Maio / Junho - 2005
1
JSBD l Ano IX n o 3
E
Editorial
X P E D I E N T E
V
em à luz mais um número do nosso jornal, no qual há uma
ampla cobertura sobre o Congresso do SBD. O presidente
do Congresso, Gerson Penna, e toda sua equipe estão de
parabéns. Várias inovações estão sendo instituídas tanto na parte
científica como na social. Leiam as novidades e preparem suas
malas para ir a Brasília. Antes do Congresso, será realizado nos
dias 11, 12 e 13 de agosto, em Maceió, o XXVII Curso Internacional de Dermatologia Tropical e Meio Ambiente. Será excelente
oportunidade para atualização em dermatologia tropical.
O JSBD traz ainda interessante matéria intitulada "Ações corporativas: justa briga por espaço", deve ser lida, pois a luta para
preservação da área de atuação está no auge e há mobilização para
aprovação da Lei do Ato Médico. O presidente da AMB, Dr. Eleuses
Paiva é o entrevistado. Também trata sobre a importância da participação do dermatologista na direção da AMB, CRMs, CFM e sindicatos médicos. Os doutores Paulo Machado e Iphis Campbell,
Coordenadores da EMC-D da SBD, elaboraram relatório em nome
da Sociedade e enviaram à Comissão Nacional de Acreditação com
sugestões sobre as normas de revalidação do Título de Especialista.
Também nessa edição, o jornalista Antônio Marinho, do jornal
O Globo, publica artigo intitulado "A delicada relação médicos x
jornalistas". Você poderá ler ainda que o professor Márcio Lobo
Jardim, recentemente homenageado na Assembléia Legislativa de
Pernambuco com o Título de Cidadão Pernambucano, é entrevistado na coluna Expressão da Dermatologia. Outros assuntos de
interesse dos colegas são encontrados na publicação.
Alberto Cardoso
Sociedade Brasileira
de Dermatologia
Afiliada à Associação Médica Brasileir a
DIRETORIA 2005 - 2006
Presidente
Sinésio Talhari
Vice-Presidente
Gerson O. Penna
Secretário-Geral
Celso T. Sodré
Tesoureiro
Abdiel Figueira Lima
1 a Secretária
Andréa M. C. Ramos
2o S e c r e t á r i o
Heitor S. Gonçalves
Diretor de Biblioteca
Paulo R. Cunha
SBD
Esta é uma publicação da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, dirigida
aos seus associados e órgãos de
imprensa.
Publicação bimestral - Ano IX – nº 3
Maio / Junho - 2005
Coordenador Médico: Alberto E. Cox Cardoso (AL)
Coordenadora Associada: Francisca Regina O. Carneiro (PA)
Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. MT no 22.375
Redação: Tatiana Gentil, Andréa Fantoni e Renata Porto
Conselho editorial: Sinésio Talhari (AM), Gerson O.
Penna (DF), Celso T. Sodré (RJ), Abdiel Figueira
Lima (RJ), Andréa M. C. Ramos (MG), Heitor S.
Gonçalves (CE), Paulo R. Cunha (SP)
Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza
e Tatiana Gentil
Contatos Publicitários: Tatiana Gentil e Priscila Rudge
Simões
A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de r esponsabilidade única e exclusiva dos anunciantes.
As matérias e textos assinados são de inteira r esponsabilidade de seus autores.
Correspondência para a redação do Jornal da SBD
Av. Rio Branco, 39/18º andar
Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003
E-mail: [email protected]
Assinatura anual: R$ 100,00
Número avulso: R$ 20,00
Tiragem: 5500 exemplares
Sumário
2
4Painel
4Calendário
3
4 Coluna da Diretoria
Coluna do Tesoureiro
4
5
4Coluna do Ombudsman
460º Congresso da SBD
8
4Ações corporativas:
justa briga por espaço
9
4Participação nas entidades
médicas
Entrevista:
Dr. Eleuses Paiva
10 4Prós e contras do uso da
flutamida
4II Simpósio LatinoAmericano de Alergia
Cutânea
11 4Melhores trabalhos em
2004 dos Anais são
premiados
12 4Clube de Revistas
4XXVII Curso Internacional
de Dermatologia
Tropical e Meio Ambiente
13 4Dermatologia na luta
contra as DSTs
14 4Revalidação do Título de
Especialista
15 4Artigo: Antônio Marinho
16 4Coluna Em Pauta
17 4Unidos por uma gestão
profícua
4Departamentos
4Coluna Ética em Questão
18 4Serviços Credenciados
4Regionais
20 4Expressões da Dermatologia:
Dr. Ruy Miranda
2
SBD
JSBD l Ano IX n o 3
Painel
Talidomida
Os doutores Gerson Penna e Andréa Ramos,
representando a SBD em conjunto com seis especialidades e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), vêm atuando desde 2001 na revisão da
Resolução sobre o uso da talidomida. O texto está
em fase final e deve ser publicado até o final do ano.
Professor Márcio Lobo Jardim é homenageado
Simpósio da SBD no 14º Congresso da EADV
A SBD foi convidada para apresentar um simpósio no 14º Congresso da Academia Européia
de Dermatologia Venérea (EADV), que acontece
entre os dias 12 e 15 de outubro, em Londres.
Coordenados pelos professores Sinésio Talhari e
Paulo Cunha, o tema dos professores no segundo mais importante congresso mundial será
doenças tropicais infecciosas. Irão conduzir
palestras os profs. Evandro Rivitti, Már c i a
Ramos e Silva, Paulo Cunha, Silvio Marques e
Sinésio Talhari. Os conferencistas não vão receber qualquer patrocínio da SBD.
O Dr. Márcio Lobo Jardim recebeu o Título de
Cidadão Pernambucano, na Assembléia Legislativa do Estado, no dia 12 de abril de 2005. Os
doutores Alberto Cardoso e Gerson Penna participaram da cerimônia representando a SBD.
Associados são premiados na Radla
Os professores Mirian Nacagami Sotto e Carlos
Barcaui, e a técnica Ana Maria Gonçalves da
Silva, foram os primeiros colocados na categoria
pôster da Reunião Anual de Dermatologistas
Latino-Americanos (Radla), que aconteceu em
Buenos Aires, com o trabalho “Células-tronco foliculares na alopecia difusa não cicatricial de
pacientes HIV-1 positivos”. Os autores são membros do Departamento de Dermatologia da
Universidade de São Paulo.
Dermacamp
O Dermacamp, projeto que reúne crianças entre
nove e 13 anos de idade com problemas dermatológicos graves, está rendendo frutos em sua quinta
edição. Adolescentes entre 14 e 18 anos ganharão
uma versão desenhada nos mesmos moldes: o
Dermacamp Teen. Segundo o coordenador do projeto, Dr. Samuel Mandelbaum, o acampamento dos
adolescentes funcionará como treinamento para que
eles se tornem monitores mirins na edição para os
pequenos, em novembro. Para receber informações
e fichas de inscrição basta entrar em contato pelo email: [email protected] ou acessar a
página da Internet www.dermacamp.hpg.com.br.
Obituário
A SBD comunica com consternação o falecimento da Dra. Cláudia Defaveri Georges, em 30
de abril, no Rio de Janeiro.
Julho
09
13
16
25
25
27
27
27
27
30
30
30
Sábado
Quarta-feira
Sábado
Segunda-feira
Segunda-feira
Quarta-feira
Quarta-feira
Quarta-feira
Quarta-feira
Sábado
Sábado
Sábado
Reunião Mensal - SBD
Reunião Científica - SBD
Curso de Reumaderm no Serv.Dermatologia
Sta.Casa de Curitiba - SBD
Reunião Administrativa - SBD
Reunião Mensal - Endocrinologia e Dermatologia Influência
da glândula tireóide sobre a pele - Avaliação clínica e
laboratorial do hiperandrogenismo - SBD
Reunião Mensal - CBC - SBD
Reunião de Casos Clínicos - SBD
Reunião Mensal de Dermatologia - Casos Clínicos
Palestra - SBD
AIDS - SBD
Sessão Clínica - SBD
Reunião Cientifica Mensal – CMV - SBD
Workshops de Peeling - SBD
Reg. FL
Reg. SE
Reg. PR
Reg. SE
Reg. AM
Reg. RJ
Reg. MA
Reg.
Reg.
Reg.
Reg.
Reg.
AL
PE
CE
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Coluna da Dir e t o r i a
L
ogo que assumimos a administração
da SBD, sempre ouvia comentários de como seria
difícil viajar tanto, o
desgaste, as perdas
financeiras...
Realmente dá trabalho, mas muita satisfação também. Por exemplo, foi
excelente a Reunião com os
Presidentes das Regionais da
SBD, dia 24 de abril, um
domingo inteiro. Todas as
regionais representadas. Os
aspectos relativos ao nosso
plano de gestão foram exaustivamente discutidos, as mudanças que pretendemos fazer em
relação à Campanha Nacional
de Prevenção ao Câncer da
Pele, as pendências financeiras
de algumas regionais – que
poderiam inviabilizar o repasse
de quase R$ 500 mil pelo
Ministério da Saúde (Programa
de DST/AIDS). As responsabilidades de todos, da SBD nacional e suas regionais, foram
analisadas em clima de absoluta cordialidade. Os resultados
já começam a surgir. São poucos os inadimplentes em relação ao CNPJ.
Quando se fala em CNPJ
irregular e não recebimento de
recursos públicos para a SBD,
gostaria de ressaltar que esses
são fatos diretamente relacionados aos nossos associados.
Parte desses recursos permitiram, por exemplo, que o
Departamento de DST/AIDS
realizasse o I Simpósio Nacionalde DST/AIDS da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, em
11 de junho, no Rio de Janeiro.
