XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS EM ÁREA
FRAGMENTADA NA CIDADE SOROCABA-SP, BRASIL
Kelly Cristina Camargo - Universidade Paulista-UNIP, Laboratório de Ecologia Estrutural e Funcional,
Sorocaba, SP. [email protected]
Welber Senteio Smith - Universidade Paulista-UNIP, Laboratório de Ecologia Estrutural e Funcional, Sorocaba,
SP. Universidade de Sorocaba- Uniso, Programa de Mestrado em Processos Tecnológicos e Ambientais,
Sorocaba, SP.
INTRODUÇÃO
Atualmente são conhecidas no mundo cerca de 5.400 espécies de mamíferos. (Wilson E Reeder, 2005 apud Smith
et.al, 2014). A fauna brasileira contém a maior riqueza de espécies de mamíferos do mundo, sendo que 250
espécies ocorrem na Mata Atlântica, com 65 endemismos (Reis et. al, 2011) A perda e a fragmentação do habitat,
resultantes de atividades humanas, constituem as maiores ameaças aos mamíferos terrestres no Brasil (Rossi, N. F.
2011). A Mata Atlântica mantém apenas 5% de sua cobertura vegetal original, estando às florestas remanescentes
reduzidas a fragmentos florestais muito pequenos e bastante separados entre si. (Tabarelli & Gascon; 2005).Com
redução das fisionomias florestais, ocorre a diminuição do valor intrínseco da biodiversidade, havendo perda de
variabilidade genética, de espécies e de habitats ou ecossistemas (Naxara et al. 2008). Os pequenos mamíferos são
animais de pequeno porte representados pelos marsupiais (cuícas, catitas e gambás) e pelos roedores silvestres.
(Milano, M.Z; 2007). Esses animais são muito importantes para a polinização, dispersão de semente e para a cadeia
alimentar (Vieira et al. 2003, Pinto et al. 2009), e são também bons indicadores de alterações na paisagem e na
estrutura local dos habitats. (Pardini et al. 2010). São espécies bastante representativas, formando o grupo
ecológico mais diversificado de mamíferos das florestas neotropicais, com cerca de 190 espécies no Brasil. Porém
são diretamente afetados pela fragmentação dos biomas da Mata Atlântica (Foguesatto, K; Veiga, J.B da; Silva,
V.M da, 2009). Por esse motivo se fazem necessários estudos para a identificação e distribuição destas espécies,
com a finalidade de traçar políticas de conservação.
OBJETIVO
Este estudo teve como objetivo caracterizar a comunidade de pequenos mamífero do parque e sua distribuição no
habitat onde estão inseridos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram realizadas coletas entre agosto de 2013 e junho de 2014, utilizando técnicas como armadilha de intercepção
e queda (pitfall-trap) sendo instalados 5 baldes de 60 litros, a distancia de 10 metros e conectados por cercas-guia
(lona plástica) com 50 cm de altura, além de 32 Armadilhas do tipo Tomahawk de duas medidas diferentes:
tamanho médio (21 X 22 X 45 Cm) e tamanho pequeno (11 X 11 X 26 Cm). Os animais capturados foram
identificados, marcado com brincos numerado e soltos no mesmo local. A diversidade de espécies foi calcula
usando o índice de Shannon.
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RESULTADOS
A eficiencia de captura foi de 6,9%, com a captura de 53 indivíduos, pertencentes a quatro espécies, sendo duas de
marsupiais (Gracilinanus agilis e Didelphis aurita) e duas de roedores (Olygoryzomys nigripes e Akodon
montensis).A espécie Akodon montensis foi o mais abundante, com 86,8% do total de capturas, tendo ocorrido em
toda área de captura e durante todo o período de coleta. O índice de diversidade da área total de coleta foi de 0,55.
DISCUSSÃO
A espécie Akodon montensis foi o mais abundante em todas as áreas de captura, seguida da espécie Oligoryzomys
nigripes, porém o segundo com um numero de capturas bastante inferior. Já na Flona de Ipanema essa espécie foi
considerada rara. Na Flona, assim como no PNMCBio, os roedores dominaram a comunidade, sendo as espécies
com maior abundância Oligoryzomys nigripese e Oligoryzomys flavescens (Tocchet, 2009).
CONCLUSÃO
A dominância do Akodon montensis na comunidade pode funcionar como indicador do nível de perturbação da área
e do empobrecimento da comunidade, por esta ser considerada uma espécie generalista. As ações antropicas do
homem têm grande impacto sobre a fauna e flora locais, causando a redução do tamanho e a qualidade dos
remanescentes florestais e atuam diretamente na redução da biodiversidade,sendo de extrema importância que
sejam tomadas medidas para conservação e manejo de recursos naturais, mitigando os efeitos nocivos sobre a
biodiversidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOGUESATTO, K; VEIGA, J.B da; SILVA, V.M da; Levantamento de pequenos mamíferos não-voadores no
centro de estudos, pesquisa e preservação ambiental (CEPPA) . Trabalho de conclusão do curso de Ciências
Biológicas. Universidade de Cruz Alta. Cruz Alta, RS. 2009.
MILANO, M.Z. Ecologia de comunidade de pequenos mamíferos aluvial da RPPN Cabeceira da Prata, região da
Serra da Bodoquena, estado do Mato Grosso do Sul. Dissertação de mestrado em ecologia. Universidade Federal
do Paraná.Curitiba, PR 2007
NAXARA, L.R.C. Importância dos corredores ripários para a fauna de pequenos mamíferos em manchas de
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mestrado em Ecologia. Universidade de São Paulo USP. São Paulo, SP. 2008.
PARDINI, R.; UMETSU, F. Pequenos mamíferos não-voadores da Reserva Florestal do Morro
Grande–distribuição das espécies e da diversidade em uma área de Mata Atlântica. Biota Neotropica, v. 6, n. 2, p.
1-22, 2006.
PINTO, I. S. et al. Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana,
Espírito Santo, Brasil. Biota Neotropica, v. 9, n. 3, p. 355-360, 2009.
REIS, N.R. PERACCHI, A.L. PEDRO, W.A. LIMA, I.P. Mamíferos do Brasil. 2ª ED Londrina, 2011
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ROSSI, N. F. Pequenos mamíferos não-voadores do Planalto Atlântico de São Paulo: identificação, história natural
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2011.
SMITH, W.S.;MOTA JUNIOR,V.B. da.;CARVALHO, J.L. Biodiversidade do Município de Sorocaba. 1ª ED,
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TABARELLI, M,; GASCON, C. Lições da pesquisa sobre fragmentação: aperfeiçoando políticas e diretrizes de
manejo para a conservação da biodiversidade. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 181-188, 2005.
TOCCHET C. de B. A fauna de pequenos mamíferos terrestres como indicadores do estado de conservação da
Floresta Nacional de Ipanema Trabalho de conclusão do curso de Ciências Biológicas. Universidade Federal De
São Carlos Campus, Sorocaba. 2009
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