CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 CÉLULAS SOLARES PARA USO ESPACIAL Luiz Celso Gomes Torres (Maio-2012) Professor Petrônio Noronha de Souza 1 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais p Resumo 1 – Efeito Fotovoltaico 2 – Histórico 3 – Produção e pesquisa do Brasil 4 – Comparativo entre tecnologias mais utilizadas 5 – Componentes da célula Solar de voo (SCA) q ç 6 – Processos de qualificação 7 – Geradores solares dos Satélites INPE 8 – Dados D d completos l t das d células él l solares l para projeto j t 9 – Conclusão 2 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 1 - Efeito Fotovoltaico 1.1 Significado do termo O termo fotovoltaico é formado pelo composição de outras duas palavras: FOTO - Derivada da palavra grega empregada para luz. VOLT - Relacionando-se a Alessandro Volta, um dos pioneiros do estudo dos fenômenos elétricos. Portanto, o termo FOTOVOLTAICO poderia literalmente ser traduzido como: LUZ - ELETRICIDADE 3 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 1 - Efeito Fotovoltaico 1.2 Processo de geração de energia pelo Efeito Fotovoltaico Ao se montar um dispositivo p com a união dos cristais do tipo p N e P,, forma-se uma junção na qual haverá uma difusão de elétrons e lacunas. Eles se neutralizam, formando um campo elétrico. O efeito fotovoltaico é caracterizado pelo aparecimento ç de p potencial q quando esse dispositivo p é submetido a uma iluminação. ç de uma diferença No momento em que a luz incidir na célula haverá a formação de pares elétronslacunas. É necessária uma estrutura apropriada, em que os elétrons excitados fluam do lado P para o lado N e possam ser coletados, gerando uma corrente elétrica. Campo elétrico criado Circulação de corrente pela célula 4 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i 1839 - Edmond Becquerel, físico francês, francês observou pela primeira vez o efeito fotovoltaico, ele notou que placas de platina ou de prata, prata mergulhadas em um eletrólito produziam uma diferença de potencial quanto expostas à luz. 5 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • 1876 – Willian Grylls Adams, professor de Filosofia e seu aluno Richard Evans Day, ingleses, desenvolveram o primeiro dispositivo sólido que produzia eletricidade por meio do efeito fotovoltaico. Tratava-se de um filme de selênio lê i depositado d i d num substrato b d ferro de f e com um segundo filme de ouro que servia de contato frontal. A eficiência desse dispositivo era em t torno d 0,5%. de 0 5% • • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i 1883 – Charles Fritts, cientista americano, produz uma célula solar de selênio com uma camada fina de ouro. Alto custo e baixa eficiência (em torno de 1%) foram impeditivos para a utilização como fonte de energia em grande escala. Os estudos nessa área continuaram, por outros renomados cientistas, porém, sem grandes conquistas. Os grandes desenvolvimentos científicos da primeira metade do século XX, XX como a explicação do efeito fotoelétrico por Albert Einstein, Einstein em 1905, o entendimento das propriedades dos semicondutores, deram um impulso no desenvolvimento da tecnologia. 6 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i 1954 - Calvin Fuller, Gerald Pearson e Daryl Chapin (Bell Labs), em New Jersey, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo de difusão onde introduziram impurezas em cristais de silício (processo chamado “dopagem”). (p p g ) Produziram uma barra de silício dopado com uma pequena concentração de gálio, que o torna condutor, sendo as cargas móveis positivas (chamado silício do “tipo P”). Mergulhou esta barra de silício num banho quente de lítio, criando assim na superfície da barra uma zona com excesso de elétrons livres (chamado silício do “tipo N”). Na região onde o silício “tipo n” fica em contato com o silício “tipo P” surge um campo elétrico permanente. Ao caracterizarem eletricamente esta t amostra, t verificaram ifi que produzia d i uma corrente t elétrica quando exposta à luz. Essa célula, indicava incialmente uma eficiência em torno de 4%. 