P Democracia e participação na América Latina los P Promoviendo DDHH en el aula y género: P Ciudadanía construyendo inclusión en entornos de frontera P Manifesto da educadora e do educador Boletín del Proyecto Interinstitucional DDHH JUNTOS No.35 - Mayo 2007 CENTRO CULTURAL POVEDA C/PINA 210, CIUDAD NUEVA, SANTO DOMINGO TELS. : 809 689-5689 / 809 686-0210 FAX: 809 685-4635 [email protected] www.centropoveda.org SANTO DOMINGO - REPUBLICA DOMINICANA CENTRO YACHAY TINKUY AVENIDA GENERAL GALINDO Nº. 1225 ESQ. MELGAREJO CASILLA 2419 - COCHABAMBA TEL: (591)-4-4480260 FAX: (591)-4-4294929 [email protected] www.yachaytinkuy.org COCHABAMBA – BOLIVIA NOVAMERICA RUA DEZENOVE DE FEVEREIRO, 160 – BOTAFOGO CEP: 22280-030 RIO DE JANEIRO – RJ TEL/FAX: (55) (21) 2542-6244 [email protected] www.novamerica.org.br RIO DE JANEIRO - BRASIL * Éste número fue elaborado por el equipo del Centro Poveda * Esta publicación está financiada por la Fundación InteRed. FUNDACIÓN INTERED BARQUILLO, 38 - 3° B 28004 MADRID ESPAÑA TEL/FAX: 3081300 2 DDHH JUNTOS por Cinthia Araújo1 É comum encontrar nos textos de estudiosos da questão democrática na América Latina a afirmativa de que a noção de democracia está na maior parte das vezes, assim como outras de uso corrente – como cidadania e direitos humanos – ligada a um entendimento limitador, onde prevalece uma concepção minimalista e procedimental. Nesse modelo a democracia é entendida apenas como uma forma de governo e valorizada em seus aspectos formais, colocando todo o peso da participação nos procedimentos eleitorais. Essa concepção reduz a democracia a sua dimensão representativa, restringindo-a a processos eleitorais regulares, marcados pelo exercício das liberdades políticas. Esta ênfase limita as práticas democráticas e restringe os significados desse valor no imaginário social. Dessa forma, para maior parte da população, a democracia está reduzida a uma competição eleitoral. Na América Latina, a ênfase nesse aspecto acaba facilitando uma série de características tradicionais das políticas ligadas ao caudilhismo, ao clientelismo, aos currais eleitorais, ao assistencialismo. Por conseqüência, tornou-se patente o crescimento do descrédito nas instituições políticas que constituem os pilares da democracia representativa. Se por um lado, isso não signifique riscos de rupturas ou retrocessos institucionais, por outro lado gera o fortalecimento de atitudes de apatia, indiferença e distanciamento da arena política, favorecendo sentimentos de impotência e de descrença nas possibilidades de mudança. Esse movimento acaba por fragilizar os laços sociais e institucionaliza o individualismo quando os interesses privados passam a se sobrepor aos interesses coletivos. Marcello Baquero, ao analisar esse quadro identifica um processo de desconsolidação democrática, onde é possível perceber a presença de procedimentos antidemocráticos sendo utilizados no interior de instituições democráticas, que ao sofrerem essas adaptações acabam por perverter a representação política. Esses procedimentos antidemocráticos priorizam o uso privado dos espaços de representação, trazendo por conseqüência a deslegitimação das instituições democráticas. Como conseqüência vive-se uma situação paradoxal onde, por um lado busca-se o fortalecimento dessas instituições por meio de reformas políticas, e por outro lado reforça-se o papel de lideranças carismáticas que têm sua força assegurada justamente pela capacidade de se impor às instituições, o que acaba por reforçar o processo de deslegitimação. Se a deslegitimação é grande, a ineficácia é maior, pois cada vez mais as questões de ordem pública são resolvidas por 1 Mestre em educação pela Puc-Rio e membro da equipe do Programa Direitos Humanos, Educação e Cidadania da Novamerica. DDHH JUNTOS 3 meios não democráticos – medidas provisórias, loteamento de cargos, tráfico de influências etc. O processo de desconsolidação democrática gera uma crise de legitimidade do próprio Estado. A fragilidade dos partidos políticos como instituições de identidades coletivas favorece o fortalecimento de líderes carismáticos que recebem apoio da população por suas características pessoais. Outra conseqüência marcante desse modelo tem sido possibilitar o surgimento de organizações paraestatais que funcionam a margem da lei e que contam com apoio significativo das populações mais carentes. Essa crise pode ser entendida a partir da análise das relações entre essa concepção de democracia e os interesses do modelo neoliberal dominante, inscrevendo-se nas estratégias de reconstituição da ordem mundial. No cenário das relações internacionais, o tripé globalização, direitos humanos e democracia passou a desempenhar o papel de fórmula legitimadora da soberania dos Estados nacionais, ou seja, a combinação entre democracia estritamente eleitoral, receituário econômico neoliberal e a garantia dos direitos individuais passou a assegurar a legitimidade dos governos nas democracias capitalistas. Isso porque o fim das disputas ideológicas no pós Guerra Fria, parece não ter deixado alternativas para a democracia representativa como sistema de organização política. Dessa forma, esta concepção de democracia pode passar a ser vista como um problema, pois esse modelo acaba com a possibilidade de experimentarmos outras modalidades de sistemas democráticos. Para Boaventura de Sousa Santos, os problemas dessa modalidade de democracia se explicam por que ela está articulada com o capitalismo e se baseia na razão dos mercados. As eleições, por exemplo, se baseiam através do jogo dos mercados, onde idéias e propostas políticas estão à venda para aqueles que puderem oferecer o maior número de votos. A democracia passa a ser entendida como um procedimento 4 DDHH JUNTOS formal, onde a participação política através do voto funciona como uma renúncia à participação política direta e popular. O mercado, porém, nega os princípios de inclusão e igualdade que afirmam a democracia, cria desigualdades a partir da divisão da sociedade entre compradores e vendedores, entre consumidores e não-consumidores. Esta pode ser uma forma de privatização da cidadania, que se agrava quando essa lógica atinge a efetividade de alguns direitos que não são