Universidade do Minho Escola de Engenharia Márcia Filomena Santos Carvalho UMinho | 2012 sustentável de Márcia Filomena Santos Carvalho Reabilitação estruturas em betão armado Reabilitação sustentável de estruturas em betão armado Julho de 2012 Universidade do Minho Escola de Engenharia Márcia Filomena Santos Carvalho Reabilitação sustentável de estruturas em betão armado Tese de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Civil Trabalho efectuado sob a orientação do Professor Doutor José Barroso de Aguiar Professor Doutor João Pedro Couto Julho de 2012 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil AGRADECIMENTOS Quero agradecer em primeiro lugar à minha mãe e à minha avó, Maria Carvalho e Amélia Sousa, pelo incentivo que sempre me deram. Ao meu namorado, pela atenção incansável que me tem dado nestes 6 meses, meu profundo agradecimento. Aos meus Professores, José Barroso Aguiar e João Pedro Couto quero agradecer os conhecimentos científicos que partilharam comigo. Ao Engenheiro Heli Costa agradeço o seu tempo e saber dedicado a este estudo. À empresa Sika Portugal, agradeço o fornecimento de materiais e os respectivos preços para orçamentação. Quero agradecer à topinformática a disponibilização do programa CYPE durante a fase de elaboração da dissertação. A todos os meus amigos, quero agradecer o apoio que me deram em algumas dificuldades. Aos técnicos do laboratório de Engenharia Civil da Universidade do Minho que partilharam comigo esta experiência, o meu agradecimento. Ao Engenheiro Pedro da Empresa STAP, agradeço toda a informação que me deu relativa ao betão projectado. À Socimorcasal agradeço a disponibilidade e simpatia que tiveram comigo no fornecimento de alguns preços para orçamentação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia iii Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil RESUMO A minha dissertação consistiu na reabilitação sustentável de estruturas de betão armado. Estudou-se um caso de estudo, um reservatório de abastecimento de água que se encontrava bastante degradado. As técnicas de reabilitação estudadas foram reabilitação com argamassa de reparação e laminados e carbono colados com uma cola possuindo resinas epóxi e reabilitação com betão projectado e laminados de carbono colados também com uma cola possuindo resinas epóxi. Dentro destas técnicas havia duas hipóteses, ou se reabilitava todo o reservatório ou restituía-se a cobertura e reabilitava-se a estrutura. Para saber-se qual a técnica de reabilitação mais sustentável foi necessário estimar os custos de reabilitação através de um software que foi o CYPE. Feita a orçamentação concluiu-se que a técnica economicamente mais sustentável era a reabilitação com argamassa de reparação e laminados de carbono que custa cerca de 19.653,32 euros para reabilitar toda a estrutura, enquanto que a reabilitação com betão projectado e laminados de carbono custa cerca de 47.122,09 euros. A hipótese mais vantajosa do ponto de vista económico é a reabilitação de todo o reservatório (19.653,32 euros) em vez da restituição da cobertura e reabilitação da estrutura. Para restituir a cobertura teve-se em conta os custos de demolição das vigas, lajes e pilares (93.540,74 euros) , construção de uma cobertura nova (5.000,00 euros) e reabilitação da estrutura (125,47 euros). Para esta técnica de reabilitação foi necessário estimar o tempo de vida útil para se comprovar que de facto a técnica de reabilitação é durável. Todos os materiais estudados apresentam um bom comportamento e grandes expectativas de durabilidade. Assim, podemos concluir que esta técnica de reabilitação apresentará uma durabilidade elevada no reservatório de abastecimento de água. PALAVRAS-CHAVE: Anomalias, patologias, reabilitação, argamassa de reparação, laminados de carbono. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia iv Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil ABSTRACT My dissertation was the sustainable rehabilitation of concrete structures. We studied a case study, a reservoir of water that was severely degraded. The rehabilitation techniques were studied rehabilitation and repair mortar and carbon laminates bonded with an adhesive resin having epoxy and rehabilitation with shotcrete and carbon laminates also glued with a glue having epoxy resins. Within these techniques there were two cases, or the entire reservoir rehabilitated or restored to cover and be rehabilitated structure. To know which is more sustainable rehabilitation technique was necessary to estimate the costs of rehabilitation through a software that was CYPE. Once the budget is concluded that the technique was the most economically sustainable rehabilitation and repair mortar rolled carbon which costs about EUR 19,653.32 to rehabilitate the entire structure, while the rehabilitation with shotcrete and rolled carbon costs about of EUR 47,122.09. The hypothesis most advantageous from an economic standpoint is the rehabilitation of the entire reservoir (EUR 19,653.32) instead of restitution and rehabilitation of the roof structure. To restore coverage took into account the costs of demolition of beams, slabs and pillars (EUR 93,540.74), building a new cover (EUR 5000.00) and rehabilitation of the structure (EUR 125.47). For this rehabilitation technique was necessary to estimate the lifetime to verify that indeed the rehabilitation technique is durable. All materials exhibit good behavior and high expectations for durability. Thus, we conclude that this rehabilitation technique present a high durability in the reservoir water supply. KEYWORDS: Anomalies, pathology, rehabilitation, repair mortar, rolled carbon. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia v Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil ÍNDICE DE TEXTO RESUMO ......................................................................................................................................iv ABSTRACT .................................................................................................................................. v 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 2. FACTORES DE DEGRADAÇÃO DO BETÃO ...................................................................... 3 2.1 AGENTES DE DEGRADAÇÃO ....................................................................................... 3 2.2 CAUSAS MECÂNICAS E FÍSICAS DE DEGRADAÇÃO .............................................. 5 2.2.1 CICLO DE GELO-DEGELO....................................................................................... 5 2.2.2 TEMPERATURAS ELEVADAS ................................................................................ 5 2.2.3 TENSÕES TÉRMICAS ............................................................................................... 5 2.2.4 ABSORÇÃO DE ÁGUA NO BETÃO ........................................................................ 6 2.2.5 RETRACÇÃO.............................................................................................................. 7 2.2.6 RETRAÇÃO DURANTE O ENDURECIMENTO ..................................................... 9 2.2.7 FLUÊNCIA E FADIGA............................................................................................... 9 2.2.8 IMPACTOS................................................................................................................ 10 2.2.9 ABRASÃO ................................................................................................................. 10 2.2.10 EROSÃO E CAVITAÇÃO ...................................................................................... 11 2.2.11 FOGO ....................................................................................................................... 12 2.3 CAUSAS QUIMICAS ...................................................................................................... 12 2.3.1 ÁGUA PURA............................................................................................................. 12 2.3.2 ATAQUE POR ÁCIDOS ........................................................................................... 13 2.3.3 ATAQUE POR SULFATOS...................................................................................... 13 2.3.4 ÁGUA DO MAR ....................................................................................................... 14 2.3.5 EXPOSIÇÃO A SAIS ................................................................................................ 14 2.3.6 CARBONATAÇÃO................................................................................................... 15 2.3.7 CLORETOS ............................................................................................................... 16 2.3.8 ATAQUE ÁLCALIS-AGREGADO .......................................................................... 17 2.4 ATAQUE BIOLÓGICO ................................................................................................... 19 2.5 CAUSAS ELECTROQUIMICAS DE DEGRADAÇÃO ................................................. 20 2.5.1 CORROSÃO DAS ARMADURAS ........................................................................... 20 2.6 MÁ PORMONORIZAÇÃO DOS PROJECTOS .............................................................. 23 2.7 CAUSAS DE DESAGREGAÇÃO DO BETÃO NA EXECUÇÃO ................................. 25 2.7.1 ABATIMENTOS NAS SUPERFICIES DE BETONAGEM .................................... 26 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia vi Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.7.2 DESLOCAMENTO DA COFRAGEM ..................................................................... 26 2.7.3 VIBRAÇÃO ............................................................................................................... 27 2.7.4 SEGREGAÇÃO DO BETÃO FRESCO .................................................................... 27 2.7.5 RETRAÇÃO PLÁSTICA DO BETÃO ..................................................................... 27 2.7.6 DESCOFRAGEM PERMATURA............................................................................. 27 3. DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................... 28 4. TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO.......................................................................................... 28 4.1 PREPARAÇÃO DO SUPORTE ....................................................................................... 29 4.2 TRATAMENTO DA ARMADURA ................................................................................ 30 4.3 ARGAMASSA DE RETRACÇÃO CONTROLADA ...................................................... 30 4.4 TRATAMENTO DE FISSURAS ..................................................................................... 31 4.5 TRATAMENTO DO BETÃO .......................................................................................... 31 5. TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO .................................................................. 32 5.1 PREVENÇÃO CATÓDICA ............................................................................................. 34 6. ENSAIO DE PULL-OFF ........................................................................................................ 34 7. CASO DE ESTUDO ............................................................................................................... 37 7.1 TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO .................................................................................. 37 7.1.1 ARGAMASSA DE REPARAÇÃO ........................................................................... 37 7.1.2 REFORÇO ESTRUTURAL COM LAMINADOS DE CARBONO ........................ 62 7.1.3BETÃO PROJECTADO ............................................................................................. 64 7.1.4BETÃO PROJECTADO COM ADIÇÃO DE MICROSSÍLICA ............................... 69 7.2 CARACTERIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS DE INVESTIGAÇÃO................................ 70 7.3 ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DA ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO ............... 73 7.4 CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS IDENTIFICADAS E DESCRIÇÃO DE FENÓMENOS PATOLÓGICOS ASSOCIADOS .................................................................. 75 7.5 ENSAIOS .......................................................................................................................... 90 7. 5.1PULL-OFF COM ARGAMASSA DE REPARAÇÃO .............................................. 90 7.5.2 PULL-OFF COM LAMINADOS DE CARBONO ................................................... 92 7.6 FORMULAÇÃO DE OPÇÕES ........................................................................................ 94 7.7 QUANTIFICAÇÃO DOS TRABALHOS E ESTIMATIVA DE ORÇAMENTAÇÃO .. 95 7.7.1 REABILITAÇÃO DE TODO O RESERVATÓRIO ................................................. 95 7.7.2 DEMOLIÇÃO DA COBERTURA E REABILITAÇÃO DA ESTRUTURA ........... 96 8. CONCLUSÕES....................................................................................................................... 98 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 99 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia vii Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 10. ANEXOS ............................................................................................................................... 103 Anexo 1.................................................................................................................................. 103 Requisitos, especificações, consistência e controlo de produção de betão projectado ...... 103 Anexo 2.................................................................................................................................. 111 Ficha técnica da tinta inibidora da corrosão ......................................................................... 111 Anexo 3.................................................................................................................................. 112 Considerações tomadas no programa CYPE para a reabilitação com argamassa de reparação e laminados de carbono ........................................................................................................ 112 Anexo 4.................................................................................................................................. 114 Considerações tomadas no programa CYPE para a reabilitação com betão projectado e laminados de carbono ........................................................................................................... 114 Anexo 5.................................................................................................................................. 116 Considerações tomadas no programa CYPE para a demolição da cobertura e reabilitação da estrutura................................................................................................................................ 116 Anexo 6.................................................................................................................................. 123 Discrepância de preços das várias opções tomadas ............................................................. 123 ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1 Fissuração de uma viga (Couto et al, 2007) ........................................................................ 4 Fig. 2 Colapso estrutural (Couto et al, 2007) ................................................................................ 5 Fig. 3 Sequência cronológica da retracção (Gettu, 1998). ............................................................ 7 Fig. 4 Efeito da retracção plástica numa amostra (Ferreira, 2000). .............................................. 8 Fig. 5 Influência da razão A/C e dosagem de agregado e na retracção (Odman , 1968). ............. 8 Fig. 6 Influência do tempo sobre a fluência (Neville, 1997) ......................................................... 9 Fig. 7 Número de ciclos até à rotura (Neville, 1997) .................................................................. 10 Fig. 8 Danos provocados pela cavitação (AACHEN, 2012) ....................................................... 11 Fig. 9 Ataque por sulfatos numa laje (Ferreira, 2000) ................................................................ 14 Fig. 10 Diagrama em árvore do mecanismo de corrosão da armadura (Ferreira, 2000) ............. 16 Fig. 11 Maciço de ancoragem (GMIC, 2012) ............................................................................. 18 Fig. 12 Encontro de uma ponte (GMIC, 2012) ........................................................................... 19 Fig. 13 Corrosão electroquímica na presença de cloro (Powers, 1955) ...................................... 20 Fig. 14 Estragos provocados pela corrosão (Powers, 1955)........................................................ 