Registrado sob nº 1208 ISSN 1807-3441 “NO BRASIL NÃO EXISTE RACISMO”: UMA REFLEXÃO SOBRE A IDEOLOGIA DA “UNICULTURALIZAÇÃO” ÉDERSON JOSÉ DE LIMA [email protected] Prof(ª) IVETE PAULUK Universidade Estadual de Maringá Palavras-chave: MEMÓRIA DISCURSIVA, MULTICULTURALISMO, UNICULTURALISMO, RACISMO O presente trabalho tem por objetivo fazer algumas considerações acerca do conceito de “democracia racial” no Brasil, procurando recuperar alguns discursos da memória discursiva ou histórica racial brasileira, com vistas a evidenciar o caráter ideológico de como fora utilizado pela elite “branca” brasileira o termo “democracia racial” ao longo da história. O “uniculturalismo” é um modelo que esteve muito presente na ideologia racial brasileira e “Se a unidade racial procurada não foi alcançada, como demonstra hoje a diversidade cromática, essa elite não deixa de recuperar essa unidade perdida recorrendo novamente à mestiçagem e ao sincretismo cultural” (Munanga, 1999, p.90). E esta tentativa de mestiçagem por parte da elite brasileira fica bem marcada em discursos já esquecidos, porem sempre retomados de uma memória discursiva do tipo: “no Brasil não existe negros, pois somos todos mestiços”. Este é um tipo de discurso que procura manter a ideologia movimentos de ou um ideal de representantes “branqueamento”, dos movimentos divergindo afirmativos dos ideais negros no assumidos Brasil, os pelos quais propõem um ideal de sociedade democraticamente racial dando espaço ao multiculturalismo. Frente a esta realidade, os movimentos negros no Brasil estão em uma luta por estipular e resgatar os limites da identidade racial e cultural negra, pois é preciso separar, ou pelo menos tentar diferenciar uma cultura de outra, para então fazer valer seus direitos, lutando contra negritude. a ideologia da mestiçagem cultural que tenta “afogar” o grito de