Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Pesquisador: Valci Regina Mousquer Zuculoto Título: Radiojornalismo público brasileiro: experiências contemporâneas de redes, sistemas e produções conjuntas (renovação) Período de execução: 01/2010 a 01/2013 Linha de Pesquisa: Tecnologias, Linguagens e Inovação no Jornalismo (antiga Processos e Produtos Jornalísticos ) Grupo de Pesquisa: GIRAFA – Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio Financiamento: Funpesquisa 2012 1. Apresentação: Esta proposta estende por m ais um ano e m eio, até março de 20 13, pesquisa iniciada em 2010 para uma investigação histórica, descritiva e analítica acerca das experiências atuais de redes, sistemas e produções conjuntas de radiojornalism o público, a partir de modelos e iniciativas propostos especialmente pela EBC – Empresa Brasil de Comunicação e tam bém pela ARPUB – Associação de Rádios Públicas do Brasil. Na nossa Tese de doutorado sobre “A construção histórica da program ação de rádios públicas brasileiras”, concluída em m arço de 20 10 , evidenciam os que, na atualidade, a busca de constituição destes intercâm bios e trabalhos coletivos de produção e veiculação na radiodifusão pública é comandada principalmente por estas duas instituições. A ARPUB já trabalha em produções e coberturas conjuntas com aproximadam ente 10 0 em issoras estatais/ públicas. Estas iniciativas da Associação são organizadas e seguem um plano de consolidação e am pliação da entidade entre as cerca de 40 0 rádios do segm ento existentes hoje no país. Mas ainda são im plem entadas com o experiências de parcerias, sem a formalização oficial de uma rede ou sistema. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Já a EBC se propõe a construir um sistema orgânico, formal e oficializado, tendo como base as 30 emissoras públicas estatais ou universitárias vinculadas ao governo federal. E para isso, deve seguir política de negociação e implem entação sem elhante a que vem sendo desenvolvida para a constituição de uma rede pública de televisão. 2. Problematização: As emissoras de rádio públicas brasileiras – as estatais, educativas, culturais e universitárias que até a década de 90 se apresentavam com o integrantes do rádio educativo - já têm mais de 70 anos de história para contar e somam hoje cerca de 40 0 estações de norte a sul do país. Neste seu tem po histórico, em diversos períodos, em m aior ou menor duração, com grandes ou m ais reduzidos núm eros de integrantes, já construíram , em term os conceituais, várias e diferentes experiências radiojornalísticas de constituição de redes e/ ou sistemas e produções coletivas de grades, program as ou coberturas. Entre as de m aiores destaques das já realizadas e extintas, estão o SINRED – Sistem a Nacional de Radiodifusão Educativa e a Rede Universitária de Rádio para a cobertura jornalística das Reuniões Anuais da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O SINRED reuniu dezenas das em issoras do segm ento estatal/ público na década de 80 . Rádios então conhecidas com o educativas. Oficialm ente, funcionou de 1983 a 1988 e as estações que aderiram ao Sistema realizaram coproduções e transm issões de program as em cadeia nacional. J á a Rede Universitária se form ou em oito edições anuais, entre 1994 e 20 0 2, para cobrir as reuniões da SBPC e também foi integrada, na produção, por dezenas de estações do grupo. Na retransm issão da program ação em rede, em algumas de suas edições chegou a reunir 20 0 em issoras. Mas sempre de form a autônom a, sem ser oficializada com vinculação direta a projetos governam entais ou com financiamento do Estado. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Mais recentemente, sob a liderança da ARPUB – Associação das Rádios Públicas do Brasil, fundada em 2004, e da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, criada em 2007, novos projetos com esta finalidade vêm sendo formulados, experimentados e buscam a consolidação. E embora ainda estejam em implementação, já se evidenciam como referenciais que também devem constituir marcos da história geral da radiodifusão brasileira e, mais especificamente, da história do rádio estatal/público do país. Sobre estas experiências atuais e em desenvolvimento de constituição de um a rede ou sistem a de rádio público – com o costumam categorizar as em issoras que fazem parte dos projetos - é que a presente pesquisa se propõe a realizar um a investigação histórica, descritiva e de análise, com foco específico na program ação de jornalism o. Ou seja, pretendem os realizar um estudo histórico recente e atual, descritivo e analítico, dando conta das propostas e experiências do período contemporâneo, a partir dos anos 2000. Buscaremos sublinhar m odelos e iniciativas em planejam ento e constituição especialm ente pela EBC – Em presa Brasil de Com unicação e tam bém pela ARPUB – Associação de Rádios Públicas do Brasil. Focamos nestas duas instituições porque com o fim do SINRED e, posteriormente, da Rede Universitária de Rádio, preliminarm ente já se observou que a EBC e a ARPUB, na atualidade, é que vêm liderando movimentações das emissoras no debate e busca de construção de um sistema, redes ou programações coletivas. Exclusivam ente com base na Constituição Federal em vigor não se poderia classificar as emissoras focadas no nosso estudo – as estatais, educativas, culturais e universitárias - com o integrantes de um m esm o sistem a da radiofonia nacional. Isto porque a Constituição de 1988 estabeleceu três sistemas para a radiodifusão - o privado, o estatal e o público – e sua complementariedade. Porém , até hoje não houve a regulamentação. E a legislação específica para a radiodifusão brasileira encontra-se totalmente defasada, datando ainda da década de 60 do século passado, apesar de há muito ser reivindicada sua atualização. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Este debate inclusive foi um dos mais destacados na histórica 1ª Conferência Nacional de Comunicação - Confecom, realizada em dezembro de 2009. Tanto que até mesmo o presidente Luis Inácio Lula da Silva, ao discursar na abertura do evento, fez referência à defasagem da legislação do setor, considerando- a um dos grandes problemas da comunicação no Brasil No entendim ento do governo federal, a EBC, instituída pela Lei 11.652, oriunda da MP 398, está construindo a radiodifusão pública no país, nos seus dois grandes segm entos, ou seja, na televisão e no rádio. E assim se estabelece com o uma contribuição para superar esta defasagem regulatória a que a área há muito está submetida. 3. Metodologia: O presente projeto, com o evidenciam os acima, propõe prosseguir e am pliar, no quesito radiojornalism o, a pesquisa de resgate histórico que realizam os na nossa Tese de doutorado. Agora com um recorte focado especificam ente no radiojornalism o público e na sua construção histórica contemporânea, via análise das redes/ sistemas/ produções conjuntas que a ARPUB e a EBC propõem e buscam desenvolver na atualidade. Por isso, a priori, a proposta é partir das mesmas estratégias metodológicas às quais já recorremos na pesquisa de doutoramento. Vam os, então, basear os estudos em propostas m etodológicas para pesquisas históricas, em especial as indicadas para resgates da história específica da com unicação. E buscar referenciais em teóricos e profissionais da comunicação, enfatizando, nas categorias de análise, os do radiojornalismo. No caso desta pesquisa, partirem os da idéia da “história propriamente dita da comunicação” (SCHUDSON in J ANKOWSKI & J ENSEN, 1993, p. 214). E esta porque, na nossa compreensão, trabalha as investigações científicas observando a especificidade da história dos m eios de com unicação sem esquecer das suas relações com a história cultural, política, econôm ica ou social. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Para tanto, este autor coloca como uma das suas principais questões a seguinte pergunta:“de qué modo influencian los cambios em la comunicación y cómo se vem influidos por otros aspectos del cambio social?”