorvente unida a grelha de tubos em cobre, por soldadura laser; Vidro com 3,2 mm de espessura, temperado, com baixo conteúdo de ferro; Isolamento inferior em lã de rocha com 50 mm, de espessura; Capacidade de 1,3 litros; Carcaça em alumínio anodizado à cor natural, fortemente isolada; Uniões entre os colectores através de acessórios de fácil montagem; Deverá oferecer uma garantia de funcionamento mínima de 10 anos. O isolamento em lã mineral devera permitir suportar altas temperaturas sem libertação de partículas e mantendo uma elevada temperatura. Deverá igualmente possuir uma vedação integral de todo o perímetro e com várias camadas de forma a garantir a estanquidade. O perfil devera possuir pequenos orifícios que garantam a ventilação e a eliminação de qualquer condensação. Os colectores solares deverão ter certificação Certif e Solar Keymark. 63 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresenta-se como referência para os equipamentos do caderno de encargos os equipamentos da marca Sonnenkraft, modelo SKR 500. 2.7.2 Módulo Hidráulico Por uma questão de compatibilidade, deverá ser da mesma marca do representante dos colectores solares, sendo no entanto admissível a apresentação de equipamentos equivalentes aos do fabricante dos colectores solares. O grupo de circulação solar deverá ser adequado para o número de colectores em causa e perdas de carga no circuito. A estação de bombagem será do tipo completa, incluindo todos os componentes hidráulicos do grupo de circulação como bomba, válvulas de duas via, válvula de segurança, termómetro, manómetro, vaso de expansão, entre outros, já instalados numa caixa isolada, facilitando uma instalação mais rápida e, mais económica. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresenta-se como referência para os equipamentos do caderno de encargos os equipamentos da marca Sonnenkraft, modelo PSKR15. 2.7.3 Controlador Solar Por uma questão de compatibilidade, deverá ser da mesma marca do representante dos colectores solares, sendo no entanto admissível a apresentação de equipamentos equivalentes aos do fabricante dos colectores solares. Deverá ser do tipo electrónico com visor digital LCD, para a regulação diferencial do sistema, com o número de saídas e sensores que possibilitem efectuar o esquema de controlo estabelecido no esquema de princípio. Deverá possibilitar a medição de energia de uma forma simples e prática, com uma estimativa aproximada feita pelo controlador. O visor terá de apresentar a potência instantânea, o total de energia e o caudal instantâneo. Como funções adicionais, terá que permitir regular a velocidade do grupo de circulação solar em função da radiação solar disponível, visualização imediata de anomalias ao funcionamento normal da instalação e optimização do arranque matinal da instalação solar. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresenta-se como referência para os equipamentos do caderno de encargos os equipamentos da marca Sonnenkraft, modelo SKSC2. 64 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.7.4 Depósito de Acumulação de AQS É prevista a instalação de dois depósitos de AQS para acumulação de energia térmica. Assim os depósitos deverão ter a capacidade e ligações conforme se representa e no esquema de principio da instalação. Será fornecido com todos os acessórios necessários ao seu correcto funcionamento. Será construído em chapa de aço com pelo menos 50 mm de espessura de isolamento térmico em poliuretano. Sem prejuízo da apresentação de eventuais propostas alternativas de qualidade equivalente, apresentam-se como referência os depósitos da marca Sonnenkraft, modelo SKL para a creche e modelo PS comfort XL para o Lar de Idosos. 2.8 Protecção Contra Incêndios 2.8.1 Atravessamento de Paredes e Lages Faz também parte da empreitada de instalações e equipamentos de AVAC, a execução de todas as protecções dos elementos, paredes e lajes, onde, quer as condutas de ar quer as tubagens atravessem paredes corta-fogo ou as lajes entre Pisos. Estes elementos de separação/divisão deverão ser “selados” com material resistente ao fogo com as seguintes características técnicas: Painéis duplos construídos em lã mineral de alta densidade, 140Kg/m3, revestidos nas faces exteriores por “DMA coating Z100/DMA” resina termoplástica e interligados por “DMW mastic Z100/DMA” betume intumescente; Registos Corta-fogo; Classe de resistência ao fogo: CF 90 a CF 120; 2.8.2 Central de Comando e Monitorização de RCF É prevista, para regulação, controlo e comando uma central de comando e monitorização de registos Corta-Fogo. Esta central deverá permitir fazer actuar os registos corta-fogo quando assim se justificar. Deverá permitir verificar o estado dos registos cortafogo, isto é, abertos ou fechados. Para tal deverá ter sinalização luminosa. Deverá incluir documentação, programação do sistema e programação dos encravamentos com CDI. 65 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresenta-se como referência os equipamentos da marca TROX. 2.8.3 Registos Corta-fogo Os registos corta-fogo serão constituídos por um troço de conduta em chapa de aço galvanizado com a secção da conduta em que se inserem, por um aro em material e uma lâmina em material refractário. Os registos serão do tipo normalmente aberto e a lâmina terá mola de fecho automático que permita realizar o fecho independentemente da posição de montagem. Os registos serão cravados na alvenaria das paredes e/ou lajes que atravessam devendo respeitar-se as indicações do fabricante quanto à profundidade de cravamento. Deverá ser aplicado material corta-fogo intumescente nas fendas entre a alvenaria e o registo na zona de cravamento. Os registos corta-fogo, sendo órgãos de segurança contra incêndios, devem ser montados sob orientação de pessoal qualificado e credenciado. Durante a montagem o registo não pode sofrer qualquer deformação, pois tal conduziria a um deficiente funcionamento do mesmo. As ligações às condutas rígidas aconselham-se a serem feitas através de mangas flexíveis - com classificação ao fogo M2, ou melhor. No caso de paredes leves (pladur, placas de silicato de cálcio ou outras) estas mangas são obrigatórias. Serão contudo dispensáveis no caso de condutas flexíveis. Os registos corta-fogo deverão ser fornecidos com documentos comprovativos da certificação das suas características, para funcionamento em desenfumagem, por entidade de idoneidade reconhecida. Todos os registos corta-fogo deverão ter classificação não inferior a CF120 minutos Serão adequados para montagem em paredes e tectos independentemente da sua posição de montagem e da direcção de passagem do ar. O fusível térmico pode ser removido para inspecção ou substituição pelo lado exterior. Sem prejuízo da apresentação de eventuais alternativas de qualidade mínima equivalente, apresenta-se como referência para os equipamentos do caderno de encargos os equipamentos da marca TROX, modelos FKRS-EU e FKA-EU para condutas circulares e rectangulares respectivamente. 