UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Química e Energia Determinação do ponto de fulgor de combustíveis líquidos Prof. Dr. FERNANDO CRUZ BARBIERI S.J. dos Campos UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Definição Quando um corpo combustível é aquecido, atinge diferentes estágios da temperatura, os quais são conhecidos por: • Ponto de fulgor, • Ponto de Combustão (inflamação), • Ponto de ignição. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor ou “flash point “ Definição: é a menor temperatura na qual líquidos inflamáveis começam a desprender gases e vapores inflamáveis que entram em combustão ao contato com uma fonte de calor, porém, uma vez removida a fonte de calor, as chamas não se mantêm devido a insuficiência de gases e vapores desprendidos. • O ponto de fulgor é uma medida do risco de incêndio de um combustível quando armazenado. As condições permitidas de armazenamento e uso de são diferentes para produtos de ponto de fulgor abaixo de 230C, entre 230C e 660C e acima de 660C. • Combustíveis com ponto de fulgor abaixo de 230C são considerados, para fins de transportes e armazenagem, como PERIGOSO ALTAMENTE INFLAMAVEL. Os óleos combustíveis que normalmente apresentam ponto de fulgor acima 660C são considerados seguros. Existem duas formas de determinar o ponto de fulgor de um combustível liquido: • Aparelhos de Pensky-Martens (vaso fechado) • Aparelhos de Cleveland (vaso aberto) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Pensky-Martens (vaso fechado) De acordo com a Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) é constituída de: • • • • Vaso padrão Tampa com agitador, porta termômetro e mergulhador de chama Aquecedor com banho de ar e cúpula Termômetro Pensky-Martens UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Pensky-Martens (vaso fechado) Modo de operação: • Verificar, inicialmente, se o aparelho esta em condições de uso, isto é, todas as peças estão em ordem e sem vestígio de combustível usado em teste anterior; • Encher o vaso padrão com o combustível em estudo até o traço interno de referência; • O termômetro deve ser escolhido de acordo com o provável ponto de fulgor do combustível; • Se não conhecer esse ponto de fulgor provável, deve-se iniciar com termômetro de baixa escala de temperatura (até 1200C ) e se necessário, trocar em seguida pelo alta escala de temperatura (até 3000C ) ao atingir 1000C a 1100C; • O diâmetro de chama escorvadora deve ser regulada em cerca de 4 milímetros; • A elevação de temperatura do combustível dentro do vaso deve ser de 5 a 60C por minuto, e deve-se agitar o óleo com agitador 1 ou 2 vezes por minuto; • A aplicação de chama escorvadora (dentro do vaso fechado ) deve ser efetuada de 20C em 20C de elevação de temperatura. O inicio de aplicação da chama deve se dar mais ou menos 15 0C antes do provável ponto de fulgor. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Pensky-Martens (vaso fechado) Resultado: O ponto de fulgor é a menor temperatura registrada pelo termômetro no instante em que se observar o primeiro clarão na superfície do combustível. A coloração da chama é azulada. Precisão: O resultado será considerado satisfatório quando em duas determinações em condições análogas, não houver diferença maior que 20C. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Cleveland (vaso aberto) De acordo com a Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) é constituída de: • • • • • Vaso de latão, com cabo para o combustível; Chapa de aço recoberta por uma camada de amianto, onde se ajusta o vaso; Fonte de calor; Termômetro; Tubo para a chama escorvadora. Cleveland UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Cleveland (vaso aberto) Modo de operação: (ABNT) • O termômetro será usado ou mantido em posição por qualquer dispositivo adequado; • O fundo do bulbo deverá permanecer a 0,63 cm do fundo do vaso e a meia distância entre o centro e as paredes do vaso; • O vaso será cheio de óleo a ensaiar, de modo que a parte superior do menisco fique exatamente sobre a marca de enchimento na temp. ambiente; • A superfície do óleo deve ser isenta de bolhas e não deve haver óleo acima da marca de enchimento; • A chama de ensaio deverá ter aproximadamente 0,4 cm de diâmetro; • A chama de ensaio deve ser aplicada cada vez que a temperatura do termômetro se eleve a 30C e deverá cruzar o caso em linha reta que passe pelo centro do vaso, formando um ângulo reto com o plano diametral que passa pelo termômetro; UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de fulgor - Aparelhos de Cleveland (vaso aberto) Modo de operação: (ABNT) • A chama de ensaio deverá estar no plano da borda do vaso quando passar através da superfície do óleo (torno de 1 segundo); • O óleo deverá ser aquecido de modo que elevação da temperatura não exceda 160C por minuto até atingir a temperatura aproximadamente 380C abaixo do provável ponto de fulgor do óleo; • Atingindo esse ponto,a velocidade de aquecimento será diminuída e nos últimos 280C antes do fulgor, o aumento de temperatura deverá ficar compreendido entre 5 e 60C por minuto, até aparecer o ponto de fulgor; • Nesse aparelho, após a determinação do ponto de fulgor, determina-se também o ponto de inflamação de combustíveis líquidos. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de Combustão ou inflamação (fire point) Definição: É a temperatura mínima em que um corpo combustível desprenda gases e vapores inflamáveis que entram em combustão em contato com uma fonte de calor e uma vez removida a fonte as chamas se mantêm. Limites de inflamabilidade • Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessária que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21 % em volume. • Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas constantes: Limite Inferior de Inflamabilidade (ou explosividade) (LII) Limite Superior de Inflamabilidade (LSI). • O LII: é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LII não são combustíveis pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de "mistura pobre". UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de Combustão ou inflamação (fire point) • Já o LSI: é a máxima concentração de gás que misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada "mistura rica". • Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua percentagem em volume estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a "mistura ideal" para a combustão. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Ponto de Combustão ou inflamação (fire point) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Temperatura de ignição ou ponto de ignição Determinação do ponto de inflamação: • Depois da determinação do ponto de fulgor, o aquecimento prosseguirá com uma elevação contínua de temperatura de 5 a 6 0C por minuto; • A aplicação da chama de ensaio será feita nos intervalos especificados até que o óleo se inflame, e continue a queimar por um período mínimo de 5 segundos ou mais; • O método para aplicação da chama será idêntico ao descrito para o ponto de fulgor; • A temperatura lida na ocasião em que se aplicou a chama que produziu inflamação durante 5 segundos ou mais, será chamada de ponto de combustão. Resultado: É evidente que o combustível com maior facilidade de entrar em combustão na presença da chama necessita de maiores cuidados para seu transporte, armazenagem e manuseio. Precisão: O resultado será considerado satisfatório quando em duas determinações em condições análogas, não houver diferença maior que 30C. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Temperatura de ignição ou ponto de ignição Definição: É a temperatura mínima em que os corpos combustíveis liberam gases e vapores inflamáveis que entram em combustão em contato somente com o comburente, sem a necessidade de uma fonte externa de calor. • Isto quer dizer que a chama não é induzida, ou seja, não há contato de faísca. Após o aparecimento da chama inicial, a reação passa a ser energeticamente auto-ativante; • Diversos fatores influem no valor da temperatura de ignição combustível, tais como: granulometria, pressão, temperatura e etc. de um UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Química e Energia Determinação do teor de álcool na gasolina Prof. Dr. FERNANDO CRUZ BARBIERI S.J. dos Campos UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA •A Definição gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono. • Uma das propriedades mais importantes da gasolina é a octanagem. A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir à detonação, ou sua capacidade de resistir ás exigências do motor sem entrar em auto-ignição antes do momento programado. A detonação (conhecida como "batida de pino") leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao motor. Existe um índice mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que varia conforme seu tipo. • O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina tem vital papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude do seu baixo poder calorífico. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 18 a 24%. Se por um lado existe vantagens, existem as desvantagens também, como maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. • Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso controle dessa porcentagem. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Definição A adição de álcool à gasolina teria se dado em função dos seguintes fatores: • Manter um determinado nível da demanda capaz de estimular a produção de álcool, numa fase de redução de consumo; • Contribuir para amortecer, no preço final ao consumidor, os efeitos das elevações externas do preço da gasolina; • Inserir o álcool – combustível de fonte renovável – na matriz energética brasileira, num momento em que o país ainda estava distante da auto-suficiência do petróleo. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Histórico Histórico da adição do álcool à gasolina: 1925: São realizados testes álcool combustível à gasolina; 1938: Lei nº. 737 – Obriga a adição à gasolina produzida no País; 1975: Lançamento do PROÁLCOOL; 1989: Brasil é o primeiro a retirar o chumbo tetraetila da gasolina; 1993: Lei nº. 8.723 estabelece o percentual de mistura do álcool anidro à gasolina entre 20 e 25%; 2000: Decreto nº. 3.546 cria o Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool; 2003: Lançamento dos veículos com tecnologia Flex Fluel; 2006: O percentual do álcool na gasolina cai para 20%; 2007: Junho – governo anunciou o aumento do álcool anidro à gasolina para 25%, a partir de 1 de julho de 2007. Obs: O teor é determinado pelo governo em função da disponibilidade do álcool; controle do preço final da mistura, etc. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Histórico Solubilidade em água Observe: Solubilidade em água A solubilidade de um composto é determinada pela seguinte regra: "Semelhante dissolve semelhante". Logo, solventes polares dissolvem substâncias polares, e solvente apolares, substâncias apolares. Os hidrocarbonetos, por serem apolares, apresentam pouca solubilidade em água (polar). Assim, a gasolina (mistura de octano e heptano), o querosene, o óleo diesel formam sistemas heterogêneos com a água. Já os álcoois formam misturas homogêneas com a água, por possuírem hidroxila (radical polar). Porém, quanto maior for o tamanho da cadeia do álcool menor será sua solubilidade. Observação – Como a molécula de álcool é bipolar, pode ser dissolvida tanto em água (polar) como em gasolina (apolar). UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Procedimento Material para o experimento: • Proveta graduada de 100 ml (com rolha) • Solução saturada de cloreto de sódio ou Água destilada • Amostra de gasolina Procedimento: • Coloque em uma proveta (100 ml), uma amostra da gasolina em estudo (50 ml) e complete o volume, até a marca de 100 ml, com a solução saturada de cloreto de sódio; • Feche a proveta, misture bem e deixe em repouso até a separação das duas camadas líquidas miscíveis; • Nestas condições, o álcool se mistura com a solução aquosa saturada de cloreto de sódio, separando-se da gasolina. Faça a leitura do volume da gasolina; • Calcule a percentagem de álcool na mistura subtraindo de 100 o dobro do volume de gasolina encontrado (que se refere a apenas 50 ml da amostra). Assim: % etanol = 100 – (2 X volume da gasolina) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Procedimento 1 - Colocar 50 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL ± 0,5 mL com tampa. 2 - Completar o volume até 100 mL com a solução saturada de NaCl. 3 - Fechar a proveta, misturar os líquidos invertendo-a 5 vezes. OBSERVAÇÃO: Segure firme para evitar vazamentos. 4- Manter em repouso até a separação das duas fases. 5 - Ler o volume de ambas as fases. 6 - Denominar o volume da fase aquosa de V'. 7 - Determine a massa da gasolina e expresse a % em m/m. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA PRODUÇÃO E MECATRONICA Vídeo