7 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i • Essa célula apresentava grande dificuldade de soldagem dos contatos elétricos, aumentando muito a resistência séria da célula. • Outro problema encontrado era que o lítio migrava para o interior do silício e deixava a zona ativa da célula inacessível aos fótons da radiação solar, diminuindo a eficiência. • Partiram então para uma solução de fósforo na dopagem do silício tipo N, obtendo uma junção mais estável, porém ainda persistia o problema dos contatos. • Substituindo o gálio por arsênio seguido por uma difusão de boro. O problema dos contatos foi minimizado e a eficiência atingiu 6%. 8 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Patente da 1° célula solar • Ainda em 1954, diante dos resultados apresentados, houve a autorização do pentágono e então surgiu a publicação da primeira célula solar, na reunião anual da “National Academy of Sciences”, em Washington. • Os resultados O lt d f foram publicados bli d no “Journal “J l off Applied Physics”, e foi registrada uma patente. • A demonstração pública do uso da “pilha solar” consistiu numa transmissão via rádio de algumas palavras entre D. E. Thomas e Morton Prince usando um sistema portátil tátil alimentado li t d por célula él l solar l . • Em 1955, 1955 a primeira aplicação foi realizada no estado da Geórgia, para alimentar uma rede telefônica local. Um Painel montado em out/1955 e removido em mar/1956. Primeira aplicação pública da célula solar 9 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Em 17 de março de 1958, depois de muita relutância da NASA, por não acreditar no dispositivo, o primeiro satélite alimentado com energia solar (como back-up da pilha convencional) foi lançado (Vanguard I –USA). –USA) O seu sistema fotovoltaico tinha seis células solares para alimentar os transmissores e funcionou até 1964 . A corrida espacial já havia se iniciado com o lançamento do primeiro satélite artificial (Sputnik 1, out/1957) apenas com baterias químicas. Cientista com um protótipo do Vanguard I A pilha convencional falhou, mas o painel solar manteve o transmissor funcionando muito além das expectativas 10 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Naquele mesmo ano de 1958 foram lançados os satélites Explorer III, Vanguard II e Sputnik 3 ( soviético) com células solares de silício a bordo, porém, as células ainda não eram a fonte primária de energia. Explorer III Vanguard II Sputinik 3 11 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Os primeiros satélites com gerador solar como fonte primária de energia foram os Explorer VI e VII. Em outubro de 1959 é lançado o Explorer VII com gerador solar de 3000 células Em agosto de 1959 o satélite Explorer VI é lançado com um gerador solar de ) 9600 células ( 1 cm x 2 cm cada). Através dele foi tirada a primeira imagem da terra 12 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico O estágio tecnológico da célula de Silício havia alcançado praticamente seu topo. Ao longo dos anos, várias melhorias foram incorporadas: junção rasa, material de silício de alta pureza (99,999999%), crescimento do monocristal por fusão lenta de camadas gerando pouquíssimos defeitos, espelho de alumínio na face anterior, p elétricos adicionais e deposição p ç metálica p por feixe de elétrons,, entre outras. campos Esses incrementos tecnológicos no dispositivo resultaram em um aumento da eficiência desse tipo de célula solar de 10% na década de 1960 para valores em torno de 20% nos dias atuais. melhor texturização modificações na camada “n” n (“Passivated emitter”) criação de sulcos na camada n ((“Laser Laser “n” grooving”) ambos contatos na parte traseira i í i início 13 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i No final dos anos 80 células de Arseneto de Gálio foram fabricadas e atingiram eficiência superior a 20%. 