Maio / Junho - 2005 1 JSBD l Ano IX n o 3 E Editorial X P E D I E N T E V em à luz mais um número do nosso jornal, no qual há uma ampla cobertura sobre o Congresso do SBD. O presidente do Congresso, Gerson Penna, e toda sua equipe estão de parabéns. Várias inovações estão sendo instituídas tanto na parte científica como na social. Leiam as novidades e preparem suas malas para ir a Brasília. Antes do Congresso, será realizado nos dias 11, 12 e 13 de agosto, em Maceió, o XXVII Curso Internacional de Dermatologia Tropical e Meio Ambiente. Será excelente oportunidade para atualização em dermatologia tropical. O JSBD traz ainda interessante matéria intitulada "Ações corporativas: justa briga por espaço", deve ser lida, pois a luta para preservação da área de atuação está no auge e há mobilização para aprovação da Lei do Ato Médico. O presidente da AMB, Dr. Eleuses Paiva é o entrevistado. Também trata sobre a importância da participação do dermatologista na direção da AMB, CRMs, CFM e sindicatos médicos. Os doutores Paulo Machado e Iphis Campbell, Coordenadores da EMC-D da SBD, elaboraram relatório em nome da Sociedade e enviaram à Comissão Nacional de Acreditação com sugestões sobre as normas de revalidação do Título de Especialista. Também nessa edição, o jornalista Antônio Marinho, do jornal O Globo, publica artigo intitulado "A delicada relação médicos x jornalistas". Você poderá ler ainda que o professor Márcio Lobo Jardim, recentemente homenageado na Assembléia Legislativa de Pernambuco com o Título de Cidadão Pernambucano, é entrevistado na coluna Expressão da Dermatologia. Outros assuntos de interesse dos colegas são encontrados na publicação. Alberto Cardoso Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileir a DIRETORIA 2005 - 2006 Presidente Sinésio Talhari Vice-Presidente Gerson O. Penna Secretário-Geral Celso T. Sodré Tesoureiro Abdiel Figueira Lima 1 a Secretária Andréa M. C. Ramos 2o S e c r e t á r i o Heitor S. Gonçalves Diretor de Biblioteca Paulo R. Cunha SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida aos seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano IX – nº 3 Maio / Junho - 2005 Coordenador Médico: Alberto E. Cox Cardoso (AL) Coordenadora Associada: Francisca Regina O. Carneiro (PA) Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. MT no 22.375 Redação: Tatiana Gentil, Andréa Fantoni e Renata Porto Conselho editorial: Sinésio Talhari (AM), Gerson O. Penna (DF), Celso T. Sodré (RJ), Abdiel Figueira Lima (RJ), Andréa M. C. Ramos (MG), Heitor S. Gonçalves (CE), Paulo R. Cunha (SP) Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana Gentil Contatos Publicitários: Tatiana Gentil e Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de r esponsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira r esponsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 100,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 5500 exemplares Sumário 2 4Painel 4Calendário 3 4 Coluna da Diretoria Coluna do Tesoureiro 4 5 4Coluna do Ombudsman 460º Congresso da SBD 8 4Ações corporativas: justa briga por espaço 9 4Participação nas entidades médicas Entrevista: Dr. Eleuses Paiva 10 4Prós e contras do uso da flutamida 4II Simpósio LatinoAmericano de Alergia Cutânea 11 4Melhores trabalhos em 2004 dos Anais são premiados 12 4Clube de Revistas 4XXVII Curso Internacional de Dermatologia Tropical e Meio Ambiente 13 4Dermatologia na luta contra as DSTs 14 4Revalidação do Título de Especialista 15 4Artigo: Antônio Marinho 16 4Coluna Em Pauta 17 4Unidos por uma gestão profícua 4Departamentos 4Coluna Ética em Questão 18 4Serviços Credenciados 4Regionais 20 4Expressões da Dermatologia: Dr. Ruy Miranda 2 SBD JSBD l Ano IX n o 3 Painel Talidomida Os doutores Gerson Penna e Andréa Ramos, representando a SBD em conjunto com seis especialidades e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vêm atuando desde 2001 na revisão da Resolução sobre o uso da talidomida. O texto está em fase final e deve ser publicado até o final do ano. Professor Márcio Lobo Jardim é homenageado Simpósio da SBD no 14º Congresso da EADV A SBD foi convidada para apresentar um simpósio no 14º Congresso da Academia Européia de Dermatologia Venérea (EADV), que acontece entre os dias 12 e 15 de outubro, em Londres. Coordenados pelos professores Sinésio Talhari e Paulo Cunha, o tema dos professores no segundo mais importante congresso mundial será doenças tropicais infecciosas. Irão conduzir palestras os profs. Evandro Rivitti, Már c i a Ramos e Silva, Paulo Cunha, Silvio Marques e Sinésio Talhari. Os conferencistas não vão receber qualquer patrocínio da SBD. O Dr. Márcio Lobo Jardim recebeu o Título de Cidadão Pernambucano, na Assembléia Legislativa do Estado, no dia 12 de abril de 2005. Os doutores Alberto Cardoso e Gerson Penna participaram da cerimônia representando a SBD. Associados são premiados na Radla Os professores Mirian Nacagami Sotto e Carlos Barcaui, e a técnica Ana Maria Gonçalves da Silva, foram os primeiros colocados na categoria pôster da Reunião Anual de Dermatologistas Latino-Americanos (Radla), que aconteceu em Buenos Aires, com o trabalho “Células-tronco foliculares na alopecia difusa não cicatricial de pacientes HIV-1 positivos”. Os autores são membros do Departamento de Dermatologia da Universidade de São Paulo. Dermacamp O Dermacamp, projeto que reúne crianças entre nove e 13 anos de idade com problemas dermatológicos graves, está rendendo frutos em sua quinta edição. Adolescentes entre 14 e 18 anos ganharão uma versão desenhada nos mesmos moldes: o Dermacamp Teen. Segundo o coordenador do projeto, Dr. Samuel Mandelbaum, o acampamento dos adolescentes funcionará como treinamento para que eles se tornem monitores mirins na edição para os pequenos, em novembro. Para receber informações e fichas de inscrição basta entrar em contato pelo email: [email protected] ou acessar a página da Internet www.dermacamp.hpg.com.br. Obituário A SBD comunica com consternação o falecimento da Dra. Cláudia Defaveri Georges, em 30 de abril, no Rio de Janeiro. Julho 09 13 16 25 25 27 27 27 27 30 30 30 Sábado Quarta-feira Sábado Segunda-feira Segunda-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Sábado Sábado Sábado Reunião Mensal - SBD Reunião Científica - SBD Curso de Reumaderm no Serv.Dermatologia Sta.Casa de Curitiba - SBD Reunião Administrativa - SBD Reunião Mensal - Endocrinologia e Dermatologia Influência da glândula tireóide sobre a pele - Avaliação clínica e laboratorial do hiperandrogenismo - SBD Reunião Mensal - CBC - SBD Reunião de Casos Clínicos - SBD Reunião Mensal de Dermatologia - Casos Clínicos Palestra - SBD AIDS - SBD Sessão Clínica - SBD Reunião Cientifica Mensal – CMV - SBD Workshops de Peeling - SBD Reg. FL Reg. SE Reg. PR Reg. SE Reg. AM Reg. RJ Reg. MA Reg. Reg. Reg. Reg. Reg. AL PE CE ES FL Maio / Junho - 2005 3 JSBD l Ano IX n o 3 Coluna da Dir e t o r i a L ogo que assumimos a administração da SBD, sempre ouvia comentários de como seria difícil viajar tanto, o desgaste, as perdas financeiras... Realmente dá trabalho, mas muita satisfação também. Por exemplo, foi excelente a Reunião com os Presidentes das Regionais da SBD, dia 24 de abril, um domingo inteiro. Todas as regionais representadas. Os aspectos relativos ao nosso plano de gestão foram exaustivamente discutidos, as mudanças que pretendemos fazer em relação à Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, as pendências financeiras de algumas regionais – que poderiam inviabilizar o repasse de quase R$ 500 mil pelo Ministério da Saúde (Programa de DST/AIDS). As responsabilidades de todos, da SBD nacional e suas regionais, foram analisadas em clima de absoluta cordialidade. Os resultados já começam a surgir. São poucos os inadimplentes em relação ao CNPJ. Quando se fala em CNPJ irregular e não recebimento de recursos públicos para a SBD, gostaria de ressaltar que esses são fatos diretamente relacionados aos nossos associados. Parte desses recursos permitiram, por exemplo, que o Departamento de DST/AIDS realizasse o I Simpósio Nacionalde DST/AIDS da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em 11 de junho, no Rio de Janeiro. Esses recursos públicos estão, em parte, viabilizando as campanhas regionais de hanseníase e o Curso de Dermatopa- Coluna do Tesoureiro Abdiel Figueira Lima tologia Tropical, que será realizado em agosto. Como sabemos, os laboratórios não têm grandes interesses (ou nenhum) por temas como estes. Dentro do nosso plano de gestão, a parceria com as regionais é vital para que se mantenha o que já foi construído nas gestões anteriores e fortaleça, ainda mais, a imagem do dermatologista, como profissional que, além do consultório, está preocupado com parcela significativa da sociedade que sofre de doenças relacionadas ao meio ambiente e, principalmente, ao descaso dos nossos governantes com a saúde. Há desgastes, também. O documento recente do Conselho Federal de Medicina, na prática, proibindo o dermatologista de realizar procedimentos de