66 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.9 Sistema de Comando e Controlo O sistema de controlo deverá funcionar nas condições e parâmetros enumerados na Memória Descritiva, bem como de acordo com os dados fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos que vierem a ser instalados. Contemplará todos os equipamentos tais como: quadros de comando, interfaces com o equipamento de campo, sondas, pressostatos e demais trabalhos de programação. Deverá ser previsto para monitorizar no mínimo os seguintes parâmetros: Consumo eléctrico de todos os motores com potência superior a 5,5 kW; Estado de colmatação dos filtros de ar; Estado aberto/fechado dos registos corta-fogo; Temperatura do ar exterior; Temperatura média de cada zona controlada a temperatura distinta; Temperatura da água em circuitos primários ida/retorno; Temperatura de insuflação das UTAN’s; 2.9.1 Equipamento de Campo Seguidamente enumera-se algum do equipamento necessário para realizar o sistema de comando da instalação. Sondas de temperatura de imersão As sondas de temperatura serão do tipo de variação de resistência com elemento sensor do tipo "Ni1000”. Cada sonda será fornecida com uma bainha em latão cromado, com um comprimento de 120 mm para imersão em condutas de água, uma resistência de 1000 Ohms a 0ºC, uma pressão máxima de funcionamento de 16 bar, classe de protecção IP54 e caixa de ligação eléctrica em PVC. Sondas de temperatura de conduta As sondas de temperatura de conduta serão do tipo de variação de resistência com elemento sensor do tipo "Ni1000” montado em caixa de PVC com lança para inserção em conduta com uma resistência de 1000 Ohms a 0ºC, uma gama de medida entre -30 a 130 ºC, tolerância de 20 ºC 0,5K (0,3%) e com uma constante de tempo (c/ ar em movimento a 3 m/s) de 3seg. 67 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Sondas combinadas de temperatura e humidade de conduta/ exterior As sondas combinadas de temperatura e humidade de conduta deverão estar montadas numa base própria comum onde serão efectuadas as ligações eléctricas, ficando o conjunto contido numa caixa em PVC de IP 54 com base de encaixe própria para que possa ser sempre retirado sem afectar as ligações eléctricas existentes. As sondas de humidade serão constituídas por um elemento capacitivo cuja capacidade varia de acordo com a humidade relativa. O circuito electrónico converterá a variação de capacidade num sinal linear activo de 0 a 10 VDC correspondente de 10 a 90% de humidade relativa. O elemento capacitivo deverá permitir ser facilmente substituído sem que seja necessário subsequentemente, efectuar a sua calibração. A protecção do elemento sensor deverá ser assegurada através dum filtro de teflon do tipo membrana, podendo também ser substituído quando necessário. As sondas de temperatura serão do tipo de variação de resistência com elemento sensor do tipo "Ni1000”. As sondas terão lança para inserção em conduta e terão as seguintes características principais: Sensor de Temperatura com uma resistência de 1000 Ohms a 0ºC, uma gama de medida de -30ºC a 130ºC com uma constante de tempo de 4,4 min. Sensor de Humidade com uma tensão de alimentação de 24VAC +/- 20% - 50/60 Hz, um consumo de 1,5 VA, uma gama de medida da humidade de 10 a 95 % HR e uma constante de tempo (c/ ar em repouso) de 24seg. Actuadores de válvulas de duas ou três vias Os actuadores de válvulas deverão ser da mesma marca das válvulas, serão fornecidos com todos os acessórios necessários ao acoplamento com a válvula e terão as seguintes características: Actuadores para válvulas modulantes com tensão de alimentação 24VAC +/-20% 50/60Hz, uma gama funcionamento de 0 a 10 VDC ou 0 a 20 mA, uma tensão mínima de regulação (regulável) de 0,3 a 9 VDC, uma tensão máxima de regulação (regulável) de 1,3 a 10 VDC e uma operação/acção directa ou inversa (comutável). Actuadores para válvulas “tudo-nada” com tensão de alimentação 220 VAC +/-20% 50/60Hz, tensão de comando a 3 ou a 2 Pontos, curso do obturador 14mm (até DN50), um tempo de posicionamento de 120 seg. e com IP43. Pressostatos diferenciais de ar 68 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche O pressóstato diferencial para ar compreenderá duas câmaras ligadas a um diafragma com uma gama de medida de 0,5 a 5 mbar e uma pressão máxima de operação de 50 mbar. Estas câmaras serão dispostas para que o dispositivo possa ser utilizado como interruptor de pressão estática ou diferencial como resposta a variações de pressão em condutas de ar. As ligações ao aparelho serão efectuadas através de dois tubos de plástico flexíveis nos pontos a serem medidos, por meio dum encaixe metálico. O aparelho terá um contacto eléctrico inversor livre de potencial e será fornecido completo com exemplos de ligação à tubagem. Sem prejuízo da apresentação de eventuais propostas alternativas de qualidade equivalente, apresenta-se como referência a marca Sauter ou equivalente, devendo contudo ser garantida a compatibilidade das sondas com os controladores. 2.9.2 Mapa de Pontos A título indicativo, apresenta-se no quadro seguinte uma listagem de pontos de controlo a prever no sistema de comando, devendo contudo o adjudicatário efectuar as correcções necessárias de modo a dar satisfação integral às exigências de controlo apresentadas nas diversas peças escritas e desenhadas que compõem o presente projecto. Tabela 14 – Mapa de pontos Descrição dos Pontos Entrada Saida Entrada Saida Digital Digital Analóg. Analóg. Com. por ED SD EA SA prot. Equipamento Bomba de Calor Geotermica Creche Bomba de Calor Geotermica (controlador interno) Ligar/Desligar Chiller 1 1 Estado de funcionamento 1 Avaria 1 Comunicação directa por BUS com a GTC Relé de interface Contactos sem tensão Contactos sem tensão Temperatura de entrada 6 Sonda de temperatura de imersão 6 Sonda de temperatura de imersão 6 Contador de entalpia Contagem de energia eléctrica 1 Temperatura nos depósitos de inercia 8 Contador com geração de impulsos Sonda de temperatura de imersão Temperatura de saída Contador de energia térmica 4 Comando geotermia 1 Actuador de Válvula(Modulante) Bomba de Calor Geotermica Lar Bomba de Calor Geotermica (controlador interno) Ligar/Desligar Chiller 1 1 Comunicação directa por BUS com a GTC Relé de interface Estado de funcionamento 1 Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Temperatura de entrada 6 Sonda de temperatura de imersão 69 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Temperatura de saída Contador de energia térmica 4 6 Sonda de temperatura de imersão 6 Contador de entalpia Contagem de energia eléctrica 1 Temperatura nos depósitos de inercia 8 Contador com geração de impulsos Sonda de temperatura de imersão Comando geotermia 1 Temperatura e Humidade do ar exterior Actuador de Válvula(Modulante) 2 Sonda de temperatura e humidade exterior 2 Sonda de temperatura de imersão Colector Água (garrafa de mistura) Temperatura da água no colector BC1 Ligar/Desligar bomba 1 Rele de interface Estado 1 Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água Temperatura de avanço 2 Sonda de temperatura de imersão BC2 Ligar/Desligar bomba Estado 1 Rele de interface 1 Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água Temperatura de avanço 2 Sonda de temperatura de imersão BC3 Ligar/Desligar bomba 1 Rele de interface Estado 1 Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água Temperatura de avanço 2 Comando temperatura avanço Sonda de temperatura de imersão 1 Temperatura de retorno 2 Actuador de Válvula(Modulante) Sonda de temperatura de imersão BC4 Ligar/Desligar bomba Estado 1 1 Rele de interface Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água BC5 Ligar/Desligar bomba Estado 1 1 Rele de interface Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água BC6 70 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Ligar/Desligar bomba 1 Rele de interface Estado 1 Contactos sem tensão Avaria 1 Contactos sem tensão Caudal 1 Pressostato diferencial de água Estado de Filtro de água 1 Pressostato diferencial de água UTAN1 Actuador Ventilador de insuflação 1 Rele de interface Estado do Ventilador de Insuflação 1 Avaria no Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de Insuflação Comando do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial Estado do Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de retorno Temperatura de ar novo (temperatura exterior) Temperatura do ar de retorno 1 Pressostato diferencial 1 Rele de interface Existente no sistema 1 Temperatura do ar de insuflação 1 Comando de aquecimento/arrefecimento 1 Sonda de temperatura em conduta Sonda de temperatura em conduta Actuador de Válvula(Modulante) Estado de filtro do retorno 1 Pressostato diferencial Estado de pré-filto 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro Terminal 1 Pressostato diferencial Comando "by-pass" ao recuperador 1 Actuador de registo (tudo/nada) Comando registo admissão 1 Actuador de registo (Modulante) UTAN 2 Actuador Ventilador de insuflação 1 