Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Triagens in vitro de moléculas bioativas para o câncer de próstata. Fernanda K. M. Daguano, (IC), Andrei Leitão (PQ)* [email protected] Grupo de Química Medicinal (NEQUIMED), IQSC-USP. Palavras chave: ensaios celulares, câncer de próstata, anticancerígenos, viabilidade celular. (a) (b) DU145 As triagens iniciais mostraram que YM-155 apresentava uma grande seletividade frente a DU145 em relação à Balb-c 3T3, Fig. 1b. DU-145 também é resistente a doxorrubicina (inibidor da topoisomerase II) demonstrando a dificuldade em estabelecer moléculas de referência para o estudo de anticancerígenos para esta linhagem celular. O ensaio de dose-resposta para YM-155 revelou -1 IC50 = 3,9 (±0,3) nmol.L para DU-145. Já para Balb-c 3T3, a molécula foi inativa em todas as concentrações testadas. Estes resultados demonstram que novos inibidores de survivina 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química -5 -6 -7 -8 -5 -6 -7 -8 -5 -6 -7 -8 -5 -8 MDV3100 log[cpd] Balb-c log[cpd] Fig. 1. Estruturas químicas das moléculas (a) e triagem nas linhagens celulares DU-145 e Balb-c 3T3 (b). Conclusões Os resultados demonstraram que YM-155, um inibidor da expressão de survivina, apresenta uma grande seletividade e potência frente à célula cancerígena DU-145. Esta molécula pode ser usada como padrão para estudos de atividade biológica de novas moléculas. Agradecimento Os autores agradecem ao CNPq e FAPESP. ____________________ 1 Balk, S. P.; Knudsen, K. E. Nuclear Receptor Signal. 2008, 6,e001. 2 Don, B.; Colombi, M.; Moroni, C.; Hall, M. N. Nat. Rev. Drug Discov. 2011, 10, 868-880. 3 Tran, C., et al. Science 2009, 324, 787-790. 4 Nakahara, T. et al. Cancer Res. 2007, 67, 8014-8021. -4 -5 -6 -7 -4 -5 -6 -7 -4 -5 -6 -7 -4 rapamicina bicalutamida MDV3100 YM155 -7 YM-155 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -5 Bicalutamida % viabilidade As células DU-145 e Balb-c 3T3 foram cultivadas em meio DMEM suplementado com 10 % de soro de feto bovino (FBS), solução de penicilina/estreptomicina (1 %) em atmosfera com 5 % de CO2. Nos ensaios colorimétricos por MTT, as células foram cultivadas com 5 % de FBS por 24, seguido da adição dos compostos e leitura da placa após 24 h a 570 nm. Os compostos (Fig. 1a) apresentam diferentes mecanismos de ação e estão em estudos clínicos (EC) ou são fármacos (F): • Rapamicina (F) inibidora da quinase mTOR (alvo em mamíferos da rapamicina) e estudada quanto a 2 sua atividade anticancerígena. • MDV3100 (EC) e bicalutamida (F) atuam como inibidores do receptor andrógeno (AR) e são usadas para a terapia do câncer de próstata em 3 células AR-dependente. • YM-155 (EC) é um inibidor da survivina que tem apresentado atividade anticancerígena em 4 diversos tipos de tumores. -6 Resultados e Discussão rapamicina bicalutamida MDV3100 YM155 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -7 Rapamicina -6 O câncer de próstata é uma das neoplasias de maior prevalência na população masculina. De origem hormonal, este pode se tornar refratário à 1 quimioterapia, sobretudo quando da sua metástase. Assim, torna-se necessário estudar compostos bioativos para observar as melhores estratégias quimioterápicas. Neste trabalho, moléculas anticancerígenas foram testadas em modelos in vitro para câncer de próstata metastático, utilizando células DU-145. Conjuntamente, células Balb-c 3T3 de fibroblasto de camundongo foram também usadas para estabelecer uma possível seletividade na atividade biológica da série de moléculas. apresentam potencial interesse para a terapia do câncer de próstata refratário ao hormônio. Conforme esperado, MDV3100 e bicalutamida foram inativas, demonstrando que esta linhagem não depende da atividade do receptor andrógeno. Além destes compostos, novas moléculas desenvolvidas no NEQUIMED também estão em estudo e serão analisadas comparativamente aos dados apresentados. % viabilidade Introdução