21 Fig. 15 Perfil de teor de cloretos como percentagem da dosagem de cimento (Neville, 1995) .. 22 Fig. 16 Fissura na alma da viga (Castro e Martins, 2006)........................................................... 25 Fig. 17 Fissuração devido à cedência do solo (Castro e Martins, 2006) ..................................... 26 Fig. 18 Deslocamento de cofragem (Castro e Martins, 2006)..................................................... 27 Fig. 19 Hidroescarificação (Couto et al, 2007) ........................................................................... 29 Fig. 20 Diagrama de inspecção de uma obra (ABRACO, 2011) ................................................ 32 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia viii Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 21 Betão não carbonatado (Mendonça,2005) ...................................................................... 33 Fig. 22 Betão carbonatado (Mendonça,2005) ............................................................................. 33 Fig. 23 Medidor de resistividade do betão (Mendonça,2005) ..................................................... 33 Fig. 24 Detector electrosónico de humidade e câmara termográfica (L. V. Mendonça,2005) .... 34 Fig. 25 Aparelho para executar o ensaio de pull-off (ASTM,2004) ........................................... 35 Fig. 26 Tipos de rotura possíveis que podem ocorrer num ensaio de pull-off (ASTM,2004) .... 36 Fig. 27 Factores a considerar numa reparação estrutural em betão armado (Correia,2004) ....... 38 Fig. 28 Retracção (Correia,2004) ................................................................................................ 39 Fig. 29 Grupo epoxídico (Correia,2004) ..................................................................................... 40 Fig. 30 Resistências mecânicas (Correia,2004)........................................................................... 43 Fig. 31 Molde para provetes (Correia,2004) ............................................................................... 43 Fig. 32Cálculo do módulo de elasticidade por ultra-sons (Correia,2004) ................................... 44 Fig. 33 Pull-off (Correia,2004) ................................................................................................... 44 Fig. 34Martelo pneumático (Correia,2004) ................................................................................. 45 Fig. 35 Disco de serra (Correia,2004) ......................................................................................... 45 Fig. 36 Hidrodemolição (Correia,2004) ...................................................................................... 45 Fig. 37 Escarificadora (Correia,2004) ......................................................................................... 46 Fig. 38 Tratamento (Correia,2004) ............................................................................................. 46 Fig. 39 Mecanismo de ligação (Correia,2004) ............................................................................ 47 Fig. 40 Alisar a superfície da argamassa com talocha (Correia,2004) ........................................ 47 Fig. 41 Injecção (Correia,2004) .................................................................................................. 48 Fig. 42 Colocação por via seca (Correia,2004) ........................................................................... 49 Fig. 43 Relação entre partes da norma EN 1504 (Norma EN 1504) ........................................... 57 Fig. 44 Metodologias para reparação do reforço (Norma EN 1504-9) ....................................... 58 Fig. 45 Requisitos para reparações estruturais e não estruturais (Norma EN 1504-9) ................ 58 Fig. 46 Estado de conservação do betão nos pilares do reservatório de abastecimento de água. 70 Fig. 47 Estado de conservação das vigas e lajes não submersas ................................................. 71 Fig. 48 Estado de conservação da viga não submersa ................................................................. 71 Fig. 49 Estado de conservação da laje não submersa .................................................................. 71 Fig. 50 Laje não submersa........................................................................................................... 72 Fig. 51 Betão submerso fissurado ............................................................................................... 72 Fig. 52 Betão submerso sem qualquer revestimento ................................................................... 73 Fig. 53 Corte do reservatório de abastecimento de água ............................................................. 74 Fig. 54 Recobrimento da carote 1 (25 mm)................................................................................. 77 Fig. 55 Recobrimento da carote 2 (62 mm)................................................................................. 77 Fig. 56 Recobrimento da carote 3 (10 mm)................................................................................. 78 Fig. 57 Recobrimento da carote 4 (12 mm)................................................................................. 78 Fig. 58 Regularização da superfície da carote 1. ......................................................................... 79 Fig. 59 Carote 1 com superfície regular. ..................................................................................... 80 Fig. 60 Regularização da superfície na carote 3.......................................................................... 80 Fig. 61 Carote 3 com superfície regular. ..................................................................................... 80 Fig. 62 Eliminação da tinta na carote 2. ...................................................................................... 81 Fig. 63 Carote 2 sem tinta. .......................................................................................................... 81 Fig. 64 Eliminação da tinta da carote 4. ...................................................................................... 82 Fig. 65 Carote 4 sem tinta ........................................................................................................... 82 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia ix Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 66 Carotagem ....................................................................................................................... 83 Fig. 67 Resultados da carotagem................................................................................................. 83 Fig. 68 Secagem das carotes ....................................................................................................... 83 Fig. 69 Cola epóxida sikadur 32N ............................................................................................... 84 Fig. 70 Carotes já com a peça metálica colocada, preparados para o pull-off ............................ 84 Fig. 71 Aparelho usado para a realização do pull-off ................................................................. 85 Fig. 72 Ensaio da carote 1. .......................................................................................................... 85 Fig. 73 Resultados do ensaio da carote 1. ................................................................................... 86 Fig. 74 Ensaio do pull-off na carote 2. ........................................................................................ 87 Fig. 75 Resultados do pull-off na carote 2 .................................................................................. 87 Fig. 76 Resultado do pull-off na carote 4 .................................................................................... 88 Fig. 77 Resultados do pull-off na carote 3 .................................................................................. 88 Fig. 78 Colocação de cartolina nas carotes ................................................................................. 90 Fig. 79 Colocação de argamassa ................................................................................................. 90 Fig. 80 Carotagem ....................................................................................................................... 91 Fig. 81 Colocação das peças metálicas ....................................................................................... 91 Fig. 82 Cola epóxi com resinas sintéticas ................................................................................... 91 Fig. 83 Rompimento das carotes 1 e 3. ....................................................................................... 92 Fig. 84 Rompimento das carotes 2 e 4. ....................................................................................... 92 Fig. 85 Colagem do laminado de carbono à argamassa de reparação ......................................... 93 Fig. 86 Carotagem ....................................................................................................................... 93 Fig. 87 Colagem da peça metálica ao laminado de carbono ....................................................... 93 Fig. 88 Secagem dos carotes numa estufa ................................................................................... 93 Fig. 89 Resultado do pull-off ...................................................................................................... 94 Fig. 90 Planta do reservatório de abastecimento de água em estudo .......................................... 95 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1-Factores de degradação e o seu efeito no desempenho de estruturas de betão armado (Sarja, 1996). ................................................................................................................................. 3 Tabela 2-Substâncias que provocam ataque químico no betão (Neville, 1995).......................... 13 Tabela 3-Relação entre humidade relativa e velocidade de carbonatação (Emmons, 1993)....... 15 Tabela 4-Condições necessárias para que ocorra corrosão do aço no betão (Ferreira, 2000) ..... 21 Tabela 5- Técnicas de reparação de fissuras para garantir a estanqueidade das paredes (Silva, 2002). .......................................................................................................................................... 31 Tabela 6-Métodos de limpeza adequados ao tipo de mancha (Colen et al,2000) ....................... 32 Tabela 7 Requisitos de identificação (Norma EN 1504-3) ......................................................... 50 Tabela 8 Requisitos de desempenho (Norma EN 1504-3) .......................................................... 51 Tabela 9 Métodos de ensaios para aplicações especiais (Norma EN 1504-3) ............................ 52 Tabela 10 Propriedades físico-mecânicas (Norma EN 1504-3) .................................................. 54 Tabela 11 Prevenção e estabilização da deterioração (Norma EN 1504-9) ................................ 57 Tabela 12 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) ............. 59 Tabela 13 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) ............................................................................................................................... 59 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia x Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 14 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) ............................................................................................................................... 60 Tabela 15 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) ............................................................................................................................... 60 Tabela 16 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) ..................................................................................................................................... 61 Tabela 17 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) .............................................................................................................. 61 Tabela 18 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) .............................................................................................................. 61 Tabela 19 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) .............................................................................................................. 62 Tabela 20 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) .............................................................................................................. 62 Tabela 21 Requisitos dos constituintes do betão projectado (NP EN 14487-1).......................... 68 Tabela 22 Requisitos e métodos de ensaio do betão fresco (NP EN 14487-1) .......................... 69 Tabela 23 Elementos geométricos (parede interior e pilares) ..................................................... 74 Tabela 24 Elementos geométricos (soleiras, paredes, tectos e pilares) ....................................... 74 Tabela 25 Elementos geométricos (altura do tecto, altura da viga e secção) .............................. 75 Tabela 26 Valor indicativo do tempo de vida útil de projecto (Eurocódigo 0,1990) .................. 75 Tabela 27 Corrosão induzida por cloretos não provenientes da água do mar (LNEC E464, 2007) ..................................................................................................................................................... 76 Tabela 28 Vida útil de 100 anos (LNEC E464, 2007) ................................................................ 76 Tabela 29 Classe de resistência do betão presente no reservatório (Eurocódigo 2,1990) ........... 89 Tabela 30 Anomalias e as suas causas ........................................................................................ 89 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia xi Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 1. INTRODUÇÃO O betão armado surgiu em 1850, ao contrário do aço e do ferro que surgiram mais cedo. O betão tem de apresentar resistência e durabilidade para funcionar adequadamente como elemento estrutural. A sua constituição é cimento, água, agregado miúdo (areia) e agregado graúdo (brita, pedra) e ar. Apresenta elevada resistência à compressão, no entanto á tracção o betão não resiste muito bem. O betão armado tem inúmeras vantagens tais como: economia, conservação, adaptabilidade, rapidez de construção, segurança contra o fogo, impermeabilidade e resistência a choques e a vibrações. É importante saber a vida útil de uma estrutura em betão armado para sabermos a durabilidade dessa mesma estrutura. O betão é um material muito comum na construção no entanto muitas das vezes não é concebido adequadamente. Para preservar o património mobiliário é necessário conhecer as técnicas de reabilitação para saber qual a mais adequada. A vida útil de projecto de um edifício normal é 50 anos, no entanto para uma ponte já são 100 anos de vida útil. Uma estrutura de betão armado durante a sua vida útil deve ser capaz de cumprir os requisitos de segurança, qualidade e durabilidade definidos no caderno de encargos. Para avaliar as especificações do betão baseado no desempenho relacionado com a durabilidade deve recorrer-se à especificação LNEC E 465. A deterioração de uma estrutura de betão armado pode ter origem em erros humanos ou em acções naturais. A degradação devido a acções naturais ocorre devido a alterações nas propriedades mecânicas, físicas ou químicas. Muitas vezes a degradação ocorre no interior do betão e não é visível. A fendilhação é o sintoma mais comum da degradação do betão armado devido à sua heterogeneidade. É necessário estudar as patologias do betão e saber qual a sua deterioração, a causa, solução de reabilitação e a manutenção. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 1 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A durabilidade de uma estrutura de betão armado é aptidão para desempenhar as funções para as quais foi projectada, durante um período previsto, sem necessitar de manutenção nem reparações previstas. Os objectivos do projecto de uma estrutura devem ser a segurança, a qualidade das condições de serviço e a durabilidade. O objectivo deste trabalho é elaborar uma dissertação com a descrição da degradação de estruturas em betão armado e as soluções de reabilitação. É necessário avaliar e analisar as patologias existentes em estruturas de betão armado devido aos processos de deterioração descrevendo as possíveis causas e as técnicas para reabilitar. Para aplicar estes conceitos foi escolhido um caso de estudo. O caso de estudo escolhido foi um reservatório de abastecimento de água. Neste caso de estudo vão ser identificadas todas as patologias, possíveis causas e soluções de reabilitação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 2 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2. FACTORES DE DEGRADAÇÃO DO BETÃO 2.1 AGENTES DE DEGRADAÇÃO O betão está sujeito a vários agentes de degradação que afectam a sua durabilidade. O clima (água, vento, temperatura, etc.) afecta sobretudo o betão em estruturas exteriores. A influência dos agentes agressivos depende do clima, localização geográfica, do micro clima e da altura do ano. A degradação do betão faz com que o betão deixe de desempenhar as suas funções que inicialmente eram pretendidas. A tabela 1 apresenta vários factores de degradação e o seu efeito no desempenho de estruturas em betão armado. Tabela 1-Factores de degradação e o seu efeito no desempenho de estruturas de betão armado (Sarja, 1996). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 3 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A degradação das estruturas de betão armado pode-se classificar em cinco tipos: Deterioração do betão que pode ser por: - Fendilhação; - Desagregação local; - Defeitos de estanquidade; - Erosão. - Deterioração por ataque químico ou biológico; Deterioração das armaduras que pode ser: - Corrosão das armaduras; - Rotura das armaduras. Deterioração de outros materiais: - Apoios articulados; - Materiais estanques. Deformações excessivas: - Deslocamentos; - Vibrações excessivas; - Movimentos anormais nos apoios. As causas de degradação do betão podem ser: Humanas, ou seja, durante a concepção do projecto e durante a fase de execução. Exemplos das causas humanas são os cálculos incorrectos, a má concepção, pormenorização deficiente, deficiente execução, má interpretação dos desenhos, modelos de análise inadequados, etc. Na figura 1 está apresentados um exemplo de fissuração em vigas e na figura 2 exemplos de colapso estrutural. Fig. 1 Fissuração de uma viga (Couto et al, 2007) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 4 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 2 Colapso estrutural (Couto et al, 2007) Acções naturais: - Acções físicas; - Acções químicas; - Acções biológicas. 2.2 CAUSAS MECÂNICAS E FÍSICAS DE DEGRADAÇÃO 2.2.1 CICLO DE GELO-DEGELO O gelo-degelo ocorre quando o betão endurecido e saturado é exposto a temperaturas baixas, a água que fica retida nos poros capilares vai congelar e consequentemente expandir. Quando a água descongelar vai-se verificar uma expansão bastante maior nos poros e, deste modo, vai surgir um efeito cumulativo com os ciclos de gelo-degelo. Quando a água congela o seu volume sofre um incremento de 9%, originando tensões e expansões. Uma hipótese possível é introduzir 4-6% de ar no betão para absorver as expansões. 2.2.2 TEMPERATURAS ELEVADAS No caso do betão tem que se evitar que a temperatura máxima exceda os 500ºC porque o betão só resiste a temperaturas elevadas sem causar danos até aos 500ºC. 2.2.3 TENSÕES TÉRMICAS As tensões térmicas surgem quando o aumento de temperatura de uma estrutura conduz a uma variação diferencial de volume. Podem ocorrer contracções ou expansões. Se as __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 5 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil tensões de tracção resultantes superarem as tensões resistentes do betão, ocorre fendilhação. O sintoma típico da tensão térmica é o destacamento do betão. O destacamento do betão é provocado por choques térmicos que resultam de gradientes de temperatura muito acentuados que surgem entre uma superfície muito quente e o interior que é frio. Além do destacamento, o levantamento dos cantos de um pavimento é outra situação comum nas tensões térmicas. As tensões de origem térmica podem ter origem em variações de temperatura atmosférica ou variações de temperatura interna. Variação de temperatura atmosférica: As variações de temperatura originam mudanças de forma e de volume. Se forem impedidas pela estrutura originam tensões e consequente fissuração. Exemplo: Considerando uma laje de betão assente no solo construída no final do Verão ou no início do Outono. Durante o Inverno a temperatura atmosférica média e a temperatura média do betão podem baixar 30 graus centígrados para uma laje de comprimento de 30 metros, a contracção livre será da ordem de 1cm. Esta deformação é travada pelo atrito da laje sobre o solo. A tensão de tração é de 225 MPa que excede a sua resistência e o atrito é suficiente para impedir o movimento de contracção. Variação de temperatura interna: Um exemplo deste tipo de variação é o aumento da temperatura do betão durante a presa nas barragens, em que o betão é sujeito a uma variação de volume devida ao desenvolvimento de calor. 2.2.4 ABSORÇÃO DE ÁGUA NO BETÃO Quando o teor de água do betão aumenta ele aumenta de volume. Se este aumento de volume é impedido geram-se fissuras. Qualquer betão é mais ou menos poroso. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 6 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.2.5 RETRACÇÃO A retracção é caracterizada pela diminuição das dimensões do betão com o tempo, que ocorre quando se desenvolvem tensões de tracção que resultam do impedimento do betão em movimentar-se. Quando as forças de tracção superarem a resistência à tracção do betão originam fissuras. Logo após a construção é possível visualizar fissuras devido à retracção do betão. Pelo contrário, as fendas provenientes da secagem do betão só são visíveis mais tarde. A figura 3 apresenta a sequência cronológica da retracção numa estrutura de betão armado. Para a compreensão deste gráfico é necessário ter presentes os seguintes conceitos: Retracção plástica (figura 4): Ocorre devido às deformações no betão quando o betão está no estado fresco e deve-se à perda de água. Esta deformação ocorre sobretudo nas lajes e nas paredes. Retracção térmica: Durante o início da hidratação do cimento as reacções exotérmicas provocam um aumento de temperatura no betão logo surge uma dilatação térmica no elemento. Quando se atinge a temperatura máxima o elemento vai arrefecer até atingir a temperatura ambiente, havendo contracção no betão e consequente deformação. Fig. 3 Sequência cronológica da retracção (Gettu, 1998). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 7 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 4 Efeito da retracção plástica numa amostra (Ferreira, 2000). Retracção térmica: Durante o início da hidratação do cimento as reacções exotérmicas provocam um aumento de temperatura no betão logo surge uma dilatação térmica no elemento. Quando se atinge a temperatura máxima o elemento vai arrefecer até atingir a temperatura ambiente, havendo contracção no betão e consequente deformação. Retracção autogénea: Se o betão for hidratado continuamente na presença de água irá provocar expansão. No entanto, se não houver troca de humidade do exterior com a pasta de cimento vai ocorrer retracção. Retracção por secagem: Quando o betão é exposto ao ar, há a saída de água que vai provocar a retracção por secagem. A retracção depende da idade em que surgiu pela primeira vez a retracção. A retracção é tanto maior quanto maior for a razão água/cimento e menor a dosagem do agregado tal como mostram os gráficos da figura 5. Quanto maior a humidade relativa menor a retracção. Fig. 5 Influência da razão A/C e dosagem de agregado e na retracção (Odman , 1968). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 8 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.2.6 RETRAÇÃO DURANTE O ENDURECIMENTO As reacções químicas podem-se prolongar durante anos, causando diminuição de volume – retracção por endurecimento. Se houver algum impedimento à deformação geram-se fissuras. 2.2.7 FLUÊNCIA E FADIGA A fluência é o aumento da deformação do betão quando sujeito a tensão constante. As suas consequências só se manifestam passado um período longo de tempo. Os gráficos da figura 6 mostram a influência que o tempo tem na fluência. A fluência é tanto maior quanto menor for a humidade relativa. A fadiga ocorre quando é aplicada uma carga cíclica ao longo do tempo, provocando aumento da deformação. Depende das tensões cíclicas tal como mostra o gráfico da figura 7. Com o aumento dos ciclos a carga de rotura diminui, verificamos isto para o betão à compressão, no betão à tracção e no aço macio em tracção. Fig. 6 Influência do tempo sobre a fluência (Neville, 1997) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 9 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 7 Número de ciclos até à rotura (Neville, 1997) 2.2.8 IMPACTOS Como o betão está sujeito a impactos, é necessário avaliar a resistência sob estes. Além da capacidade de resistência a impactos é também fundamental avaliar a capacidade de absorção de energia. As situações típicas em que ocorre choque por impactos são: - A ocorrência de sismos; - Tensões geradas durante um bombardeamento; - Cravar estacas; - Forças de compressão exercidas nas fundações; - Manuseamento de peças pré-fabricadas. 2.2.9 ABRASÃO É o processo que provoca o desgaste por escorregamento. Abrasão depende das condições de serviço a que a estrutura está exposta. Consiste no desgaste por atrito da camada superficial do betão. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 10 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.2.10 EROSÃO E CAVITAÇÃO A erosão é o processo em que ocorre desgaste, não a seco mas sim em contacto com água em escoamento. É, portanto, um desgaste resultante da acção abrasiva de fluidos que contêm sólidos suspensos. O grau de erosão depende do tipo e potência do agente erosivo e da qualidade do betão. A cavitação é a perda de material devido ao contacto e consequente impacto de bolhas de vapor num escoamento de elevada velocidade de um fluido. Ocorre em canais quando a velocidade da água é superior a 12m/s e as superfícies de contacto são irregulares. Há desagregação na superfície do betão devida às variações de pressão (figura 8). Fig. 8 Danos provocados pela cavitação (AACHEN, 2012) Erosão em lajes de pavimento À medida que a tecnologia foi evoluindo, observaram-se algumas desvantagens. O veículo antigamente tinha rodas metálicas e agora os pneus são de borracha, o peso dos veículos aumentou significativamente. O custo da mão-de-obra também aumentou e deste modo é necessário reduzir a mão-de-obra. Este tipo de erosão é comum nos armazéns e instalações industriais. Erosão em obras hidráulicas Há canais feitos de betão e estes podem sofrer desgaste por abrasão. Se a velocidade for muito elevada pode haver o fenómeno de cavitação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 11 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Erosão em condutas Se as condutas transportarem gases com forte teor de cinzas podem surgir problemas de abrasão. Erosão em obras marítimas na zona de quebra-mar Há desgaste por erosão de todas as obras em que incidem por escavação das vagas que escavam o fundo, com as partículas de areia e silte que são projectadas agressivamente. 2.2.11 FOGO Depende do tipo de cimento, razão água/ cimento, do tipo de agregados, da espessura de recobrimento e da dosagem de cimento e também da temperatura. Obviamente que temperaturas muito elevadas resultantes de incêndios trazem consequências para o betão. Quanto maior a temperatura atingida menor a resistência do betão. Para temperaturas compreendidas entre 300ºC e 600ºC o betão apresenta cor rosa, até 900ºC apresenta cor cinza e quando a temperatura ultrapassa os 900ºC o betão fica com uma cor esbranquiçada. A resistência do betão à compressão depende de: - Quantidade de água quimicamente ligada. Quando exposta ao fogo desaparece; - Alterações químicas entre a pasta de cimento e o agregado; - Degradação da pasta de cimento endurecido. 2.3 CAUSAS QUIMICAS 2.3.1 ÁGUA PURA A água pura decompõe certos compostos de cimento e isto acontece através da dissolução do hidróxido de cálcio, sendo este ataque muito lento. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 12 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.3.2 ATAQUE POR ÁCIDOS Resulta de uma reacção que ocorre entre a solução agressiva e os compostos de cimento, onde por lixiviação irá ocorrer a perda de resistência do betão. O ácido sulfúrico reage com o hidroxido de cálcio formando sulfato de cálcio (gesso): (1) Formação da etringite: +3CaO. . .3Ca (2) Na tabela 2 apresenta-se as substâncias que provocam ataque químico no betão. Tabela 2-Substâncias que provocam ataque químico no betão (Neville, 1995). Ácidos Inorgânico Carbónico Hidroclórico Hidrofluórico Nítrico Fosfórico Sulfúrico orgânicos Acético Cítrico Fórmico Húmido Láctico Tânico Outras substâncias Cloretos de alumínio Gorduras animais e vegetais Sais de amoníaco Óleos vegetais Sulfuretos de hidrogénio Sulfatos 2.3.3 ATAQUE POR SULFATOS É caracterizado pela reacção química dos iões sulfato com os compostos de alumina, iões sulfato, cálcio e hidróxidos do cimento Portland, formando etringite e uma quantidade menor de gesso (figura 9). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 13 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 9 Ataque por sulfatos numa laje (Ferreira, 2000) A formação retardada de etringite é caracterizada por um processo expansivo, onde ocorre fendilhação generalizada. 2.3.4 ÁGUA DO MAR Uma estrutura de betão em contacto com o mar está sujeita a cargas de impacto. Dando origens a patologias como cavitação e erosão. Além disso, está sujeita a ciclos de secagem/molhagem, ciclos de gelo-degelo e ataques químicos. 2.3.5 EXPOSIÇÃO A SAIS Ocorre uma expansão cristalina de sais dissolvidos que origina a decomposição do betão. Esta decomposição de sais ocorre imediatamente abaixo da superfície do betão. A expansão de sais pode ser notável nas seguintes situações: - Quando o betão é colocado em solos contendo bastantes sais dissolvidos, possui uma superfície de exposição para evaporação e deste modo a água vai migrar em direcção da superfície exposta por acção capilar e vai-se evaporar. Consequentemente o sal cristaliza nos poros provocando tensões expansivas o que vai originar o destacamento do betão. - Quando o betão estiver próximo das marés, vai estar sujeito alternadamente a períodos de salpicos com água salina e de secagem. A água contendo sais é absorvida, sendo posteriormente evaporada e originando quantidades elevadas de sais na zona da superfície. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 14 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.3.6 CARBONATAÇÃO O dióxido de carbono reage com o hidróxido de cálcio formando carbonato de cálcio: + O (3) A carbonatação ocorre quando o dióxido de carbono reage na presença de humidade com os minerais de cimento hidratado. Carbonatação pode-se dar em três fases: 1ª Fase: O dióxido de carbono difunde-se para o interior do betão; 2ªFase: O dióxido de carbono reage com as moléculas de água; 3ªFase: O ácido carbónico reage com os componentes alcalinos do betão. A carbonatação começa a desenvolver-se do exterior do betão para o interior. A velocidade diminui à medida que a carbonatação caminha para o interior. A tabela 3 mostra a relação da Humidade Relativa com velocidade de carbonatação: Tabela 3-Relação entre humidade relativa e velocidade de carbonatação (Emmons, 1993). Método analítico para determinação da carbonatação: √ (4) Em que: c-profundidade de carbonatação em centímetros; k-coeficiente de carbontação; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 15 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil t-tempo em anos. Método experimental: -Solução indicadora de fenolftaleína: Consiste na utilização de um indicador de fenolftaleína que em ambientes alcalinos adquire a cor rosa –carmin. Este método possui limitações uma vez que, podem existir certas zonas que apenas estejam parcialmente carbonatadas e desta forma não vão ser detectadas pela solução de fenolftaleína. 2.3.7 CLORETOS A carbonatação juntamente com os cloretos são as principais causas para a despassivação da armadura no betão armado (figura 10). Fig. 10 Diagrama em árvore do mecanismo de corrosão da armadura (Ferreira, 2000) O problema principal no ataque por cloretos é a corrosão do aço. É importante saber o tempo que os iões cloro demoram a passar do ambiente para o betão. O ião cloro pode entrar em contacto com o betão a partir dos agregados contaminados, da água ou através do uso de adjuvantes que contenham cloro. Os iões fixos são considerados inofensivos. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 16 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O ião cloro reage com o aluminato tricálcio e a fase ferrítica: (5) Originando o sal de Friedel: (6) Para afixação dos iões cloros podem ser considerados dois métodos: - Medição da relação iões cloro totais/livres; - Medição da relação iões cloro fixos/livres. A principal fixação é com o C3A para formar cloro aluminato de cálcio. Quanto maior C3A maior a fixação do ião cloro. O tipo de cimento varia de acordo com a concentração de C3A e C3A+C4AF e influencia a concentração do ião cloro. Para prevenir que os cloretos penetrem no betão podemos aumentar o recobrimento. Quanto maior o recobrimento, mais tempo demoram os cloretos a chegar à armadura. O recobrimento e a qualidade do betão actuam em conjunto para a protecção da armadura. Se a cura for prolongada, a corrosão será mais demorada pois o betão será mais resistente. Usando materiais cimentícios reduz-se a penetração no betão, aumentando a sua resistência. 