INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR
Licenciatura
Psicologia do Desporto e do Exercício
PROGRAMA DA UNIDADE CURRICULAR
Psicologia do Trabalho e das Organizações
Ano Lectivo 2009-2010
Nome da Unidade Curricular
Psicologia do Trabalho e das Organizações
Regente
João Nuno Pacheco: [email protected]
Docentes
João Nuno Pacheco: [email protected]
Outros Docentes | Convidados | Workshops
Número de Créditos ECTS e Tempo de Trabalho
Teóricas
(T)
TeóricoPráticas (TP)
30
15
Tempo Total de Trabalho dos Alunos (Horas)
Práticas
Trabalho
Seminário
Estágio
Laboratoriais
Campo
(S)
(E)
(PL)
(TC)
15
-
125
Orientação
Tutorial (OT)
Outras (O)
ECTS
5
5
5
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Âmbito
As organizações desportivas à semelhança das organizações humanas em geral e das empresas em
particular são sistemas sociais complexos que compreendem uma grande quantidade e
diversidade de factores que influenciam o desempenho particular e global das mesmas e das
pessoas que nelas trabalham.
As organizações têm sido observadas, estudadas e analisadas de diferentes abordagens
conceptuais. As perspectivas micro e macro, as orientações multidisciplinares das primeiras
investigações e o interesse daqueles que as realizaram foram os principais facilitadores da
construção de diferentes pontos de vista sobre o objecto que constitui uma organização. Os
modelos teóricos que se têm desenvolvido neste âmbito, embora estejam focados em variáveis
distintas e desenvolvam por vezes explicações contraditórias, devem ser considerados como
organizadores da nossa reflexão e não como critérios inequívocos de classificação.
Compreender os contributos das três principais abordagens, clássica, humanista e sistémica e
variáveis como o clima e a cultura organizacional é vital para enquadrar o estudo, a investigação e
a intervenção nas organizações.
As organizações desportivas situam-se em contextos específicos da interacção humana que
importa analisar na sua singularidade.
Assim, importa esclarecer os aspectos que nos permitam caracterizar e compreender as
organizações inseridas no seu contexto particular, tais como as pessoas que participam, os
objectivos, a estrutura e o funcionamento, a estratégia, a tecnologia e a sua permanência mutável.
As diferentes perspectivas teóricas privilegiam também diversas metodologias de análise
qualitativas e quantitativas que importa clarificar e aprender para conceptualizar, preparar e
realizar projectos de estudo nas organizações.
Os modelos funcionais, as técnicas, estratégias e ferramentas que as organizações adoptam para
se integrarem no meio em que se movimentam, a forma como procuram regular a participação,
satisfação e bem-estar das pessoas que nelas trabalham e garantir a eficácia das mesmas, são
aspectos determinantes para compreender os sucessos e insucessos colectivos e individuais.
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Pretendemos dar uma visão global da natureza e funcionamento das organizações e do
comportamento organizacional, colocando a ênfase na multiplicidade de relações intra e inter
organizacionais.
Objectivos | Competências
No final da unidade curricular de Gestão do Desporto pretende-se que os discentes sejam
portadores de informação e conhecimento que lhes permita:
• Compreender a natureza dinâmica das organizações em geral e das desportivas em particular;
• Identificar os modelos teóricos e as implicações para as práticas organizacionais.
• Caracterizar e compreender as organizações inseridas no seu contexto particular, tais como as
pessoas que participam, os objectivos, a estrutura e o funcionamento, a estratégia, a tecnologia e
a sua permanência mutável.
• Clarificar os conceitos e o contexto em que as organizações operam.
• Conhecer as dimensões contextuais que têm maior impacto na cultura e estratégia da
organização.
• Identificar os diferentes factores que influenciam o comportamento organizacional, estudando
modelos teóricos e suas implicações para a prática.
•
Compreender a especificidade das organizações desportivas e os métodos e estratégias
para analisar e organizar possíveis intervenções nas diferentes dimensões organizacionais:
Estrutura, Cultura, Clima, Estratégia, Recursos Humanos, Recrutamento e Selecção, Socialização,
Empreendedorismo.
•
Descrever as 3 principais abordagens teóricas do estudo das organizações e projectar estas
diferentes perspectivas de análise nas práticas organizacionais.