(SCHUDSON in JANKOWSKI & JENSEN, 1993, p. 214) Também adequarem os ao nosso estudo focado no radiojornalismo as proposições m etodológicas do teórico latinoam ericano J esús Martin-Barbero para pesquisas sobre a televisão, nas quais recomenda: em vez de fazer a pesquisa a partir da análise das lógicas de produção e recepção, para depois procurar suas relações de im bricação ou enfrentam ento, propom os partir das m ediações, isto é, dos lugares dos quais provêm as construções que delim itam e configuram a m aterialidade social e a expressividade cultural da televisão ( BARBERO, 1997, p. 292). Além disso, levaremos em conta que as mediações sociais vão existir inclusive entre objeto e m étodo, conform e alerta Maldonado Góm ez de la Torre (20 0 , p.10 3), ao analisar as proposições teóricas de Barbero para a construção e seleção de métodos de investigação. Igualmente que o processo da comunicação, em qualquer dos seus m eios, neste caso o rádio, está inserido num espaço de mediações que incluem até dom inados e dominadores (BARBERO, 1998, p. 201-221). Pretendemos apoiar-nos neste teórico ainda pelo entendim ento da necessidade de realização de pesquisas históricas e sobre com o constroem tão essenciais saberes históricos. Saberes históricos seriam aqueles capazes de interpelar a consciência histórica, o que significaria recuperar m enos aquilo que aconteceu do que aquilo de que som os feitos, sem o qual não podem os saber nem o que, nem quem som os. J esús MartínBarbero (2008, p.249-250) Afora estes, outros autores que estudam a com unicação e o jornalism o levando em conta sua interligação com cultura, educação/ form ação e cidadania Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA vão fazer parte da inspiração metodológica e referenciais. Isto porque as próprias instituições e rádios que constituem o corpus de nossa pesquisa declaram que suas programações, incluindo as jornalísticas, têm como função levar informação, educação e cultura ao público brasileiro. E também porque é nossa compreensão, observada igualmente nas pesquisas que já realizamos sobre radiojornalism o público, que justamente essa imbricação é base para o estabelecim ento das grades jornalísticas destas em issoras e para os conceitos de rede, sistema e parceria de produção que as instituições e rádios aplicam nas propostas e planejamentos destas experiências. [...] pois cada vez m ais, pelo evidenciado poder que a com unicação adquire hoje e suas im bricações com as dem ais áreas constitutivas da contem poraneidade, há que se investigar a m ídia, seus processos, para além dos m eios, chegando justamente às mediações. (ZUCULOTO, 2004, p. 2) Na área da pesquisa em história, vamos continuar com apoio em VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY (20 0 6). Autores que, na nossa leitura, propõem estudos históricos com inspiração dialética ao indicarem que constituem “um cam po de possibilidades” (VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY, 2006, p. 11). E principalm ente porque as instituições e em issoras deste estudo se proclam am públicas e destacam que suas program ações têm como m issão irradiar inform ação, educação e cultura à sociedade, sem pre guiadas pelo interesse público, nossas principais categorias de análise são: rede e program ação radiojornalísticas, program ação educativa, programação cultural e interesse público na comunicação. Nossas fontes e referenciais serão teóricos e estudiosos da comunicação, especialmente os focados na radiodifusão, além das instituições e profissionais envolvidos direta ou indiretam ente com as entidades, em presas e estações pesquisadas. Alguns destes autores e fontes já estão inicialm ente destacados. Mas acreditamos que na medida em que avançarmos a pesquisa, principalmente Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA a coleta de dados e entrevistas, vários outros deverão se evidenciar. Com o já referenciam os acim a, ao instituir a TV Brasil, criando a EBC, em 20 0 7, o próprio governo federal e gestores da instituição definiram a nova instituição com o pública. E poucos m eses depois também se instituiu, na Em presa, a Superintendência de Rádio, nom eando para com andá-la o diretor da Rádio MEC do Rio de J aneiro e presidente da ARPUB, Orlando Guilhon. Desta forma, por meio da EBC, o governo também se dispõe a liderar finalmente a constituição do Rádio Público no país. Por isso é que nossas principais fontes