1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PROPPG/ DIRETORIA DE PESQUISA DIVISÃO DE CADASTRO E ACOMPANHAMENTO RELATÓRIO ANUAL DE PROJETOS DE PESQUISA I - IDENTIFICAÇÃO Projeto nº 3.724 Relatório (período) 01/ 03/2004 à 31/02/2007 Coordenador(a)/Autor(a) PROFRA. Dra. JOLINDA DE MORAES ALVES Centro/Departamento – CESA/SER – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS / DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL Título PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E CULTURAL DOS ESTUDANTES DA UEL – INDICADORES PARA UMA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL II – Cronograma de Desenvolvimento Previsto no Projeto ETAPA Pesquisa bibliográfica sobre o tema Elaboração e pré - teste do Instrumento de coleta de dados pela equipe da pesquisa Seleção e treinamento dos estudantes participantes da pesquisa: Bolsistas de Iniciação Científica, Atividade Acadêmica Complementar, Afroatitude/UEL, Araucária.. Aplicação dos instrumentos de coleta de dados (2 questionários) aos estudantes dos cursos de graduação Tabulação dos dados coletados: leitura óptica (questões fechadas) e manual (questões abertas) Análise e interpretação dos dados Elaboração do perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes de graduação da UEL Análise dos indicadores para implantação de uma Política de Assistência Estudantil na UEL Elaboração do relatório final Disseminações SITUAÇÃO: (indicar com “X”) ANDAMENTO CONCLUÍDA A INICIAR X X X X X X X X X X 2 OBJETIVO GERAL PESQUISA: Conhecer as condições sócio, econômica e cultural do universo de estudantes de graduação da Universidade Estadual de Londrina-PR, em todas as áreas de conhecimento, visando à implantação de políticas institucionais para esse segmento. EQUIPE DA PESQUISA: AUTORES: Coordenadora/ Autora: Dra. Jolinda de Moraes Alves (docente do Depto. Serviço Social – CESA Diretora de Bem Estar da UEL – 2004) Vice – coordenador/ Autor: Dr. Ricardo de Jesus Silveira (Diretor de Avaliação e Acompanhamento Institucional da PROPLAN – 2004/2005 (professor do Depto de Ciências Sociais da UEL)). Autora - Dra. Latif Antonia Cassab – Doutora em Serviço Social pela PUC – SP. Docente do Depto. de Serviço Social / CESA / UEL (período de participação março de 2004 a janeiro de 2005) Autora - Betty Elmer Finatti (Chefe da Divisão de Serviço Social do SEBEC- 2004, Diretora de Bem Estar da UEL - 2005, Assistente Social da UEL e mestranda em Serviço Social e Política Social pela UEL) Colaboradores: 1. Dr. Jairo Queiroz Pacheco (Pró-Reitor de Graduação – 2004/2005- professor do Depto. de História da UEL) 2. Prof. Dr. Silvano César da Costa - responsável pelo plano amostral 3. Rosângela Ramsdorf Zanetti - Graduada em Letras - Especialista em Avaliação pela UNB e em Gestão Universitária pelo CRUSB - Secretária da Comissão de Avaliação Institucional da PROPLAN / UEL (participou desde o início até dezembro de 2004) 4.Juliano Carlos Placa Cezar – funcionário técnico- administrativo da PROPLAN 5. Letícia Rodrigues Sanches - Assistente Social – ex - aluna de Serviço Social (participou como aluna na modalidade AAC até dez 2004 e a partir de 2005 participa como profissional colaboradora) PARTICIPAÇÃO DISCENTE ( 22 alunos de graduação): 1. Kamila Leite de Freitas – Estudante do Ensino Médio – Segunda Série – Estagiária Bolsista de Iniciação Científica Junior – pela Fundação Araucária (chamada Pública 03/2003) - Área de conhecimento – Educação (Política pública de Assistência Estudantil) 2. Julia Girardi Baldi – participação em Atividade Acadêmica Complementar em 2004/2005 e como Bolsista PIBIC/CNPq em 2006 – aluna do curso de Serviço Social. 3. Oswaldir Mantovani Filho – participação em Atividade Acadêmica Complementar – aluno do curso de Ciências Sociais. 4. Cíntia Regina Guadanhin Guedes – Bolsista PIBIC/CNPq Agosto as Dezembro de 2005 – aluna do curso de Serviço Social. 