•
Realizar um processo de recrutamento e selecção adequado às necessidades da
organização;
•
Concretizar um plano de socialização e integração no processo de admissão de novos
trabalhadores;
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•
Colaborar na construção de um manual de acolhimento aos novos colaboradores
•
Conceber, construir, utilizar e interpretar instrumentos de diagnóstico do clima
organizacional;
•
Realizar estudos da cultura organizacional e consequências para a satisfação dos seus
membros e para a realização da missão e objectivos da organização;
•
Compreender os modelos de liderança e a dinâmica dos grupos no contexto das
organizações desportivas;
•
Perceber a importância das motivações e o impacto das políticas organizacionais nos
recursos humanos;
•
Identificar as características individuais e colectivas preditoras de sucesso nas organizações
desportivas;
•
Adoptar princípios da análise sistémica, clarificando as relações contingenciais das
organizações que condicionam a eficácia organizacional.
Conteúdos Programáticos
As diferentes tipologias de relação de trabalho. As mudanças sociais. A globalização. Exigências
que as condições do contexto colocam às organizações. O aumento do sector dos serviços e o
impacto nos formatos organizacionais. Mudanças na complexidade e imprevisibilidade do
trabalho.
Tipologias de descrição do meio externo. Cinco configurações organizacionais de base. A evolução
da estrutura das organizações. Configurações de poder e configurações estratégicas e a sua
relação com as configurações estruturais.
Salientamos a tradição dos estudos sobre clima na psicossociologia das organizações e a
subsequente delimitação do conceito a diferentes níveis: psicológico, grupal e organizacional.
Debruçamo-nos sobre a formação do clima organizacional. Analisamos os diferentes instrumentos
de medida disponíveis na literatura. Discutem-se os novos indicadores na investigação do clima:
Variabilidade e Força do Clima.
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Debatemos o conceito de cultura organizacional, destacando as suas diferenças e semelhanças,
quer ao nível dos pressupostos teóricos, quer ao nível das abordagens metodológicas com o
conceito de clima organizacional. Analisamos a formação e consequências da cultura
organizacional no desempenho organizacional. Introduzimos as principais tipologias de cultura
organizacional. Discutimos o recrutamento e selecção de pessoal como uma forma privilegiada de
manutenção da cultura organizacional.
Destacamos a importância, as estratégias e os agentes dos processos de socialização nas
organizações. Analisamos o processo de socialização como forma privilegiada de estabilidade ou
de mudança organizacional.
Analisa-se a estratégia enquanto peça chave na relação entre a organização e o meio.
Apresentam-se tipologias de estratégias relevantes na literatura e discute-se a sua aplicação nas
organizações actuais. Apresenta-se a análise SWOT como uma técnica de diagnóstico e
desenvolvimento da estratégia organizacional.
Analisamos a relação entre estratégia, estrutura e cultura das organizações. Clarificamos a relação
a integração destas dimensões e a performance organizacional.
Definição de empreendedorismo. Preditores individuais e organizacionais do sucesso de novos
negócios: modelos mentais; competências; escolhas estratégicas; desenho dos sistemas de
organização do trabalho e de gestão de recursos humanos.
Regime de frequência
Para realizarem a época de avaliação normal os alunos devem comparecer em pelo menos dois terços de
presenças nas horas de contacto previstas, salvo os alunos em situação especial, conforme disposto no
artigo 19.º do Regulamento de Avaliação de Conhecimentos e Competências. A aplicação deste regime de
frequência incidirá exclusivamente na época normal de avaliação. Os alunos que não optarem por este
regime de frequência realizarão a avaliação na época de recurso e /ou na época especial.
Métodos de ensino
No sentido de alcançar os objectivos propostos, os principais métodos de ensino a utilizar são:
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• Exposição dos conteúdos com ou questionamento, em regime presencial, apoiada por meios
escritos e audiovisuais;
• Experimentação prática dos conteúdos de natureza aplicada, individualmente e em grupo, através
de análise de estudos de caso, exemplos práticos, situações reais, resolução de problemas tipo e
realização de fichas de aplicação de conteúdos.
• Leitura, análise e discussão de suportes textuais sob a forma de artigos, relatórios, páginas de
internet.
No início de cada módulo ou workshop poderão ser introduzidas outras estratégias de ensino adequadas á
especificidade dos conteúdos as proporcionar.