Esses recursos públicos estão,
em parte, viabilizando as campanhas regionais de hanseníase e o Curso de Dermatopa-
Coluna do Tesoureiro
Abdiel Figueira Lima
tologia Tropical, que
será realizado em
agosto. Como sabemos, os laboratórios
não têm grandes interesses (ou nenhum)
por temas como estes.
Dentro do nosso
plano de gestão, a
parceria com as regionais é vital para que
se mantenha o que já foi construído nas gestões anteriores e
fortaleça, ainda mais, a imagem do dermatologista, como
profissional que, além do consultório, está preocupado com
parcela significativa da sociedade que sofre de doenças relacionadas ao meio ambiente e,
principalmente, ao descaso dos
nossos governantes com a
saúde.
Há desgastes, também. O
documento recente do Conselho Federal de Medicina, na
prática, proibindo o dermatologista de realizar procedimentos
de lipoaspiração. Esta é uma
discussão que se arrasta há
tempos, desde a gestão passada e a nossa. A SBD participou
de reuniões com o CFM e explicou através de documento o
que é feito, por quem e com que
capacitação. O CFM entendeu
que esta é área exclusiva da
cirurgia plástica e fechou questão em documento respondendo às consultas da SBD – dermatologista não pode. A discussão atual é: entrar na justiça ou tentar reverter a decisão
do CFM?
Para terminar esta coluna,
gostaria de lembrar que a diretoria da SBD não é somente o
grupo que se reúne no Rio de
Janeiro todos os meses - são
todos os seus associados. A
participação de todos é fundamental. Sugestões e críticas
serão sempre importantes.
q
F
oi excepcional
o encontro desta diretoria com as
23 presidências das Regionais
da
SBD no domingo, 24 de abril, em São
Paulo. Cada representante teve
a oportunidade de apresentar
seus problemas locais e fornecer melhores condições para a
operacionalidade da nossa instituição. Discutiu-se a dificuldade de patrocínios da indústria farmacêutica para alguns
eventos nacionais, ainda que
representem importante conteúdo científico, abrangendo as
diversas áreas de atuação do
dermatologista. Concluiu-se
pela elaboração de uma lista
que seria noticiada através
deste jornal, estabelecendo o
ranking dos verdadeiros parceiros da SBD de modo semelhante ao que já está previsto no
regulamento dos nossos congressos. Em relação ao CNPJ
próprio, ainda se esbarra em
dificuldades pelas pendências
de algumas regionais que,
quando resolvidas e com seus
novos estatutos aprovados,
poderemos alcançar a liberdade
fiscal necessária para se conseguir patrocínios de órgãos
governamentais.
Outro assunto contemplado
foi o Programa Nacional de
Controle do Câncer da Pele, que
se destaca como a mais importante atividade social que a SBD
pode proporcionar à população,
e que cada vez mais deve despertar o espírito de cidadania do
nosso associado, contribuindo
de alguma maneira para a sua
consagração, sobretudo sendo
voluntário no dia da Campanha
4
4
4
SBD
JSBD l Ano IX n o 3
em 10/12/2005. Procurando aumentar a receita financeira para a
sua execução, estamos realizando
alterações para que os patrocínios
regionais possam ser incorporados, mantendo a fidelidade dos
tradicionais parceiros nacionais.
Estamos seguros e confiantes no
trabalho integrado SBD Nacional Regionais.
No dia 30/04 venceu a última
das três parcelas da anuidade
demonstrando um pequeno número de inadimplentes, a quem
solicitamos estarem atentos ao
estatuto, que prevê a exclusão do
quadro associativo após dois anos
nesta condição. Lembramos a
necessidade de atualização do
seu cadastro na SBD ainda que
tenha feito alterações na sua
regional; lamentavelmente nem
todas enviam as mudanças de
endereços em tempo hábil. A SBD
não publica nenhuma lista de
inadimplentes e apenas solicita
às Regionais intermediar o contato individual com o nosso departamento financeiro para resolver
as pendências. As Regionais
dependem do número de associados efetivos, quites para poder
compor o numero de delegados no
Conselho Deliberativo.
Em relação ao 60o. Congresso
de Brasília, é necessário que
todos os chefes de serviços credenciados atualizem na SBD a
relação dos seus residentes de
acordo com o número de vagas
para as quais recebeu o credenciamento pela nossa instituição;
isto aumentaria a visibilidade,
bem como agilizaria o processo de
inscrições dos residentes, respeitando as datas limites da tabela
vigente. Mantida esta atualização
torna-se mais fácil o cumprimento do Regimento do Congresso da
SBD que, lembrado neste momento, permite mencionar que o
Congresso de 2006 já deu a sua
arrancada inicial com a reserva
do local e escolha por licitação
das empresas organizadoras e de
transporte.
q
Coluna do Ombudsman
T
David Azulay
riangular, Sudeste, Jornada
Capixaba, Radeco, Jornada Sul,
Simpósio de DST etc,
por enquanto... e
assim será o ano.
Pleno de atividades
científicas de elevada
qualidade. A excelente organização de grande número de
disciplinas de Dermatologia,
de Serviços e de Regionais, e
mais a busca da beleza ou da
eterna juventude pelas pessoas que acompanhados de
um exagero também fomentado pela mídia, colocam a dermatologia
em
evidência.
Acrescenta-se a isto uma
falência do sistema de saúde,
quase que generalizada, inclusive com baixíssimos salários e uma proliferação por
interesse exclusivamente pecuniário de faculdades de
medicina, cujo resultado acaba sendo uma demanda
absurdamente grande pela
nossa especialidade. Se isto
tudo já não fosse mais do que
suficiente, surgem, oportunamente, vários cursos de pósgraduação cujo objetivo primário é simplesmente o lucro
econômico e que aviltam a
nossa prática médica.
Acreditem, a diretoria da
nossa SBD está atenta a todo
este processo. Mas o quê fazer?
Devemos reconhecer primeiramente, de forma madura, que
grande parte do problema é
estrutural e está fora da alçada
da SBD. É o MEC que é o responsável pela autorização de
abertura de novos cursos médicos, que, muitas vezes, começam a funcionar mesmo sem a
devida autorização. Provavelmente, a certeza da impunidade é uma forte mola propulsora, pois, depois, antes de se formar a primeira turma, sempre
se consegue regularizar a situação. E o já decantado “Provão”,
deu em alguma cassação efetiva de alguma
faculdade? É o MEC
que também autoriza o
funcionamento de novos cursos de pós-graduação.
Como
cidadãos
maduros devemos ser
capazes de discernir, com clareza, a diferença entre o ético e
o legal. Muitas vezes revolta,
mas a democracia tem esta
nuança. Seguir e respeitar a
lei, atuar dentro dos atributos
estatutariamente designados e
estar atenta a fatos que possam agredir, de alguma forma,
a nossa especialidade e ser
capaz de defender, de maneira
adequada, sempre dentro dos
limites da lei, este é o alcance
da SBD.
A nossa atual diretoria
deixa claro no seu plano de
gestão que pretende se fazer
ouvir em todos os foros em
que a dermatologia estiver
envolvida:
Ministério
da
Saúde, Educação, Legislativo
e órgãos de classe. É nítido o
esforço e o estímulo dado
para ocuparmos e reocuparmos espaços deixados como
as DST, Hanseníase, Colagenoses, Cosmética e em tudo
que for concernente à dermatologia. As campanhas de
valorização do dermatologista
que vem sendo promovidas
por várias regionais, e que
contam sempre com o apoio
da nacional, é uma das formas de ensinar a população a
identificar, de fato, quem são
os profissionais do ramo.
E talvez mais importante de
tudo, é desejarmos que todos os
nossos sócios sejam capazes de
perceber a gravidade da situação e que tenham a consciência
e a coerência de identificar em
que situações profissionais não
devem se deixar envolver, pois
entre o Legal e o Ético há uma
grande diferença.
q
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Tudo pronto para o 60o Congresso da SBD
O
60o Congresso da Sociedade Brasileira de
Dermatologia
terá
muitas novidades, não
só na área científica, na qual o
número de atividades chega a 42
por dia, quase o dobro do ano
passado, mas também na forma
de apresentação dos trabalhos,
quando os melhores serão mostrados oralmente, e em horário
exclusivo. A programação social
será repleta de festas e atividades para os acompanhantes.
Entre os dias 10 e 14 de setembro, Brasília receberá mais
de 3 mil médicos, durante as
atividades que serão desenvolvidas no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães. Este ano, o
número de simpósios do Congresso é recorde, com até 21 atividades sendo desenvolvidas
simultaneamente, durante os
quatro dias de evento. A quantidade de simpósios faz parte de
um plano ousado dos organizadores, para proporcionar aos
participantes toda a gama de
assuntos de interesse da dermatologia nacional e internacional.
A maior procura por informações tem sido dos cursos de
transmissão ao vivo, nos quais
os participantes do auditório
principal do Centro de Convenções assistirão, através de
um telão, procedimentos de
Toxina Botulínica, Preenchimento e Peeling, feitos ao vivo,
em uma sala isolada, mas com
possibilidade de perguntas simultâneas aos médicos.
Outra novidade é a seção
“ Ti re Suas Dúvidas com o
Departamento”, sempre no primeiro horário da manhã, para
que o associado tenha mais
contato com os departamentos
especializados da Sociedade
Brasileira de Dermatologia. Os
temas serão Alergia, Biologia
Molecular, Cosmiatria, Laser,
Dermatologia Integrativa, Dermatopatologia, Doenças Bolhosas, Oncologia Cutânea, Cabelos e Unhas, Cirurgia, Aids,
Micologia, Alergia, Der matologia Pediátrica, Doenças Infecciosas e Parasitárias, Fotobiologia, Hanseníase, Imagem e
Medicinas Cutânea e Interna.