Rele de interface Estado do Ventilador de Insuflação 1 Avaria no Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de Insuflação Comando do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial Estado do Ventilador de retorno 1 1 Rele de interface Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de retorno Temperatura de ar novo (temperatura exterior) Temperatura do ar de retorno 1 Pressostato diferencial Existente no sistema 1 Temperatura do ar de insuflação 1 Comando de aquecimento/arrefecimento 1 Sonda de temperatura em conduta Sonda de temperatura em conduta Actuador de Válvula(Modulante) Estado de filtro do retorno 1 Pressostato diferencial Estado de pré-filto 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro Terminal 1 Pressostato diferencial Comando "by-pass" ao recuperador 1 Actuador de registo (tudo/nada) Comando registo admissão 1 Actuador de registo (Modulante) UTAN 3 Actuador Ventilador de insuflação 1 Rele de interface 71 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Estado do Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de Insuflação Comando do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial Estado do Ventilador de retorno 1 Avaria no Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de retorno Temperatura de ar novo (temperatura exterior) Temperatura do ar de retorno 1 Pressostato diferencial 1 Rele de interface Contactos sem tensão Existente no sistema 1 Temperatura do ar de insuflação 1 Comando de aquecimento/arrefecimento 1 Sonda de temperatura em conduta Sonda de temperatura em conduta Actuador de Válvula(Modulante) Estado de filtro do retorno 1 Pressostato diferencial Estado de pré-filto 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro Terminal 1 Pressostato diferencial Comando "by-pass" ao recuperador 1 Actuador de registo (tudo/nada) Comando registo admissão 1 Actuador de registo (Modulante) UTAN 4 Actuador Ventilador de insuflação Estado do Ventilador de Insuflação 1 Rele de interface 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de Insuflação Comando do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial Estado do Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de retorno Temperatura de ar novo (temperatura exterior) Temperatura do ar de retorno 1 Pressostato diferencial 1 Rele de interface Existente no sistema 1 Temperatura do ar de insuflação 1 Comando de aquecimento/arrefecimento 1 Sonda de temperatura em conduta Sonda de temperatura em conduta Actuador de Válvula(Modulante) Estado de filtro do retorno 1 Pressostato diferencial Estado de pré-filto 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro Terminal 1 Pressostato diferencial Comando "by-pass" ao recuperador 1 Actuador de registo (tudo/nada) Comando registo admissão 1 Actuador de registo (Modulante) UTAN 5 Actuador Ventilador de insuflação 1 Rele de interface Estado do Ventilador de Insuflação 1 Avaria no Ventilador de Insuflação 1 Contactos sem tensão Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de Insuflação Comando do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial Estado do Ventilador de retorno 1 1 Rele de interface Contactos sem tensão Avaria no Ventilador de retorno 1 Contactos sem tensão Estado do Caudal do Ventilador de retorno 1 Pressostato diferencial 72 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Temperatura de ar novo (temperatura exterior) Temperatura do ar de retorno Existente no sistema 1 Temperatura do ar de insuflação 1 Comando de aquecimento/arrefecimento Sonda de temperatura em conduta Sonda de temperatura em conduta Actuador de Válvula(Modulante) 1 Estado de filtro do retorno 1 Pressostato diferencial Estado de pré-filto 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro 1 Pressostato diferencial Estado de Filtro Terminal 1 Pressostato diferencial Comando "by-pass" ao recuperador 1 Actuador de registo (tudo/nada) Comando registo admissão 1 Actuador de registo (Modulante) VI1 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE1 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE2 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE3 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE4 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE5 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão VE6 Comando do Ventilador 1 Rele de interface Estado do Ventilador 1 Contactos sem tensão Avaria no Ventilador 1 Contactos sem tensão Sistema Solar Controlador solar (Processador) 1 Temperatura da água no depósito 2 Comunicação directa por BUS com a GTC Sonda de temperatura de imersão Temperatura da água no avanço 2 Sonda de temperatura de imersão Temperatura da água no retorno 2 Sonda de temperatura de imersão 73 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tratamento Quimico 2 Contactos sem tensão Estado dos RCF 14 Contactos sem tensão 2.10 Instalações Eléctricas 2.10.1 Generalidades Fazem parte da empreitada todos os trabalhos e equipamentos necessários de força motriz, comando e controlo de todo o equipamento previsto anteriormente, a partir dos quadros eléctricos dos respectivos locais de instalação. Cabos de alimentação, aparelhagem de comando e de protecção, e demais componentes da instalação eléctrica, deverão em tudo ser idênticos aos previstos no projecto de Instalações Eléctricas. Os quadros eléctricos deverão ser equipados com sinalizadores que permitam visualizar o funcionamento da instalação e detectar possíveis avarias nos componentes da mesma. 2.10.2 Quadros Eléctricos Os quadros serão do tipo de caixa metálica constituída por painéis e perfis préfabricados em chapa de aço tratada com pintura, conferindo ao conjunto acabamento de elevada qualidade. A caixa deverá apresentar elevada resistência mecânica e robustez, terá compartimentos separados e portas de acesso igualmente separadas para instalação do equipamento de potência e do equipamento de comando. As portas serão reforçadas nos aros e equipadas com fechaduras do tipo “Yale” ou equivalente. Todas as partes móveis dos quadros eléctricos, como portas e painéis, serão equipadas com banda de neoprene para evitar a entrada de pó, devendo ser também estanques à humidade. A porta do compartimento de comando terá painel transparente para visualização dos sinalizadores e aparelhagem. Cada quadro será provido de ligador de massa robusto, o qual será ligado ao barramento de protecção do quadro. Deverá ser assegurada continuidade eléctrica entre todas as peças metálicas da caixa e a estrutura do quadro, incluindo as portas e ou painéis. Todos os componentes interiores, tais como aparelhos e cabos, deverão ser acessíveis a partir do exterior pela frente do mesmo, sendo obrigatório que todos os cabos sejam montados em calhas plásticas de dimensões adequadas, com tampa desmontável. 74 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche O barramento do quadro será realizado com barra de cobre electrolítico nu, de secção rectangular e com as dimensões apropriadas para garantir uma densidade de corrente inferior a 2 A/mm2. As barras serão apoiadas sobre isoladores apropriados. Cada quadro terá aparelho de corte geral constituído por interruptor tetrapolar e sinalizadores luminosos de presença de tensão nas três fases. O quadro irá conter os disjuntores de protecção dos circuitos de alimentação de potência dos vários equipamentos constituintes da instalação. Contará igualmente com os contactores e relés térmicos associados aos motores eléctricos. Nos quadros haverá ainda sinalizadores luminosos de funcionamento e de avaria de cada um dos equipamentos da instalação. As sinalizações deverão ser agrupadas numa placa de LED’s de diferentes cores conforme a função sinalizada, e convenientemente dispostos e identificados para facilidade de interpretação. Na execução dos quadros eléctricos deverá atender-se aos regulamentos portugueses relevantes nomeadamente às Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão bem como às regras da boa técnica. Todos os equipamentos instalados no quadro deverão ter