serão as próprias instituições – a EBC e a ARPUB - e seus gestores e produtores bem com o as emissoras a elas vinculadas e nestas, igualm ente os que estão à frente das suas gestões e produções. Prelim inarmente, já observam os, na nossa pesquisa de doutoramento, que as direções da ARPUB e da EBC evitam classificar com o rede as suas proposições de form ação de rede, retransmissões, coberturas ou produções conjuntas. Preferem adotar a denom inação sistema, considerando que, assim , colocam m ais claram ente as suas concepções de que o trabalho coletivo deve ser horizontal, plural e praticado com democracia. Em entrevista, o diretor de serviços da em presa, J osé Roberto Garcez1, definiu assim como buscam estabelecer estas operações em parceria: Sem entrar em discussão sem ântica, preferim os usar a denom inação sistem a de rádio. Sistem a radiofônico geralmente caracteriza-se pela em issão de um a program ação sim ultânea entre várias em issoras. Esse evidentem ente não pode ser o caso das em issoras de rádio, pois elas devem privilegiar as program ações locais. No entanto, podem os, no âm bito do conteúdo, program ar ações conjuntas e propor coberturas com uns. No aspecto da gestão devem os incentivar a criação de m ecanism os de controle social em cada com unidade na qual a em issora está inserida. Outra preocupação é com a abertura de espaços para a produção de conteúdo das próprias com unidades. Hoje, com a facilidade da produção de conteúdo 1 Entrevista concedida à autora em outubro de 2009. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA por qualquer cidadão, devemos abrir espaços da programação para a comunidade. (GARCEZ, 2009) E quanto ao conjunto das rádios federais, inclusive as operadas por universidades, Garcez, hoje diretor de serviços da EBC, ao definir suas situações atuais, antecipa políticas que a Em presa vai adotar para buscar a im plantação de um sistema público de rádio. Explica que estas emissoras têm suas concessões pertencentes à Em presa Brasileira de Comunicação. Segundo ele, trata-se uma exigência legal, porque a em presa é o único ente da estrutura do poder executivo federal autorizado a operar em issoras de rádio e televisão. Assim, a EBC pode ter um canal de rádio ou televisão e manter um contrato com uma universidade para operá-la. Hoje são m ais de 30 em issoras deste tipo. Estam os na etapa inicial para a construção de um projeto para o conjunto destas rádios. Recém estam os concluindo a etapa de m ontagem da Rede Nacional de Televisão Pública e estamos iniciando o processo de ouvir as em issoras públicas de rádio, especialm ente as operadas por universidades federais, para construir conjuntam ente este m odelo que não tem paradigm a no cenário da comunicação brasileira. (GARCEZ, 2009) O presidente da ARPUB e superintendente de rádio da EBC, Orlando GUILHON2 , defende a m esm a concepção para constituição de redes/ sistemas, tanto para experiências da Associação quanto para as da Empresa. Em outubro de 20 0 9, ARPUB e UnB, com apoio da EBC, promoveram o Seminário e III Encontro Nacional de Rádios Públicas, onde a program ação deste segmento radiofônico foi um dos principais pontos de debate. Durante o evento, o vice-Presidente da Associação, Mário SARTORELLO (20 0 9), diretor da Educadora da Bahia, em issora do IRDEB – Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, tam bém argumentou que o sistema brasileiro de rádio 2 Entrevista concedida à autora em agosto de 2009. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA público ainda está em construção. Lem brando que o rádio é um meio principalm ente de com unicação local, Sartorello sustentou que não tem sentido basear a organização de redes ou sistemas num conceito de “cabeça de rede”. Para ele, é possível ter um a espinha dorsal, mas se deve respeitar as especificidades e diversidades locais. Quanto às atuais experiências e propostas da ARPUB para programação e produção compartilhadas ou em rede, relatou iniciativas conjuntas que cerca de 60 em issoras ligadas à Associação já desenvolvem : trocam conteúdo pelo Projeto Conexão Brasil e spots e cam panhas distribuídos pela Associação, além de program