O Facebook como mídia de comunicação em saúde:
identificando o perfil dos usuários que declaram
intenção de se cadastrar como doadores de medula
óssea
Renata Rodrigues Daher Paulo
Ana Maria Malik
INTRODUÇÃO / JUSTIFICATIVA
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Há poucas áreas no campo da saúde pública onde os esforços da comunicação em
saúde conseguem fazer uma diferença tão significativa no número de vidas salvas
quanto na área de doação de órgãos (MORGAN, MILLER, ARASARATNAM, 2002).
Considerando especificamente a doação de medula óssea, tais esforços podem
diminuir o tempo de espera das centenas de pessoas à espera de um transplante no
Brasil (INCA, 2011).
Uma das tendências dos últimos anos na comunicação em saúde é o uso das mídias
baseadas na internet. Nesse cenário, as redes sociais apresentam-se como uma nova
possibilidade de transmissão e recepção de informações na comunicação em saúde, e
como forma efetiva de compartilhamento, diálogo e apropriação destas informações
(CUNHA, 2012).
Os dados do Ibope/Nielsen revelaram haver 83,4 milhões de usuários de internet no
Brasil em junho de 2012 e que 64,8 milhões destes possuem perfis no Facebook
(CONGO, 2013).
Apesar de o usuário do Facebook poder registrar mais de um perfil, o que relativiza os
números apresentados nas pesquisas, a plataforma continua sendo a que apresenta os
números mais expressivos entre as redes sociais (ANG, 2011; G1, 2012; CONGO, 2013).
OBJETIVO
Identificar o perfil do usuário do Facebook que
declara intenção de se cadastrar como doador
de medula óssea, depois de ter sido exposto às
informações sobre a doação.
MÉTODO
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Pesquisa exploratória que utilizou uma survey como método de procedimento.
Questionários auto-preenchíveis, disponibilizados através da plataforma Survey
Monkey, acessados por meio de um link no Facebook.
O instrumento de coleta continha questões fechadas e de múltipla escolha sobre
idade, gênero, escolaridade, estado civil e renda média familiar dos respondentes,
e um convite para que os mesmos deixassem alguns dados de contato (nome, email e/ou telefone, cidade e estado) caso desejassem se cadastrar como doadores
de medula.
Para responder ao questionário, o pesquisado precisava ter entre 18 e 54 anos,
por ser esta a faixa etária na qual se admite o cadastro como doador.
Amostra autogerada ou bola de neve.
Coleta de dados foi realizada de 14/09 a 21/12/2012 (data da campanha anual
‘Semana de Mobilização Nacional para doação de Medula Óssea’).
Foram enviados: um post contendo informações sobre doação de medula, o link
da pesquisa e um link do vídeo do INCA sobre o que é e como ocorre a doação de
medula, para toda a lista de contatos de uma das pesquisadoras no Facebook.
RESULTADOS
Gênero
21%
1 Masculino
2 Feminino
Faixa etária
79%
14%
30%
1 Entre 18 e 24 anos
2 De 25 a 29 anos
21%
3 De 30 a 34 anos
12%
23%
4 De 35 a 44 anos
5 De 45 a 54 anos
RESULTADOS
Estado civil
1%
7%
37%
55%
1 Solteiro
2 Casado
3 Separado
4 Viúvo
Escolaridade
0%
1%
5%
1 Nunca estudou ou não completou a 4ª série do Ensino Fundamental
2 Completou a 4ª série, mas não completou a 8ª série do Ensino Fundamental
21%
3 Completou a 8ª série do Ensino Fundamental, mas não completou o E. Médio
4 Completou o Ensino Médio, mas não completou o Ensino Superior
21%
52%
5 Completou o Ensino Superior, mas não completou a Pós-graduação
6 Completou a Pós-graduação
7 Não sei
RESULTADOS
Renda média familiar
12%
1 Até R$830,00
5%
2 Mais de R$830,00 até R$1.245,00
13%
11%
3 Mais de R$1.245,00 até R$2.490,00
4 Mais de R$2.490,00 até R$4.150,00
23%
15%
5 Mais de R$4.150,00 até R$6.225,00
6 Mais de R$6.225,00 até R$10.375,00
21%
7 Mais de R$10.375,00
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• O uso das redes sociais pode apresentar boas perspectivas, por se tratar de
ferramentas inclusivas, abrangentes, flexíveis, versáteis e de baixo custo, quando
comparadas a meios tradicionais de promoção (televisão, rádio, jornais, etc.).
• Foi atendida uma das recomendações de Quelch (1980) para a adequada elaboração
de estratégias de comunicação em saúde: o conhecimento prévio das características
demográficas do público-alvo a quem se destinam as ações comunicacionais.
• Esta é uma pesquisa exploratória e, como tal, pretende somar esforços ao
conhecimento sobre o perfil dos usuários do Facebook que declararam intenção de
se cadastrar como doadores de medula.
• Espera-se ter identificado elementos que possibilitem um melhor planejamento e
direcionamento da comunicação com este público e, desta forma, contribuir no
aumento da efetivação dos cadastros.
• Pesquisas futuras: investigação de outras redes sociais e aprofundamento da
pesquisa, incluindo outros objetos de estudo como a verificação do nível de
conhecimento das pessoas sobre a doação; o levantamento dos locais e mídias pelas
quais as pessoas obtêm informações sobre a doação; se há influência de grupos de
referência na decisão de se cadastrar, entre outros.
REFERÊNCIAS
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Expocom 2010 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação. Porto Alegre, RS, Brasil.
CHEUEN NETO, J. A. C.; SIRIMARCO, M. T.; CHOI, C. M. K.; DUQUE, A. G. S.; FARIA, B. L. P. P. Doadores de medula óssea entre docentes de medicina e ciências exatas: há
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<http://www.comscore.com/por/layout/set/popup/Press_Events/Press_Releases/2012/1/Facebook_Blasts_into_Top_Position_in_Brazilian_Social_Networking_Market>.
Acesso em: 25/01/2013.
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<http://blogs.estadao.com.br/radar-tecnologico/2013/01/23/um-terco-dos-brasileiros-tem-facebook-pais-se-torna-o-2o-em-numero-de-usuarios>. Acesso em: 25/01/2013.
CUNHA, O. N. P. Saúde, redes e pessoas: uma análise da experiência comunicacional desenvolvida pelo Ministério da Saúde nas mídias sociais. Anais do XVII Congresso de
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do
Câncer.
(2011).
Perguntas
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respostas
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transplante
de
medula
óssea.
Disponível
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<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/orientacoes/site/home/perguntas_e_respostas_sobre_transplante_de_medula_ossea>. Acesso em: 20/08/2011.
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