etiquetas que os identifiquem de forma clara. Os disjuntores, comutadores, interruptores, sinalizadores e demais equipamentos visíveis no painel frontal do quadro deverão ser identificados por etiquetas autocolantes em baquelite com as indicações gravadas em letra bem legível. No compartimento de comando, todas as entradas e saídas de condutores serão ligadas numa placa de terminais numerados. Também deverão ser identificados de forma clara todos os condutores existentes no interior do compartimento de comando, fazendo-se essa identificação por meio de abraçadeiras plásticas coloridas com letras e/ou algarismos. Cada troço de condutor deverá ser identificado com abraçadeiras nas suas duas extremidades, junto dos terminais. Todos os condutores no interior do cabo deverão ter ponteiras em ambas as extremidades com o diâmetro adequado. No interior de cada quadro deverá existir um esquema eléctrico de potência e comando do mesmo, devidamente actualizado, com indicação clara dos circuitos, dos terminais e dos condutores, correspondente à etiquetagem, numeração e identificação existente no equipamento e condutores do quadro. O instalador deverá apresentar as telas finais com os circuitos eléctricos de cada quadro, bem como Manual de Instruções e Operação de cada quadro, sem os quais a recepção provisória não poderá ser efectuada. 75 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.10.3 Caminhos de Cabos As canalizações eléctricas deverão ser executadas segundo as regras da técnica e obedecer às Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão. De uma forma geral as canalizações andarão à vista no interior das áreas técnicas, e ocultas em tectos falsos ou “courettes”, instaladas em caminhos de cabos metálicos (calha perfurada) ou ainda no interior de tubos embebidos nas paredes das zonas de público e no interior do edifício. No exterior do edifício as canalizações andarão à vista em caminhos de cabos. Deverá ser estritamente respeitado o código de cores de isolamento estipulado pelo regulamento de segurança acima referido, assim, condutores de fase (preto, castanho, cinzento), condutores de neutro (azul claro) e condutores de protecção (verde/amarelo). 2.11 Diversos 2.11.1 Trabalhos Diversos Os concorrentes deverão obrigatoriamente contemplar nas suas propostas todas as ligações necessárias ao funcionamento dos equipamentos que se propõe fornecer, como sejam: Ligações às redes de água de esgoto do edifício; Controlo e comando das UTAN’s, ventiladores e ventiloconvectores nomeadamente a ligação a pressostatos, sondas, humidostatos. 2.11.2 Funcionamento Eficiente da Instalação Não obstante do cumprimento das prescrições destas peças escritas e desenhadas, o adjudicatário é responsável pela eficiência de toda a instalação, não podendo a sua interpretação justificar deficiências de funcionamento. Assim o empreiteiro deverá incluir todos os elementos que, porventura omissos no presente projecto, considere indispensáveis ao fim em vista, e ainda chamar a atenção da Fiscalização para os aspectos do projecto com que não concorde, justificando as soluções que considere mais aconselháveis. 76 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.11.3 Construção Civil Integram a empreitada todos os trabalhos de construção civil inerentes às instalações e equipamentos mecânicos previstos, nomeadamente, a construção de maciços. Englobam-se ainda os seguintes trabalhos de construção civil a desenvolver, necessários à montagem dos equipamentos e redes mecânicas, nomeadamente: Construção de maciços, caleiras, etc. Abertura e tapamento de roços nos pavimentos, tectos e paredes. Reposição de pavimentos, tectos e paredes. Fixação de tubagens e todo o equipamentos em geral. Execução do esgoto de pavimento nos locais técnicos. Alçapões no tecto falso para acesso a VC’s, registos, etc. Todo os equipamentos susceptíveis de transmitir vibrações, nomeadamente unidades de tratamento de ar e ventiladores, serão instalados em fixes anti-vibráticos isolados da estrutura por placas de aglomerado negro de cortiça de 40 mm de espessura, ou material equivalente adequado à frequência e perturbação mais baixa, para que a transmissibilidade de vibrações não exceda 3%, quando medidas entre a base do ventilador e qualquer ponto do edifício. 2.11.4 Equipamentos Instalados Todos os equipamentos de série instalados nos sistemas de climatização deverão ter certificado de conformidade, nos termos do disposto no artigo 9.º do DL 113/93, de 10 de Abril. Todos os equipamentos devem ostentar em local bem visível chapa de identificação e serem acompanhados de documentação técnica em língua portuguesa. Os sistemas de climatização devem no seu todo possuir mecanismos de protecção, de acordo com as instruções dos fabricantes e da regulamentação existente, para cada tipo de equipamento constituinte da instalação. 2.11.5 Ensaios de Recepção Antes da recepção das instalações são de execução obrigatória, pelo menos, os ensaios que constam da seguinte lista: 77 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Estanqueidade da rede de tubagem: a rede deve manter uma pressão de 1,5 vezes a pressão nominal de serviço durante 24 horas, sendo o ensaio feito a 100% das redes; Estanqueidade da rede de condutas: as perdas na rede de condutas têm de ser inferiores a 1,5 l/s.m2 de área de conduta quando sujeitas a uma pressão estática de 400 Pa. O ensaio deve ser feito, em primeira instância, a 10% da rede, escolhida aleatoriamente. Caso o ensaio da primeira instância não seja satisfatório, o ensaio da segunda instância deve ser feito em 20% da instalação, também escolhidos aleatoriamente, para além dos 10% iniciais. Caso esta segunda instância também não satisfaça o critério pretendido, todos os ensaios seguintes deverão ser feitos a 100% da rede de condutas; Medição dos caudais de água e de ar em cada componente do sistema (ventiloconvectores, UTAN’s e registos); Medição da temperatura e humidade relativa (nos circuitos de ar): em complemento das medições indicadas no item anterior; Medição dos consumos em cada propulsor de fluido e máquina frigorífica; Verificação das protecções eléctricas em todos os propulsores de fluido e máquina frigorífica; Verificação do sentido de rotação em todos os motores e propulsores de fluidos; Verificação da eficiência nominal de todos os motores e propulsores de fluidos, bem como das máquinas frigoríficas; Verificação de sentidos de colocação de filtros e válvulas anti-retorno (confirmação de que todos estes componentes estão devidamente montados); Drenagem de condensados: deve ser comprovado que os condensados, produzidos em cada local onde possam ocorrer, drenam correctamente; Sistema de controlo: deve ser verificado que este reage conforme esperado em resposta a uma solicitação de sentido positivo ou negativo; Pontos obrigatórios para monitorização: deve ser verificado o funcionamento de todos os pontos de monitorização, nomeadamente: o Consumo eléctrico dos motores com potência superior a 5,5 kW; o Estado da colmatagem dos filtros de ar e filtro de água; o Estado aberto/fechado dos registos corta-fogo; 78 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche o Temperatura do ar exterior; o Temperatura média do ar interior, ou de cada zona controlada a temperatura distinta; o Temperatura da água em circuitos primários de ida e de retorno; o Temperatura de insuflação das UTAN’s; Sistemas especiais: devem ser verificados todos os componentes especiais e essenciais, tais como sistemas anti-corrosão das redes de tubagem, bombas de calor desumidificadoras, desgaseificadores, sistemas de detecção de gás, válvulas de duas e três vias motorizadas, etc; Limpeza das redes e componentes: deve ser confirmada a limpeza e desempenho de todos os componentes; 2.11.6 Plano de Manutenção Preventiva O TRF que vier a ser contratado deve elaborar um PMP que estabeleça claramente as tarefas de manutenção previstas para a instalação, tendo em consideração as regras de boa arte, instruções dos