garantidos pelo Estado, como a saúde e a educação. No Brasil, parece que essa não é uma realidade muito diferente. Também é possível observar aqui em nosso país uma estrutura democrática que serve à lógica hegemônica, ampliando as desigualdades que têm caracterizado o perfil da sociedade brasileira. «O enriquecimento de uma pequena parcela da população brasileira, enquanto a maioria enfrenta as incertezas de uma economia de mercado e o não-atendimento de suas necessidades básicas, tem se tornado possível num contexto democrático, precisamente porque as instituições democráticas, em vez de desempenharem seus papéis específicos, de funcionarem democraticamente, têm, ao contrário, servido de apoio a setores que, com maior eficácia e legitimidade, reproduzem sua dominação e seu enriquecimento.» (Baquero, p. 5) Esse complexo quadro pode ser mais bem compreendido se considerarmos o contexto dos processos de democratização na América Latina. A democratização se deu numa conjuntura mundial de expansão do modelo neoliberal. Essa nova realidade – a chamada globalização neoliberal, que tem como uma de suas características a noção de afastamento do Estado das políticas públicas, principalmente as de natureza social – não favorece, portanto, a proposição de políticas públicas integradoras e de ampliação da cidadania. «Isso criou uma grande frustração nas sociedades latino-americanas, onde a herança social de cidadania e inclusão social é muito débil. São sociedades com amplos setores excluídos historicamente – desde o processo colonial á formação do Estado Nacional. Quer dizer, existem amplos contingentes que são excluídos, empobrecidos, vulneráveis e não recebem os benefícios políticos, econômicos e sociais de uma sociedade moderna. Isso é histórico. Temos essa tradição histórica de exclusão.» (Dornelles, p.7) Ao mesmo tempo o processo de democratização criou expectativas muito grandes nas populações dos Estados latino-americanos. Há um forte reconhecimento da importância da realização de processos eleitorais para a escolha dos governantes, principalmente depois de longos anos de restrição aos direitos políticos. Por outro lado, boa parte das pessoas passou a ver aí – na eleição de seus representantes – a solução para todos os problemas e certa desobrigação diante do debate político. Não podemos negar a importância dos processos de democratização vividos nas últimas décadas pela maioria dos países latino-americanos, principalmente no que se refere à participação nos processos eleitorais, aos direitos de livre associação e à liberdade de imprensa e expressão. Contudo, se faz extremamente necessário problematizar a democratização efetiva alcançada pelo regime na região, bem como as possibilidades reais de alargar a participação e os controles democráticos para além das configurações atuais. A baixa intensidade das democracias2 latino-americanas, constituídas sob o formato liberal representativo e adaptadas à lógica do mercado, tem mantido, e em alguns casos ampliado, as desigualdades sociais, as situações de pobreza e exclusão. Essa redução da concepção de democracia faz com que nos esqueçamos da necessidade e urgência de complementar o próprio processo de institucionalização das democracias, assim como a superação das distorções existentes no funcionamento das instituições, marcas de permanências de Estados autoritários e relações sociais extremamente desiguais e heirárquicas. Fuente: mexico.udg.mx/arte/pintores/democracia.html 2 Para Boaventura de Sousa Santos a intensidade das democracias pode ser medida a partir do processo de substituição das relações de poder por relações de autoridade compartilhada. DDHH JUNTOS 5 Para Santos, corremos o risco de viver em sociedades politicamente democráticas, porém socialmente fascistas. Na concepção desse autor, o fascismo social é um regime marcado por diferenças sociais tão grandes, que algumas pessoas têm o poder de veto sobre outras. Essas pessoas que, sem qualquer tipo de poder de decisão sobre suas próprias vidas, estão sujeitas ao veto dos poderosos formam uma sociedade incivil, ou seja, privada de seus direitos mais fundamentais. Para sair dessa situação dispomos atualmente de dois instrumentos hegemônicos: a democracia e os direitos humanos. A alternativa, portanto, é tentar construir uma proposta contra-hegemônica repolitizando e radicalizando a democracia. Dessa maneira a democracia deixa de ser vista como um problema e passa a ser solução. Parece que, enquanto ignorar a legitimidade alcançada através do desempenho em benefício da maioria da população, esse modelo de democracia não sobreviverá, apesar da legitimidade de sua origem. As democracias que nele se fundam «(...) permanecerão frágeis e de baixa qualidade na medida em que não impulsionem uma efetiva democratização das estruturas de desigualdade e de dominação social que atravessam e constituem o regime político, o Estado e o conjunto da sociedade. Em outras palavras, se a democracia formal não avança nem se reforça em termos de democracia participa e social, nada deterá a marcha ascendente dos processos em curso de descidadanização e de violações recorrentes dos direitos humanos.» (Gómez, p.47 e 48) 6 DDHH JUNTOS Portanto se faz fundamental adotar políticas que possam avançar no sentido da ampliação democrática, da ampliação dos direitos econômicos, sociais e culturais. Existem outros tipos de democracia que incorporam formas mais participativas do que aquelas presentes no modelo representativo. Muitas são as formas de organização e participação direta da sociedade que são vividas no cotidiano e não precisam estar atreladas ao calendário eleitoral. Formas ativas e propositivas que são capazes de intervir em relação às políticas públicas que são adotadas. Para isso, a sociedade pode usar os instrumentos que já existem – como o plebiscito ou o referendum – ou inventar novos instrumentos. Apesar de tudo, no interior desse complexo quadro, onde tudo parece estar sendo padronizado a partir de uma perspectiva hegemônica, geradora de democracias de baixa intensidade, o ativismo dos movimentos sociais tem se consolidado como importante caminho para construção de propostas alternativas em diversas partes do mundo. Cidadãos e