Relações Públicas: chave para uma comunicação bem sucedida
Foi com alegria e satisfação que recebi o gentil convite do Professor Elias Azulay para hoje, me
fazer presente neste encontro de Bacharéis e Estudantes de Relações Públicas, profissão
fundamental num mundo que vive em plena era da informação.
A despeito do conhecimento teórico e experimental que muitos aqui possuem sobre a área,
permitam-me partilhar da minha experiência no assunto e tecer algumas considerações da
importância da inserção do profissional de Relações Públicas nos mais diversos órgãos, sejam
públicos ou privados.
Quando assumir o Hospital Universitário do Maranhão, não havia uma assessoria de
comunicação institucionalizada, falta grave em um ambiente tão gerador de notícias e que
necessitava relacionar-se de maneira ética com seus mais diversos públicos. Procedi à
contratação de profissionais de Jornalismo e Relações Públicas para que atuassem cada um
dentro de suas especificações, no atendimento à imprensa, na divulgação de notícias externas
e internas, na confecção de materiais informativos, na resolução de demandas de
comunicação comuns do dia-a-dia de qualquer instituição. Considero este um grande salto de
qualidade dentro do HUUFMA, que passou a ser referência também nesta área, fato atestado
pelos profissionais da imprensa e pela gama variada de grupos internos e externos.
Ao assumir o cargo de Reitor da Universidade Federal do Maranhão, a minha atitude de
valorização do profissional de Relações Públicas foi singular, pois a despeito da existência do
curso na instituição há cerca de 40 anos, nunca havia sido criado um setor específico para o
exercício da profissão. Os profissionais e estudantes de RP, uma vez integrantes da Assessoria
de Comunicação da UFMA se limitavam a auxiliar na redação de notas e outros serviços de
comunicação que não permitem o pleno desenvolvimento do conhecimento adquirido na sala
de aula.
Resolvi mudar este cenário: criei, ligado ao Gabinete da Reitoria, o Núcleo de Relações Públicas
e Cerimonial, desenvolvido com competência pelas profissionais Francinete Louseiro e Haphisa
Kashemyra, formadas pela Universidade Federal do Maranhão, auxiliadas por uma equipe de
sete estagiários de RP da UFMA. Vale citar que na equipe da Assessoria de Comunicação da
instituição, também, atua um estagiário de Relações Públicas. Ambas as iniciativas
redundaram em diversos ganhos, fartamente comprovados. Hoje, a Universidade Federal do
Maranhão, possui um canal de diálogo permanentemente aberto com as comunidades interna
e externa, numa clara posição de respeito ao direito de todos serem informados e poderem se
informar como é próprio de um estado democrático de Direito.
Também tomei a iniciativa, por ocasião do Congresso Interamericano de Relações Públicas
ocorrido em setembro do ano passado, de enviar correspondência aos líderes da Associação
Brasileira de Relações Públicas formulando convite para que o próximo Congresso Brasileiro de
Relações Públicas seja realizado no Campus da UFMA. Desde então, a ABRP-MA iniciou uma
campanha em 2012, ano em que a cidade de São Luís comemorará seu IV Centenário.
Sobre a homenagem desta noite, considero a ocasião bastante significativa, uma vez que se
comemora o 44º aniversário da Lei 5.377, de 11/012/1967, que oficializou a Profissão de
Relações Públicas no Brasil. Quero aproveitar para agradecer o gesto de carinho e
reconhecimento que muito honra meu currículo, com a intenção de prosseguir na valorização
e incentivo ao exercício livre e democrático desta tão nobre profissão.
Desde quando Eduardo Lobo, considerando o patrono das atividades no Brasil, criou o
primeiro departamento de Relações Públicas do país, em 1914, na empresa, hoje conhecida
como Eletropaulo, a necessidade da inserção deste profissional tornou-se imperativa para a
humanização das mais diferentes formas de relacionamento de uma empresa, instituição ou
entidade que quer estabelecer a compreensão da necessidade de seus diversos públicos numa
perspectiva profissional, primando pela administração de conflitos e formação de uma boa
imagem.
Trata-se de uma formação plural, muitas vezes incorretamente compreendida. O profissional
de Relações Públicas não se limita apenas à organização de eventos e atendimento às
demandas comunicacionais internas. Seu campo de atuação é muito mais amplo, na medida
em que é responsável pela orientação de gestores públicos e privados quanto à construção de
políticas de informação e relacionamento com a sociedade; no assessoramento, na solução de
problemas institucionais que influem na posição da entidade perante a opinião pública, bem
como na orientação de campanhas destinadas aos mais diversos público-alvo, através do uso
planejado de uma série de instrumentos e estratégias comunicacionais. Sem contas com seu
precioso papel do ofício do magistério, que auxilia a formação de novos profissionais da área,
construindo conhecimento ético e responsável.
Acredito que muitos problemas, que hoje são identificados em empresas e órgãos públicos,
são muito oriundos da ausência do profissional de Relações Públicas em seus quadros, que é
quem poderia identificar de forma precisa o surgimento da oportunidade de melhoria da
imagem, a prevenção e solução de conflitos, resolução de mal-entendidos e adoção de uma
postura de confiança do público-alvo. O exemplo do Ivy Lee que, através da prática dos
princípios e técnicas de Relações Públicas, conseguiu mudar a imagem do grande empresário
Rockefeller junto ao público americano no século passado ainda continua como grande
inspiração como grande inspiração e modelo a ser seguido.
Hoje, diante de um cenário de transformações rápidas e surgimento de novas necessidades, a
responsabilidade do profissional de Relações Públicas aumentou e som ela, a exigência do
mercado. Vive-se um tempo em que as barreiras do acesso à informação forma quebradas. O
mercado é globalizado, a opinião pública tem à sua disposição inúmeros canais para
manifestar sua preferência e até mesmo inconformação; novos valores culturais foram
adotados, e a preocupação com o meio ambiente e ações de responsabilidade social pautal a
agenda positiva de empresas e instituições que querem se manter em um contexto de sintonia
com os novos ditames.
O profissional de Relações Públicas deve estar atento para a abordagem correta dentro desse
novo cenário para a instituição a qual atende. Nessa perspectiva, alguns princípios são eternos,
como o respeito ao público em suas variadas dimensões e a adoção de uma postura que
privilegia o diálogo. O grande estadista norte-americano Abraham Lincoln já dizia: “Ninguém
consegue triunfar se a opinião pública está em seu desfavor. Com a opinião pública a seu lado
ninguém é derrotado.”
Que todos vocês, homens e mulheres que abraçaram esta importante profissão, tenham a
consciência de que ao agirem, estão contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e
ambiental da sociedade e por consequência, são responsáveis na construção de um mundo
melhor.
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Relações Públicas - Universidade Federal do Maranhão