Palestrantes
internacionais
Todos os palestrantes
internacionais que participarão do evento estão em evidência na produção científica mundial, trazendo assuntos de grande interesse da
categoria e novas técnicas
desenvolvidas no exterior.
Eles falarão desde terapias
biológicas – um novo grupo
de medicamentos da biologia
molecular, assunto que tem
sido muito discutido pela
classe médica no exterior –
até atualização nas doenças
próprias do Brasil. Os palestrantes internacionais também falarão de atualização
em acne, novidades em dermatite atópica, terapias gênicas e novas perspectivas em
saúde pública.
Estrangeiros:
Carlos
Fernando Gatti (Argentina),
Adrián Pierini (Argentina),
Roberto Arenas (México),
Diana Lockwood (Inglaterra),
Alan Menter (EUA), Ana
Kaminsky (Argentina), Anton
Stuetz (Áustria), Gérard
Lorette (França), James
Philip Harnisch (EUA), JeanFrançois Nicolas (França),
J e ff rey
Bryant
Travers
(EUA),
John
Alexander
McGrath (Inglaterra), Lawrence Schachner (EUA),
Percy Lehman (Alemanha),
Robin Marks (Austrália) e
Thomas Ruzicka (Alemanha).
Atividades sociais
O
s participantes do Congresso
da
Sociedade
Brasileira de Dermatologia
têm uma agenda repleta de atividades. Para cumpri-la, basta ter
muita disposição. O primeiro dia
do Congresso, 10 de setembro,
será marcado pelo coquetel de
abertura, às 19h30, no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães.
Fugindo aos padrões das solenidades, a noite não terá abertura
formal, nem discurso dos organizadores. O encontro será animado
pelo show de uma cantora de
MPB de renome nacional.
Para os acompanhantes
também haverá uma grande
programação, que acontecerá
no horário do Congresso. Além
das atividades já incluídas no
pacote de inscrição, que são o
Tour Cívico e as quatro festas,
serão oferecidas atividades
opcionais, que podem ser contratadas de acordo com o interesse de cada acompanhante.
No domingo, às 18h, acontecerá a festa Parangolé, no
Centro de Convenções. A happy
hour terá o tema "Brasileirinho",
com comidas e bebidas típicas
do País, ao som de uma banda
que tocará chorinho e samba,
para animar os participantes e
seus acompanhantes, depois de
um dia de muito trabalho.
A Festa de Confraternização
do Congresso será um grande
evento realizado num dos mais
belos espaços à beira do Lago
Paranoá. Embalada pela banda
Um novo curso: Media Training
Um novo curso está sendo especialmente
elaborado e será uma das inovações do próximo
Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia: o Media Training, que pretende dar
dicas e treinar os médicos sobre como se apresentar na imprensa de forma ética, produtiva e
vantajosa. O curso está sob a responsabilidade
da Dra. Doris Hexsel e da jornalista Tatiana
Gentil, e acontecerá no dia 11 de setembro, às
Satisfaction, pelo DJ Fábio Professor e pela cantora Indiana, o
evento começará com a contemplação do inesquecível pôr-dosol do cerrado, às 18h, na beira
do Lago. O ônibus sairá direto
do Centro de Convenções, às
17h30, para o Marina Hall, local
onde se realizará a grande festa.
Para quem quiser mais tranqüilidade, outra novidade. Na parte
externa do local haverá uma
tenda com MPB e Jazz.
No dia 13 de setembro, acontecerá outra happy hour. O tema da
festa será jazz, com o som da
banda Affinity Quintet Jazz. A
ambientação do local também
remeterá para esse estilo musical,
com muita comida típica da cidade
norte-americana de Nova Orleans,
berço do jazz, assim como os drinques que serão servidos. Tudo isso
no próprio Centro de Convenções,
a partir das 17h40.
9h, na sala 5 do Centro de Convenções Ulysses
Guimarães.
O curso foi elaborado tendo em vista o crescente interesse da mídia pelos profissionais da
saúde, principalmente os dermatologistas, cada
vez mais procurados pela imprensa. O programa vai abordar as principais recomendações do
CFM sobre entrevistas e publicidade médica,
técnicas para relacionamento com a imprensa e
a apresentação de casos de entrevistas positivas e negativas.
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JSBD l Ano IX n o 3
Simpósio dos Anais
Para o 60º Congresso da
SBD, os editores dos Anais Brasileiros de Dermatologia preparam um simpósio no dia 13 de
setembro, entre 14h40 e
16h40. O objetivo é discutir temas relevantes que envolvem a
publicação científica, como as
dificuldades habituais na elaboração do trabalho científico e
o processo de publicação; importância da redação na qualidade do trabalho científico; do
desenho metodológico na qualidade final do trabalho de investigação; descritores na área da
saúde; autoria e ética na publi -
cação científica; avaliação do
CAPES, a produção científica e
a qualidade dos periódicos
médicos brasileiros.
Como palestrantes estão
confirmados membros da Associação Brasileira de Editores
Científicos (ABEC), professores
de metodologia científica e o
Dr. Silvio Marques, um dos editores dos Anais. Segundo o editor científico associado dos
Anais, o curso é ideal para
parecerista ou autor interessado em publicar seus trabalhos
na revista científica da SBD.
“Esses são os convidados
imprescindíveis para o sucesso
do evento”, afirma.
Melhores trabalhos científicos
Os trabalhos científicos serão apresentados este ano de
forma diferente e ousada. Pela
primeira vez foi formada uma
comissão julgadora, que selecionou os 300 melhores, entre
772 trabalhos inscritos, dentro
de critérios técnicos, sem que
nenhum dos julgadores tivesse
acesso ao nome dos autores ou
de suas instituições. Posteriormente, foi feita uma nova
seleção, que escolheu 22 entre
os 300 melhores, que serão
apresentados em palestras ao
vivo, no domingo, em horário
exclusivo.
Outra novidade será a premiação dos seis melhores trabalhos, dentre os 22 aceitos.
Eles concorrerão a R$ 18 mil
em prêmios, divididos em três
categorias, elegendo primeiro e
segundo lugar para cada uma
delas. A eleição dos melhores
será feita através dos votos de
uma comissão de professores e
da platéia presente às 22 apresentações. São trabalhos vindos de todo País, sendo uma
excelente amostra da produção científica dos jovens
d e rmatologistas brasileiro s ,
uma vez que a maioria dos tra-
Dermatologia
Solidária
A medicina não teria sentido se não pudesse chegar a
todas as camadas sociais.
Por isso, o evento terá novamente o momento dedicado
à Dermatologia Solidária,
dia 11 de setembro, pela
manhã, uma das atividades
mais importantes do Congresso. O lugar escolhido foi
o Parque da Cidade, local
onde costumam circ u l a r,
aos domingos, cerca de 3 mil
pessoas. Será uma grande
oportunidade para que a
classe médica presente ao
evento oriente os freqüentadores, por meio de palestras
sobre dermatoses, envelhecimento cutâneo, prevenção
de doenças como câncer de
pele, entre outros. q
balhos foi feita por residentes
e pós-graduandos.
A entrega dos prêmios
acontecerá no dia 14 de
s e t e m b ro, ao meio-dia, no
Centro de Convenções, quando também será sorteada uma
passagem
aérea
para
o
Meeting da ADD/2006, e ocorrerá o encerramento do Congresso.
8
SBD
JSBD l Ano IX n o 3
Ações corporativas:
A
o falarmos em corporativismo a primeira idéia
que nos vem à cabeça é
a Era Vargas, quando o
Estado controlava todas as esferas da sociedade. Hoje, alguns
grupos ainda atuam de forma
corporativista, mas na roupagem atual, servem ao reconhecimento de segmentos sociais por
parte do Estado. O diretor de
Defesa Profissional da Associação Médica Brasileira, Dr.
Eduardo Vaz, afirma que o que
era um mecanismo para legitimar a interferência direta do
Estado em organismos como os
sindicatos é agora entendido
como um caminho para atuação
e defesa dos órgãos representativos de classe. “As sociedades
médicas são um bom exemplo.
Elas exercem um papel importante frente à sociedade civil”,
afirma. Para Roberto D´Avilla,
corregedor do Conselho Federal
de Medicina, o Conselho que
representa é um órgão corporativo que defende a sociedade dos
maus profissionais, “punindo-os
quando necessário e emitindo
normativas para o exercício da
boa prática médica”, explica.
A Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de
Medicina e a Federação Nacional
dos Médicos têm desenvolvido
ações conjuntas em várias frentes, com o objetivo de garantir
um ambiente de trabalho digno,
assim como assistência de qualidade para os pacientes. Simplificando, as corporações servem para proteger os médicos da
concorrência desleal e, ao
mesmo tempo, buscam melhor
qualidade no atendimento da população. Nesse sentido, brigam
pela implantação da CBHPM,
uma hierarquização que além de
garantir bom atendimento ao
usuário dos planos de saúde,
tornará mais justa a remuneração da classe. Mediante ações,
em especial as conjuntas com a
Frente Parlamentar de Saúde do
Congresso Nacional, defendem
a assistência médica pública e
privada. Brigam, entre outras
questões, por um ensino médico
de melhor qualidade e contra a
abertura indiscriminada de cursos de medicina.
Toda essa organização e luta
pode vir por terra frente ao surgimento de diversos novos grupos
associativos, mesmo sem o reconhecimento “oficial”. Na visão do
Dr. Eduardo Vaz, a concorrência
“Como os homens
são movidos pela
vaidade e pelo poder,
é possível o surgimento de muitas associações com o mesmo
objetivo”
pode até ser salutar. No entanto,
ele se contradiz ao dizer que “a
proliferação de várias associações
com uma mesma função dentro
de um mesmo Estado levaria à
anarquia, dificultando a implementação de políticas que garantam qualidade da assistência e do
ambiente de trabalho do médico”.
