Feynman e Gell-Mann. Luz, Quarks, Ação Richard Feynman e Murray Gell-Mann estão entre os maiores físicos do século XX. Os trabalhos de ambos foram essenciais para revelar as estranhas leis e o mundo oculto das partículas subatômicas. Mas quem ler Feynman e Gell-Mann. Luz, Quarks, Ação novo livro da Coleção IMORTAIS DA CIÊNCIA, da Odysseus Editora, vai descobrir que os dois cientistas lideraram essa revolução do saber competindo ferozmente entre si. O autor não poderia ser mais bem escolhido: além de ser ele mesmo um pesquisador das partículas elementares, o físico brasileiro Rogério Rosenfeld tem um estilo leve e divertido, com o qual relata detalhes saborosos das vidas e descobertas de Feynman e Gell-Mann. Seus estilos e personalidades eram díspares: Feynman, o brincalhão irreverente; Gell-Mann, o cientista erudito e sério. Mas suas idéias se entrelaçaram na construção da nova Física do Século XX. Feynman é de longe o mais popular. Livros seus, autobiográficos e teóricos, tornaram-se best-sellers. Sua biografia, por James Gleick, chama-se Gênio. Como Galileo, Newton e Einstein, sua vida inspirou uma peça de teatro. Adorava tambores. Numa visita ao Brasil, desfilou tocando frigideira numa escola de samba. E gostava de seduzir mulheres em bares usando táticas pouco convencionais, pois relações humanas, propriedades de elétrons, combinações de cofres ou construção de bombas atômicas eram, para Feynman, uma coisa só: desafio intelectual, e quebracabeça. Sua análise mental era incrivelmente rápida, incansável, ciclônica e... eficaz. Não espanta que Feynman tenha trabalhado com uma Física pouco convencional. Uma de suas grandes contribuições, de fato, foi reformular a Mecânica Quântica, que estuda o comportamento dos átomos e das partículas subatômicas. Já se sabia que o comportamento destas partículas é muito diferente das regras da Física Clássica, que explica a rotação dos planetas, a queda de objetos, o funcionamento de motores e o dia-a-dia em geral. É que no mundo clássico uma bola e uma onda são coisas diferentes, mas no mundo quântico, partículas podem se comportar tanto como bolas quanto como ondas. Esse comportamento estranho deriva de uma propriedade fundamental do mundo quântico: a indeterminação. Na verdade, o elétron não é nem bola nem onda, mas nossa linguagem não sabe descreve-lo de outra forma. Ou melhor, não sabia. Com intuição genial, Feynman construiu uma descrição do que ocorre no mundo das partículas subatômicas, fiel à indeterminação quântica. Ele descreveu a trajetória de um elétron de um ponto a outro do espaço, não como bola de bilhar que faz um só caminho de um ponto a outro da mesa, mas como a soma de todos os caminhos, mesmo os mais estranhos e implausíveis, porque não se pode de fato afirmar nada sobre o que ocorre com o elétron (ou onde ele está) entre os dois pontos, os únicos onde medidas são feitas. Entre os dois pontos tudo, ou quase, é possível. E essa é a indeterminação. Já Gell-Mann, mais jovem, teve de lutar para não ser ofuscado pelo brilhantismo do colega. Há muitas histórias sobre a rivalidade entre os dois, que durou até a morte de Feynman. Famoso pelo conhecimento enciclopédico de um número imenso de assuntos, Gell-Mann também era poliglota e matemático brilhante. Suas teorias tornaram-se famosas, e ele ganhou sozinho o Prêmio Nobel, o que alimentou ainda mais a rivalidade dos dois cientistas. Gell-Mann gostava de se gabar dizendo que Feynman dividiu o prêmio com outros dois físicos, enquanto que ele recebeu o prêmio sozinho. Se ambos tinham um traço em comum, era a falta de modéstia. Diferentes nas personalidades, tinham interesses semelhantes: o estudo das propriedades das partículas subatômicas. Nos anos 50, a Física das Partículas Elementares, que estuda os assim chamados "tijolos fundamentais de matéria" (a partir dos quais tudo é construído), estava em crise. Tal como na arquitetura, onde os mesmos tijolos podem criar construções diferentes, a esperança dos físicos era chegar a um número relativamente pequeno de partículas básicas. Mas as experiências tinham revelado um número crescente de partículas "elementares", mais de uma centena. Algo estava errado, e foi Gell-Mann quem propôs a solução. Sua hipótese era simples: assim como os átomos da Natureza são todos combinações de três partículas fundamentais, o elétron, o próton e o nêutron, algo parecido poderia ocorrer com as centenas de partículas descobertas. Gell-Mann sugeriu que essas partículas eram, na verdade, resultado de combinações de apenas seis outras, que ele chamou de quarks. Os seis quarks é que seriam as partículas fundamentais, não as centenas de outras. Gell-Mann ganhou o Nobel pelo seu esquema de classificação das partículas subatômicas. Essa e muitas outras histórias sobre esses dois imortais da ciência rivais estão emFeynman & Gell-Mann- Luz, Quarks, Ação, um livro que inspira a aprender sobre o mais impressionante quebra-cabeça da Natureza, o misterioso mundo dos elétrons e das partículas subatômicas. SERVIÇOS: Autor: Rogério Rosenfeld ISBN: 88-85023-27-X 136 páginas