as especiais, produzidos por algum as das rádios parceiras e veiculados por todas. Tam bém vêm promovendo coberturas conjuntas, em “pools” ao estilo Rede Universitária, nas quais as rádios envolvidas não apenas transmitem, mas se integram igualmente à produção. Com este perfil, já foram realizadas coberturas do Fórum Social Mundial, VII Feira de Música de Fortaleza, Porto Musical, Festival Multim ídia UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Feira Música Brasil e I Confecom. Em planejamento, preparação ou já em início de im plem entação estão, entre outras, produções em parceria como I Festival Nacional de Música da ARPUB, em prom oção em 10 estados e culm inando com um a etapa nacional, o I Concurso de Produção de Program as Radiofônicos, o Projeto 'Memória do Rádio', juntamente com o Fórum da Cultura Digital Brasileira, e um Jornal em Rede. Nos debates do evento, gestores e profissionais das rádios estatais/ públicas reafirm aram concepções e tendências que vêm construindo especialmente a partir do fim do SINRED, na década de 80 , e se intensificam desde os anos 90 : a de formar redes com efetiva inclusão das em issoras participantes da produção à transm issão. Ou seja, redes em que não haja “cabeça de rede” transform ando as demais em meras repetidoras. Apontaram a necessidade de mais experiências neste sentido e de o segm ento rumar para sistemas ou redes horizontais, verdadeiramente democráticas. Afora estas, as concepções e modelos propostos para radiojornalism o em Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA geral, assim como especificamente para o segmento público, nesta pesquisa ainda vêm de autores com o Eduardo MEDITSCH (1999). Em relação à program ação inform ativa/ jornalística, adotam os a proposta de MEDITSCH (1999, p. 20-22) de ampliar a compreensão do jornalismo radiofônico. Além da informação noticiosa, inclui-se na program ação radiojornalística, por exem plo, também a prestação de serviços, com o inform ar a hora e a previsão do tem po, a utilidade pública, a agenda de cinema e shows. No caso do radiojornalism o público, podemos entender esta expansão conceitual com o a que insere, entre outras, as inform ações de cunho educativo e instrucional, as voltadas para o estímulo ao exercício da cidadania e até mesm o as artísticos-culturais As redes contem porâneas propostas ou em desenvolvimento pelas em issoras públicas também serão observadas a partir do pesquisador e exdiretor geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia Sérgio MATTOS (20 0 3, p.71) que, entre outras avaliações e proposições, defende o radiojornalism o com o program ação m ais importante destas rádios, “pois elas podem se im por com o o principal canal de informação imparcial da população”. Sem atribuir também e especificam ente às redes e parcerias este papel, Mattos propõe ainda uma função de integração às estações: As em issoras de rádio devem atuar com o elem ento de integração regional, capaz de destruir barreiras, preconceitos e de reduzir distâncias, transm itindo a sensação de que os espaços entre os lugares estão cada vez m enores. Com o instrum ento de integração regional, o rádio é o m ais eficiente m eio dem ocrático de divulgação de cultura e utilidade pública. Isto porque este veículo pode e deve exercer o papel de resistência contra a alienação dos valores culturais, preservando os valores e peculiaridades regionais e garantindo a diversidade cultural. (MATTOS, 2003, p. 64-66) O atendimento ao interesse público, proclam ado com o outra essencial função deste segm ento da radiofonia, pautando, portanto, suas experiências de program ação, entre as quais as coletivas, terá com o base com preensões com o a Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA de Wilson Gomes: Com o o serviço que o jornalism o pode prestar é a produção e circulação de inform ações, servir ao interesse público significaria colocar à disposição do público os repertórios inform ativos necessários para que ele possa influenciar a decisão política e a gestão do Estado, para que possa fazer-se valer na esfera política. Servir ao interesse público é servir à cidadania, no sentido de