Uso de diferentes óxidos na produção de células fotovoltaicas: alternativa para produção de energia Uso de diferentes óxidos na produção de células fotovoltaicas: alternativa para produção de energia Guilherme Ohse, Josué Tai, Fabio Soldera, Vitor Mazará Professor: Allan Moreira Xavier, PROGRAD Campus Santo André Resumo Foram construídas três diferentes células fotovoltaicas, utilizando como semicondutores óxidos de titânio, de ferro e de zinco, pela técnica de drop-coating; todas sensibilizadas pelo mesmo corante natural (beterraba). As células foram comparadas em relação ao potencial produzido no escuro e quando expostas à luz solar. INTRODUÇÃO A célula de Grätzel é uma célula fotovoltaica constituída por moléculas de um corante (sintéticos, como compostos de rutênio, ou naturais, como antocianinas presentes em frutas ou tubérculos escuros), um semicondutor nano-cristalino, um eletrólito (iodo/iodeto), dois eletrodos (de vidro transparente condutor e carbono). [1] O funcionamento da célula de Grätzel pode ser descrito como segue: o corante recebe energia da luz solar, excitando-o. O elétron excitado do corante é injetado nas partículas do semicondutor nanoestruturado, já que estão em íntimo contato. Tal elétron percorre o sistema, partindo do eletrodo em que estão presentes o semicondutor sensibilizado por corante ao outro eletrodo, de carbono. Neste eletrodo o elétron participa de uma reação eletroquímica que reduz o íon triiodeto, produzindo íons iodetos que restabelecem o estado de oxidação original do corante. [2,3] As equações que descrevem o processo de funcionamento da cela fotovoltaica estão representadas abaixo: (l) corante + luz (energia solar) → corante* (ll) corante* + oxido → e-(óxido) + corante oxidado (III) corante oxidado + 3/2 I- → corante(neutro) + 3/2 I-3 (IV) 3/2 I-3 + e-(eletrodo) → 3/2 I- OBJETIVO Comparar a eficiência dos diferentes tipos de óxidos metálicos nano-estruturados (óxido de titânio – TiO 2 -, óxido de zinco – ZnO – e óxido de ferro Fe2O3) em células fotovoltaicas sensibilizadas por corante natural de beterraba. METODOLOGIA IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011 Uso de diferentes óxidos na produção de células fotovoltaicas: alternativa para produção de energia A célula foi produzida em 3 etapas, sendo elas: (I) preparação dos eletrodos negativo e positivo, (II) sensibilização do eletrodo negativo com o corante natural e (III) a montagem da célula. Para a preparação do eletrodo negativo, aplicou-se o óxido metálico na parte condutora de um substrato de vidro condutor FTO (óxido de estanho dopado com flúor), cuja área de aplicação estava previamente delimitada por fita Scotch 3M. Após aplicação e distribuição homogênea das partículas na superfície do FTO os filmes foram deixados sobre placa de aquecimento a temperatura de aprox. 200º C, para evaporação do solvente de suspensão. Após resfriamento, a limpeza do substrato e retirada da fita de delimitação da área foram realizadas. O eletrodo foi deixado em contato com face exposta da beterraba, para incorporação de corante. O eletrodo positivo foi preparado apenas cobrindo a parte condutora do substrato de FTO com uma camada de carbono, produzida aproximando esta região do eletrodo da fuligem da queima de uma vela de parafina. Para montagem da célula fotovoltaica, os dois eletrodos foram presos por clipes de papel e, entre eles, foram adicionadas 2 gotas da solução do eletrólito iodo/iodeto. esquerda para a direita: óxido de zinco, óxido de ferro e óxido de titânio. RESULTADOS E DISCUSSÃO [2] A técnica de drop-coating para preparação dos eletrodos com semicondutores de óxidos metálicos sobre FTO foi eficiente para os óxidos de titânio e de ferro, como podemos observar na figura 1: As medidas de potencial das células fotovoltaicas estão apresentadas na tabela abaixo: Tabela 1. Medidas de potencial das células fotovoltaicas produzidas com diferentes semicondutores. Semicondutor Potencial (mV) TiO2 ZnO Fe2O3 210 48 73 CONCLUSÕES A partir dos resultados de potencial da cela e das imagens do filme pode-se concluir que o melhor material semicondutor, é o Fe2O3, que pode ser utilizado substituindo o óxido de titânio, já que sua síntese é mais barata e a eficiência da cela é razoável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B. O'Regan, M. Grätzel, Nature 353, 737739 (1991). [1] A. Kay, M. Grätzel, J. Phys. Chem. 97, 6272 (1993). G.P. Smestad, M. Grätzel, J. Chem. Educ. 75, 752 (1998). [3] AGRADECIMENTOS Agradecemos à aluna Nathalie Minako Ito pela colaboração e apoio na realização experimental do projeto, assim como ao grupo GMMAv, pela disponibilização de materiais e espaço. Figura 1. Fotografias dos eletrodos preparados pela técnica de drop-coating, da IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011