lipoaspiração. Esta é uma discussão que se arrasta há tempos, desde a gestão passada e a nossa. A SBD participou de reuniões com o CFM e explicou através de documento o que é feito, por quem e com que capacitação. O CFM entendeu que esta é área exclusiva da cirurgia plástica e fechou questão em documento respondendo às consultas da SBD – dermatologista não pode. A discussão atual é: entrar na justiça ou tentar reverter a decisão do CFM? Para terminar esta coluna, gostaria de lembrar que a diretoria da SBD não é somente o grupo que se reúne no Rio de Janeiro todos os meses - são todos os seus associados. A participação de todos é fundamental. Sugestões e críticas serão sempre importantes. q F oi excepcional o encontro desta diretoria com as 23 presidências das Regionais da SBD no domingo, 24 de abril, em São Paulo. Cada representante teve a oportunidade de apresentar seus problemas locais e fornecer melhores condições para a operacionalidade da nossa instituição. Discutiu-se a dificuldade de patrocínios da indústria farmacêutica para alguns eventos nacionais, ainda que representem importante conteúdo científico, abrangendo as diversas áreas de atuação do dermatologista. Concluiu-se pela elaboração de uma lista que seria noticiada através deste jornal, estabelecendo o ranking dos verdadeiros parceiros da SBD de modo semelhante ao que já está previsto no regulamento dos nossos congressos. Em relação ao CNPJ próprio, ainda se esbarra em dificuldades pelas pendências de algumas regionais que, quando resolvidas e com seus novos estatutos aprovados, poderemos alcançar a liberdade fiscal necessária para se conseguir patrocínios de órgãos governamentais. Outro assunto contemplado foi o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele, que se destaca como a mais importante atividade social que a SBD pode proporcionar à população, e que cada vez mais deve despertar o espírito de cidadania do nosso associado, contribuindo de alguma maneira para a sua consagração, sobretudo sendo voluntário no dia da Campanha 4 4 4 SBD JSBD l Ano IX n o 3 em 10/12/2005. Procurando aumentar a receita financeira para a sua execução, estamos realizando alterações para que os patrocínios regionais possam ser incorporados, mantendo a fidelidade dos tradicionais parceiros nacionais. Estamos seguros e confiantes no trabalho integrado SBD Nacional Regionais. No dia 30/04 venceu a última das três parcelas da anuidade demonstrando um pequeno número de inadimplentes, a quem solicitamos estarem atentos ao estatuto, que prevê a exclusão do quadro associativo após dois anos nesta condição. Lembramos a necessidade de atualização do seu cadastro na SBD ainda que tenha feito alterações na sua regional; lamentavelmente nem todas enviam as mudanças de endereços em tempo hábil. A SBD não publica nenhuma lista de inadimplentes e apenas solicita às Regionais intermediar o contato individual com o nosso departamento financeiro para resolver as pendências. As Regionais dependem do número de associados efetivos, quites para poder compor o numero de delegados no Conselho Deliberativo. Em relação ao 60o. Congresso de Brasília, é necessário que todos os chefes de serviços credenciados atualizem na SBD a relação dos seus residentes de acordo com o número de vagas para as quais recebeu o credenciamento pela nossa instituição; isto aumentaria a visibilidade, bem como agilizaria o processo de inscrições dos residentes, respeitando as datas limites da tabela vigente. Mantida esta atualização torna-se mais fácil o cumprimento do Regimento do Congresso da SBD que, lembrado neste momento, permite mencionar que o Congresso de 2006 já deu a sua arrancada inicial com a reserva do local e escolha por licitação das empresas organizadoras e de transporte. q Coluna do Ombudsman T David Azulay riangular, Sudeste, Jornada Capixaba, Radeco, Jornada Sul, Simpósio de DST etc, por enquanto... e assim será o ano. Pleno de atividades científicas de elevada qualidade. A excelente organização de grande número de disciplinas de Dermatologia, de Serviços e de Regionais, e mais a busca da beleza ou da eterna juventude pelas pessoas que acompanhados de um exagero também fomentado pela mídia, colocam a dermatologia em evidência. Acrescenta-se a isto uma falência do sistema de saúde, quase que generalizada, inclusive com baixíssimos salários e uma proliferação por interesse exclusivamente pecuniário de faculdades de medicina, cujo resultado acaba sendo uma demanda absurdamente grande pela nossa especialidade. Se isto tudo já não fosse mais do que suficiente, surgem, oportunamente, vários cursos de pósgraduação cujo objetivo primário é simplesmente o lucro econômico e que aviltam a nossa prática médica. Acreditem, a diretoria da nossa SBD está atenta a todo este processo. Mas o quê fazer? Devemos reconhecer primeiramente, de forma madura, que grande parte do problema é estrutural e está fora da alçada da SBD. É o MEC que é o responsável pela autorização de abertura de novos cursos médicos, que, muitas vezes, começam a funcionar mesmo sem a devida autorização. Provavelmente, a certeza da impunidade é uma forte mola propulsora, pois, depois, antes de se formar a primeira turma, sempre se consegue regularizar a situação. E o já decantado “Provão”, deu em alguma cassação efetiva de alguma faculdade? É o MEC que também autoriza o funcionamento de novos cursos de pós-graduação. Como cidadãos maduros devemos ser capazes de discernir, com clareza, a diferença entre o ético e o legal. Muitas vezes revolta, mas a democracia tem esta nuança. Seguir e respeitar a lei, atuar dentro dos atributos estatutariamente designados e estar atenta a fatos que possam agredir, de alguma forma, a nossa especialidade e ser capaz de defender, de maneira adequada, sempre dentro dos limites da lei, este é o alcance da SBD. A nossa atual diretoria deixa claro no seu plano de gestão que pretende se fazer ouvir em todos os foros em que a dermatologia estiver envolvida: Ministério da Saúde, Educação, Legislativo e órgãos de classe. É nítido o esforço e o estímulo dado para ocuparmos e reocuparmos espaços deixados como as DST, Hanseníase, Colagenoses, Cosmética e em tudo que for concernente à dermatologia. As campanhas de valorização do dermatologista que vem sendo promovidas por várias regionais, e que contam sempre com o apoio da nacional, é uma das formas de ensinar a população a identificar, de fato, quem são os profissionais do ramo. E talvez mais importante de tudo, é desejarmos que todos os nossos sócios sejam capazes de perceber a gravidade da situação e que tenham a consciência e a coerência de identificar em que situações profissionais não devem se deixar envolver, pois entre o Legal e o Ético há uma grande diferença. q Maio / Junho - 2005 5 JSBD l Ano IX n o 3 Tudo pronto para o 60o Congresso da SBD O 60o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia terá muitas novidades, não só na área científica, na qual o número de atividades chega a 42 por dia, quase o dobro do ano passado, mas também na forma de apresentação dos trabalhos, quando os melhores serão mostrados oralmente, e em horário exclusivo. A programação social será repleta de festas e atividades para os acompanhantes. Entre os dias 10 e 14 de setembro, Brasília receberá mais de 3 mil médicos, durante as atividades que serão desenvolvidas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Este ano, o número de simpósios do Congresso é recorde, com até 21 atividades sendo desenvolvidas simultaneamente, durante os quatro dias de evento. A quantidade de simpósios faz parte de um plano ousado dos organizadores, para proporcionar aos participantes toda a gama de assuntos de interesse da dermatologia nacional e internacional. A maior procura por informações tem sido dos cursos de transmissão ao vivo, nos quais os participantes do auditório principal do Centro de Convenções assistirão, através de um telão, procedimentos de Toxina Botulínica, Preenchimento e Peeling, feitos ao vivo, em uma sala isolada, mas com possibilidade de perguntas simultâneas aos médicos. Outra novidade é a seção “ Ti re Suas Dúvidas com o Departamento”, sempre no primeiro horário da manhã, para que o associado tenha mais contato com os departamentos especializados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Os temas serão Alergia, Biologia Molecular, Cosmiatria, Laser, Dermatologia Integrativa, Dermatopatologia, Doenças Bolhosas, Oncologia Cutânea, Cabelos e Unhas, Cirurgia, Aids, Micologia, Alergia, Der matologia Pediátrica, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Fotobiologia, Hanseníase, Imagem e Medicinas Cutânea e Interna. Palestrantes internacionais Todos os palestrantes internacionais que participarão do evento estão em evidência na produção científica mundial, trazendo assuntos de grande interesse da categoria e novas técnicas desenvolvidas no exterior. Eles falarão desde terapias biológicas – um novo grupo de medicamentos da biologia molecular, assunto que tem sido muito discutido pela classe médica