possibilitar que a coisa pública, o bem com um , seja decidido e adm inistrado segundo o interesse geral da sociedade. (GOMES, 2009, p. 80) As concepções da ARPUB (20 0 9), UNESCO (20 0 6) e FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA (20 0 4) para o funcionamento e programações destas rádios igualm ente estão entre nossas fontes e referenciais preliminares. Assim com o outros estudiosos e profissionais da comunicação e do rádio educativo, estatal, universitário e público, entre os quais prelim inarmente citamos: Beth CARMONA (20 0 3, 20 0 7), Lalo LEAL FILHO (20 0 9), CUNHA LIMA (20 0 7, 20 0 8), Sandra de DEUS (20 0 3), SANTOS e SILVEIRA (20 0 7). Mas, relembramos, ao longo da pesquisa mais deverão ser evidenciados. 4. Alcance, Resultados, Contribuições e Me tas: Ao final e tam bém já ao longo da pesquisa, seus resultados – parciais e finais - serão organizados, analisados, debatidos e apresentados em form a de trabalhos para apresentação em Congressos, especialmente da área da com unicação com o os da Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Com unicação, SBPJ or – Associação Brasileira dos Pesquisadores em J ornalism o, do FNPJ – Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e Rede ALCAR/ História da Mídia. Com os resultados da pesquisa tam bém produzirem os artigos destinados à publicação. E igualmente é objetivo a elaboração de capítulo para integrar o livro, em produção, com os resultados da Tese de doutorado, além de relatórios e, ainda, orientações no PosJ or, Pós Graduação em J ornalism o da UFSC, nível m estrado, na qual estou em processo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA de credenciamento. 4.1. Novos resultados programados Estas m etas acima relacionadas, de elaboração de artigos e apresentação em Congressos bem com o suas publicações, foram totalmente cum pridas. Conform e tam bém inform am os no relatório final já aprovado, praticamente desde o início da pesquisa, dos prim eiros resultados, foi possível produção de artigos apresentados em eventos científicos e também a publicação de alguns em revistas científicas e em capítulos de livros. A relação com pleta da produção bibliográfica encontra-se no relatório. Para as próxim as etapas, até março de 20 13, igualm ente se propõe a produção de novos artigos destinados à apresentação em eventos científicos e à publicação, além de subsidiar projetos de extensão e especialmente orientações tanto no Curso de Graduação quanto no Programa de Pós Graduação em Jornalismo da UFSC. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA 5. Objetivos: Nossos objetivos gerais são sublinhar e analisar, evidenciando a trajetória histórica de construção destas experiências contem porâneas, as propostas e práticas de redes, sistemas e produções conjuntas jornalísticas das emissoras de rádio estatais/públicas brasileiras, especialmente as vinculadas à ARPUB e EBC. E os objetivos específicos visam ressaltar quais são as principais experiências, se e com o têm vingado. Isto observando se, nos últimos anos, existiram ou existem outras além das organizadas a partir destas duas instituições que, a priori, detectam os com o líderes dessas iniciativas. Tam bém trataremos de pesquisar de que m aneira, com quais linhas e concepções de radiojornalism o, principalm ente público, estas experiências vêm sendo propostas e/ou desenvolvidas. Desta form a, nosso estudo se concentra nas propostas e práticas de redes e produções em parceria desenvolvidas a partir dos anos 20 0 0 , adotando como m arcos o fim da Rede Universitária de Rádio, que organizadam ente e com grande e efetiva participação das em issoras se form ou pela última vez em 20 0 2, a criação da ARPUB, em 2004, e a instituição da EBC, em 2007. As em issoras que constituem nosso “corpus” prelim inar e preferencial de pesquisa – as vinculadas à ARPUB e EBC - são estatais, educativas, culturais e universitárias que integravam o sistem a educativo até o final dos anos 90 e, a partir de então, passaram a se autoproclam ar públicas. A ARPUB conta com cerca de 50 em issoras associadas de norte a sul do país, m as quando se trata de produções coletivas já chegou a trabalhar