Análise do Tempo de Residência e da Trajetória de Partículas Lagrangeanas no Estuário da Lagoa dos Patos Aluno: Paulo Victor Lisboa Orientador: Elisa Helena Fernandes Nível: Mestrado Ingresso: 1º SEM 2013 Sumário da Apresentação • Contextualização • Estudo do Tr • Introdução e Objetivos – Metodologia – Resultados e Conclusões • Projeto de Dissertação • Cronograma de atividades ... Introdução Ecologia do ELP: Condicionada primariamente pelas variações hidrológicas de curto e médio prazo. – Processos Hidrológicos controlados pelos: Regimes meteorológicos local e regional (precipitação pluviométrica e ventos, principais forçantes); • Determinam as condições físicas e químicas da coluna d’água e da dinâmica dos sedimentos – Eventos Naturais esporádicos e imprevisíveis, porém episódicos (El Niño): Causa de profundas alterações nesse regime, bem como perturbações antrópicas de escala prolongada (dragagens, pesca descontrolada) • Desequilibram a estrutura e alteram a dinâmica de populações e comunidades do bentos, placton, nécton e a distribuição dos habitats submersos e emersos no ELP. Introdução Tempo de Residência (Tr): é o tempo médio que a água doce, ou uma partícula introduzida num sistema aquático, reside no ambiente antes de sair (Monsen et al.,2002). – Tr é dinâmico: pois é influenciado por qualquer fator que afete o movimento das suas águas, incluindo a descarga continental, a maré, o vento, a estratificação e a topografia do sistema (BROOKS et al., 1999). – Tr é importante: Para o estudo dos processos químicos e biológicos que ocorrem nos corpos d’água, pois tem implicações diretas na qualidade da água (Ambrosetti et al., 2003) Objetivos Contribuir para o entendimento da variabilidade espacial e temporal de processos hidrodinâmicos no Estuário da Lagoa dos Patos (ELP). • Avaliar o comportamento do Tempo de Residência (Tr) do ELP em diferentes condições de descarga e vento; • Avaliar o comportamento do Tr do ELP em diferentes profundidades na coluna d’água; • Avaliar a trajetória de partículas Lagrangeanas em função das forçantes físicas do ELP. Área de Trabalho • Estuário da Lagoa dos Patos (ELP); • Circulação controlada pelo vento e descarga fluvial; • Rios: Guaíba, Camaquã e São Gonçalo; • Canais variando de 10 a 18 m; • Área ~1000 km²; • Morfologia = alto gradiente de velocidade = estratificação (Möller at al., 2001 ) Material e Métodos TELEMAC 3D • Laboratoire National d´Hydraulique (LNH) - Electricité de France (EDF), na França; • Baseado na técnica de elementos finitos para simular fluxos em rios, estuários e regiões costeiras; • Sistema Modular e os resultados hidrodinâmicos podem ser usados em outros módulos. Etapas da modelagem: Materiais e Métodos Domínio e grade numérica do TELEMAC 3D Materiais e Métodos Representação da grade batimétrica do TELEMAC 3D Molhes Antigos Molhes Antigos COLOCAR Molhes FIGURASAntigos DA BOCA AS DUAS O PASSADO E O PRESENTE DOS MOLHES E ESCLARECER O QUE É Molhes Antigos RESSALTAR QUE ESTES RESULTADOS SÃO DA CONFIGURACÃO PASSADA Molhes Novos Molhes Novos Molhes Novos Material e Métodos TELEMAC System - ©EDF - Laboratoire National d´Hydraulique et Environnement, Electricité de France Condições iniciais e de contorno: Batimétricos : carta náutica da DHN e complementados com dados detalhados fornecidos pelo Porto Vento: Projeto Reanálise da NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration www.cdc.noaa.gov/cdc/reanalysis), resolução espacial de 6 graus e temporal de 6 horas. Descarga: ANA (Agência Nacional de Águas www.ana.gov.br) Maré: Modelo global Grenoble Model FES95.2. Campos de Salinidade, Temperatura e Velocidade: Projeto OCCAM (Ocean Circulation and Climate Advanced Modeling Project – http://www.soc.soton.ac.uk) Material e Métodos - PASSADO CENÁRIO Descarga baixa (cte) Descarga alta (cte) DESACARGA FLUVIAL 1000 m³ s-1 8000 m³ s-1 Simulações realizadas para um período de 200 dias, considerando condições reais de vento e demais forçantes. A direção do vento analisada foi de NE (Vazante) – Moderado (8,31m/s) – Fraco (0,27m/s) - Análises de Tr - Trajetórias em diferentes profundidades Materiais e Métodos - PASSADO Foram utilizadas 15 camadas (fundo=1 e superfície=15). Foram escolhidos os níveis 2, 8 e 14, a fim de avaliar o comportamento do Tr em diferentes profundidades. Materiais e Métodos - PASSADO Trajetória da Partícula • BlueKenue • Tempo de Residência • Trajetória Resultados – PASSADO Evento de Vento Moderado Evento de Vento Fraco Região de lançamento Vazão (m³/s) Região de lançamento Vazão (m³/s) Alto estuário 8000 1000 Alto estuário 8000 1000 Superfície 30,4 660* Superfície 66,6 903** Meio 51,9 31 Meio 58,7 903** Fundo 53,6 86,6 Fundo 111 903** Médio estuário 8000 1000 Médio estuário 