no exterior – até atualização nas doenças próprias do Brasil. Os palestrantes internacionais também falarão de atualização em acne, novidades em dermatite atópica, terapias gênicas e novas perspectivas em saúde pública. Estrangeiros: Carlos Fernando Gatti (Argentina), Adrián Pierini (Argentina), Roberto Arenas (México), Diana Lockwood (Inglaterra), Alan Menter (EUA), Ana Kaminsky (Argentina), Anton Stuetz (Áustria), Gérard Lorette (França), James Philip Harnisch (EUA), JeanFrançois Nicolas (França), J e ff rey Bryant Travers (EUA), John Alexander McGrath (Inglaterra), Lawrence Schachner (EUA), Percy Lehman (Alemanha), Robin Marks (Austrália) e Thomas Ruzicka (Alemanha). Atividades sociais O s participantes do Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia têm uma agenda repleta de atividades. Para cumpri-la, basta ter muita disposição. O primeiro dia do Congresso, 10 de setembro, será marcado pelo coquetel de abertura, às 19h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Fugindo aos padrões das solenidades, a noite não terá abertura formal, nem discurso dos organizadores. O encontro será animado pelo show de uma cantora de MPB de renome nacional. Para os acompanhantes também haverá uma grande programação, que acontecerá no horário do Congresso. Além das atividades já incluídas no pacote de inscrição, que são o Tour Cívico e as quatro festas, serão oferecidas atividades opcionais, que podem ser contratadas de acordo com o interesse de cada acompanhante. No domingo, às 18h, acontecerá a festa Parangolé, no Centro de Convenções. A happy hour terá o tema "Brasileirinho", com comidas e bebidas típicas do País, ao som de uma banda que tocará chorinho e samba, para animar os participantes e seus acompanhantes, depois de um dia de muito trabalho. A Festa de Confraternização do Congresso será um grande evento realizado num dos mais belos espaços à beira do Lago Paranoá. Embalada pela banda Um novo curso: Media Training Um novo curso está sendo especialmente elaborado e será uma das inovações do próximo Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia: o Media Training, que pretende dar dicas e treinar os médicos sobre como se apresentar na imprensa de forma ética, produtiva e vantajosa. O curso está sob a responsabilidade da Dra. Doris Hexsel e da jornalista Tatiana Gentil, e acontecerá no dia 11 de setembro, às Satisfaction, pelo DJ Fábio Professor e pela cantora Indiana, o evento começará com a contemplação do inesquecível pôr-dosol do cerrado, às 18h, na beira do Lago. O ônibus sairá direto do Centro de Convenções, às 17h30, para o Marina Hall, local onde se realizará a grande festa. Para quem quiser mais tranqüilidade, outra novidade. Na parte externa do local haverá uma tenda com MPB e Jazz. No dia 13 de setembro, acontecerá outra happy hour. O tema da festa será jazz, com o som da banda Affinity Quintet Jazz. A ambientação do local também remeterá para esse estilo musical, com muita comida típica da cidade norte-americana de Nova Orleans, berço do jazz, assim como os drinques que serão servidos. Tudo isso no próprio Centro de Convenções, a partir das 17h40. 9h, na sala 5 do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O curso foi elaborado tendo em vista o crescente interesse da mídia pelos profissionais da saúde, principalmente os dermatologistas, cada vez mais procurados pela imprensa. O programa vai abordar as principais recomendações do CFM sobre entrevistas e publicidade médica, técnicas para relacionamento com a imprensa e a apresentação de casos de entrevistas positivas e negativas. Maio / Junho - 2005 7 JSBD l Ano IX n o 3 Simpósio dos Anais Para o 60º Congresso da SBD, os editores dos Anais Brasileiros de Dermatologia preparam um simpósio no dia 13 de setembro, entre 14h40 e 16h40. O objetivo é discutir temas relevantes que envolvem a publicação científica, como as dificuldades habituais na elaboração do trabalho científico e o processo de publicação; importância da redação na qualidade do trabalho científico; do desenho metodológico na qualidade final do trabalho de investigação; descritores na área da saúde; autoria e ética na publi - cação científica; avaliação do CAPES, a produção científica e a qualidade dos periódicos médicos brasileiros. Como palestrantes estão confirmados membros da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC), professores de metodologia científica e o Dr. Silvio Marques, um dos editores dos Anais. Segundo o editor científico associado dos Anais, o curso é ideal para parecerista ou autor interessado em publicar seus trabalhos na revista científica da SBD. “Esses são os convidados imprescindíveis para o sucesso do evento”, afirma. Melhores trabalhos científicos Os trabalhos científicos serão apresentados este ano de forma diferente e ousada. Pela primeira vez foi formada uma comissão julgadora, que selecionou os 300 melhores, entre 772 trabalhos inscritos, dentro de critérios técnicos, sem que nenhum dos julgadores tivesse acesso ao nome dos autores ou de suas instituições. Posteriormente, foi feita uma nova seleção, que escolheu 22 entre os 300 melhores, que serão apresentados em palestras ao vivo, no domingo, em horário exclusivo. Outra novidade será a premiação dos seis melhores trabalhos, dentre os 22 aceitos. Eles concorrerão a R$ 18 mil em prêmios, divididos em três categorias, elegendo primeiro e segundo lugar para cada uma delas. A eleição dos melhores será feita através dos votos de uma comissão de professores e da platéia presente às 22 apresentações. São trabalhos vindos de todo País, sendo uma excelente amostra da produção científica dos jovens d e rmatologistas brasileiro s , uma vez que a maioria dos tra- Dermatologia Solidária A medicina não teria sentido se não pudesse chegar a todas as camadas sociais. Por isso, o evento terá novamente o momento dedicado à Dermatologia Solidária, dia 11 de setembro, pela manhã, uma das atividades mais importantes do Congresso. O lugar escolhido foi o Parque da Cidade, local onde costumam circ u l a r, aos domingos, cerca de 3 mil pessoas. Será uma grande oportunidade para que a classe médica presente ao evento oriente os freqüentadores, por meio de palestras sobre dermatoses, envelhecimento cutâneo, prevenção de doenças como câncer de pele, entre outros. q balhos foi feita por residentes e pós-graduandos. A entrega dos prêmios acontecerá no dia 14 de s e t e m b ro, ao meio-dia, no Centro de Convenções, quando também será sorteada uma passagem aérea para o Meeting da ADD/2006, e ocorrerá o encerramento do Congresso. 8 SBD JSBD l Ano IX n o 3 Ações corporativas: A o falarmos em corporativismo a primeira idéia que nos vem à cabeça é a Era Vargas, quando o Estado controlava todas as esferas da sociedade. Hoje, alguns grupos ainda atuam de forma corporativista, mas na roupagem atual, servem ao reconhecimento de segmentos sociais por parte do Estado. O diretor de Defesa Profissional da Associação Médica Brasileira, Dr. Eduardo Vaz, afirma que o que era um mecanismo para legitimar a interferência direta do Estado em organismos como os sindicatos é agora entendido como um caminho para atuação e defesa dos órgãos representativos de classe. “As sociedades médicas são um bom exemplo. Elas exercem um papel importante frente à sociedade civil”, afirma. Para Roberto D´Avilla, corregedor do Conselho Federal de Medicina, o Conselho que representa é um órgão corporativo que defende a sociedade dos maus profissionais, “punindo-os quando necessário e emitindo normativas para o exercício da boa prática médica”, explica. A Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina e a Federação Nacional dos Médicos têm desenvolvido ações conjuntas em várias frentes, com o objetivo de garantir um ambiente de trabalho digno, assim como assistência de qualidade para os pacientes. Simplificando, as corporações servem para proteger os médicos da concorrência desleal e, ao mesmo tempo, buscam melhor qualidade no atendimento da população. Nesse sentido, brigam pela implantação da CBHPM, uma hierarquização que além de garantir bom atendimento ao usuário dos planos de saúde, tornará mais justa a remuneração da classe. Mediante ações, em especial as conjuntas com a Frente Parlamentar de Saúde do Congresso Nacional, defendem a assistência médica pública e privada. Brigam, entre outras questões, por um ensino médico de melhor qualidade e contra a abertura indiscriminada de cursos de medicina. Toda essa organização e luta pode vir por terra frente ao surgimento de diversos novos grupos associativos, mesmo sem o reconhecimento “oficial”. Na visão do Dr. Eduardo Vaz, a concorrência “Como os homens são movidos pela vaidade e pelo poder, é possível o surgimento de muitas associações com o mesmo objetivo” pode até ser salutar. No entanto, ele se contradiz ao dizer que “a proliferação de várias associações com uma mesma função dentro de um mesmo Estado levaria à anarquia, dificultando a implementação de políticas que garantam qualidade da assistência e do ambiente de trabalho