5. Jeise Cristina Alves – Bolsista do Projeto Afroatitude/UEL – 2006 – aluna do Curso de Serviço Social 6. Fernanda André - Bolsista do Projeto Afroatitude/UEL – 2006 – aluna do Curso de Odontologia 7. Sidney Marcelino dos Santos - Bolsista do Projeto Afroatitude/UEL – 2006 – aluno do Curso de Ciências Sociais 8. Adão Luiz de Oliveira - Bolsista do Projeto Afroatitude/UEL – 2006 – aluno do Curso de Serviço Social 9. Talita Ketlyn Costa Cabral - Bolsista do Projeto Araucária – 2006 – aluna do Curso de Serviço Social 10. Tatiane Moreira de Souza - Bolsista do Projeto Araucária – 2006 – aluna do Curso de Serviço Social 11. Viviane do Vale Lopes - Bolsista do Projeto Afroatitude/UEL – 2006 – aluna do Curso de Direito 3 Estudantes de graduação em Serviço Social e Ciências Sociais contratados para aplicação dos formulários feito aos alunos matriculados dos 41 cursos de graduação da UEL, colabnoradores: 12. Ana Paula Galdin 13 Armando Cesar Augusto 14. Carolina Camboim Garcia 15. Cícero Ferreira da Silva Filho 16. Fablicio de Oliveira Reis 17. Gisele da Cunha Florentino 18. Liana de S. Carnietto 19. Lucas Donati Tomiati 20. Ricardo da Silveira Cacere 21. Sirlene Lourenço 22. Thiago Gueroni Menezes UNIDADES DA UEL ENVOLVIDAS Os órgãos envolvidos em níveis de participação e responsabilidades por atividades, para o desenvolvimento da pesquisa, foram: Departamento de Serviço Social – como responsável pela elaboração, coordenação e desenvolvimento do projeto de pesquisa e, pela produção do documento final, ou seja, do relatório da pesquisa. Departamento de Ciências Sociais – com a participação de dois docentes; SEBEC – Serviços de Bem Estar ‘a Comunidade – apoio logístico e respaldo institucional. PROPLAN – Pró- Reitoria de Planejamento, no início da pesquisa - Assessoria de Planejamento e Controle – respaldo institucional (APC) PROGRAD – Pro-Reitoria de Graduação, no início da pesquisa - Coordenadoria de Assuntos Estudantil – respaldo institucional (CAE) ATI – elaboração do Programa de Processamento dos Dados. COPS – Coordenadoria de Processos Seletivos – leitura óptica dos gabaritos. Colegiados de Curso de Graduação – colaboradores Centros de Estudos – colaboradores III – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COLETA DOS DADOS: A construção do instrumental de coleta de dados da pesquisa iniciou-se em fevereiro de 2004 e terminou em abril de 2004. O Projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UEL (CEP/UEL), em conformidade com a INSTRUÇÃO DE SERVIÇO CPG - 005/2003, sendo os instrumentos de coleta de dados aprovados em Janeiro de 2002. No primeiro semestre de 2004 (Junho) foi realizado o pré-teste do instrumento de coleta de dados aplicado no curso de Filosofia. Após as reformulações do instrumento, indicadas pelo pré-teste, a coleta de dados teve seu início no final do segundo semestre letivo de 2004. A equipe da pesquisa desenvolveu um trabalho prévio de sensibilização interna junto aos órgãos colegiados , professores e entidades de representação estudantil, tendo sida a pesquisa objeto da discussão e esclarecimentos na reunião ordinária do CEPE – Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Foram selecionados acadêmicos para participação na primeira fase da pesquisa: aplicação do instrumental, na modalidade de Atividade Acadêmica Complementar e atualmente, para dar continuidade aos trabalhos de coleta de dados e de interpretação e análise dos dados, estamos selecionando estudantes na modalidade de Bolsista de Iniciação Científica e Projeto AFROATITUDE/UEL e ARAUCÁRIA. A aplicação do instrumento contou questionários com questões com a participação conjunta da PROPLAN – Pró- Reitoria de Planejamento, da PROGRADE – Pró-Reitoria de Graduação e do 4 SEBEC – Serviço de Bem estar da Comunidade que se responsabilizaram pelo: treinamento dos estudantes que participaram da coleta de dados; reprodução do material de coleta de dados ; organização e execução do plano de coleta de dados junto aos alunos matriculados nos 41 cursos de graduação da UEL. De acordo com o plano amostral o instrumento foi aplicado em 3% do total de estudantes matriculados nos cursos de graduação da UEL, sendo a tabulação feita através de leitura óptica pela COPS/ PROGRAD. A primeira etapa de coleta de dados – aplicação do instrumento - ocorreu no mês de novembro de 2004, motivo pelo qual não houve condições de aplicar o instrumento em todos os estudantes selecionados na amostra. A segunda etapa (complementar) de coleta de dados ocorreu no segundo semestre letivo de 2005. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS: A análise e interpretação dos dados ocorreu durante o ano de 2006, pautada pelos objetivos da pesquisa, cuja preocupação maior foi identificar o contingente de alunos que demandam algum tipo de assistência para desenvolver os seus estudos universitários de modo satisfatório. Também, registrou-se como pertinente a análise saber se os alunos estão informados sobre a estrutura universitária de apoio acadêmico, cultural, esportivo e de saúde oferecidos aos estudantes pela universidade e como avaliam tais serviços quando os utiliza.. A preocupação da pesquisa, e consequentemente da análise, se estendeu, portanto, para além das necessidades básicas que precisam ser satisfeitas, especialmente com respeito a moradia, alimentação, saúde e transportes; pois a atenção em relação à utilização dos meios de desenvolvimento acadêmico, do uso do tempo em atividades culturais, esportivas e de lazer são igualmente contempladas tendo-se em vista que o bom uso do tempo potencializa as atividades acadêmicas como, também, promovem uma boa qualidade de vida acadêmica. Com efeito, a análise que segue tem como objetivo registrar as carências observadas na pesquisa junto aos alunos de toda a Universidade e propor políticas que venham responder positivamente às necessidades verificadas. RESULTADOS Os resultados da análise foram agrupoados em dois grandes tópicos. No primeiro, tendo em conta definir as condições socioeconômica e financeira do estudante, buscou-se caracterizar o conjunto de alunos carentes de recursos materiais e financeiros, através da correlação entre os dados socioeconômicos dos alunos e das famílias. No segundo, buscou-se desenvolver uma análise de como o estudante vivência o campus universitário – como utiliza a estrutura de apoio acadêmico, cultural, esportivo e de lazer oferecidos pela universidade, que são necessários ao desenvolvimento de sua vida escolar e, ao mesmo tempo, são importantes como potencializadores ou provedores de uma boa qualidade de vida estudantil. Especialmente, neste tópico, incorporamos a análise de como os estudantes vêem a questão das cotas na universidade, de modo a verificar a eventual necessidade de ações que venham ao encontro de uma boa e civilizada convivência estudantil.. Condições socioeconômicas Consideramos que estudantes oriundos de famílias com renda de até 3 salários mínimos são passíveis de assistência básica, pois trata-se de uma renda familiar relativamente baixa, não superior a mil reais, em relação às necessidades de reprodução, minimamente satisfatórias, para responder às exigências de participação em um nível de estudo universitário. Neste sentido, os dados da questão 62 registram 15,16% dos alunos nesta faixa de renda familiar. De 3 a 5 s/m o registro é de 24,01%. Trata-se de uma renda superior ao conjunto anterior (até 3 s/m), mas não suficiente para a satisfação, com qualidade, de todas as necessidades demandadas pela participação na vida universitária. São estudantes que demandam algum tipo de assistência, de modo a potencializar suas condições de vida acadêmica. Com mais de 5 s/m, registra-se 58,54% 5 dos estudantes que, pelos objetivos da pesquisa são, muito provavelmente, aqueles que teriam condições de responderem por suas necessidades sem o apoio de políticas de assistência. Observa-se, ainda, que a população estudantil registra, na sua grande maioria, 86,87% com idade até 26 anos, conforme questão 01, sendo 41,77% do sexo masculino e 57,41 do sexo feminino, questão 02, bem como 84,01% na condição civil de solteiros, questão 03. Esse dados são compatíveis com os dados da questão 61, na qual registra-se que 10,0% dos estudantes são, em suas famílias, os que mais contribuem com a renda familiar. Na mesma questão, por não haver informação sobre o número de pessoas que participam da formação da renda da família, de modo a permitir a correlação com o montante da renda, não se pode tirar outras conclusões para o trabalho, a não ser inferir, para os estratos de menor renda, que a formação das rendas familiares é composta de mais de uma fonte. Registro que nos permite considerar que os estudantes nas faixas de até 5 s/m não disporiam de apoio financeiro no âmbito familiar. Isso é o que se depreende da tabela 10, a qual registra que 27,71% dos estudantes mantém-se financeiramente através de trabalho formal; 6,48% com remuneração de atividade acadêmica, supostamente bolsa de estudos e estágios remunerados; 8,1% de trabalho informal; 53,68% os que não carecem de assistência material, por manterem-se com “mesada” e; 1,23% que obtém renda de aplicação financeira em poupança. Observa-se na tabela 11 que, (ainda que inconsistente em razão do universo dos respondentes não corresponder ao universo dos estudantes que trabalham), 25,90% dos estudantes trabalham em tempo integral, 