20% Os cientistas calculavam que o limite de eficiência teórica a ser obtida por uma célula homojunção seria de 24%, com a máxima otimização possível. Estrutura da célula de Arseneto de Gálio • Então, á partir dos anos 90, foi necessário o desenvolvimento de novas tecnologias. O uso de células multijunção trouxe grande aumento na eficiência. As células de duas junções utilizando Arseneto de gálio com índio foram os primeiros estudos que atingiram boa eficiência. 14 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i A técnica de multijunções atenua o problema da perda de energia quando um fóton de energia maior do que a energia do semicondutor é absorvido pela célula solar de uma junção. Nas células é solares de uma junção, esse excesso é uma perda de energia convertida em calor e diminui a eficiência da célula solar. Nas células solares de múltiplas junções tem-se cada junção como uma “janela”, que absorve parte do espectro t e deixa d i passar as restantes t t para a outra t junção. j ã Dessa D maneira, i esse espectro é mais bem aproveitado. Aproveitamento da luz solar em 1 célula de 3 junções • Em 1995 já havia disponível no mercado para uso espacial célula de 3 junções com eficiência superior a 20%. 15 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Hoje já estão sendo disponibilizadas células de tripla junção de terceira geração, qualificadas lifi d para uso espacial, i l com eficiência fi iê i em torno t de d 29,5%: 29 5% XJT Solar cell - Spectrolab ZTJ Solar cell - Emcore 16 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Células solares com mais de três junções também estão em desenvolvimento/qualificação e, provavelmente, dentro de pouco t tempo serão ã comercializadas i li d para uso espacial. 6 jjunções ç Evolução Aproveitamento da espectro solar para as Células de 4 junções 17 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Um recente estudo nessa área é o desenvolvimento de células solares de tripla junção com estrutura de montagem invertida, chamadas IMM (“Inverted Metamorphic Solar S C Cell”). ) Essa tecnologia possibilita alcançar valores eficiência f ê maiores e são mais resistentes a radiação. 18 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 • Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Uma tecnologia muito estudada hoje são as chamadas células de filme fino (“Thin film solar cell”). Essa células são mais flexíveis, porém de baixa eficiência. Atualmente são utilizadas para uso terrestre, porém devido a pouca massa e flexibilidade, deverão ser utilizadas em missões espaciais no futuro. Células orgânicas – sensibilizadas por corantes ( Dye-sensitized solar cells) CIGS (Copper Indium Gallium diSelenide) Cadmium Telluride (CdTe) Flexibility Amorphous Silicon 19 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 2 - Histórico Hi tó i Como pode ser notado na curva de evolução de eficiência, mostrada abaixo, a nova tecnologia de filme fino ainda precisa de avanços tecnológicos para atingir eficiências melhores e, principalmente, resistência para ambiente espacial. 20 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 3 - Pesquisa e produção do Brasil 3.1 Experimento Célula solar Experimento Célula Solar (ECS) no painel lateral do satélite SCD1 Satélite em órbita (simulação) e indicação d Albedo do Alb d Solar S l No Brasil foram desenvolvidos o que se denominou experimentos célula solar (fabricado com células de silício monocristalino). Os experimentos foram colocados nos satélite SCD1 e SCD2 para estudo da degradação das células solares por partículas ionizantes e estudo do Albedo planetário (luz refletida pelo planeta) para i t interpretação t ã de d mudanças d climáticas li áti no Brasil. B il As A células él l foram f d desenvolvidas l id por pesquisadores do INPE com a infraestrutura do Laboratório de Microeletrônica da 21 USP, em São Paulo. CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 3 - Pesquisa e produção do Brasil 3.2 Experimento Célula solar (resultados) As telemetrias de corrente do satélite, juntamente com o experimento célula solar foram fundamentais para os cálculos da degradação do painel solar dos satélites SCD1 e SCD2. Degradação da corrente fotogerada no SCD1 em 18 anos. Degradação da corrente fotogerada no SCD2 em 07 anos. Fonte: Baruel, M. Ferreira, 2012 – Estudo da variação da corrente fotogerada nos painéis solares dos satélites do INPE 22 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 4 - Comparativo C ti 4.1 Evolução do uso da potência consumida Comparativo entre os tipos de células solares para uso espacial: Linha de tendência da potência elétrica no espaço. 