cidadãs, organizados/as nos mais diferentes movimentos sociais, têm sido capazes de delinear outras experiências de construção democrática, identificadas como participativas e populares, e de apresentar propostas concretas de intervenção constante na realidade, trazendo contribuições significativas para a ampliação da participação cidadã, defendendo a diferença, o local, e o específico. Não é só a manifestação como protesto – que é também uma forma legítima de participação cidadã – mas também a participação organizada, intervindo nas políticas públicas com propostas concretas, alternativas adequadas, possibilitando, em conjunto com o Estado, a sua implantação. Isso é uma expressão da democracia participativa. Democracia entendida como uma forma de ver e de estar no mundo, um modo de ser e de viver, que está impregnada do tecido da sociedade. No Brasil, o fortalecimento da democracia por meio de maior participação popular no processo decisório do país é um dos cinco pontos defendidos pelos movimentos sociais para a discussão da reforma política. Desde 2005, diversas entidades vêm debatendo e construindo uma plataforma para reforma política. A idéia é aproximar a sociedade de temas como regulamentação de plebiscitos, políticas de financiamento público de campanha e os mecanismos de diálogo nos espaços de participação e controle social. As propostas são divididas em cinco eixos: fortalecimento da democracia direta; fortalecimento da democracia participativa; aprimoramento da democracia representativa; sistema eleitoral e partidos políticos; democratização da informação e da comunicação e transparência no Poder Judiciário. Essas experiências, que vêm sendo impulsionadas por movimentos da sociedade civil, se colocam de forma crítica diante do modelo democrático que predomina no mundo contemporâneo, em especial na América Latina. A democracia participativa e popular coloca-se não apenas como uma forma de governo, mas também e principalmente como um estilo de vida, abrangendo e integrando as diferentes esferas da vida em sociedade, assim como os diferentes espaços, desde o individual ao coletivo, do local ao global. É nesse modelo de democracia, entendida como ambiente sociocultural e sociopolítico, onde a questão dos direitos humanos pode ser ampliada utilizada como uma alavanca emancipadora na direção da construção de uma alternativa ao modelo hegemônico. Referencias bibliográficas BAQUERO, MARCELLO. «Cultura política participativa e desconsolidação democrática: reflexões sobre o Brasil contemporâneo» in São Paulo Perspectiva. São Paulo, v. 15, n. 4, 2001. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php DORNELLES, João Ricardo. Entrevista in Revista Novamerica, n. 104, dezembro, 2004. GOMÉZ, José Maria. «Democratizar a democracia» in Revista Novamerica, n. 104, dezembro, 2004. SANTOS, Boaventura de Sousa. «Globalización y democracia». Conferência apresentada no Fórum Social Mundial Temático Democracia, Derechos Humanos, Guerras y Narcotráfico, em Cartagena das Índias, Colômbia, Junho 2003. TORO, Jose Bernardo. A construção do público: cidadania, democracia e participação. Rio de Janeiro: Editora Senac Rio, (X) Brasil, 2005. DDHH JUNTOS 7 Violeta Costas Jáuregui “Si alguien me preguntara, con sonrisa irónica, si creo que, para cambiar Brasil, basta con que nos entreguemos al hastío de afirmar constantemente que es posible cambiar y que los seres humanos no son puro espectadores, sino también actores de la historia, diría que no. Pero también diría que cambiar supone saber que es posible hacerlo”(Paulo Freire).1 El 10 de diciembre de 1948 la Asamblea General de las Naciones Unidas aprobó y proclamó la Declaración Universal de los Derechos Humanos, muchos años han pasado y probablemente mucha tinta ha plasmado opiniones, reflexiones, análisis, discursos, etc., sobre esta extraordinaria Declaración. Por esta razón no intentamos, ahora, elucubrar grandes y novedosos pensamientos, tan sólo una modesta mirada a la vivencia y proyección de los DDHH en el entorno especial que llamamos escuela. A continuación tomaremos como base de nuestra reflexión los elementos básicos para la Educación en DDHH que nos ha planteado la Asamblea Permanente de DDHH en Bolivia. 1 Freire, Paulo. Pedagogía de la Indignación. P. 64. 8 DDHH JUNTOS El primer énfasis está en trabajar por, que los niños y niñas incorporen los DDHH como valores y guías de conducta, es decir, no sólo como conocimientos; sino como un proyecto de vida que les permita ser y hacer dentro de los principios de respeto a la humanidad inherente a cada persona. la persona, en este caso el y la estudiante, y en el respeto de su dignidad, como ser único, original, diverso, diferente; a través de una acción educativa enmarcada en el reconocimiento del valor del otro; en otras palabras para un educador o educadora, aquel niño, adolescente o joven merece desde su dignidad, atención, cariño y respeto. Sin embargo, debemos recordar que, para que cada uno de nosotros pueda asumir determinadas actitudes o comportamientos, se hace necesario, primeramente conocer, tener un referente de dichas actitudes y comportamientos. Entonces, ¿la vivencia de los DDHH es una realidad cercana, palpable para nosotros, para los niños, para las familias, para los maestros? La respuesta la dará cada uno de nosotros y nosotras que estamos inmersos en el quehacer educativo, como actores, como agentes e incluso como espectadores; porque nuestro estilo de integrar los DDHH en nuestras vidas, se refleja en la realidad escolar de nuestro medio. Para autoevaluar nuestra situación en referencia al ejercicio y promoción de los DDHH, nos puede ayudar un “ideal” de educador / educadora que describiremos a continuación, no en el afán de desmerecer el valioso trabajo que realizan muchas personas, y sí, en la línea de verificar en qué parte del camino estamos y cuánto nos falta para ser verdaderos educadores y educadoras que, a partir de su propia vivencia, irradian hacia los demás la posibilidad de construir una sociedad más justa y solidaria. En este sentido no es la intención abordar un debate teórico sino dar pie al inicio de una reflexión sobre la serie de actitudes que nosotros como educadores debemos promover en el