O Dr. Roberto D´Avilla explica que o CFM e os CRMs são
órgãos legalmente constituídos, que só podem agir estritamente dentro do previsto pela
lei de sua criação. Já as associações são livres, criadas pelo
desejo daqueles que têm algo
em comum, querem associarse e podem fazer o que a lei não
proíbe. “Como os homens são
movidos pela vaidade e pelo
poder, é possível o surgimento
de muitas associações com o
mesmo objetivo. Às vezes, basta uma derrota eleitoral para
surgir uma nova associação.
Outras vezes, elas se originam
de sentimentos genuínos de
melhoria e progresso, a partir
da inoperância de algumas sociedades”, conclui.
Para as sociedades médicas
se protegerem de “invasões”, o
melhor caminho é a construção
de políticas organizacionais que
permitam a seus associados o
pleno exercício de direitos e deveres, pautado pelo cumprimento dos estatutos, cabendo à
entidade contribuir para a
qualificação dos associados.
“Quando a associação médica
trabalha em beneficio do associado e da sociedade está cumprindo seu objetivo e, ao mesmo tempo, se protegendo contra as agressões externas”,
finaliza Dr. Eduardo Vaz.
q
E n t re v i s t a Eleuses Paiva
Presidente da
Associação
Médica Brasileira
Qual o papel da AMB?
Dr. Eleuses Paiva – Em
linhas gerais, o papel da AMB
pode ser resumido na defesa da
classe médica nos campos científico, ético, social, econômico e
cultural, além de contribuir na
elaboração de uma política de
saúde voltada ao aperfeiçoamento do sistema médico assistencial do nosso país. As principais
ações da AMB têm objetivado um
sistema de saúde mais digno,
tanto na qualidade da assistên-
Maio / Junho - 2005
9
JSBD l Ano IX n o 3
A
Participação nas entidades médicas
s atividades médicas
não se restringem a
atender e tratar doentes; elas vão muito
além. A classe luta por melhores
condições de trabalho, de remuneração, por uma política de
saúde pública competente e
igualitária. Para realizar essas
metas, uma das formas é o
engajamento do médico nas entidades representativas. O diretor da AMB, Dr. Alexandre
Sittart, considera essa participação fundamental: “Muito em
especial nos dias de hoje, os
médicos precisam defender seus
interesses e direitos, assim
como os de sua especialidade, e
é por isso que deveria haver
uma grande atuação dos médicos nas entidades, formando
uma imensa barreira protetora
para a classe”.
A maior participação dos dermatologistas também é defendida pela diretoria da SBD. Segundo o Dr. Celso Sodré, as inúmeras pressões políticas e eco-
cia como na valorização e motivação do profissional médico.
Quais as principais atividades
em prol do médico da AMB?
Dr. Eleuses Paiva – São
várias: a regulamentação da
profissão médica, através da
aprovação da Lei do Ato Médico
(PLS 25/02); aprovação do
Projeto de Lei 3466, que referencia a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos no sistema
suplementar de saúde; a implantação da própria CBHPM; a
luta contra a abertura de novos
cursos de medicina e o plano de
carreira, cargos e salários para
os profissionais que trabalham
no Sistema Único de Saúde,
inclusive no Programa de Saúde
da Família. Na área de educa-
nômicas fizeram com que a
representação formal, por intermédio de entidades fortes e legítimas, se tornasse obrigatória
no destino da classe médica e da
população. Para ele, a SBD deve
estar representada, via a participação dos associados, no CFM,
na AMB e na Fenan.
“É importante defender os
interesses da boa Dermatologia.
Nossa ausência permite que colegas não dermatologistas, sociedades de outras especialidades
e, mesmo as não reconhecidas,
se aventurem em nossa área de
atuação. Também há risco de
que as instituições acabem decidindo por nós, optando pelo que
elas consideram melhor ou pior”,
“É importante
defender os
interesses da boa
Dermatologia.
ção médica, poderíamos citar a
revalidação dos Títulos de
Especialista e a participação da
entidade na Comissão Nacional
de Residência Médica.
Qual a importância do médico
participar de entidades representativas como a AMB?
Dr. Eleuses Paiva – É de
vital importância para o fortalecimento da classe, pois só teremos um classe forte e representativa se igualmente tivermos
entidades fortes e representativas. Por isso, passa a ser muito
importante que todo o profissional integre suas entidades
representativas, colaborando
assim na luta pela abertura de
novos horizontes e perspectivas
em prol da sociedade e da classe médica brasileira.
q
defende o Dr. Celso.
O Dr. Sittart ressalta que são
poucos os que têm se dedicado
ao trabalho político, apontando
a preocupação com a vida pessoal ou a vaidade como alguns
motivos que levariam ao desinteresse. “Infelizmente, em meus
35 anos de formado, não vi tantos ocupados com o papel político”, observa. Dado que merece
atenção do representante da
AMB é o fato de que atualmente são 140 faculdades de medicina abertas, havendo ainda
outras em processo de abertura. Para ele, não resta dúvida
da necessidade de os colegas se
candidatarem para auxiliar na
defesa da classe médica.
“A vaidade pessoal e a ganância não nos levarão de forma
alguma a um futuro promissor”,
afirma o Dr. Sittar, cuja dedicação à vida profissional é modelar: iniciou sua atividade na
AMB, em 1982, por indicação do
professor Nelson Proença, e lá
participou praticamente de
todos as diretorias até hoje.
E como atuar na SBD?
De acordo com o Dr. Celso
Sodré, está determinado no
Estatuto da Sociedade que
todos os associados quites
podem votar. Estão aptos para
candidatar-se a cargos de delegados regionais, os associados
efetivos quites com suas obrigações. Para concorrer aos cargos
de presidente e vice-presidente,
o associado deve ser efetivo há
mais de 10 anos, estar quite e
ter participado de cargo diretivo
na SBD ou em uma de suas
Regionais. A diretoria eleita
escolhe seus membros, seguindo as normas do Estatuto.
Estarão aptos para as Comissões de Ensino, Títulos de
Especialista e Cientifica os portadores dos títulos de professores titulares, livre-docentes ou
doutores.
q
SBD
o
10 JSBD l Ano IX n 3
A
Prós e contras do uso da flutamida
utilização da flutamida foi
tema de alerta pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido a notificações de letalidades ocasionadas
pelo uso da substância. Este fato
reduziu a prescrição off-label
pelos dermatologistas, segundo
afirmação do tesoureiro da SBD,
Dr. Abdiel Lima. “Alguns médicos
desconheciam os seus efeitos
colaterais e, principalmente, os
mecanismos de ação da droga, ou
ainda, usavam indiscriminadamente sem nenhum protocolo”,
afirma.
Para o Dr. Abdiel é importante ressaltar os perigos do
uso indiscriminado da substância, mas também cabe destacar os vários benefícios
quando aplicada nos tratamentos de algumas formas de
alopécia e de acne. Com o intuito de discutir essas questões, foi iniciada uma série de
reuniões com a participação
dos dir e t o res da SBD, Dr.
Abdiel Figueira e Dr. Celso
Sodré, a secretária do Departamento de Cosmiatria, Dra.
Ana Maria Pinheiro, e a consultora técnica-médica da
Anvisa, Dra. Patrícia Mandali
de Figueiredo. O primeiro encontro aconteceu no dia 25 de
maio, na sede da Sociedade.
O Dr. Celso Sodré considera
louvável a atitude da Anvisa ao
procurar à Sociedade para
debater o uso da flutamida
pelas mulheres. “Seus efeitos
terapêuticos são muito bons.
Porém, a gravidade da hepatoxicidade que parece ocorr er
idiossincraticamente, raramente em pacientes, mesmo tomando as doses usuais, nos leva a
algumas precauções”, afirma.
Ficou a cargo da Dra. Ana
Maria Pinheiro elaborar uma
proposta de prescrição controlada,
com
consentimento
informado. O documento será
apresentado para apreciação
da Agência. “Também propomos à Dra. Patrícia Figueiredo
um projeto de estudo duplocego, randomizado e sob rigoroso controle a ser implementado nos serviços credenciados que se intere s s a s s e m ” ,
afirma Dr. Celso.
q
II Simpósio Latino-Americano de Alergia
Cutânea
S
egue a todo vapor
a organização do II
Simpósio LatinoAmericano de Alergia
Cutânea que será realizado pela SBD, com
apoio da Regional SP,
nos dias 14 e 15 de outubro na Federação do
Comércio, em São Paulo.
Supervisionado pela coordenadora do Departamento de Alergia da
SBD, Dra. Alice Al-
chorne, o evento abordará os
principais tópicos relacionados à
alergia dermatológica. Destinase também a diferentes especialidades, como Alergia, Medicina
do Trabalho e Clínica Médica.
De acordo com a Dra. Alice
Alchorne, as palestras serão
proferidas pelos principais especialistas brasileiros e do exterior. O simpósio está dividido
em quatro módulos: fisiopatogenia e bases terapêuticas das
dermatoses alérgicas; pruridos,
urticária e angioedema; eczemas e farmacodermias. O evento terá ainda dois cursos práticos sobre teste de contato, que
serão realizados na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e na
sede da Regional São Paulo.
O II Simpósio Latino-Americano de Alergia Cutânea está
incluído no Programa de Educação Médica Continuada da
SBD. Os interessados podem
obter informações pelo site da
Sociedade (www.sbd.org.br).