fabricantes dos equipamentos instalados e a regulamentação existente para cada tipo de equipamento constituinte da instalação. O PMP deverá ser elaborado e mantido permanentemente actualizado sob a responsabilidade do TRF. No PMP devem constar pelo menos as seguintes informações: Identificação completa do edifício e da sua localização; A identificação e contactos do técnico responsável; A identificação e contactos do proprietário e, se aplicável, do locatário; A descrição e caracterização sumária do edifício e dos respectivos compartimentos interiores climatizados, com indicação expressa: o Do tipo de actividade nele habitualmente desenvolvida; o Do número médio de utilizadores, distinguindo, se possível, os permanentes dos ocasionais; o Da totalidade da área climatizada; o Da potência térmica total; A descrição detalhada dos procedimentos de manutenção preventiva dos sistemas energéticos e da optimização da QAI, em função dos vários tipos de equipamentos e 79 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche das características específicas dos seus componentes e das potenciais fontes poluentes do ar interior; A periodicidade das operações de manutenção preventiva e de limpeza; O nível de qualificação profissional dos técnicos que as devem executar; O registo das operações de manutenção realizadas, com indicação do técnico ou técnicos que as realizaram, dos resultados das mesmas e outros eventuais comentários pertinentes; O registo das análises periódicas da QAI, com indicação do técnico ou técnicos que as realizaram; A identificação das grandezas a medir para posterior constituição de um histórico do funcionamento da instalação; A conformidade do PMP deve ser comprovada pelo PQ sendo condição necessária à emissão do certificado emitido pelo mesmo, no âmbito do SCE. Qualquer que seja a alteração feita na instalação, esta será obrigatoriamente objecto de registo no projecto e no livro de registo de ocorrências, que faz parte integrante dos procedimentos de manutenção do edifício. 2.11.7 Esquemas Definitivos e Instruções de Funcionamento Serão fornecidos as telas finais das instalações efectuadas, antes da recepção provisória da obra. Deverá ser entregue um original em papel e outro em suporte digital. Em zona técnica, serão colocados quadros com instruções sobre os diversos equipamentos. Serão ainda entregues manuais de condução e manutenção dos diferentes equipamentos e respectivas instalações; estes manuais, a entregar em triplicado, serão obrigatoriamente em português. 2.11.8 Garantias O adjudicatário obriga-se, pelo prazo de garantia contado a partir da data da recepção provisória, a reparar, afinar ou substituir quaisquer peça ou peças, órgão ou órgãos, nos quais se reconheçam defeitos de construção ou de montagem. Técnicos do adjudicatário deverão ser postos à disposição do Dono de Obra, de forma a instruir e elucidar o seu pessoal sobre o funcionamento e conservação de todo o equipamento. Durante o período de garantia, de dois em dois meses, deverá o adjudicatário 80 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche efectuar, através de pessoal especializado, inspecções a todas as instalações executadas e, do seu resultado, apresentar relatório, em duplicado. Portanto, a recepção definitiva só poderá ter lugar depois do adjudicatário ter entregue a totalidade dos seus relatórios correspondentes ao período de garantia das instalações. Coimbra, O Autor do Projecto --------------------------------------------------------------------------------Maurício António da Costa Teixeira 81 3 Mapa de Quantidades 4 Peças Desenhadas II - RSECE Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 1 Descrição Sumária do Edifício 1.1 Caracterização Geral do Edifício A caracterização geral do edifício foi efectuada no capítulo I do projecto de AVAC, no ponto 1.3. 1.2 Implantação O edifício será construído numa zona habitacional na periferia da vila de Miranda do Corvo, sede de concelho do distrito de Coimbra, em que a envolvente do edifício é um jardim. Os ventos predominantes na zona são provenientes de Noroeste, tendo o edifício a fachada principal virada a Oeste. Encontra-se a uma altitude de 130 m e a uma distância de aproximadamente 67 km à costa marítima. 87 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2 Parâmetros de Cálculo 2.1 Zoneamento Climático O zoneamento climático encontra-se descrito no capítulo I do projecto de AVAC, no ponto 1.4. 2.2 Caracterização das FA A FA destinada à creche, doravante denominada por fracção 1, terá a tipologia de um Estabelecimento de Ensino, encerrado dois dias por semana, com uma área útil de 364,65 m2. Como espaços complementares vamos ter na fracção 1 uma cozinha com uma área útil de 24,5 m2 com um funcionamento de 6 horas/dia (segunda a sexta). A FA destinada a Lar de Idosos, doravante denominada por fracção 2, terá uma tipologia de um Estabelecimento de Saúde com Internamento, com uma área útil de 1641,96 m2 para a segunda fracção, sendo considerado no âmbito do RSECE como um Grande Edifício de Serviços. Relativamente à segunda fracção, temos como espaços complementares uma cozinha com uma área útil de 74,80 m2 a funcionar 6 hora/dia (todos os dias) e uma lavandaria com uma área útil de 58,54 m2 a funcionar 8 horas/dia (segunda a sexta). Na sua totalidade, o Edifício será dividido em duas fracções autónomas e terá uma área total de aproximadamente 2164,45 m2. 2.3 Caracterização da Envolvente do Edifício De acordo com os dados recebidos da Arquitectura, em baixo são apresentadas as soluções construtivas definidas para a envolvente exterior e interior do edifício. As soluções foram estudadas de maneira a cumprir com os requisitos mínimos de envolvente, exigidos pelo RCCTE, sendo os coeficientes de transmissão térmica máximos admissíveis da: 88 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 15 – Limites admissíveis na envolvente Envolvente Exterior [W/m2 ºC] Envolvente Interior [W/m2 ºC] Vertical 1,6 2,0 Horizontal 1,6 1,3 Factor solar máximo admissível (dos envidraçados não orientados entre ± 45º Norte e com área superior a 5% da área útil de pavimento do compartimento que servem): g = 0,56. Estes valores são apresentados a título indicativo, sendo que todas as soluções a implementar em obra deverão cumprir com os parâmetros definidos nas tabelas seguintes, de modo a que as necessidades de aquecimento e arrefecimento fiquem abaixo de 80% das necessidades definidas no RCCTE. 2.3.1 Paredes Exteriores Tabela 16 - Paredes da envolvente exterior PAREDES DE ENVOLVENTE EXTERIOR: Parede de alvenaria com isolamento térmico em XPS, com espessura total de 27 cm, constituída (do exterior para o interior) por reboco tradicional (condutibilidade térmica 1,30 W/mºC), 30 mm, tijolo cerâmico furado 15 (resistência térmica 0,39 m2ºC/W), isolamento térmico em poliestireno expandido extrudido‐xps (condutibilidade térmica 0,037W/mºC), 60 mm, lajeta de grés calcário (condutibilidade térmica 1,9 W/mºC), 30 mm. U=0,47 W/m2ºC; Umáx=1,60 W/m2ºC; mt=132,30 kg/m2; msi=132,30 kg/m2 mt R U e m 2 2 2 2 [m] [kg/m ] [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] λ ρ 3 [kg/m ] [W/mºC] CAMADA Resistência superficial exterior Lajeta Factor de Referência Correcção 0,04 ITE 50 ‐ I.3 2700 1,90 0,03 81 0,02 ITE 50 poliestireno extrudido‐xps 32 0,037 0,06 2 1,62 ITE 50 ‐ I.1 tijolo furado 15 840 ‐ 0,015 13 reboco tradicional 1900 1,30 0,03 57 0,02 ITE 50 ‐ I.2 Tinta 1300 0,50 0,003 3,90 0,01 IES 0,13 ITE 50 ‐ I.3 75,42 Resistência superficial interior 0,27 0,47 1,00 ITE 50 ‐ I.5 2.3.2 Pontes Térmicas Planas em Paredes Exteriores (pilares e vigas) Tabela 17 – Pontes térmicas planas em paredes exteriores PILARES E VIGAS ρ 3 [kg/m ] CAMADA Lajeta poliestireno extrudido‐xps λ [W/mºC] mt R e m 2 2 2 [kg/m ] [m ºC/W] [m] [kg/m ] 2700 1.90 0.03 81 0.02 32 0.037 0.06 2 1.62 tijolo furado 15 840 ‐ 0.015 13 Betão Armado com Inertes 2350 2.30 0.25 587.5 0.29 reboco tradicional 1800 1.30 0.03 54 0.02 737.5 0.39 U 2 [W/m ºC] 0.43 Factor de Correcção 