aula, como espacio concreto de trabajo, y en la escuela, como lugar donde desarrollamos nuestra actividad. En primer lugar, un educador promotor de los DDHH deberá centrar su labor educativa en Atención, entendida como la posibilidad de dedicarle ese tiempo especial en el que se siente importante y apreciado, repercutiendo favorablemente también en el desarrollo de su autoestima; esta atención deriva de aquel sentimiento que, la vocación de ser educador y educadora, le inspira, hacia quienes tiene dedicado su servicio, sentimientos de cariño, afecto y amor. Éstos, de la mano del respeto, encaminan hacia la búsqueda de la autonomía, hacia el encuentro de cada uno consigo mismo y hacia la calidad del aprendizaje entendiendo ésta desde el proceso más que desde el resultado. Si cada educador y educadora, respeta la dignidad de la persona, reconoce también las peculiaridades de ella, haciendo referencia a su DDHH JUNTOS 9 identidad social, cultural, de género, de edad; parte de este reconocimiento es el interés por conocer el entorno de donde proviene cada uno y una de los y las estudiantes, para contextualizar nuestra practica educativa a la realidad de cada uno de ellas y ellos. Si hablamos, específicamente, de la formación en DDHH, con mayor razón debemos partir de su realidad, promoviendo siempre su desarrollo integral. Es importante que el educador promueva la actividad, es decir que incentive a los y las estudiantes a aprender y reflexionar partiendo de su experiencia y vida diaria; será más fácil para ellos iniciarse en este proceso si perciben de parte de los adultos la valoración hacia su cotidiano, a su forma de vida, a su entorno. Si bien, este educador o educadora que pretende construir una cultura donde se vivan los DDHH, priorizará su labor para potenciarlos y vivenciarlos dentro del aula, también tendrá como misión crear condiciones para la socialización de estos derechos fuera del aula, desde una apertura hacia la comunidad porque, como nos dice José Tuvilla “la educación por sí misma no es motor suficiente para el desarrollo integral de las personas ni asegura su inserción en la sociedad, necesitando que en la sociedad misma se produzcan cambios sustanciales que posibiliten el pleno ejercicio y respeto de los derechos humanos”2 . Es así que parte de esta lucha, la del educador y educadora, es por el ejercicio de los DDHH en la vida cotidiana de la comunidad donde está inserta la escuela y en la sociedad en general. En ese camino está en sus manos formar a personas comprometidas, participativas y pro positivas inmersas en su realidad desde donde apuestan por la transformación y el cambio social; pero, ¿cómo lograrlo?; partiendo de la conciencia de que el aula debe ser la esfera 2 Tuvilla Rayo, José. Hacia una perspectiva global de la Educación para la paz: derechos humanos, retos para el siglo XXI. 10 DDHH JUNTOS donde la participación, el diálogo y la libertad de expresión es lo habitual, donde cada persona tiene ideas, sentimientos, inquietudes que es importante escuchar y considerar. Lastimosamente, aún vivimos en una sociedad en la cual se impone, a las y los estudiantes, el silencio, y no nos referimos a que no se les permite hablar, ellos hablan, sí, pero nadie los escucha; entonces, se desvaloriza “aquello” que quieren compartir con los demás. acciones como adecuadas o inadecuadas y estimar las consecuencias de realizarlas o no, teniendo como referencia, ya lo hemos dicho, el respeto a la dignidad de la persona. El educador y la educadora serán, además, creadores de ambientes donde se promueva la participación, se consolide la libertad y se propicie el diálogo, Un diálogo verdadero, que como Freire explica, este” compuesto por: AMOR AL MUNDO Y LOS HOMBRES, HUMILDAD, INTENSA FE EN LOS HOMBRES, ESPERANZA Y UN PENSAR CRÍTICO. Criticidad ante la problemática cotidiana local y mundial, que exige de él y ella una incorporación hacia determinadas corrientes o ideologías, es importante que en esta ruta no sea llevado por la “masa”, más aún en estos tiempos que se generan, en varios lugares del mundo, olas de violencia hacia sectores que se consideran diferentes, ya sea en el contexto racial, social, religioso, orientación sexual y género. Para ello, será imprescindible una base sólida de principios y valores que le lleven a tomar la elección que busca la equidad, la justicia y la tolerancia activa. Debe recordar que el fundamento para esta creación se halla enmarcado dentro del desarrollo de la auto-regulación y la criticidad. Auto-regulación que, empuja al niño, niña, adolescente y joven a reconocer cada una de sus Continuando con nuestra reflexión, también es importante señalar la tarea que busca el desenvolvimiento de la creatividad, desde una perspectiva no sólo artística sino como la capacidad de reflexionar con actitud positiva, DDHH JUNTOS 11 proponer alternativas frente a las dificultades, es así que no debemos temer al conflicto, al contrario abrirnos a él. “Los currículos deben admitir el conflicto como un elemento positivo que capacite a los alumnos/as para juzgar sobre cómo la sociedad está organizada, cómo en las relaciones sociales existen estructuras que favorecen la desigualdad; así como permitirles posibilidades nuevas y futuras de concebir y construir las sociedades desde los principios éticos de los derechos humanos como elementos básicos de la convivencia y del valor positivo de la diferencia”3. Este clima en al aula, en el espacio donde actúa el educador y la educadora, se ve enriquecido si se afronta desde el planteamiento del aprendizaje cooperativo donde se valora el trabajo en equipo y, dando un paso más hacia adelante, se propone reducir la brecha entre la labor de las y los educadores y la labor de las familias de lo niños y niñas, en la línea de formar auténticas comunidades de aprendizaje. Hemos querido plasmar un esbozo de la trayectoria que nos podría conducir a proyectar una educación esperanzadora, desde la presentación del retrato de un educador que promueve el ejercicio de los DDHH. Para finalizar citamos, nuevamente, las palabras de Paulo Freire: “las mujeres y los hombres pueden cambiar el mundo para mejor, para hacerlo menos injusto, pero partiendo de la realidad concreta a la que ‘llegan’ en su generación (...) lo que no es posible siquiera es pensar en trasformar el mundo sin un sueño, sin utopía y sin proyecto”4. Referências bibliográficas FREIRE, Paulo. Pedagogía de la Indignación. Ediciones Morata. Madrid. 