com perto de 10 0 estações. Destas envolvidas com a Associação, oito são em issoras que compõem o sistema de rádios da EBC: Rádio Nacional AM Brasília; Rádio Nacional FM Brasília, Rádio Nacional AM Rio de J aneiro, Rádio MEC AM Rio de J aneiro, Radio MEC AM Brasília, Rádio MEC FM Rio de J aneiro, Rádio Nacional do Alto Solim ões AM e FM, e Rádio Nacional da Amazônia. Além das estações, a Em presa ainda conta com um a agência distribuidora de material radiojornalístico , a Radioagência Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Nacional, que pode ser usado gratuitamente não apenas pelas rádios estatais/públicas como também pelas estações comerciais e webrádios. Deste escopo de aproximadamente 10 0 em issoras, ao longo da pesquisa devem os ressaltar as que m ais se destacam e assum em funções referenciais, n o que se refere à temática do nosso trabalho, dentro do segmento estatal/público. 6. Justificativa: O debate acerca da im plantação do sistem a de radiodifusão pública no Brasil, de acordo com o que estabelece a Constituição em vigor e a busca de definições e de seu efetivo desenvolvim ento, têm sido dos mais acirrados e provocados nos últim os anos. Mas com destaque e andamento m aiores para o segm ento da televisão. As discussões e deliberações para a radiofonia vêm ocorrendo no rastro do dedicado à tv. Isto em bora o rádio continue sendo um dos principais meios de com unicação, de acesso à informação e educação da população brasileira. Porém , mesm o mais devagar que os sobre a televisão, os debates e decisões acerca da constituição do rádio público m uito têm m ovim entado este segm ento radiofônico. Movimentação que se acelerou nos últim os anos apesar de ser um debate ainda confuso e inconcluso, inclusive conceitualmente, e de nem mesm o ter ocorrido a regulam entação da Constituição de 88 no que se refere à implantação dos três sistem as da radiodifusão – o privado, o estatal e o público. Entretanto, o mesmo não se pode dizer em relação às pesquisas sobre esta tem ática. A produção de nossa Tese de doutorado já teve o objetivo de contribuir com o escasso volume de estudos científicos focados especificamente nos rádios estatal e público. E os mais recortados ainda, com exclusividade no radiojornalism o praticado por este segm ento, evidenciam lacunas bem m aiores. Por isso, acreditam os que o prosseguim ento dos nossos estudos da pesquisa de doutorado - e com recortes m ais específicos com o no caso do presente projeto focado nas experiências contem porâneas de redes, sistemas e produções conjuntas do radiojornalism o público brasileiro – é necessidade para Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA continuarmos a contribuir com este tema tão essencial para as comunicações brasileiras e o cumprimento da sua função de atender ao interesse público da sociedade. 7. Orçamento: Com objetivo de realizar este estudo com financiam ento, o que, com certeza, facilitará seu desenvolvimento e increm entará sua produção, pretendemos subm eter este projeto de pesquisa às próxim as seleções do Funpesquisa e Bolsas PIBIC bem com o às cham adas da Fapesc nas quais porventura se enquadre. 8. Cronograma: A pesquisa será realizada em um ano e meio, de março de 20 10 a agosto de 2011, de acordo com o seguinte cronograma: - m arço a ago s to d e 2 0 10 : a) decupagem de entrevistas já realizadas; b)definição das novas entrevistas necessárias; c) atualização da revisão bibliográfica; d) organização de dados e m aterial já coletados; e) início da ampliação da coleta de dados e material de pesquisa; - ago s to d e 2 0 10 a m arço d e 2 0 11: a) realização das novas entrevistas definidas; b) continuidade da coleta de dados e m aterial; c) acom panham ento das principais experiências praticadas no período pelas emissoras, com observações em visitas às instituições e rádios e, ainda, em coberturas realizadas; d) produção de artigos com reflexões prelim inares e de relatório parcial de pesquisa. - m arço d e 2 0 11 a a go s to d e 2 0 11: a) organização final dos dados e material coletados; b) decupagem final das novas entrevistas e também das ampliadas; c) Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA elaboração de artigos com conclusões e relatório final de pesquisa. 