Maio / Junho - 2005
11
JSBD l Ano IX n o 3
Melhores trabalhos de 2004 dos Anais
são premiados
N
o segundo semestre de
2004, os editores científicos dos Anais Brasileiros
de Dermatologia, os doutores
Bernardo Gontijo, Silvio Marques e Everton Vale, anunciaram através do editorial do volume 79, número 3, uma premiação para os melhores trabalhos
de investigação e caso clínico
publicados na revista científica
da SBD. Concedido anualmen-
te, o prêmio visa o incentivo à
publicação e tem apoio da diretoria da Sociedade. A recompensa por trabalho premiado inclui
pacotes com inscrição, passagem e hospedagem para o Congresso da SBD.
Os trabalhos de 2004 foram
julgados, segundo Dr. Bernardo
Gontijo, levando em conta a
adequação metodológica, redação, relevância do tema e quali-
CATEGORIA: INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
1º
2º
LUGAR - Melanoma hereditário: prevalência de fatores de risco em um grupo de pacientes no Sul do Brasil.
Charles André Carvalho, Roberto Giugliani, Patrícia Ashton-Prolla, Maurício Estrela da Cunha e Lúcio Bakos.
Serviços de Genética Médica e de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - UFRS
PRÊMIO - 01 (uma) passagem, 01 (uma) hospedagem e 01 (uma) inscrição no Congresso Brasileiro de
Dermatologia de Brasília
LUGAR - Infecções cutâneas e acidentes por animais traumatizantes e venenosos ocorridos em aquários
comerciais e domésticos no Brasil: descrição de 18 casos e revisão do tema.
Vidal Haddad Jr.
Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) e Hospital Vital Brazil (Instituto Butantan)
PRÊMIO - 01 (uma) passagem e 01 (uma) hospedagem no Congresso Brasileiro de Dermatologia
de Brasília
CATEGORIA: CASO CLÍNICO
1º
LUGAR - Fenômeno de Lúcio na gestação
Karin A. Helmer, Isabela Fleischfresser, Luciana D. Kucharski-Esmanhoto, José Fillus Neto, Jesus R.
Santamaría
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
Prêmio - 01 (uma) passagem para o Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília
2º LUGAR - Síndrome dos cabelos anágenos frouxos associada à distrofia macular – descrição de uma família
Mário Terno Sato, Fabiane Mulinari Brennr, Rodrigo Marzagão, Fábio Sabbag, Gisele Bordignon, José
Fillus Neto, Daura R. Eiras-Stofella, Antônio Franco, Carlos Augusto Moreira Jr.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
PRÊMIO - 01 (uma) passagem para o Congresso Brasileiro de Dermatologia de Brasília
dade da documentação. Ainda
de acordo com ele, o prêmio
contempla o trabalho, e não
autor principal ou co-autores.
“Cabe aos autores, de comum
acordo, decidirem sobre o partilhamento do prêmio. A idéia é
que a premiação se estenda aos
trabalhos dos anos seguintes, e
não apenas os publicados em
2004”, fala. Conheça os vencedores:
Curso
O editorassociado dos
Anais Brasileiros de Dermatologia, Dr.
Everton S. do
Vale, e a assistente editorial da SBD,
Cibele Aviles, participaram do
"Curso de Atualização sobre
Avaliação do Trabalho Científico", promovido pela Associação Brasileira de Editores
Científicos (ABEC), nos dias
11, 12 e 13 de maio, no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em
Petrópolis (RJ). No curso, além
do aprendizado de novos conhecimentos, foram trocadas
experiências com os editores
de outras revistas científicas.
SBD
o
12 JSBD l Ano IX n 3
Clube de Revista
Alberto Cardoso *
Garzon MC, Lucky AW,
Hawrot A, Frieden IJ. Ultrapotent topical corticosteroid
treatment of hemangiomas
of infancy. J Am Acad
Dermatol. 2005; 52:281-6.
Hemagiomas cutâneos superficiais da
infância representam um desafio terapêutico. Duas pequenas séries de casos,
usando corticoesteróides tópico, ultrapotente para hemagiomas perioculares
foram relatados na literatura oftamológica. O uso desse tratamento para hemagiomas da infância, em outros locais do
corpo não tinha sido publicado.
Os autores procuraram avaliar os efeitos clínicos da aplicação por pouco tempo
de corticoesteróides ultrapotentes (proprionato de clobetasol 0,05% em creme)
para o tratamento de hemagiomas da
infância.
O protocolo de 34 crianças com hemagiomas proliferantes da infância que
foram tratados com corticoesteróides
tópicos ultrapotente foram revisados
retrospectivamente. A resposta ao tratamento foi baseada em: (1) parada do crescimento; (2) redução ou achatamento da
lesão; e (3) clareamento da cor da superfície. As lesões que demonstraram resposta a dois ou três critérios foram julgados como tendo boa resposta; um critério
resposta parcial e nenhuma regressão,
sem resposta.
Dos pacientes, 35% tiveram boa resposta, 38% resposta parcial e 27% não
responderam.
Concluíram que 74% dos hemangiomas das crianças responderam bem
ou parcialmente ao tratamento com
c o r t i o s t e roides tópico ultrapotente.
Dos que responderam a maioria re l atou a parada do crescimento antes da
época esperada para idade. A re g re ssão foi mais evidente nos hemangiomas
superficiais
mais
delgados
demostrando melhor resultado cosmético que as lesões mais espessas.
* Coordenador médico do Jornal da SBD
Estudo das Doenças
Tropicais
A
s doenças tropicais até pouco tempo
atrás eram pouco estudadas pelos
meios acadêmicos. Hoje, propaga-se
mais a importância de saber diagnosticá-las,
tendo em vista a disseminação das doenças
através dos infectados que viajam pelo
mundo afora. A SBD realiza anualmente um
curso voltado para esses temas. Esse ano, o
XXVII Curso Internacional de Dermatologia
Tropical e Meio Ambiente será nos dias 11,
12, e 13 de agosto, em Maceió (AL). A coordenação está a cargo de autoridades no assunto: os doutores René Garrido Neves, Sinésio
Talhari e Alberto Cardoso.
- Os temas da mais alta relevância serão
tratados por professores de renome, com
grande experiência em Dermatologia Tropical
- afirma o coordenador local, Dr. Alberto
Cardoso.
Entre os professores convidados está o
venezuelano Francisco Gonzalez, além de
mestres brasileiros. Estão incluídos no programa dois cursos práticos: a Dra. Clarisse
Zaitz abordará o tema “Micologia” e o Dr.
Porfírio J. Soares Filho falará sobre
“Histopatologia”. Serão objetos de estudo
temas como: “O que há de novo: sífilis, cancroide, linfogranuloma inguinal e dobovanose”, “Dermatoses causadas por plantas e animais peçonhentos”, “Esporotricose/rinosporodiase” e “HTLV1”. A participação no curso vai
contar pontos para o Programa de Educação
Médica Continuada da SBD.
q
As inscrições são realizadas através do site da
Sociedade (www.sbd.org.br). Outras informações podem ser obtidas com Ailma Godoy, pelo
telefone (82) 325.3468.
Maio / Junho - 2005
13
JSBD l Ano IX n o 3
Dermatologia na luta contra as DSTs
O
tradicional cinema
Odeon BR, no centro do Rio de Janeiro, foi palco de
um encontro raro: cerca de
370 pessoas, entre palestrantes, estudantes e profissionais
da rede pública e dos serviços
da SBD, participaram do I
Simpósio Nacional de Doenças
Sexualmente Transmissíveis,
no dia 11 de junho, que contou com o apoio do Ministério
da Saúde. De acordo com o
coordenador do Departamento
de DST da SBD, Dr. João
Carlos Avelleira, o estudo das
doenças venéreas sempre
esteve associado à Dermatologia, daí a importância da
ação. “Fiquei feliz em realizar
o evento em um lugar despojado, bonito e confortável, proporcionando o destaque que o tema
merece. Ao mesmo tempo,
atraindo os jovens dermatologistas. Afinal, as DSTs têm ficado a
reboque de outras doenças”,
afirma.
O Dr. Avelleira também
acredita que o evento demonstrou a vontade dos dermatologistas participarem do combate
aos grandes problemas de
saúde nacionais, o que valoriza
a especialidade. Para o presidente da SBD, Dr. Sinésio
Talhari, o especialista é “um
ator importante nos diagnósti-
cos das doenças sexualmente
transmissíveis”. Entre os palestrantes estavam os representantes do Programa Nacional
de DST/Aids do Ministério da
Saúde, Dr. Eduardo C. de
Oliveira e Dr. Valdir M. Pinto.
Como parte da iniciativa, nos
dias 9, 10 e 11 de junho uma
equipe médica esteve em uma
tenda montada em frente ao
cinema para tirar dúvidas e
distribuir material educativo
para a população carioca.
“A contaminação por HIV
pode ser aumentada 18 vezes
em pacientes com úlceras geni-
tais”, diz o Dr. Eduardo de
Oliveira,
do
Programa
Nacional de DST/Aids. Em
relação aos tratamentos, ele
observou que os profissionais
dos postos de saúde têm tido
receio de prescrever a penicilina por causa das reações
anafiláticas. Ele considera a
substância eficaz e barata.
“Infelizmente não conseguimos ainda no País uma
queda da morte por sífilis
congênita, uma contradição
pelo fato de ser uma doença
fácil de tratar”, afirma. O Dr.
Sinésio
Talhari
lembrou
durante sua palestra que
tudo o que ocorre na pele
pode acontecer também nos
órgãos genitais. Portanto,
defende atuação de equipes
integradas com dermatologistas
e bons patologistas para evitar
diagnósticos tardios, o que pode
levar o paciente à morte.
“Alguns pacientes rodam nas
mãos de médicos, conheço
casos em que passaram até
quatro anos sem diagnósticos.