18,90% em trabalho de tempo parcial e, 12,50% têm trabalho eventual, estes de remuneração irregular. Quanto à renda dos estudantes que trabalham, pouco ou nada se pode inferir por se mostrarem inconsistentes os dados da tabela 13. Assim, julgamos pertinente considerar como referência básica para o dimensionamento de qualquer política de assistência material aos estudantes um universo não inferior a 15% dos estudantes de graduação. Para este universo, tendo-se em conta, evidentemente, especificidades deverão ser levadas em conta em razão do objeto particular das políticas, devem ser dirigidas, por exemplos: a política habitacional, a alimentícia, a de bolsas trabalho, sem prejuízo, como deve ser óbvio, da participação em bolsas estudo, concernentes à participação em atividades acadêmicas como, monitorias, projetos de pesquisa e de extensão e demais atividades acadêmicas remuneradas. A propósito, é significativamente baixa a taxa de estudantes que se valem de bolsas de estudo tabela 22, apenas 8,63%, correspondendo a bolsas de monitoria, 1,34%, projetos de pesquisa, 3,56% e, projetos de extensão, 3,73%. Observa-se que tais atividades só são contempladas aos alunos a partir do segundo ano dos cursos, salvo os alunos cujo ingresso se dá pelo sistema de cotas (Projeto Afroatitute e Fundação Araucária). Quanto aos estágios remunerados, observa-se que são em regra proporcionados aos alunos dos últimos anos dos cursos. A situação dos estudantes em relação à moradia é bastante diversificada: 41,54% moram com os país, com o cônjuge são 11,14%, com familiares 8,05, sozinho 9,22% e, em casa de amigos 27,36%. Os registros mostram, portanto, estratégias diferenciadas, permitindo apenas suposições de precariedade, tais como morar em casa de amigos como uma taxa elevada. Não obstante, ainda que estudo específico sobre a questão seja necessário, para não incorrer em imprecisão no dimensionamento do problema, é razoável considerar, pelas condições de renda dos alunos, associada às condições da família, inclusive sobre o fato que mais de 20% moram em casa alugada ou cedida e que, também mais de 20,0% das famílias moram em casa com até 4 cômodos, que ações relativas à habitação são necessárias. As condições socioeconômicas se evidenciam, também, por outros indicadores que demonstram as condições de vida dos estudantes, como o fato de 15,40% das famílias não possuírem automóvel, 68,23% não possuírem assinatura de TV a cabo e 64,62% não disporem dos serviços de empregada doméstica. Estes são dados bastante relativos e cuja utilização adequada, na análise, necessitaria e mais informações, todavia não podem ser desconsiderados como informações adicionais que se mostram congruentes com as informações sobre a renda. Atenção especial deve ser dispensada à questão dos alunos terem acesso à internet. Com esse propósito observa-se que 68,41% dos alunos têm em suas casas, no mínimo, um microcomputador. O dado não nos revela, entretanto, se são aparelhos conectados à rede internet. Não obstante, é significativo que 13,96% dos estudantes não possuam microcomputadores, o que 6 nos permite considerar a necessidade de se desenvolver ações que venham garantir que todos os alunos possam dispor de equipamentos e acesso à rede internet, instrumento, hoje, indispensável, ao desempenho das atividades acadêmicas. Por fim cabe registrar, sobre o item em questão, que, apesar de ser relativamente baixa a taxa de trancamento de matrículas, 5,54%, tabelas 20 e 21, os motivos alegados para o trancamento devem ser levados em conta na formulação de políticas, pois a pesquisa registra que 24,21% dos estudantes trancaram a matrícula por razão financeira, 34,74% por razão de saúde e, 5,26% por razão de maternidade. Utilização dos Recursos da UEL, práticas sócio-culturais, esportivas e expectativas Registra-se que 72,57% dos alunos, tabela 30, pretendem continuar estudando após o término da graduação. Trata-se de um número expressivo e salutar, corroborado com os dados sobre dar continuidade aos estudos da graduação em nível de pós e de o estudo ser associado ao trabalho, tabelas 31 e 32. Neste sentido, ações que venham estimular a realização deste objetivo dos estudantes devem ser implementadas, em especial, a ampliação dos programas de bolsas vinculadas às atividades acadêmicas, bem como os programas de estágios não obrigatórios, e também a própria pós-graduação em nível de stricto e lato sensu. A