1.00 89 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.3.3 Paredes Interiores Tabela 18 - Paredes de separação entre zonas PAREDES SEM REQUISITOS PAREDES DE SEPARAÇÃO ENTRE ZONAS ‐ ALVENARIA 11: Parede simples de tijolo cerâmico furado 11, sem isolamento térmico, com revestimento em ambas as faces em reboco tradicional ou azulejo cerâmico, 20 mm. mt=168,30 kg/m2; msi=168,30 kg/m2 CAMADA reboco tradicional tijolo furado 11 reboco tradicional mt R U λ e m ρ 3 2 2 2 2 [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] [W/mºC] [m] [kg/m ] [kg/m ] 1800 ‐ 0,02 36 ‐ ‐ 0,11 96,3 1800 ‐ 0,02 36 Factor de Referência Correcção 0,02 168,3 0,02 ITE 50 ‐ I.2 16,67 1,00 0,02 ITE 50 ‐ I.5 ITE 50 ‐ I.2 Tabela 19 - Paredes de separação das câmaras frigoríficas PAREDES SEM REQUISITOS PAREDES DE SEPARAÇÃODAS CÂMARAS FRIGIRÍFICAS: Parede simples de tijolo cerâmico furado 11 (resistência térmica 0,29 W/mºC), com reboco tradicional ou azulejo cerâmico numa das faces (condutibilidade térmica 1,30 W/mºC), 30 mm e revestido com painéis de poliuretano (condutibilidade térmica 0,037 W/mºC), 10 cm. mt=168,30 kg/m2; msi=168,30 kg/m2 CAMADA mt R U λ e m ρ 3 2 2 2 2 [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] [W/mºC] [m] [kg/m ] [kg/m ] reboco tradicional 1800 1,30 0,03 54 0,02 tijolo furado 11 892 ‐ 0,11 98 0,02 Poliuretano 42 0,04 0,10 4 1800 ‐ 0,02 36 reboco tradicional 192,3 2,50 Factor de Referência Correcção ITE 50 ‐ I.2 0,39 1,00 ITE 50 ‐ I.5 ITE 50 0,02 ITE 50 ‐ I.2 Tabela 20 - Paredes de separação entre a sala de refeições e sala de estar PAREDES SEM REQUISITOS PAREDES DE SEPARAÇÃO ENTRE ZONAS (sala de refeições e sala de estar): Parede simples de painéis de fibra de madeira (condutibilidade térmica 0,14 W/mºC), 30 mm. U=4,67 W/m2ºC; mt=18,00 kg/m2; msi=18,00 kg/m2 CAMADA Painéis de MDF 90 λ ρ 3 [W/mºC] [kg/m ] 600 0,14 e m mt R U 2 2 2 2 [m] [kg/m ] [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] 0,03 18 18,0 0,21 4,67 Factor de Referência Correcção 1,00 ITE 50 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 21 - Parede das escadas e elevador PAREDES DE SEPARAÇÃO ENTRE ZONAS ‐ PAREDE DE BETÃO ARMADO: Parede simples de betão armado com 25 cm, sem isolamento térmico, revestida em ambas as partes por reboco tradicional ou azulejo cerâmico, 20mm. mt=647 kg/m2; msi=300 kg/m2 mt R U λ e m ρ 3 2 2 2 2 [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] [W/mºC] [m] [kg/m ] [kg/m ] CAMADA reboco tradicional 1800 ‐ 0,02 36 betão armado 2300 ‐ 0,25 575,0 reboco tradicional 1800 ‐ 0,02 36 Factor de Referência Correcção ‐ ITE 50 ‐ I.2 ‐ 647,0 ‐ 1,00 ‐ ITE 50 ITE 50 ‐ I.2 2.3.4 Pavimentos Interiores Tabela 22 - Pavimentos dos pisos intermédios PAVIMENTO INTERMÉDIO: Pavimento sem isolamento térmico, constituído por revestimento em mosaico cerâmico, 15 mm ou madeira, 15 mm, camada de assentamento, 15 mm, camada de regularização, 30 mm, camada de enchimento em betão, 16 cm, laje de betão armado, 25 cm, reboco tradicional, 20 mm. mt=845 kg/m2; msi=300 kg/m2 CAMADA λ e m ρ mt R U 3 2 2 2 2 [m] [kg/m ] [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] [kg/m ] [W/mºC] Factor de Referência Correcção mosaico cerâmico 2200 ‐ 0,015 33 ‐ ITE 50 camada de assentamento 1800 ‐ 0,015 27 ‐ ITE 50 camada de regularização 1800 ‐ 0,03 54 ‐ enchimento (betão celular) 750 ‐ 0,16 120 laje maciça 2300 ‐ 0,25 575 ‐ ITE 50 ‐ ‐ ‐ 0 ‐ ITE 50 1800 ‐ 0,02 36 ‐ ITE 50 ‐ I.2 caixa‐de‐ar não ventilada reboco tradicional ITE 50 ‐ 845 ‐ 0,50 ITE 50 2.3.5 Cobertura Exterior Tabela 23 - Cobertura invertida COBERTURA DE ENVOLVENTE EXTERIOR COBERTURA INVERTIDA (COM TECTO FALSO): Cobertura com isolamento térmico, constituída por gesso cartonado (condutibilidade térmica 0,25 W/mºC), 40 mm, caixa‐de‐ar (condutibilidade térmica 0,03 W/mºC), 450 mm, laje de betão armado (condutibilidade térmica 2,50 W/mºC), 20 cm, camada de regularização (condutibilidade térmica 1,30 W/mºC), 30 mm, membrana impermeabilizante (condutibilidade térmica 1,15 W/mºC), 10 mm, isolamento (condutibilidade térmica 0,037 W/mºC), 30 mm, sexo rolado (condutibilidade térmica 2,00 W/mºC), 140 mm. U=0,78 W/m2ºC; mt=551,00 kg/m2; msi=150,00 kg/m2 CAMADA λ ρ 3 [kg/m ] [W/mºC] mt R U e m 2 2 2 2 [kg/m ] [m ºC/W] [W/m ºC] [m] [kg/m ] Resistência superficial exterior Seixo Rolado 0,04 ITE 50 ‐ I.3 ITE 50 1950 2,00 0,14 0 0,07 32 0,037 0,03 1 0,81 Tela asfáltica 1100 0,230 0,001 1 camada de regularização 1800 1,30 0,03 laje maciça 2300 2,50 0,20 poliestireno extrudido (XPS) 0,78 552 Factor de Referência Correcção 0,50 ITE 50 ‐ I.1 0,004 ITE 50 54 0,02 ITE 50 460 0,08 ITE 50 91 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche cx‐de‐ar não ventilada placa de gesso cartonado 1 0,03 0,45 1 0,00 ITE 50 875 0,25 0,04 35 0,16 ITE 50 0,10 ITE 50 ‐ I.3 Resistência superficial interior 2.3.6 Vãos Envidraçados Exteriores Tabela 24 - Vãos envidraçados da Creche VÃOS ENVIDRAÇADOS TIPO 1: Vãos envidraçados verticais simples, vidro duplo incolor com caixa-de-ar, 8 mm+16mm+6mm, caixilharia de alumínio com corte térmico, sem quadrícula, sem dispositivos de oclusão nocturna. 2 U=3,7 W/m ºC Uwdn Factor Factor Factor Esp. 2 [W/(m ºC)] solar solar solar Número da Tipo de vão Tipo de Uw Dispositivo de oclusão do do do de lâmina 2 [W/(m ºC)] envidraçado janela nocturna vidro vidro vidro vidros de ar [mm] gV g100% gmáx fixa, 2 Simples giratória (vidro 6 3.7 (1 janela) ou de duplo) correr Tabela 25 - Vãos envidraçados do Lar de Idosos VÃOS ENVIDRAÇADOS TIPO 2: Vãos envidraçados verticais simples, vidro duplo incolor com caixa-de-ar, 8 mm+16mm+6mm, caixilharia de alumínio com corte térmico, sem quadrícula, com dispositivos de oclusão nocturna. 2 U=3,3 W/m ºC Uwdn Factor Factor Factor Esp. 2 [W/(m ºC)] solar solar solar Número da Tipo de vão Tipo de Uw Dispositivo de oclusão do do do de lâmina 2 [W/(m ºC)] envidraçado janela nocturna vidro vidro vidro vidros de ar [mm] gV g100% gmáx fixa, 2 Simples giratória (vidro 6 3,3 (1 janela) ou de duplo) correr Tabela 26 - Vãos envidraçados horizontais UW (ln a ) 1 3, 79W / m 2 º C 1 0, 09 UW VÃOS ENVIDRAÇADOS TIPO 3: Vãos envidraçados horizontais simples, vidro duplo incolor com caixa-de-ar, 8 mm+16mm+6mm, caixilharia de alumínio com corte térmico, sem quadrícula, sem dispositivos de oclusão nocturna. 2 U=3,79 W/m ºC Uwdn Factor Factor Factor Esp. 2 [W/(m ºC)] solar solar solar Número da Tipo de vão Tipo de Uw(lna) Dispositivo de oclusão do do do de lâmina 2 [W/(m ºC)] envidraçado janela nocturna vidro vidro vidro vidros de ar [mm] g100% gmáx gV fixa, 2 Simples giratória (vidro 6 3.79 (1 janela) ou de duplo) correr 92 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 2.3.7 Inércia Térmica Para a verificação da classe de inércia térmica do empreendimento foram tomados em consideração os elementos de cálculo apresentados no capítulo anterior, onde se encontram os respectivos elementos da envolvente. De acordo com esses dados, uma construção típica Portuguesa possui uma classe de inércia MÉDIA ou FORTE, sendo que qualquer uma delas não influencia os factores máximos admissíveis. 2.3.8 Sombreamentos do Edifício Após a análise da arquitectura, verificou-se a existência de sombreamentos exteriores provocados pela geometria do próprio edifício. Esses sombreamentos foram considerados directamente na simulação energética do edifício. 2.4 Cargas Internas As cargas internas devidas a ocupantes e equipamentos eléctricos consideradas para cálculo do IEE Nominal na simulação dinâmica foram as correspondentes aos valores padrão do RSECE para as tipologias consideradas para o edifício, nomeadamente “Estabelecimentos de Ensino” e “Estabelecimento de Saúde com Internamento”. No que diz respeito à iluminação, deveriam ser usados os dados fornecidos pelo projectista de electricidade, mas, uma vez que estes não nos foram fornecidos, foi considerado para cálculo de cargas térmicas os espaços principais (quartos, salas e gabinetes) uma densidade de iluminação de 7 W/m2 e de 5 W/m2 para os espaços secundários (corredores, salas de espera e arrumos). Para efeitos de cálculo de carga térmica real foram utilizados os valores apresentados no projecto de instalações mecânicas. 