23 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 4 - Comparativo C ti 4.2 Comparativo entre tecnologias disponíveis Múltiplas junções são resistentes a radiação. mais eficientes e mais Células de Silício tem espessura inferior, portanto são ã mais i leves l 24 Fonte: Navid S. Fatemi – Solar Array Trades Between Very High-Efficiency Mutli-Junction And Si Space Solar Cells CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células de Silício por serem menos eficientes necessitam maior área de painel O custo da célula nua (Bare Cell) por unidade de potência é menor. Células Solares espaciais 4 - Comparativo C ti Do ponto de vista do painel, a diferença de massa específica inverte em favor é de mais junções. Isso ocorre das células devido à outros componentes, tais como: mecanismos, cabos, substrato, adesivos, d i t t testes, “ “coverglass” l ” etc.). t ) O custo por unidade de potência tê i das d células él l d de várias junções se torna mais vantajoso. mil (define espessura) 1 mil = 0,0254 mm Fonte: Navid S. Fatemi – Solar Array Trades Between Very High-Efficiency Mutli-Junction And Si Space Solar Cells 25 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 5.1 Composição da Célula solar Células Solares espaciais 5 - Componentes Básicos SCA – vista lateral Quando nos referimos às células solares para uso espacial, usamos a denominação SCA ((Solar Cell Assembly). y) O SCA é a união da célula solar nua, cobertura de vidro e interconectores. As células de múltiplas junções possuem também um diodo de proteção integrado. integrado SCA – vista superior i SCA – vista superior 26 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 5 - Componentes Básicos 5.1.1 – Células Solares nuas (Bare Cell) São dispositivos semicondutores capazes de converter a energia solar diretamente em energia elétrica. Células solares para uso espacial são fabricadas utilizando rígidos controles de processos de fabricação e da qualidade, o que as tornam capazes de suportar largos extremos de temperatura e outros fatores de degradação inerentes ao ambiente espacial. InGaP/GaAs/Ge Tipos de Células Comercialmente Utilizadas em Projetos Espaciais Silício Monocristalino Arseneto de Gálio Dupla Junção T i l Junção Tripla J ã 27 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 5 - Componentes Básicos 5.1.2 - Cobertura de Vidro (“Coverglass”) Lâminas transparentes de vidro borosilicato, dopadas com Dióxido de Cério. As espessuras mais utilizadas variam de 50um a 500um. São utilizados para: • Proteger as células solares contra a radiação de partículas (prótons e elétrons) presentes no ambiente espacial; • Proteger as células contra o oxigênio monoatômico presente em órbitas baixas; • Filtrar a radiação ultravioleta, a qual provoca a degradação do adesivo utilizado para a sua colagem na célula. • Minimizar as perdas por reflexão da radiação solar incidente; • Minimizar a absorbância e maximizar a emitância das células solares visando reduzir a temperatura de operação. 28 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 5 - Componentes Básicos 5.1.3 - Interconectores Interconector Elementos condutores elétricos, utilizados para realizar as interligações em série entre as células de um módulo solar. Coverglass Célula Solar Interconector satélite Amazonia 1 Interconector satélite Lattes Interconectores satélite CBERS4 Requisitos gerais: • boa condutividade elétrica;; • soldagem (PbSn, “ultrasonic welding”); •flexibilidade flexibilidade e resistência à fadiga; •baixos níveis de tensões de natureza termomecânica nas juntas soldadas; 29 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 5.1.4 – Diodo de “bypass” São elementos utilizados para proteção da célula solar caso venha a sofre polarização reversa reversa. Isso pode ocorrer quando as células são colocadas em série/paralelo. Células Solares espaciais 5 - Componentes Básicos São mais comumente usados nas células de múltiplas junções por serem mais sensíveis a correntes reversas. Diodo externo Esquemático de célula de 3 junções com diodo “bypass” O diodo pode ser inserido no processo de fabricação ou soldado depois. 