2001 TUVILLA Rayo, José. Hacia una perspectiva global de la educación para la paz: Derechos Humanos, retos para el Siglo XXI. Pago Web: http://www.eipcifedhop. org/ espagnol/W ebF older/pag2 .htm 3 Tuvilla Rayo, José. Hada una perspectiva global de /a Eduea”’dÓn para /a paz: derechas humanos, retos para el siglo XXI. 4 Freire, Paulo. Pedagogía de la Indignación. P. 64 12 DDHH JUNTOS por Paloma Jimena1 Palabras clave: Ciudadanía, género, poder y cambio cultural Introducción y contexto El presente documento se elabora en el marco de una serie de procesos de investigación e intervención socioeducativa que el Centro Cultural Poveda está desarrollando en la actualidad en varias zonas de República Dominicana con el apoyo de organizaciones e instituciones de cooperación internacional2 y hace referencia más concretamente a trabajos realizados en el municipio de Comendador, provincia de Elías Piña. Dos son las temáticas en las que se centran dichos procesos: Por un lado el análisis de lo que los y las docentes entienden por el término ciudadanía y por otro la transversalización de la perspectiva de género en el marco de la escuela. Siguiendo su línea habitual de trabajo de formación de una ciudadanía crítica a través, primordialmente de su trabajo con docentes de las escuelas públicas dominicanas, el Centro Poveda ha estado durante un año realizando una investigación junto 1 Representante de InteRed en República Dominicana y Asesora de género del Centro Cultural Poveda 2 Destacamos la Agencia Española de Cooperación Internacional (Aeci), la Red de Intercambio y Solidaridad (InteRed), y el Proyecto ICO. DDHH JUNTOS 13 a) Hacia una definición del concepto de ciudadanía a otras organizaciones hermanas de Bolivia y Brasil sobre la vinculación que los y las docentes hacen de Derechos Humanos, Democracia y Ciudadania3. Los resultados de esta investigación fueron presentados en el Seminario internacional realizado en el mes de marzo del presente año. Entendimos importante contrastar la información obtenida para el logro de dichos resultados a través de entrevistas, grupos focales, etc..., con lo que docentes inmersos/as en un proceso formativo sobre mejora de la calidad educativa con enfoque de género opinaban. Paralelamente a esta investigación, el Centro Cultural Poveda se halla embarcado en dos procesos formativos en los que el enfoque de género se convierte en el eje vertebrador de su propuesta. Analizar la escuela desde el punto de vista de la desigualdad de género, observar la práctica de maestros y maestras en relación a este tema, proponer herramientas de análisis de género que permitan luego erradicar el machismo que pueda estar marcando las relaciones en el ámbito escolar y en definitiva, formar a niñas, niños, adolescentes desde y en la igualdad de forma que se conviertan en ciudadanos y ciudadanas plenas son los objetivos primordiales de estos procesos. Lo que la gente entiende por ciudadanía difiere dependiendo del lugar en el que viven y el tiempo histórico que les toca vivir. Depende asimismo del entorno cultural en el que nacen y se desarrollan como personas y del sistema político que rige sus vidas. Ser miembro de, pertenecer a, sentirse de...son formas de expresar que una persona se siente ciudadano o ciudadana de un lugar determinado. En ocasiones, son símbolos concretos o abstractos: la bandera, el himno, los valores patrios, los que conforman los límites de mi ciudadanía. En otras ocasiones, el sentirme persona dignificada por el mero hecho de haber nacido, el ser depositaria de una serie de valores culturales que no son patrimonio de ninguna nacionalidad o estado, el apostar por el respeto a los derechos de las demás personas considerándolas ciudadanas en la misma medida en que me siento ciudadana yo conforman una manera de entender la ciudadanía como algo universal, atemporal y no circunscrito o limitado por leyes ni fronteras. Pero se mire por donde se mire el concepto de ciudadanía es un concepto difícil de describir, de asumir y de vivir. Pesan mucho los estereotipos, los prejuicios y “la costumbre” que a veces nos presentan una serie de barreras invisibles que colocan a unas personas “dentro” del concepto de ciudadanía con el consecuente disfrute de derechos y a otras “fuera” de dicha significación y por ende, las sitúan en los márgenes, con el añadido de que lo que está fuera, en los márgenes, alejado, en la periferia, normalmente es considerado como de menor valor y consecuentemente es susceptible de no ser tenido/a en cuenta, de que se violen sus derechos e incluso de que se impida su desarrollo. 3 La investigación cualitativa realizada por el Centro Cultural Poveda en el marco de la Red Interinstitucional para la Educación en Derechos Humanos, Ciudadanía y Democracia formada por el Centro Cultural Poveda, de la República Dominicana, Novamérica, de Brasil y Yachay-Tinkuy, de Bolivia. 14 DDHH JUNTOS Así las cosas, en muchos momentos de la historia hablar de ciudadanía ha significado hablar de unas pocas personas privilegiadas, que en las culturas patriarcales en las que la mayoría hemos sido socializadas/os, podemos identificar con hombres blancos, de mediana edad, saludables y bien posicionados económicamente, porque la realidad es que a éstos es a los que se les permite disfrutar plenamente de su ciudadanía pues son los que tienen acceso al conocimiento, a la propiedad, al poder y su ejercicio. Las personas menores de edad, las personas envejecientes, las personas del sexo femenino, las personas con discapacidad, las personas extranjeras, las personas de razas o etnias distintas a la “blanca” ven recortados unos u otros derechos y consecuentemente ven recortado su ejercicio ciudadano. Y a veces no es porque deliberadamente se piense en excluirlos/as, sino simplemente porque al no existir una noción clara de ciudadanía, mejor dicho al pensar que los derechos, responsabilidades y necesidades de una minoría, en este caso el patrón medio antes descrito de hombre coinciden