A importância da dermatologia
é enorme nas DSTS e nas manifestações cutâneas”, afirma. Ele
também aconselha que os especialistas solicitem testes de HIV
sempre que notarem úlceras ou
moluscos, mesmo pequenos, na
pele dos pacientes.
q
SBD
o
14 JSBD l Ano IX n 3
Revalidação do Título de Especialista
A
Sociedade Brasileira de
Dermatologia enviou para a
Comissão Nacional de Acreditação um documento com diversas sugestões referentes à Consulta Pública sobre as normas de
revalidação do Título de Especialista, proposta pela Associação
Médica Brasileira. O relatório foi
elaborado pelos coordenadores da
Educação Médica em Dermatologia da SBD, os doutores Paulo
Machado e Iphis Campbell.
De acordo com a nova regulamentação da AMB, os médicos
deverão passar pelo processo de
revalidação a cada cinco anos;
para isso, necessitam obter a
pontuação participando de atualizações científicas. Está previsto que a partir de janeiro de
2006 começarão as atividades
de acumulação de créditos.
A Comissão Nacional de
Acreditação já iniciou o trabalho de avaliação de todo o material que recebeu durante a consulta pública. As normas devem ser consolidadas no próximo encontro, na sede da AMB.
Em seguida, serão encaminhadas à plenária do CFM, que irá
regulamentá-las em forma de
resolução. O Jornal da SBD
entrevistou o Dr. Paulo Machado. Leia a seguir:
JSBD - Quais os pontos da
proposta da SBD enviada
para a Comissão Nacional
de Acreditação?
Dr. Paulo Machado - Nossa
proposta aborda inicialmente
Doutores Paulo Machado e Iphis Campbell
diversas sugestões no sentido
de descentralizar o que foi pro- participações para pontuação.
posto na regulamentação da Consideramos que isso implica
Comissão Nacional de Acre- em burocracia e dificuldades adiditação. Lembramos que somos cionais para os associados.
uma sociedade pioneira na Sugerimos que este processo seja
implantação do programa de realizado por cada sociedade que
EMC-D, portanto nossa experiên- então encaminha a CNA a poncia é importante. Identificamos tuação de cada associado.
diversos pontos no projeto de
regulamentação que necessitam JSBD - Qual a sua opinião
de reparos. Por exemplo, pela sobre revalidação do Título?
proposta da CNA/AMB basta à
Dr. Paulo Machado - Acrepresença anual dos médicos em ditamos que a revalidação do
congressos nacionais da especia- Título é altamente positiva e cerlidade, durante cinco anos, para tamente terá repercussão muito
completar a pontuação necessá- grande na prática médica, ao
ria à revalidação. A nossa reco- valorizar o profissional que innhece a importância dos congres- veste em reciclagem e conhecisos brasileiros, porém quer tam- mento, beneficiando diretamenbém que as várias atividades da te os nossos pacientes.
EMC sejam valorizadas. Finalmente, sugerimos alguns meca- JSBD - O programa da SBD será
nismos que facilitem o papel da adequado às novas normas?
CNA quanto a acreditação dos
Dr. Paulo Machado - A prinmédicos das diversas especialida- cipal mudança será em relação
des. O projeto prevê que todos os ao Regimento da EMC-D da
médicos encaminhem à CNA SBD, que terá que se adequar
xerox ou comprovantes de suas às novas normas.
q
Aprovados no Título de Especialista da SBD
Dos 398 candidatos que fizeram a prova de Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 223 foram aprovados. Os três primeiros colocados são: Clarissa
Bacha Berti, da Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre;
Julio César Gomes Silveira, do
Hospital Universitário Antonio
Pedro da Universidade Federal
Fluminense; e Rodrigo Portilho
Silva Magalhães, da Faculdade
de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais.
Para solicitar o Título de Especialista, emitido pela Associação
Médica Brasileira (AMB), os especialistas devem pagar uma taxa à
AMB, efetuando o depósito no
valor de R$150,00 (cento e cinqüenta reais) na conta da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e
encaminhar o recibo com o nome
completo para a Sociedade por fax
ou pelo correio. O prazo para a
entrega do Título varia entre três e
quatro meses.
Pagamento da Taxa:
Valor: R$150,00
(cento e cinqüenta reais)
Banco: Banco do Brasil
Agência: 0435-9
Conta Corrente: 33937-7
Comprovante de pagamento:
Enviar por fax para o
telefone (21) 2253-6747,
ramais 208 e 206.
Ou para o endereço
Av. Rio Branco, 39 - 18º Centro - CEP 20090-003
Rio de Janeiro – RJ.
Maio / Junho - 2005
15
JSBD l Ano IX n o 3
A delicada relação médicos x jornalistas
* Antônio Marinho
C
erta vez, tive que
escrever uma reportagem sobre uma
virose que ameaçava
se tornar uma epidemia.
Ainda iniciando no jornalismo
médico e científico, procurei
um dos melhores especialistas
no assunto, um virologista da
UFRJ. Mal entrei na sala do
professor, ele inverteu nossos
papéis e passei a ser o entrevistado. Antes que eu pudesse
fazer as primeiras anotações,
o pesquisador me perguntou a
diferença entre vírus e bactérias. Depois da minha resposta, pouco satisfatória, tive na
hora uma aula de biologia. A
partir daí, pude assumir o
meu papel de repórter.
Esse episódio mostra o
quanto a relação entre jornalistas e médicos é delicada,
porém, imprescindível com os
avanços na medicina e um
público leigo cada vez mais
interessado
em
ciências.
Portanto, para essa relação dar
certo é preciso ética, confiança
mútua e paciência entre os
dois. Paciência por parte dos
médicos e dos cientistas, que
muitas vezes não têm tempo
para explicar com clareza uma
doença, um diagnóstico ou um
tratamento. E esse tempo parece mais curto quando o repórter não é especializado na área,
o que acontece com a maioria
dos jornalistas.
Mas é preciso paciência
também por parte do repórter,
pois nem sempre seu entrevistado tem todas as respostas
ou sabe tudo sobre o assunto.
Até porque, em muitos casos,
a medicina é a arte de entreter
a doença. E para complicar
ainda mais a relação médicojornalista, há o prazo para a
entrega das reportagens. Isso
aumenta o risco de erros de
informação ou de uma resposta ser mal compreendida.
Daí a importância de os
dois estarem preparados para
a entrevista. O repórter fazendo uma pesquisa prévia sobre
o entrevistado e o tema que
será abordado. Já o médico
deve estar pronto para explicar tudo de forma didática e,
se possível, ilustrando a conversa com gráficos, pesquisas
e fotos. Aliás, material que
será muito útil na hora de o
repórter preparar o texto final.
Apesar de a maioria dos jornalistas fugirem de matemática e estatística, eles adoram
números. Os editores, aqueles
que dão o trato final à reportagem, gostam mais ainda de
comparações numéricas e
dados de pesquisas. Portanto,
estudos recentes, com números confiáveis sobre uma doença, sua evolução, casos registrados, resultados de pesquisas etc, são dados preciosos.
Por isso jornalistas tendem a
preferir como fontes aqueles
médicos ou pesquisadores
atualizados nos assuntos das
suas áreas.
Se por um lado o jornalista
gosta de números, aprecia
muito mais boas histórias. Se
dentro dos limites éticos o médico puder indicar bons personagens para ilustrar a reportagem,
ele terá ainda mais crédito com
o repórter. E ética é fundamental nessa relação. O médico
jamais deve usar o repórter
para fazer autopropaganda ou
divulgar tratamentos “milagrosos” ou técnicas ainda não
aprovadas. Mas também o jornalista deve ter o cuidado de filtrar as informações, apurando
com as associações ou sociedades médicas o que vale ou não.
É claro que se o médico
sentir que o repórter está inseguro com relação ao tema
abordado, pode e deve se colocar à disposição para ler o
texto final, por e-mail, fax etc.
O médico, porém, não deve
interferir ou conduzir a entrevista. Mesmo assim, se houver
erro na publicação poderá
enviar uma carta de retificação. O ideal é que o jornalista
também opte pela leitura final
do especialista, pois temas
técnicos muitas vezes ganham
um outro sentido quando é
feita a “tradução” para o público leigo. E, neste caso, é
preciso corrigir.
O mais importante é que o
leitor receba a infor mação
exata. Conflitos de informação
e de opinião fazem parte do
dia-a-dia dos jornalistas. O
que deve ficar claro para o
médico e o jornalista é que o
único beneficiado com a reportagem tem que ser o leitor.
* Repórter do Jornal O Globo
SBD
o
16 JSBD l Ano IX n 3
A seção Em Pauta, coordenada pela Dra. Francisca Regina Carneiro, coloca em
discussão um tema da dermatologia para a opinião de especialistas.
Hemangiomas – Quando intervir?
Por Silmara C. P. Cestari
O diagnóstico correto é fundamental na conduta a ser
tomada e deve ser baseado fundamentalmente no exame clínico acompanhado de investigação quando necessário. É imprescindível o diagnóstico diferencial entre: malformações
vasculares e hemangiomas; hemangiomas infantis (também
denominados hemangiomas capilares) e hemangiomas congênitos (RICH -rapidly involuting
congenital hemangioma e NICH
- non-involuting congenital
hemangioma) e hemangiomas e
outros tumores - Hemangiomas
localizados no segmento cefálico devem ser diferenciados de
encefalocele, fibrohialinose e
glioma, entre outros. Hemangiomas parotídeos podem ser
confundidos com blastomas e
hemangiopericitoma.
A importância da investigação e certeza diagnóstica nos
casos suspeitos de hemangioma
ou malformação vascular está,
principalmente, no diferencial
com lesões malignas, que
metastatizam e levam ao óbito
crianças com conduta expectantes em lesões erroneamente
diagnosticadas como hemangiomas. Após a certeza diagnóstica, três características principais devem ser observadas
quando se examina um hemangioma: a localização, o tamanho
e a presença de ulceração.