2.3.8 ATAQUE ÁLCALIS-AGREGADO O ataque álcalis-agregado ocorre quando os álcalis libertados pelo cimento hidratado reagem com os agregados cujos constituintes são reactivos. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 17 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Podem ocorrer dois tipos de ataques: - Ataque alcalis-carbonato (contendo calcários dolomíticos); - Ataque álcalis-sílica (contendo agregados siliciosos). A fendilhação na superfície do betão sujeito a este tipo de ataque é irregular. Neste tipo de ataque as fendas atravessam as partículas de agregado e a pasta de cimento (figura 11). Fig. 11 Maciço de ancoragem (GMIC, 2012) A expansão cessa quando o teor de humidade do betão for inferior a 4-8% (humidade relativa de 85%). Reacções álcalis-sílica Há rochas siliciosas que reagem com o cimento formando um composto álcalis-sílica. A álcali-sílica pura pode reagir com os iões de cálcio originando (a partir do hidróxido de cálcio ou outros produtos de hidratação) um complexo branco, opaco de sílica-cálcio ou álcali-sílica-cálcio. Os produtos das reacções álcali-sílica absorvem água e consequentemente aumentam de volume. Quanto mais água for absorvida mais água irá entrar para o interior do betão e aumentar a largura da fenda (figura 12). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 18 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 12 Encontro de uma ponte (GMIC, 2012) Reacções álcali-carbonatos Os álcalis libertados da pasta de cimento ou de outras reagem com os agregados e com os carbonatos. Uma situação visível deste tipo de ataque é na zona da reacção aparecer até 2mm de largura em torno das partículas de agregado. A fendilhação irá ser longa nestes anéis à interface e na direcção radial. 2.4 ATAQUE BIOLÓGICO Ocorre quando o betão entra em contacto com águas residuais que resultam da actividade metabólica de bactérias e fungos. Estas bactérias e fungos têm tendência a oxidar o enxofre. Os compostos de enxofre nos esgotos são reduzidos a sulfitos pela acção de bactérias porque nestas condições os níveis de oxigénio são muito baixos. O H2S é um exemplo destes componentes que vão para atmosfera e dissolve-se na humidade condensada acima do nível da água da conduta. Caso haja um elevado nível de oxigénio o H2S dissolvido origina H2SO4. Este ataque depende: - Temperatura nos esgotos; - A presença de enxofre e resíduos industriais nos esgotos; - Falta de ventilação; - Condições estagnadas de escoamento. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 19 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil É fundamental fazer referência ao fenómeno dos esgotos. O enxofre é transferido em ácido ou sulfatos na presença de microrganismos. Os fungos (origem vegetal), as raízes (origem vegetal) e as da origem animal também devem ser considerados neste tipo de ataque. 2.5 CAUSAS ELECTROQUIMICAS DE DEGRADAÇÃO 2.5.1 CORROSÃO DAS ARMADURAS O aço está protegido no betão através de uma película fina de hidróxido de cálcio que tem elevada alcalinidade e, além disso, o betão ainda lhe confere uma protecção ao meio ambiente através de uma barreira física que o separa do meio ambiente. Deste modo, nas condições de exposição normais o aço está protegido contra a corrosão através de uma camada de passivação. As estruturas submersas não possuem oxigénio então o aço vai oxidar lentamente não ocorrendo corrosão. A camada de passivação é formada por Fe2O3. Esta camada protege o aço da corrosão enquanto não for destruída o aço permanece sem qualquer dano. Quando falamos de corrosão faz sentido falar em células electroquímicas pois a corrosão ocorre como resultado destas células, em que no ânodo ocorre corrosão e no cátodo redução. Há transporte de fluxo de electrões que se deslocam do ânodo para o cátodo (figura 13). Fig. 13 Corrosão electroquímica na presença de cloro (Powers, 1955) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 20 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A corrosão pode se dar devido à falta de uniformidade do aço, contacto com metais menos activos e da heterogeneidade do meio químico/físico que envolve o aço. A camada de passivação pode ser destruída quando penetrarem substâncias agressivas e a corrosão irá ocorrer. Nestas circunstâncias, o aço diminui de secção, o betão pode fissurar devido às expansões exercidas sobre ele e irá haver uma diminuição de aderência ou mesmo uma perda completa e consequentemente redução de capacidade de carga (figura 14). Fig. 14 Estragos provocados pela corrosão (Powers, 1955) +2 O+4 anódica (7) catódica (8) As condições necessárias para que ocorra corrosão do aço no betão encontram-se na tabela4. Tabela 4-Condições necessárias para que ocorra corrosão do aço no betão (Ferreira, 2000) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 21 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Os cloretos provocam a despassivação da armadura. Podem ser incorporados no betão aquando da amassadura se se usar agregados contaminados ou através da utilização de adjuvantes contendo cloretos (figura 15). Fig. 15 Perfil de teor de cloretos como percentagem da dosagem de cimento (Neville, 1995) Os cloretos apenas penetram no betão saturado e na presença de oxigénio. O teor de cloretos diminui com a profundidade da camada de recobrimento. Tipos de corrosão Corrosão por picadas A corrosão por picadas é típica do ião cloreto. As picadas são autocalíticas e deste modo podem aumentar continuamente. Forma-se uma célula de corrosão onde existe uma área passiva intacta (cátodo) e uma área menor (ânodo) onde se vai reduzir o oxigénio uma vez que houve despassivação da armadura. Corrosão em espaços confinados Ocorre quando há um espaço sobre a superfície do aço que evita o acesso de oxigénio. Neste processo há células diferenciais de oxigénio que induzem a corrosão da armadura. Este tipo de corrosão pode ocorrer pela injecção de argamassas com materiais epóxidos como reforço estrutural. Irão surgir zonas com falta de oxigénio e, deste modo, a corrosão irá ser acelerada. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 22 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Corrosão da baixa tensão Ocorre quando há esforços de tracção no aço e um meio agressivo e ocorre sobretudo em betão pré-esforçado e pós-esforçado. A corrosão de baixa tensão é, muitas vezes, associada à má utilização do betão ou á presença de certos iões. Corrosão por correntes de interferência Podem ser definidas como correntes que não formem parte da célula electroquímica. Para se dar este tipo de corrosão tem de haver uma troca de correntes entre uma estrutura metálica e um meio electrolítico. As fontes mais comuns são: A protecção catódica em meios de baixa resistividade e sistemas com potencial eléctrico. O aço passivo no betão e que não está contaminado com cloro não irá sofrer este tipo de corrosão. Corrosão generalizada Resulta da perda da camada passiva e pode ser devida ao ataque por cloretos ou carbonatação. Também pode resultar da lixiviação produzida pela percolação e/lavagem por águas puras ou ácidas. Corrosão galvânica Ocorre quando há diferentes tipos de metais no meio electrolítico. 2.6 MÁ PORMONORIZAÇÃO DOS PROJECTOS Muitas vezes surgem pormenores que não foram previstos em projecto, tais como as variações bruscas de secção, juntas rígidas entre lajes pré-fabricadas, deformações, fugas através das juntas, esgotos mal concebidos, drenagem insuficiente, jogo deficiente de juntas de dilatação, incompatibilidade de materiais, incompatibilidade de secções, fluência não tomada em consideração, erros aquando da elaboração do projecto. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 23 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Variações bruscas de secção: As variações bruscas de secção dão origem a concentração de tensões que podem originar fissuração. Juntas rígidas entre lajes pré-fabricadas: As lajes pré-fabricadas são projectadas para serem lajes independentes. Estas lajes não contêm armaduras nos apoios. A sua rotação nas extremidades irá originar fissuras. Deformações: O regulamento de betão armado e pré-esforçado impõe espessuras mínimas ou adopção de processos especiais para ter em conta a capacidade de suportar cargas lineares. Fugas pelas juntas: A causa frequente da fuga entre as juntas é a infiltração de água. Esgotos mal concebidos: Os tubos de queda devem ter o comprimento necessário para que a água não seja projectada contra a parte de baixo da obra no caso de uma ponte. Drenagem insuficiente: Deve evitar-se a acumulação de água. A drenagem é insuficiente, normalmente, em superfícies horizontais. Deve garantir-se sempre uma pendente. Jogo deficiente de juntas de dilatação: Origina tensões de corte imprevisíveis e a escamação de superfícies vizinhas da junta. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 24 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Incompatibilidade de materiais ou de secções: Por exemplo é de referir o caso das vigas de betão armado de grande secção às quais são fixadas elementos de pequena secção. A figura 16 mostra outro exemplo em que a alma é muito pouco armada em relação aos banzos. Fig. 16 Fissura na alma da viga (Castro e Martins, 2006) Fluência não tomada em consideração: Se a fluência não é tomada em atenção a obra vai sofrer deformações que não são previstas. Erros durante a elaboração do projecto: As causas destes erros são: fissuras, escamação, entre outros erros já referidos. 2.7 CAUSAS DE DESAGREGAÇÃO DO BETÃO NA EXECUÇÃO As causas mais comuns da degradação do betão em obra são: Vibrações; Deslocamentos das cofragens; Abatimentos nas superfícies da betonagem; Descofragem prematura; Retracção nomeadamente durante a presa do betão; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 25 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Segregação do betão fresco. 2.7.1 ABATIMENTOS NAS SUPERFICIES DE BETONAGEM Fig. 17 Fissuração devido à cedência do solo (Castro e Martins, 2006) O abatimento na localização das superfícies de betonagem surge quando existem zonas com resistências distintas e a presença de vazios. Nestas situações um assentamento vai ser provocado sob efeito do seu peso próprio, originando fissuras tal como vemos na figura 17. 2.7.2 DESLOCAMENTO DA COFRAGEM Sempre que a cofragem se mova durante a fase em que o betão passa da fase fluida para a fase da sua presa podem ocorrer fissuras e deixa de estar em segurança a estrutura porque há formação de uma bolsa de água na massa do betão e se esta congelar o betão vai estalar, tal como se verifica na figura18. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 26 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 18 Deslocamento de cofragem (Castro e Martins, 2006) 2.7.3 VIBRAÇÃO Estas vibrações dizem respeito às vibrações que ocorrem durante a presa do betão como por exemplo, a circulação de veículos, tiros de minas, cravação de estacas, entre outras. 2.7.4 SEGREGAÇÃO DO BETÃO FRESCO As partículas mais pesadas são sedimentadas e este processo ocorre antes da presa do betão. O betão endurece primeiro na superfície logo qualquer impedimento poderá provocar fissuração. 2.7.5 RETRAÇÃO PLÁSTICA DO BETÃO Ocorre no início da presa do betão quando ocorrem variações de volume que irão provocar pequenas fissuras. 2.7.6 DESCOFRAGEM PERMATURA Ocorre quando há necessidade de efectuar a obra num prazo muito curto, então acelerase os trabalhos e retira-se as cofragens quando o betão armado ainda não está resistente ocorrendo fissuras graves. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 27 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 3. DIAGNÓSTICO É necessário fazer um levantamento exaustivo e pormenorizado das patologias, deve ser efectuado por profissionais de modo a identificar o tipo e causa da patologia e a profundidade de degradação. Deve ser realizado um projecto com as intervenções a realizar, identificando métodos para a preparação do suporte, tratamento e substituição da armadura. No caderno de encargos devem ser definidas as características dos produtos a utilizar e a descrição pormenorizada das tarefas. Os sintomas principais da degradação de uma estrutura em betão armado são as fissuras, escamação e desagregação. Estes sintomas são visíveis e cada um tem um significado próprio. É necessário saber a causa da degradação o que requere uma pesquisa. Em primeiro lugar é necessário saber as causas da degradação e como proceder à sua eliminação. Em segundo lugar é necessário diagnosticar a causa provável. Por fim, deve ser aplicado um método de reparação. 4. TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO Medidas de intervenção Demolição parcial ou total da estrutura; Redução das acções sobre a estrutura; Modificação do sistema estrutural; Substituição de elementos danificados; Reparação e reforço de elementos estruturais; Inclusão de elementos estruturais adicionais. Materiais de reparação Quando pretendemos reparar uma estrutura o objectivo é usar materiais distintos dos usados em estruturas novas. Dos materiais normalmente usados destacam-se os seguintes: __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 28 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Betões e argamassas especiais. Possui elevada resistência e baixa retracção; Betão projectado; Resinas: Possui dois componentes, a resina e o endurecedor. As resinas podem ser usadas na injecção de fissuras de elementos de betão. Pode ainda ser usada na colagem de chapas metálicas de modo a proporcionar um reforço adicional. Armaduras adicionais de reforço sob a forma de perfis metálicos, chapas metálicas coladas ou fixadas por buchas, cintas, estribos e varões longitudinais. Tipos de reforço Reforço nas fundações; Reforço com encamisamento de betão projectado; Reforço com encamisamento de betão armado; Reforço pela utilização de resinas epoxy e elementos metálicos; Injecção de fissuras; Pré-esforço, contraventamento, etc. 4.1 PREPARAÇÃO DO SUPORTE A preparação do suporte pode ser feita por demolição manual, máquinas-ferramentas, jacto de areia seco ou húmido, hidroescarificação (figura 19). Fig. 19 Hidroescarificação (Couto et al, 2007) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 29 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 4.2 TRATAMENTO DA ARMADURA Devem ser removidas das armaduras as poeiras, ferrugem, óleos, vernizes, gorduras. Esta remoção é feita através do jacto de areia. No caso de ser necessário substituir armadura devem ser respeitados os comprimentos de amarração. De seguida deve aplicar-se uma argamassa cimentícia anticorrosiva, constituída por polímeros, ligantes cimentícios e inibidores de corrosão para protegerem armadura da corrosão. A acção anticorrosiva da argamassa ocorre através: Da sua impermeabilidade à água e aos gases agressivos que existem na atmosfera; Da presença de inibidores de corrosão; Da sua elevada alcalinidade; Boa aderência ao metal. As argamassas são aplicadas com um pincel fazendo duas demãos. A segunda demão pode ser aplicada alguns minutos depois da primeira e de preferência dentro de 24horas. 4.3 ARGAMASSA DE RETRACÇÃO CONTROLADA Para aplicar em obra é necessário apenas a adição de água. A sua constituição é cimento com grande resistência, aditivos adicionais, agregados, microssílica. A pozolana reage com os hidróxidos de cálcio na presença de água. As suas vantagens são: mais baratas que o próprio cimento, reduzem o calor de hidratação, aumentam a resistência química e diminuem os fenómenos de retracção. Antes da sua aplicação é necessário humedecer o suporte. É necessário esperar que a água evapore e para facilitar a eliminação de água pode-se usar ar comprimido caso seja necessário. Logo antes de aplicar é necessário misturar a argamassa em pó com a água. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 30 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 4.4 TRATAMENTO DE FISSURAS O tratamento de fissuras pode ser efectuado por exemplo com adesivo epoxídico isento de solventes. Antes de aplicar a superfície deve estar limpa. Devem ser eliminados todas as poeiras. A fissuração do suporte está muitas das vezes associada a fenómenos de movimento na fundação, concentração de cargas externas, ataques químicos, acção do gelo, deformações e variações higrométricas. A tabela 5 apresenta técnicas para reabilitar fissuras. Tabela 5- Técnicas de reparação de fissuras para garantir a estanqueidade das paredes (Silva, 2002). 