con los derechos, responsabilidades y necesidades de los grupos que se salen del patrón: es decir, las mujeres , las personas con discapacidad, de razas consideradas inferiores, etc, y se construye un pacto social desigual en el que tu condición y posición de vida no va unido a tus necesidades prácticas o intereses estratégicos de grupo determinado, sino que se establece en base a una “media” que sólo es media ( medida) de sí misma. En esta línea argumental se sitúan las preguntas de algunos/as de los docentes/as de los talleres en Comendador ¿qué pasa entonces con niños, niñas y adolescentes menores de 18 años? ¿se les puede considerar ciudadanos/as antes de que la ley los considere como tales? Entonces ¿tienen derechos y responsabilidades? ¿Cómo educarles para que los vivan y defiendan? ¿Cómo analizar si en nuestras escuelas se toman en cuenta sus necesidades e intereses? ¿Basamos DDHH JUNTOS 15 nuestra educación cívica en símbolos, normas y valores patrios solamente o en todo esto y además en una concepción de nuestros/as niños y jóvenes como futuros ciudadanos/as del mañana? ¿Basamos nuestras prácticas educativas en acciones autoritarias y poco dialogantes o en modelos democráticos y participativos? ¿Organizamos nuestras escuelas según lo que nuestra Ley de Educación recomienda con Consejos Escolares activos y Sociedades de Madres, Padres y Amigos de la Escuela que conocen sus derechos y deberes y los ejercitan? b) El sistema sexo-género y sus implicaciones para el pleno disfrute de la ciudadanía En el contexto de las investigaciones citadas más arriba en primera instancia se relacionaba ciudadanía con unos límites geográficos determinados: las fronteras nacionales, con unas normas jurídicas concretas: mayoría de edad, leyes de familia, ius solis versus ius sanguinis (lugar de nacimiento versus descendencia), con la identificación con unos símbolos: bandera, himno, escudo, constitución y/o con el disfrute de unos determinados derechos: a ser elegido/ a y elegible en procesos electorales, a tener acceso a bienes y servicios e incluso a circular libremente por dentro y por fuera de un país o territorio. Al ir elaborando un mapa conceptual sobre le término “ciudadanía” y al ir dialogando sobre lo que las y los participantes en el taller iban planteando, fuimos pasando de esta definición del término apegada a unos límites geográficos e ideológicos determinados a otra más cercana a los conceptos de derechos, democracia, igualdad, justicia y equidad. Situándonos en estas coordenadas, la ciudadanía viene marcada por el disfrute de unos derechos universalmente reconocidos y defendidos entre los que se nombraron el derecho a la vida, al trabajo, a la salud, a la alimentación, 16 DDHH JUNTOS a la educación, a la participación política, a la autonomía económica...y eso en la teoría está muy bien, pero ¿qué pasa cuando volvemos a descubrir que en esta nueva definición también existen barreras invisibles que cercenan el disfrute de la ciudadanía plena? Ahora no es necesariamente un límite fronterizo físico, pero si puede ser como un límite geográfico. Veamos un ejemplo: el espacio público: la oficina, la plaza, el parlamento es entendido como de los hombres, y el espacio privado: el hogar es entendido como de las mujeres. Ahora no es una norma jurídica explícita (en algunos caso si, como la shaira o la ley de familia en algunos países musulmanes) sino unas normas culturales, unas actitudes, unas conductas aprendidas y transmitidas que nos dicen cómo ser hombres y mujeres, como sentir como hombres y mujeres, cómo actuar como hombres y mujeres y en definitiva cómo vivir como hombres y mujeres es esta o aquella sociedad. Así pues, sigue habiendo personas “dentro” del concepto definido de ciudadanía y otras que permanecen “fuera”. Sigue habiendo personas a las que su status social le viene dado por el status social de otra, como es el caso del matrimonio y/o los hijos e hijas Una mujer es ciudadana reconocida y honrada como tal y se sitúa dentro de la norma en la medida en la que es madre, esposa, hija...vive su ciudadanía a través de los logros profesionales, políticos, sociales de su esposo, padre o hijo. Prepara a las demás mujeres a su cargo para que hagan lo mismo y en definitiva como dice Marcela Lagarde, obtiene su respeto como mujer en su “ser para otros”. El segundo día de nuestro taller de Comendador, dedicamos mucho tiempo a debatir las características de este ser hombre y ser mujer en RD hoy. Lo hicimos conscientemente tras un día de reflexión sobre el concepto de ciudadanía para poder visualizar mejor que aunque en el imaginario colectivo, la ciudadanía se entiende como algo inclusivo- nadie se atrevió a explicitar la no ciudadanía de las mujeres-, en la realidad los procesos de socialización que pasan por la familia, la escuela y otros estamentos sociales como las iglesias, están aún basados es esquemas patriarcales que diferencias los rasgos y roles diferenciados cultural y socialmente ( género) basados en diferencias biológicas (sexo). Así a la hora de recibir a un/a bebe en una familia se prepara su llegada de manera diferente, se le viste o habla de manera diferente según sea niño o niñas y las expectativas que se van construyendo sobre su persona son muy diferentes para unos y otras. En cada etapa vital se le va indicando cómo ha de ser y comportarse en base a unos modelos genéricos muy rígidos y estereotipados y finalmente se va a juzgar su persona, sus logros y se le va a aceptar según cumpla mejor o peor como las normas y roles establecidos para él o ella. De esta manera, se le colocarán muchas barreras a las chicas para acceder a lo que anteriormente definíamos como beneficios de la ciudadanía: un buen puesto de trabajo, un salario igual al de sus compañeros hombres, un reconocimiento social igualmente valorativo de su trabajo reproductivo aunque no se le ponga precio económico y en definitiva una gran dificultad para acceder a los espacios de poder en el que se deciden aspectos vitales de la organización social de la vida cotidiana. En cierto modo muchas mujeres son “extranjeras” (en la acepción de extrañas) que tiene esta palabra, en su propia sociedad. Se mantienen al margen del ejercicio de la política