www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 13, 14 E 15 DE MAIO, 2011 | ANO 3 | Nº 430 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA Murillo Constantino Adelino Colombo, das Lojas Colombo, não tem sucessor na família e ainda perdeu o profissional que ocuparia a presidência. O desafio agora é encontrar outro executivo para a empreitada ➥ P18 R$ 2,00 Penalty melhora seus produtos para conquistar clientes de alta renda ➥ P20 Brasil freia importação de carros e bate de frente com a Argentina Licenças para veículos ingressarem no país não serão mais concedidas automaticamente e poderão demorar até dois meses O Ministério do Desenvolvimento decidiu restringir a entrada de carros fabricados fora do país, que terão de esperar 60 dias para poder ingressar no Brasil. No mês passado, as importações de veículos de passeio cresceram 71%. Embora o governo não admita que seja uma retaliação às medidas protecionistas recém-adotadas pela Argentina, as vendas do parceiro do Mercosul serão significativamente afetadas. Carros chineses, coreanos e mexicanos também serão prejudicados. ➥ P40 Redução da remessa de peças da matriz pode causar demissão na Honda no Brasil. Murillo Constantino Risco Cade agora faz parte dos contratos de fusão e aquisição em andamento no país Solvay Rhodia trilha expansão com etanol Caterpillar vai produzir no Brasil geradores usados na extração de petróleo Jean-Pierre Clamadieu, futuro presidente da nova gigante química europeia, avisa que o Brasil e a cana-de-açúcar são prioridades na estratégia de crescimento do grupo. ➥ P28 ➥ P4 ➥ P26 Colômbia se inspira na experiência do Mato Grosso para sair da crise da saúde ➥ P10 FMI vê commodities em alta e impacto de juro americano na economia da América Latina ➥ P30 INDICADORES ▲ ▲ ▲ ▲ ▲ ■ ▲ ▲ ▲ ▲ ▼ ▼ TAXAS DE CÂMBIO Dólar Ptax (R$/US$) Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) Euro (US$/€) Peso argentino (R$/$) JUROS Selic (a.a.) BOLSAS Bovespa - São Paulo Dow Jones - Nova York Nasdaq - Nova York S&P 500 - Nova York FTSE 100 - Londres Hang Seng - Hong Kong 12.5.2011 COMPRA 1,6199 1,6210 2,3064 1,4238 0,3967 META 12,00% VAR. % 0,36 0,52 0,63 0,49 -0,52 -0,94 VENDA 1,6207 1,6230 2,3077 1,4239 0,3974 EFETIVA 11,92% ÍNDICES 64.003,16 12.695,92 2.863,04 1.348,65 5.944,96 23.073,76 Rentabilidade desafia fundos de pensão Pesquisa da Mercer mostra que quase 70 instituições de previdência tiveram retorno mediano de 2,06% no primeiro trimestre, ante meta atuarial de 3,65% para o período. ➥ P32 2 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 NESTA EDIÇÃO Mactra lança produto que promete eliminar o chapisco das paredes OPINIÃO Roberto Freire Paulo Rabello de Castro Presidente do PPS Chairman da SR Rating e presidente do Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomércio A fabricante de componentes para a construção civil desenvolveu a Fixmassa, fixador que substitui a cal e o pré-acabamento da alvenaria. O produto pode reduzir o custo final do metro quadrado do reboco de R$ 55,00 para R$ 13,10. ➥ P14 Energimp, empresa de geração de energia eólica, planeja abrir capital A entrada no mercado de ações já está sendo preparada pela controladora argentina Impsa. Para analistas de mercado, é uma estrtégia para gerar fluxo de caixa suficiente para realizar aquisições em um segmento onde é preciso ter escala. ➥ P24 Receita da operadora de telefonia GVT cresce 47%, para R$ 747 mi Um dos fatores que impulsionou o resultado foi a entrada da companhia em cidades do Nordeste e Sudeste. 50% dos novos clientes residenciais vieram destas regiões. Agora a operadora prepara-se para entrar no negócio de TV assinatura. ➥ P27 Aluguel de ações é mais arriscado com forte oscilação da bolsa Incertezas nas economias da Europa, Estados Unidos e China aumentam o risco de viradas bruscas no pregão, tornando as operações de aluguel de ações mais interessantes para investidores dispostos a fortes emoções. ➥ P34 Chegou a hora da verdade para o PT Tragédia grega em quatro atos Muito se fala de crise na oposição. E ela está evidente. Mas, nos preocupemos antes com a crise no governo, porque a que envolve a da oposição é uma dança da política e dos políticos. Só atinge a nós. Já aquela que se abate sobre o governo é grave, e afeta toda a sociedade. Podemos aqui mesmo discutir a situação dos partidos oposicionistas, mas, antes, vamos ao governo. A fatura da irresponsabilidade nos gastos públicos que foi o aspecto central dos últimos dois anos do governo Lula chegou. Esse governo, tão “generoso” no uso dos recursos públicos, com os quais calçou sua popularidade, agora recebe críticas que antes não sofria. Não é fácil administrar o rescaldo de um governo que surfou de forma imprevidente sobre o boom da economia internacional e que, ao longo desses anos, deixou de realizar as necessárias reformas democráticas do Estado, que ampliasse o poder da sociedade civil e concentrasse a ação do Estado em suas tarefas fundamentais, de garantir educação, saúde e segurança a seus cidadãos e atuasse como regulador da esfera econômica. Essa gestão imprevidente lhe possibilitou gastar além da conta, não apenas comprometendo os fundamentos da estabilidade da moeda, mas concomitantemente garantiu guarida aos mais antagônicos setores e segmentos da sociedade, de forma subalternizada — o que levou o sociólogo Luiz Werneck Vianna a chamar esse arranjo de Estado Novo do PT. O governo podia atender a todos. Dava-se ao luxo de ter um ministério do trabalhador e outro dos patrões. Um da reforma agrária e outro do agronegócio. Chegou a hora da verdade. Em um momento em que a inflação estoura o teto da meta e em que se discute o excessivo endividamento das famílias brasileiras — principalmente daquelas de mais baixa renda e que têm maior dificuldade de honrar seus compromissos —, o fantasma do arrocho salarial também ronda os lares brasileiros, elevando a ameaça de inadimplência. Passado o boom da economia internacional, como ficamos? O primeiro ato de qualquer tragédia financeira sempre começa muito antes do momento de o protagonista assumir sua condição de desespero. Aliás, é da euforia que brotam as sementes de uma tragédia. E foi de pura euforia que viveu o mundo dito desenvolvido nas duas décadas que precederam ao brutal choque financeiro de 2008. Muitos especialistas falam agora em pós-crise. Não há pós-crise. Não houve superação dos fatores de alimentação da instabilidade financeira dos mercados. Passados dois anos do espocar da crise, os governos dos EUA e da Europa estão afundados em déficits e dívidas. O remédio aplicado para evitar a temida deflação de preços — uma avalanche de emissão de dinheiro sem lastro — converteu a temida depressão em ameaçadora inflação de commodities. O mundo evitou o desemprego em massa e nova Grande Depressão. Mas, passou do primeiro ato, de euforia pré-crise, para uma negação da mesma: “...a crise acabou; viva a recuperação!”. Estamos apenas findando este segundo ato, em que mercados altamente especulativos já duvidam das previsões de alta continuada dos preços de commodities. Mohamed Abd El Ghany/Reuters Embora o cobertor esteja curto, o governo continua a atrair apoio para sua base. Vai faltar soro para tanto fisiologismo Membro da Irmandade Muçulmana vai disputar Presidência do Egito Nas primeiras eleições após a derrubada do ditador Hosni Mubarak, os egípcios poderão ter um novo governo autoritário. Candidatura de Abdel Moneim Abul Futuh é considerada uma ameaça ao processo de democratização do país. ➥ P36 Dilma Rousseff parece não estar disposta a comprometer o crescimento para combater a inflação. Talvez por isso não esteja adotando a política de aumento sistemático da Selic. Transigir com a inflação é atentar contra o país. É preciso seriedade no tratamento com a estabilidade econômica, porque ela envolve todos os brasileiros. O governo não vê com preocupação o fato de a inflação flutuar um pouco, porque isso evitaria o arrefecimento do crescimento. O risco de tal opção está evidenciado. A inflação pode tornar-se irrefreável. É isso que estamos vivendo. As commodities, ao inundar o mercado de dólares, apreciam nossa moeda, ampliando a crise cambial e podendo trazer algo pior: “bolhas” de consumo insustentável a longo prazo. Se isso ocorrer com as commodities agropecuárias será um desastre para a América Latina, que em grande parte teve crescimento baseado no aumento de preços desses produtos. A oposição não pode se desesperar frente ao adesismo, que é uma marca registrada da política brasileira. Há um paradoxo. Embora o cobertor esteja curto, o governo continua a atrair apoio para sua base. Vai faltar soro para tanto fisiologismo. E, sem tomalá-dá-cá, esse tipo de apoio desaparece. ■ O desfecho do ajuste é inevitável e se aproxima a cada dia. Trará também para nós, brasileiros, uma consciência maior de nossa própria euforia retardatária e perigosa Surgem, agora, temores decorrentes de um ajuste de contas, no plano fiscal, quando os financiadores institucionais que carregam as dívidas públicas a juros muito baixos começam a perceber a deterioração do valor real dos seus papéis e a corrosão da qualidade de crédito dos devedores chamados “soberanos” (os países emissores de dívidas públicas). O terceiro ato será o do desespero, que começa pelo país da tragédia, como gênero de teatro, a velha Grécia. Nos últimos dias, a conta bateu à porta do setor estatal grego, evidenciando suas profundas falhas de eficiência, que aumentam o déficit do governo altamente endividado. O socorro oferecido pela Comunidade Europeia no ano passado não equacionou a rolagem de dívidas, impagáveis sem uma reestruturação corajosa. Mas, quem lançará em seus livros este prejuízo? Esta é a questão que o sistema bancário europeu carrega, pintando de nuvens pesadas o palco da tragédia financeira na Europa. Não é preciso ser um gênio das finanças para deduzir o resto da cena: bancos batendo às portas das autoridades e estas ficando entre a cruz e a caldeirinha: emitir mais para cobrir o rombo e destruir o resto de credibilidade no euro (não é por isso que o ouro não pára de subir?) ou, então, partir para o ajuste sempre adiado, o terrível terceiro ato, em que os personagens da tragédia se engalfinham e se matam. Seria inevitável tal desfecho? Políticos odeiam tal cenário, por motivos óbvios. Apenas estadistas são capazes de liderar uma população angustiada e revoltada a pagar o preço de um ajuste econômico. Daí a tentativa de pedalar a conta para frente, como fez o mestre de todas as pedaladas, o chairman do Federal Reserve Alan Greenspan, protagonista oculto de toda essa tragédia. O desfecho do ajuste é inevitável e se aproxima a cada dia. Trará também para nós, brasileiros, uma consciência maior de nossa própria euforia retardatária e perigosa, embora gostosa. Ah! O quarto ato: é a catarse da recuperação econômica efetiva, que demora, mas chega. ■ Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 3 Fotos: divulgação AS LINGERIES DE GISELE BÜNDCHEN Avanço Exportação do agronegócio supera US$ 80 bilhões em 12 meses Os dados referem-se ao acumulado dos 12 meses de maio de 2010 a abril de 2011, quando houve aumento de 20,4% em relação a um ano antes, com o valor de US$ 81,3 bilhões, de acordo com o Ministério da Agricultura. As importações no período somaram US$ 14,7 bilhões, o que resultou num saldo de US$ 66,6 bilhões. Apenas em abril, as exportações chegaram a US$ 7,9 bilhões, com alta de 24,4% em relação ao mesmo mês de 2010 e superávit de US$ 5,3 bilhões na balança comercial do agronegócio. O volume de abril foi possível graças ao desempenho do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro (etanol e açúcar), produtos florestais (madeira, celulose, papel, borracha) e café. Retrocesso AFP Governo sírio teria assassinado mais de 700 pessoas em todo o país A Hope firmou uma nova parceria com sua garota-propaganda. Vai colocar nas lojas uma coleção de lingeries assinada pela modelo brasileira Gisele Bündchen. Em princípio a projeção é de faturar R$ 30 milhões por ano com as peças. A companhia tem atualmente 61 lojas espalhadas pelo país e planeja chegar em 2015 com 350 unidades. ➥ P20 A denúncia é da Comissão Internacional de Juristas (CIJ), que reúne advogados e juízes de todo o mundo, e se baseia em relatos de advogados e ativistas de direitos humanos na Síria. “Mais de 700 pessoas teriam sido assassinadas, e centenas foram submetidas a desaparições forçadas desde que as autoridades sírias iniciaram a repressão em 15 de março em Deraa, Homs, Banias e outras cidades”, informou a CIJ. “A CIJ continua recebendo relatos críveis indicando que corpos foram deixados nas ruas durante dias.” “O governo sírio está usando forças armadas e tanques para indiscriminadamente bombardear cidades”, declarou Wilder Tayler, secretário-geral da CIJ. TRÊS PERGUNTAS A... “Curso de agente autônomo é demanda do mercado financeiro” ...MARIA LÚCIA AMARY Deputada estadual PSDB-SP Mesmo com o mercado em ritmo desfavorável — a queda do Ibovespa no ano soma 7,65% —, a deputada Maria Lúcia Amary, criadora do projeto que inclui o curso de agente autônomo entre os tecnólogos oferecidos pela Fatec, não desanima. Desde fevereiro, ela participa de reuniões com o Centro Paula Souza para elaboração do novo curso, com a esperança de que ele esteja disponível para as turmas de 2012. O aumento no número de agentes autônomos é uma demanda urgente? Atualmente, a BM&FBovespa tem a meta de chegar a 5 milhões de investidores até 2015. Serão abertas vagas para especialistas que possam suprir essa demanda. Por isso solicitamos, em 2009, a criação desse curso técnico em mercado financeiro ao Governo de São Paulo. A ideia é que o mercado de capitais se difunda no Brasil como é difundido nos EUA. dos cursos já existentes. Com a renovação do governo do Estado, as propostas foram reavaliadas e nós passamos às reuniões em fevereiro. Eles sinalizaram que é viável a implantação desse curso. Quando ele estará disponível? Por que demorou dois anos para as reuniões com o Centro Paula Souza começarem? A prioridade do Centro Paula Souza era investir na ampliação e melhoria Ainda não foi dada a palavra final. Por enquanto, ainda estamos montando a estrutura. Na melhor das perspectivas, em 2012. Barbara Ladeia 4 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 DESTAQUE DIREITO ECONÔMICO Editora: Fabiana Parajara [email protected] Risco Cade entra na conta das fusões e aquisições 1 Diante da possibilidade de endurecimento das decisões do órgão, empresas tentam antecipar estratégias de ação Luciano Feltrin e Luiz Silveira [email protected] O endurecimento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em relação às fusões que geram concentração de mercado já provoca reflexos na forma como as operações são montadas antes de chegarem ao órgão. Sem dispor de uma lei que possibilite a análise prévia das transações (leia mais na reportagem ao lado) , empresas e escritórios de advocacia procuram costurar os negócios para reduzir aquele que está sendo chamado de “risco Cade”. Sugerir a venda de ativos das empresas combinadas, mostrar os benefícios reais aos consumidores ou, até mesmo, recomendar que as companhias escolham entre um ou outro candidato à compra são alguns dos modelos de atuação mais recomendados. Com diversos setores em franca consolidação, o movimento ganha força no país. À frente de uma operação entre duas empresas de serviços que, juntas, podem vir a ter 80% do mercado em que atuam se a fusão vingar, o escritório Madrona Hong Mazzuco busca reunir elementos para defender a operação no órgão. “O Cade tem demonstrado que, mesmo em casos que geram monopólios ou oligopólios, considera mais relevante o fato de as empresas indicarem que suas eficiências conjuntas podem gerar benefícios ao consumidor”, diz Ricardo Madrona, sócio da banca. Ele não revela o nome dos atuais clientes, mas cita a fusão entre Colgate e Kolynos como simbólica nesse sentido — visto que foi aprovada, apesar de representar uma grande concentração do mercado de cremes dentais. A consolidação de uma jurisprudência de decisões do Cade nos últimos 10 anos também ajuda empresas e advogados a prever melhor como o conselho julga determinados assuntos. “Somos cada vez mais contratados por empresas à venda para avaliar o ‘risco Cade’ para os potenciais compradores”, diz Juliano Maranhão, do escritório Sampaio Ferraz e ex-assessor da presidência do Cade. Além do valor ofereci- Escritórios de advocacia adotam modelos como sugerir a venda de ativos das empresas combinadas ou mostrar os benefícios reais aos consumidores dessas operações do, agora entra na conta também o risco de a operação ter que ser revista ou revertida pelo órgão. Modelo global Desistir de um negócio ou alterar seu formato por conta dos riscos antitruste é uma novidade no Brasil, mas já é tradicional em mercados da Europa e nos Estados Unidos. Em março, as farmacêuticas Sanofi-Aventis e Merck desistiram de fundir suas divisões veterinárias após um ano de negociação, sob risco de que o acordo sofresse restrições. “Pode ser uma forma de agilizar grandes fusões no Brasil”, afirma Arthur Barrionuevo, da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. “Já atuei dessa forma em alguns casos. É uma maneira de preparar a empresa para os riscos do negócio.” Por outro lado, levar ao Cade a intenção de se desfazer de uma determinada marca ou linha de negócio para viabilizar uma fusão pode ser complicado em segmentos muito pulverizados. Com centenas de empresas de pequeno e médio porte espalhadas no país, analisar o que seria considerado concentração não é tarefa das mais simples, diz Laércio Farina, especialista em direito concorrencial em saúde suplementar. “Hoje é impossível definir concentração no segmento. Mas, no ritmo em que as fusões têm acontecido, isso será inevitável”, diz o advogado. “Enquanto conseguirem mostrar os benefícios de se tornarem mais sólidas, essas operações serão aprovadas. No futuro, isso ficará mais complexo”. Embora seja considerada válida, essa modelagem de exclusão de negócios é tida como uma escolha arriscada por alguns especialistas. “No atual modelo, pode ser precipitado se antecipar ao Cade e sugerir a venda de marcas que a empresa não tem como saber se seria mesmo pedida pelo órgão”, diz Neil Montgomery, conselheiro do escritório Felsberg & Associados. A solução, acredita, é firmar um Acordo de Preservação de Reversibilidade da Operação, mostrando ao Cade que a fusão não prejudicará os consumidores. ■ Marcela Beltrão 2 1 Marcos Paulo Veríssimo e Elvino de Carvalho Mendonça, novos conselheiros do Cade, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos; 2 Advogado Laércio Farina diz que empresas devem provar ao Cade os benefícios de se tornarem mais sólidas Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS Concorrentes descobrem no Cade um aliado contra a concentração de mercado por rivais. Por isso, aumentaram as ações de empresas interessadas em barrar fusões e aquisições. Pauta de julgamentos previstos para os próximos dois anos no Cade envolve negócios que somam mais de R$ 220 bilhões. Tendência é que órgão seja mais rigoroso. Secretaria de Direito Econômico (SDE) abriu processo contra a BR Distribuidora para investigar conduta anticompetitiva no Distrito Federal. Marcello Casal Jr./ABr NOVOS CONSELHEIROS ● Alessandro Octaviani é professor doutor de Direito Econômico e Economia Política na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. ● O economista Elvino Carvalho é assessor técnico da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. ● O advogado Marcos Paulo Veríssimo tem experiência na área de direito público, direito econômico, regulação e concorrência. Órgão antitruste deve mudar em breve Projeto de lei altera estrutura e operação do Cade Priscilla Arroyo [email protected] O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) passa por uma fase de reformulação neste ano. Fernando Furlan, que ocupava interinamente o cargo de presidente, tomou posse oficialmente e recebeu três novos conselheiros nos quadros do órgão. A maior mudança, porém, ainda está por vir. É a aprovação do projeto de lei 3.937 que prevê importantes transformações na estrutura e na operação do Cade e está prevista para os próximos meses. “O projeto de lei propõe três mudanças principais. A primeira e mais relevante será a notificação prévia, ou seja a análise dos atos de concentração terá que será feita e aprovada pelo Cade antes da realização do negócio”, afirma Eduardo Camina- ti, presidente da Comissão da Concorrência e regulação econômica da OAB-SP. Hoje, os empresários realizam a transação e os contratos podem ser analisados posteriormente. A segunda modificação será a formação do Super Cade, com a incorporação de parte Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE). A Secretaria será uma superintendência do Cade e o secretário, Vinicius de Carvalho, terá poder para decidir os casos mais simples. O conselho passará a ser denominado tribunal e julgará apenas os casos mais complexos ou quando houver recurso. Ainda que seja aprovado, o projeto que cria o Super Cade, ele não resolveria todos os problemas atuais do sistema. “Ter a análise prévia dos negócios é um ótimo passo. É o que Europa e Estados Unidos fazem. Mas é preciso discutir formas eficientes para evitar o vazamento das operações que Divulgação O advogado Alessandro Octaviani substitui Vinícius de Carvalho no Conselho seriam levadas ao antitruste. Ou o remédio pode piorar a doença”, diz Eduardo Molan Gaban, sócio do Machado Associados. Outra terceira mudança será dos critérios para notificação das operações que precisarão de análise. A regra atual é que as partes envolvidas tenham faturamento bruto no último exercício fiscal de R$ 400 milhões, ou participação no mercado, de no mínimo 20%. A nova lei extingue o critério de participação no mercado e o valor do faturamento será alterado para R$ 40 milhões da empresa objeto e R$ 1 bilhão do comprador. Segundo especialistas, as novas regras serão importantes para o fortalecimento do órgão, cuja tendência com o aquecimento econômico do país, é ter maior volume de casos. Nova equipe Fernando Furlan, presidente do Cade, tem vasto histórico no ór- gão. Foi procurador geral e membro do Conselho Administrativo e agora conta com time completo na casa. A equipe, composta de seis conselheiros mais o presidente, estava desfalcada até a chegada dos advogados Alessandro Octaviani e Marcos Paulo Veríssimo e do economista Elvino Carvalho. “Os três têm formação técnica diferente e isso é positivo, pois gera visões diferentes [no debate], o que é importante para decisões mais qualificadas”, afirma Tito Andrade, advogado do escritório Machado Meyer. Ricardo Ruiz, Carlos Ragazzo e Olavo Chinaglia completam o quadro de conselheiros. Para Caminati, o quadro de colaboradores com visão técnica é uma tendência. “O Cade está em boas mãos. O órgão exige decisões técnicas e a escolha dos novos membros não poderia ser mais acertada”, diz. ■ Colaborou Luciano Feltrin 6 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 DESTAQUE DIREITO ECONÔMICO Simon Dawson/Bloomberg A distribuidora Gran Petro agiu para impedir a compra da divisão de aviação da Esso pela anglo-holandesa Shell Concorrência descobre no Cade aliado contra a concentração Companhias recorrem cada vez mais ao órgão na tentativa de impugnar fusões e aquisições de rivais Luiz Silveira e Luciano Feltrin [email protected] Mais ativo e em evidência, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está sendo usado cada vez mais por empresas interessadas em barrar atos de concentração sob análise do órgão. Por meio de pareceres independentes e da abertura de seus dados de mercado, muitas companhias têm conseguido mostrar ao conselho efeitos potencialmente nocivos de fusões e aquisições feitas por concorrentes. “A prática da impugnação não é nova, mas está ganhando força com a maior transparência dos processos”, diz o advogado Marcel Medon Santos, do escritório Azevedo Sette. Exdiretor da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, Santos representou a distribuidora de combustíveis Gran Petro contra a compra pela Shell da divisão de aviação da marca Esso, de propriedade da Cosan . O advogado Mauro Grinberg, conselheiro do Cade entre 1986 e 1990, diz ter conhecimento de diversos outros casos atuais em “ Consultas de outras empresas são algo muito bem-visto pelo Cade, pois o ajudam a observar diversos aspectos e possíveis consequências dos negócios Mauro Grinberg, advogado e ex-conselheiro do Cade que empresas envolvidas indiretamente em fusões que geram concentrações acionam o Cade. “É algo muito bem visto pelo órgão, pois o ajuda a observar diversos aspectos e possíveis consequências dos negócios”. Com empresas cada vez mais globalizadas, a tendência é que a cultura do brasileiro passe a caminhar nessa direção, acredita Eduardo Molan Gaban, sócio do Machado Associados. “A autoridade reguladora não pode ter medo de receber informações. Precisa estar pronta para julgálas procedentes ou não.” Histórico de sucesso De fato, tanto os casos recentes quanto os mais antigos mostram que o Cade analisa a fundo as interpelações de impugnantes ou terceiros interessados. No processo da compra da área de aviação da Esso pela Shell, por exemplo, o voto do relator, emitido no ano passado, foi pela aprovação do negócio. Mas, o então conselheiro e atual presidente Fernando Furlan acatou alguns argumentos da Gran Petro e fez, neste ano, um novo voto, propondo que o conselho condicionasse a aprovação à venda dos ativos físicos adquiridos. Em plenário, seu voto foi seguido pelos demais conselheiros. Shell e a Gran Petro pediram alterações na decisão e o processo voltou ao conselho. Outro exemplo de sucesso foi a movimentação da Amitech e da Rhodia para barrar a compra de uma fábrica de fibra de vidro da Saint-Gobain pela Owens Corning. As ações contrárias à aquisição buscaram mostrar que o mercado desse tipo de produto é nacional, e não global. Assim, derrubaram a tese de que, apesar de a Owens passar a dominar praticamente a totalidade da produção nacional, haveria concorrência com o produto importado. O Cade determinou que a Owens vendesse a fábrica e, como a decisão não foi cumprida, definiu a inter- venção na companhia para concretizar a venda. Os casos da Owens e da Shell são de processos dos últimos dois anos, e mostram o uso cada vez mais comum dos pedidos de impugnação junto ao Cade. Mas, mesmo em casos mais antigos, também houve forte atuação dos concorrentes para barrar negócios. Daniel Oliveira Andreoli, sócio do Tozzini Freire, lembra que reclamações foram feitas pela Kraft Foods sobre a compra da Garoto pela Nestlé, e pela Procter & Gamble, na união entre Colgate e Kolynos. Andreoli ressalta, porém, que queixas ou denúncias desse tipo não são limitadas a empresas competidoras. Entidades de defesa do consumidor, fornecedores ou clientes das empresas envolvidas podem fazer o mesmo. ■ NESTLÉ-GAROTO COLGATE-KOLYNOS Kraft Foods P&G que é dona da Lacta, atuou junto se opôs formalmente à compra ao Cade para impugnar a união das fabricantes de chocolates. A operação foi o primeiro negócio reprovado pelo conselho. da Kolynos pela concorrente. O Cade determinou que a marca ficasse fora do mercado por cinco anos. Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 Sexta-feira, 13de demaio, maio,2011 2011 Brasil Econômico 7 8 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 DESTAQUE DIREITO ECONÔMICO Mega fusões na pauta do conselho superam R$ 220 bi Henrique Manreza Nova formação do Cade terá pela frente casos complexos e de alto valor para julgar em 2011 e 2012 DISTRITO FEDERAL BR Distribuidora é processada por conduta anticompetitiva A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça abriu um processo contra a BR Distribuidora para investigar a prática de discriminação de adquirente. Segundo a secretaria, a distribuidora oferece vantagens à rede de postos Gasol do Distrito Federal, que não são oferecidas às demais redes. De acordo com a SDE, a BR Distribuidora paga o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) da Rede Gasol, sendo que as outras redes é que devem arcar com o pagamento de todos os tributos. A rede beneficiada também paga aluguel mais barato e não está sujeita à multa caso os contratos de locação do imóvel sejam descumpridos. “Nos imóveis em que figura como locatária a Rede Gasol, o valor do aluguel oscila entre R$ 761,80 a R$ 6.856,10. Já nos imóveis em que o locatário não faz parte do conjunto de empresas da Rede Gasol, o aluguel oscila entre R$ 4 mil e R$ 22 mil”, diz a nota técnica da SDE. Para a SDE, a conduta da BR Distribuidora tende a prejudicar a concorrência e a provocar uma situação de monopólio da Rede Gasol, que é dona de um terço dos postos de combustíveis do Distrito Federal. ABr Luiz Silveira [email protected] A aceleração dos movimentos de consolidação na economia brasileira impõe à nova formação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um trabalho extenso para os próximos meses. Provavelmente, para os próximos anos. Os principais atos de concentração que o conselho tem pela frente criam gigantes que, somados, registram uma receita líquida anual de R$ 223 bilhões (veja o gráfico abaixo). O primeiro desafio dessa lista deve ser também o mais complexo: a fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à Brasil Foods (BRF). O processo estava previsto para ir a julgamento pelo plenário em junho, mas pode ser adiado caso a companhia prorrogue as negociações com o conselho. Por conta da alta concentração gerada em diversos mercados, a operação é considerada o maior julgamento do órgão desde a aprovação da fusão entre as cervejarias Brahma e Antárctica, que deu origem à Ambev, em 1998. “A fala corrente de que a formação da Ambev não seria aprovada pelo Cade de hoje será colocada à prova”, afirma o advogado Juliano Maranhão, do escritório Sampaio Ferraz. Ex-assessor da presidência do Cade e professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Maranhão destaca a importância do processo da BRF como um novo balizador de futuros julgamentos de mesmo porte. “O caso é muito parecido com o da Ambev”, diz. Caso siga a tendência dos últimos 10 anos, o Cade tende a ser cada vez mais técnico e rigoroso com os processo que vêm pela frente. “Com o seu amadurecimento institucional e o tamanho das concentrações cada vez maior, o Cade tende a ser mais intervencionista”, avalia o advogado Bruno Drago, do Demarest & Almeida Advogados. Análise técnica Além, de ser mais rigoroso, o órgão também tende a melhorar sua forma de analisar os negócios. Um exemplo disso Processo da BR Foods, resultado da união de Sadia e Perdigão, deve ser novo balizador Tendência é que Cade seja cada vez mais técnico e rigoroso com os processos, melhorando sua forma de análise dos negócios pode ser mostrado no julgamento da aquisição de uma fatia de 21% da cimenteira Cimpor pela Votorantim. Embora a Votorantim não tenha o controle da Cimpor, tende a levar em conta o fato de outra concorrente, a Camargo Corrêa, deter 32% da Cimpor. “Nos últimos dois anos, o Cade começou a observar o poder de mercado coordenado, e não apenas o poder unilateral”, explica Maranhão. Ou seja, o Cade pode entender como lesivo à concorrência o fato de as duas grandes cimenteiras somarem participação suficiente para controlar a Cimpor. ■ MEGAOPERAÇÕES Os principais atos de concentração na pauta do Cade, considerando a soma das duas receitas anuais EM R$ BILHÕES 55,1* 50,0** JBS (BERTIN) SHELL (COSAN) PÃO DE AÇÚCAR (CASAS BAHIA) TELEFÔNICA (VIVO) SADIA (PERDIGÃO) LAN (TAM) RICARDO ELETRO (INSINUANTE) VOTORANTIM (CIMPOR) 39,6*** 33,9 22,7 17,1 5,0** 0 10 20 Fontes: Empresas *2009 **Estimativa ***2008 30 40 50 60 Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 Sexta-feira, 13de demaio, maio,2011 2011 Brasil Econômico 9 10 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 BRASIL Editora: Elaine Cotta [email protected] Subeditora: Ivone Portes [email protected] Colômbia busca no Mato Grosso saída para crise na saúde Falta de transparência na relação entre estado e parceiros privados abriu espaço para fraudes de US$ 2 bilhões no país Regiane de Oliveira tos, prevê uma economia anual de R$ 40 milhões. Divulgação [email protected] A Colômbia vive a pior crise institucional da última década, considerada por muitos mais séria do que a violência do narcotráfico. Investigações que levaram à descoberta de desvios de pelo menos US$ 2 bilhões nas contas da saúde colocaram em xeque a credibilidade do governo, resultando na prisão de funcionários públicos, fornecedores e representantes de empresas parceiras, que atuam na administração de hospitais públicos do país. Falta de transparência, licitações fraudulentas, produtos adulterados, cobranças indevidas do governo. A lista de crimes cometidos nas brechas de relacionamento entre as Empresas Promotoras de Saúde (EPS) — terceirizadas que atendem a saúde pública — e o governo do país é extensa. A solução para o problema não é simples, mas segundo a vice-ministra de Saúde e Bem Estar do país, Beatriz Londoño, passa pelo investimento em melhores instrumentos de gestão dos recursos públicos. Para isso, o governo da Colômbia vai mandar uma delegação ao Brasil para conhecer a experiência do Mato Grosso na gestão da saúde. O governo do estado mudou sua forma de gerenciar as compras, com a adoção da plataforma eletrônica Publinexo, da empresa brasileira Bionexo, voltada para compras públicas na área da saúde, em concordância com a lei de licitações (8.666). Trata-se de uma comunidade de compras que consegue, por escala, reduzir o custo dos produtos. Segundo Pedro Henry, secretário de saúde do Mato Grosso, o governo do estado utiliza há três meses a plataforma e conseguiu uma economia de 52% nos custos. O estado, que gasta R$ 140 milhões por ano com a aquisição de materiais e medicamen- Início da crise Beatriz Londoño Vice-ministra de Saúde e Bem Estar da Colômbia “Os hospitais da Colômbia compram mal, por um valor alto, têm dificuldades para pagar os fornecedores e ainda sofrem com a interferência política” O governo colombiano tem como meta diminuir os intermediários nas compras e os pagamentos públicos, assim reduzindo as brechas que levam à corrupção. “Os hospitais da Colômbia compram mal, por um valor alto, têm dificuldades para pagar os fornecedores e ainda sofrem com a interferência política”, afirma Beatriz. Em 1993, a Colômbia mudou a forma de gerir a saúde e o risco financeiro do sistema passou a ser dividido entre trabalhadores, empresas e governos. Todos contribuem para garantir que a população, especialmente a mais pobre (chamada de subsidiada) seja atendida. Mesmo assim, a rede de assistência do país atende cerca de 90% da população. O governo quer ampliar a arrecadação para a saúde com a contribuição obrigatória também para o mercado informal. “Do total de nossa economia, 51% é informal”, conta Beatriz. “Os hospitais públicos funcionam como uma clínica privada, vivemos do que vendemos em produtos e serviços ao governo”, afirma Alejandro Camargo Orozco, gestor do Hospital Marco Fidel Suárez “A ideia é que sejamos lucrativos e autosustentáveis.” Os desvios aconteceram principalmente na cobrança pelos parceiros de serviços que não se encontram na lista do plano obrigatório de saúde (chamado de POS), mas que são prestados à população. “Há três anos não recebemos os recursos dos produtos comprados que não estão na lista do POS”, conta Orozco. “E onde está este dinheiro? Temos uma população de 44 milhões de pessoas. E um orçamento de US$ 25 bilhões para a saúde. São cerca de US$ 500 mil ao ano per capta para atendimento.” ■ TRÊS PERGUNTAS A... Divulgação ...JOSÉ CARLOS ABRAHÃO Presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS) e da Federação Internacional de Hospitais (IHF) Recursos privados puxam investimentos na saúde do país “Há dez anos não se falava em saúde no país.” A constatação do presidente da CNS, José Carlos Abrahão, é de que o desenvolvimento do mercado privado de saúde, com a abertura de capital das operadoras de planos de saúde, colocou o segmento nos holofotes da imprensa, mas desta vez, além dos temas assistenciais. As falhas no Sistema Único de Saúde (SUS) não perderam o destaque. Mas agora, a área de saúde ganha destaque como um importante braço econômico do país. O Brasil investe o suficiente em saúde? Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 11 José Cruz/ABr Brasil sem Miséria continuará o Bolsa Família O Plano Brasil sem Miséria, que tem o objetivo de tirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema até 2014, vai localizar os totalmente excluídos, como moradores de rua, e buscar dar o mínimo de dignidade, qualificação e meios para que possam sobreviver do seu próprio trabalho, segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. A previsão é que o lançamento ocorra em junho. “Ele [o novo programa] só existe porque o Bolsa Família cumpriu a primeira etapa”, disse. Rodrigo Arangua/AFP Sistema de saúde público da Colômbia atende 90% da população Governos em busca da fama de bom pagador Mais quatro estados do país negociam nova plataforma de gestão de compras “O problema do financiamento não é exclusivo da Colômbia”, afirma o secretário Pedro Henry. Os custos da assistência farmacêutica eram um dos grandes entraves do governo do Mato Grosso. Antes da utilização da plataforma on-line, 99% das compras do estado dependiam de cinco ou seis fornecedores. “Quando assumi, disse que era um cartel por conta da política perversa de preços, e fui muito criticado”, diz Henry. Hoje, o estado conta com fornecedores de todo o país. “Em junho, quando faremos a segunda compra, teremos todos os 1,2 mil itens adquiridos pela secretaria registrados no sistema.” Pedro Henry apresentou a experiência do estado no modelo de compras para o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). E, segundo ele, Tocantins, Maranhão, Acre e Piauí se interessaram em participar do sistema de gestão Publinexo, cujo modelo é baseado no sistema Bionexo, já utilizado por 550 instituições de saúde privada de todo o país. Maurício De Lázzari Barbosa, CEO da Bionexo confirma as negociações. “Muitos estados ainda têm de mudar a legislação para participar da comunidade de compras.” De acordo com Henry, o custo não é alto: R$ 6 mil por mês, mais o valor da aquisição do sistema. A única exigência é que o gestor seja responsabilizado em caso de não-pagamento. “A fama de mal pagaO Brasil tem 8% do PIB aplicado na saúde. Há seis anos, não aplicávamos 6%, considerando setor público e privado. Neste ano devemos chegar em 8,5%. A questão é que esses dois pontos percentuais se devem ao aumento de gastos privados na saúde. Os investimentos do governo não acompanham a demanda. E este é o problema. Sabemos que a saúde não tem preço, mas como diz autor francês, tem custo. Mesmo assim, há motivos para comemorar? O Brasil tem um modelo que é desejado pela sociedade em todo mundo. O SUS é uma conquista da sociedade brasileira e é irreversível. Precisamos melhorálo, mas sabemos que nenhum cidadão deixará de ser atendido. É o sistema mais avançado dos Brics (principais emergentes), por exemplo. Somos referência no tratamento de Aids, em imunizações, somos o segundo em número de transplantes do mundo. Na Europa, os países investem entre 9% e 11% do PIB em saúde. Nos EUA, cerca de 18% do PIB é aplicado na área. Eles têm o PIB brasileiro aplicado na saúde, e mesmo assim, 45 milhões de pessoas não têm nenhum tipo de assistência. Até 2020, terão mais de 20% do PIB comprometidos com a saúde. E sem resolver o problema. Qual a saída para aumentar os investimentos e resolver os nossos problemas na saúde? Hoje trabalhamos com um sistema misto, onde o conceito de saúde pública e privada está bem definido. Mas os recursos são tímidos, tanto para o público, quando para o privado. Uma das soluções é convergir para o modelo de PPP [parceria público-privada], como vem acontecendo em todo mundo. O secretário do Mato Grosso já tem planos para os recursos de aproximadamente R$ 40 milhões que vão sobrar na conta da saúde no fim do ano: promover a regionalização dos serviços, para desafogar o atendimento de Cuiabá dor dos governos brasileiros acaba inflacionando os custos do estado”, diz O secretário do Mato Grosso já tem planos para os recursos de aproximadamente R$ 40 milhões que vão sobrar na conta da saúde no final do ano. “Quero promover a regionalização do serviço, para desafogar o atendimento de Cuiabá.” O governo também vai realizar a primeira parceria público-privada (PPP) para a construção de um hospital em Porto Alegre do Norte. “É uma região de baixo interesse de investidores privados, pois tem baixa densidade e uma população de baixo poder aquisitivo”, conta Henry. A ideia é fazer a PPP para a construção e gestão operacional, além de parcerias com Organizações Sociais de Saúde — entidades filantrópicas capacitadas para atender o SUS — para a gestão clínica do hospital. ■ MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N° 103/2011 OBJETO: AQUISIÇÃO DE UNIFORME (SAPATO FEMININO) EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das proposições de preços até às 10:30 horas do dia 25/05/2011, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:30 horas do dia 25/05/2011, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0812 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br 12 Brasil Econômico Sexta-feira, Sexta-feira e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 BRASIL Divulgação CORRUPÇÃO REFORMA POLÍTICA PF combate fraude do seguro-desemprego em município do Tocantins Fontana deve apresentar em junho relatório final sobre a proposta A Polícia Federal desmembrou ontem uma quadrilha que fraudava o seguro-desemprego em Araguaína (TO), município a 400 km de Palmas. Os suspeitos aliciavam pessoas para efetuar falsos registros na Carteira de Trabalho em empresas de fachada e, após a falsa dispensa, faziam os trabalhadores darem entrada no pedido de seguro. A estimativa é que o esquema tenha desviado R$ 1,8 milhão por meio de 400 falsos beneficiários. O relator da reforma política na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), deve apresentar seu relatório final sobre a proposta na segunda quinzena de junho. No documento, deverão constar o financiamento público de campanha e o sistema proporcional misto de votação. “Precisamos emparelhar as condições dos candidatos. Atualmente, quem tem mais dinheiro, tem mais chance de se eleger”, disse. Comércio dá sinais de desaquecimento nas vendas Efeito calendário e medidas do Banco Central para conter o crescimento desenfreado do consumo influenciam resultados Rafael Abrantes [email protected] O comércio varejista já parece estar sofrendo com os efeitos das medidas macroprudenciais impostas pelo governo desde os últimos meses do ano passado. Elevações do compulsório, IOF e taxa Selic, além de restrições sobre os gastos públicos e oferta de crédito, levam analistas a prever uma inevitável desaceleração das vendas do varejo no resto deste ano. As estimativas consideram os resultados do setor em março, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, as vendas do setor cresceram 4,1% no terceiro mês deste ano sobre o mesmo de 2010. Em fevereiro último, nesta mesma comparação, a expansão havia sido de 8,6%. Uma das justificativas pela queda no desempenho estaria no calendário: neste ano, o feriado de Carnaval ocorreu em março, enquanto em 2010 a perda de dias de venda foi em fevereiro. Considerando o comércio varejista ampliado - que inclui as categorias “veículos e motos, partes e peças” e “material de construção” -, na mesma base de comparação, há queda de 2,5% nas vendas. “Os efeitos são óbvios. Estamos começando a senti-los, e a tendência é que nos próximos meses teremos índices de desaceleração”, afirma Fábio Pina, economista da Fecomercio, de São Paulo. Nas taxas acumuladas, o primeiro trimestre atingiu elevação de 6,9%, e nos últimos 12 meses, de 9,6%. “As condições da economia já estão diferentes do ano passado. Medidas macroprudenciais e juros mais altos já influenciam os resultados, e observamos uma inflexão da curva para a maioria das atividades”, aponta o economista do IBGE, Reinaldo Pereira. Segundo Pina, entretanto, o varejo poderá apresentar varia- O feriado de Carnaval, em março deste ano, é uma das justificativas para a desaceleração do varejo em relação a março do ano passado ções negativas a partir do segundo semestre. Para Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), será evidente uma desaceleração do setor ao longo do ano, mas ele não acredita em taxas anuais negativas, apenas em índices de crescimento “menores”. “As perspectivas para o varejo mantêm-se favoráveis, mas vislumbramos a tendência de moderação dos indicadores”, disse, em relatório, Octávio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. Em relação às categorias de produtos, entre março deste ano e de 2010, todas mostraram crescimento. As principais taxas foram de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,2%); móveis e eletrodomésticos (11,1%) e tecidos, vestuário e calçados (5,6%). Combustíveis e lubrificantes registraram alta de 2,7%, e queda de 0,1% na comparação com fevereiro deste ano. As previsões também são semelhantes para as categorias que deverão ser mais prejudicadas pelos efeitos macroprudenciais. Bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos, prometem vendas escassas durante os próximos meses devido a dificuldades no crédito ao consumidor. Pereira observou, em coletiva no Rio de Janeiro, que a inflação mais alta vem prejudicando o desempenho de vendas do setor de super e hiper mercados, cujo crescimento é abaixo da média do varejo. “Foi a terceira vez no ano que os supermercados, que são os mais importantes da pesquisa, não protagonizam o resultado global”. Solimeo afirma que os recentes níveis de inflação têm suas causas, em parte, pela pressão do setor de serviços. Ele ainda prevê que o varejo deverá fechar o ano com elevação de 7%, em relação ao ano passado. Já Pina vê uma taxa entre 3% e 4% para o fim do ano. ■ Com Agências MÊS VEÍCULOS 1,2% é o índice de crescimento 6,4% foi a expansão registrada nas vendas do setor varejista brasileiro registrado de fevereiro para março, segundo dados do IBGE. nos primeiros três meses de 2011 nas vendas do segmento de veículos, motos, partes e peças. Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 13 Rafael Neddermeyer COMBUSTÍVEIS CONSTRUÇÃO Distribuidoras dizem que queda de preços foi natural, e não por pressões do governo Pesquisa do Dieese mostra que rotatividade reduz salário do setor em 7,5% Apesar das reclamações e ameaças do governo, os preços dos combustíveis cairiam naturalmente, em razão do início da safra de canade-açúcar, assegurou o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alízio Vaz. Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), os preços do etanol já chegaram a recuar 40% nas usinas e cerca de 4% nas bombas. A rotatividade da mão de obra na construção civil reduziu em 7,5% o salário dos empregados do setor em 2010. No ano passado, o salário médio do trabalhador demitido pelas construtoras era de R$ 968,33. Já o dos admitidos ficou em R$ 894,78, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No setor, a duração do tempo de trabalho se dá por contrato temporário ou empreitada. Henrique Manreza Emprego industrial cresce em março, mas diminui ritmo Expansão foi de 2,2% sobre o mesmo mês de 2010. Apesar do crescimento, trata-se do menor resultado neste tipo de comparação desde fevereiro do ano passado, quando a alta foi de 0,8% Vendas no segmento de tecidos, vestuário e calçados cresceram 1,1% de fevereiro para março REGIÕES 20 das 27 unidades da federação que fazem parte da pesquisa apresentaram resultados positivos nas vendas em março sobre o mesmo mês de 2010. O nível de emprego na indústria brasileira cresceu 2,2% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o que representa a 14ª taxa positiva seguida, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem. Apesar do crescimento, o resultado é o menor nesta base de comparação desde fevereiro, quando foi registrada alta de apenas 0,8%. Considerando o primeiro trimestre deste ano, houve expansão de 2,6% no total de vagas em relação a igual intervalo de 2010. Sobre o mês imediatamente anterior, o mercado de trabalho industrial apresentou estabilidade, depois de mostrar crescimento de 0,5% de janeiro para fevereiro. Segundo o instituto, embora as comparações com iguais períodos do ano anterior apontem resultados positivos, há “clara redução na intensidade do crescimento, refletindo em grande parte a elevação da base de comparação”. Ou seja, como o ritmo de crescimento no ano passado foi muito forte, é difícil repetir tal desempenho agora. Em março, na comparação com igual mês do ano anterior, as contratações superaram as demissões em 12 dos 14 locais pesquisados e em 13 dos 18 setores investigados. Entre os locais, as principais contribuições positivas vieram da Região Nordeste (3,8%), Região Norte e Centro-Oeste (4,1%), do Rio Grande do Sul (3,7%), Paraná (4,2%) e de Minas Gerais (2,7%). Os setores que tiveram mais destaque foram os meios de transporte (8,2%), produtos de metal (7,6%), alimentos e bebidas (2,4%), máquinas e equipamentos (5,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,6%), metalurgia básica (7,7%) e outros produtos da indústria de transformação (5,3%). Já as pressões negativas mais importantes sobre o total da indústria ficaram com papel e gráfica (-8,5%), vestuário (-3,8%) e madeira (-7,6%). O documento do IBGE também revela que o rendimento Em março, comparando com o mesmo mês de 2010, as contratações no setor superaram as demissões em 12 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE dos trabalhadores da indústria aumentou 0,5% na passagem de fevereiro para março. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a expansão foi de 5,9%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 7,6%. São Paulo Dados divulgados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostram que o nível de emprego industrial no Estado de São Paulo cresceu 1,81% em abril, em relação a março, com a criação de 46,5 mil novos postos de trabalho. Com ajuste sazonal, o índice ficou estável, com leve aumento de 0,03% na comparação com o mês anterior. No acumulado do ano já são 97.000 novos empregos em relação a 2010, o que representa um crescimento de 3,85% de janeiro a abril. ■ Com Agências POSITIVO INFORMÁTICA S.A. Companhia Aberta CNPJ/MF nº 81.243.735/0001-48 - NIRE 41.300.071.977 Atas das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária Realizadas em 29 de Abril de 2011 Data, Hora e Local: Em 29 de abril de 2011, às 09h00, na sede administrativa da Companhia, localizada na Rua Senador Accioly Filho, 1021, Cidade Industrial de Curitiba, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná. Publicações Prévias: Anúncios de convocação publicados nos termos do §1º do artigo 124 da Lei nº 6.404 de 15/12/1976 (“LSA”), nos jornais “Valor Econômico” e “Indústria e Comércio” e no Diário Oficial do Estado do Paraná nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2011. O Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações Financeiras e Parecer dos Auditores Independentes, todos com relação ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010, foram publicados nos jornais “Valor Econômico” e “Indústria e Comércio” em 04 de março de 2011 e no Diário Oficial do Estado do Paraná em 10 de março de 2011. Foram igualmente divulgados ao mercado, por meio dos websites da Comissão de Valores Mobiliários, da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros e do website de relações com os investidores da Companhia, os documentos acima, bem como aqueles exigidos nos termos da Instrução Normativa CVM nº 481/2009. Presenças: (i) presentes acionistas representando o quórum legal do capital social, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas; (ii) representantes da Administração da Companhia, Srs. Hélio Bruck Rotenberg e Ricardo Fernandes Pereira; e (iii) representantes da Deloitte Touche Tohmatsu, auditores independentes da Companhia, Srs. Cosme dos Santos e Fernando de Souza Leite. Mesa: Sr. Hélio Bruck Rotenberg -Presidente; e Sra. Daniella Maria Neves Reali Fragoso Secretária. Leitura de Documentos: Aprovada, por unanimidade dos presentes, a dispensa da leitura dos documentos relacionados à ordem do dia destas Assembleias Gerais, uma vez que referidos documentos são do inteiro conhecimento dos acionistas da Companhia. Ata em Forma de Sumário: Aprovada, por unanimidade dos presentes, a lavratura desta ata em forma de sumário e publicação com omissão das assinaturas, conforme autorizam os §§ 1º e 2º do artigo 130 da LSA. Ordem do Dia: Em Assembleia Geral Ordinária: Deliberar sobre a (i) aprovação das contas dos administradores e das demonstrações financeiras, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010; (ii) proposta de destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010; (iii) proposta de remuneração global dos administradores da Companhia para o exercício social de 2011; e (iv) proposta de reeleição dos membros do Conselho de Administração. Em Assembleia Geral Extraordinária: Deliberar sobre a (i) proposta de alteração do caput do artigo 15 do Estatuto Social da Companhia, de forma a suprimir o cargo de Diretor de Marketing e criar o cargo de Diretor Vice-Presidente de Marketing; e (ii) consolidação do Estatuto Social da Companhia, de maneira a refletir a alteração sugerida no item “i” acima, caso aprovada pelos acionistas. Deliberações: As seguintes deliberações foram tomadas pelos presentes, com abstenção dos legalmente impedidos e daqueles expressamente indicados, quando aplicável: Em Assembleia Geral Ordinária: (i) Aprovar, por unanimidade dos votos dos presente, com abstenção do acionista Ishares III Public Limited Company, as contas dos administradores e as demonstrações financeiras, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010; (ii) Aprovar, por maioria dos votos dos presentes, a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010 no valor de R$ 89.196.137,00 (oitenta e nove milhões, cento e noventa e seis mil e cento e trinta e sete reais), conforme segue: (a) R$ 66.897.103,00 (sessenta e seis milhões, oitocentos e noventa e sete mil e cento e três reais) para constituição de reserva de lucros de incentivos fiscais, nos termos do artigo 195-A da Lei nº 6.404/76; e (b) R$ 22.299.034,00 (vinte e dois milhões, duzentos e noventa e nove mil e trinta e quatro reais) para distribuição aos acionistas a título de dividendo obrigatório, o que equivale a um valor de R$ 0,25897643 por ação, a serem pagos aos acionistas em uma única parcela, em 15 de dezembro de 2011, sem correção monetária. Este valor representa 25,00% do lucro líquido do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010. Terão direito aos dividendos, os acionistas assim identificados em 29 de abril de 2011 e, a partir de 02 de maio de 2011, as ações serão negociadas ex-dividendos na BM&FBOVESPA - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (“BM&FBOVESPA”). Ficam os Diretores da Companhia autorizados a praticar todos os atos necessários à distribuição dos dividendos ora declarados. Foi informando que não foram destinados valores para a reserva legal, uma vez ter a reserva de capital excedido o limite de 30% do capital social, conforme hipótese do artigo 193, §1º da Lei nº 6.404/76; (iii) Fixar, por maioria dos votos dos presentes, o valor da remuneração global anual dos administradores da Companhia em até R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais), para o exercício social de 2011; (iv) Reeleger, para o Conselho de Administração da Companhia, por maioria dos votos dos presentes, para mandato de 01 (um) ano, como Presidente o Sr.: Oriovisto Guimarães, brasileiro, divorciado, empresário, portador da Carteira de Identidade RH nº 495.887-0 - SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o nº 316.626.259-87, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, com escritório na Avenida Cândido Hartmann, nº 1400, Bairro Bigorrilho, CEP 80710-570; e como membros do Conselho de Administração os Srs.: Hélio Bruck Rotenberg, brasileiro, casado, empresário, portador da Carteira de Identidade RG nº 1.217.176-5 - SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o nº 428.804.249-68, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, com escritório na Rua Senador Accioly Filho, nº 1021, Bairro Cidade Industrial de Curitiba, CEP 81310-000; Ruben Tadeu Coninck Formiguieri, brasileiro, casado, empresário, portador da Carteira de Identidade RG nº 841.599 - SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o nº 321.218.309-87, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, com escritório na Avenida Nossa Senhora Aparecida, nº 174, Bairro Seminário, CEP 80440-120; Fernando Soares Mitri, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Carteira de Identidade RG nº 380.504 - SSP/PR e inscrito no CPF/MF sob o nº 001.681.739-72, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, na Rua Luiza Mazetto Baggio, nº 120, apto. 2001, Bairro Mossunguê, CEP 81200-600; Álvaro Augusto do Amaral, brasileiro, casado, empresário, portador da Carteira de Identidade RG nº 618.233 - SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o nº 075.825.799-68, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, com escritório na Avenida Cândido Hartmann, nº 1400, Bairro Bigorrilho, CEP 80710-570; e Samuel Ferrari Lago, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Carteira de Identidade RG nº 3.668.497-6 - SSP/PR e inscrito no CPF/MF sob o nº 599.964.209-49, residente e domiciliado na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, com escritório na Avenida Nossa Senhora Aparecida, nº 174, Bairro Seminário, CEP 80440-120. O Sr. Fernando Soares Mitri é Conselheiro Independente, estando devidamente atendido o percentual mínimo de 20% dos conselheiros exigido no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA. Os conselheiros tomarão posse assinando os respectivos termos de posse no Livro de Atas de Reunião do Conselho de Administração. Os acionistas declararam ter obtido a informação dos Conselheiros ora eleitos, de que estão em condições de firmar a declaração de que trata a Instrução CVM nº 367, de 29 de maio de 2002. A posse dos membros do Conselho de Administração está condicionada à prévia subscrição do Termo de Anuência, aludido no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA. Em Assembleia Geral Extraordinária: Aprovar, por unanimidade dos votos dos presentes, a alteração do caput do artigo 15 do Estatuto Social da Companhia, de forma a suprimir o cargo de Diretor de Marketing e criar o cargo de Diretor Vice-Presidente de Marketing, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 15 - A Diretoria da Companhia será composta por até 12 (doze) membros, residentes no País, acionistas ou não, eleitos e destituíveis pelo Conselho de Administração, sendo 01 (um) Diretor Presidente, 01 (um) Diretor Vice-Presidente de Operações, 01 (um) Diretor Vice-Presidente de Finanças, 01 (um) Diretor Vice-Presidente de Tecnologia Educacional, 01 (um) Diretor Vice-Presidente de Novos Produtos e de Procurement, 01 (um) Diretor Vice-Presidente de Marketing, 01 (um) Diretor de Supply Chain, 01 (um) Diretor Comercial de Tecnologias Educacionais, 01 (um) Diretor de Operações de Tecnologias Educacionais, 01 (um) Diretor de Produções Terceirizadas, 01 (um) Diretor de Conectividade e 01 (um) Diretor de Relações com Investidores”. Aprovar a consolidação do Estatuto Social da Companhia, tendo em vista a aprovação da alteração acima, o qual passa a vigorar conforme Anexo I à presente ata. Documentos Arquivados: Todos os documentos aqui mencionados, devidamente rubricados pelos integrantes da Mesa e posteriormente anexados à ata, ficarão arquivados na sede da Companhia. Aviso aos Acionistas: De acordo com o aprovado na reunião do Conselho de Administração da Companhia em 01/03/2011, foram alterados os jornais utilizados para publicação dos atos legais da Companhia, substituindo os veículos “Valor Econômico” (nacional) e “Indústria e Comércio” (regional) por “Brasil Econômico” (nacional) e “Metrópole” (regional). Estas mudanças passarão a vigorar para os atos legais da Companhia publicados a partir de 01 de maio de 2011. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a assembleia e lavrada a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes. Assinaturas: Mesa: Hélio Bruck Rotenberg, Presidente, Daniella Maria Neves Reali Fragoso, Secretária. Acionistas: Hélio Bruck Rotenberg, Ruben Tadeu Coninck Formighieri (P.p Selma Cristina Saito Azevedo), Cíxares Libero Vargas (P.p Selma Cristina Saito Azevedo), Lucas Raduy Guimarães (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Sofia Guimarães Von Ridder (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Giem Raduy Guimarães (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Samuel Ferrari Lago (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Paulo Fernando Ferrari Lago (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Thaís Susana Ferrari Lago (P.p. Wladimir Bezerra Cordeiro), Bell Atlantic Master Trust (P.p. Daniel Alves Ferreira), Norges Bank (P.p. Daniel Alves Ferreira), Vanguard Total International Stock Index Fund (P.p. Daniel Alves Ferreira), Fidelity Investments Money Management (P.p. Daniel Alves Ferreira), College Retirement Equities Fund (P.p. Daniel Alves Ferreira), Ishares III Public Limited Company (P.p. Daniel Alves Ferreira), Pyramis Group Trust for Employee Benefit Plans (P.p. Daniel Alves Ferreira), SSGA MSCI Emerging Markets Small Cap Index (P.p. Daniel Alves Ferreira), The Pension Reserves Investment Management Board (P.p. Daniel Alves Ferreira), Cox Enterprises Inc. Master Trust (P.p. Daniel Alves Ferreira), Teacher Retirement System of Texas (P.p. Daniel Alves Ferreira), Neuroci Antonio Frizzo, Alvaro Augusto do Amaral. Confere com a original lavrada em livro próprio. Daniella Maria Neves Reali Fragoso Secretária. JUCEPAR nº 20110991060 em 06/05/2011. Sebastião Motta - Secretário Geral. 14 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 INOVAÇÃO & TECNOLOGIA SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORISMO Chapisco está perto do fim na Mactra lança fixador para cimento que promete reduzir o consumo de materiais usados na fase de reboco, Fotos: divulgação Aplicação de fixador evita uso de reboco sobre paredes e agiliza obras Nivaldo Souza [email protected] A Mactra, fabricante de componentes para construção civil, lança um produto que promete pôr fim a um dos processos mais comuns em obras, o chapisco. À primeira vista apenas um préacabamento do revestimento de paredes, a cobertura grosseira de massa é uma etapa que consome insumos, tempo e dinheiro. A ideia da empresa foi criar um produto para dispensar essa etapa. O fixador, que foi denominado Fixmassa, elimina o chapisco, turbinando a densidade da massa do reboco, e uma redução de até 76,2% no custo final da obra. Estudo elaborado pela fábrica de Itatiba, interior paulista, indica que cada mil metros quadrados de paredes rebocadas com chapisco custa R$ 5,5 mil. Sem o pré-acabamento, o “ A quantidade de cimento e a mão de obra para fazer o chapisco têm um custo alto. Quando essa fase é eliminada, a redução de gasto é muito significativa Vicente Parisotto Júnior, gerente técnico da Mactra mesmo espaço com o fixador sai por R$ 1.310, conforme cruzamento de dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Parte do corte no gasto resulta da agilidade que o emprego menor de trabalho imprime à cobertura de paredes. “A quantidade de cimento e a mão de obra para fazer o chapisco têm um custo alto”, observa o gerente técnico da Mactra, Vicente Parisotto Júnior. “Quando essa fase é eliminada, a redução do custo final é muito significativa”, afirma. O chapisco funciona como um aderente do acabamento sobre a alvenaria. É uma espécie de anteparo responsável por fazer com que a massa grossa de cobertura das paredes não caia. A Fixmassa faz essa função, injetando na massa polímeros acrílicos e aditivos plastificantes que agem como se fossem uma cola. Isso auxilia a massa a grudar na parede, processo que ocorre devido à redução da água usada para fazer a massa. Menos infiltração O gerente técnico da Mactra, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos da empresa, assegura que o fixador reduz entre 30% e 50% da água usada no preparo da massa. Segundo Parisotto, isso acontece porque a Fixmassa dispensa a adição de água em grande quantidade devido às características de resistência repassada à mistura de areia, cimento e cal. “Fizemos a combinação de componentes, como resinas para ter aderência, com aditivos que retêm líquido, os polímeros. Isso faz com que a massa fique com menos água, sem correr o risco de desplacamento”, explica o executivo. Fixmassa pode fazer o custo do reboco por metro quadrado cair de R$ 55,00 para R$ 13,00, uma redução de 76,2% na etapa de acabamento de obras Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 15 QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA GESTÃO SUSTENTABILIDADE Divulgação construção civil PAULO SKAF Presidente do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp/Fiesp) diminui uso de água e corta em 76% o custo final da obra PARA GRUDAR NA PAREDE Desenvolvido a partir de um aditivo criado pela Mactra para eliminar o emprego da cal na liga da massa de alvenaria, o Fixmassa funciona como um fixador. O produto é uma espécie de cola para substituir o chapisco, aderente usado como pré-acabamento do reboco de paredes. O fixador nasceu da mistura de polímeros de acrílicos e aditivos plastificantes. Com isso, substitui o chapisco, cujo papel é servir de anteparo para que o reboco não despregue das paredes. Um ganho indireto do produto é a redução de trincas que surgem na parede durante a evaporação da água usada na massa de areia, cimento e cal. Isto ocorre porque os polímeros ajudam a reduzir o uso de água, que entra na composição da massa para auxiliar a misturar os insumo da massa. Ideia simples e barata, vendia em sachês de 500ml por cerca de R$ 12 nas lojas de construção. N.S. Outro ganho indireto é a redução de fissuras na parede rebocada. Como ocorre uma redução de água na massa, a evaporação do processo de secagem é menor. Com isso, pequenas rachaduras após a secagem final do acabamento normal com o chapisco não surgem com o fi- xador. O resultado é obtido por causa de uma reação química na secagem do reboco creditada à presença dos polímeros no produto da Mactra. E com menos espaço, a passagem de líquidos para os tijolos fica menor. A empresa afirma, entretanto, que isso não significa que o fixador atue como impermeabilizante. A empresa colocou o produto no mercado em pequenas embalagens de 500 mililitros. Cada sachê serve para 25 quilos. “Já temos algumas toneladas produzidas e a aceitação do mercado ficou acima do que esperávamos”, afirma Parisotto. ■ MASSA LEVE ✽ Substituto da cal mistura com custo menor A Mactra diz que a sua Fixmassa elimina o uso da cal como aditivo da massa usada no reboco de paredes. Segundo a empresa, a troca ocorre por conta das características químicas do fixador. O produto age como um tipo de “cera lubrificante” como a cal. A cada 500 mililitros adicionados a 25 quilos de cimento, o produto dispensa 20 quilos de cal. O abandono do insumo é um dos principais agentes da redução de preço que a Fixmassa promete levar à construção, junto com o emprego menor de mão de obra. O custo de produção do metro quadrado de reboco com o chapisco é de R$ 55. Somente a mistura da massa com o fixador e sem o uso da cal tem um valor estimado de R$ 13,10 por metro. N.S. Precisamos de um Brasil mais inovador Vivemos a era da informação, do conhecimento e, principalmente, da inovação. As marcas mais admiradas da atualidade utilizam e vendem inovação. É por meio de processos inovadores que essas bem sucedidas empresas conseguem aumentar a eficiência, a produtividade e, consequentemente, a competitividade. Inovação gera valor para o setor produtivo. No mundo todo, muitas empresas e governos já despertaram para a questão e investem boa parte de seus recursos, financeiros e humanos, em pesquisa e desenvolvimento (P&D). No Brasil, contudo, ainda não temos um ambiente favorável que estimule a inovação por parte dos agentes do desenvolvimento, que são as empresas, os trabalhadores e o poder público. Nos falta uma postura mais ousada e inovadora. É preciso criar urgentemente essa cultura no país. Os números comprovam o nosso atraso na área. De acordo com o Índice Fiesp de Competitividade das Nações, o gasto em P&D no Brasil subiu de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB), em 1997, para aproximadamente 1,1%, em 2008. Nos países mais competitivos, o gasto em P&D cresceu de 2,6% do PIB, para 2,8 % no mesmo período. Temos, portanto, um modelo ultrapassado de gestão da inovação. Nossas empresas, de modo geral, têm dado pouca importância à questão Nossas empresas quando ela deveria estêm dado pouca tar no centro das atenimportância à ções. Sem uma conjuntura que fomente a inoinovação, quando vação nos setores proela deveria estar dutivos, corremos o no centro das risco de perder ainda atenções. Sem uma mais competitividade, tanto no mercado doconjuntura que méstico, com a invasão fomente inovar nos dos importados, como no internacional, onde setores produtivos, parte dos atores corremos o risco de boa econômicos está mobiperder ainda mais lizada em busca de mais competitividade no eficiência por meio da mercado doméstico inovação. Neste cenário, dee internacional vemos esperar que o Estado assuma o compromisso de articular e perseguir um plano de longo prazo, com metas, projetos e programas bem estruturados, semelhantes aos de nossos principais concorrentes. Esse esforço passa necessariamente pelo estabelecimento de um ambiente jurídico mais estável e por evitar que o trinômio câmbio-juros-carga tributária, além da burocracia, sejam restrições