A maioria dos hemangiomas
(85%) não necessita tratamento.
Hemangiomas pequenos, localizados longe dos orifícios naturais
geralmente não apresentam complicações e não necessitam de tratamento, regridem espontaneamente entre 2 e 10 anos e a melhor
conduta é esperar que isso ocorra.
Devemos intervir em aproximadamente 15% dos hemangiomas,
baseados nos seguintes aspectos:
Localização – atenção especial deve ser dada aos hemangiomas de localização:
periocular - leva à obstrução
visual, deformidade da córnea,
erro de refração, ambliopia (46%
dos casos); nasal - (conhecido
como nariz de Cyrano), pode levar
à distorção dos ossos do nariz;
labial - geralmente evolui com
ulceração e infecção, possibilitando a formação de cicatrizes que
poderão interferir na alimentação
e causar deformidades estéticas;
cervico-facial grande - requer cuidados e preocupações especiais,
pois pode interferir com as funções vitais. Hemangioma na
região cervico-facial com configuração em forma de barba (“beard
hemangioma”) tem alta correlação com hemangioma sub-glótico, sendo sintomático em 63%
dos casos (estridor progressivo já
com seis a12 semanas de vida);
pode também estar relacionado à
vasculopatia do SNC. Além disso,
pode significar Síndrome PHACES (Malformação da fossa posterior, hemangioma, anomalia
arterial, coarctação da aorta, alterações oculares, anormalidades
esternais); anogenital - geralmente ulcera e infecta, ocasionando
dor para urinar e defecar; da
região lombosacra - pode estar
associado à malformação genitourinária (ânus imperfurado, fístulas, anormalidade renal) e malformação de medula e - na região
mamária pode ulcerar e/ou interferir com o desenvolvimento normal da mama. Mesmo após a
involução deixam massas residuais significativas, necessitando
correção cirúrgica.
Tamanho - os hemangiomas
de grandes dimensões são preocupantes, pois além de deformantes podem interferir com as
funções vitais e estar associados
a hemangiomas viscerais. É
muito importante o diagnóstico
diferencial desses hemangiomas
com outras malformações vasculares, tumores vasculares e
outros tumores (teratoma, neuroblastoma, lipoblastoma e
etc...). Um conceito recente é a
associação de grandes hemangiomas com hipotireoidismo. Deve-se se pedir exames para avaliação de função tireoidiana em
todas as crianças com hemangiomas de grandes dimensões.
Hemangioma visceral pode
estar associado a poucas lesões
de pele, muitas lesões de pele, à
angiomatose difusa neonatal e à
hemangiomas gigantes. Os dois
tipos mais comuns de hemangioma visceral são o hepático e o
subglótico. Nos grandes hemangiomas e na suspeita de hemangioma visceral deve-se fazer
exame físico cuidadoso, principalmente cardiovascular, respiratório e hepatoesplenico. Laboratorialmente devem-se pedir,
em todos os casos, ultrassonografia, ressonância magnética,
hemograma com diferencial
para plaquetas e provas de função tireoidiana.
Ulceração - é sinal de involução do hemangioma. Na grande
maioria dos casos o hemangioma
ulcerado só requer cuidados
locais, prevenção e tratamento da
infecção secundária (quando houver). Só necessitam de intervenção
os hemangiomas ulcerados em
grande extensão e os de localização labial e anogenital, que geralmente apresentam dor, sangramento, maior probabilidade de
infecção e de deformidades.*
*Devido à extensão, tivemos que
cortar as partes do texto que abordam:
modalidades terapêuticas, outras condutas e tratamentos cirúrgicos. Leia a
íntegra disponível no site da SBD
(www.sbd.org.br).
Departamentos
Unidos por uma gestão profícua
F
eriadão de intenso trabalho. Assim os membros da
diretoria encerraram o domingo, 24 de abril, no encontro
realizado em São Paulo com os
presidentes das regionais da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O objetivo da reunião
foi mobilizar os representantes
da SBD para as propostas do
plano de gestão, elaborado em
conjunto com os coordenadores
dos departamentos especializados. As ações institucionais
internas e externas da Sociedade
foram apresentadas pelos responsáveis pelos programas institucionais, tesouraria e secretaria.
“Sem a participação efetiva
dos presidentes de regionais, é
impossível conseguirmos atingir as metas do plano de gestão”, disse o Dr. Sinésio Talhari,
presidente da SBD. Segundo
ele, o plano foi elaborado para
contemplar os anseios do associados. Dentre os objetivos,
está a implementação de atividades que estejam relacionadas
às áreas em que os dermatologistas vêm atuando mais intensamente - como clínica, pesquisa, cirurgia e cosmética - e o
resgate da importância do especialista em doenças como hanseníase, DSTs e leishmaniose.
Além disso, a diretoria pretende realizar um censo que
reunirá as informações necessárias para a realização de projetos voltados para as principais doenças dermatológicas.
“Assim podemos pleitear, junto
aos órgãos competentes, medicações específicas, como imunossupressores e antimicóticos, para os pacientes em
ambulatórios públicos. Todas
essas atividades têm por finalidade mostrar à população
quem somos e o que fazemos.
Ao nosso ver, isso significa valorizar a dermatologia”, completou o presidente.
O Chefe do Departamento de
Cosmiatria, Dr. Jayme de Oliveira Filho, desenvolveu uma
pesquisa para conhecer os principais procedimentos cosmiátricos feitos pelos dermatologistas
em seus pacientes. O questionário será enviado por e-mail
para todos os associados. Com
o resultado a SBD poderá criar
um banco de dados, muito útil
também para a divulgação da
especialidade na mídia.
- Peço a todos que se
esforcem respondendo o questionário, pois a partir dele também poderemos conhecer os verdadeiros anseios dos colegas em
relação a diversos subtemas. A
idéia é reforçar junto à opinião
pública que o especialista mais
indicado para orientações cosmiátricas é o dermatologista explica Dr. Jayme Filho. Ele
solicita que todos os colegas
interessados em colaborar com
sugestões para o Departamento,
que contribuam através do
e-mail [email protected].
Hanseníase
Ética em questão
Responsabilidade
Médica e o Manual de
Defesa Profissional
* José Roberto P. Pegas
O tamanho da responsabilidade moral se expande com os
avanços da ciência e da tecnologia médicas. Do mesmo modo, os conceitos de responsabilidade ética sofreram modificações com a evolução humana,
porém é certo que esta responsabilidade é intransferível e
personalíssima: o médico é autor único de seus próprios atos,
não dividindo com terceiros,
nem transferindo para eles a
responsabilidade.
A dermatologia está incluída
dentro deste contexto: o desenvolvimento de novas técnicas e
tratamentos impõem ao dermatologista, cada vez mais desa-
Cosmiatria dermatológica
fios. É chegada a hora de nos
unirmos em torno do tema e
regulamentar os preceitos éticos que afetam diretamente a
nossa classe.
Por esse motivo, em breve,
estaremos elaborando o nosso
“Manual de Defesa Profissional”
que terá um papel fundamental
nos atos dermatológicos futuros.
Serão abordados temas como o
“Erro médico”, “Relação médicopaciente”,
“Responsabilidade
civil e penal”, “Documentação
médica”, “Relacionamento com a
mídia” e etc.
q
* Comissão de Ética e Defesa
Profissional
A coordenadora do Departamento de Hanseníase, Dra.
Maria Leide de Oliveira, através
da campanha apoiada pela
SBD, avança na luta contra a
hanseníase. No dia 7 de maio,
418 pessoas foram atendidas
no município de Aparecida, na
região metropolitana de Goiânia. Foram detectados 17 novos
casos. Os pacientes começaram
o tratamento no mesmo dia.
Além de dermatologistas atuantes na própria Secr etaria
Municipal de Saúde, participaram também residentes do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiânia.
No estado, ainda estão agendadas campanhas nos municípios de Senador Trindade, em
20 de junho e Lusiânia, nos dia
15 e 16 de julho. As próximas
ações serão nos estados do Rio
de Janeiro, na Amazônia e no
Espírito Santo.
SBD
o
18 JSBD l Ano IX n 2
Serviços Credenciados
Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes/Ufal
Regionais
Goiás
Os membros do serviço da Ufal, doutores Martha Débora
L. Tenório, Claudia J. T. Mendes, Fernando Soares, Thiago
Antonio B. Pinto e o Professor Alberto Cardoso, obtiveram o
primeiro lugar na sessão mini-casos do evento Abril pra Pele,
que aconteceu em Caruaru, Pernambuco. O trabalho
“Eritroqueratodermia variabilis de Mendes da Costa”, um
relato de sete casos familiares, concorreu com trabalhos de
dermatologistas de várias cidades do Nordeste.
Hospital do Iaserj
Segundo informação do chefe do serviço, Dr. Sérgio
Quinete, as quatro residentes do hospital inscritas na prova
do TED da SBD foram aprovadas. São elas as doutoras Ana
Cristina Heluy Dantas, Heloisa Costa Carvalho, Jucele
Xavier Bettin e Luciane Guedes Junger. “Esse é um motivo
de satisfação e orgulho para toda a equipe”, afirma.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade
Estadual de Londrina
O Centro abrigará o Curso de Dermatologia Pediátrica, no
dia 25 de junho, das 14h às 18h30, nas dependências da
Associação Médica de Londrina. De acordo com o Prof. Dr.
Lorivaldo Minelli, chefe do serviço, o evento é patrocinado
pela Seção do Paraná da SBD e desenvolverá a seguinte programação: a Dra. Nádia De Almeida abordará o tema
Zoodermatoses, Acne na Infância e Eczema Atópico (Clínica
e fisiopatologia); o Dr. Alessandro Vieira, Condutas Práticas
nos Hemangiomas da Infância; Dr. Marcelo Marcondes do
Prado, Diferenciação dos Eczemas na Infância; Dr. Mauro F.
