INTERSINDICALDA
O R L A P O RT U Á R I A - E S
DEZ 2011
A primeira edição da TecnoPortos – Congresso Capixaba de Terminais Portuários – que aconteceu nos dias 29 e 30 de
novembro, foi marcada por debates consistentes que, segundo os participantes, trará benefícios para o Espírito Santo.
Na abertura do evento, o prefeito de Vila Velha,
Neucimar Fraga, falou sobre a importância do município
na cadeia produtiva do setor portuário capixaba.”Vila
Velha detém 80% das operações portuárias do estado” e,
por isso, se disse apreensivo quanto ao destino do Fundap.
O prefeito falou, ainda, que o Espírito Santo ainda tem
muito que crescer e que o setor portuário é a porta de
entrada para esse crescimento.
Luis Cláudio Montenegro, da Antaq, apresentou
um dado preocupante. Segundo ele, 2011 apresenta um
esgotamento das capacidades dos portos da região
Sudeste.
Já o vice-governador do Espírito Santo, Givaldo
Vieira, disse que o estado é destaque em diversos setores
como agricultura, indústria e petróleo/gás, mas que o
sistema portuário ocupa posição privilegiada nesse
ranking. “O Espírito Santo tem vocação para o comércio
exterior e, com sua posição geográfica estratégica perante
todo o Brasil, merece atenção especial. Ele também falou
sobre a possibilidade do fim do Fundap e suas
consequências, negativas, para o estado capixaba.
Aproveitando a oportunidade, Givaldo Vieira elogiou os
trabalhadores portuários pela sua capacidade de
articulação e por serem estudiosos do setor portuário.
Luiz Fernando Barbosa Santos, assessor da
Intersindical da Orla Portuária ES, falou sobre o Futuro do Porto
de Vitória e relembrou que, em 2005, os tabalhadores
desenvolveram e
apresentaram a
proposta da
construção de um
porto de águas
profundas. Para
ele, a iniciativa
poderia ter mudado
o quadro de
esgotamento do
s i s t e m a ,
apresentado por
Montenegro (Antaq). Outro ponto abrodado por Luiz Fernando
foi a mudança no perfil do trabalhador portuário que deixou de
ser, apenas, mão de obra e passou a ser mente. “O trabalhador
tem assento e formula políticas públicas”.
Marcus Breciani (Codesa), falou sobre o porto de águas
profundas no Espírito Santo. Segundo ele, o estado conta com
centro logística mas precisa investir no volume de cargas,
embora já seja o maior da América Latina em se tratando de
commodities. Ele também falou sobre o fim do monopólio da
Vale nas ferrovias. Segundo Breciani, há necessidade de se rever
esse tema para atender aos portos, bem como investimentos nas
rodovias, que estão em péssimo estado. O crescimento da
demanda de contêineres e a inserção no mercado de navios
maiores obriga a uma mudança no perfil dos portos do Espírito
Santo. Ele falou da licitação, em andamento, para a escolha da
empresa que irá realizar estudos de localização, para a
construção do porto de águas profundas no estado.
Henrique Zimmer, técnico da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico de Serra, falou sobre a
necessidade de se distribuir o adensamento populacional. Ele
defendeu a construção de um super porto de contêineres, para
movimentar valor agregado. A mobilidade urbana também
mereceu destaque. Segundo Zimmer, o projeto do arco
metropolitano, envolvendo os municípios da Grande Vitória, irá
viabilizar técnico e economicamente o projeto.
Representando a Secretaria de
Desenvolvimento das Cidades do município de
Vitória, Luiz Fernando Barbosa Santos disse que
“temas econômicos devem ser debatidos entre as
cidades e que não há mais espaço para debatar o
“onde?” e, sim, o “como?”. Ele defende integração
entre os municípios, para viabilizar o porto de águas
profundas no estado. Para ele, os limites de hoje são
resultados de problemas antigos e que a “questão
metropolitana, ainda, não foi discutida. Há o
individualismo dos municípios”.
Roselito Ribeiro, diretor do Sindicato dos
Estivadores ES e representando a Intersindical da Orla
Portuária ES, falou no painel Mão de obra X Capital. “A
estrutura do DPC é burocratizada. A verba é pequena para
realizar os cursos e os cancelamentos são elevados”. Ele
considera que o Departamento tem que reavaliar sua
estrutura. Roselito criticou a defasagem dos equipamentos
frente a atual tecnologia dos portos. “A carga horária dos
cursos é absurda”. O dirigente aproveitou para falar sobre a
verba que está no Ogmo-ES, destinada a treinamento, e que
não é utilizada por conta da burocracia, mas que, em breve
será aplicada em treinamentos com simuladores. Falou,
inclusive, sobre a iniciativa da Intersindical Portuária de
realizar treinamentos visando acabar com os acidentes de
trabalho nos portos.
Frederico Bussinger, palestrante do último painel
da TecnoPortos, disse que não há consenso sobre a
localização para a instalação do porto de águas profundas
no Espírito Santo. Para ele, o Brasil tem problemas
culturais e confunde ideia – plano – projeto. Bussinger fala
que em primeiro lugar deve vir o plano, mas que (em
maioria) fazem o projeto que, depois, chamam de plano.
Ele criticou a quantidade de leis e normas existentes hoje.
O analista aponta que o caminho inicial é a governança e o
reconhecimento de que existem dois mundos: o público e o
privado; e que estes não se misturam.
José Adilson Pereira, presidente
da Intersindical da Orla
Portuária ES também falou no
último painel da TecnoPortos.
Ele relembrou que em 2005 os
trabalhadores pensaram na
expansão do porto público e,
com isso, desenvolveram o
projeto do porto de águas
profundas, em Ponta de
Tubarão, e que o projeto contou
com o apoio do Governo Federal.
“Falta governança no Espírito
Santo”. Essa colocação de José
Adilson se refere a articulação
da Vale e do Governo capixaba
sobre a localização do porto de
águas profundas. Segundo ele,
em recente viagem a Roterdan,
soube que esses atores
procuraram o uma empresa
europeia e induziram a ideias de
que o novo super porto, no
Espírito Santo, somente serveria
para movimentação de
contêineres, enquanto que os
investidores externos estão
interessados em porto-indústria.
Expediente
Direto de Comunicação Social: Roselito Ribeiro
Jornalista Responsável:Andréa Margon (MTE-RJ 16.830)
Estagiária: Angeli dos Anjos
Contato: (27) 2104-2003
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