permanentes aos investimentos privados em inovação. Em 2008, por exemplo, o gasto em P&D da indústria brasileira foi de R$ 12,4 bilhões. No mesmo ano, o gasto apenas com spread bancário foi em torno de R$ 60 bilhões, valor quase cinco vezes superior ao aporte em pesquisa e desenvolvimento. Para reverter esse cenário, é preciso enfrentar o desafio institucional. Precisamos aprimorar e ampliar o financiamento reembolsável e não reembolsável à inovação. Temos de reestruturar os incentivos fiscais à inovação tecnológica, permitindo a utilização por empresas de lucro presumido. É necessário aumentar investimentos em Tecnologia Industrial Básica (TIB). Tudo isso reforçando o suporte à propriedade intelectual e, não menos importante, reconhecendo efetivamente a educação como parte primordial do Sistema Nacional de Inovação. ■ 16 Brasil Econômico Sexta-feira, Sexta-feira e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 ENCONTRO DE CONTAS LURDETE ERTEL Antipatia incômoda O pleito de países como o Brasil pelo afrouxamento do processo de concessão de vistos pelos Estados Unidos ganhou reforço entre os próprios americanos. A US Travel Association divulgou estudo ontem no qual defende a reforma dos processos antiquados de concessão de visto. A medida teria poder de criar 1,3 milhão de empregos e adicionar US$ 859 bilhões na economia americana até 2020, aponta o dossiê. A entidade de turismo propõem aumentar o staff dos consulados, reduzir o tempo de espera para as entrevistas e ampliar o programa de Visa Waiver — que elimina a obrigatoriedade de vistos para uma lista de países. — Como uma nação, estamos colocando uma placa de ‘mantenha-se afastado’ — definiu o presidente da US Travel. A indústria gaúcha de eletrônicos Teikon deu partida à produção de notebooks e computadores all-in-one para a MSI. Com fábricas em Porto Alegre (RS), São José dos Pinhais (PR) e Manaus (AM), a empresa recentemente também se instalou em Jaguariúna, São Paulo. Coelho precavido Os brasileiros ainda têm na boca o gosto dos ovos de chocolate da última Páscoa, mas a Garoto já começou a preparar a Páscoa de 2012. A empresa acaba de dar início ao processo seletivo da equipe de temporários que vai trabalhar na produção dos ovos de chocolate para o próximo ano, na fábrica localizada em Vila Velha (ES). A expectativa é que os contratados comecem o trabalho em julho. O número inicial de vagas abertas é de 300, que poderá aumentar ao longo do ano. Depois de muitos anos de controvérsia, ficou pronto em Sevilha, na Espanha, o projeto do complexo cultural, arquitetônico e de lazer Las Setas – cogumelos, em espanhol. Obra com custo de € 100 milhões, o empreendimento já se tornou novo ponto turístico da capital da Andaluzia: “Vou ter quantos filhos Deus quiser me mandar. O erro do homem é querer parar a natureza (...) Mas tem de usar meios para prevenir. Se eu não os usasse, teria pelo menos 300 filhos” Dado Dolabella, ator, confirmando a notícia de que será pai pela terceira vez. A produtora musical Juliana Wolter está grávida de quatro meses. o endereço reune museu, mercado de alimentos frescos, palco para shows e eventos sociais e, a partir de julho, um restaurante panorâmico, que está sendo instalado em um dos cogumelos. A marca registrada do complexo são seis grandes estruturas em formato de guardassol, a 20 metros de altura. ▲ Teclando para fora Cogumelos de concreto A vida após a falência Personagem de um dos maiores escândalos financeiros do Brasil, o banqueiro Edemar Cid Ferreira (foto) abriu o coração para a Alfa. Na revista deste mês, o dono do falido banco Santos revela que, depois de ter sido despejado de sua mansão no Morumbi, está morando na casa de um amigo. O novo lar fica a apenas 100 metros da sua antiga residência de 4 mil metros quadrados idealizada por Ruy Ohtake e adornada por 687 obras de arte. Sobre o despejo, o confisco de suas obras e o bloqueio de bens, o banqueiro ironiza: “Foi um Collor que passou na minha vida”. Ele conta que está sobrevivendo graças à bondade dos amigos: “Vivo de dinheiro que me emprestam, assim pago os advogados e assessores”, diz. Perguntado sobre o que deu errado, apontou a ‘edemasia’: “Eu era muito ansioso. Na minha pressa de realizar, devo ter passado por cima de muita gente.” Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 17 Fotos: divulgação Recorde em arte A exposição Warhol TV acaba de bater novo recorde de público no Oi Futuro no Rio de Janeiro, com 26.769 visitantes. A atração superou a exposição do fotógrafo americano David Lachapelle. Atualmente em cartaz em Belo Horizonte, a mostra se prepara para desembarcar em São Paulo. Antes de chegar ao Brasil, a Warhol TV foi apreciada em Lisboa e Paris. MARCADO ● O Instituto Italiano para o Comércio Exterior e o Ministério das Relações Exteriores da Itália iniciam, dia 16, em São Paulo, o seminário Grandes Eventos Esportivos no Brasil. O evento contará com a presença do presidente da Fiesp, Paulo Skaf e do embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca. [email protected] Robyn Beck/AFP Ronco na cozinha Ruídos na tradução A glamourosa grife automotiva italiana Bugatti está estacionando no segmento de decoração no Brasil. O grupo acaba de fechar parceria com a marca de móveis planejados S.C.A, que vai trazer ao mercado brasileiro os eletroportáteis da coleção Casa Bugatti. A linha tem máquinas de café, balanças, espremedores de frutas, chaleiras elétricas, liquidificador e torradeiras criados pelo departamento de design da marca. É uma parceria exclusiva no segmento moveleiro brasileiro. Os queridinhos do cinema Angelina Jolie e Brad Pitt estão sendo processados por uma ex-funcionária que trabalhava como secretária em uma de suas propriedades, na Riviera Francesa. A moça alega ter sido dispensada, sem justa causa, enquanto estava de licença médica. O advogado da ex-secretária, Emmanuel Ludot, pede uma indenização € 80 mil. “Para estrelas do porte deles, esse valor é uma gota no oceano”, justifica Ludot. Jolie e Pitty afirmam ter despedido a moça, que servia também como tradutora e intérprete, porque sua ausência prejudicava a gestão do castelo, na França. Dividindo o cabide Com 32 lojas próprias, a grife de moda masculina Vila Romana vai abrir seu guarda-roupas em lojas multimarcas. A medida é tática para expandir a marca e levá-la a mercados nos quais a rede não tem loja própria. Até o final do ano, a meta é chegar a 200 pontos de venda. Às compras Centauro e Livraria Saraiva são duas bandeiras que vão encorpar o mix de lojas do novo Boulevard Londrina Shopping, que está sendo construído em Londrina (PR). O centro comercial vai ter 236 lojas, entre as quais um hipermercado Walmart, uma megaloja da Etna e um complexo de cinemas Cinemark. É empreendimento do grupo português Sonae e da Marco Zero. O que Di Caprio está perdendo Enquanto o ator Leonardo di Caprio oficializava o fim do namoro com a top israelense Bar Refaeli, a grife de moda íntima Passionata está colocando na rua sua nova campanha publicitária, estrelada pela loira. Recentemente eleita a sexta mulher mais sexy do mundo em uma enquete da Maxim Magazine, Bar exibe suas curvas letais para a grife francesa de lingeries pela terceira vez. Além dos novos modelos da Passionata, a ex-namorada de Leonardo di Caprio anda rodando o mundo como garota-propaganda de um novo perfume da Escada. GIRO RÁPIDO Em casa A top model Camila Alves acaba de desembarcar no Brasil para estrelar a nova campanha de jeans da Hering. A bela será fotografada nos próximos dias. Novos ares Após seis anos na matriz francesa, Alejandro Berardi chega ao Brasil para assumir a presidência da Air Liquide no país e também a vice-presidência para a América Latina. Moda de shopping A Sonae Sierra Brasil está lançando, neste mês, a revista Mag para os shoppings Parque D. Pedro, em Campinas, e Plaza Sul, em São Paulo. A publicação traz informações sobre as novidades dos shoppings, serviços de beleza, bem-estar e estilo de vida, além das últimas tendências em moda. Outras curvas Acontece neste fim de semana, dias 14 e 15, a 4ª etapa do Mini Challenge Cup, em um circuito desconhecido. O evento será realizado pela primeira vez na pista do Velopark, no município gaúcho de Nova Santa Rita, a 20 Km de Porto Alegre. Caue Moreno Com Karen Busic [email protected] 18 Brasil Econômico Sexta-feira, Sexta-feira e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Editora: Rita Karam [email protected] Subeditoras: Estela Silva [email protected] Isabelle Moreira Lima [email protected] Desiludido, dono da Colombo não encontra sucessor Aos 80 anos e sem herdeiros interessados em tocar a rede de varejo, Adelino Colombo perde seu segundo superintendente Cintia Esteves [email protected] No início deste ano, Adelino Colombo sofreu uma grande frustração. O fundador da Lojas Colombo contratara Gustavo Courbassier, ex-Bradesco, para assumir a superintendência da companhia, o que lhe daria a chance de, enfim, aposentar-se. Porém, após cinco meses no cargo, o executivo deixou a empresa por não conseguir convencer a mulher a mudar-se de Curitiba para Farroupilha, onde fica a sede da Lojas Colombo. “Foi uma decepção muito grande”, diz o empresário de 80 anos. O mais dolorido para Adelino é que Courbassier já era uma espécie de braço-direito, antes mesmo de sua contratação. O executivo representava o Bradesco dentro da Crediare, financeira da Lojas Colombo na qual o banco possui 50% de participação. Após o revés, Adelino segue sem um nome para assumir os negócios. De seus quatro filhos, apenas um trabalha no grupo, mas não quer dirigí-lo. O empresário tem mais duas filhas advogadas e uma publicitária, todas sem interesse pelos negócios da família. “Vou dar um tempo neste assunto e continuar tocando a empresa sozinho”, diz. Esta é a segunda vez que Adelino falha ao tentar profissionalizar a empresa. Em 2005, o executivo Eldo Moreno, que tinha Pernambucanas e Magazine Luiza no currículo, deixou o comando da Lojas Colombo após menos de três anos de grupo. Com este histórico e o apetite de gigantes do varejo em ir às compras, seria óbvio deduzir que a qualquer momento a Lojas Colombo pode trocar de mãos. Adelino, no entanto, não admite a hipótese. “Estou interessado em adquirir uma rede. E o Bradesco, meu sócio na financeira, me empresta o quanto eu precisar.” Executivos próximos à companhia afirmam que o empresário chegou a assinar um contrato de confidencialidade para ter acesso aos números do Baú da Felicidade, a vare- “ Estou interessado em adquirir uma rede. E o Bradesco, meu sócio na financeira, me empresta o quanto eu precisar Adelino Colombo jista de eletroeletrônicos de Silvio Santos, que está à venda. No entanto, ao tomar conhecimento de quanto o apresentador de TV queria pelo negócio, Adelino teria dito: “Não pago nem 10% deste valor.” O empresário, no entanto, nega as informações. Retomada Se conseguir fechar a compra de alguma rede varejista, a Lojas Colombo tem a chance de recuperar o tempo perdido em disputas internas que atrasaram sua expansão. Durante alguns anos, Adelino travou uma guerra judicial com Miguel Ângelo Maggioni, filho de seu sócio Dionísio Maggioni, morto no início dos anos 1990. Somente há cinco anos é que Adelino conseguiu resolver a pendenga, adquirindo os 40% de Maggioni na sociedade. “Comprar a parte dele exigiu um grande esforço de caixa e um atraso na expansão da rede”, diz o empresário. Atualmente com 326 lojas espalhadas por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, a expectativa é abrir pelo menos mais 12 unidades até dezembro de 2011. No entanto, o empresário precisa driblar mais um inimigo: o aquecimento do mercado imobiliário. “Está muito caro alugar imóveis.” Dados da Cushman & Wakefield, consultoria especializada em mercado imobiliário, mostra uma valorização média de 25,3% no preço de aluguel comercial no país no quarto trimestre de 2010. Para 2011, a tendência é de nova alta. Mas, além das Lojas Colombo, Adelino ainda tem muito com que se preocupar, afinal seus negócios não se resumem ao varejo de eletroeletrônicos e a financeira. O empresário também possui uma empresa de consórcio de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e motocicletas, uma administradora de imóveis, uma rede de revenda de motocicletas com 12 unidades e uma representante de pneus Goodyear. ■ Venda da rede é Problema enfrentado pela Lojas Colombo é comum em empresas familiares Como Adelino Colombo não conseguiu formar um executivo capaz de se alinhar com os herdeiros da companhia, a tendência é que a empresa seja vendida. É o que diz Nuno Fouto, professor do Programa de Adminis- tração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). “Como os filhos não têm interesse no negócio, quando o fundador se afastar do comando, eles devem procurar um comprador”, diz. O especialista explica que este é um problema comum nas empresas familiares. E mesmo nos casos em que o dono da Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 19 Murillo Constantino Basf programa investimentos de € 300 milhões na América do Sul Alfred Hackenberger, presidente da indústria química alemã, informa que os recursos deverão ser alocados nos próximos cinco anos. Entre os investimentos programados está a conclusão das obras de sua nova fábrica de metilato de sódio em Guaratinguetá (SP), que terá uma capacidade de produção anual de 60 mil toneladas. Outro investimento foi anunciado pela empresa em março deste ano e ainda encontra-se em fase de estudo de viabilidade técnica e econômica. Prevê a construção de um complexo de escala global no Brasil, que inclui a produção de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP). “Com estes investimentos seremos a primeira empresa a produzir ácido acrílico e superabsorventes na América do Sul”, diz Hackenberger. Murillo Constantino Dos quatro filhos de Adelino Colombo, somente um trabalha na rede de lojas que leva seu nome, mas não deseja herdar o comando do negócio VENDAS R$ 1,4 bilhão foi quanto a companhia faturou em 2010, um crescimento de 14%. Para este ano, a expectativa é crescer 10% com abertura de pelos menos 12 lojas. PRESENÇA 326 lojas formam a rede de Adelino Colombo. As unidades estão espalhadas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. caminho natural, diz especialista companhia consegue formar um bom presidente, muitas vezes ele não se alinha com os objetivos dos herdeiros. “Por não estarem no dia a dia do negócio, os herdeiros costumam adotar uma postura conservadora, do tipo ‘não se mexe em time que está ganhando’. Assim, fica difícil para o executivo que não per- Falta de um sucessor preocupa Adelino Colombo, mas não tira o empresário de sua rotina de viagens e hobbies tence à família fazer a empresa crescer”, diz Fouto. Vida boa A falta de um sucessor preocupa Adelino Colombo, mas não tira o empresário de sua rotina de viagens e hobbies. Apaixonado por pesca, ele fez recentemente uma viagem ao Pantanal e, pelo menos uma vez por ano, parte para uma temporada de caça no Uruguai. “Tenho uma diretoria muito competente na Lojas Colombo, o que me dá tranqüilidade”, afirma. O empresário também costuma reservar dois períodos do ano para fazer viagens com a esposa. “Voltei recentemente de Cingapura. Posso dizer que hoje há poucos países no mundo que não conheço.”Com apenas o ensino fundamental, Adelino transformou a Lojas Colombo em uma das maiores potências do varejo no Sul do país, onde gigantes como Casas Bahia naufragaram por falta de conhecimento do mercado regional. “A varejista é focada na classe média e tem ótima reputação, principalmente, no Rio Grande do Sul. ■ 20 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Guenter Schiffmann/Bloomberg FRIGORÍFICOS AUTOMÓVEIS JBS deverá captar US$ 2,5 bilhões para pagar dívidas de curto e médio prazos BMW estuda abertura de fábrica no Brasil e em outros países emergentes O conselho de administração da JBS autorizou a administração da companhia a captar recursos mediante emissão de títulos de dívida pela JBS USA e pela JBS Australia, subsidiárias indiretas da companhia. Os recursos captados serão utilizados para pagamento de dívidas de curto e médio prazos com custo maior na controladora. A expectativa da companhia é que não haja aumento da dívida em termos consolidados. A BMW está considerando aumentar o número de fábricas fora do mercado europeu para atender a mercados na Ásia e América Latina, afirmou Norbert Reithofer, presidente-executivo do grupo automotivo alemão. Os planos incluem uma fábrica no Brasil e também na Rússia, Índia, Coreia ou Turquia. A BMW reafirmou suas perspectivas anuais depois que superou rivais com aumento de vendas no primeiro trimestre. Penalty quer fazer gols no mercado de alta renda Fabricante de chuteiras e materiais esportivos investe na melhora do produto para fugir de concorrentes mais baratos Amanda Vidigal Amorim [email protected] Com a invasão de produtos chineses no país, e sem competitividade produtiva, a Penalty, marca brasileira de chuteiras, acessórios e bolas para esportes com os pés, acaba de lançar uma campanha que pretende mostrar ao consumidor que ela já não é mais a mesma. “Estamos agregando valor ao nosso produto, não queremos mais concorrer com marcas baratas. Temos um produto de qualidade com tecnologia de ponta, e é isso que vamos mostrar ao consumidor”, afirma Roberto Estefano, presidente da Cambuci, grupo controlador da Penalty e também da Stadium, marca esportiva voltada para a classe C. Mas essa não é a única mudança na empresa. Com o intuito de crescer no mercado, Estefano afirma que a Cambuci está se estruturando para virar “uma gestora de marcas.” Para este ano, Estefano afirma que não terão aquisições, já que a empresa está apostando todas as suas fichas na restruturação da marca. “Mas para o ano que vem é certo que vamos ter novidades”, afirma o presidente. Sobre o tipo de produto que a empres busca, ele não revela. Apenas afirma que tem que ser ligado ao esporte e que não concorra com as suas duas marcas. A discrição quanto aos objetivos da empresa é justificado por Estefano pela concorrência do segmento esportivo. Apesar de dizer que não concorre mais diretamente com a Topper, marca controlada pelo grupo Alpargatas, ele admite que fica atento a todas as informações que saem sobre o “concorrente”. Fábrica na Argentina, a primeira da marca fora do Brasil, deve entrar em operação no início de 2012 e atender o mercado onde as vendas da Penalty mais crescem Roberto Estefano, presidente da Cambuci: meta de longo prazo é entrar nos EUA Para este ano, com a mudança de posicionamento de marca, Estefano espera aumentar o preço de seus produtos entre 10% e 20%, dependendo da categoria. Serão investidos cerca de 2% do faturamento da empresa em pesquisa e desenvolvimento. “Temos um escritório com 30 pessoas que se dedicam integralmente a desenvolver e pesquisar novas tecnologias. E apostamos nisso para atrair o consumidor.” A Penalty prevê faturar R$ 27,6 milhões na Argentina neste ano. Atualmente, 60% das vendas naquele país são de itens produzidos no Brasil, enquanto os outros 40% são fornecidos por terceirizados locais. Com a nova fábrica que a empresa está montando na Argentina, que deve ficar pronta no início do ano que vem, a produção local deverá responder por 60% do consumo. Será a primeira fábrica da marca fora do Brasil. Estados Unidos As vendas na Argentina, segundo Estefano, só tem crescido e é o principal ponto de expansão da Penalty fora do Brasil. “Estamos na Argentina há muitos anos, passamos por todas as crises e continuamos lá, agora vemos o país crescer e resolvemos investir em uma unidade própria.” O investimento não foi alto, são US$ 4,5 milhões, e deve contar com 300 funcionários. Globalmente,a produção da empresa, que é hoje 78% própria e 22% terceirizada, deve contar nos próximos anos com novos fornecedores. Outro plano, ainda sem data, de Roberto Estefano é entrar no mercado americano. ■ Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 21 Evandro Monteiro ENERGIA AGRONEGÓCIOS Repsol apresenta aumento de 11,2% no lucro líquido do primeiro trimestre Produtoras priorizam produçao de etanol no início da safra de cana-de-açúcar A Repsol obteve um lucro líquido de € 765 milhões no primeiro trimestre de 2011, 11,2% a mais do que no mesmo período do exercício anterior. Sem considerar os resultados extraordinários, o lucro líquido recorrente da Repsol melhorou 23,4%, chegando a € 791 milhões. Os resultados são explicados pela melhora do preço de venda do petróleo e do gás da Repsol, com aumentos de 13,4% e 14,8%, respectivamente. A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas produtoras do CentroSul do Brasil até o final de abril atingiu 23,69 milhões de toneladas, das quais 64,62% destinou-se à fabricação de etanol, percentual superior aos 59,18% no mesmo período da safra anterior. Para o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio Rodrigues, trata-se da volta à normalidade no mercado de etanol combustível. Fotos: divulgação Hope e Gisele Bündchen fecham nova parceria Garota-propaganda da marca, a modelo brasileira passa a assinar uma linha de lingeries que deve garantir receita anual de R$ 30 milhões Depois de lançar sua campanha publicitária no ano passado com a top Gisele Bündchen como garota-propaganda, a Hope se prepara agora para colocar nas lojas uma coleção assinada pela modelo. “A nova coleção agrega aos produtos que a Hope já vende, pois serão peças mais glamourosas e com apelo sexy”, afirma Carlos Eduardo Padula, diretor comercial da empresa. O objetivo é que só essa linha fature R$ 30 milhões por ano. A reestruturação da Hope passou inclusive pela contratação de Padula, que era diretor comercial da fabricante de meias Puket, onde ajudou a montar o projeto de franquias e expansão da marca que hoje está presente em shoppings de todo o Brasil. “Estamos ampliando o mix de produtos da empresa. Ao invés de vendermos apenas lingeries, hoje nosso consumidor pode comprar roupas para dormir e até perfume.” Com uma produção de 1,1 milhão de peças por mês, a Hope está finalizando sua terceira unidade fabril, todas localizadas em Maranguape, no Ceará. A empresa que tem hoje 61 lojas pelo país espera chegar a 2015 com 350 unidades em todo território nacional. Só este ano serão mais 60 novas lojas. Com o fortalecimento da rede de varejo, a Hope projeta dobrar seu faturamento até 2013, e aumentar a capacidade produtiva em 50% até 2015. causa de concorrência externa. O segmento de lingerie como um todo no Brasil é muito forte, temos um produto bom e com preço competitivo”, afirma Padula. Internacionalização Gisele em peça publicitária da Hope: apelo mais sexy à marca A internacionalização da empresa começou, mas está em suspenso no momento. São cinco lojas, três em Portugal e duas em Israel, todas franqueadas. “Até 2012 estamos com o plano de novas lojas no exterior em suspenso. Depois disso vamos rever o projeto. Queremos vender as lojas para o exterior, e não apenas commodities”, afirma Padula. O aquecimento do mercado interno voltou as ações para o mercado brasileiro. Aqui no Brasil, a coleção Gisele Bündchen chega às lojas no dia 25 deste mês. Outros 3 mil pontos de venda, além das lojas Hope, receberão a nova coleção. “Não colocaremos nos 7 mil pontos que já vendemos, será uma seleção mais criteriosa”, afirma Padula. ■ A.V.A. PRODUÇÃO 1,1 milhão de peças por mês é a capacidade produtiva atual da Hope. Até 2015, o volume deve aumentar em 50%. A empresa possui três unidades fabril no Ceará. NOVA COLEÇÃO Mais receita FRANQUIAS Loja modelo será lançada este ano Sem nunca ter entrado no mercado varejista, a Penalty quer agora tentar uma nova tacada, o mercado de franquias. Pensando nisso, a empresa inaugura em setembro deste ano a sua primeira loja própria. “Teremos um conceito do que a Penalty vende nessa loja. Não vamos vender, por exemplo, uma linha que não seja premium. As pessoas vão encontrar só o que a Penalty tem de melhor”, afirma Roberto Estefano, presidente da Cambuci, detentora da marca. A loja terá 190 metros quadrados e ficará no shopping Dom Pedro, na estrada que liga a capital paulista à Campinas. “O local foi escolhido pois é passagem para várias cidades do interior do estado, além disso é um local onde possui vários campos de futebol ao redor, o que estimula a prática do esporte”, afirma Estefano. A.V.A. Padula não revela o total faturado, mas afirma que o objetivo é aumentar o montante agregando valor à produção, com peças para dormir, por exemplo. “Queremos que nos próximos dois anos as roupas para noite possam representar 20% do faturamento da empresa.” Diferente da situação enfrentada por muitas empresas da indústria têxtil e de confecções, Padula afirma que a concorrência dos produtos chineses não mudou nada no segmento de lingeries. “Nós não tivemos nenhuma queda por R$ 30 mi é a expectativa de faturamento da linha Giselle Bündchen para a Hope. A modelo ganhará o período royalties sobre as vendas dos produtos. CRESCIMENTO 50% é quanto a diretoria da Hope espera crescer no faturamento da empresa até 2013. Para conquistar a meta a empresa prepara a abertura de 300 lojas. 