do médico”. O Dr. Roberto D´Avilla explica que o CFM e os CRMs são órgãos legalmente constituídos, que só podem agir estritamente dentro do previsto pela lei de sua criação. Já as associações são livres, criadas pelo desejo daqueles que têm algo em comum, querem associarse e podem fazer o que a lei não proíbe. “Como os homens são movidos pela vaidade e pelo poder, é possível o surgimento de muitas associações com o mesmo objetivo. Às vezes, basta uma derrota eleitoral para surgir uma nova associação. Outras vezes, elas se originam de sentimentos genuínos de melhoria e progresso, a partir da inoperância de algumas sociedades”, conclui. Para as sociedades médicas se protegerem de “invasões”, o melhor caminho é a construção de políticas organizacionais que permitam a seus associados o pleno exercício de direitos e deveres, pautado pelo cumprimento dos estatutos, cabendo à entidade contribuir para a qualificação dos associados. “Quando a associação médica trabalha em beneficio do associado e da sociedade está cumprindo seu objetivo e, ao mesmo tempo, se protegendo contra as agressões externas”, finaliza Dr. Eduardo Vaz. q E n t re v i s t a Eleuses Paiva Presidente da Associação Médica Brasileira Qual o papel da AMB? Dr. Eleuses Paiva – Em linhas gerais, o papel da AMB pode ser resumido na defesa da classe médica nos campos científico, ético, social, econômico e cultural, além de contribuir na elaboração de uma política de saúde voltada ao aperfeiçoamento do sistema médico assistencial do nosso país. As principais ações da AMB têm objetivado um sistema de saúde mais digno, tanto na qualidade da assistên- Maio / Junho - 2005 9 JSBD l Ano IX n o 3 A Participação nas entidades médicas s atividades médicas não se restringem a atender e tratar doentes; elas vão muito além. A classe luta por melhores condições de trabalho, de remuneração, por uma política de saúde pública competente e igualitária. Para realizar essas metas, uma das formas é o engajamento do médico nas entidades representativas. O diretor da AMB, Dr. Alexandre Sittart, considera essa participação fundamental: “Muito em especial nos dias de hoje, os médicos precisam defender seus interesses e direitos, assim como os de sua especialidade, e é por isso que deveria haver uma grande atuação dos médicos nas entidades, formando uma imensa barreira protetora para a classe”. A maior participação dos dermatologistas também é defendida pela diretoria da SBD. Segundo o Dr. Celso Sodré, as inúmeras pressões políticas e eco- cia como na valorização e motivação do profissional médico. Quais as principais atividades em prol do médico da AMB? Dr. Eleuses Paiva – São várias: a regulamentação da profissão médica, através da aprovação da Lei do Ato Médico (PLS 25/02); aprovação do Projeto de Lei 3466, que referencia a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos no sistema suplementar de saúde; a implantação da própria CBHPM; a luta contra a abertura de novos cursos de medicina e o plano de carreira, cargos e salários para os profissionais que trabalham no Sistema Único de Saúde, inclusive no Programa de Saúde da Família. Na área de educa- nômicas fizeram com que a representação formal, por intermédio de entidades fortes e legítimas, se tornasse obrigatória no destino da classe médica e da população. Para ele, a SBD deve estar representada, via a participação dos associados, no CFM, na AMB e na Fenan. “É importante defender os interesses da boa Dermatologia. Nossa ausência permite que colegas não dermatologistas, sociedades de outras especialidades e, mesmo as não reconhecidas, se aventurem em nossa área de atuação. Também há risco de que as instituições acabem decidindo por nós, optando pelo que elas consideram melhor ou pior”, “É importante defender os interesses da boa Dermatologia. ção médica, poderíamos citar a revalidação dos Títulos de Especialista e a participação da entidade na Comissão Nacional de Residência Médica. Qual a importância do médico participar de entidades representativas como a AMB? Dr. Eleuses Paiva – É de vital importância para o fortalecimento da classe, pois só teremos um classe forte e representativa se igualmente tivermos entidades fortes e representativas. Por isso, passa a ser muito importante que todo o profissional integre suas entidades representativas, colaborando assim na luta pela abertura de novos horizontes e perspectivas em prol da sociedade e da classe médica brasileira. q defende o Dr. Celso. O Dr. Sittart ressalta que são poucos os que têm se dedicado ao trabalho político, apontando a preocupação com a vida pessoal ou a vaidade como alguns motivos que levariam ao desinteresse. “Infelizmente, em meus 35 anos de formado, não vi tantos ocupados com o papel político”, observa. Dado que merece atenção do representante da AMB é o fato de que atualmente são 140 faculdades de medicina abertas, havendo ainda outras em processo de abertura. Para ele, não resta dúvida da necessidade de os colegas se candidatarem para auxiliar na defesa da classe médica. “A vaidade pessoal e a ganância não nos levarão de forma alguma a um futuro promissor”, afirma o Dr. Sittar, cuja dedicação à vida profissional é modelar: iniciou sua atividade na AMB, em 1982, por indicação do professor Nelson Proença, e lá participou praticamente de todos as diretorias até hoje. E como atuar na SBD? De acordo com o Dr. Celso Sodré, está determinado no Estatuto da Sociedade que todos os associados quites podem votar. Estão aptos para candidatar-se a cargos de delegados regionais, os associados efetivos quites com suas obrigações. Para concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente, o associado deve ser efetivo há mais de 10 anos, estar quite e ter participado de cargo diretivo na SBD ou em uma de suas Regionais. A diretoria eleita escolhe seus membros, seguindo as normas do Estatuto. Estarão aptos para as Comissões de Ensino, Títulos de Especialista e Cientifica os portadores dos títulos de professores titulares, livre-docentes ou doutores. q SBD o 10 JSBD l Ano IX n 3 A Prós e contras do uso da flutamida utilização da flutamida foi tema de alerta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido a notificações de letalidades ocasionadas pelo uso da substância. Este fato reduziu a prescrição off-label pelos dermatologistas, segundo afirmação do tesoureiro da SBD, Dr. Abdiel Lima. “Alguns médicos desconheciam os seus efeitos colaterais e, principalmente, os mecanismos de ação da droga, ou ainda, usavam indiscriminadamente sem nenhum protocolo”, afirma. Para o Dr. Abdiel é importante ressaltar os perigos do uso indiscriminado da substância, mas também cabe destacar os vários benefícios quando aplicada nos tratamentos de algumas formas de alopécia e de acne. Com o intuito de discutir essas questões, foi iniciada uma série de reuniões com a participação dos dir e t o res da SBD, Dr. Abdiel Figueira e Dr. Celso Sodré, a secretária do Departamento de Cosmiatria, Dra. Ana Maria Pinheiro, e a consultora técnica-médica da Anvisa, Dra. Patrícia Mandali de Figueiredo. O primeiro encontro aconteceu no dia 25 de maio, na sede da Sociedade. O Dr. Celso Sodré considera louvável a atitude da Anvisa ao procurar à Sociedade para debater o uso da flutamida pelas mulheres. “Seus efeitos terapêuticos são muito bons. Porém, a gravidade da hepatoxicidade que parece ocorr er idiossincraticamente, raramente em pacientes, mesmo tomando as doses usuais, nos leva a algumas precauções”, afirma. Ficou a cargo da Dra. Ana Maria Pinheiro elaborar uma proposta de prescrição controlada, com consentimento informado. O documento será apresentado para apreciação da Agência. “Também propomos à Dra. Patrícia Figueiredo um projeto de estudo duplocego, randomizado e sob rigoroso controle a ser implementado nos serviços credenciados que se intere s s a s s e m ” , afirma Dr. Celso. q II Simpósio Latino-Americano de Alergia Cutânea S egue a todo vapor a organização do II Simpósio LatinoAmericano de Alergia Cutânea que será realizado pela SBD, com apoio da Regional SP, nos dias 14 e 15 de outubro na Federação do Comércio, em São Paulo. Supervisionado pela coordenadora do Departamento de Alergia da SBD, Dra. Alice Al- chorne, o evento abordará os principais tópicos relacionados à alergia dermatológica. Destinase também a diferentes especialidades, como Alergia, Medicina do Trabalho e Clínica Médica. De acordo com a Dra. Alice Alchorne, as palestras serão proferidas pelos principais especialistas brasileiros e do exterior. O simpósio está dividido em quatro módulos: fisiopatogenia e bases terapêuticas das dermatoses alérgicas; pruridos, urticária e angioedema; eczemas e farmacodermias. O evento terá ainda dois cursos práticos sobre teste de contato, que serão realizados na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e na sede da Regional São Paulo. O II Simpósio Latino-Americano de Alergia Cutânea está incluído no Programa de Educação Médica Continuada da SBD. Os interessados podem obter informações pelo site da Sociedade (www.sbd.org.br). Maio / Junho - 2005 11 JSBD l Ano IX n o 3 Melhores trabalhos de 2004 dos Anais são premiados N o segundo semestre de 2004, os editores científicos dos Anais Brasileiros de Dermatologia, os doutores Bernardo Gontijo, Silvio Marques e Everton Vale, anunciaram através do editorial do volume 79, número 3, uma premiação para os melhores trabalhos de investigação e caso clínico publicados na revista científica da SBD. Concedido anualmen- te, o prêmio visa o incentivo à publicação e tem apoio da diretoria da Sociedade. A recompensa por trabalho premiado inclui pacotes com inscrição, passagem e hospedagem para o Congresso da SBD. Os trabalhos de 2004 foram julgados, segundo Dr. Bernardo Gontijo, levando em conta a adequação metodológica, redação, relevância do tema e quali- CATEGORIA: INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 1º 2º LUGAR - Melanoma hereditário: prevalência de fatores de risco em um grupo de pacientes no Sul do Brasil. Charles André Carvalho, Roberto Giugliani, Patrícia Ashton-Prolla, Maurício Estrela da Cunha e Lúcio Bakos. Serviços de Genética Médica e de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - UFRS PRÊMIO - 01 (uma) passagem, 01 (uma) hospedagem e 01 (uma) inscrição no Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília LUGAR - Infecções cutâneas e acidentes por animais traumatizantes e venenosos ocorridos em aquários comerciais e domésticos no Brasil: descrição de 18 casos e revisão do tema. Vidal Haddad Jr. Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) e Hospital Vital Brazil (Instituto Butantan) PRÊMIO - 01 (uma) passagem e 01 (uma) hospedagem no Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília CATEGORIA: CASO CLÍNICO 1º LUGAR - Fenômeno de Lúcio na gestação Karin A. Helmer, Isabela Fleischfresser, Luciana D. Kucharski-Esmanhoto, José Fillus Neto, Jesus R. Santamaría Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná Prêmio - 01 (uma) passagem para o Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília 2º LUGAR - Síndrome dos cabelos anágenos frouxos associada à distrofia macular – descrição de uma família Mário Terno Sato, Fabiane Mulinari Brennr, Rodrigo Marzagão, Fábio Sabbag, Gisele Bordignon, José Fillus Neto, Daura R. Eiras-Stofella, Antônio Franco, Carlos Augusto Moreira Jr. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná PRÊMIO - 01 (uma) passagem para o Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília dade da documentação. Ainda de acordo com ele, o prêmio contempla o trabalho, e não autor principal ou co-autores. “Cabe aos autores, de comum acordo, decidirem sobre o partilhamento do prêmio. A idéia é que a premiação se estenda aos trabalhos dos anos seguintes, e não apenas os publicados em 2004”, fala. Conheça os vencedores: Curso O editorassociado dos Anais Brasileiros de Dermatologia, Dr. Everton S. do Vale, e a assistente editorial da SBD, Cibele Aviles, participaram do "Curso de Atualização sobre Avaliação do Trabalho Científico", promovido pela Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC), nos dias 11, 12 e 13 de maio, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ). No curso, além do aprendizado de novos conhecimentos, foram trocadas experiências com os editores de outras revistas científicas. SBD o 12 JSBD l Ano IX n 3 Clube de Revista Alberto Cardoso * Garzon MC, Lucky AW, Hawrot A, Frieden IJ. Ultrapotent topical corticosteroid treatment of hemangiomas of infancy. J Am Acad Dermatol. 2005; 52:281-6. Hemagiomas cutâneos superficiais da infância representam um desafio terapêutico. Duas pequenas séries de casos, usando corticoesteróides tópico, ultrapotente para hemagiomas perioculares foram relatados na literatura oftamológica. O uso desse tratamento para hemagiomas da infância, em outros locais do corpo não tinha sido publicado. Os autores procuraram avaliar os efeitos clínicos da aplicação por pouco tempo de corticoesteróides ultrapotentes (proprionato de clobetasol 0,05% em creme) para o tratamento de hemagiomas da infância. O protocolo de 34 crianças com hemagiomas proliferantes da infância que foram tratados com corticoesteróides tópicos ultrapotente foram revisados retrospectivamente. A resposta ao tratamento foi baseada em: (1) parada do crescimento; (2) redução ou achatamento da lesão; e (3) clareamento da cor da superfície. As lesões que demonstraram resposta a dois ou três critérios foram julgados como tendo boa resposta; um critério resposta parcial e nenhuma regressão, sem resposta. Dos pacientes, 35% tiveram boa resposta, 38% resposta parcial e 27% não responderam. Concluíram que 74% dos hemangiomas das crianças responderam bem ou parcialmente ao tratamento com c o r t i o s t e roides tópico ultrapotente. Dos que responderam a maioria re l atou a parada do crescimento antes da época esperada para idade. A re g re ssão foi mais evidente nos hemangiomas superficiais mais delgados demostrando melhor resultado cosmético que as lesões mais espessas. * Coordenador médico do Jornal da SBD Estudo das Doenças Tropicais A s doenças tropicais até pouco tempo atrás eram pouco estudadas pelos meios acadêmicos. Hoje, propaga-se mais a importância de saber diagnosticá-las, tendo em vista a disseminação das doenças através dos infectados que viajam pelo mundo afora. A SBD realiza anualmente um curso voltado para esses temas. Esse ano, o XXVII Curso Internacional de Dermatologia Tropical e Meio Ambiente será nos dias 11, 12, e 13 de agosto, em Maceió (AL). A coordenação está a cargo de autoridades no assunto: os doutores René Garrido Neves, Sinésio Talhari e Alberto Cardoso. - Os temas da mais alta relevância serão tratados por professores de renome, com grande experiência em Dermatologia Tropical - afirma o coordenador local, Dr. Alberto Cardoso. Entre os professores convidados está o venezuelano Francisco Gonzalez, além de mestres brasileiros. Estão incluídos no programa dois cursos práticos: a Dra. Clarisse Zaitz abordará o tema “Micologia” e o Dr. Porfírio J. Soares Filho falará sobre “Histopatologia”. Serão objetos de estudo temas como: “O que há de novo: sífilis, cancroide, linfogranuloma inguinal e dobovanose”, “Dermatoses causadas por plantas e animais peçonhentos”, “Esporotricose/rinosporodiase” e “HTLV1”. A participação no curso vai contar pontos para o Programa de Educação Médica Continuada da SBD. q As inscrições são realizadas através do site da Sociedade (www.sbd.org.br). Outras informações podem ser obtidas com Ailma Godoy, pelo telefone (82) 325.3468. Maio / Junho - 2005 13 JSBD l Ano IX n o 3 Dermatologia na luta contra as DSTs O tradicional cinema Odeon BR, no centro do Rio de Janeiro, foi palco de um encontro raro: cerca de 370 pessoas, entre palestrantes, estudantes e profissionais da rede pública e dos serviços da SBD, participaram do I Simpósio Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis, no dia 11 de junho, que contou com o apoio do Ministério da Saúde. De acordo com o coordenador do Departamento de DST da SBD, Dr. João Carlos Avelleira, o estudo das doenças venéreas sempre esteve associado à Dermatologia, daí a importância da ação. “Fiquei feliz em realizar o evento em um lugar despojado, bonito e confortável, proporcionando o destaque que o tema merece. Ao mesmo tempo, atraindo os jovens dermatologistas. Afinal, as DSTs têm ficado a reboque de outras doenças”, afirma. O Dr. Avelleira também acredita que o evento demonstrou a vontade dos dermatologistas participarem do combate aos grandes problemas de saúde nacionais, o que valoriza a especialidade. Para o presidente da SBD, Dr. Sinésio Talhari, o especialista é “um ator importante nos diagnósti- cos das doenças sexualmente transmissíveis”. Entre os palestrantes estavam os representantes do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Dr. Eduardo C. de Oliveira e Dr. Valdir M. Pinto. Como parte da iniciativa, nos dias 9, 10 e 11 de junho uma equipe médica esteve em uma tenda montada em frente ao cinema para tirar dúvidas e distribuir material educativo para a população carioca. “A contaminação por HIV pode ser aumentada 18 vezes em pacientes com úlceras geni- tais”, diz o Dr. Eduardo de Oliveira, do Programa Nacional de DST/Aids. Em relação aos tratamentos, ele observou que os profissionais dos postos de saúde têm tido receio de prescrever a penicilina por causa das reações anafiláticas. Ele considera a substância eficaz e barata. “Infelizmente não conseguimos ainda no País uma queda da morte por sífilis congênita, uma contradição pelo fato de ser uma doença fácil de tratar”, afirma. O Dr. Sinésio Talhari lembrou durante sua palestra que tudo o que ocorre na pele pode acontecer também nos órgãos genitais. Portanto, defende atuação de equipes integradas com dermatologistas e bons patologistas para evitar diagnósticos tardios, o que pode levar o paciente à morte. “Alguns pacientes rodam nas mãos de médicos, conheço casos em que passaram até quatro anos sem diagnósticos. A importância da dermatologia é enorme nas DSTS e nas