porque esta cae fuera de su “espacio vital” que es el privado. En el marco de algunas dinámicas que iban marcando el paso de un concepto a otro: sistema sexo-género, prejuicios, roles, estereotipos e identidad de género fuimos analizando como unas y otras viven su masculinidad-feminidad respectiva. Salieron ejemplos realmente curiosos en Comendador sobre lo que puede tener o no tener una mujer. Nadie cuestiona a estas alturas que la mujer para tener más libertad de movimiento, para poder llegar a su trabajo pueda por ejemplo, tener una motocicleta, un motor para desplazarse. Pero no una cualquiera. Una Passola es la adecuada. Porque en ellas “van más DDHH JUNTOS 17 materiales, pero si no estás en los ámbitos de poder, en los espacios de toma de decisiones, no consigues nada. elegantes”, son vehículos más pequeños, pesan menos (el mito del supuesto sexo débil), no hace falta saber mucho para conducirlas ( no tienen marchas) y aunque no se explicitó este punto en el taller, son por lo tanto susceptibles de que una persona de menor “rango” las posea. Porque indudablemente según tu status, tu situación en tu entorno vital, así se te permitirá o no tener ciertas cosas. En este momento del taller un maestro comentó que él tiene una Passola y que es precisamente por eso por lo que le gusta, pequeña manejable, sencilla...y nadie le había cuestionado nunca nada. c) Relaciones de poder en contextos desiguales Podemos deducir de lo anterior que los hombres “pueden” hacer esto o aquello, “pueden” tener esto o aquello, mientras que a las mujeres se les reduce el abanico de posibilidades de tener, y yo añadiría también de “ser” y de “estar”. Esta tríada de palabras tiene mucho que ver con la exclusión o la inclusión de un colectivo en la dinámica de su comunidad. Puedes tener cosas Puedes asimismo estar en los ámbitos de poder y tener cosas materiales, pero si no eres nadie, no te sirve para nada. Puedes ser alguien pero no tener nada y no estar en lugares de toma de decisión. Aplicándolo a nuestro otro tema clave: vinculación ciudadanía, derechos humanos, democracia... las mujeres son ciudadanas aparentemente de pleno derecho en la mayoría de las democracias pero sin un poder económico que le venga por su acceso y control de recursos materiales ( tener) no van a estar en ningún lugar como ciudadana con voz y voto. Una maestra puede estar nombrada, tener su tarjeta, su puesto de trabajo, pero si la dirección del centro en el que trabaja siempre se queda lejos, sus derechos sociales (potestad de elegir y ser elegida) están cercenados. Si una trabajadora cobra menos salario que un hombre en su mismo puesto porque se supone que su aporte es una “ayuda” a la economía familiar ya que los salarios verdaderamente importantes son los de los hombres, sus derechos económicos están mermados. Si una mujer indígena se ve privada de sus conocimientos ancestrales sobre medicina natural porque para otras personas “no es, no está y no tiene”, le estarán privando de sus derechos culturales, más cuando además seguro que una gran compañía multinacional se va a quedar con el beneficio económico de su saber patentando sus conocimientos. 4 Ramos,A,; Barberá, E y Sarrió, Maite, “Mujeres directivas, espacios de poder y relaciones de género”, UNiversitat de Valencia, España. 18 DDHH JUNTOS Así pues vivir, alimentarse, educarse, tener un techo para cobijarse, trabajar no son los únicos derechos fundamentales que toda persona debe disfrutar. Éstos, llamados derechos de primera generación, se ven completados y magnificados en el disfrute de los derechos económicos, sociales y culturales que en la actualidad son a los que aún mantienen cerrada la vía de acceso de muchas mujeres a la ciudadanía plena. ¿Por qué? Pues simple y llanamente porque están vinculados directamente con la vivencia del poder del patriarcado, en el cual el ancestral dominio de los valores masculinos en el sistema social, económico y cultural han generado estructuras, normas, valores, actitudes y creencias que provocan relaciones desiguales entre los miembros de uno y otro sexo4... y estas posiciones desiguales de poder se reflejan y perpetúan en las estructuras de socialización, entre las que la escuela es una de las más influyentes. ¿Qué hacer pues para educar en y desde la igualdad, con una mirada crítica sobre una realidad, la de la discriminación y exclusión, que aún sin quererlo, sin haberlo elegido, nos rodea? ¿Cómo enriquecer el debate no sólo con paradigmas y teorías científicas muy bien estructuradas sino con herramientas prácticas que ayuden, nos ayuden a mejorar el ejercicio de nuestra profesión docente? d) Cambio cultural, Gestión de la diversidad y resolución de conflictos. Pareciera que hemos olvidado que nuestras intervenciones se están desarrollando en ámbitos de frontera, Comendador y Jimaní (provincias de Elías Piña e Independencia respectivamente). Espacios en los cuales muchas veces la noción de barrera geográfica se concreta en los puestos militares de frontera, en los rituales de su paso, en el establecimiento también ritual de un modelo de comportamiento en el que los/as “unos/as” parece que viven enfrente en vez de al lado de los /as otros/as. Un espacio en el que normalmente los/as de un lado son más que los/ as del otro (EE.UU-México, España-Marruecos; etc...) Es decir confrontamos nuestros mundos, nuestras formas de ser, buscamos afianzarnos en la diferencia. Al menos cuando nos paramos en el discurso teórico. La realidad cotidiana es muy otra: gentes de un lado que necesitan a las del otro lado, que intercambian con ellas, que viven día a día las mismas dificultades, pasiones y situaciones. Que tienen las mismas raíces culturales, que rezan de la misma manera, que tienen las mismas necesidades. Por eso, como estrategia para construir un sentido más rico del concepto ciudadanía debemos abogar por un verdadero y revolucionario cambio cultural, que sólo será posible si formamos personas críticas, conscientes de su realidad y deseosas de cambiarla para hacerla mejor. Siguiendo a Marcela Lagarde: "La diversidad que queremos implica la ciudadanía real de todos los y las anhelantes construida por voluntad del respeto mutuo y la capacidad de universalidad. Sólo será