Mendes, Dermatoses Comuns na Infância: como eu trato;
Dra. Heloísa S. Delfino, Urticárias na Infância e a Dra.
Marcia Gon, Terapia de Grupo em Crianças com
Dermatoses Crônicas.
Serviço Universitário de Taubaté
A próxima atividade do Serviço Universitário de Taubaté,
chefiado pelo Dr. Samuel Mandelbaum, será a “Jornada
Dermatológica da Unitau”, no dia 25 de junho, a partir das
8h30, no Hospital Universitário de Taubaté. Serão apresentados casos clínicos, ao vivo, com comentários do professor Silvio
Alencar Marques, que também ministrará palestra. Os interessados em informações podem telefonar para (12) 3625-7533.
Hospital Heliópolis de São Paulo
O tema “Cuidados com o Idoso” será visto na semana de
29 de setembro a 1o de outubro, durante o ciclo anual de
palestras das especialidades do Hospital Heliópolis de São
Paulo. Segundo o chefe do serviço de dermatologia, Dr.
Jacob Levites, a programação faz parte do Programa de
Residência Médica da Comissão de Ensino do MEC. “Nossa
apresentação será no dia 27, junto com o pessoal da
reumatologia e ginecologia”, informa o Dr. Levites.
A XXXVIII Jornada de Dermatologia, aconteceu
dia 6 de maio, em Goiânia, abordando diversos
temas. Segundo a presidente, Dra. Simone de
Paula e Silva, o evento teve bastante êxito.
Na foto estão os doutores Regia Patriota,
Alexandre Filippo, Maria Leide Oliveira, Simone
de Paula e Silva, e a Dra. Ilma Mondanez.
Mato Grosso
A VII Radeco foi realizada nos dias 21,
22 e 23 de abril, em Mato Grosso, coordenada pela Dra. Débora Omond, presidente da Regional, que comenta não ter
sido simples montar um evento desse
porte em local tão afastado dos grandes
centros. Segundo ela, o que ouviu de boa
parte dos 140 participantes foi o comentário de que a Radeco tomou a proporção
de um mini-congresso.
Alguns destaques da parte científica
do evento foram: a palestra “Psoríaseterapia com agentes biológicos”, ministrada pela Dra. Elizabeth Batista; os
temas de cosmiatria, coordenados pelo
Dr. Jayme Filho, e ainda o workshop
sobre dermatoscopia conduzido pela
Dra. Rosilda. “Estamos muito satisfeitos, apesar do pouco tempo de antecedência para montar o evento, cerca
de três meses; conseguimos realizá-lo
de forma a agradar praticamente todos
os participantes, tanto com relação à
programação científica como ao lazer”,
finaliza a Dra. Débora.
Março / Abril - 2005
19
JSBD l Ano IX n o 2
Bahia
O “II Encontro de
Terapêutica Dermatológica”, que ocorreu
no dia 16 de abril, foi
sucesso absoluto: sala
sempre lotada, com todos atentos até a última palestra. Participaram os doutores Cyro Festa Neto, Omar Lupi, Alexandre Filippo,
Neide Ferraz, Jussamara Brito, Paulo Machado, Ivonise Follador,
Vitória Rego, o alergologista Dr. Manoel Medeiros e o infectologista
Dr. José Ricardo.
Segundo a presidente da Regional, Dra. Ana Cristina Guerra, no
dia 14 de maio aconteceu o “Simpósio da Mulher”. Durante o evento, ainda foi prestada homenagem às sete novas portadoras do
Título de Especialista da SBD, representadas pelas quatro que
puderam comparecer (foto): as doutoras Isabella de A. Martins, Ana
Lísia C. Nascimento, Milena S. Miranda e Angélica C. Pessanha. As
outras médicas são Andréa B. Carneiro, Maria Elisa A. Rosa e
Ângela Paula Lobato.
Rio Grande do Sul
O Dr. Sérgio Dornelles, presidente da Regional Rio Grande do Sul, engajou-se na
campanha de valorização do dermatologista. A Regional veiculou anúncios em
jornais, rádios e outdoors no Estado.
Rio de Janeiro
A Campanha de Valorização do Dermatologista
(CVD), organizada pela Regional Rio de Janeiro, aconteceu durante os meses de abril e maio, com grande
apoio dos dermatologistas cariocas. Foi feito um clipe,
com a participação de várias personalidades, como
Luiza Brunet e a atriz Juliana Paes, para ser apresentado nas reuniões mensais e na Jornada Sudeste de
Dermatologia, que aconteceu em Búzios.
Segundo o presidente, Dr. Omar Lupi, a regional também promoveu a
Semana da Acne, evento que coroou a CVD, realizada com o apoio de todos
os serviços credenciados pela SBD no Rio de Janeiro. O atendimento foi
gratuito e previamente agendado com a participação de aproximadamente 850 pacientes. Também aconteceram fóruns de discussão para a população em quatro hospitais: Santa Casa, Lagoa, Policlínica e UNIRIO.
São Paulo
A Regional São Paulo formulou uma aula sobre prevenção ao câncer da pele intitulada: “O sol e a sua pele”, que
será enviada a todos os associados. O conteúdo foi desenvolvido pelo coordenador da
Campanha do Câncer de Pele
em São Paulo, Dr. Mar c u s
Maia, com a colaboração do
Dr. Hamilton Stolf. O material
engloba considerações importantes sobre radiação ultravioleta e seus efeitos, proteção
solar (prevenção primária) e
diagnóstico precoce (prevenção
secundária).
Rio G. do Norte
A Regional do Rio Grande
do Norte tem nova diretoria,
integrada, sob a presidência
da Dra. Ládia Betânia C . Fernandes, por Andréa Bezerra
(vice-presidente), a Dra. Virgínia Cabral (secretária) e
Maria do Carmo Queiroz
(tesoureira). De acordo com a
Dra. Ládia Fernandes, a primeira ação da diretoria foi
elaborar um calendário de
atividades para 2005. “Em
março, tivemos um jantar de
confraternização para oficializar a posse da nova diretoria,
após a palestra ministrada
pelo Dr Pedro Trindade”, relata. Outro evento aconteceu
em abril, quando o Dr George
D. de Azevedo, doutor em
reprodução humana, abordou o tema “Síndrome dos
Ovários
Policísticos
e
Resistência Insulínica”. “O
assunto é de grande interesse
para nossa especialidade e
gerou uma discussão proveitosa”, observa a Dra. Ládia
Feranades.
SBD
VIIIn on2o 1
20 JSBD l Ano IX
20
E x p r essões da Dermatologia
O professor Márcio Lobo
Jardim colhe os louros da sua
brilhante carreira recebendo
diversos tributos. Ele é o
“Homenageado Especial” do 60º
Congresso da SBD que acontecerá
em setembro. Recentemente,
recebeu o “Título de Cidadão
Pernambucano” da Assembléia Legislativa
do Estado. O professor participou da elaboração de inúmeros livros sobre a especialidade no Brasil e no exterior. Uma das
maiores autoridades do país em Doenças
Sexualmente Transmissíveis, tornou-se
especialista em donovanose, designando
uma classificação clínica própria para a
doença. Ele difundiu seus conhecimentos
através de palestras em todas as capitais
brasileiras, nos Estados Unidos, Colômbia,
JSBD - Diga, por favor, em
quais aspectos a Dermatologia avança no país?
Márcio Lobo Jardim Avança muito, principalmente
na área da cirurgia dermatológica que começou tímida e teve
um crescimento extraordinário,
com o uso de ferramentas como
criocirurgia, cirurgia de radiofreqüência e, mais modernamente, os lasers.
JSBD - Que lição o dermatologista deve saber?
Márcio Lobo Jardim -
Prof. Márcio Lobo Jardim
Argentina, Chile, Peru e Quênia.
Em 1990, foi indicado pelo
Ministério da Saúde para coordenar a pesquisa e o ensino de DST
em todos os estados do Norte e
Nordeste. Na Universidade Federal
de Pernambuco, fundou os únicos
cursos de mestrado e doutorado da
região. Em 1956, foi admitido na UFPE, 48
horas depois de formado, onde galgou todas
as etapas da carreira. Ocupou vários cargos
na SBD, sendo por três vezes presidente da
Regional Pernambuco. Em 1983, foi presidente da Nacional, quando fundou a Jornada
Norte-Nordeste junto com os Dr. Alberto
Cardoso (AL) e Antonio Brito (PB). Além
disso, em 1992, presidiu a União Brasileira
contra as Doenças Venéreas. Leia a entrevista a seguir:
Procuro mostrar para os jovens
dermatologistas que as especia lidades médicas são integradas,
uma depende da outra. A pele é
um palco onde surgem várias
manifestações próprias delas,
ainda expressões das alterações
internas, viscerais.
JSBD – O que acha da campanha de valorização do dermatologista promovida pela
SBD?
Márcio Lobo Jardim - Toda
ação que visa à valorização do
dermatologista deve ser muito
bem-vinda.
Principalmente
quando é uma iniciativa da
SBD, o órgão máximo e legítimo
da especialidade.
JSBD - O que gosta de fazer
nos tempos livres?
Márcio Lobo Jardim - Gosto
de ouvir música, seja MPB ou
clássica. Tenho uma casa de
campo e passo os fins de semana lá. Além disso, moro em
frente ao mar. Adoro ficar em
frente, sentir a brisa, ouvir o
barulho do mar. Ele é meu
grande companheiro.
q
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nº3 - maio/junho 2005 - Sociedade Brasileira de Dermatologia