8000 1000 Superfície 9,6 241,75 * Superfície 16,8 903** Meio 8,7 10,4 Meio 15,3 217,6 Fundo 12,9 14,4 Fundo 27 220,9 Baixo Estuário 8000 1000 Baixo Estuário 8000 1000 Superfície 1,56 1,76 Superfície 2,69 4,4 Meio 1,36 1,78 Meio 2,33 5,3 Fundo 2 2,5 Fundo 3,4 15,6 Abaixo de 100 horas 92,59% Abaixo de 100 horas 55,55% Abaixo de 50 horas 84% Abaixo de 50 horas 80% Resultados - PASSADO • Tr x ventos x descarga: – Vento NE moderado: 92,6% das partículas saíram do estuário antes de atingir 100 horas de Tr. – Ventos NE fraco: 55,55% das partículas saíram antes de atingir 100 horas de Tr. – À medida que a intensidade do vento diminui, o período que a partícula permanece no estuário aumenta. Entretanto, quando ventos fracos são combinados com baixa vazão, as partículas lançadas no alto estuário tendem a permanecer no interior da Lagoa dos Patos Resultados - PASSADO Trajetórias de partículas com vazante baixa e vento fraco Linha branca – camada superficial Linha preta – camada de fundo Linha verde – camada do meio Ponto de Lançamento Resultados - PASSADO Partícula lançada no ALTO ESTUÁRIO Trajetórias de partículas no evento de vento NE moderado em baixa descarga Trajetórias de partículas no evento de vento NE fraco em baixa descarga Resultados - PASSADO Partícula lançada no MÉDIO ESTUÁRIO Trajetórias de partículas no evento de vento NE moderado em descarga baixa Influência do canal de navegação Trajetórias de partículas no evento de vento NE fraco em descarga baixa Resultados - PASSADO Partícula lançada no BAIXO ESTUÁRIO Trajetória da partícula no evento de vento NE moderado em descarga baixa Influência do canal de navegação Trajetória da partícula no evento de vento NE fraco em descarga baixa Resultados - PASSADO Influência da Batimetria na trajetória Resultados - PASSADO – Partículas lançadas no alto e no médio estuário, em vazões alta, apresentaram os maiores valores de Tr na camada de fundo Função da presença de uma cunha salina que retarda a saída da partícula do complexo. – Em baixa vazão os maiores Tr foram encontrados na camada superficial Função da contribuição da descarga fluvial – No baixo estuário, a camada mais profunda apresentou o maior Tr, para todas as vazões simuladas. Função da contra corrente salgada entrando no estuário pelo canal que aumenta o Tr das partículas nessa profundidade (Lisboa et al, 2014) Resultados - PASSADO – Quanto a profundidade, partículas lançadas no alto variam suas trajetórias de forma diferente até a hidrodinâmica levar essas partículas para o canal. A presença desse canal principal, resulta num afunilamento na trajetória da partícula. – No médio e baixo estuário: sem grandes variações na trajetória. Os pontos estão inseridos no canal, sendo levado para fora do estuário. (Lisboa et al, 2014) Conclusões • Influência da hidrodinâmica no Tr do ELP é notória; • O vento tem participação fundamental na determinação do Tr, uma vez que mesmo nas camadas superficiais de baixa vazão encontramos valores altos para essa situação; • A descarga fluvial controla o Tr das partículas onde o vento não tem tanta, isto é, nas camada mais profundas Conclusões • A batimetria contribui tanto no Tr quanto na trajetória, isso por que a tendência é de acompanhar o canal de navegação; • Em baixas vazões no alto estuário as partículas ficam mais propícias a ficarem retidas nas margens do estuário, principalmente nas áreas mais rasas. • A cunha salina tem participação importante em manter a partícula por mais tempo no complexo estuarino; Projeto de Dissertação Estudos de Longa Duração para Avaliação de Impactos Naturais e Antrópicos no Estuário da Lagoa dos Patos e Costa Adjacente: Variabilidade Espacial e Temporal de Processos Hidrodinâmicos • Avaliar o comportamento do Tempo de Residência do ELP em diferentes profundidades na coluna d’água; • Estudar os ciclos de salinização e dessalinização do ELP; • Avaliar a resposta do Tempo de Residência aos ciclos de salinização e dessalinização do ELP; • Analisar possíveis alterações nos fluxos entre o Estuário e a Região Costeira adjacente. Material e Métodos - PRESENTE OBS.: As simulações reais de 5 anos, com dados de descargas da A.N.A. E FORÇANTES REAIS Salinização e Dessalinização ANALISES DE TR E TRAJETORIAS EM DIFERENTES PROF. EM ANDAMENTO…. Material e Métodos - PRESENTE Malha – Configuração Atual Próximos Passos Será realizada uma análise EOF a fim de ter uma noção probabilística espaço/temporal das massas fitoplantônicas localizadas na área de estudo; Sendo necessário a escolha da escala temporal e espacial das imagens orbitais, assim com o melhor tratamento das mesmas para o método. Cronograma X – Atividade Encerrada X – Atividade em andamento X – Atividade não concluída OBRIGADO !!!