manifestações cutâneas”, afirma. Ele também aconselha que os especialistas solicitem testes de HIV sempre que notarem úlceras ou moluscos, mesmo pequenos, na pele dos pacientes. q SBD o 14 JSBD l Ano IX n 3 Revalidação do Título de Especialista A Sociedade Brasileira de Dermatologia enviou para a Comissão Nacional de Acreditação um documento com diversas sugestões referentes à Consulta Pública sobre as normas de revalidação do Título de Especialista, proposta pela Associação Médica Brasileira. O relatório foi elaborado pelos coordenadores da Educação Médica em Dermatologia da SBD, os doutores Paulo Machado e Iphis Campbell. De acordo com a nova regulamentação da AMB, os médicos deverão passar pelo processo de revalidação a cada cinco anos; para isso, necessitam obter a pontuação participando de atualizações científicas. Está previsto que a partir de janeiro de 2006 começarão as atividades de acumulação de créditos. A Comissão Nacional de Acreditação já iniciou o trabalho de avaliação de todo o material que recebeu durante a consulta pública. As normas devem ser consolidadas no próximo encontro, na sede da AMB. Em seguida, serão encaminhadas à plenária do CFM, que irá regulamentá-las em forma de resolução. O Jornal da SBD entrevistou o Dr. Paulo Machado. Leia a seguir: JSBD - Quais os pontos da proposta da SBD enviada para a Comissão Nacional de Acreditação? Dr. Paulo Machado - Nossa proposta aborda inicialmente Doutores Paulo Machado e Iphis Campbell diversas sugestões no sentido de descentralizar o que foi pro- participações para pontuação. posto na regulamentação da Consideramos que isso implica Comissão Nacional de Acre- em burocracia e dificuldades adiditação. Lembramos que somos cionais para os associados. uma sociedade pioneira na Sugerimos que este processo seja implantação do programa de realizado por cada sociedade que EMC-D, portanto nossa experiên- então encaminha a CNA a poncia é importante. Identificamos tuação de cada associado. diversos pontos no projeto de regulamentação que necessitam JSBD - Qual a sua opinião de reparos. Por exemplo, pela sobre revalidação do Título? proposta da CNA/AMB basta à Dr. Paulo Machado - Acrepresença anual dos médicos em ditamos que a revalidação do congressos nacionais da especia- Título é altamente positiva e cerlidade, durante cinco anos, para tamente terá repercussão muito completar a pontuação necessá- grande na prática médica, ao ria à revalidação. A nossa reco- valorizar o profissional que innhece a importância dos congres- veste em reciclagem e conhecisos brasileiros, porém quer tam- mento, beneficiando diretamenbém que as várias atividades da te os nossos pacientes. EMC sejam valorizadas. Finalmente, sugerimos alguns meca- JSBD - O programa da SBD será nismos que facilitem o papel da adequado às novas normas? CNA quanto a acreditação dos Dr. Paulo Machado - A prinmédicos das diversas especialida- cipal mudança será em relação des. O projeto prevê que todos os ao Regimento da EMC-D da médicos encaminhem à CNA SBD, que terá que se adequar xerox ou comprovantes de suas às novas normas. q Aprovados no Título de Especialista da SBD Dos 398 candidatos que fizeram a prova de Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 223 foram aprovados. Os três primeiros colocados são: Clarissa Bacha Berti, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre; Julio César Gomes Silveira, do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense; e Rodrigo Portilho Silva Magalhães, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Para solicitar o Título de Especialista, emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB), os especialistas devem pagar uma taxa à AMB, efetuando o depósito no valor de R$150,00 (cento e cinqüenta reais) na conta da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e encaminhar o recibo com o nome completo para a Sociedade por fax ou pelo correio. O prazo para a entrega do Título varia entre três e quatro meses. Pagamento da Taxa: Valor: R$150,00 (cento e cinqüenta reais) Banco: Banco do Brasil Agência: 0435-9 Conta Corrente: 33937-7 Comprovante de pagamento: Enviar por fax para o telefone (21) 2253-6747, ramais 208 e 206. Ou para o endereço Av. Rio Branco, 39 - 18º Centro - CEP 20090-003 Rio de Janeiro – RJ. Maio / Junho - 2005 15 JSBD l Ano IX n o 3 A delicada relação médicos x jornalistas * Antônio Marinho C erta vez, tive que escrever uma reportagem sobre uma virose que ameaçava se tornar uma epidemia. Ainda iniciando no jornalismo médico e científico, procurei um dos melhores especialistas no assunto, um virologista da UFRJ. Mal entrei na sala do professor, ele inverteu nossos papéis e passei a ser o entrevistado. Antes que eu pudesse fazer as primeiras anotações, o pesquisador me perguntou a diferença entre vírus e bactérias. Depois da minha resposta, pouco satisfatória, tive na hora uma aula de biologia. A partir daí, pude assumir o meu papel de repórter. Esse episódio mostra o quanto a relação entre jornalistas e médicos é delicada, porém, imprescindível com os avanços na medicina e um público leigo cada vez mais interessado em ciências. Portanto, para essa relação dar certo é preciso ética, confiança mútua e paciência entre os dois. Paciência por parte dos médicos e dos cientistas, que muitas vezes não têm tempo para explicar com clareza uma doença, um diagnóstico ou um tratamento. E esse tempo parece mais curto quando o repórter não é especializado na área, o que acontece com a maioria dos jornalistas. Mas é preciso paciência também por parte do repórter, pois nem sempre seu entrevistado tem todas as respostas ou sabe tudo sobre o assunto. Até porque, em muitos casos, a medicina é a arte de entreter a doença. E para complicar ainda mais a relação médicojornalista, há o prazo para a entrega das reportagens. Isso aumenta o risco de erros de informação ou de uma resposta ser mal compreendida. Daí a importância de os dois estarem preparados para a entrevista. O repórter fazendo uma pesquisa prévia sobre o entrevistado e o tema que será abordado. Já o médico deve estar pronto para explicar tudo de forma didática e, se possível, ilustrando a conversa com gráficos, pesquisas e fotos. Aliás, material que será muito útil na hora de o repórter preparar o texto final. Apesar de a maioria dos jornalistas fugirem de matemática e estatística, eles adoram números. Os editores, aqueles que dão o trato final à reportagem, gostam mais ainda de comparações numéricas e dados de pesquisas. Portanto, estudos recentes, com números confiáveis sobre uma doença, sua evolução, casos registrados, resultados de pesquisas etc, são dados preciosos. Por isso jornalistas tendem a preferir como fontes aqueles médicos ou pesquisadores atualizados nos assuntos das suas áreas. Se por um lado o jornalista gosta de números, aprecia muito mais boas histórias. Se dentro dos limites éticos o médico puder indicar bons personagens para ilustrar a reportagem, ele terá ainda mais crédito com o repórter. E ética é fundamental nessa relação. O médico jamais deve usar o repórter para fazer autopropaganda ou divulgar tratamentos “milagrosos” ou técnicas ainda não aprovadas. Mas também o jornalista deve ter o cuidado de filtrar as informações, apurando com as associações ou sociedades médicas o que vale ou não. É claro que se o médico sentir que o repórter está inseguro com relação ao tema abordado, pode e deve se colocar à disposição para ler o texto final, por e-mail, fax etc. O médico, porém, não deve interferir ou conduzir a entrevista. Mesmo assim, se houver erro na publicação poderá enviar uma carta de retificação. O ideal é que o jornalista também opte pela leitura final do especialista, pois temas técnicos muitas vezes ganham um outro sentido quando é feita a “tradução” para o público leigo. E, neste caso, é preciso corrigir. O mais importante é que o leitor receba a infor mação exata. Conflitos de informação e de opinião fazem parte do dia-a-dia dos jornalistas. O que deve ficar claro para o médico e o jornalista é que o único beneficiado com a reportagem tem que ser o leitor. * Repórter do Jornal O Globo SBD o 16 JSBD l Ano IX n 3 A seção Em Pauta, coordenada pela Dra. Francisca Regina Carneiro, coloca em discussão um tema da dermatologia para a opinião de especialistas. Hemangiomas – Quando intervir? Por Silmara C. P. Cestari O diagnóstico correto é fundamental na conduta a ser tomada e deve ser baseado fundamentalmente no exame clínico acompanhado de investigação quando necessário. É imprescindível o diagnóstico diferencial entre: malformações vasculares e hemangiomas; hemangiomas infantis (também denominados hemangiomas capilares) e hemangiomas congênitos (RICH -rapidly involuting congenital hemangioma e NICH - non-involuting congenital hemangioma) e hemangiomas e outros tumores - Hemangiomas localizados no segmento cefálico devem ser diferenciados de encefalocele, fibrohialinose e glioma, entre outros. Hemangiomas parotídeos podem ser confundidos com blastomas e hemangiopericitoma. A importância da