8.1. Novo cronograma Conform e relatório final – já aprovado - acerca dos estudos realizados de m arço de 20 10 a agosto de 20 11, o cronogram a acima proposto foi cumprido em praticamente todas suas etapas. Apenas proposições da última etapa é que foram parcialm ente realizadas - a) organização final dos dados e material coletados; b) decupagem final das novas entrevistas e também das am pliadas porque alguns entrevistados não retornaram no prazo solicitado, provocando atraso no cronograma de análise inicialm ente previsto. Também pelo fato de novos dados e m ateriais coletados terem superado às expectativas, igualmente levando à necessidade de um prazo maior para a organização e análise finais. Em função disso, é que está sendo solicitada a renovação do presente projeto de pesquisa, com sua prorrogação até m arço de 20 13 dentro do seguinte novo cronograma: - ago s to d e 2 0 11 a m arço d e 2 0 12 : a) com plementação de algum as das novas entrevistas realizadas; b) finalização da decupagem das novas entrevistas realizadas; c) produção de novos artigos com conclusões parciais; - m arço d e 2 0 12 a m arço d e 2 0 13 : a) continuidade do acom panhamento das principais experiências praticadas no período pelas emissoras, com observações em visitas às instituições e rádios e, ainda, em coberturas realizadas; b) organização final dos novos dados e m aterial coletados, além das entrevistas decupadas; c) elaboração de artigos com conclusões e relatório final de pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA 9. Bibliografia: ARPUB. - H is tó rico d a As s o ciação d as rád io s p ú blicas d o Bras il. 20 0 4. Disponível em<http://www.arpub.org.br/histórico>.Acesso em jun.2009. _______.Carta de Prin cíp io s de 20 0 4. Disponível em : <http:/ / www.arpub.org.br/ docu m entos/ cartas de principios>. Acesso em dez. 2009. ______. Me s a Re d o n d a : Rád io s Pú blica s n o Bras il - Mo d e lo s , Es p e cificid ad e s , Co n te ú d o e Fo rm as d e Ge s tão . In: Sem inário Nacional de Rádios e Encontro Nacional de Rádios Públicas, 3, 20 0 9. Brasília. Anotações da autora durante os debates. AVELAR, Liara. História e Programação das Rádios Públicas, especialmente Rádio MEC RJ . Entrevista concedida a Valci Regina Mousquer Zuculoto, ao vivo, por e-mail e telefone, outubro, novembro e dezembro de 2009. BARBERO, J esús Martín. D e la co m u n ica ció n a la filo s o fia y vice ve rs a: N u e vo s m ap as , n u e vo s re to s . In: TOSCANO, Maria Cristina Laverde e REGUILLO, Rossana (orgs), Mapas Nocturnos – Diálogos com la obra de Je s ú s Martín -Barbero. 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Entrevista concedida outubro de 2009. Liara Ave lar – está na Rádio MEC do Rio de J aneiro desde 1983. J á passou Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA pelas funções de estagiária, repórter, redatora, apresentadora, editora, Chefe do Jornalismo, Superintendente de Produção e Program ação e Assessora da Gerência Executiva de am bas em issoras da MEC RJ . Atualmente, ocupa o cargo de Líder de Produção e Program ação da MEC AM, que é sim ilar ao de Coordenadora. Entrevistas à autora em outubro, novem bro e dezem bro de 2009. Lu iz Albe rto San z – Diretor do Centro Nacional de Rádio Educativo Roquette-Pinto - rádios MEC do Rio e de Brasília - abril a agosto de 1996; Chefe de Reportagem, Editor de Pauta da Divisão de J ornalismo, Editor e Produtor na Divisão de Educação da MEC RJ , Chefe da Divisão de J ornalism o das Rádios MEC AM e FM do Rio de J aneiro entre 1988 e 1993. Entrevista concedida em dezembro de 20 0 9. Orlan d o Gu ilh o n – superintendente de rádios da EBC, presidente da ARPUB e diretor geral da Rádio MEC. Entrevista concedida à autora em agosto de 2009. Patrícia D u arte – sub-diretora e coordenadora de program ação da FM Cultura de Porto Alegre de 1999 a 20 0 2 e atual coordenadora de produção de rádio da EBC. Entrevista concedida ao vivo e por e-mail em outubro de 2009. Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. This page will not be added after purchasing Win2PDF.