utilização pelos alunos dos serviços de correio, farmácia, e atendimento psicológico são expressivos, tabela 23, e mostra-nos serem serviços indispensáveis que devem ser potencializados para um atendimento mais amplo. A utilização do passe escolar por 50,90% dos estudantes, correspondente a subsídio do transporte, não é objeto da competência da universidade, não obstante, dada sua força institucional, ações que venham ao encontro da melhoria dos transportes coletivos devem ser postas em prática pela universidade, pois certamente os problemas relacionados a horários, ônibus lotados, higiene, etc, são problemas que de modo indireto interferem no aproveitamento acadêmico. Com relação à utilização do Restaurante Universitário o registro nos indica que 25,56% dos alunos se utilizam do RU diariamente, sendo que destes, 5,78% o fazem regularmente, com almoço e jantar, tabela 24. A necessidade de ampliação de espaço e da oferta parecem evidentes mas, estudo específico deve ser feito neste sentido para um dimensionamento correto do problema. Outras informações registradas, referentes à higiene, qualidade do atendimento, qualidade da comida, qualidade do cardápio e preço da comida são, todas, importantes para a melhoria do serviço. Assim temos 21,29% dos usuários que consideram a higiene inadequada, 23,97% consideram o serviço insatisfatório; 16,25% acham a comida bem feita; 28,47% consideram o cardápio insatisfatório e; 20,58% acham que o preço da comida é inadequado. São diversas as fontes de informações utilizadas pelos estudantes: os 48,76% que se valem de telejornal era esperado, tabela 33, mas chama a atenção de forma negativa o fato de que apenas 14,76 busquem informar-se através da leitura de jornais e, 5,66% através de revistas. Mas é positivo o registo de 24,33% dos alunos que buscam informações através da internet. O pressuposto de uma avaliação positiva não é o fato de se julgar inadequado este ou aquele meio de informação, mas considerar como mais apropriado valer-se de vários meios de informação e vários veículos, de modo a Ter-se sempre o contraponto da informação obtida e, então uma melhor condição de julgar o certo e o errado, o bom o ruim, etc. Por outro lado os dados nos mostram uma variedade de interesses dos alunos, o que mostra uma certa abertura para a informação diversificada, conforme os dados das tabelas 34 e 35. Quanto à freqüência de apenas 49,12% dos estudantes que, diariamente, procuram informações, parece-nos, num primeiro momento, certo descompromisso, que se torna mais evidente, para o conjunto dos alunos, o fato de que 29,70% e 16,69% buscarem, respectivamente, informações semanalmente e ocasionalmente, tabela 35. O estímulo à busca de informações mais de forma assídua é importante à formação, especialmente, por se desenvolver uma formação comprometida com a realidade. A leitura de ficção e não ficção é razoável entre os alunos, registrando 42,59% no primeiro caso e 35,85, no segundo, tabela 36. Mas a freqüência deixa a desejar quando se verifica que apenas 12,14% dos alunos lêem mais de 10 livros por ano, tabela 37. O dado é bastante negativo se levarmos em conta que neste registro está incluída a literatura acadêmica. 7 A utilização da livraria da Editora UEL é pouco utilizada, apenas 8,92 alunos compram livros na livraria, tabela 38, embora 74,60% achem que os preços são bons, bem como 73,58% achem satisfatório o atendimento, tabelas 39 e 40. O que se observa não apenas a partir da pesquisa, seja por baixo poder de compra, seja pelas facilidades de acesso à literatura requerida pelos programas, através de cópias xérox, é que os alunos não têm o hábito de comprar livros. Também um trabalho neste sentido deve ser feito com o objetivo de formar um maior número possível de consumidores de livros, na medida em que dá ao aluno maior autonomia em seus estudos. A utilização do tempo extra atividade-acadêmica é bastante variável quanto à natureza da atividade. Destaca-se a ocupação com atividades culturais e artísticas com 15,60% e ocupação com movimento religioso 14,49%, tabela 41. Nas práticas mais comuns dentro das atividades destacamse: assistir tv e ouvir música com 23,02%, ir ao cinema com 15,46%, navegar na internet com 15,40% e sair para dançar, freqüentar bares e encontrar amigos com 18,53%. O hábito da leitura é registrado para 14,09% dos estudantes e a prática de esportes para 14,43%, tabela 43. Observa-se que a