investigação e certeza diagnóstica nos casos suspeitos de hemangioma ou malformação vascular está, principalmente, no diferencial com lesões malignas, que metastatizam e levam ao óbito crianças com conduta expectantes em lesões erroneamente diagnosticadas como hemangiomas. Após a certeza diagnóstica, três características principais devem ser observadas quando se examina um hemangioma: a localização, o tamanho e a presença de ulceração. A maioria dos hemangiomas (85%) não necessita tratamento. Hemangiomas pequenos, localizados longe dos orifícios naturais geralmente não apresentam complicações e não necessitam de tratamento, regridem espontaneamente entre 2 e 10 anos e a melhor conduta é esperar que isso ocorra. Devemos intervir em aproximadamente 15% dos hemangiomas, baseados nos seguintes aspectos: Localização – atenção especial deve ser dada aos hemangiomas de localização: periocular - leva à obstrução visual, deformidade da córnea, erro de refração, ambliopia (46% dos casos); nasal - (conhecido como nariz de Cyrano), pode levar à distorção dos ossos do nariz; labial - geralmente evolui com ulceração e infecção, possibilitando a formação de cicatrizes que poderão interferir na alimentação e causar deformidades estéticas; cervico-facial grande - requer cuidados e preocupações especiais, pois pode interferir com as funções vitais. Hemangioma na região cervico-facial com configuração em forma de barba (“beard hemangioma”) tem alta correlação com hemangioma sub-glótico, sendo sintomático em 63% dos casos (estridor progressivo já com seis a12 semanas de vida); pode também estar relacionado à vasculopatia do SNC. Além disso, pode significar Síndrome PHACES (Malformação da fossa posterior, hemangioma, anomalia arterial, coarctação da aorta, alterações oculares, anormalidades esternais); anogenital - geralmente ulcera e infecta, ocasionando dor para urinar e defecar; da região lombosacra - pode estar associado à malformação genitourinária (ânus imperfurado, fístulas, anormalidade renal) e malformação de medula e - na região mamária pode ulcerar e/ou interferir com o desenvolvimento normal da mama. Mesmo após a involução deixam massas residuais significativas, necessitando correção cirúrgica. Tamanho - os hemangiomas de grandes dimensões são preocupantes, pois além de deformantes podem interferir com as funções vitais e estar associados a hemangiomas viscerais. É muito importante o diagnóstico diferencial desses hemangiomas com outras malformações vasculares, tumores vasculares e outros tumores (teratoma, neuroblastoma, lipoblastoma e etc...). Um conceito recente é a associação de grandes hemangiomas com hipotireoidismo. Deve-se se pedir exames para avaliação de função tireoidiana em todas as crianças com hemangiomas de grandes dimensões. Hemangioma visceral pode estar associado a poucas lesões de pele, muitas lesões de pele, à angiomatose difusa neonatal e à hemangiomas gigantes. Os dois tipos mais comuns de hemangioma visceral são o hepático e o subglótico. Nos grandes hemangiomas e na suspeita de hemangioma visceral deve-se fazer exame físico cuidadoso, principalmente cardiovascular, respiratório e hepatoesplenico. Laboratorialmente devem-se pedir, em todos os casos, ultrassonografia, ressonância magnética, hemograma com diferencial para plaquetas e provas de função tireoidiana. Ulceração - é sinal de involução do hemangioma. Na grande maioria dos casos o hemangioma ulcerado só requer cuidados locais, prevenção e tratamento da infecção secundária (quando houver). Só necessitam de intervenção os hemangiomas ulcerados em grande extensão e os de localização labial e anogenital, que geralmente apresentam dor, sangramento, maior probabilidade de infecção e de deformidades.* *Devido à extensão, tivemos que cortar as partes do texto que abordam: modalidades terapêuticas, outras condutas e tratamentos cirúrgicos. Leia a íntegra disponível no site da SBD (www.sbd.org.br). Departamentos Unidos por uma gestão profícua F eriadão de intenso trabalho. Assim os membros da diretoria encerraram o domingo, 24 de abril, no encontro realizado em São Paulo com os presidentes das regionais da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O objetivo da reunião foi mobilizar os representantes da SBD para as propostas do plano de gestão, elaborado em conjunto com os coordenadores dos departamentos especializados. As ações institucionais internas e externas da Sociedade foram apresentadas pelos responsáveis pelos programas institucionais, tesouraria e secretaria. “Sem a participação efetiva dos presidentes de regionais, é impossível conseguirmos atingir as metas do plano de gestão”, disse o Dr. Sinésio Talhari, presidente da SBD. Segundo ele, o plano foi elaborado para contemplar os anseios do associados. Dentre os objetivos, está a implementação de atividades que estejam relacionadas às áreas em que os dermatologistas vêm atuando mais intensamente - como clínica, pesquisa, cirurgia e cosmética - e o resgate da importância do especialista em doenças como hanseníase, DSTs e leishmaniose. Além disso, a diretoria pretende realizar um censo que reunirá as informações necessárias para a realização de projetos voltados para as principais doenças dermatológicas. “Assim podemos pleitear, junto aos órgãos competentes, medicações específicas, como imunossupressores e antimicóticos, para os pacientes em ambulatórios públicos. Todas essas atividades têm por finalidade mostrar à população quem somos e o que fazemos. Ao nosso ver, isso significa valorizar a dermatologia”, completou o presidente. O Chefe do Departamento de Cosmiatria, Dr. Jayme de Oliveira Filho, desenvolveu uma pesquisa para conhecer os principais procedimentos cosmiátricos feitos pelos dermatologistas em seus pacientes. O questionário será enviado por e-mail para todos os associados. Com o resultado a SBD poderá criar um banco de dados, muito útil também para a divulgação da especialidade na mídia. - Peço a todos que se esforcem respondendo o questionário, pois a partir dele também poderemos conhecer os verdadeiros anseios dos colegas em relação a diversos subtemas. A idéia é reforçar junto à opinião pública que o especialista mais indicado para orientações cosmiátricas é o dermatologista explica Dr. Jayme Filho. Ele solicita que todos os colegas interessados em colaborar com sugestões para o Departamento, que contribuam através do e-mail [email protected]. Hanseníase Ética em questão Responsabilidade Médica e o Manual de Defesa Profissional * José Roberto P. Pegas O tamanho da responsabilidade moral se expande com os avanços da ciência e da tecnologia médicas. Do mesmo modo, os conceitos de responsabilidade ética sofreram modificações com a evolução humana, porém é certo que esta responsabilidade é intransferível e personalíssima: o médico é autor único de seus próprios atos, não dividindo com terceiros, nem transferindo para eles a responsabilidade. A dermatologia está incluída dentro deste contexto: o desenvolvimento de novas técnicas e tratamentos impõem ao dermatologista, cada vez mais desa- Cosmiatria dermatológica fios. É chegada a hora de nos unirmos em torno do tema e regulamentar os preceitos éticos que afetam diretamente a nossa classe. Por esse motivo, em breve, estaremos elaborando o nosso “Manual de Defesa Profissional” que terá um papel fundamental nos atos dermatológicos futuros. Serão abordados temas como o “Erro médico”, “Relação médicopaciente”, “Responsabilidade civil e penal”, “Documentação médica”, “Relacionamento com a mídia” e etc. q * Comissão de Ética e Defesa Profissional A coordenadora do Departamento de Hanseníase, Dra. Maria Leide de Oliveira, através da campanha apoiada pela SBD, avança na luta contra a hanseníase. No dia 7 de maio, 418 pessoas foram atendidas no município de Aparecida, na região metropolitana de Goiânia. Foram detectados 17 novos casos. Os pacientes começaram o tratamento no mesmo dia. Além de dermatologistas atuantes na própria Secr etaria Municipal de Saúde, participaram também residentes do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiânia. No estado, ainda estão agendadas campanhas nos municípios de Senador Trindade, em 20 de junho e Lusiânia, nos dia 15 e 16 de julho. As próximas ações serão nos estados do Rio de Janeiro, na Amazônia e no Espírito Santo. SBD o 18 JSBD l Ano IX n 2 Serviços Credenciados Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes/Ufal Regionais Goiás Os membros do serviço da Ufal, doutores Martha Débora L. Tenório, Claudia J. T. Mendes, Fernando Soares, Thiago Antonio B. Pinto e o Professor Alberto Cardoso, obtiveram o primeiro lugar na sessão mini-casos do evento Abril pra Pele, que aconteceu em Caruaru, Pernambuco. O trabalho “Eritroqueratodermia variabilis de Mendes da Costa”, um relato de sete casos familiares, concorreu com trabalhos de dermatologistas de várias cidades do Nordeste. Hospital do Iaserj Segundo informação do chefe do serviço, Dr. Sérgio Quinete, as quatro residentes do hospital inscritas na prova do TED da SBD foram aprovadas. São elas as doutoras Ana Cristina Heluy Dantas, Heloisa Costa Carvalho, Jucele Xavier Bettin e Luciane Guedes Junger. “Esse é um motivo de satisfação e orgulho para toda a equipe”, afirma. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina O Centro abrigará o Curso de Dermatologia Pediátrica, no dia 25 de junho, das 14h às 18h30, nas dependências da Associação Médica de Londrina. De acordo com o Prof. Dr. Lorivaldo Minelli, chefe do serviço, o evento é patrocinado pela Seção do Paraná da SBD e desenvolverá a seguinte programação: a Dra. Nádia De Almeida abordará o tema Zoodermatoses, Acne na Infância e Eczema Atópico (Clínica e fisiopatologia); o Dr. Alessandro Vieira, Condutas Práticas nos Hemangiomas da Infância; Dr. Marcelo Marcondes do Prado, Diferenciação dos Eczemas na Infância; Dr. Mauro F. Mendes, Dermatoses Comuns na Infância: como eu trato; Dra. Heloísa S. Delfino, Urticárias na Infância e a Dra. Marcia Gon, Terapia de Grupo em Crianças com Dermatoses Crônicas. Serviço Universitário de Taubaté A próxima atividade do Serviço Universitário de Taubaté, chefiado pelo Dr. Samuel Mandelbaum, será a “Jornada Dermatológica da Unitau”, no dia 25 de junho, a partir das 8h30, no Hospital Universitário de Taubaté. Serão apresentados casos clínicos, ao vivo, com comentários do professor Silvio Alencar Marques, que também ministrará palestra. Os interessados em informações podem telefonar para (12) 3625-7533. Hospital Heliópolis de São Paulo O tema “Cuidados com o Idoso” será visto na semana de 29 de setembro a 1o de outubro, durante o ciclo anual de palestras das especialidades do Hospital Heliópolis de São Paulo. Segundo o chefe do serviço de dermatologia, Dr. Jacob Levites, a programação faz parte do Programa de Residência Médica da Comissão de Ensino do MEC. “Nossa apresentação será no dia 27, junto com o pessoal da reumatologia e ginecologia”, informa o Dr. Levites. A XXXVIII Jornada de Dermatologia, aconteceu dia 6 de maio, em Goiânia, abordando diversos temas. Segundo a presidente, Dra. Simone de Paula e Silva, o evento teve bastante êxito. Na foto estão os doutores Regia Patriota, Alexandre Filippo, Maria Leide Oliveira, Simone de Paula e Silva, e a Dra. Ilma Mondanez. Mato Grosso A VII Radeco foi realizada nos dias 21, 22 e 23 de abril, em Mato Grosso, coordenada pela Dra. Débora Omond, presidente da Regional, que comenta não ter sido simples montar um evento desse porte em local tão afastado dos grandes centros. Segundo ela, o que ouviu de boa parte dos 140 participantes foi o comentário de que a Radeco tomou a proporção de um mini-congresso. Alguns destaques da parte científica do evento foram: a palestra “Psoríaseterapia com agentes biológicos”, ministrada pela Dra. Elizabeth Batista; os temas de cosmiatria, coordenados pelo Dr. Jayme Filho, e ainda o workshop sobre dermatoscopia conduzido pela Dra. Rosilda. “Estamos muito satisfeitos, apesar do pouco tempo de antecedência para montar o evento, cerca de três meses; conseguimos realizá-lo de forma a agradar praticamente todos os participantes, tanto com relação à programação científica como ao lazer”, finaliza a Dra. Débora. Março / Abril - 2005 19 JSBD l Ano IX n o 2 Bahia O “II Encontro de Terapêutica Dermatológica”, que ocorreu no dia 16 de abril, foi sucesso absoluto: sala sempre lotada, com todos atentos até a última palestra. Participaram os doutores Cyro Festa Neto, Omar Lupi, Alexandre Filippo, Neide Ferraz, Jussamara Brito, Paulo Machado, Ivonise Follador, Vitória Rego, o alergologista Dr. Manoel Medeiros e o infectologista Dr. José Ricardo. Segundo a presidente da Regional, Dra. Ana Cristina Guerra, no dia 14 de maio aconteceu o “Simpósio da Mulher”. Durante o evento, ainda foi prestada homenagem às sete novas portadoras do Título de Especialista da SBD, representadas pelas quatro que puderam comparecer (foto): as doutoras Isabella de A. Martins, Ana Lísia C. Nascimento, Milena S. Miranda e Angélica C. Pessanha. As outras médicas são Andréa B. Carneiro, Maria Elisa A. Rosa e Ângela Paula Lobato. Rio Grande do Sul O Dr. Sérgio Dornelles, presidente da Regional Rio Grande do Sul, engajou-se na campanha de valorização do dermatologista. A Regional veiculou anúncios em jornais, rádios e outdoors no Estado. Rio de Janeiro A Campanha de Valorização do Dermatologista (CVD), organizada pela Regional Rio de Janeiro, aconteceu durante os meses de abril e maio, com grande apoio dos dermatologistas cariocas. Foi feito um clipe, com a participação de várias personalidades, como Luiza Brunet e a atriz Juliana Paes, para ser apresentado nas reuniões mensais e na Jornada Sudeste de Dermatologia, que aconteceu em Búzios. Segundo o presidente, Dr. Omar Lupi, a regional também promoveu a Semana da Acne, evento que coroou a CVD, realizada com o apoio de todos os serviços credenciados pela SBD no Rio de Janeiro. O atendimento foi gratuito e previamente agendado com a participação de aproximadamente 850 pacientes. Também aconteceram fóruns de discussão para a população em quatro hospitais: Santa Casa, Lagoa, Policlínica e UNIRIO. São Paulo A Regional São Paulo formulou uma aula sobre prevenção ao câncer da pele intitulada: “O sol e a sua pele”, que será enviada a todos os associados. O conteúdo foi desenvolvido pelo coordenador da Campanha do Câncer de Pele em São Paulo, Dr. Mar c u s Maia, com a colaboração do Dr. Hamilton Stolf. O material engloba considerações importantes sobre radiação ultravioleta e seus efeitos, proteção solar (prevenção primária) e diagnóstico precoce (prevenção secundária). Rio G. do Norte A Regional do Rio Grande do Norte tem nova diretoria, integrada, sob a presidência da Dra. Ládia Betânia C . Fernandes, por Andréa Bezerra (vice-presidente), a Dra. Virgínia Cabral (secretária) e Maria do Carmo Queiroz (tesoureira). De acordo com a Dra. Ládia Fernandes, a primeira ação da diretoria foi elaborar um calendário de atividades para 2005. “Em março, tivemos um jantar de confraternização para oficializar a posse da nova diretoria, após a palestra ministrada pelo Dr Pedro Trindade”, relata. Outro evento aconteceu em abril, quando o Dr George D. de Azevedo, doutor em reprodução humana, abordou o tema “Síndrome dos Ovários Policísticos e Resistência Insulínica”. “O assunto é de grande interesse para nossa especialidade e gerou uma discussão proveitosa”, observa a Dra. Ládia Feranades. SBD VIIIn on2o 1 20 JSBD l Ano IX 20 E x p r essões da Dermatologia O professor Márcio Lobo Jardim colhe os louros da sua brilhante carreira recebendo diversos tributos. Ele é o “Homenageado Especial” do 60º Congresso da SBD que acontecerá em setembro. Recentemente, recebeu o “Título de Cidadão Pernambucano” da Assembléia Legislativa do Estado. O professor participou da elaboração de inúmeros livros sobre a especialidade no Brasil e no exterior. Uma das maiores autoridades do país em Doenças Sexualmente Transmissíveis, tornou-se especialista em donovanose, designando uma classificação clínica própria para a doença. Ele difundiu seus conhecimentos através de palestras em todas as capitais brasileiras, nos Estados Unidos, Colômbia, JSBD - Diga, por favor, em quais aspectos a Dermatologia avança no país? Márcio Lobo Jardim Avança muito, principalmente na área da cirurgia dermatológica que começou tímida e teve um crescimento extraordinário, com o uso de ferramentas como criocirurgia, cirurgia de radiofreqüência e, mais modernamente, os lasers. JSBD - Que lição o dermatologista deve saber? Márcio Lobo Jardim - Prof. Márcio Lobo Jardim Argentina, Chile, Peru e Quênia. Em 1990, foi indicado pelo Ministério da Saúde para coordenar a pesquisa e o ensino de DST em todos os estados do Norte e Nordeste. Na Universidade Federal de Pernambuco, fundou os únicos cursos de mestrado e doutorado da região. Em 1956, foi admitido na UFPE, 48 horas depois de formado, onde galgou todas as etapas da carreira. Ocupou vários cargos na SBD, sendo por três vezes presidente da Regional Pernambuco. Em 1983, foi presidente da Nacional, quando fundou a Jornada Norte-Nordeste junto com os Dr. Alberto Cardoso (AL) e Antonio Brito (PB). Além disso, em 1992, presidiu a União Brasileira contra as Doenças Venéreas. Leia a entrevista a seguir: Procuro mostrar para os jovens dermatologistas que as especia lidades médicas são integradas, uma depende da outra. A pele é um palco onde surgem várias manifestações próprias delas, ainda expressões das alterações internas, viscerais. JSBD – O que acha da campanha de valorização do dermatologista promovida pela SBD? Márcio Lobo Jardim - Toda ação que visa à valorização do dermatologista deve ser muito bem-vinda. Principalmente quando é uma iniciativa da SBD, o órgão máximo e legítimo da especialidade. JSBD - O que gosta de fazer nos tempos livres? Márcio Lobo Jardim - Gosto de ouvir música, seja MPB ou clássica. Tenho uma casa de campo e passo os fins de semana lá. Além disso, moro em frente ao mar. Adoro ficar em frente, sentir a brisa, ouvir o barulho do mar. Ele é meu grande companheiro. q