Modelo de Avaliação
Processos de avaliação disponíveis
•
Avaliação contínua
•
Exame final
Condições de acesso e critérios de adesão a cada processo de avaliação
Para aderirem ao processo de avaliação contínua e ao processo de avaliação – exame final - devem
os alunos manifestar por escrito essa intenção até ao final da segunda semana de aulas.
Caso o aluno tenha realizado avaliação contínua, pode aceder ao exame final se a classificação final da
avaliação contínua for igual ou superior a 8 e inferior a 10.
Condições de dispensa de exame final
Caso o aluno tenha realizado avaliação contínua, o aluno pode dispensar de exame final se a classificação
final da avaliação contínua for igual ou superior a dez.
Elementos de avaliação exigidos e métodos utilizados em cada processo de avaliação.
•
Avaliação contínua
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É constituída por cinco fichas de trabalho em grupo, realizados nas aulas práticas. Cada um destes 5
trabalhos vale 0.02 da nota final.
Um trabalho de grupo. Com o objectivo de treinar os alunos nas práticas organizacionais, este trabalho
tem como finalidade identificar e realizar uma intervenção numa organização desportiva. Em cada
relatório, de 6 páginas (excluindo página de rosto, índices ou anexos), deve constar (i) um sumário
executivo, (ii) uma descrição pormenorizada dos problemas identificados sobre o tema na organização,
(iii) uma apreciação crítica da prática actual à luz das competências adquiridas na unidade curricular,
confrontando com revisão bibliográfica essencial, e (iv) a apresentação de recomendações de melhoria
do processo, anexando modelos (templates) e outros elementos relativos aos instrumentos a
implementar no futuro. Este trabalho é apresentado oralmente nas aulas e vale 0.30 da nota final.
Um trabalho individual escolhido de entre temas dos módulos e workshops a leccionar. Cabe ao aluno
escolher o tema que pretende aprofundar. Este trabalho vale 0.20 da nota final.
No final os alunos realizarão uma frequência com a duração de 1h30 que incidirá sobre os temas
abordados nas aulas. Esta frequência vale 0.40 da nota final.
Os prazos de realização e entrega dos trabalhos serão decididos em conjunto com os alunos na
primeira aula da disciplina.
•
Exame final
É constituído por uma prova escrita individual e por uma prova oral individual.
Classificação final = classificação da prova escrita individual X 0,50 + classificação da prova oral
X 0,50.
Regime específico para alunos em situação especial
Aos alunos em situação especial é aplicado o disposto no artigo 19.º do Regulamento de Avaliação de
Conhecimentos e Competências. A aplicação deste regime de frequência incidirá exclusivamente na época
normal de avaliação.
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Bibliografia
Chambel, M.J. & Curral, L. (2008) Psicologia Organizacional: Da Estrutura à Cultura; Lisboa: Livros
Horizonte
French, R & al (2005) Organizational Behaviour; New York: John Wiley & Sons Inc.
Mintzberg, H. (2004). Estrutura e Dinâmica das Organizações (3ª Ed.); Lisboa: Publicações Dom
Quixote.
Slack, T. (edt.) (1997) Understanding Sport Organizations; Human Kinetics
Schein, E. (1992). Organizational Culture and Leadership. S. Francisco: Jossey Bass.
Kim, T.-Y., Cable, D.M., & Kim, S.-P. (2005). Socialization tactics, employee proactivity, and personorganization fit. Journal of Applied Psychology, 90, 232-241.
Sarasvathy, S.D. (2004). Making it happen: Beyond theories of the firm to theories of firm design.
Entrepreneurship Theory and Practice, ,519-531.
Mathieu, J., Maynard, M.T., Rapp, T., & Gilson, L. (2008). Team effectiveness 1997-2007: A review
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Schulte, M., Ostroff, C., & Kinicki, A.J. (2006). Organizational climate systems and psychological
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Occupational and Organizational Psychology, 79, 645-671.
James, L.R., Choi, C.C., Ko, C.E., McNeil, P.K., Minton, M.K., Wright, M.A., & Kwang-il K. (2008).
Organizational and psychological climate: A review of theory and research. European Journal of
Work and Organizational Psychology, 17, 5-32
* No final de cada módulo ou workshop podem ser apresentadas outras fontes adicionais.
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