4.5 TRATAMENTO DO BETÃO O betão degradado deve ser removido; A superfície de contorno deve preferencialmente apresentar-se na vertical; Pode usar-se discos abrasivos; Deve evitar-se que os contornos na zona de corte fiquem fendilhados; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 31 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A superfície a reparar não deve estar muito lisa; Retirar poeiras e limpar com jacto de água; 5. TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO Consiste em operações de limpeza e pequenas reparações. A tabela 6 apresenta métodos de limpeza adequada a cada tipo de mancha e a figura 20 mostra um esquema explicativo dos procedimentos para a realização da inspecção e manutenção numa obra. Tabela 6-Métodos de limpeza adequados ao tipo de mancha (Colen et al,2000) Fig. 20 Diagrama de inspecção de uma obra (ABRACO, 2011) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 32 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A utilização de ensaios não destrutivos, de acordo com um plano de inspecção a elaborar de acordo com as características iniciais da estrutura, bem como as do meio ambiente em que esta se insere, permite determinar o estado do betão da camada de recobrimento. À medida que a idade da estrutura vai aumentando, a frequência de ensaios também deve aumentar. A carbonatação do betão é uma das principais patologias que muitas vezes não é visível na inspecção visual. Para se detectar esta patologia usa-se uma solução de fenolftaleína. O betão não carbonatado adquire a cor rosa (figura 21). A figura 22 apresenta um exemplo do betão carbonatado. Fig. 21 Betão não carbonatado (Mendonça,2005) Fig. 22 Betão carbonatado (Mendonça,2005) O teor de cloretos também pode ser determinado através de ensaios não destrutivos (Figura 23). Fig. 23 Medidor de resistividade do betão (Mendonça,2005) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 33 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Caso seja feita uma inspecção visual periódica por técnico habilitado, grande parte das patologias dos edifícios podem ser detectadas. Esta inspecção deve ser complementada por ensaios não destrutivos variando consoante a idade e o estado de conservação do edifício, como por exemplo os ensaios detector electrosónico de humidade e a câmara termográfica (figura 23). Fig. 24 Detector electrosónico de humidade e câmara termográfica (L. V. Mendonça,2005) 5.1 PREVENÇÃO CATÓDICA Para poder funcionar a corrente deve ser descarregada do ânodo. A corrente é obrigada a movimentar-se para tubulações em áreas que eram anódicas. Quando houver uma quantidade de fluxo descarregado dos ânodos, é colectada na tubulação e carregam as correntes que se estavam a descarregar da zona anódica. Haverá uma protecção da corrosão. 6. ENSAIO DE PULL-OFF O ensaio de pull-off tem a finalidade de avaliar a resistência superficial do betão ou recorrendo à carotagem parcial para medir aderência de elementos separados. Encontrase descrito nas normas ASTM C 1583-04 (2004) ou em BS 1881:Part207 (figura 25). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 34 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 25 Aparelho para executar o ensaio de pull-off (ASTM,2004) É um ensaio de aderência por tracção directa e consiste na aplicação suave de uma força de tracção exercida manualmente no volante de tensão de um aparelho concebido para esse fim. A força de tracção é transmitida axialmente a uma peça metálica de ensaio colada ao provete. O aumento gradual da força é registado logo que se dê o arrancamento do provete na secção mais frágil. Antes de se proceder à colagem da peça metálica ao carote, estas superfícies devem ser cuidadosamente preparadas deforma a que haja uma boa aderência. Devem ser superfícies lisas e sem rugosidades de modo a que a força que é aplicada nestas superfícies seja uniforme em toda a área de colagem. Deve efectuar-se a carotagem nos provetes e posteriormente a superfície do betão deve estar seca. A cola que se aplica entre os elementos de separação deve ter uma tensão de aderência elevada de modo a garantir que a rotura se dê pelo betão. A figura 26 mostra os tipos de rotura possíveis que podem ocorrer num ensaio de pulloff. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 35 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 26 Tipos de rotura possíveis que podem ocorrer num ensaio de pull-off (ASTM,2004) O ensaio de Pull-off é rápido e pouco dispendioso. Os danos causados aos carotes são reduzidos e a utilização in situ é viável. Evidentemente que há factores que podem influenciar estes ensaios tais como, a composição e propriedades do betão, variação na superfície de rotura, orientação e posição do agregado sobre o disco, diâmetro e espessura do disco, sistema de contrapressão e velocidade de aplicação da carga. As principais aplicações deste ensaio são: Medição da tensão de tracção no betão in situ de modo a detectar defeitos na camada superficial e fendas na perpendicular à superfície; Aderência das camadas novas. As vantagens são: É um ensaio simples e qualquer pessoa o pode executar; Os resultados são fiáveis; A tensão de tracção é medida directamente; Os resultados são visíveis logo após os ensaios; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 36 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O ensaio não requer planeamento prévio. As desvantagens são: Tempo de presa da cola (é necessário esperar 24 horas para que a cola cole os elementos separados); Existe uma dificuldade em conseguir que não haja uma flexão residual e o ensaio deixe de ser por tracção pura; Os valores obtidos dependem do tipo e dimensão do agregado, do material do disco e da sua espessura. 7. CASO DE ESTUDO 7.1 TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO Existem várias técnicas de reabilitação, irei referir as técnicas de reabilitação estudadas para este caso de estudo. 7.1.1 ARGAMASSA DE REPARAÇÃO A correcta utilização de argamassas de reparação requer que haja uma combinação adequada das suas propriedades e dimensões, sendo o objectivo evitar que a estrutura se continue a degradar, permitir um bom acabamento final e restaurar a parte estrutural da obra. As argamassas devem ser classificadas em: Argamassas de reparação estrutural - são aplicadas de modo a substituir o betão degradado e a permitir que o betão volte a obter as suas características estruturais e de durabilidade; Argamassas de reparação não estrutural – são aplicadas na estrutura de betão com o objectivo de restituir a geometria e estética. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 37 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Deve escolher-se a argamassa de acordo com as condições de utilização e com o objectivo desejado pelo utilizador. As propriedades mecânicas da argamassa, a durabilidade, a permeabilidade à água, a resistência a taques químicos, a trabalhabilidade e aderência ao material original são importantes para avaliar o seu desempenho (figura 27). Fig. 27 Factores a considerar numa reparação estrutural em betão armado (Correia,2004) Critérios de selecção: Retracção A retracção (figura 28) por secagem pode provocar fendilhação, perda da capacidade de carga e má aparência. A perda de água vai diminuindo o volume da argamassa de reparação à medida que o processo de secagem se desenvolve, sendo restringida a ligação ao suporte, provocando tensões internas de tração. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 38 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 28 Retracção (Correia,2004) Aderência Deve-se escorar as peças antes da sua reparação. De modo a evitar que o novo material não absorva nenhuma parcela de carregamento estático já existente. Os materiais devem possuir baixa fluência e ter módulos de elasticidade semelhantes. Devido ao carregamento podem ocorrer problemas de sobrecarga ou fluência e além disso a ligação do material de reparação ao suporte pode originar levantamento, delaminação, etc. Humidade Alterações de humidade interna podem provocar tensões retracção. Gases atmosféricos Podem provocar corrosão das armaduras e desintegração da matriz do betão. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 39 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Constituintes das argamassas: Ligante – agente aglomerante que liga as cargas e os agregados, formando um material composto; Agregados finos – Melhoram as propriedades mecânicas, reduzem a retracção e melhoram a resistência à abrasão; Agregados grossos – Reduzem de uma forma mais eficaz o volume do ligante e melhoram a resistência mecânica; Cargas – São agregados de diversas naturezas e são usados para alterar as propriedades do material; Polímeros modificados – São usados em materiais à base de ligante inorgânico (latex, acrílico, etc); Fibras reforçadas – São filamentos de aço ou vidro concebidas para resistir à tracção; Modificados químicos – são diversos produtos químicos que podem funcionar como aceleradores de presa, redutores de água, plastificantes ou agentes expansivos. Argamassas de ligantes orgânicos: Resinas de poliéster – são constituídas por um polímero linear diluído num agente de reticulação. Apresentam baixa viscosidade e boa resistência mecânica; Resinas epoxídicas – São constituídas por polímeros que contêm grupo epóxido (figura 29). Estas resinas não exigem acelerador, ao contrário das resinas de poliéster. Fig. 29 Grupo epoxídico (Correia,2004) Deve escolher-se correctamente a resina base e o iniciador, pois irá influenciar as características do material de reparação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 40 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Têm como vantagens uma boa aderência, boa resistência à abrasão e agentes agressivos e apresentam um tempo curto de presa. Apresentam alguns inconvenientes, tais como sensibilidade às condições de aplicação e uma cor diferente da do betão. Adições: Destacam-se os diluentes (líquidos que diminuem a viscosidade e aumentam o volume sólido do material), flexibilizantes (aumentam a flexibilidade do material, melhorando o seu comportamento a choques), cargas (inertes de diversas naturezas que diminuem a quantidade de resina usada e melhoram as características do produto final) e os pigmentos (usados para dar cor às resinas). Propriedades: Antes do endurecimento: -Viscosidade; - Tempo de utilização (intervalo de tempo após a mistura da resina base com os restantes componentes, durante o qual o material liquido é usado sem dificuldade); - Tempo de contacto (intervalo de tempo entre a aplicação da formulação nas superfícies a colar e início do endurecimento, aplicando-se apenas às formulações para colagem); -Tempo de cura, tempo necessário para que a formulação endureça a uma determinada temperatura. Após o endurecimento: - Resistência mecânica varia com a formulação; - Aderência dos suportes; - Retracção durante a presa; - Rigidez, depende muito da formulação, da natureza das cargas e da sua percentagem. - Extensão na rotura varia entre 1,5 e 5%; - Coeficiente de dilatação térmica, é muito superior ao dos materiais cimentícios, sendo esta a razão de apenas se aplicar em camadas finas e com pouca exposição solar; - Resistência química, apresentam resistência à água, a ácidos não oxidantes e álcalis; - Resistência à temperatura, é maior nas resinas epoxídicas; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 41 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil - Durabilidade, nas resinas epoxídicas é maior tanto na presença de água como na fadiga. Aplicação: As argamassas de resinas epoxídicas são usadas como argamassas de reparação em: Reparação de pequenas espessuras (menor que 3mm); Estruturas em que seja necessária uma cura rápida; Zonas angulosas; Selagem de ancoragens; Execução e reparação de juntas de estradas. Argamassas de ligantes inorgânicos: Argamassa de cimento Portland – apresentam baixo custo, diminuição da adesão e fissuração; Argamassa projectada – usada em grandes superfícies com espessuras de 5 a 20 cm; Argamassas modificadas com polímeros – latex, dispersões aquosas de borrachas de estireno e butadieno, polímeros acrílicos, etc. Propriedades: Incompatibilidade dimensional – causa frequente das deficiências das reparações. A rotura dá-se por expansão exagerada devido aos agentes expansivos adicionados, dilatações térmicas seguidas de arrefecimento ou retracção excessiva; Resistência mecânica – nas reparações estruturas a resistência mecânica tem de ser igual ou superior à do suporte; Aderência – Esta aderência entre o material de reparação e o material base deve ser igual ou superior à resistência de tracção directa do material base; Compatibilidade química – é essencial entre os materiais de reparação e o suporte; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 42 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Compatibilidade electroquímica – é necessário avaliar o comportamento electroquímico do betão de base e do material de reparação; Durabilidade – deve ser boa e é um dos requisitos exigidos ao material de reparação, sendo influenciada pela porosidade, permeabilidade à água e aos gases e absorção capilar; Aplicações: O campo de aplicação deste tipo de argamassas vai desde o tratamento das superfícies, até à reconstituição de elementos estruturais degradados. O processo de fabrico das argamassas em pó inicia-se com a recepção e controlo de qualidade das matérias-primas. Ensaios: Ensaios laboratoriais, como por exemplo teste de arranque (figura30), resistências mecânicas (figura31), determinação do módulo de elasticidade por ultra-sons (figura 32), Pull-off (figura 33), etc. Fig. 30 Resistências mecânicas (Correia,2004) Fig. 31 Molde para provetes (Correia,2004) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 43 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 32Cálculo do módulo de elasticidade por ultra-sons (Correia,2004) Fig. 33 Pull-off (Correia,2004) Preparação da superfície: 1.Reparar a área a ser reparada; 2.Remover o betão deteriorado; 3.Preparar as fronteiras da reparação; 4.Limpar a superfície exposta do betão. Equipamento para tratamento: O equipamento para tratamento destaque o martelo pneumático (figura 34), disco de serra (figura 35), Hidrodemolição (figura 36) e escarificadora (figura 37). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 44 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 34Martelo pneumático (Correia,2004) Fig. 35 Disco de serra (Correia,2004) Fig. 36 Hidrodemolição (Correia,2004) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 45 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 37 Escarificadora (Correia,2004) Tratamento: A reparação (figura 38) pode ser feita com recurso a uma barra suplementar na zona afectada. Fig. 38 Tratamento (Correia,2004) Protecção: A protecção pode ser feita através de: Pinturas primárias; Revestimento; Protecção catódica de ânodo sacrificado; Protecção catódica por corrente impressionada; Cobertura alcalina por slurry (dispersões poliméricas). Colocação: 1.Ligação do material de reparação ao suporte (figura 39). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 46 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 39 Mecanismo de ligação (Correia,2004) 2.Técnicas de colocação Alisar a superfície da argamassa com talocha Fig. 40 Alisar a superfície da argamassa com talocha (Correia,2004) Antes de colocar a argamassa deve saturar-se o betão com água. Posteriormente a água é retirada com um jacto de ar. O material aplicado deve ser fortemente comprimido para permitir uma boa aderência. Após a colocação deve-se curar o betão de modo a evitar fissuração. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 47 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Injecção: Esta técnica (figura 41) é indicada para reparar zonas fissuradas. Fig. 41 Injecção (Correia,2004) Cicatrização: É um método apenas indicado para fissuras passivas e com profundidades inferiores a 0,2 mm. Baseia-se na carbonatação do óxido e hidróxido de cálcio do cimento que reagem com o anidrido carbónico. Impermeabilização capilar: Consiste na aplicação de micro-argamassas pré-doseadas que impermeabilizam a superfície. Agrafagem: Consiste na introdução de elementos metálicos que ficam traccionados com a expansão das fendas vivas. Colocação por via seca: A colocação por via seca (figura 42) Consiste no uso de argamassas projectadas contra a superfície. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 48 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 42 Colocação por via seca (Correia,2004) Aplicação manual: É usada para misturas de cimento, agregados finos e água. Argamassa de reparação Sika Mono Top-618: A argamassa de reparação Sika Mono Top-618 é uma argamassa de reparação monocomponente à base de cimento com resinas sintéticas, sílica de fumo e reforçada com fibras, para grandes espessuras. Segundo a norma EN 1504-3 esta argamassa cumpre os requisitos da classe R3. Requisitos de identificação: A tabela 7 apresenta os requisitos de identificação em que o produtor deve proceder à selecção dos ensaios iniciais de identificação que podem ser usados para confirmar a composição do produto em qualquer altura. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 49 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 7 Requisitos de identificação (Norma EN 1504-3) Requisitos de desempenho: Relativamente aos requisitos de desempenho (Tabela 8), devem ser realizados ensaios de desempenho iniciais sobre a argamassa de reparação de acordo com a tabela. Aplicações especiais: A tabela 9 apresenta uma lista de métodos de ensaio que podem ser usados para aplicações especiais. Estes ensaios podem ser requeridos para projectos específicos (por exemplo exposição à água do mar, condições extremas como altas ou baixas temperaturas, altas concentrações de sais). Libertação de substâncias perigosas: A argamassa de reparação não deve libertar substâncias perigosas para a segurança, saúde e ambiente. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 50 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 8 Requisitos de desempenho (Norma EN 1504-3) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 51 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 9 Métodos de ensaios para aplicações especiais (Norma EN 1504-3) Reacção ao fogo: O produtor deve declarar a classificação de reacção ao fogo da argamassa de reparação. A argamassa de reparação com teor de matéria orgânica homogeneamente distribuída igual ou menor a 1% em massa ou volume devem ser classificados da Classe A1 sem mais ensaios. A argamassa de reparação com teor de matéria orgânica homogeneamente distribuída superior a 1% em massa ou volume devem ser classificados de acordo com a EN 135011 e deve ser declarada a classe de reacção ao fogo correspondente. Utilização: A argamassa de reparação Sika Mono Top-618 é utilizada para: Reparação do betão; Regularização de superfícies de betão; Reparação de estruturas de betão armado ou pré-esforçado, deterioradas devido a corrosão ou outras causas; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 52 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Trabalhos de reabilitação. Reparação de betão em delaminação e degradado em edifícios, pontes, infraestruturas e obras de arte; Trabalhos de reforço estrutural de betão. Aumenta a capacidade de carga da estrutura de betão por adição de argamassa. Características: Pronto aplicar, basta adicionar água e amassar; Aplicação fácil; Elevadas resistências mecânicas; Excelente aderência à maior parte dos materiais de construção; Projecção mecânica por via húmida; Permite espessuras até 8cm por camada; Não é corrosivo nem tóxico; Classificação ao fogo A1; Classe R3 da norma EN 1504-3. Dados do produto: Cor: Cinza; Aspecto: pó; Fornecimento: Sacos de 25 Kg; Armazenamento e conservação: O produto conserva-se durante 6 meses a partir da data de fabrico, na embalagem original não encetada. Armazenar em local seco e ao abrigo do gelo. Dados técnicos: Base química: Argamassa de cimento, areias, resinas sintéticas, sílica de fumo e fibras de poliamida; Massa volúmica: Argamassa fresca: aprox. 2,0 kg/dm3 (a+20ºC); Granulometria: 0-8mm; Espessura da camada: Mínima:2,5 cm. Máxima: 8cm. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 53 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Propriedades físicas/ Mecânicas (tabela 10): Resistência à compressão aos 28 dias: Apro. 56,6 N/mm2 Resistência à flexotracção aos 28 dias: 8-9 N/mm2 Requisitos segundo a norma EN 1504-3 Classe R3: Tabela 10 Propriedades físico-mecânicas (Norma EN 1504-3) Informações sobre o sistema: Estrutura do sistema: A argamassa Sika MonoTop-618 faz parte da gama de argamassas da Sika em conformidade com a norma EN 1504, inserido no sistema: - Sika MonoTop 910: agente de aderência e primário anticorrosivo; - Sika MonoTop 618: argamassa de reparação para grandes espessuras – aplicação manual e por projecção; - Sika MonoTop 620: barramento de regularização e selagem de poros. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 54 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Pormenores de aplicação: Consumo/dosagem: Para 1 litro de argamassa fresca: - Água: 231g; - Sika MonoTop 618: 1835g. Qualidade base: A superfície do betão deve apresentar-se limpa de poeiras, partículas soltas, contaminações e restos de eventuais películas que dificultem a aderência ou a penetração dos materiais de reparação. Nas armaduras, a ferrugem, lascas, argamassas, betão, poeiras e outras partículas soltas devem ser integralmente removidos. O aço deve ser decapado ao grau Sa 2 ½. Preparação da base: O betão fraco deve ser removido através de métodos mecânicos adequados. Devem ser removidos todos os ferros de amarração, pregos e outros elementos metálicos visíveis. A delaminação do betão é feita por um corte com disco rotativo, num ângulo de 90º-135º relativamente à superfície. Deve garantir-se a eliminação do betão à volta da armadura numa profundidade suficiente de modo a permitir a colocação e compactação adequada do material de reparação. A superfície da armadura deve ser preparada através de decapagem com jacto abrasivo ou decapagem com jacto de água de alta pressão (até 60 MPa). Se as armaduras já estiveram em contacto com cloretos ou outros materiais que provocam corrosão, deverão ser lavadas com jacto de água (pressão até 18 MPa). Geralmente não é necessário colocar um primário de aderência desde que a base seja rugosa e bem preparada. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 55 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Temperatura base: Mínima +5ºC e Máxima +30ºC; Temperatura ambiente: Mínima +5ºC e Máxima +30ºC; Relação da mistura: 2,75 litros de água por saco de 25 Kg; Mistura: pode ser misturado manualmente ou usando um misturador eléctrico de baixa rotação. É necessário garantir uma mistura homogénea. Deve colocar-se a mistura num recipiente e ir adicionando o pó lentamente enquanto se mistura, misturar de forma cuidada durante pelo menos 3 minutos; Aplicação: Esta argamassa pode ser aplicada manualmente, através de procedimentos manuais ou mecânicos. O acabamento pode fazer-se com uma esponja humedecida, talocha de madeira a partir do momento em que se tenha iniciado a presa da argamassa; Limpeza de ferramentas: Deve limpar-se todas as ferramentas com água logo após a utilização; Tempo de vida útil da mistura: 30-40 minutos (a+20ºC); Importante: - Não aplicar sob luz solar directa e/ou com vento forte; - Não adicionar mais água que a dosagem recomendada; - Aplicar apenas sobre bases sãs e correctamente preparadas; - Não adicionar água durante o acabamento, pois causa descoloração e fissuração; - Proteger o material fresco do gelo. Cura: Proteger a argamassa fresca da desidratação prematura; Medidas de segurança: Usar luvas e óculos de protecção e consultar a ficha de dados de segurança do produto e o rótulo. Norma para betões e argamassas de reparação: A norma usada para argamassas de reparação é a EN 1504 (figura 43). O conteúdo da norma abrange: A avaliação das condições em que se encontra a estrutura; Identificação das causas de deterioração; Decisão sobre os objectivos da protecção e reparação; Selecção dos métodos; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 56 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Definição das propriedades dos materiais; Fig. 43 Relação entre partes da norma EN 1504 (Norma EN 1504) A prevenção e estabilização da deterioração no betão (tabela 11) engloba a protecção ambiental, o controle da humidade e a reparação do betão. Tabela 11 Prevenção e estabilização da deterioração (Norma EN 1504-9) Prevenção e estabilização da deterioração do betão Prevenção superficial Controle da humidade Reparação do betão Reforço estrutural Resistência física Resistência química Preservar a passividade Aumentar a resistividade Controle catódico Protecção catódica Controle das áreas anódicas As metodologias para a reparação do reforço encontram-se na figura 45. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 57 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 44 Metodologias para reparação do reforço (Norma EN 1504-9) Os requisitos para reparações estruturais e não estruturais encontram-se na figura 46. Fig. 45 Requisitos para reparações estruturais e não estruturais (Norma EN 1504-9) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 58 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Aplicação do manual de argamassas: As propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais da aplicação manual encontram-se nas tabelas 12, 13, 14,15 16. Tabela 12 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) Tabela 13 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 59 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 14 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) Tabela 15 Propriedades dos requisitos estruturais e não estruturais (Norma EN 1504) (continuação) Aplicação por projecção de betão e argamassa: Os requisitos estruturais e não estruturais da projecção do betão e argamassa encontramse nas tabelas 17, 18, 19 e 20. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 60 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 16 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) Tabela 17 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) Tabela 18 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 61 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 19 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) Tabela 20 Requisitos estruturais e não estruturais do betão projectado e da argamassa (Norma EN 1504) (continuação) 7.1.2 REFORÇO ESTRUTURAL COM LAMINADOS DE CARBONO Os laminados de carbono são materiais de alta resistência colados com resinas estruturais de epóxi destinados ao reforço estrutural. Vantagens: Os laminados de carbono apresentam um bom desempenho. A sua gama variada de dimensões permite a optimização de cada projecto; Apresentam uma elevada resistência, suportam temperaturas elevadas e podem ser preparados em fábrica, sendo prontos aplicar; Estes laminados podem ser pré-esforçados e pode escolher-se o seu módulo de elasticidade; Têm um peso muito reduzido; Podem ser aplicados com qualquer comprimento; Fácil aplicação; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 62 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Apresentam uma resistência à tracção muito elevada (superior a 2,8 N/mm2); Ausência de corrosão; Excelente comportamento à fadiga. Limitações: Funcionam apenas numa direcção; Só funcionam à tracção; Não resistem aos raios ultravioleta; Não apresentam reserva plástica de deformação. Requisitos estruturais: Carga estática; Carga dinâmica; Ponte de fissuras; Fluência; Durabilidade. Requisitos ambientais: Temperatura; Humidade; Gelo; Gelo/Degelo; Corrosão; Radiação ultravioleta. Aplicações: Podem ser aplicados em todo o tipo de estruturas e em todo o tipo de reforço. Topo o tipo de estruturas tais como: Edifícios; Pontes; Túneis; Tanques; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 63 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Marinas; Indústrias; Energia; Obras hidráulicas; Silos-auto. Todo o tipo de reforços tais como: À flexão; Ao corte; Ao impacto; À explosão; Sísmico; Confinamento; Deflexão; Fadiga. Processo de aplicação dos laminados de carbono: 1.Saber qual a resistência do substrato através do ensaio pull-off. Para poder aplicar-se os laminados de carbono a resistência tem de ser pelos menos de 1,5 N/mm2; 2.Deve proceder-se ao desengorduramento do laminado com soluto de limpeza colma; 3.Aplicação da cola epóxi no betão; 4.Aplicação da cola epóxi no laminado de carbono; 5.Manuseamento do laminado; 6.Posicionamento e colocação do laminado. 7.1.3BETÃO PROJECTADO O Betão projectado é um tipo de betão que é transportado e projectado a alta velocidade sobre uma superfície onde é compactado. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 64 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil É importante saber os processos de produção e as suas propriedades. As propriedades do betão são dependentes do processo de projecção usado. Processos de projecção: Existem três tipos de processos de projecção: o via seca, via semi-húmida e o via húmida. No processo de projecção por via seca, o betão é levado à máquina de projecção seco em que uma mistura de cimento e agregados é conduzida por ar comprimido através de um mangote até ao bico de projecção onde se adiciona a água. O processo de projecção por via semi-húmida é um caso particular da via seca pois o equipamento usado é exactamente o mesmo apenas muda o local de entrada de água na mistura. O local de entrada de água é no bico e alguns metros antes do bico no mangote através de um anel pré-humidificador. No processo de projecção por via húmida, o betão chega à bomba com a água necessária misturada. O ar comprimido é usado para acelerar a projecção no bico. Equipamentos de projecção: Máquina de projecção: Esta máquina de projecção via seca é usada nas obras de túneis, em obras de recuperação estrutural e de revestimento. A mistura seca é lançada na cuba de alimentação e através de um agitador a mistura é mantida em movimento. Posteriormente por gravidade a mistura vai da cuba de alimentação para as câmaras do rotor. No rotor a mistura gira 180º chegando ao lado oposto da entrada que é impulsionada por uma corrente de ar comprimido e que depois desce para o interior da tubulação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 65 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Posteriormente, a água é adicionada através de um outro jacto de ar comprimido que leva a mistura pelo mangote até ao bico de projecção. Sistema de alimentação: A alimentação da máquina de projecção da mistura por via seca depende do equipamento disponível e do lay-out da obra. Deve garantir-se o sistema de alimentação contínuo de modo a prevenir interrupções de trabalhos na obra. A utilização de alimentadoras contínuas garante o fluxo constante da mistura seca e maior produtividade. Dosadores de aditivo: É constituído por um reservatório e por um dispositivo de lançamento do aditivo na esteira ou na rosa-sem-fim. O equipamento dosadores de aditivos tem grande importancia na produção de betão de boa uniformidade. Propriedades do betão projectado: Reflexão; Controlo da poeira e da névoa; Homogeneidade. Aderência. Constituintes do betão projectado: Adjuvantes: Existem adjuvantes para a composição base e adjuvantes para a projecção do betão. Os adjuvantes usados na composição modificam as propriedades do __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 66 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil betão no seu estado fresco ou endurecido e são adicionados ao betão durante amassadura em quantidades igual ou inferior a 5% em massa da dosagem do cimento. Os adjuvantes podem ser para a projecção aceleradores de presa do betão projectado (destinados a desenvolver a presa e o endurecimento precoce do betão) ou acelerados de presa não alcalino para betão projectado (acelera a presa do betão em que o teor de álcalis é inferior a 1% da massa do adjuvante). Adições: É um material finamente dividido utilizado no betão com o objectivo de melhorar as propriedades. Cimento: é um material inorgânico finamente moído, que é misturado com a água fazendo a presa do betão por meio de reacções e processos de hidratação. Agregado: Material granular que é usado na construção. Fibras: Existem fibras de aço (provenientes do fio de aço extraído a quente) e poliméricas (podem ser elementos direitos ou deformados do material extrudido). Produto: A composição base do betão projectado é uma mistura de cimento e agregados, pode também conter adições, adjuvantes, fibras e água. A composição pode ser por via seca ou por via húmida. A composição por via seca pode ser preparada em fábrica ou no local. Quando preparada em fábrica, deve ter um teor mínimo de humidade não superior a 0,5% da massa a utilizar. Se for preparada no local deve ter um teor mínimo de humidade não superior a 6% da massa a utilizar. O betão pode ser reforçado com fibras que melhoram algumas propriedades. Pode ser projectado fresco (antes de fazer a presa), pode ser projectado através da agulheta não aderindo à superfície de aplicação (ressalto). Existe ainda o betão que não contém adjuvantes para a projecção. Requisitos relativos ao betão projectado Constituintes: Os constituintes não podem conter substâncias prejudiciais que limitem a durabilidade do betão ou que possam causar corrosão das armaduras. Segundo a norma NP EN 14487-1 os requisitos dos constituintes apresentam-se na tabela 21. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 67 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 21 Requisitos dos constituintes do betão projectado (NP EN 14487-1) Composição: As proporções da composição base devem ser escolhidas de modo a satisfazerem os critérios do betão fresco e endurecido tais como os relativos à consistência, densidade, resistência, durabilidade, protecção das peças em aço contra a corrosão tendo em conta as técnicas actuais e a quantidade de ressalto e poeiras resultantes dos trabalhos de projecção. Os requisitos da composição do betão projectado dependem da vida útil prevista para a estrutura em betão projectado. A obtenção da vida útil depende: Da projecção e da cura do betão; Do recobrimento apropriado das armaduras; Do betão projectado ser utilizado no ambiente para cujos valores limite particulares foi dimensionado; Da manutenção prevista sem reparações importantes. Os requisitos para betão projectado endurecido, as especificações de betão projectado, o controlo de produção e as considerações acerca da consistência encontram-se em anexo 1. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 68 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Betão projectado fresco (tabela 22): Tabela 22 Requisitos e métodos de ensaio do betão fresco (NP EN 14487-1) 7.1.4BETÃO PROJECTADO COM ADIÇÃO DE MICROSSÍLICA A microssílica tem vindo a ser empregada desde os anos 70 do século xx proporcionando ao betão projectado muitas propriedades tais como a coesão, resistência mecânica, permeabilidade, resistência química e durabilidade. A projecção do betão contra uma superfície a alta velocidade promove a reflexão das partículas. A adição de microssílica leva a uma redução da reflexão uma vez que aumenta a coesão e a aderência ao betão. Reduzindo a reflexão, reduz-se os desperdícios do material e aumenta-se o material retido na superfície, tendo benefícios a nível financeiro. Segundo estudos realizados por MORGAN em 1986, no betão projectado por via seca não se consegue obter espessuras superiores de 50 mm a 75mm sem que ocorra a rotura do betão. No entanto, ao adicionar microssílica conseguimos obter espessuras até 400 mm, aumentando desta forma a produtividade. A microssílica aumenta a resistência à erosão/abrasão segundo estudos realizados (BERRA et al, 1986). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 69 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Segundo estudos realizados no Brasil o betão projectado possui uma resistência à compressão menor que o betão normal. Contudo, adicionando microssílica e superplastificante ao betão a resistência à compressão aumenta. As características e propriedades do betão interferem na durabilidade da estrutura. Adicionando ao betão microssílica, este irá desempenhar melhor a sua função frente aos agentes agressivos. Além disso a adição de microssílica diminui a permeabilidade. 7.2 CARACTERIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS DE INVESTIGAÇÃO A vida útil do reservatório é superior a 35 anos. A figura 50 apresenta o estado de conservação do betão nos pilares do reservatório de abastecimento de água. Verificamos que na parte superior dos pilares já não existe betão. O betão está em bom estado de conservação apenas na parte inferior dos pilares, ou seja os pilares em betão submersos encontram-se em bom estado de conservação, ao contrário do que acontece com o betão dos pilares não submerso. Em média cerca de 1/5 da altura dos pilares acima do nível da água necessita de um tratamento inibidor da corrosão. Fig. 46 Estado de conservação do betão nos pilares do reservatório de abastecimento de água Metade das lajes e vigas não submersas o betão está em bom estado de conservação (figura 51). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 70 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil No entanto há vigas não submersas em que já não há betão e a armadura já se encontra à vista. A armadura encontra-se num estado razoável (figuras 52 e 53), no entanto já necessitam de ser reabilitadas. Fig. 47 Estado de conservação das vigas e lajes não submersas Fig. 48 Estado de conservação da viga não submersa Fig. 49 Estado de conservação da laje não submersa __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 71 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Existe também algumas lajes não submersas em que já não há betão e a armadura está à vista mas num estado razoável de conservação (figura 54), apesar da armadura não estar muito degradada já é necessário reabilitar estas lajes. Fig. 50 Laje não submersa Em certas zonas o betão submerso encontra-se fissurado (figura 55), devido ao assentamento da ligação pilar laje. Fig. 51 Betão submerso fissurado A figura 56 apresenta partes do reservatório submerso em que já não há qualquer revestimento na parte da soleira (cerca de 10%). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 72 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 52 Betão submerso sem qualquer revestimento 7.3 ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DA ESTRUTURA DE BETÃO ARMADO A figura 57 mostra um corte do reservatório de abastecimento de água. Os elementos geométricos do reservatório de abastecimento de água encontram-se nas tabelas 23, 24 e 25. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 73 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 53 Corte do reservatório de abastecimento de água Tabela 23 Elementos geométricos (parede interior e pilares) Diâmetro Montariol Reservatório H. Un (m) altura(m) útil(m) 1 30,05 6 5,5 Célula Parede 2 interior 1 Pilares 32 perimetro comp.(m) altura(m) 1,8 3,4 (m) vol.útil 3884,85 1,2 Tabela 24 Elementos geométricos (soleiras, paredes, tectos e pilares) Montariol Célula 2 Área(m2) Soleiras 708,86 Paredes 566,14 Tectos 708,86 Pilares 230,4 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 74 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 25 Elementos geométricos (altura do tecto, altura da viga e secção) Montariol Célula 2 h. tecto(m) 6 h.viga(m) 5,745 secção pilares(m2) 0,33*0,32 7.4 CARACTERIZAÇÃO DAS ANOMALIAS IDENTIFICADAS E DESCRIÇÃO DE FENÓMENOS PATOLÓGICOS ASSOCIADOS Inicialmente é necessário saber o tempo de vida útil recomendada para o reservatório, dado que a sua função é de extrema importância no abastecimento de água da Cidade e recorrendo ao Eurocódigo 0, contactei que o tempo de vida útil da estrutura de betão armado é de 100 anos (Tabela 26). Tabela 26 Valor indicativo do tempo de vida útil de projecto (Eurocódigo 0,1990) Recorrendo à especificação LNEC E464 e sabendo que o reservatório de abastecimento de água está sujeito a cloretos não provenientes da água do mar, conclui-se que a classe de exposição a que está sujeito é a XD3 (Tabela 27). Para esta classe de exposição e sabendo que o tempo de vida útil é de 100 anos facilmente sabemos o recobrimento necessário para esta estrutura e a classe de resistência (Tabela 28). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 75 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O recobrimento das carotes foi efectuado contabilizando a armadura mais próxima da superfície. O recobrimento da carote 1 encontra-se apresentado na figura 58. Tabela 27 Corrosão induzida por cloretos não provenientes da água do mar (LNEC E464, 2007) Corrosão induzida por cloretos não provenientes da água do mar Descrição do Classe ambiente Moderad XD1 amente húmido Exemplos informativos Betão armado em partes de pontes afastadas da acção directa dos sais descongelantes, mas expostos a cloretos transportados pelo ar. Húmido, XD2 raramente Betão armado completamente imerso em água contendo cloretos, seco piscinas. Betão armado directamente afectado pelos sais descongelantes ou pelos XD3 Ciclicam salpicos de água contendo cloretos. ente Betão armado em que uma das superfícies está imersa em água contendo húmido e cloretos e a outra exposta ao ar. seco Lajes de parques de estacionamento de automóveis e outros pavimentos expostos a sais contendo cloretos. Tabela 28 Vida útil de 100 anos (LNEC E464, 2007) Vida útil de 100 anos Tipo cimento CEM I Classe de exposição XD3 Mínimo recobrimento nominal (mm) 65 Máxima razão água/cimento 0,4 Mínima dosagem de cimento, C (kg/m^3) 380 Mínima classe de resistência C50/60 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 76 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 54 Recobrimento da carote 1 (25 mm) O recobrimento da carote 2 encontra-se apresentado na figura 59. Fig. 55 Recobrimento da carote 2 (62 mm) O recobrimento do carote 3 encontra-se apresentado na figura 60. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 77 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 56 Recobrimento da carote 3 (10 mm) O recobrimento da carote 4 encontra-se apresentado na figura 61. Fig. 57 Recobrimento da carote 4 (12 mm) A vida útil do reservatório foi de 35 anos e a média dos recobrimentos é de 27,5 mm. Verificamos que a estrutura de betão armado manteve-se durável menos de metade do tempo de vida útil previsto. Uma das causas da corrosão das armaduras observadas é a insuficiência de recobrimento. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 78 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Segundo o Eurocódigo 2 conseguimos saber a classe de resistência do betão presente nos carotes. Para isso, é necessário saber em primeiro lugar a resistência do betão. O ensaio de pull-off foi realizado na Universidade do Minho para avaliar a resistência superficial do betão ou recorrendo à carotagem para medir a aderência de elementos separados. O procedimento foi o seguinte: 1.Preparação das carotes 1.1 Regularização da superfície Inicialmente foi efectuada uma regularização na carote 1 uma vez que a sua superfície era irregular (figura 62). Fig. 58 Regularização da superfície da carote 1. A figura 63 mostra o carote 1 com a superfície regular. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 79 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 59 Carote 1 com superfície regular. Foi feito o mesmo procedimento para a carote 3 (figura 64). Fig. 60 Regularização da superfície na carote 3. A figura 65 mostra o carote 3 com a superfície regular. Fig. 61 Carote 3 com superfície regular. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 80 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 1.2Eliminação da tinta presente na superfície das carotes Ao regularizar a superfície das carotes 1 e 3 a tinta foi retirada. A figura 66 mostra a eliminação da tinta na carote 2. Fig. 62 Eliminação da tinta na carote 2. A figura 67 mostra a carote 2 sem tinta. Fig. 63 Carote 2 sem tinta. Para retirar a tinta da carote 4 foi necessário recorrer à máquina de regularização de superfície (figura 68) usada para as carotes 1 e 3 uma vez que o carote 4 tinha muita tinta, tal como verificamos na figura seguinte. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 81 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 64 Eliminação da tinta da carote 4. . A figura 69 apresenta o carote 4 sem tinta. Fig. 65 Carote 4 sem tinta 1.3Realização da carotagem nos provetes Antes de começar a realizar os furos foi necessário fixar a máquina de modo a que esta ficasse segura. Posteriormente foi realizado os furos em cada carote como podemos verificar na figura 70. A máquina para efectuar a carotagem é a carotadora que é um equipamento electromecânico utilizado para os cortes circulares do betão através de um coroa (ferramenta diamantada de corte), neste caso com um diâmetro de 5 cm que é utilizada para a execução de cortes. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 82 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 66 Carotagem A figura 71 apresenta os furos em cada carote. Fig. 67 Resultados da carotagem Após a realização dos furos foi necessário secar as carotes (figura 72). Fig. 68 Secagem das carotes __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 83 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 1.4Aplicação da cola A cola usada foi a epóxida sikadur 32N (figura 69). A cola epóxida é uma cola com dois componentes (adesivo + endurecedor), baseada em resina epoxídica de endurecimento acelerado. Esta cola é usada para fixar as peças metálicas do ensaio. Fig. 69 Cola epóxida sikadur 32N Antes da colocação da peça metálica de 5cm de diâmetro foi necessário escová-los e limpá-los com álcool para retirar a cola que possivelmente existia. Por último colocaram-se as peças metálicas coladas com a cola epóxida a cada carote (figura 70). Fig. 70 Carotes já com a peça metálica colocada, preparados para o pull-off __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 84 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2.Realização do ensaio O aparelho usado para a realização do pull-off é o que se encontra na figura 71. Fig. 71 Aparelho usado para a realização do pull-off Inicialmente a carote ensaiado foi o 1 (figura 76). Fig. 72 Ensaio da carote 1. Neste aparelho de ensaio de pull-off existe um indicador de escala que é uma “agulha” que se situa no centro da escala graduada em kN, que fornece a força de rotura do material ensaiado. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 85 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A força resultante do ensaio foi de 1,5 kN. Na figura 73 podemos verificar o resultado do ensaio. Fig. 73 Resultados do ensaio da carote 1. Para esta carote a resistência do betão foi de 0,79 N/mm2. O diâmetro do elemento de separação (peça metália) é de 50mm e a força obtida no ensaio foi de 1,5 kN. 1,5 kN = 1500 N R=25mm A=π*r2=π*252=1963,49540849mm2 (9) Tensão=F/A=1500N/1963,49540849mm2=0,79N/mm2 (10) A figura 78 apresenta o ensaio na carote 2. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 86 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 74 Ensaio do pull-off na carote 2. A força resultante do ensaio foi de 4,7 kN. Resultados do pull-off na carote 2 (figura 79): Fig. 75 Resultados do pull-off na carote 2 A resistência desta carote foi de: T=4700N/1963,49540849mm2=2,39N/mm2 (11) Para as restantes carotes o procedimento de ensaio foi o mesmo. Resultados carote 4 (figura 80): __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 87 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 76 Resultado do pull-off na carote 4 A força resultante do ensaio foi de 3 kN, sendo a sua resistência de 1,53/mm2 O resultado do pull-off na carote 3 encontra-se na figura 81: Fig. 77 Resultados do pull-off na carote 3 A força resultante desta carote foi de 2,4 kN, sendo a sua resistência de 1,22N/mm2. Verificamos que em todos os carotes houve rompimento pelo betão. Efectuando a média das resistências das quatro carotes, obtemos uma resistência de 1,48 N/mm2. Sabendo a resistência, recorremos ao Quadro 3.1 do EC0 e retiramos a classe de resistência (Tabela 29). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 88 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tabela 29 Classe de resistência do betão presente no reservatório (Eurocódigo 2,1990) A classe de resistência do betão é inferior a C12/16, logo uma das causas da corrosão das armaduras foi também uma classe de resistência insuficiente porque a classe que devia estar no betão do reservatório era a C50/60. Desta forma, conclui-se que as anomalias e as suas causas são as apresentadas na Tabela 30. Tabela 30 Anomalias e as suas causas Anomalia Localização Causa Corrosão das armaduras Pilares, lajes e vigas, zonas Falta de recobrimento, tipo de não submersas betão e tipo de ambiente Lajes e vigas, zonas não Corrosão Destacamento do betão submersas __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 89 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 7.5 ENSAIOS Os ensaios realizados foram feitos tendo em conta que a melhor técnica de reabilitação seria a técnica com argamassa de reparação e laminados de carbono. Pois comparando a argamassa de reparação com o betão projectado sabemos que o betão projectado é mais caro e mais difícil de aplicar em obra. 7. 5.1PULL-OFF COM ARGAMASSA DE REPARAÇÃO Preparação das carotes: 1º Retirou-se a tinta ainda presente nas carotes; 2ºColocou-se 3 cm de argamassa de reparação com ajuda da cartolina (figura 78 e 79) e deixou-se secar durante 28 dias; Fig. 78 Colocação de cartolina nas carotes Fig. 79 Colocação de argamassa __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 90 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 3ª Procedeu-se à carotagem (figura 80) e colou-se as peças metálicas à argamassa (figura 81) para posteriormente se efectuar o pull-off. Esperou-se 24 horas para que a cola secasse. A cola usada foi uma cola epóxi (figura 82). Fig. 80 Carotagem Fig. 81 Colocação das peças metálicas Fig. 82 Cola epóxi com resinas sintéticas 4ºRealizou-se o pull-off. Resultados: As carotes 1 e 3 (figura 83) romperam pelo betão antigo e as carotes 2 e 4 (figura 84) romperam pelo betão antigo-argamassa. Estes resultados mostram a elevada resistência da argamassa de reparação. A cola usada também se pode concluir que é boa pois não houve descolamento do betão nem da argamassa de reparação. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 91 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 83 Rompimento das carotes 1 e 3. Fig. 84 Rompimento das carotes 2 e 4. Tensão carote 1= =0.92N/mm2 (12) Tensão carote 2= =1.02N/mm2 (13) Tensão carote 3= =1.27N/mm2 (14) Tensão carote 4= =3.03N/mm2 (15) Média = 1.6 N /mm2 7.5.2 PULL-OFF COM LAMINADOS DE CARBONO Preparação das carotes: 1ºcolocou-se argamassa de reparação e deixou-se secar durante 28 dias; 2ºPreparou-se os laminados de carbono. Foi necessário lixar os carotes e limpá-loas com acetona; 3ºColou-se os laminados de carbono à argamassa (figura 85). Deixou-se secar 15 dias; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 92 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Fig. 85 Colagem do laminado de carbono à argamassa de reparação 4º Carotagem (figura 86) e colagem das peças metálicas ao laminado (figura 87) para posteriormente se fazer o pull-off. Após a carotagem foi necessário secar um pouco o carote numa estufa (figura 88). Esperou-se 24 horas pela secagem da cola; Fig. 86 Carotagem Fig. 87 Colagem da peça metálica ao laminado de carbono Fig. 88 Secagem dos carotes numa estufa 5ºPull-off. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 93 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Resultados: Tensão carote 3= =2.04N/mm2 (16) Tensão carote 4= =1.53N/mm2 (17) Apenas se fez este ensaio em dois carotes uma vez que não tivemos possibilidade de retirar mais carotes do reservatório de abastecimento de água. Média das tensões: 1,8 N/mm2 Ambas as carotes romperam pela argamassa de reparação (figura 93). Não houve descolamento dos laminados nem rotura. Fig. 89 Resultado do pull-off Assim, podemos concluir que a argamassa de reparação tem uma boa resistência, uma boa aderência à cola e ao betão. Os laminados de carbono também apresentam uma boa resistência. A cola usada é boa uma vez que não houve descolamento quer do laminado quer do betão. 7.6 FORMULAÇÃO DE OPÇÕES Neste caso de estudo temos duas opções, ou restituímos a cobertura e reabilitamos a estrutura ou reabilitamos todo o reservatório. Para sabermos qual a melhor opção (a opção mais sustentável) é necessário quantificar os custos. Para quantificar os custos é necessário saber em primeiro lugar qual a técnica de reabilitação mais sustentável e posteriormente quantificar os custos de demolição da cobertura e construir uma __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 94 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil cobertura nova no caso de se optar por restituir a cobertura e reabilitar a estrutura ou no caso de reabilitar todo o reservatório é necessário fazer o custo de toda a reabilitação. Comparando ambos os custos verificamos qual a solução mais económica e portanto mais viável. 7.7 QUANTIFICAÇÃO DOS TRABALHOS E ESTIMATIVA DE ORÇAMENTAÇÃO 7.7.1 REABILITAÇÃO DE TODO O RESERVATÓRIO Relativamente à quantificação dos trabalhos, é necessário reabilitar 50% das lajes e vigas uma vez que apenas metade das lajes e vigas necessitam de ser reabilitadas. A restante metade encontra-se em bom estado de conservação. Através da planta do reservatório (figura 90) conseguimos ver quantas lajes, vigas e pilares há no reservatório. Fig. 90 Planta do reservatório de abastecimento de água em estudo Relativamente aos pilares também é necessário reabilitar metade dos pilares, pois a restante metade encontra-se em bom estado de conservação. Por último, dado que 10% da soleira não possui revestimento, iremos reabilitar 10% da soleira. O programa usado para obter o orçamento foi o cype (programa fornecido pela topinformática). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 95 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 1ª Hipótese: Reabilitar com argamassa de reparação e laminados de carbono Foram reabilitados 16 pilares e apenas foi reabilitado 1/5 da sua altura com uma tinta inibidora da corrosão (a sua ficha técnica encontra-se em anexo 2). Em relação à soleira, 10% da soleira foi enchida com argamassa de reparação. Foram reabilitadas 6 vigas e 13 lajes com argamassa de reparação e laminados de carbono, colados com cola com resinas epóxi. O custo desta reabilitação é de 19.653,32 euros. Todas as considerações tomadas no programa cype encontram-se em anexo 3. 2ª Hipótese: Reabilitar com betão projectado e laminados de carbono Foram reabilitados 16 pilares e apenas foi reabilitado 1/5 da sua altura com uma tinta inibidora da corrosão (a sua ficha técnica encontra-se em anexo). Em relação à soleira, 10% da soleira foi enchida com betão projectado. Foram reabilitadas 6 vigas e 13 lajes betão projectado e laminados de carbono, colados com cola com resinas epóxi. O custo desta reabilitação é de 47.122,09 euros. Todas as considerações tomadas no programa cype encontra-se em anexo 4. 7.7.2 DEMOLIÇÃO DA COBERTURA E REABILITAÇÃO DA ESTRUTURA Como a solução de reabilitação com argamassa de reparação é mais sustentável do ponto de vista económico iremos optar por reabilitar com ela. Deste modo irá ser reabilitado 10% da soleira com argamassa de reparação. O custo desta reabilitação é de 125,47 euros. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 96 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O custo de demolição da cobertura (lajes, vigas e 1/5 dos pilares) é de 93.540,74 e o custo da construção de uma nova estrutura é de cerca de 5.000,00 euros. Todas as considerações tomadas no programa cype encontra-se em anexo 5. Em anexo 6 apresenta-se graficamente a discrepância de preços das várias hipóteses. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 97 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 8. CONCLUSÕES A técnica mais económica e portanto mais sustentável é a técnica de argamassa de reparação com laminados de carbono. Fica mais sustentável reabilitar todo o reservatório em vez de reabilitar e estrutura e restituir a cobertura. A temperatura existente no reservatório de abastecimento de água é cerca de20ºC, logo como a cola com resinas epóxi não resiste a temperatura superiores a 80ºC pode concluir-se que esta irá apresentar um bom comportamento e uma durabilidade elevada, pois as resinas epóxi são impermeáveis, sendo susceptíveis de humidades ascendentes. Além disso, a cola epóxi apresenta uma elevada resistência mecânica e química e adere muito bem ao betão. A argamassa de reparação (constituída com resinas epóxi) apresenta elevada resistência mecânica, excelente aderência ao betão, permite grandes espessuras, não é corrosiva e além disso resiste a temperaturas até 80ºC o que é óptimo porque a temperatura do reservatório é de aproximadamente 20ºC. Todas estas características mostram a durabilidade da argamassa por um período de tempo elevado. As resinas epóxi quando expostas aos raios ultravioleta amarelam e calcinam, como dentro do reservatório a radiação ultravioleta não é visível, não irá haver este problema. Os laminados de carbono não apresentam um bom funcionamento na presença de radiação ultravioleta mas como no interior do reservatório a radiação não penetra, os laminados terão um bom desempenho. Além disso não oxidam, são leves, fáceis de aplicar e possuem entre outras vantagens elevado comportamento à fadiga. Apresentam um bom comportamento a qualquer temperatura, à humidade, ao gelo, gelo/degelo, carga dinâmica, carga estática, fissuras, etc. Assim, podemos concluir que esta técnica de reabilitação apresentará uma durabilidade elevada no reservatório de abastecimento de água. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 98 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AACHEN, http://rwth-aachen.de/iww/English/Forschung/Kavitation/Kavitation, consultado em 02/01/2012. ASTM C1583 / C1583M – 04, Standard Test Method for Tensile Strength of Concrete Surfaces and the Bond Strength or Tensile Strength of Concrete Repair and Overlay Materials by Direct Tension (Pull-off Method).2004 ABRACO, http://abraco.org.br/inicio.php?p=artigos/protecao, consultado em 02/01/2012. BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Fundamentos do concreto armado. Universidade Estadual Paulista.Agosto.2006. BRE – Cleaning Exterior Masonry. Digest 449 (Part1 and 2), London:Building Research Establishment.2000. BS 8221-1 – Code of Practice for Clearning and Surface Repairo f Buildings. Clearning of Natural Stones, Brick, Terracota and Concrete.London.2000. CASTRO, José e Martins, João Guerra. Patologias do Betão reabilitado e reforço de Estruturas. 1ªEdição.2006. CarboDur, Sika. Reforço estrutural e sísmico.2000. Correia, João Ribeiro. Processos de Construção. 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ANEXOS Anexo 1 Requisitos, especificações, consistência e controlo de produção de betão projectado Requisitos e métodos de ensaio: __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 103 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Especificação para betão projectado: Requisitos para especificação do betão projectado de comportamento especificado Requisitos básicos Consistência; Classe de resistência à compressão; Classe de exposição; Classe de teor de cloretos; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 104 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Categoria de inspecção; Máxima dimensão nominal dos agregados; Resistência residual à flexão (no acaso de betão projectado reforçado com fibras); Capacidade de absorção de energia (no acaso de betão projectado reforçado com fibras). Requisitos adicionais A Dosagem de cimento; Requisitos especiais relativos às propriedades do betão; Razão água/cimento máxima relacionada com as classes de exposição; Desenvolvimento da resistência na idade jovem; Resistência à penetração da água; Aderência do suporte; Resistência ao gelo-degelo; Módulo de elasticidade; Resistência máxima à flexão (no caso de betão projectado com fibras); Resistência última à flexão (no caso de betão projectado com fibras). Requisitos para a especificação de betão projectado de composição prescrita Requisitos básicos Tipo e a classe de cimento; Dosagem de cimento; Consistência para composições húmidas; Razão água/cimento; Tipo de agregados e limitações relativamente à granulometria; Tipo e a quantidade de adjuvantes; __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 105 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Tipo e a quantidade de adições; Origem de todos os constituintes do betão; Categoria de inspecção; Características das fibras (no caso de betão projectado com fibras); Requisitos adicionais Requisitos suplementares relativos ao agregado; Requisitos especiais relativos à temperatura da composição base. Avaliação da conformidade Categorias de inspecção: Categoria de inspecção1; Categoria de inspecção2; Categoria de inspecção3. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 106 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Ensaios anteriores à construção: Controlo de produção: Controlo dos constituintes; Controlo da composição base; Controlo das propriedades do betão projectado. Controlo dos constituintes __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 107 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Controlo da composição base __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 108 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Controlo das propriedades do betão projectado __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 109 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Aplicações do betão projectado: Ausência de cofragem; Aplicação em camadas finas; Resistência na idade jovem; Métodos de construção especiais. Consistência do betão: Segundo a norma NP EN14487-1 a consistência do betão é analisado segundo a norma NP EN 206-1 de 2005 e segundo esta noma, não é permitido qualquer adição de água ou de adjuvante na entrega do betão. Apenas pode ser adicionado água ou adjuvantes sob a responsabilidade do produtor de modo a obter a consistência pretendida. No entanto os limites permitidos pela especificação não podem ser excedidos e a adição de adjuvantes tem de estar incluída na formação do betão. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 110 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Anexo 2 Ficha técnica da tinta inibidora da corrosão __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 111 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Anexo 3 Considerações tomadas no programa CYPE para a reabilitação com argamassa de reparação e laminados de carbono 1ºDefinir entre outros parâmetros a localização, a implantação, o tipo de estrutura, a geometria da planta e o mercado. De seguida é apresentada uma exemplificação da interface utilizada na definição dos parâmetros referidos: Como é um reservatório de abastecimento de água o seu acesso é limitado. Relativamente ao armazenamento de entulho considera-se que é reduzido e a distância a aterros ou ao operador é de 50Km. Como o reservatório tem uma altura elevada, o transporte de materiais é feito manualmente. O grau de intervenção é parcial. Irá reabilitar-se apenas 50% da estrutura. O reservatório apresenta-se já com armadura __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 112 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil descoberta o que mostra a sua limitação de funcionamento e portanto a sua conservação deficiente. A dificuldade de execução é moderada, sendo mais complicado a reabilitação nas lajes e vigas dada a altura do reservatório, no entanto a dificuldade de reabilitação dos pilares e da soleira é mínima. Por isso considera-se uma dificuldade moderada. A argamassa de reparação é vendida ao kg e o preço é 1,6 euros/kg (valor estimado). É necessário colocar argamassa de reparação em 10% da soleira, 6 vigas e 13 lajes. As vigas e lajes apresentam armadura à vista e o betão já destacou tal como na soleira. Sabendo as áreas de cada elemento da estrutura facilmente se calcula os orçamentos. Obtenção das áreas: As áreas da soleira, vigas, lajes e pilares são respectivamente 708.86 m2, 17.9697 m2, 18.49 m2 e 0.342 m2. A área da soleira já era dada no projecto. Mas as áreas de laje, vigas e pilares foi necessário calcular. A área de laje foi feita multiplicando o comprimento da viga: A laje= 4,3*4,3=18.46 m2 Relativamente aos pilares como apenas é necessário reabilitar 1/5 da sua altura, multiplicou-se 1/5 pela altura do pilar vezes a largura do pilar: Apilar=1/5*5,7*0,3=0,342 m2 Quanto às vigas: Aviga=hviga*comprimento viga= 4.179*4.3=17.9697 m2 Cola epóxi com resinas: 15,12 euros/kg é o preço da cola. Colocou-se cola nas vigas e lajes. Laminados de carbono: O preço é 25,69 €/m. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 113 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Considerou-se a colocação de laminados nas vias e lajes. Tinta inibidora da corrosão: A tinta apenas foi colocada num 1/5 da altura dos pilares pois era nesse local que era visível o óxido de ferro. Como a altura dos pilares é 5,7 m e a largura é 0,3, a área será 0,342m2 O preço da tinta é 7,64 €/kg. Anexo 4 Considerações tomadas no programa CYPE para a reabilitação com betão projectado e laminados de carbono O preço do betão projectado é 35.94 euros/m2. O procedimento é exactamente o mesmo do da argamassa de reparação, a única diferença é que se utilizou um gerador de preços em vez de se criar um novo recurso. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 114 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O resultado deste orçamento foi: __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 115 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Anexo 5 Considerações tomadas no programa CYPE para a demolição da cobertura e reabilitação da estrutura Os passos para a demolição da cobertura foram os seguintes: 1º Definição das caracteristicas da obra. __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 116 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2ºLocalização da obra 3º Gestão de arquivo __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 117 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 4º Formulação de opções Procedeu-se à demolição da laje com meios manuais (42,46 euros) pois com meios mecânicos o custo era superior (66.05 euros). __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 118 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil A demolição de 1/5 do pilar e das vigas foi feita com meios manuais, pelo mesmo motivo da laje: 5ºQuantidades e preços __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 119 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Resultado do orçamento: Os passos para a construção de uma nova estrutura foi: 1ºDefinição da acessibilidade, topografia e mercado __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 120 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil 2ºGeometria da construção 3ºFundação 4ºCobertura __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 121 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil O custo obtido foi de 7.000,00euros, retirando 4/5 da altura de 32 pilares, temos aproximadamente um custo de 5.000,00 euros. Relativamente à restituição da estrutura, apenas se restitui 10% da soleira: __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 122 Dissertação de mestrado integrado em Engenharia Civil Anexo 6 Discrepância de preços das várias opções tomadas Reabilitação Laminados de carbono e argamassa de reparação Betão projectado e laminados de carbono Demolição Demolição da cobertura e restituição da estrutura Custo (euros) 19.653,32 47.122,09 Custo (euros) 100.000,00 __________________________________________________________________________________________________________ Universidade do Minho – Escola de Engenharia 123