2.5 Renovação de Ar De uma forma geral foram consideradas renovações de ar nos diferentes espaços em função das indicações do anexo VI do DL 79/06, considerando, em todos os espaços, uma eficiência de ventilação de 80%. 93 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Na escolha dos materiais por parte da Arquitectura houve a preocupação de seleccionar materiais de acabamento e revestimento ecologicamente limpos. Como resultado do critério acima, os caudais de ar novo consideradas por ocupante encontram-se no Anexo VII – Caudais de Ar. 2.6 Outros Consumos Energéticos de Equipamento AVAC As várias especialidades responsáveis pelos equipamentos consumidores de energia definiram as potências dos seus equipamentos e foram definidos perfis de funcionamento, tendo em conta os padrões habituais para este tipo de edifícios. Tabela 27 – Tabela de consumos dos equipamentos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total 2.7 Iluminação Equipamento Ventilação (kWh/ano) (kWh/ano) (kWh/ano) 7.319,42 7.025,09 826,56 6.615,44 6.347,57 748,98 7.285,73 7.015,53 807,85 7.073,52 6.795,36 794,46 7.353,12 7.036,77 845,26 7.039,84 6.785,79 775,76 7.353,12 7.036,77 845,26 6.578,35 6.816,77 415,05 6.736,67 6.699,71 607,42 7.353,12 7.036,77 845,26 7.073,54 6.797,47 794,46 7.083,59 6.953,92 695,62 84.865,45 82.347,50 9.001,96 Bombas Circ. Bomba de Calor Chiller (kWh/ano) (kWh/ano) (kWh/ano) 2.010,83 6.573,49 0,00 2.020,53 4.308,47 0,00 2.330,06 3.234,12 0,00 2.383,80 2.463,13 0,00 2.472,86 1.183,94 0,00 2.284,66 0,00 4.168,00 2.353,55 0,00 7.353,50 2.519,48 0,00 3.410,44 2.075,67 0,00 4.057,08 2.330,47 878,91 0,00 1.990,30 4.166,46 0,00 1.979,08 4.220,40 0,00 26.751,29 27.028,93 18.989,02 Consumos Energéticos de Outros Equipamento Como outros consumos energéticos equipamentos foram considerados os elevadores, considerando um perfil de funcionamento anual de acordo com o número de horas de funcionamento previsto na tipologia de cada fracção. 94 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 28 - Consumos do elevador 1 Consumo Eléctrico Anual de Equipamentos Equipamento Elevador 1 Potência 6,6 kW Arranques por minuto 1 Duração do Funcionamento 10 segundos/arranque Horas de Funcionamento 8 h/dia Dias de Funcionamento 7 dias/semana Consumo Anual de Energia Factor de Conversão Consumo Anual 3203,2 kWh.ano 0,29 kgep/kWh 928,93 kgep/ano Segundos de Funcionamento por Minuto 10 s/min Minutos de Funcionamento por Hora 10 min/h Minutos de Funcionamento por Dia 80 min/dia Horas de Funcionamento por Dia 1,33 h/dia Horas de Funcionamento Anual 485,33 h/ano Tabela 29 - Consumos do elevador 2 Consumo Eléctrico Anual de Equipamentos Equipamento Potência Elevador 2 5,5 kW Arranques por minuto 1 Duração do Funcionamento 10 segundos/arranque Horas de Funcionamento 8 h/dia Dias de Funcionamento 7 dias/semana Consumo Anual de Energia Factor de Conversão Consumo Anual 2669,33 kWh.ano 0,29 kgep/kWh 774,11 kgep/ano Segundos de Funcionamento por Minuto 10 s/min Minutos de Funcionamento por Hora 10 min/h Minutos de Funcionamento por Dia 80 min/dia Horas de Funcionamento por Dia 1,33 h/dia Horas de Funcionamento Anual 485,33 h/ano 95 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3 Verificação Regulamentar De acordo com o método de aplicação definido pelo regulamento e após se ter verificado que os parâmetros de cálculo acima descritos cumprem os requisitos mínimos regulamentares, procedeu-se ao dimensionamento dos sistemas de climatização, simulação dinâmica multizona e cálculo do IEE do edifício e determinação da classe energética de cada FA. 3.1 Simulação Dinâmica Como auxiliar para a previsão das necessidades de energia correspondentes ao funcionamento do edifício e respectivos sistemas energéticos que tenha em conta a evolução de todos os parâmetros relevantes com a precisão adequada, numa base horária ao longo de um ano tipo, foi utilizado o software da DesignBuilder que utiliza como motor de cálculo o programa “EnergyPlus”. Este software cumpre o disposto do ponto 2 do artigo 30º do DL 79/2006, ou seja, está acreditado pela norma ASHRAE 140-2004. 3.1.1 Cargas Térmicas Com base nos parâmetros indicados no ponto 2.1, chegou-se aos valores de carga térmica, apresentados no quadro que se encontra no Anexo IV – Cargas Térmicas. As cargas térmicas simultâneas máximas do edifício, resultam em: Carga de Aquecimento Creche……………………………………………………46,33 kW Lar de Idosos……………………………………………181,30 kW Carga de Arrefecimento Creche……………………………………………………32,56 kW Lar de Idosos…………………………………………..181,85 kW Assim, como potência máxima instalada, e cumprindo o disposto no ponto 1 do artigo 13º, do DL 79/2006, os limites máximos admissíveis são: 96 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Carga de Aquecimento Creche……………………………………………………64,86 kW Lar de Idosos…………………………………….……..253,82 kW Carga de Arrefecimento Creche……………………………………………………45,58 kW Lar de Idosos…………………………………………...254,59 kW A acrescentar ainda à potência de aquecimento, tanto à Creche como ao Lar de Idosos, temos a potência necessária para as AQS no caso de os colectores solares não terem resposta. Assim, para a creche, . . Q m c p água (ts te ) 400 4, 2 (60 15) 75600 kJ / dia e para o lar, . . Q m c p água (ts te ) 2520 4, 2 (60 15) 476280 kJ / dia Pretende-se que a massa de água seja aquecida em três horas, é necessária uma potência de 7 kW para a creche e 44,41 kW para o lar de idosos. Assim, as potências a instalar, previstas no projecto de instalações mecânicas de ventilação e climatização deste trabalho, são as seguintes: Potências a considerar para a selecção da bomba de calor. Creche…………………………………………………….…65 kW Lar de Idosos……………………………………………....230 kW Uma vez que a potência de aquecimento e de arrefecimento são obtidas do mesmo equipamento (Bomba de calor reversível), os valores máximos considerados são os de arrefecimento para o lar de idosos e de aquecimento para a creche, ficando assim salvaguardado o apoio às AQS. 97 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3.2 Cálculo do IEE de Referência O valor do IEE de referência para edifícios da mesma tipologia que a Creche, considerado um estabelecimentos de ensino, é de 15 kgep/m2.ano e para o Lar de Idosos, considerado um estabelecimentos de saúde com internamento, é de 40 kgep/m2.ano. Uma vez que temos espaços complementares em ambas as fracções, já apresentados anteriormente, este valor terá que ser ponderado. Assim, para Creche temos: IEECreche IEEEE AEE IEECoz ACoz 15 364, 65 121 24,5 21, 67 kgep / m 2 . ano AEE ACoz 364, 65 24,5 e para o Lar de Idosos: IEELar IEEES AES IEECoz ACoz IEELav ALav AES ACoz ALav 40 1641,96 174 74,80 218 58,54 51,52 kgep / m 2 . ano 1641,96 74,80 58,54 Uma vez determinados os IEE’s de referência para cada uma das fracções, para o edifício vem: IEEEdifício 8434, 25 91455,32 46,15 kgep / m 2 . ano 2164, 45 Deste modo, o valor de referência do IEE, para o edifício, passa a ser de 46,15 kgep/m2.ano. Seguindo a mesma metodologia utilizada anteriormente para calcular o IEE de referência, obtemos um valor de 15,93 kgep/m2.ano para o S. 3.3 Cálculo do IEE Nominal Para determinar a eficiência energética do edifício foi calculado o IEE seguindo a metodologia do anexo IX do RSECE, em que este é calculado através de seguinte expressão matemática: 98 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche IEE IEEI IEEV Qout AP em que: IEEI Indicador de eficiência energética de aquecimento (kgep/m2.ano); IEEV Indicador de eficiência energética de arrefecimento (kgep/m2.ano); Qout Consumo de energia não ligado aos processos de aquecimento e arrefecimento (kgep/ano); AP Área útil de pavimento (m2); Por sua vez: IEEI Qaq IEEV Qarr FCV AP AP FCI em que: Qaq Consumo de energia de aquecimento (kgep/ano); FCI Factor de correcção do consumo de energia de aquecimento; Qarr Consumo de energia de arrefecimento (kgep/ano); FCV Factor de correcção do consumo de energia de arrefecimento; Para o cálculo dos factores de correcção do consumo de energia de aquecimento e arrefecimento ( FCI e FCV ), adopta-se como região climática de referência, a região I1 – V1 norte, 1000 graus – dia de aquecimento e 160 dias de duração da estação de aquecimento Correcção da energia de aquecimento ( FCI ): FCI NI1 N Ii 99 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche em que: N I 1 Necessidades máximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifício em estudo, como se estivesse localizado na zona de referência I1 (kWh/m2.ano); N Ii Necessidades máximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifício em estudo, na zona onde está localizado (kWh/m2.ano); Correcção da energia de arrefecimento: FCV NV 1 NVi em que: NV 1 Necessidades máximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifício em estudo, como se estivesse localizado na zona de referência I1 – V1 (kWh/m2.ano); N Ii Necessidades máximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o edifício em estudo, na zona onde está localizado (kWh/m2.ano); 100 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3.3.1 Lar de Idosos Assim, as tabelas seguintes, apresentam um resumo do cálculo, apresentado no ponto 3.3, do indicador de eficiência energética para o lar de idosos. Tabela 30 – IEE da cozinha do lar Tabela 31 - IEE da lavandaria do lar COZINHA Tipo Consumos kWh/ano Aquecimento Bombas Arrefecimento Bombas Ventilação AQS Ilum. Int. Ilum. Ext. Trans. Vertical Equipamento 11876,37 Total 15413,29 LAVANDARIA E Nominal [kgep/ano] 0,00 0,00 380,04 305,4 2851,48 Dados para o cálculo do IEE: COP Factor de conversão EER Factor de conversão Factor de conversão (eléct.) Factor de conversão (comb.) Factor de Correcção Inverno Factor de Correcção Verão Área [m2] IEE Referência S IEE Inverno IEE Verão Qoutros IEE 110,21 88,57 826,93 0,00 0,00 3444,15 ‐ 0,29 ‐ 0,29 0,29 0,086 ‐ ‐ 74,8 174 10 0 0 59,76 59,76 Tipo Consumos E Nominal kWh/ano [kgep/ano] Aquecimento Bombas Arrefecimento Bombas Ventilação AQS Ilum. Int. Ilum. Ext. Trans. Vertical Equipamento 17655,66 Total 20178,60 282,49 2240,45 Dados para o cálculo do IEE: COP Factor de conversão EER Factor de conversão Factor de conversão (eléct.) Factor de conversão (comb.) Factor de Correcção Inverno Factor de Correcção Verão Área [m2] IEE Referência S IEE Inverno IEE Verão Qoutros IEE 0,00 0,00 0,00 0,00 81,92 0,00 649,73 0,00 0,00 5120,14 ‐ 0,29 ‐ 0,29 0,29 0,086 ‐ ‐ 58,54 218 7 0 0 99,96 99,96 101 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche Tabela 32 - IEE do lar LAR DE IDOSOS Tipo Consumos kWh/ano E Nominal [kgep/ano] Aquecimento Bombas Arrefecimento Bombas Ventilação AQS Ilum. Int. Ilum. Ext. Trans. Vertical Equipamento 21623,14 14014,34 15191,22 7386,69 7201,57 5802,61 62800,43 2700,00 3203,20 65878,00 6270,71 4064,16 4405,45 2142,14 2088,46 1682,76 18212,12 783,00 928,93 19104,62 Total 205801,20 Dados para o cálculo do IEE: COP (AQS) Factor de conversão EER Factor de conversão Factor de conversão (eléct.) Factor de conversão (comb.) Factor de Correcção Inverno Factor de Correcção Verão Área [m2] IEE Referência S IEE Inverno IEE Verão Qoutros IEE 102 3,12 0,29 4,61 0,29 0,29 0,086 0,71 0,89 1641,96 40 18 4,47 3,55 26,07 34,08 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3.3.2 Creche Assim, as tabelas seguintes apresentam um resumo no cálculo, apresentado no ponto 3.3, do indicador de eficiência energética para a creche. Tabela 33 - IEE da cozinha da creche Tabela 34 - IEE da creche CRECHE COZINHA Tipo Aquecimento Bombas Arrefecimento Bombas Ventilação AQS Ilum. Int. Ilum. Ext. Trans. Vertical Equipamento Total Consumos E Nominal kWh/ano [kgep/ano] 0,00 0,00 118,23 184,66 1018,39 3694,6 2896,64 53,55 295,33 0,00 0,00 1071,43 5015,88077 Dados para o cálculo do IEE: COP (AQS) Factor de conversão EER Factor de conversão Factor de conversão (eléct.) Factor de conversão (comb.) Factor de Correcção Inverno Factor de Correcção Verão Área [m2] IEE Referência S IEE Inverno IEE Verão Qoutros IEE 3,39 0,29 ‐ 0,29 0,29 0,086 0,71 0,89 24,5 Tipo Consumos kWh/ano E Nominal [kgep/ano] Aquecimento Bombas Arrefecimento Bombas Ventilação AQS Ilum. Int. Ilum. Ext. Trans. Vertical Equipamento 5405,79 3503,58 3797,80 1846,67 1683,48 1567,68 1016,04 1101,36 535,53 488,21 15954,70 1080,00 2669,33 16469,50 4626,86 313,20 774,11 4776,16 Total 52410,85 Dados para o cálculo do IEE: COP Factor de conversão EER Factor de conversão Factor de conversão (eléct.) Factor de conversão (comb.) Factor de Correcção Inverno Factor de Correcção Verão Área [m2] 3,19 0,29 4,02 0,29 0,29 0,086 0,71 0,89 364,65 121 5 IEE Referência S 15 10 0 0 176,20 176,20 IEE Inverno IEE Verão Qoutros IEE 5,03 4,00 30,11 39,13 103 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3.4 Resultado da Verificação Energética Como se pode verificar na tabela 33, apresentada de seguida, o valor de IEE para o edifício é inferior ao IEE de referência, estando assim o edifício regulamentar, resultando numa classe energética B. Tabela 35 – IEE do edifício Cálculo do IEE Ponderado IEE Nominal 38,65 IEE Referência 46,15 S 15,93 Área Total [m2] 2164,45 IEE Nominal [kgep/m2.ano] Classe Energética IEE Ref < ≤ IEE Ref A+ 34,20 A 34,20 38,18 B 38,18 38,65 42,17 B‐ 42,17 46,15 C 46,15 54,12 D 54,12 62,08 E 62,08 70,05 F 70,05 78,01 G 78,01 Tabela 36- Energia a retirar para subir de classe Energia a Retirar (kgep) 8621 1016 Na tabela 33 podemos verificar a energia, em tonelada equivalente de petróleo, necessária retirar para que o edifício suba de classe energética. De referir que a separação dos consumos de energia das bombas circuladoras e ventiloconvectores foi efectuada tendo em conta a percentagem da área de cada fracção, uma vez que esse pormenor não foi tido em conta aquando da elaboração da simulação dinâmica. 104 Projecto de Instalações Mecânicas de um Edifício com Lar de Idosos e Creche 3.5 Medidas de Melhoria Como medidas de melhoria, é proposta a instalação de detectores de movimento acoplados à iluminação das zonas de passagem comuns e a instalação de painéis fotovoltaicos para produção de energia eléctrica. Recorrendo ao software SMA Sunny Design 2.20 foi dimensionado um sistema com 30 módulos de 235 W por painel, o que dá uma potência instalada de 7,05 kW. A simulação da produção foi efectuada para o distrito do Porto, uma vez que o de Coimbra não está disponível e foi obtido um total de 9950,50 kWh/ano, que em tonelada equivalente de petróleo representa 2885,65 kgep. A implementação desta segunda medida de melhoria iria permitir subir a classificação energética do edifício em questão de B para A. Coimbra, O Autor do Projecto --------------------------------------------------------------------------------Maurício António da Costa Teixeira 105 Anexo I – Fichas Técnicas Anexo II – Dimensionamento de Ventiladores e Bombas Circuladoras Anexo III – Consumos de Energia Anexo IV – Cargas Térmicas Anexo VI – Solterm Anexo VII – Caudais de Ar Anexo VIII – Check List – QAI e Energia Anexo IX – Medidas de Melhoria Referências Bibliográficas [1] - Incropera; DeWitt; Bergman; Lavine, “Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa”, LTC, 2008, ISBN 978-85-216-1584-2; [2] - Santos, Carlos A. Pina dos; Matias, Luís, “ITE50 - Coeficientes de Transmissão Térmica de Elementos da Envolvente dos Edifícios”, LNEC, 2006; [3] - Luiz Roriz, “Climatização – Concepção, Instalação e Condução de Sistemas”, Edições Orion, Segunda Edição, 2007, ISBN 978-972-8620-09-7; [4] - Çengel, Yanus A.; Boles, Michael A.; “Termodinâmica”, Terceira Edição, McGraw Hill, 2001, ISBN 972-773-097-3; [5] - Decreto-Lei nº 78/2006, DR I Série-A, nº 67 de 04 de Abril de 2006; [6] - Decreto-Lei nº 79/2006, DR I Série-A, nº 67 de 04 de Abril de 2006; [7] - Decreto-Lei nº 80/2006, DR I Série-A, nº 67 de 04 de Abril de 2006; WWW. [1] - www.uponor.pt [2] - www.france-air.com.pt [3] - www.adene.pt [4] - www.grundfos.pt [5] - www.lennoxeurope.com