22 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Divulgação ENERGIA EQUIPAMENTOS OGX faz descobertas de petróleo e gás em águas rasas da bacia de Santos Teikon Tecnologia fabrica notebooks e computadores para MSI A OGX encontrou petróleo e gás natural no poço pioneiro do seu bloco BM-S-58, em águas rasas da bacia de Santos, a 105 quilômetros da costa do Estado do Rio de Janeiro, uma área contígua a outra descoberta da empresa, a de Belém. O poço OGX-30, denominado Salvador, confirmou as expectativas para a região e por estar perto de de outra descoberta da empresa vai ajudar a delimitar a área da OGX e otimizar a produção. A Teikon Tecnologia Industrial, especializada em materializar soluções em produtos eletrônicos no Brasil, começou a fabricar notebooks e computadores All-in-One para a MSI, empresa global fornecedora de equipamentos. Atualmente o parque de manufatura da Teikon conta com fábricas em Porto Alegre, São José dos Pinhais e Manaus, e recentemente também se instalou em Jaguariúna, São Paulo. Lucro da Nissan cresce sete vezes e alcança US$ 3,9 bilhões A partir de outubro montadora volta a operar normalmente em todo o mundo, diz seu presidente Henrique Manreza Carlos Ghosn, presidente da Nissan: prioridade para mercados estratégicos como Estados Unidos e China BONS NÚMEROS 72,5% foi quanto aumentou o lucro operacional da montadora no último ano fiscal encerrado em 31 de março. O valor atingiu a cifra de US$ 6,27 bilhões. 35% foi quanto cresceram as vendas da montadora na China. A Europa registrou alta de 19% e os Estados Unidos de 17%. Globalmente foram 19,1%. A montadora japonesa Nissan anunciou ontem que multiplicou por sete o lucro líquido em 2010-2011 graças a vendas de carros recordes, mas não divulgou previsões em consequência das incertezas provocadas pelo terremoto de 11 de março no Japão. A empresa também informou que pretende retomar 100% da produção a partir de outubro, após as dificuldades provocadas pelo terremoto e tsunami. O lucro líquido da montadora registrou alta de 653,1% entre 1º de abril de 2010 e 31 de março de 2011, a US$ 3,9 bilhões. O lucro operacional progrediu 72,5%, US$ 6,27 bilhões. Toyota prevê para entre novembro e dezembro a retomada de 100% da produção No período, a empresa registrou alta de 19,1% nas vendas no mundo, sobretudo na China (35%), Estados Unidos (17%) e Europa (19%), superando 4 milhões de unidades negociadas. Retomada “Retomaremos a produção por completo e sem restrição em todo o mundo no mês de outubro”, anunciou Carlos Ghosn, presidente da montadora japonesa, que é controlada em 45% pela francesa Renault. O terremoto de 9 graus e o tsunami de 11 de março devastaram a região de Tohoku (nordeste do Japão), provocando danos em várias fábricas de autopeças e obrigando as montadoras a reduzir o ritmo das fábricas. A também japonesa Toyota, maior montadora do mundo, espera atingir 100% da produção em novembro ou dezembro. As fábricas da Nissan no Japão retomaram a produção em meados de abril. Após a tragédia, a empresa suspendeu à metade o ritmo de trabalho, o que provocou prejuízo no período janeiro-março. Para limitar o impacto da queda na produção da montadora, Ghosn explicou que a Nissan vai priorizar os mercados estratégicos, como os Estados Unidos e a China. ■ AFP VENDAS EM ABRIL No Brasil, marca também está em ritmo acelerado No Brasil, a montadora vendeu 3,54 mil unidades no mês de abril, aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2010. No ranking dos três modelos mais vendidos está a Nissan Frontier, com aumento de 56% (828 unidades), o Nissan Grand Livina, com 49% a mais (248 unidades) e o Nissan Sentra, com vendas superiores em 19% (622 unidades). Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 Sexta-feira, 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 23 24 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Divulgação PREJUÍZO AQUISIÇÃO Lucro da Telefônica cai 14% no primeiro trimestre devido às chuvas Navita compra companhia de gestão de serviços de telecomunicações A Telefônica encerrou o primeiro trimestre com queda de 13,7% no lucro líquido na comparação com o mesmo período do ano passado, em função do forte período chuvoso que, segundo a empresa, obrigou-a a dedicar-se mais à manutenção de sua rede que às operações comerciais. A operadora vai incorporar a Vivo, que apresentou lucro recorde, depois que sua controladora espanhola assumiu a participação da Portugal Telecom. Empresa incorpora Congruus, especialista no conceito T.E.M. (Telecom Expense Management), para gestão de telecomunicações e redução das despesas empresariais com telefonia fixa, móvel e dados. Com a aquisição, a Navita aumenta seu portfólio com soluções em telecom no mercado latino-americano. A oferta de T.E.M. é voltada para companhias com despesas elevadas em telefonia móvel, fixa e dados. Impsa prepara abertura de capital da Energimp Áreas de finanças, controladoria e contabilidade estão sendo ampliadas; objetivo é dar maior independência à geradora eólica diante do fortalecimento da concorrência Priscila Machado Evandro Monteiro [email protected] A Energimp, empresa de geração de energia eólica da argentina Impsa (55%) e do fundo brasileiro FI-FGTS (45%), está passando por uma estruturação para se tornar mais independente das suas controladoras e se firmar em um mercado mais competitivo após a associação entre a CPFL Energia e a Ersa. As áreas de finanças, controladoria e contabilidade da empresa estão sendo ampliadas para dar suporte aos planos de abertura de capital. A entrada no mercado de ações deve ser iniciada pela própria controladora, informação que o vice-presidente da Impsa no Brasil, José Luis Menghini, não confirma. Segundo ele, uma operação como esta teria que ser articulada por todas as filiais da companhia e a Impsa no Brasil não poderia se pronunciar. Ainda assim, Menghini admite que há entidades financeiras interessadas no assunto e que o fato de a empresa já emitir bônus no exterior sinaliza que ela estaria preparada para o IPO. O namoro entre as empresas da Impsa e o mercado de ações já vem ocorrendo. No início do ano passado a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recebeu um relatório de referência, documento necessário para realizar a oferta inicial de ações, da holding Venti, que posteriormente cancelou o registro. Ainda em 2010, a WPE International Coöperatief U.A., subsidiária da companhia brasileira WPE, controlada pela Impsa, anunciou a emissão de bônus por um montante estimado em US$ 275 milhões. Entre os benefícios apontados pela empresa na ocasião estava a ampliação da base de investidores da Impsa e aumento na exposição de sua subsidiária brasileira WPE para a comunidade financeira internacional. Para analistas de mercado, a abertura de capital seria uma estratégia da empresa para gerar fluxo de caixa suficiente para realizar aquisições em um seg- Alvaro Araujo Diretor-geral da Energimp “A abertura de capital é parte do processo para aumentar a capacidade de investimento” mento em expansão no qual é necessário gerar escala. A avaliação é confirmada pelo próprio diretor-geral da Energimp, Alvaro Araujo, executivo que ingressou na empresa este ano com a meta de alavancar a carteira de projetos. Segundo Araujo, hoje o mercado é pulverizado, com muitos pequenos empreendedores, mas com a consolidação de grandes empresas as parcerias irão se tornar uma exigência deste mesmo mercado. “A abertura de capital é parte do processo para aumentar a capacidade de investimento”, diz. O executivo afirma que se os planos de expansão da Energimp forem ameaçados, a empresa poderá fazer uma aquisição ou parceria. Cenário A formação de grandes empresas no segmento eólico deve avançar. Segundo o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, a verticalização, a exemplo do que fez a CPFL, deve se firmar como uma tendência entre as empresas do setor elétrico. “O investimento em geração eólica é atrativo para as distribuidoras porque é uma energia que entra de forma descontada”, diz. Uma Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece desconto de até 50% nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão para consumidores que adquirirem energia dessas fontes e para seus geradores. Apesar da criação de uma holding e de atrair grandes empresas, o segmento ainda precisa amadurecer em outras questões. Castro aponta o atraso em muitos empreendimentos como desconhecimento da complexidade da atividade. “A exemplo do que ocorreu com as térmicas, muita gente entrou nessa área sem conhecê-la”, critica. O professor destaca ainda que alguns projetos superestimam a frequência dos ventos o que pode causar problemas futuros. ■ APORTE R$ 1,9 bi É o investimento total previsto pela Energimp até o próximo ano para avançar na sua carteira de projetos que já conta com 803 megawatts (MW). RECURSO R$ 480 mi É o valor do financiamento obtido junto à Caixa Econômica para a construção de sete parques eólicos no Ceará com potência instalada de 532,1 MW. CUSTO R$ 563 mi É o valor total que será aplicado na implementação completa do projeto — o crédito obtido representa a primeira parcela — que deve ser entregue até 2012. Companhia sai A Energimp possui hoje carteira de projetos de 803 megawatts e prevê investir R$ 1,9 bi até 2012 O processo da Energimp para conquistar cada vez mais autonomia passa pela busca de novos fornecedores para seus projetos. Até agora todos os parques em operação ou em construção da empresa tiveram equipamentos da sua controladora Impsa instalados. No entanto, da mesma forma que a companhia argentina fornece máquinas para ou- tras empresas, a Energimp quer ampliar seu leque de opções para os novos parques. Hoje a Energimp possui uma carteira de projetos de 803 megawatts (MW) e investimentos previstos de até R$ 1,9 bilhão até 2012. “A cada dois anos e meio pretendemos duplicar de tamanho”, afirma o diretor geral da Energimp, Alvaro Araujo. O executivo, que já chefiou a superintendência de Novos Negócios da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), está Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 25 Marcela Beltrão TELECOMUNICAÇÕES RESULTADOS Operadora japonesa DoCoMo eTwitter desenvolvem serviços de localização Lucro da Vivo aumenta em 270% no primeiro trimestre A operadora japonesa de telecomunicações NTT DoCoMo e o Twitter vão desenvolver um serviço de alerta baseado em localização para usuários de smartphones, publicou o jornal de negócios Nikkei. As duas empresas assinaram um acordo de licenciamento por meio do qual o Twitter fornecerá informações de sua base de dados à DoCoMo. O acordo será anunciado na sexta-feira e os serviços devem ser lançados no fim do ano. A Vivo, controlada pela espanhola Telefónica, divulgou lucro líquido de RS$ 710,2 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 270% ante o ganho de R$ 192 milhões registrado um ano antes. A companhia afirmou que o resultado positivo reflete a continuidade do crescimento da receita de serviços, especialmente dados e voz, conjugada com o controle dos custos de subsídio, comissões de venda, interconexão e melhorias. Murillo Constantino José Luis Menghini, vice-presidente da Impsa no Brasil: interesse do mercado financeiro pela Energimp em busca de novos fornecedores reorganizando a empresa, contratando novos funcionários tanto para a sede administrativa quanto para os parques em operação. “Vamos apresentar ao mercado um plano de crescimento consistente”, diz. A próxima investida da companhia já está em fase de finalização e será um novo financiamento para cinco parques eólicos no Ceará e outros quatro no Rio Grande do Norte. Juntos, irão adicionar 270 MW de potência instalada à carteira da Companhia quer dobrar de tamanho a cada dois anos e meio Energimp. A companhia está avaliando propostas de financiamento para o projeto que terá orçamento total de R$ 1,3 bilhão. Em abril, a companhia fechou um contrato com a Caixa Econômica Federal para o financiamento de R$ 480 milhões provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão destinados à implantação de sete parques no Ceará. Os empreendimentos, que tiveram sua produção vendida no Leilão de Energia de Reserva de 2009, devem entrar em operação no próximo ano e terão potência instalada de 211 MW. O montante obtido junto à Caixa Econômica representa a primeira parcela de um total de R$ 563 milhões que serão utilizados para a implementação completa do projeto. Também nos próximos meses irão entrar em operação 10 parques eólicos em Santa Catarina que, juntos, irão somar uma potência instalada de 222 MW. ■ P.M. 26 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Bloomberg TELECOMUNICAÇÕES BALANÇO Intelig, Embratel e GVT vencem leilão da Telebrás para banda larga popular Cisco anuncia resultado negativo e diz que está dentro do esperado A Telebrás divulgou o resultado do pregão eletrônico para contratação de serviços para acesso a internet no âmbito do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). O preço total dos contratos será de R$ 70,8 milhões. A Intelig venceu seis lotes, para atuação em São Paulo, Brasília, Fortaleza e Rio de Janeiro. A Embratel venceu três lotes e vai prestar o serviço em São Paulo e no Rio de Janeiro. A GVT atuará em Brasília e Fortaleza. O lucro líquido nos primeiros nove meses do ano fiscal de 2011, com base no padrão GAAP, foi de US$ 5,3 bilhões, ou US$ 0,94 por ação, comparado a US$ 5,8 bilhões, ou US$ 0,99 por ação para os primeiros nove meses do ano fiscal de 2010. “Este trimestre foi como esperávamos”, disse John Chambers, presidente e CEO da Cisco. As ações da Cisco caíram depois que a fabricante de equipamentos de rede divulgou a fraca perspectiva. Divulgação Luiz Calil, presidente da Caterpillar Brasil e Richard Case, vice-presidente da Caterpillar Inc., avanço na produção local Caterpillar nacionaliza geradores usados na extração de petróleo Bons resultados obtidos no mercado local levaram a companhia a decidir pela produção no país Priscila Machado [email protected] A Caterpillar, fabricante de equipamentos pesados, está entrando no segmento offshore no Brasil. Nos últimos meses a empresa buscou uma base de fornecedores locais para garantir 60% de nacionalização para os grupos geradores e sistemas de propulsão diesel-elétricos que serão produzidos pela primeira vez por uma fábrica do grupo fora dos Estados Unidos. De acordo com a companhia, hoje o mercado brasileiro não tem produto similar com esse índice de nacionalização. Além das fabricantes de componentes, a empresa já montou uma carteira de pedidos formada por grupos ligados à extração de petróleo. O vice-presidente da Caterpillar Inc., Richard Case, esteve algumas vezes no Brasil nos últimos meses para ajudar na formação da primeira leva de clientes. Para atendê-los no curto prazo, a produção local de geradores irá demandar a contratação de aproximadamente 100 funcionários. Os equipamentos serão fabricados na unidade Power Systems, instalada no complexo industrial da Caterpillar na cidade de Piracicaba (SP), e chegam ao mercado em setembro. Segundo Case, a empresa decidiu fazer esse investimento porque já é bem-sucedida nesse segmento no país por meio da importação de máquinas da sua unidade em Indiana, nos Estados Unidos. “Já somos um dos líderes, agora queremos avançar com uma produção local”, diz. Há cerca de 1 mil grupos geradores importados da Caterpillar operando no Brasil. Mesmo com uma nacionalização em torno de 60% a empresa garante que os custos se- Nova linha deverá garantir 60% de nacionalização e investimentos fazem parte de um total de R$ 350 milhões programados para a região até o primeiro semestre do próximo ano rão competitivos. No futuro a linha de produção no Brasil deverá se tornar uma plataforma de exportação desses geradores. A empresa não revela o investimento exato destinado à fabricação de geradores no país, mas ele faz parte de um aporte de R$ 350 milhões que a companhia fará na região até o primeiro semestre de 2012. O plano de investimento teve início com a aquisição de uma unidade industrial em Campo Largo (PR) no final do ano passado que deve entrar em operação até setembro. A maior parte dos recursos, cerca de 60%, ainda não foi aplicada e pode ser destinada ao aumento no volume de produção de algumas áreas ou até mesmo à entrada em novos segmentos. Para a construção de novas unidades, como uma fábrica de locomotivas que a companhia vem estudando, deverá ser feito novos aportes. Segundo o presidente da Caterpillar Brasil, Luiz Carlos Calil, até antes da crise financeira mundial, que teve início em 2008, a filial brasileira vinha recebendo na última década um investimento médio de US$ 30 milhões por ano. “Devemos agora retomar esse ritmo, investindo de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões por ano, mas isso pode apresentar grandes oscilações com novos aportes futuros”, avalia. Calil se mostra otimista com a geração de negócios no país. Segundo ele, a demanda já está amadurecida não só pelo crescimento econômico natural como pelas oportunidades criadas com o pré-sal. O executivo destacou ainda potenciais fornecedores que hoje estão fora do país e que estariam sendo estimulados pela empresa a ingressar no mercado brasileiro. ■ Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 27 Divulgação ACORDO JUSTIÇA AT&T deve pagar US$ 6 bilhões à T-Mobile caso fusão não seja aprovada Batalha legal da Microsoft termina e companhia mira no Google A AT&T prometeu à Deutsche Telekom US$ 6 bilhões em ativos, serviços e dinheiro como uma taxa pela quebra do acordo caso órgãos reguladores dos Estados Unidos rejeitem sua proposta de aquisição de US$ 39 bilhões da T-Mobile USA, que pertence à companhia alemã, segundo fontes a par do assunto. A aquisição requer aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos EUA e do Departamento de Justiça americano. A disputa judicial envolvendo a Microsoft terminou e nos termos do acordo a Microsoft teve de abandonar qualquer retaliação contra fabricantes de computadores que usassem software de outras companhias, além de acatar outras leis antitruste. O prazo de validade do acordo era de cinco anos, mas ele foi prorrogado várias vezes e agora a Microsoft quer que o Google seja o alvo das autoridades regulatórias. Com novas regiões, GVT cresce 47% e tem receita de R$ 747 mi no trimestre Operadora de banda larga e telefonia fixa prepara-se para entrar no mercado de TV por assinatura no segundo semestre Marcelo Almeida Carolina Pereira [email protected] A GVT, operadora de telefonia fixa e móvel, teve crescimento de 47% no primeiro trimestre do ano comparado ao mesmo período de 2010, o que representa receita de R$ 747,2 milhões. O lucro cresceu quatro vezes e totalizou R$ 118, 2 milhões. Um dos fatores que impulsionou o resultado foi a entrada da companhia em novos mercados, principalmente cidades das regiões nordeste e sudeste. No mercado residencial, 50% dos novos clientes vieram dessas regiões. A chegada da operadora na cidade de São Paulo, no entanto, está atrasada pela não liberação da autorização para as obras necessárias. “Se as licenças não saírem até junho, só entraremos comercialmente na cidade no ano que vem”, afirma Amos Genish, presidente da companhia. Segundo ele, a GVT tem R$ 408 milhões para investir na capital paulista. O maior crescimento apresentado no trimestre foi no segmento de banda larga. A receita cresceu 84% comparada ao igual período do ano anterior e atingiu aproximadamente R$ 220 milhões. O objetivo da empresa é disponibilizar banda larga mais 80 cidades. “São as cidades em que já temos o backbone”, diz o presidente, se referindo ao tronco principal da rede necessária para viabilizar o serviço. Agora, o próximo passo é entrar para o mercado de TV por assinatura, o que estava previsto para o segundo semestre. A princípio, o serviço será oferecido aos clientes de banda larga da operadora. Como diferenciais, a empresa quer usar os vídeos sob demanda e a tecnologia que possibilita rever alguns programas da grade. Segundo Ganish, a GVT será a primeira operadora do país a disponibilizar o serviço por meio da tecnologia IPTV, que usa a internet como meio de transporte do conteúdo. O executivo, no entanto, ainda não revela quais serão os preços cobrados e a expectativa de alcance do serviço. Entrada no mercado da capital paulista só deve acontecer no ano que vem por conta das licenças necessárias para executar obras na cidade Amos Genish, presidente da GVT: crescimento recorde no trimestre Novos negócios LUCRO R$ 118,2 mi Foi o lucro registrado pela GVT no primeiro trimestre do ano. O número é quatro vezes maior que o apresentado no mesmo período do ano anterior. LINHAS ALCANÇADAS 4,76 milhões de linhas de serviços foram alcançadas pela GVT em 31 de março, ampliação de 52,8% da base de clientes em relação ao primeiro trimestre de 2010. A controladora da GVT, a Vivendi, que comprou a empresa em 2009, teve receita de € 7,2 bilhões no trimestre, crescimento de 3,8% comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo reportagem veiculada esta semana no jornal Finantial Times, a empresa estaria interessada em fazer novas aquisições no Brasil. Genish confirma. “Os investimentos da Vivendi no Brasil vão crescer, queremos entrar em mais segmentos além de telecomunicação”, diz o executivo. A GVT já tem colocado em prática o plano de ampliação da atuação. No início deste mês, a empresa passou a oferecer o serviço de data center, no qual foram investidos R$ 25 milhões. Os centros de dados estão distribuídos nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba e a expectativa é atender 60 clientes em até 12 meses. A empresa não revela quanto a área de serviços de TI deve representar no faturamento