30 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 6 - Processos de qualificação 6.1 – Requisitos de qualificação para uso espacial Para a qualificação dos SCA´s para uso espacial, uma diversidade de testes são necessários. A certificação só será obtida após satisfazer os critérios de aceitação estabelecidos nos testes. 31 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 6 - Processos de qualificação 6.2 – Requisitos de qualificação para painéis solares dos satélites INPE O INPE executa um plano de qualificação para o Gerador solar. solar Estes testes visam principalmente verificar possíveis problemas de fabricação (resistência de contatos, isolamentos, alteração em características elétricas, mecânicas e outros. Matriz de inspeção e testes para o Gerador solar dos satélites CBERS 3&4 CIC-N célula com conector frontal CIC-P célula com conector traseiro CIC NP célula CIC-NP él l c// ambos b conectores t TCM – cupom de teste MV – modelo de voo 32 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 7.1 - Satélites Fabricados/em produção SCD1 - 1993 SACI 1 - 1999 CBERS 1 - 1999 SCD 2A - 1997 SCD 2 - 1998 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE Sucesso Falha Em produção AMAZONIA 1 LATTES SACI 2 - 1999 CBERS 2 - 2003 SATEC - 2003 CBERS 2B - 2007 CBERS 3 33 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 7.1.1 - SCD 1 – Células de Silício (15% efic.) Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE Célula Solar (SCA) Cupom de Teste L Lançamento t Fev/93 F /93 Células Solares fabricadas pela Spectrolab (USA) Potência 110 W (BOL) – 2196 células Configuração Orbital 34 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.3 - SCD 2A – Células de Silício (15 % efic.) Lançamento Nov/97 - Falha Configuração Orbital Células Solares fabricadas p pela Spectrolab p ((USA)) Potência 120 W (BOL) – 2196 células Célula Solar (SCA) Devido a falha na ignição de um dos propulsosres do veículo lançador (VLS) teve de ser (VLS), destruído após 65 segundos de voo 35 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.2 - SCD 2 – Células de Silício (15% efic.) L Lançamento t Out/98 O t/98 Células Solares fabricadas pela Spectrolab (USA) Configuração Orbital Potência 120 W (BOL) - 2196 células Concepção Artística Célula Solar (SCA) 36 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.4 - SACI 1 – Células de Arseneto de Gálio (AsGa) (19% efic.) Lançamento ç Out/99 - Falha Células Solares fabricadas pela EEV Limited (Inglaterra) Configuração Orbital P tê i 150 W (BOL) - 732 células Potência él l (8 cm2) E T Em Testes t Lançado ç jjunto com o CBERS1,, falhou ao entrar em órbita 37 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.5 - SACI 2 – Células de Arseneto de Gálio (AsGa) – (19% efic.) Lançamento ç Dez/99 - Falha Células Solares fabricadas pela EEV Limited (Inglaterra) P tê i 150 W (BOL) – 732 células Potência él l (8 cm2) Configuração Orbital Devido a falha no sistema pirotécnico do 2° estágio do veículo lancador (VLS), teve de ser destruído Em Testes 38 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.6 - CBERS 1 – Células de Silício – (13% efic.) Lançamento Out/99 Configuração de Lançamento Células Solares fabricadas pela SISP (China) Potência 1100 W (BOL) - 14402 células (8 cm2) Configuração Co gu ação Orbital O b ta 39 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.7 CBERS 2 – Células de Silício – (13% efic.) Lançamento Out/03 Configuração de Lançamento Células Solares fabricadas pela SISP (China) Potência 1100 W (BOL) – 14402 células (8 cm2) Em Testes 40 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.8 CBERS 2B – Células de Silício – (13% efic.) Configuração de Lançamento Lançamento Set/07 Células Solares fabricadas pela SISP (China) Potência 1100 W (BOL) – 14402 células (8 cm2) Configuração Orbital p de Teste Cupom 41 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.9 CBERS 3&4 – Células Tripla Junção (InGaP/GaAs/Ge) Lançamento 2012 (CBERS3) / 2014 (CBERS4) (26% efic efic.)) Célula Solar (SCA) Células Solares fabricadas pela SISP (China) Potência 2400 W (BOL) – 9162 células (12 cm2) Configuração Orbital Cupom p de Teste 42 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.10 - SATEC – Células de Silício (13% efic.) Configuração Orbital Lançamento Ago/03 - Falha Células Solares fabricadas pela SISP (China) Potência 20 W (BOL) – 1200 células ( 8 cm2) Em Testes Foi destruído na plataforma de lançamento, devido à explosão do Veículo Lançador de Satélite, de 3 dias antes do lançamento ç 43 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.11 - Amazonia 1 – Células de Tripla junção (InGaP/GaAs/Ge) ((27% efic.)) Lançamento 2013 (previsão) Modelo de Qualificação Células Solares fabricadas pela EMCORE (USA) Célula Solar (SCA) Potência 1100 W (BOL) 1584 células (26,6 cm2) Cupom de Teste Concepção Artística 44 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.1.12 - LATTES – Células de Tripla junção (InGaP/GaAs/Ge) Lançamento 2017 (previsão) Células Solares fabricadas pela CESI (Itália) (27% efic.) Concepção Artística Potência 1100 W (BOL) 1584 células (26,6 cm2) Cupom de Teste Célula Solar (SCA) 45 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE 7.2 - Satélite INPE – Propostas Síntese das missões p propostas p para p o período p 2011 - 2020 46 Fonte: Plano diretor INPE – 2011 - 2015 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 7 - Geradores solares dos Satélites INPE Síntese das missões propostas para o período 2011 – 2020 (detalhamento) 47 Fonte: Plano diretor INPE – 2011 - 2015 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1 – Parâmetros para projeto Quando nos referimos à geradores solares para satélites (de médio e grande portes), nos dias atuais, tratamos de um complexo sistema com milhares de SCA´s distribuídos em módulos. Os módulos são formados por células colocadas em série para gerar a tensão necessária e strings em paralelo para gerar correntes. Os projeto deverá levar em conta a produção de energia nas piores i condições di õ que o satélite télit irá i á enfrentar, f t no fim fi de d sua projetada vida. Portanto alguns parâmetros do comportamento dos SCA´s deverão ser fornecidos para os cálculos, ál l t i como: tais • Parâmetros principais (Isc / Imp / Voc / Vmp) medidos em laboratório ( 28°C, 1353 W/m2) • Variação c/ a radiação • V i ã c// a temperatura. Variação t t • Eficiência 48 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1.1 - Células de Silício Monocristalino (Si) 49 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1.2 - Células de Arseneto de Gálio (GaAs/Ge) 50 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1.3 - Células de Arseneto de Gálio (GaAs/GaAs) 51 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1.4 - Células de Múltiplas Junções (GaInP/GaAs) (“Dual Junction”) 52 CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 Células Solares espaciais 8 - Dados completos da célula solar para projeto 8.1.6 - Células de Múltiplas Junções (“Triple Junction”) 53 Células Solares espaciais 9 - Conclusão CURSO DE INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DE SATÉLITES CSE-200-4 1 - Células solares são fontes de energia primárias fundamentais para os satélites 2 - A tecnologia utilizada vai depender de alguns fatores como: - Massa disponível do painel solar - Potência necessária para a missão - Custo - Área disponível no painel - p de vida esperado p /confiabilidade ( efeito radiação) ç ) Tempo - Capacidade de produzir painéis solares com as tecnologias envolvidas 54