ocupação do tempo fora das atividades acadêmicas é caracterizado mais pela passividade que por atividade ocupacional que potencializa o aprendizado. Neste sentido são relativamente poucos os que praticam esportes e desenvolvem atividades culturais como sujeitos. Não obstante, há interesse dos alunos em inscreverem-se em curso de música 27,89%, em artes plásticas 14,89%, fotografia 35,63% e cinema/vídeo 21,59%, tabela 45, o que é muito salutar e ações neste sentido devem ser desenvolvidas, em razão, não apenas da efetiva demanda existente, mas pelo caráter potencializador do aprendizado que tais atividades proporcionam, ao mesmo tempo que enriquecem a qualidade de vida dos alunos. O baixo percentual de alunos praticantes de esporte, registrado na tabela 43, é reafirmado por outras informações relativas a atividades esportivas. A prática de caminhada, a mais simples das atividades, considerando a freqüência de até uma vez por semana, só é praticada por 35,24% dos alunos e 22,68% nunca praticam. Atividade como ciclismo ou patinação, até uma vez por semana, é praticada por 11,77%, sendo ocasionalmente praticada por 20,16% e, tendo sido registrado que 62,76% nunca praticam. Atividades como corrida e natação, também têm baixa freqüência, 15,04% praticam até uma vez por semana, 23,53%, apenas ocasionalmente e, 55,84% nunca praticam. Musculação e lutas como atividade física são praticadas, 23,59% desenvolvem a atividade até uma vez por semana, ocasionalmente por 17,99 e, 53,85% nunca praticam. Esportes individuais, como tênis, por exemplo, é praticado, até uma vez por semana, por 7,65% dos alunos, ocasionalmente por 13,12% e, 73,29% nunca praticam. Com esportes coletivos os percentuais não são muito diferentes, até uma vez por semana, 7,99%, ocasionalmente, 26,59% e, 50,06% que nunca praticam. Observase, de um modo geral, que em torno de 50,0% dos alunos não praticam esportes e nem desenvolvem qualquer atividade física, registros das tabelas 102, 103, 104, 105, 106 e 107. Considerando que, em torno de 50,0% dos alunos praticam esportes, era de se esperar que, dada a estrutura existente, praticassem suas atividades físicas e esportivas na universidade, mas não é o que ocorre, apenas 10,83% dos alunos se valem da estrutura do Centro de Educação Física. A pesquisa registra, a propósito, que 36,16% dos alunos acham adequadas as o valor das taxas praticadas para a utilização dos serviços do CEF e, 29,84 consideram as taxas altas. Dos alunos que não tem interesse em praticar atividades físicas e/ou esportivas, registra-se 13,25%, 47,09% por falta de tempo e 13,61% por falta de recursos financeiros. Observa-se, portanto, a necessidade de se desenvolver programas de atividades esportivas que venham ao encontro e correspondam às possibilidades dos alunos, visto que o desinteresse pela atividade é relativamente baixo, o que revela a existência de uma demanda efetiva que seria receptiva a tais atividades. Considerando que 47,96% dos alunos não ouvem a Rádio Universidade e 29,05, raramente ouvem, tabela 46, pode-se dizer que a rádio, como meio de informação e formação é pouco utilizada pelos alunos. Certamente um estudo mais específico, relativo à programação e horários, etc deve ser feito para que se utilize a rádio como recurso acadêmico. A utilização do L de Tecnologia Educacional é igualmente pouco utilizado pelos alunos, 75,96%, tabela 47. Dos que utilizam o Laboratório, 68,87% consideram o acervo desatualizado, tabela 48, e 60,93% com quantidade de fitas insuficientes, tabela 49. Neste sentido, estudos específicos devem subsidiar uma reforma necessária do Laboratório para poder potencializar seus serviços à comunidade estudantil.. A maioria dos alunos utilizam a Biblioteca, apenas 3,85% não a freqüentam. Dos que a utilizam, 72,42% consideram bom o atendimento dos funcionários, 76,82% que há facilidade para o 8 empréstimo de livros, 67,71% que o tempo de empréstimo é satisfatório e, 72,27% encontram regularmente o que procuram, tabelas 51, 52, 53 e 54. São dados, a nosso ver positivos, mas não se poderia dizer excelentes quando registra-se que 8,73% nunca encontram o que procuram. Não obstante, como em todas as unidades de UEL, a avaliação permanente da prestação de serviços deve ser cuidadosa para se buscar, sempre, a excelência dos serviços prestados. Neste sentido, a intensificação do apoio à pesquisa através dos processos informatizados pode potencializar a