da companhia quando a meta for atingida. ■ TICTACLIN K relógios de coleção & acessórios www.tictaclink.com 28 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 EMPRESAS Robert Gilhooly/Bloomberg AGRONEGÓCIO DIREITO Conselho de administração da Brasil Ecodiesel rejeita fusão com Vanguarda Violação de privacidade de clientes da Sony atrai advogados em busca de processos O conselho de administração da Brasil Ecodiesel, uma das maiores produtoras de biodiesel do país, rejeitou ontem proposta de fusão com a Vanguarda, que poderia criar uma empresa de R$ 2,16 bilhões. A decisão foi comunicada à CVM, mas a empresa não explicou os motivos. A fusão, que havia sido anunciada em 19 de abril, criaria uma produtora agrícola e de biodiesel controlada pelo bilionário espanhol Enrique Bañuelos. O recente ataque de hackers à Sony e outras violações na integridade dos dados dos clientes estão atraindo advogados especializados em processos coletivos e ansiosos por receber grandes indenizações, mas acordos de alto valor podem ser difíceis de obter. Pelo menos 25 processos foram abertos contra a Sony junto à Justiça federal americana pelo roubo de dados de usuários da PlayStation Network. Etanol da cana é prioridade para a nova Solvay Rhodia Gigante química europeia planeja desenvolver cadeias produtivas a partir da matéria-prima brasileira Françoise Terzian [email protected] Quando a companhia belga Solvay anunciou o acordo para a compra da francesa Rhodia, em 4 de abril, já havia uma suspeita de que a nova gigante do setor químico tinha interesse de transformar o etanol brasileiro em uma de suas prioridades. Ontem, durante a visita ao país de Jean-Pierre Clamadieu, presidente mundial da Rhodia e futuro CEO da Solvay, o objetivo foi confirmado. “A partir de setembro, quando as empresas começarem a ser integradas, o Brasil se tornará um negócio de alta prioridade para a companhia, assim como o etanol advindo da cana de açúcar que pode ser uma fonte de fabricação de produtos químicos muito maior do que é hoje”, afirmou. O novo Grupo Solvay, negócio que segundo o executivo deve fechar 2011 com um faturamento de € 14 bilhões, um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de € 2 bilhões e 30 mil funcionários, decidiu que seu futuro sinaliza para as matériasprimas renováveis, por conta da escassez e do custo dos produtos petroquímicos. Embora a Solvay tenha acesso ao etanol de beterraba da Europa e o de milho dos Estados Unidos, ele admite que é o brasileiro da cana que apresenta a competitividade mais alta. “Hoje eu não desenvolveria a minha produção a partir do etanol da Europa porque a competitividade dele está muito ligada às decisões do governo”, conta. Por trás desta análise, Clamadieu tem um plano bem traçado em sua cabeça. Seu objeti- “ O Brasil é o lugar onde precisamos investir. Isso já é muito claro tanto para a Rhodia quanto para a Solvay Jean-Pierre Clamadieu vo é desenvolver uma cadeia de produção a partir do etanol e o Brasil é o lugar onde o grupo sabe que precisa investir. “Isso já é muito claro tanto para a Rhodia quanto para a Solvay. Pode ser que, nos próximos anos, a gente venha a investir ainda mais no país e também ampliar as fábricas, que hoje são oito ao todo, contando as duas empresas”, afirmou. US$ 120 mi no Brasil A primeira sinalização de que novos tempos chegarão já foi dada. Só a Rhodia costuma investir, em média, US$ 50 milhões por ano no Brasil. No começo deste ano, a companhia anunciou um aporte duas vezes maior. Ontem, Clamadieu comunicou que reviu os valores e que, agora, o desembolso para o ano será de US$ 120 milhões. Hoje a Rhodia já produz al- guns itens a partir do etanol como é o caso do solvente. Agora, o que a nova companhia quer é desenvolver novas cadeias de produção de produtos químicos a partir do etanol. Vários plásticos verdes podem sair após a integração dos recursos financeiros e das áreas de pesquisas das empresas, a exemplo do PVC a partir do etanol que a Solvay vem tentando desenvolver há tempos. “Nós esperamos chegar à poliamida verde, o que não vai ser amanhã porque temos muitos processos para desenvolver. Mas unindo os recursos das duas empresas, nós conseguiremos mais rapidamente.” O uso industrial do etanol, avalia ele, ainda se encontra na infância. Hoje o Brasil utiliza o etanol prioritariamente como combustível, mas a tendência é que a indústria química desen- volve muitos itens a partir desta fonte renovável. O interesse no etanol brasileiro também deve favorecer o governo, como diz Marco De Marchi, presidente da Rodhia América Latina. “A balança comercial da Rhodia é positiva em US$ 140 milhões. Com o desenvolvimento de mais produtos, a nossa tendência é ter um modelo de negócios que favoreça a balança comercial brasileira”, diz De Marchi. Aquisições A Rhodia e a Solvay vinham crescendo, nos últimos anos, a uma taxa média de 3% ao ano em volume. Com a integração das empresas, sinergias e investimentos em inovação e novas tecnologias, a expectativa é avançar 10% ao ano. Para conseguir este avanço, Clamadieu afirma que, além do processo de integração que começa em setembro e deve durar 18 meses e da economia que resultará da sinergia anual de € 250 milhões a partir de 2014, a companhia não descarta fazer novas aquisições. Compras, inclusive, poderão ocorrer no Brasil. Ampliações de fábricas também devem acontecer nos próximos anos no país. A unidade industrial de Paulínia (SP), onde se produz fenol, solventes e sílica, é uma das três maiores do grupo no mundo. Outras poderão receber novos investimentos para ganhar porte parecido. Clamadieu garante todas as fábricas da Solvay e da Rhodia serão mantidas depois da integração. Em relação aos funcionários, ele assegura que praticamente toda mão de obra será mantida. Globalmente o grupo se chamará Solvay. No Brasil, a marca Rhodia será mantida. ■ Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 29 Adam Berry/Bloomberg PROTEÇÃO INTERNET Facebook adota aplicativo finlandês para aumentar segurança no site Facebook lança campanha contra Google alegando falta de respeito à privacidade O Facebook adotou um serviço de alerta para ajudar usuários a não clicarem em links duvidosos na Internet, com um sistema de classificação de websites desenvolvido por uma start-up finlandesa. O novo serviço de alerta da Web of Trust (WOT), empresa sediada em Helsinque, ajudará o Facebook a aprimorar a segurança do site para mais de 500 milhões de usuários, em meio a crescentes preocupações com fraudes na web. A empresa de Mark Zuckerberg admitiu ter contratado uma grande agência de relações públicas, a Burson Marsteller, para iniciar uma campanha sobre as práticas do Google com relação à vida privada de seus usuários. niciado uma campanha contra a rival. Um porta voz do Facebook garantiu que não foi feita nenhuma calúnia, mas que quer alertar que o Google usa informações do Facebook sem autorização. Murillo Constantino Braskem abre escritório em Cingapura para avançar na Ásia Continente responde por 7% das vendas da petroquímica, que sempre privilegiou as Américas Henrique Manreza João Paulo Freitas [email protected] Jean-Pierre Clamadieu, presidente da Rhodia: US$ 120 milhões no Brasil CRONOGRAMA PÓS-FUSÃO ● Após o anúncio da compra da Rhodia pela Solvay em 4 de abril, em meados de junho o grupo belga faz uma oferta pública de ações pelos papéis da Rhodia na Bolsa de Paris. Até o final de julho, vários órgãos reguladores ao redor do mundo devem emitir seu parecer sobre a fusão. Isso inclui Europa, Estados Unidos, China e até mesmo o Brasil. ● Até setembro, a Solvay deverá ter adquirido 95% das ações da Rhodia, o que será feito a € 31,6 por ação da Rhodia. ● Em setembro, a integração das duas empresas tem início. Em cerca de 18 meses ela deverá ser efetuada. A expectativa é obter uma sinergia de € 250 milhões por ano a partir de 2014. A Braskem inaugurará na próxima quarta-feira seu primeiro escritório comercial na Ásia, em Cingapura. Segundo Carlos Fadigas, presidente da companhia, a nova unidade está em linha com a estratégia de internacionalização da petroquímica, que possui escritórios comerciais na Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, México, Estados Unidos e Holanda. “O escritório de Cingapura é mais uma demonstração do nosso compromisso em criar uma empresa global e competitiva”, disse o executivo ontem durante evento para a imprensa. Segundo estimativa da companhia, a Ásia deve representar 60% do mercado mundial de petroquímicos já em 2014. A abertura de uma unidade comercial na Ásia indica uma ampliação na estratégia de expansão da petroquímica, até hoje fortemente voltada às Américas. A companhia é a quarta maior fabricante de polipropileno dos Estados Unidos e não esconde o desejo de chegar à liderança. Outra iniciativa de peso no continente é a construção de um complexo industrial para a produção resinas de polietileno no México em parceria com o grupo Idesa. O investimento previsto nesse projeto, batizado de Etileno XXI, é de US$ 2,5 bilhões. O início da produção está marcado para o começo de 2015. Por enquanto, a estratégia da Braskem para o mercado asiático é mais modesta. De acordo com Fadigas, a companhia não planeja ter uma operação industrial na região. A partir do novo escritório a Braskem atenderá clientes de Cingapura e também da China, Indonésia, Coreia e Japão. Inicialmente, a unidade comercial estará voltada a petroquímicos básicos. A companhia exporta para a Ásia produtos como propeno, butadieno e buteno, todos obtidos da nafta, derivado do petróleo utilizado como matéria-prima na indústria petroquímica. Em 2010, a receita da companhia com ex- Lucro líquido da companhia foi de R$ 305 milhões no trimestre, valor significativamente superior aos R$ 23 milhões obtidos no início de 2010 Carlos Fadigas, presidente da Braskem: objetivo é criar empresa global portação foi de US$ 4,2 bilhões, mas apenas 7% vieram da Ásia. Resultado O lucro líquido da Braskem no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 305 milhões, valor significativamente superior aos R$ 23 milhões obtidos no mesmo período do ano passado, mas 14% inferior ao obtido no último trimestre de 2010, quando a companhia lucrou R$ 356 milhões. A variação no lucro é ex- OPERACIONAL R$ 919 mi foi o lucro antes dos impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Braskem no primeiro trimestre deste ano. DÍVIDA R$ 9,6 bi foi a dívida líquida apresentada pela companhia no final de março, valor praticamente em linha com os R$ 9,8 bilhões apurados no final do ano passado. plicado pelo movimento financeiro da companhia e também pela oscilação cambial no período. A receita líquida da companhia no primeiro trimestre foi de R$ 7,4 bilhões, alta de 12% na comparação anual. De acordo com o balanço da empresa, as sinergias decorrente da aquisição da Quattor totalizaram R$ 75 milhões no primeiro trimestre. A estimativa é que esse valor alcance R$ 377 milhões até o final deste ano. ■ semana, 30 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 FINANÇAS Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] América Latina está sensível a petróleo e EUA Análise do FMI é que turbulências na Europa têm impacto reduzido na região, ao contrário de commodities e juro americano Ricardo Rego Monteiro, do Rio [email protected] O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com os impactos dos preços das commodities, principalmente do petróleo, sobre a economia latino-americana. Diretor da instituição para o Hemisfério Ocidental, Nicolas Eyzaguirre projeta uma alta para até US$ 200 o barril no mercado internacional, caso persistam as turbulências políticas no Oriente Médio nos próximos meses. O impacto sobre a trajetória da inflação, adverte Eyzaguirre, tornaria-se mais prejudicial para a saúde econômica da região do que os efeitos de uma piora nas expectativas de solvência dos países da União Europeia (UE). “Acreditamos que a possibilidade de problemas para a América Latina em decorrência de turbulências na Europa é bastante baixa”, disse ontem o diretor do FMI ao BRASIL ECONÔMICO, durante o 13º Seminário Anual de Metas de Inflação, na sede do Banco Central, no Rio. “A América Latina é muito mais sensível a problemas que possam ocorrer com a China, que teria impacto sobre os preços das commodities, e com os Estados Unidos, em caso de alta da taxa de juros do país. O tema da Europa é importante para a economia da região, mas menos do que esses dois outros temas.” O petróleo em alta, justifica o diretor, teria potencial para comprometer o crescimento da economia chinesa, hoje estrei- Nicholas Eyzaguirre considera que o preço do barril pode chegar a US$ 200 e que o BC americano deve ajustar taxa de juro em 2012 tamente ligada aos países da região. A inflação no Brasil, destaca Eyzaguirre, reflete diretamente o choque de preços das commodities mundiais e deve demandar um acompanhamento dos preços internos, com lupa, pelo BC brasileiro. Embora tenha evitado comentar as medidas adotadas recentemente pela autoridade monetária do país, ele demonstrou confiança no governo brasileiro e no retorno da inflação para o centro da meta em 2012. Influência americana Para o próximo ano, porém, a instituição trabalha com a hipótese de ligeira alta dos juros pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, caso o governo americano não consiga frear o crescimento do déficit público do país — que deverá encerrar o ano fiscal de 2011, em setembro, em 10% do Produto Interno Bruto (PIB) americano. Tal hipótese será inevitável caso o presidente Barack Obama não consiga firmar um acordo com o Congresso americano para promover um aperto fiscal no país — corte de gastos públicos combinado com aumento de impostos. Embora faça questão de minimizar os riscos para a economia brasileira desta possível alta de juros pelo Fed, Eyzaguirre recomenda que, a partir de 2012, as economias latinoamericanas fiquem atentas à trajetória das taxas naquele país. Como o governo americano vai precisar emitir bônus para financiar o endividamento, avalia, o ajuste de juros poderá se fazer necessário ainda que de forma atenuada. Nesse caso, adverte Eyzaguirre, preocupa o alto endividamento em dólar, principalmente do setor privado brasileiro. “Teria um efeito adverso sobre a economia da região porque poderia causar uma brusca reversão do fluxo de capital”, alerta. “A curto prazo, no entanto, essa possibilidade é muito baixa. Em 2012, pode haver uma alta moderada, porque a economia americana ainda está muito frágil. Mas há um crescente endividamento das empresas brasileiras, sobretudo em moeda estrangeira, e isto precisa ser monitorado daqui para frente.” ■ Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 Sexta-feira, 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 31 Doug Kanter/Bloomberg China eleva compulsório pela 5ª vez no ano A China elevou o depósito compulsório dos bancos em 0,5 ponto percentual pela 5ª vez este ano para conter a inflação, ampliando a possibilidade da segunda maior economia do mundo desacelerar seu crescimento. A nova alíquota vale a partir do dia 18. O vice-gerente geral do Sistema de Câmbio da China, Zhang Shengju, disse ontem que pode permitir que o yuan seja convertido em real, em won, da Coreia do Sul e em dólar de Cingapura com a crescente demanda por essas moedas. AGENDA DO DIA ● Estimativa do PIB da Alemanha no primeiro trimestre e consolidado do PIB da Europa. ● Estados Unidos divulgam inflação às 9h30. ● No Brasil, indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência (março). Felipe O’Neill Eyzaguirre, do FMI: confiança no governo brasileiro e na inflação de volta ao centro da meta PROJEÇÃO US$ 200 é quanto o preço do barril de petróleo pode chegar no mercado internacional caso persistam turbulências no Oriente Médio. IMPACTO China tem maior potencial para afetar desempenho latino-americano, considerando dependência em relação à demanda por commodities. BC vê inflação até o teto da meta este ano Governo acredita que agora tem que trabalhar para que a inflação convirja à meta em 2012 Ana Paula Ribeiro PREVISÃO 2012 é quando a inflação brasileira deve voltar ao centro da meta, de 4,5% a.a., ante estimativa de encerrar 2011 próxima ao teto, de 6,5%. VOLATILIDADE O contrato do barril tipo Brent de julho, negociado em Londres, subiu 1,58% nesta última semana, até ontem PETRÓLEO, US$/BARRIL WTI 0 110,61 112,40 110,00 8 2 117,53 115,72 4 99,46 Brent 101,88 112,36 103,94 98,87 98,12 98,78 6 0 5/MAI 06/MAI 09/MAI Fontes: Bloomberg e Brasil Econômico 10/MAI 11/MAI 12/MAI [email protected] As medidas já tomadas pelo governo federal para controlar pressões inflacionárias aliadas a reduções de preços setoriais, como em combustíveis, irão contribuir para que o Banco Central consiga controlar a inflação. “Qualquer contribuição em preços setoriais ajuda nesse processo, mas agora temos um período à frente em que temos que continuar trabalhando para fazer com que a inflação convirja para o centro da meta em 2012”, afirmou o presidente do BC, Alexandre Tombini. Em sua participação em seminário promovido pelo BC para discutir metas de inflação, Tombini sinalizou que está preparado para tomar novas medidas macroprudenciais e elevar os juros para cumprir esse objetivo. No entanto, avalia que aos poucos as ações já anunciadas começam a ter efeitos mais benéficos para o controle de preços. “Temos reuniões de seis em seis semanas para avaliar essas políticas e avaliar os próximos passos para assegurar que a inflação do Brasil convirja para o centro da meta.” À frente do BC desde janeiro, Tombini ainda defendeu que a postura adotada pela autoridade monetária brasileira é uma das mais combativas entre as principais economias do mundo e que a inflação é um fenômeno global, embora admita que no Brasil a elevação dos preços não é apenas fruto da elevação dos preços das commodities. Na avaliação de Tombini, o ritmo de crescimento dos empréstimos a pessoas físicas já mostra desaceleração, assim como a entrada líquida de capital externo no país, que caiu de US$ 12,6 bilhões em março para US$ 1,5 bilhão em abril. De acordo com dados da autoridade monetária, a expansão do crédito a pessoas físicas nos 12 meses encerrados em março foi de 21,5%, ante os 22,3% do período encerrado em fevereiro. O presidente do BC vê ainda espaço para que a inflação deste ano fique No sistema de metas, o que vale é a inflação apurada no ano calendário, e não em períodos acumulados de 12 meses dentro da meta, próxima ao teto -a meta é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. “Certamente ficará dentro da meta, convergindo para o centro em 2012”, garantiu. Sérgio Werlang, diretor vicepresidente do Itaú Unibanco, minimizou o fato de a inflação, em algum mês do ano, ficar acima da meta, uma vez que no sistema de metas de inflação o que vale é a inflação apurada no ano calendário, e não em períodos acumulados de 12 meses. Werlang foi diretor do BC e responsável pela implementação do sistema de metas de inflação no Brasil, em vigor desde 1999. O executivo admitiu que embora já tenha defendido a adoção de metas de inflação menores ou tolerâncias mais restritas, acredita hoje que isso não seria adequado para a economia brasileira. “A nossa inflação tem de ser um pouco maior que a de outros países. Hoje acho que não faz sentido mudar a banda. A economia brasileira ainda é muito sujeita a choques”, se justifica. ■ 32 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 FINANÇAS Divulgação LEILÃO COMMODITIES Tesouro vende lote total de 7,5 milhões de LTN e também oferta LFT Pressão vendedora de ouro e prata abre espaço para compra, diz Standard Bank O Tesouro Nacional vendeu todo o lote de 7,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em julho de 2013 e em janeiro de 2015, com taxa média de 12,656% e 12,624%, respectivamente. Vendeu ainda um lote de 1 milhão de notas que vencem em outubro de 2011, à taxa média de 12,224%, e teve demanda para todo o lote de 500 mil Letras Financeiras do Tesouro (LFT) com vencimento 2017. A queda da ordem de 5% registrada no ouro à vista cotado em bolsa no mercado internacional na semana passada abriu oportunidade para compra, apontam analistas do Standard Bank. O ouro spot ficou abaixo de US$ 1,5 mil e o banco vê retomada para o fim do ano, mas com mercado ainda nervoso. A prata caiu mais de 25%, depois de picos de abril “e deve ter trajetória de alta novamente, quando o ouro melhorar, no fim do ano.” Fundos de pensão estão em apuros por rentabilidade Nem renda variável e nem fixa ajudaram instituições privadas a cumprir meta atuarial no primeiro trimestre, mostra Mercer Vanessa Correia [email protected] O desempenho pífio da bolsa brasileira no primeiro trimestre deste ano afastou os fundos de pensão das respectivas metas atuariais. Levantamento da consultoria Mercer aponta que a mediana da rentabilidade de quase 70 fundações foi de 2,06% ao final de março ante uma necessidade atuarial de 3,65% para o período (considerando a meta anual de Índice Nacional de Preços ao Consumidor mais 6%). “O trimestre foi ruim em termos de rentabilidade e a expectativa para os próximos meses também não é promissora”, afirma Wagner Kladt, consultor sênior de investimentos da Mercer. Enquanto o IBrX, principal referência dos fundos de pensão em renda variável, registrou valorização de 0,66% entre janeiro e março deste ano, a mediada da rentabilidade das fundações com ações foi de 0,1%. “Para agravar ainda mais este cenário, os índices de inflação dispararam no período, elevando a meta atuarial das fundações”, completa Kladt. Viviane Werneck, gerente de clientes institucionais da consultoria Luz Engenharia Financeira, diz que o cenário para este ano está muito parecido com o observado em 2010. “Com a bolsa andando de lado e inflação em alta, as fundações correm o risco de não baterem a meta atuarial este ano”, acredita. Segundo ela, alguns fundos de pensão alteraram a forma de atuação em renda variável nos últimos meses. “Muitos têm optado por aplicar em fundos de investimento com correlação baixa com o Ibovespa ou o IBrX. É bem provável que isso garanta certa vantagem em relação às demais fundações que mantiverem sua carteira espelhada em um índice acionário”, destaca. Para tentar amenizar os efeitos do aumento da inflação e incertezas na renda variável, fundações precisarão diversificar portfólio em fundos imobiliários e de participação Nem mesmo as carteiras de renda fixa apresentaram boa performance no período. “O Banco Central emitiu sinais contraditórios quanto ao futuro da Selic nos primeiros meses do ano, dificultando o trabalho dos gestores”, avalia o consultor da Mercer. A gerente de clientes institucionais da Luz completa que os gestores estavam acostumados com a “gestão Meirelles”, referindo-se ao ex-presidente do BC, e projetavam avanço mais consistente dos juros em janeiro. Conforme levantamento da Mercer, o percentual de entidades que superaram o referencial em renda fixa (principalmente índices elaborados pela Anbima) caiu de 84% no quarto trimestre de 2010 para 66% no primeiro trimestre deste ano. Para tentar amenizar os efeitos do aumento da inflação e incertezas na renda variável, os fundos de pensão precisarão diversificar seus investimentos a fim de obter melhor rentabilidade. “As entidades fechadas de previdência complementar não estão conseguindo bater a meta atuarial. Para isso, terão que ser mais criativas: hedge funds, private equities e fundos imobiliários são boas opções”, sugere Kladt, da Mercer. ■ ■ PATRIMÔNIO Total de recursos das fundações pesquisadas é de R$ 28 bi ■ RENDA FIXA Parcela dos fundos que bateram referência caiu para 66 % ■ META ATUARIAL ■ AÇÕES 3,65 0,1 Ganho mínimo (INPC + 6%) até março deveria ser de % Mediana da rentabilidade dos fundos de pensão até março % PROJEÇÕES ECONÔMICAS 1 Otimismo para a renda variável Pesquisa feita pela Mercer com 45 gestores, cujos ativos sob gestão no Brasil somam R$ 1,53 trilhão, revela otimismo para a renda variável este ano: 79.613 pontos foi a média das respostas. No ano passado, o Ibovespa encerrou aos 69.304 pontos. Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 33 Henrique Manreza BALANÇO BANCOS Cetip reduz lucro em relação ao trimestre anterior, mas avança no comparativo anual Lucro do Paraná Banco e Banrisul aumenta mais de 50% no primeiro trimestre Após forte aceleração de resultado no quarto trimestre, a Cetip mostrou avanços mais modestos no primeiro trimestre, conforme balanço divulgado ontem. A receita líquida de R$ 173 milhões é apenas 1,1% maior que o trimestre anterior, mas 52,5% superior a igual período do ano passado. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 77,5 milhões, 8,8% menor que no quarto trimestre e expansão de 59,3% na comparação anual. O Paraná Banco apresentou lucro líquido de R$ 33,5 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 50,04% ante os R$ 22,360 milhões registrados um ano antes. O setor de seguros respondeu por 48,8% do resultado consolidado. Já o lucro do Banrisul foi 73,4% superior ao apurado no mesmo perído do ano anterior (R$ 211,3 milhões), resultado beneficiado por uma alta de 21,5% das operações de crédito (R$ 17,93 bilhões). Murillo Constantino Petros tem R$ 70 mi em crédito do Banco Morada Fundo de pensão esclarece que se trata de consignado cedido, e não exposição direta A intervenção do Banco Central (BC) ao Banco Morada, no final de abril, acendeu a luz amarela de alguns fundos de pensão. Especialistas disseram que as entidades com maior exposição ao títulos relacionados ao Morada são as constituídas no Rio de Janeiro — em virtude do banco ser mais conhecido no estado —, entre elas a Petros. O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras tem uma carteira de crédito privado de aproximadamente R$ 4 bilhões. Este montante engloba entre outros tipos de investimentos, títulos de crédito estruturados, na forma de Sociedades de Propósitos Específicos (SPE). “Uma destas operações tem o patrimônio formado por créditos consignados cedidos pelo Banco Morada. Estes créditos consignados não fazem parte do patrimônio do banco, eles estão separados e controlados fiduciariamente”, esclarece a entidade em nota ao BRASIL ECONÔMICO. O valor inicialmente investido, segundo a Petros, foi cerca de R$ 100 milhões. Hoje este valor perfaz o total de R$ 70 milhões, Kladt, da Mercer: trimestre ruim e expectativa idem Montante não configura perda já que tomadores mantêm financiamento em dia já que R$ 30 milhões foram liquidados nas respectivas datas sem nenhum atraso. “Até o momento, não houve nenhuma alteração do processo de pagamento destes créditos e, portanto, não existe um potencial prejuízo.” A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é a única a saber a exposição total das entidades fechadas de previdência complementar ao banco sob intervenção, embora não revele o montante, tampouco o número de fundações. Casos como dos bancos PanAmericano e Morada afastam muitos fundos de pensão de títulos de crédito privado. “Dentro da faixa garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito não há o que temer”, avalia Everaldo França, sócio da consultoria PPS Portfólio Performance, referindo-se aos Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGEs), cujo valor garantido é de R$ 20 milhões. ■ V.C. DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO René de Oliveira e Sousa Júnior, portador da cédula de identidade nº M510440, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, CPF nº 222.195.286-34, DECLARA sua intenção de exercer cargo de administrador na Brasilprev Seguros e Previdência S.A. e que preenche as condições estabelecidas na Resolução CNSP nº 136, de 07 de novembro de 2005. ESCLARECE que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente a Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, por meio de documento em que os autores estejam devidamente identificados, acompanhados da documentação comprobatória, observado que o declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito a vista do respectivo processo. SUSEP - Av. Presidente Vargas, 730 - Rio de Janeiro - RJ. (12, 13) 2 3 4 Performance da família IMA será pior Avanço do PIB deve ser de 4% este ano IPCA e IGP-M se manterão em alta A rentabilidade dos índices IMA-B 5, IMA-B e IMA-B 5+ deve ser pior em 2011 quando comparado ao ano passado, na opinião dos gestores. O ganho do IMA-B 5+ (títulos com prazo superior a 5 anos) deve recuar de 21,9% para 11,9%. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que apresentou performance excepcional no ano passado, deve avançar em média, 4% este ano, segundo os gestores consultados na pesquisa. Os mais otimistas apostam em uma alta de 4,5% em 2011. O IPCA deve encerrar 2011 bem próximo ao teto da meta do Banco Central: 6,2%, segundo gestores consultados no levantamento da Mercer. Já o IGP-M deve encerrar o ano aos 7,2%, inferior aos 11,3% registrados em 2010. 34 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 INVESTIMENTOS RENDA FIXA Natália Flach [email protected] Em tempos de incerteza, alugar ações é para investidores com nervos de aço xas médias de aluguel atingiram patamares elevados — 20,85% para o tomador. Gabriela Bernardes, coordenadora de atendimento da WinTrade, acrescenta que a demanda pelas ações da Laep, Rossi e Hypermarcas também está intensa. Ontem, os papéis da construtora foram os que tiveram a maior alta no pregão, com valorização de 6,07%, enquanto os da Hypermarca fecharam com queda de 3,67%. Segundo dados da CBLC, a taxa média das ações da Laep, entre 9 e 11 de maio, foi de 29,39% — para o tomador —, enquanto a da Hypermarcas foi de apenas 3,06%. “Não existe uma taxa fixa, o que manda é a lei da oferta e da procura”, afirma a especialista. Na outra ponta, colocar os papéis para locação independe do momento vivido pela bolsa. “Aqueles investidores que não querem se desfazer de suas ações têm sempre a opção de alugá-las. Afinal, não precisa movimentar a sua carteira e ainda recebe um percentual que pode ajudar a pagar as taxas de custódias”, afirma. Alexandre Marques Filho, analista da Elite Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, acrescenta que os investidores podem fazer acordos com fundos ou com outras pessoas jurídicas, que não pagam 15% de imposto de renda para obter apenas os juros sobre capital próprio. “Em contrapartida, eles pagam um prêmio, que geralmente são menores do que pagariam de IR.” ■ A bolsa tem oscilado bastante nos últimos dias com os rumores sobre a restruturação da dívida grega, o aumento do compulsório na China e a divulgação dos resultados econômicos nos Estados Unidos. Internamente, os grandes responsáveis pelos sobressaltos do Ibovespa têm sido os balanços das companhias abertas. Por isso, neste momento, apenas aqueles investidores com nervos de aço devem se tornar tomadores de ações, apostando no aluguel dos papéis com o intuito de rentabilizá-los (vendendo-os para recomprá-los em um patamar mais baixo). Afinal, os riscos de uma virada brusca no pregão não estão descartados. De acordo com o agente autônomo de investimentos Rafael Nogueira Benedito, quando os papéis dão sinais de que vão começar a se desvalorizar — porque chegaram ao topo ou porque perderam o suporte gráfico — é comum os tomadores acionarem a venda das ações alugadas. Dependendo do montante de ações ofertado no mercado, as taxas de aluguel para novos tomadores podem sair mais caras ou mais baratas. “Nos últimos dias, temos tido dificuldade para encontrar papéis do Marfrig”, exemplifica. Do dia 9 a 11 de maio, foram feitos 126 contratos com as ações do frigorífico, que somaram R$ 31,2 milhões, de acordo com dados divulgados pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Por causa desse “desaparecimento” dos papéis, as ta- Fundo Data BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI BB R FIX LP PLUS ESTILO FIC FI ITAU PERS MAXIME RF FICFI CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI BB RENDA FIXA 200 FIC FI BB RENDA FIXA 50 FIC FI ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI BB RENDA FIXA LP 100 FICFI 11/MAI 11/MAI 12/MAI 11/MAI 11/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI 11/MAI Rent. (%) 12 meses No ano 10,13 10,12 10,10 9,66 9,07 8,89 7,71 7,22 6,74 6,62 3,65 3,64 3,75 3,51 3,31 3,29 2,90 2,72 2,61 2,49 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 1,00 1,00 1,00 1,10 1,50 2,00 3,00 3,50 4,00 4,00 50.000 50.000 80.000 30.000 5.000 5.000 200 50 300 100 DI Fundo Data BB REF DI LP PREM ESTILO FIC FI BB REF DI PLUS ESTILO FIC FI ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI ITAU PREMIO REFERENCIADO DI FICFI BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER SANT FIC FI CLAS REF DI 11/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI 11/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI 12/MAI Rent. (%) 12 meses No ano 10,29 9,89 9,87 8,23 7,95 7,64 7,64 6,57 6,17 5,79 3,72 3,63 3,64 3,07 2,95 2,89 2,87 2,53 2,38 2,21 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 0,70 1,00 1,00 2,50 2,47 3,00 3,00 4,00 4,50 5,00 100.000 50.000 80.000 5.000 100 30 200 1.000 100 100 AÇÕES Fundo Data ITAU ACOES FI BRADESCO FIC DE FIA BRADESCO FIC DE FIA MAXI BRADESCO FIC DE FIA IV BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI UNIBANCO BLUE FI ACOES CAIXA FMP FGTS VALE I SANTANDER FIC FI ONIX ACOES ALFA FIC DE FI EM ACOES BB ACOES PETROBRAS FIA Rent. (%) 12 meses No ano 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI (2,76) (3,08) (3,29) (3,36) (4,21) (4,41) (4,99) (5,03) (9,33) (17,35) (7,72) (8,51) (8,63) (8,65) (11,27) (9,96) (11,69) (9,41) (11,51) (10,96) Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 4,00 4,00 4,00 ND 2,00 5,00 1,90 2,50 8,50 2,00 1.000 200 200 100 200 PARA POUCOS MULTIMERCADOS Forte oscilação da bolsa deixa as operações de aluguel de ações mais arriscadas Fundo ACOMPANHAMENTO DO VOLUME DE ALUGUEL DE AÇÕES 20,39% É quanto variou o volume de ações da OGX de 5 a 11 de maio. Ontem, os papéis da companhia caíram 2,24% na bolsa 10,05% PETROBRAS (PETR4) 8,45% SABESP (SBSP3) GERDAU (GGR4) -19,57% ELETROBRAS (ELET6) -18,01% EMBRAER (EMBR3) -20 -13,15% -15 -10 -5 ITAU EQUITY HEDGE ADV MULT FI ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC ITAU PERS K2 MULTIM FICFI ITAU PERS MULTIE MULT FICFI SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI SANT CAPITAL PROT 3 FI MULT SANT FICFI CAP PROT VG 6 BR MULT -1,53% ITAÚ (ITUB4) 0 5 10 15 20 25 IBRX-100 (EM PONTOS) 64.500 64.000 63.500 Máxima 64.328,93 Mínima 63.125,39 Fechamento 64.003,16 63.000 62.500 Fonte: BM&FBovespa 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 11/MAI 13,39 12,10 10,13 10,12 9,96 9,84 7,71 6,28 5,16 0,35 4,46 3,85 3,52 3,66 3,56 3,57 2,62 0,98 0,80 (4,92) Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 2,00 2,00 1,50 1,50 1,50 1,25 2,00 2,00 2,30 2,50 SMALL CAP - SMLL MIDLARGE CAP - MLCX 21.100 1.425 930 21.000 1.417 925 20.900 1.410 920 20.800 1.402 915 1.395 20.700 10h Rent. (%) 12 meses No ano 10.000 5.000 20.000 50.000 5.000 10.000 5.000 5.000 5.000 *Taxa de performance. Ranking por número de cotistas. Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico Fonte: CLBC IBOVESPA Data 10h 17h 910 10h 17h 10h 17h Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 35 BOLSA JURO Giro financeiro Contrato futuro R$ 5,9 bilhões 12,51% foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com variação positiva de 0,36%, aos 64.003 pontos. foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2013, o de maior liquidez ontem. O giro neste contrato foi de R$ 24,54 bilhões, em 297.592 negócios. HOME BROKER NA REDE (fechamento em R$) Eletrobras PNB (ELET6) 32,00 31,999999 31,73 2º objetivo 30,37 1º objetivo 30,63 30,625000 29,25 29,250000 29,18 Resistência 28,55 28,09 “Entraram US$ 3 bi no mercado brasileiro nos primeiros dias de maio. Mesmo assim o dólar se valoriza 3,5% no mês. #nosense #mercadofinanceiro” Suporte @chrinvestor, Christian Cayre, investidor 27,88 27,875000 27,16 26,50 26,500000 3/JAN 1/FEV 1/MAR 1/ABR 12/MAI Fontes: Daniel Marques, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico “Europa saindo das mínimas com Finlândia topando ajudar Portugal. Finalmente uma notícia positiva para os mercados de risco!” @alvarobandeira, Álvaro Bandeira, economista-chefe da Ativa Corretora Papéis da Eletrobras acendem luz de alta Os papéis da Eletrobras (ELET6) têm conseguido resistir às pressões impostas pelo mercado. Apesar dos testes diários nos pregões, as ações da companhia têm ficado acima do seu suporte (ponto que, se perdido, aponta para um movimento sequencial de queda) de R$ 28,09. Elas chegaram a atingir este patamar, em 2 de maio, mas se recuperaram nos dias seguintes. Ontem, os papéis tiveram uma valorização de 0,49% e encerraram o pregão cotados a R$ 28,55. Segundo Daniel Marques, analista gráfico da Ágora, as ações têm condições de romper a sua resistência de R$ 29,18. “O mercado tem respeitado o suporte sem rompê-lo. Além disso, as ações mostram uma média móvel de 200 períodos que o mercado gosta bastante”, afirma. Caso chegue a este patamar, aí, sim, ele alerta, há configuração do ponto de entrada. A tendência é que os papéis busquem, no primeiro objetivo, a casa dos R$ 30,37 e, no segundo, R$ 31,73. Este valor foi atingido no pregão do dia 6 de abril e, desde lá, a queda foi brusca: as ações tiveram uma desvalorização de 11% em comparação com o pregão de ontem. “Tudo indica que vai ser um movimento de recuperação. Serão os mesmos patamares, mas, desta vez, o movimento vai ser de alta”, acrescenta. Sobre a possibilidade de as oscilações da bolsa atrapalharem os planos dos papéis, Marques diz que não há ligação direta. “Mas o Ibovespa não pode despencar também.” “Mercado muda mas no momento está querendo ficar podre” @PredaBastter, Ricardo C. Hissa, analista de sistemas “#ARZZ3 foi o melhor IPO do ano até agora e ainda continua em tendência de alta após respeitar a LTA” @AntonioMontiel, Antonio Montiel, analista técnico “Amanhã [hoje], sexta-feira 13, é um ótimo dia para acordar e estar comprado na VALEE44 #VALE5, se virar pó, joga a porcaria num caldeirão de bruxa!!” @picapautrader, investidor, sobre desempenho da opção da ação PNA da Vale REGULAÇÃO Nova norma sobre agentes autônomos deve sair neste mês A nova norma que passará a regular a atividade dos agentes autônomos de investimento (prepostos comerciais das corretoras) deve sair ainda neste mês, afirmou ontem a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana. O documento — que substituirá a instrução atualmente em vigor, de número 434 — está em alteração há mais de um ano. Entrou em audiência pública em abril de 2010, mas só agora a publicação efetivamente se aproxima. O lançamento da nova instrução é o que falta para que a Associação Nacional das Sociedades Corretoras e Distribuidoras (Ancord) possa se tornar a entidade credenciadora dos agentes autônomos no país. A norma vai prever que o registro dos profissionais junto à CVM, obrigatório para o exercício da atividade, seja automático a partir do momento em que forem cadastrados em credenciadora privada — a exemplo do procedimento adotado no registro de analistas, feito pela associação da classe (Apimec). A Ancord já aplica as provas de certificação dos autônomos e pleiteia o cargo junto à CVM. Nesse contexto, a associação está buscando estreitar os laços com a americana Financial Industry Regulatory Authority (Finra), reguladora privada do mercado financeiro dos EUA. Executivos da Ancord se reunirão com representantes da entidade na próxima terça-feira para trocar experiências. “A Finra nos serve de referência ao nos prepararmos para a responsabilidade da autorregulação”, explicou o presidente da Ancord, Manoel Felix Cintra Neto. A associação, no momento, trabalha na criação de um comitê de ética e conduta para corretoras e agentes. Mariana Segala Autopeças Fabricante brasileira de rodas e vagões Iochpe-Maxion tem excelente resultado, diz Ativa Os resultados do primeiro trimestre da fabricante brasileira Iochpe-Maxion vieram acima do esperado, segundo Ativa. Artur Delorme, analista de autopeças da corretora, escreve que o balanço foi positivo, em função do forte aumento do faturamento, bem como a melhora na rentabilidade. “Acreditamos que as perspectivas são positivas para o setor automobilístico nacional e, consequentemente, para Iochpe, atrelado aos bons fundamentos da economia brasileira, que proporcionam a expansão da demanda e da produção de veículos pesados e a manutenção dos investimentos em transporte ferroviário de carga, beneficiando os segmentos de atuação da companhia”, aponta. A recomendação é de compra com preço alvo de R$ 26,15 por ação para dezembro. Forte expansão da receita no 1T11. O lucro líquido foi de R$ 56 milhões, bastante superior aos R$ 33 milhões registrados no primeiro trimestre de 2010. 36 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 Divulgação MUNDO Pesquisa em Portugal dá vitória à oposição A popularidade do Partido Social Democrata (PSD) português cresceu em uma pesquisa de intenção de voto publicada ontem pelo Diário Económico, o que coloca a sigla no caminho da vitória na eleição de 5 de junho. O partido de centro-direita obteve 39,7% das intenções de voto, enquanto o Partido Socialista, atualmente na situação, ficou com 33,4%. Uma vitória do PSD pode diminuir as preocupações sobre a capacidade de o país criar medidas de austeridade para sair da crise. Editora: Elaine Cotta [email protected] Subeditora: Ivone Portes [email protected] Egito terá candidato da Irmandade Muçulmana Candidatura de Abdel Moneim Abul Futuh, membro do partido, à Presidência do Egito é considerada uma ameaça ao processo de democratização do Oriente Médio Cris Bouroncle/AFP BREVES Libyan TV/Reuters TV mostra primeiras imagens de Kadafi após duas semanas Bárbara Ladeia A televisão líbia mostrou ontem imagens do líder líbio Muamar Kadafi em encontro com autoridades do governo em um hotel de Trípoli, acabando com as dúvidas sobre seu paradeiro. O líder não era visto desde o ataque da Otan que matou seu filho há duas semanas. Após a divulgação das imagens, a Otan bombardeou o complexo residencial de Kadafi. Informações iniciais apontavam que três mortos e 25 feridos pelo ataque. Reuters [email protected] Nas primeiras eleições após a derrubada do ditador Hosni Mubarak, os egípcios poderão ter um novo governo autoritário no poder. Embora tenha afirmado que sua iniciativa é independente da Irmandade Muçulmana, o membro sênior da organização, Abdel Moneim Abul Futuh, se lançou candidato à presidência no Egito. A candidatura de Futuh é interpretada como um indicativo claro da intenção da organização em atuar diretamente no governo do país. “É impossível desassociar o candidato do organismo nesse contexto”, explica o professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, Heni Ozi, Cukier. “Caso Futuh saia vitorioso, não há dúvidas de que o governo terá o apoio e base política da Irmandade Islâmica.” É essa base política que vem preocupando os grupos seculares e basicamente os principais governos do Ocidente. Faz parte do projeto do grupo a aplicação da Sharia — nome dado ao conjunto de leis islâmicas —, o que traria um outro tipo de totalitarismo ao governo egípcio. O país passaria, então, de um governo ditatorial militar para uma ditadura teocrática. “A ditadura teocrática é muito mais perigosa pois ela preconiza um regime muito mais severo que o aplicado pelos militares”, explica Cukier. Além do formato político ditatorial — já conhecido pelos egípcios por meio da ditadura de Hosni Mubarak —, a adoção da Sharia envolve a aplicação de regras e punições rígidas em torno de temas de âmbito particular como casamento, prática da religião, entre outros. O elemento pode ser um agravante para o cenário de violência no Egito. Atualmente, o país já passa por conflitos de ordem religiosa. Conflitos entre muçulmanos e cristão mataram 12 pessoas no Cairo somente neste mês. Centenas recebem comida na Espanha após terremoto Centenas de pessoas fizeram fila para pegar comida das equipes de emergência ontem na cidade espanhola de Lorca. Eles não podem voltar para as suas casas que foram bastante danificadas por um poderoso terremoto que matou oito pessoas. Ontem, autoridades haviam dito que o número de mortos chegava a 10. Uma força-tarefa militar com 200 soldados foi enviada à área para fornecer ajuda e isolar prédios perigosos. A parte da frente de uma igreja desabou horas depois do terremoto e outras edificações são consideradas instáveis. Irmandade Muçulmana é o maior movimento islâmico ativo no Egito “ A Irmandade Muçulmana tem sido muito capaz de se isolar desse contexto de revolta. É uma grande jogada de marketing Heni Ozi Cukier, Estratégia Para Cukier, a vitória da Irmandade Muçulmana se configura especialista em conflitos externos e professor do curso de relações internacionais da ESPM Senador dos EUA diz que fotos de Bin Laden são “repulsivas” como uma grande ameaça ao Ocidente, uma vez que afetaria totalmente a estabilidade da região. “Grupos como a Al Qaeda e o Hamas nasceram no berço da Irmandade Islâmica”, avalia o professor. “A vitória pode vir como um fomento aos radicalismos e fundamentalismos.” Para o especialista, a posição distante da Irmandade Muçulmana — maior movimento islâmico do Egito — tem sido estratégica para seu ganho de força na região. Somado a isso, a oposição, ainda muito desorganizada, garante ao organismo o me- lhor dos mundos. Além da forte estrutura interna, o partido conquista o apoio da população atuando diretamente em diversos movimentos sociais. Por ora, não há nenhum outro partido posicionado para as eleições. A expectativa é que os militares lancem um candidato com uma “roupagem civil”. “Esse candidato deve vir com um discurso de recuperação da ordem. Nesse momento, as questões de segurança e do caos interno são fatores muito influenciadores para a região”, explica Cukier. ■ Um senador republicano do Comitê de Forças Armadas do Senado americano disse ter visto as fotos do corpo de Osama bin Laden ontem e que as imagens, algumas repulsivas, não deixam dúvidas de que o líder terrorista da Al Qaeda está morto. “Não há absolutamente nenhuma dúvida sobre isso. Muitas pessoas por aí dizem ‘queremos ver as fotos’, mas eu já vi. Era ele. Ele está morto. Ele já era”, afirmou James Inhofe, senador de Oklahoma. Sexta-feira e fim de semana, 13, 14 e 15 Sexta-feira, 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 37 38 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 PONTO FINAL Arquivo/AFP A TENTATIVA DE REABILITAR LOUIS RENAULT CARTAS Com relação à reportagem “Governo reduzirá exploração hídrica da Amazônia”(página 10 da edição de 10 de março de 2011), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vem a público esclarecer que a manchete da primeira página sobre o assunto — “Governo abandona construção de novas hidrelétricas na Amazônia” — não condiz com as declarações dadas pelo presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, ao jornalista do BRASIL ECONÔMICO. Na ocasião da entrevista, foi dito ao jornalista que a necessidade de compatibilização entre a geração de energia elétrica e a preservação do bioma amazônico implicará o não aproveitamento da totalidade do potencial hidrelétrico brasileiro remanescente. No entanto, o presidente da EPE frisou que ainda há espaço expressivo para a construção de novos empreendimentos hidrelétricos naquela região, respeitando os princípios de sustentabilidade socioambiental. Essa premissa, por sinal, está indicada em todos os estudos de planejamento de médio e longo prazo elaborados pela EPE. Oldon Machado Assessor de Imprensa da Presidência da EPE Rio de Janeiro (RJ) Nota da Redação: o BRASIL ECONÔMICO mantém as informações publicadas, inclusive a manchete da primeira página. Prezado Ricardo Galuppo, meus parabéns pelo artigo “A face tenebrosa de um avanço social” (página 40 da edição de 6/5/2011) e pela forma prática e até corajosa com a qual você eliminou a “purpurina e o glamour” desse avanço social, para mostrar um lado prático que ninguém havia abordado até este momento. Espero que o seu alerta ecoe muito e que a discussão a respeito comece imediatamente! Leandro Valim Porto Alegre (RS) Excelente o artigo”Recursos não contabilizados” (página 40 da edição de 5/5/2011), de Costábile Nicoletta. Prova o que todos os brasileiros sabem e não conseguem justificar. Francisco José Por e-mail A classe política no Brasil difere de um estado para o outro. Com poucas exceções, os muitos partidos existentes agrupam filiados que em muitos casos nem sequer conhecem a linha ideológica da agremiação. E fazer um partido em alguns casos dá a nítida impressão de que atende interesses até pessoais. Mas alguns casos mexem com a estrutura existente e causa preocupações. Como no mais recente, o PSD, que está tirando nomes importantes do antigo PFL, hoje DEM. E isso mereceu uma afirmação agressiva do seu atual presidente de que o Palácio do Planalto está induzindo a ida de parlamentares de diferentes partidos para essa legenda. Será que ele pode afirmar que nos tempos em que seu partido estava no poder isso nunca aconteceu? Não fica bem para um senador com o seu nome fazer tal tipo de acusação que tem uma repercussão muito negativa. Uriel Villas Boas Santos (SP) Investir em educação é investir para que uma nação se torne diferenciada, educada, culta, produtiva, desenvolvida, ética. Contudo, para que um país possa ser grande, é fundamental que os profissionais da educação sejam respeitados e, claro, sejam remunerados com salários bastante dignos. É isso que o governador Geraldo Alckmin elaborou e está transformando em realidade no Estado de São Paulo. Congratulações! Que sirva de modelo para outros gestores. David Neto São Paulo (SP) ERRATA Diferentemente do que foi informado na chamada da página 2 da edição de 28/4/2011, a Shell não produzirá lubrificantes para a Cosan. Em razão da associação entre as duas empresas, os postos que pertenciam à Cosan, de bandeira Esso, passarão a ser postos Shell. Por consequência, esses estabelecimentos passarão a comercializar os lubrificantes da marca Shell. Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 – 8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP). [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretores Executivos Alexandre Freeland, Paulo Fraga e Ricardo Galuppo [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Redação, Administração e Publicidade Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP), Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158 Os netos e herdeiros de Louis Renault, fundador da fabricante de automóveis francesa, e acusado de colaborar com os nazistas, contestam na Justiça a nacionalização da empresa em 1945, uma das decisões mais simbólicas do governo francês após a Segunda Guerra Mundial. Na foto de 1939, Renault aparece ao lado de Adolf Hitler no Salão do Automóvel de Berlim. Diretor de Redação Ricardo Galuppo Diretor Adjunto Costábile Nicoletta Brasília Maeli Prado, Simone Cavalcanti Rio de Janeiro Ricardo Rego Monteiro Editores Executivos Arnaldo Comin, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção Editorial Clara Ywata Editores Conrado Mazzoni (On-line), Elaine Cotta (Brasil), Fabiana Parajara (Destaque), Maria Luiza Filgueiras (Finanças), Rita Karam (Empresas) Arte Pena Placeres (Diretor) , Betto Vaz (Editor) , Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Roberto Argento, Renata Rodrigues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino (Paginadores), Infografia Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Fotografia Antonio Milena (Editor) , Marcela Beltrão (Subeditora), Henrique Manreza, Murillo Constantino (Fotógrafos) , Angélica Breseghello Bueno, Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo Alves Tratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Carlos Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno Subeditores Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Ivone Portes (Brasil), Luciano Feltrin (Projetos Especiais), Micheli Rueda (On-line), Priscila Dadona (Finanças) Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bredarioli, Daniela Paiva, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Eva Rodrigues, Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian, João Paulo Freitas, Karen Busic, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Mariana Celle, Mariana Segala, Martha S. J. França, Michele Loureiro, Natália Flach, Nivaldo Souza, Pedro Venceslau, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia, Weruska Goeking Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina Corrêa, Valquiria Rezende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial), Celeste Viveiros, Dervail Cabral Alves, Mariana Sayeg, Simone Franco (Executivos de Negócios), Jeferson Fullen (Gerente de Mercados), Ana Paula Monção (Assistente Comercial) Projetos Especiais Márcia Abreu (Gerente), Alexandre de Vicencio (Coordenador), Daiana Silva Faganelli (Analista) Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade Legal e Financeira), Marco Aleixo (Gerente Executivo), Adriana Araújo, Valério Cardoso, Carlos Flores (Executivos de Negócios), Tatiana Benevides (Assistente Comercial) Departamento de Marketing Evanise Santos (Diretora), Rodrigo Louro (Gerente de Marketing), Giselle Leme, Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing), João Felippe Macerou Barbosa (Coordenadores) Operações Cristiane Perin (Diretora) Departamento de Mercado Leitor Nido Meireles (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento) Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Marcello Miniguini (Gerente de Assinaturas), Helen Tavares da Silva (Supervisão de Atendimento), Conceição Alves (Supervisão) São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30. Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h. [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112 Sucursal RJ Leila Garcia (Diretoria Comercial), Cristina Diogo (Gerente Comercial) Rua Joaquim Palhares, 40 - Torre Sul – 7º andar – Cidade Nova – CEP 20260-080 – Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2222-8701 e (21) 2222-8707 Jornalista Responsável Ricardo Galuppo TABELA DE PREÇOS Assinatura Nacional Trimestral Semestral Anual R$ 165,00 R$ 276,00 R$ 459,00 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos e-mail [email protected] tel: (11) 3320-2015 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO) Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 13, 14 e 15 13 de maio, 2011 Brasil Econômico 39 Janaina Santos Saumíneo da Silva Nascimento Anna Carolina Malta Presidente do Banco do Estado de Sergipe e doutor em Geografia Sócia do Barbosa, Müssnich & Aragão Rafael Gonçalves de Carvalho Associado do Barbosa, Müssnich & Aragão Para entender a geografia dos bancos brasileiros Alterações na Lei de Sociedades Anônimas e títulos de dívida Entender o atendimento bancário no Brasil é conhecer a geografia dos bancos. Temos 5.587 municípios. Destes, 1.973, ou seja, 35,31%, não possuem agência bancária e nem Posto de Atendimento Bancário (PAB). Além disso, do ponto de vista dos municípios totalmente desassistidos em termos de dependência bancária, temos 210 cidades, o que equivale a 3,87%, conforme dados do Banco Central do Brasil em 31 de março. Nesta mesma ocasião, o Brasil possuía 19.908 agências, revelando uma média de 3,56 agências por município, muito abaixo das necessidades da população que está usando cada vez mais intensamente os bancos. A saída tem sido a adoção dos correspondentes, que têm suprido essencialmente as operações de prestação de serviços bancários, especificamente para a população que não possui conta bancária ou um cadastro em uma instituição financeira. O ex-presidente Lula, após avaliar reivindicações do setor privado, editou a Medida Provisória (MP) 517, que altera a Lei nº 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, no sentido de tornar mais flexíveis os processos de emissão de debêntures, que são títulos de dívida privada, e formar um mercado secundário de negociação mais rentável e dinâmico. A MP 517 traz medidas que, entre outras: flexibilizam a recompra de debêntures pelas emissoras, de forma a melhor administrar sua exposição no mercado e seu endividamento; estabelece competência do conselho de administração para deliberar sobre emissão de debêntures conversíveis; permite emissões concomitantes para o melhor aproveitamento das janelas de oportunidade para emissões de papéis com diferentes características; retira o limite à emissão de debêntures quirografárias; e permite a contratação de um mesmo agente fiduciário para diferentes emissões de uma mesma companhia. Em razão da complexidade do tema e dos possíveis impactos no mercado de valores mobiliários, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou em audiência pública o texto da MP 517. Como resultado, foi produzido um relatório de análise, do qual destacamos algumas questões. No que se refere à amortização e ao resgate parcial, ambos devem ser feitos por rateio. Somente para o caso de debêntures cotadas por preço inferior ao valor nominal é que o resgate parcial deverá ser feito por compra em mercado organizado de valores mobiliários, sempre observadas as regras expedidas pela autarquia que regula o mercado de capitais brasileiro. Constatou-se, também, que para uma real flexibilização da recompra de debêntures pelo emissor é necessário a possibilidade de aquisição por valor superior ao nominal, e não somente por valor inferior, o que obstaculiza a formação do mercado secundário. Se, por um lado, temos muitos municípios brasileiros sem agências ou Postos de Atendimento Bancário, por outro, muitos bancos do país têm boa presença no exterior. São 139 dependências ao todo Registre-se que apenas três estados possuem agências ou PABs em todos os municípios. São o Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Por outro lado, o Estado de Minas Gerais é o que possui o maior número de municípios sem agências ou PABS. Dos 853 municípios mineiros em 328 (38,45% do total) não existem agências ou PABs. Já no quesito de totalmente desassistidos de dependências bancárias, o estado do Piauí possui o maior número, são 53 (23,66%) municípios desassistidos. O Piauí possui também o maior percentual de municípios sem agências e sem PABs, o índice é de 80%. Analisando as sedes dos bancos, verifica-se que na Região Sudeste está a sede de 80,34% das instituições. A Região Sul tem a sede de 10,67% dos bancos. No Nordeste está a sede de 5,62% dos bancos. Na Região Norte está a sede de 2,25% dos bancos, e na Região Norte fica a sede de 1,12% dos estabelecimentos bancários. Por esta análise verifica-se uma configuração de concentração geográfica da atuação dos bancos, pois a localização das sedes é um fator determinante do foco de referidas instituições. Se, por um lado, temos muitos municípios brasileiros sem agências ou Postos de Atendimento Bancário, muitos bancos brasileiros possuem uma boa presença no exterior. São 139 dependências no exterior, sendo 53 agências, 20 escritórios e 66 participações. Destacando-se a cidade de George Town, nas Ilhas Cayman, onde os bancos brasileiros possuem 21 agências e 14 participações, ou seja, quase 40% das agências de bancos brasileiros com presença no exterior está situada nas Ilhas Cayman. Em seguida vem a cidade de Nassau, localizada nas Ilhas Bahamas, com quatro agências, o mesmo número de New York, nos Estados Unidos, depois Tóquio, no Japão, com três agências. No total são 47 países que possuem dependências de bancos brasileiros. A disparidade da distribuição geográfica dos bancos no Brasil também é verificável na distribuição de agências na capital e agências no interior, presença de bancos públicos versus presença de bancos privados. Por fim, vejo que existe um espaço nos municípios brasileiros a ser contemplado com a inclusão de atendimento bancário. ■ A CVM sugere, ainda, que para evitar interpretações confusas seja criado um parágrafo específico para situações cuja deliberação de emissão permanecerá privativa à assembleia geral, tais como: emissão de debêntures não conversíveis com garantias. Ainda nesse sentido, a CVM propõe uma limitação ao capital autorizado quando o estatuto autorizar deliberação de emissão de debêntures conversíveis em ações pelo conselho, e que, sejam incluídos no artigo respectivo, todos os casos em que a competência originária da assembleia geral, para deliberar sobre a emissão de debêntures, possa ser delegada ao conselho de administração da companhia. Por fim, o autarquia ressalta que, por já existir a possibilidade de correção monetária em periodicidade inferior a um ano para títulos públicos, é importante que também seja autorizada para as emissões de títulos privados, estimulando o desenvolvimento de um mercado de financiamento privado de longo prazo e contribuindo para o fomento do mercado secundário desses títulos no país. A MP 517, conforme vigência prorrogada pelo Senado até o fim deste mês, segue em efeito e tramitando no Legislativo, tendo a CVM enviado suas sugestões aos relatores do processo, por considerar tais ajustes fundamentais para a melhor interpretação e aplicação das novas regras. ■ Andrew Harrer/Bloomberg AS FRASES “Está errado e não pactuamos com isso” Carlos Minc, secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro Roosewelt Pinheiro/Abr A Comissão de Valores Mobiliários ressalta que, por já existir a possibilidade de correção monetária em período inferior a um ano para títulos públicos, é importante que o mesmo passe a valer também para os papéis de empresas, para estimular o mercado A secretaria embargou a ampliação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), um projeto conjunto da ThyssenKrupp e a Vale. A CSA terá de cobrir um poço de emergência, que pode emitir a chamada “nuvem de prata”. “Trabalhamos para corrigir a terrível traição que ocorreu no regime do general Stroessner” Fernando Lugo, presidente do Paraguai O presidente paraguaio comemorou com uma festa na quarta-feira à noite a aprovação pelo Senado brasileiro do aumento de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões a quantia a ser paga anualmente ao Paraguai pela cessão da energia da Hidrelétrica de Itaipu. A traição a que se refere Lugo foi a assinatura do Tratado de Itaipu entre os governos militares do Brasil e do Paraguai em abril de 1973. 40 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e13fim de de maio, semana, 2011 13, 14 e 15 de maio, 2011 BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. ÚLTIMA HORA Governo restringe importação de carros Diego Giudice/AFP Diante de um aumento de 71% nas importações gerais de veículos de passeio em apenas um mês, em abril sobre igual período de 2010, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) resolveu adotar o procedimento de licença não-automática. Ou seja, para conseguir ingressar no Brasil, os automóveis prontos terão de esperar até 60 dias. As autopeças não foram incluídas na medida. A decisão atinge em cheio a Argentina, maior exportadora para o país. O governo insiste na tese de que não é uma retaliação direta à Argentina por causa do aumento das barreiras protecionistas contra os produtos nacionais, uma vez que o Brasil vem mantendo um saldo superavitário com o vizinho. Segundo o Mdic, entre janeiro e abril o resultado é favorável em US$ 1,33 bilhão. No entanto, o próprio ministro Fernando Pimentel já havia informado essa semana que enviou carta para a ministra argentina Débora Giorgi, da Produção e Indústria, pedindo para que providências fossem tomadas e o país voltasse atrás nas restrições, cumprindo o que foi combinado entre os sócios no início do ano. Ontem o discurso do Mdic era o de que a nova regra servirá para monitorar o fluxo de entrada dos veículos de todas as procedências. De fato, as importações subiram generalizadamente na categoria. Além da Argentina, as compras da Coreia do Sul e do México também se expandiram fortemente (ver tabela). E há ainda o fator China. Números preliminares de vendas em abril antecipados esta semana pelo BRASIL ECONÔMICO apontam que a participação do país asiático no mercado de importados deve ultrapassar os 30% em abril e chegar a 40% até o fim do ano. Entrar na discussão do Código Florestal — que prosseguirá na semana que vem no Congresso Nacional — exige coragem. A questão, por vezes, parece mais emaranhada do que os cipoais das matas que se pretende preservar — e todas as exceções criadas visam beneficiar, exatamente, aqueles que até aqui têm se comportado como grandes depredadores. Explico: quando se fala em destruição do meio ambiente pelo agronegócio, todos os dedos ambientalistas apontam ao mesmo tempo para o ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi. Pode ser que seja mesmo. Acontece, no entanto, que não existem provas concretas desse fato e, pelo sim, pelo não, Maggi tem carregado uma culpa nunca comprovada. Creio, inclusive, que um levantamento isento mostraria que a devastação causada por Maggi e por todo o agronegócio brasileiro somado é inferior à destruição provocada pelo conjunto das pequenas propriedades rurais que exploram a chamada agricultura familiar. Esse é um dos muitos estudos que deveriam ser realizados para esclarecer questões delicadas e, no entanto, nunca foram. Fábricas instaladas na Argentina serão as maiores prejudicadas pelas medidas do governo brasileiro IMPORTAÇÕES DE VEÍCULOS DISPARAM O Brasil só vai melhorar no dia em que a lei for igual para todos. Todos mesmo. Até para o MST Principais mercados de origem das compras brasileiras, em US$ milhões 1º TRI 2010 1º TRI 2011 611 425 206 106 79 36 2 36 1.577 856 622 329 187 125 60 38 35 2.360 ARGENTINA COREIA DO SUL MÉXICO ALEMANHA JAPÃO REINO UNIDO CHINA FRANÇA TOTAL (todos os países) VARIAÇÃO 40% 46,3% 59,7% 76,4% 58,2% 66,6% 1.800% -2,7% -500 000 0 49,6% 500 0 1000 0 1500 0 2000 20 0 Surpresa Ana Paula Machado [email protected] Diretor de Redação A pretexto do novo Código Florestal Fonte: MDIC A decisão brasileira pegou as montadoras de surpresa. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) evitou inflamar o clima de confronto com a Argentina, de onde suas associadas trazem 50% das importações de veículos. “Vamos avaliar os possíveis impactos nos próximos dias. Além disso, não podemos dizer que decisão é uma forma de retaliar o governo argentino que está impondo barreiras aos produtos brasileiros”, informou a entidade em nota. A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) informou que suas associadas não devem ser afetadas com as medidas, mas que está aguardando o desenrolar das negociações. Com relação às informações de que 67 caminhões cegonha já estariam parados na fronteira da Argentina em direção ao Brasil, o Mdic declarou que não iria se pronunciar sobre o assunto. ■ Simone Cavalcanti e Ricardo Galuppo REESTRUTURAÇÃO Tsunami no Japão ainda atinge os negócios da Honda, que pode demitir 1,2 mil pessoas no Brasil A Honda Automóveis do Brasil está em processo de redução de custos em função da queda na remessa de peças da matriz para o país. Na última terça-feira, a direção da montadora se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região para informar o plano de produção para este ano. Segundo o sindicato, a empresa propõe a redução da fabricação no Brasil em torno de 50%. Atualmente, a Honda produz 600 carros por dia e a proposta da montadora é de reduzir um dos três turnos de trabalho, e operar em oito horas diárias, o que resulta na produção de 320 carros/dia. O presidente do sindicato, Jair dos Santos, disse que com essa medida a Honda poderia demitir até 1,27 mil pessoas. “Fizemos uma proposta de redução da jornada de trabalho para 5h30 por dia e que a empresa conceda férias coletivas intercalando blocos de 400 trabalhadores por mês, durante os próximos sete meses. Mas, depois de duas reuniões não chegamos a nenhum acordo. As negociações continuam amanhã (hoje).” Ontem, a fábrica de Sumaré não funcionou e a paralisação deve continuar hoje. A Honda enviou uma nota informando que não tomou nenhuma decisão formal a respeito de demissões no Brasil. “A empresa reitera que está em contato com sindicato.” APM A única utilidade das conclusões a que ele chegasse seria pôr fim a uma velha mania brasileira de tratar questões como essa de forma maniqueísta — opondo os grandes aos pequenos, como se não houvesse possibilidade de coexistência civilizada entre eles. O certo é que o novo código contém, de um lado, uma série de exceções que beneficiam a agricultura familiar e, do outro, é essencialmente rigoroso com o agronegócio. Como um cidadão que passou quase toda a vida em grandes cidades, sinto-me obrigado a declarar que, no meu caso específico, não quero saber se quem emporcalha o lençol freático de onde sai a água que vou beber é um grande agricultor que utiliza agrotóxicos ou um pequeno proprietário que ganha o pão com o suor do próprio rosto na pequena gleba que herdou dos pais. O que eu quero é beber água limpa. Não quero saber se a queimada que prejudica a qualidade do ar que eu respiro foi causada por um latifundiário ou por 15 pequenos proprietários. O que eu quero é que todos deem sua cota de contribuição para a qualidade do ar que eu respiro. Ponto final. É lógico que, antes de pensar em medidas punitivas, deve existir um exaustivo trabalho de educação voltado a explicar a todos (grandes e pequenos) as vantagens de um manejo responsável do solo. E também é lógico que deveriam ser adotadas — além de um limite restritivo que fosse racional e igual para todos, grandes e pequenos — medidas de estímulo a quem preservasse o meio ambiente. Sem fechar os olhos para os problemas sociais que precisa resolver, o Brasil deve, com urgência, se dar conta de que o discurso maniqueísta acaba por proteger gente como os “militantes” do MST. Um novo crime dessa gente foi revelado pela última edição da revista Veja. A reportagem mostra que o MST rouba eucalipto de florestas da Fibria, da Suzano e da Veracel para assar em carvoarias clandestinas e vender às siderúrgicas. O Brasil só vai melhorar mesmo no dia em que todos forem iguais perante a lei. Todos mesmo. ■ w w w . b ra s i l e c o n o m i c o . c o m . b r