posible si compartimos un paradigma que no es la suma de causas y sujetos aislados, sino la asunción colectiva de valores de convivencia con recursos disponibles y circulantes, de un compromiso mutuo de reconocimiento incluyente y la consolidación de libertades. Se trata de hacer del S. XXI el tiempo del desarrollo humano entre hombres y mujeres como referentes reales del mundo". Marcela Lagarde (2000). DDHH JUNTOS 19 Por lo tanto, a través de la “gestión” de la diversidad (entendiendo por este término nuestro esfuerzo de manejar la diversidad desde la generación de riqueza e intercambio y no desde el conflicto) provocaremos un verdadero cambio cultural que nos sitúe a todos/as, hombres y mujeres, ciudadanos/as de uno y otro lugar como seres iguales, sujetos de derecho pero sobre todo agentes de su propia historia. Antes de seguir adelante y siguiendo esta vez a Maite Sarrió, profesora de psicología de de Universitat de Valencia, nos conviene identificar una serie de conceptos vinculados a este término. No debemos concebir diversidad sólo como diferencia, ya que también incluye “similitudes”. En lo concreto, diversidad se refiere a diferencias tales como sexo, edad, clase social, género, habilidad intelectual, personalidad, habilidad física, experiencia profesional, orientación sexual; a nivel general sin embargo, como término colectivo se refiera a similitudes: país y nacionalidad de origen, lengua, religión, sexo, edad y a todas las características que definen grupos humanos. Así pues, diversidad se refiera a ambas, a la mezcla colectiva de diferencias y similitudes. Otro término ligado es inclusividad, entendiendo pues que gestionar la diversidad es un proceso de inclusión de estas diferencias a través de la acción, el cual busca establecer las condiciones para que se respete la diversidad y las personas se sientan parte de una cultura o contexto dado5. Construiremos de este modo un lugar en el que cada persona es valorada, respetada y apoyada, en el que no quepa discriminación alguna contra nadie y en el que valores interculturales sean los que definan nuestra ciudadanía universal. 5 Maite Sarrió, doctora en Psicología por la Universitat de Valencia, Unidades didácticas del Curso “Género en las organizaciones” (PROGEO, PRIGEPP, FLACSO-Argentina). 20 DDHH JUNTOS Nós, educadoras e educadores da Rede Pública de Ensino dos Municípios de Cachoeiras de Macacu, Carmo, Chiador, Duque de Caxias, Itaboraí, Rio de Janeiro, São João de Meriti, Sapucaia, Três Rios e Valença, participantes do ciclo de oficinas 2006, promovido pela Novamerica, tendo o lema Educação de qualidade não é privilégio! É direito de tod@s, como norteador das nossas ações, e conscientes do nosso papel como agentes e sujeitos do direito à educação, apresentamos este manifesto que expressa nossas exigências e nossos compromissos para a construção de uma educação de qualidade para todos/as: PARA REINVENTAR A ESCOLA É PRECISO * Comprometer-se com um processo coletivo de construção de memórias e identidades, tendo a capacidade de sonhar com a mudança como norteadora de nosso projeto de futuro; * Reconhecer, compreender e enfrentar a realidade dos conflitos cotidianos, de forma a construir através do diálogo e da socialização de experiências uma estrutura capaz de oferecer o suporte necessário às mudanças; * Reconhecer a si e a cada pessoa como sujeito de direitos individuais e coletivos; * Reconhecer-se individual e coletivamente como agente de transformação, na condição de quem age e interage no processo histórico; * Reconhecer-se como sujeito de aprendizagem pautado pelo diálogo e pela construção coletiva, identificando, valorizando e respeitando a sua função no ambiente escolar, assim como a função de cada um dos integrantes da comunidade; * Comprometer-se com o desenvolvimento de aprendizagens significativas nas diferentes áreas curriculares, valorizando o conhecimento, a pesquisa e a troca de saberes no contexto escolar; * Contribuir para que nossos alunos se tornem cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade através de uma prática educativa apoiada em pressupostos teóricos sólidos e em princípios verdadeiramente democráticos, bem como em relações pautadas pela solidariedade e pela afetividade; * Promover a convivência e o respeito às diferenças de cada pessoa em sua profunda dignidade, privilegiando a moral e a ética, e identificando as necessidades de cada um para supri-las com uma proposta pedagógica adequada; DDHH JUNTOS 21 * Estabelecer parcerias com os diferentes setores da comunidade, objetivando a inserção dos seus diferentes atores no contexto escolar e o desenvolvimento de suas potencialidades, assim como a maior integração entre a escola e o seu entorno; * Valorizar as falas e as experiências dos/as profissionais de educação que atuam no cotidiano escolar na construção de propostas educacionais, desde os níveis de planejamento administrativo e pedagógico até o nível de gestão do cotidiano escolar; * Valorizar o profissional da educação, estimulando sua auto-estima através de plano de carreira e salário digno, carga horária adequada, adequação do número de alunos em sala de aula às necessidade educacionais, capacitação profissional através de formação continuada e apoio psicológico; * Construir um projeto político-pedagógico com a participação de todos os segmentos da escola, inclusive pais e alunos, de forma a resgatar a autonomia da escola e criar mecanismos que aumentem a participação no processo de ensino e aprendizagem, promovendo um aprofundamento da relação entre as escolas e as famílias e uma maior integração da comunidade escolar; * Estimular e garantir a ocupação real dos espaços de representatividade já existentes, investindo na representatividade escolar do corpo docente e discente como estratégia fundamental para a construção de uma educação de qualidade; 22 DDHH JUNTOS * Participar ativamente das questões relacionadas às políticas públicas para a educação através de ações diretas e de nossa representatividade nas esferas públicas de poder, e deste modo lutar individual e coletivamente pelo investimento de recursos públicos e pela garantia do emprego dos recursos destinados a educação conforme determina a lei brasileira.