utilização da Biblioteca, visto que pouco mais 50% tem experiência com microcomputador. Apenas 4,87% dos estudantes se utilizaram dos serviços do Escritório de Aplicação dos Assuntos Jurídicos, tabela 111. Destes 44,44% avaliaram os serviços como bom, 32,10% como regular e 13,58% como ruim, tabela 112. Maiores informações para qualificar melhor as respostas são, certamente, necessárias de modo a, eventualmente, melhorar a qualidade dos serviços prestados. Quanto ao domínio de línguas estrangeiras, observa-se que Quanto à PROGRAD, 37,27% consideram o atendimento satisfatório e 21,63% como não satisfatório. A crítica incide sobre a falta de agilidade na tramitação dos processos, com 32,61%, tabela 113. Também, 46,87% dos estudantes consideram altas as taxas cobradas pelos serviços e 29,18% como adequadas. Neste sentido, observa-se a necessidade de melhor otimizar os serviços da PROGRAD de modo a agilizar o atendimento, o que pode ser feito com a informatização das atividades e a facilitação do acesso aos alunos. Estudos sobre a racionalização dos custos também deve ser desenvolvido de modo a tornar os serviços mais barato aos estudantes. Sobre a melhoria dos serviços existente e/ou da prestação de outros, relacionados à infraestrutura, registramos a manifestação de 6,65% quanto à ampliação do RU, 5,74% quanto à disponibilidade de melhores computadores e mais laboratórios de informática. Quanto aos recursos humanos, 3,32% se manifestaram pela necessidade de professores melhor qualificados e, 0,91% pela necessidade dos professores serem avaliados. Sobre recursos relacionados às atividades acadêmicas e outros, 12,3% se manifestaram por transporte gratuito, 8,16% por um maior número de bolsas de iniciação científica, 6,04% por programas de atividades físicas gratuitos, 4,83% por mais programas de estágios, 3,32% por mais convênios de intercâmbio estudantil, 3,02% por maior divulgação dos serviços prestados, 3,02% pela liberação de bebidas alcoólicas e festas no campus, 2,72% por atendimento odontológico aos estudantes e, 2,11% por mais vagas nos cursos de línguas. III – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (cont.) INDICADORES PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NA UEL Dados os níveis de carências e o interesse demonstrado pelos estudantes a equipe da pesquisa apresenta alguns indicadores de propostas para atendimento ‘as necessidades dos estudantes de graduação da UEL: - propostas alternativas de alimentação, moradia e transporte escolar; - Ampliação do acesso a atividades esportivas e culturais; - acesso a material escolar; - oferecimento de um programa de atenção ‘a saúde que atenda as especialidades médicas e odontológicas; - ampliação do programa de prevenção de drogas, DST/AIDS e gravidez precoce, com apoio psicológico; - ampliação das Bolsas de Ensino, Pesquisa e Extensão. - desenvolvimento de estudos que venham politizar a questão das políticas afirmativas, ]entre elas a política de cotas; 9 IV – DIFICULDADES CIENTÍFICAS E ADMINISTRATIVAS – CRÍTICAS E SUGESTÕES As dificuldades administrativas se relacionaram, principalmente ‘a falta de recursos financeiros para o desenvolvimento das atividades previstas no projeto de pesquisa, desde o seu início. Todas as despesas foram sendo assumidas pela PROPLAN, PROGRAD, SEBEC e Depto. SER/CESA, no decorrer das etapas de execução do projeto. No que se refere aos resultados da pesquisa, não conseguimos atingir os objetivos em relação a três cursos de graduação, quais sejam, medicina, odontologia e farmácia. A coleta de dados junto aos acadêmicos dos referidos cursos não se concretizou devido a dificuldades de agendamento das entrevistas com os alunos desses cursos que tem a graduação organizada por módulos e monitorias. Na ocasião em que foram escalonados para coleta de dados, no final do ano letivo, a maioria dos alunos já se encontravam em períodos de férias letivas. Uma terceira dificuldade encontrada se refere ‘a criação de um banco de dados sócio, econômico e cultural dos estudantes de graduação da Universidade Estadual de Londrina, uma vez que vários membros da equipe da pesquisa deixou de ocupar os cargos administrativos que ocupava no início da pesquisa, quais sejam: Diretoria do SEBEC, Chefia de Divisão de Serviço Social do SEBEC, Diretoria de Avaliação (PROPLAN) e PRO REITORIA de Graduação – PROGRAD. Nesse sentido a implantação de um Banco de Dados que possa ser ‘alimentado’ no decorrer de todo período da formação acadêmica dos alunos de graduação da UEL, fica dependendo da iniciativa da atual administração da instituição. V - DISSEMINAÇÃO OCORRIDA NO PERÍODO (anexar comprovante) 1 – Periódico: Nome, Número, Volume, Página e Ano; 2 – Congresso/Congênere: Nome, Local e Data de realização PUBLICAÇÕES: MINISTÉRIO DA SAÚDE / PROGRAMA NACIONAL DST/AIDS / PROJETO BRASIL AFROATITUDE . Série Anais, Seminários e Congressos n.6, p. 138 - Perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes da UEL. Autores: Fernanda André, Jeise Cristina Alves e Sidney Marcelino dos Santos; orientadores: Jolinda de Moraes Alves e Ricardo de Jesus Silveira. Revista EDUCAÇÃO – CE/UFSM / RS . Perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes da UEL – indicadores para implantação de uma política de assistência estudantil. Autoras: Betty Elmer Finatti e Jolinda de Moraes Alves APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS EM EVENTOS: - IX Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social – Perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes da UEL – indicadores para implantação de uma política de assistência estudantil - Porto Alegre – RS – Comunicação Coordenada, em 30/11 a 03/12/2004 – autores = Jolinda de Moraes Alves, Betty Elmer Finatti, latif Cassab e Ricardo de Jesus Silveira - II Mostra do projeto AFROATITUDE / UEL - Perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes da UEL – indicadores para implantação de uma política de assistência estudantil – Londrina/PR, em 07/2005 - Autores – Jeise Cristina Alves, Fernanda André e Sidney Marcelino dos Santos - 10 - X V – EAIC – VI EPUEPG – Perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes da UEL – indicadores para implantação de uma política de assistência estudantil Ponta Grossa/ PR, em 25/08/2006 Autoras – Talita Ketlyn Costa Cabral e Jolinda de Moraes Alves - Seminário de Serviços de Assistência ao Estudante Universitário – UFSM – Santa Maria RS, em . - Semana de Ciência e Tecnologia do CESA/PROPPG/UEL – 10/2006 Autora Betty Elmer Finatti RESUMO PARA PUBLICAÇÃO EM ANAIS: A presente pesquisa investigou a realidade sócio, econômica e cultural, dos estudantes da Universidade Estadual de Londrina-PR (UEL), visando dimensionar os níveis de carências e afirmar a necessidade da implantação de uma política de assistência estudantil, inserida no campo dos direitos sociais e da cidadania. Trata-se de uma pesquisa qualiquantitativa que teve mo questionário como instrumento de coletas de dados. Os resultados da pesquisa demonstraram que 15,16% dos estudantes da UEL, oriundos de famílias com renda de até 3 salários mínimos são passíveis de assistência básica, pois trata-se de uma renda familiar relativamente baixa, não superior a mil reais, em relação às necessidades de reprodução, minimamente satisfatórias, para responder às exigências de participação em um nível de estudo universitário. De 3 a 5 s/m o registro foi de 24,01%. Trata-se de uma renda superior ao conjunto anterior (até 3 s/m), mas não suficiente para a satisfação, com qualidade, de todas as necessidades demandadas pela participação na vida universitária. São estudantes que demandam algum tipo de assistência, de modo a potencializar suas condições de vida acadêmica. Com mais de 5 s/m, registram-se 58,54% dos estudantes que, pelos objetivos da pesquisa são, muito provavelmente, aqueles que teriam condições de responderem por suas necessidades sem o apoio de políticas de assistência. Observou-se, ainda, que a grande maioria dos estudantes tem idade de até 26 anos (86,87%), na condição civil de solteiros (84,01%), sendo 41,77% do sexo masculino e 57,41 do sexo feminino. Dados os níveis de carências e o interesse demonstrado pelos estudantes apresentam-se alguns indicadores de propostas para atendimento ‘as necessidades dos estudantes de graduação da UEL: elaboração de propostas alternativas de alimentação, moradia e transporte escolar; ampliação do acesso a atividades esportivas e culturais; acesso a material escolar; oferecimento de um programa de atenção ‘a saúde que atenda as especialidades médicas e odontológicas; ampliação do programa de prevenção de drogas, DST/AIDS e gravidez precoce, com apoio psicológico; ampliação das Bolsas de Ensino, Pesquisa e Extensão e - desenvolvimento de estudos que venham politizar a questão das políticas afirmativas, dentre elas a política de cotas.