Cascavel, 31 de março de 2012
FANTASMAS
www.jhoje.com.br POLÍTICA 03
DOIS VEREADORES FORAM ALVO DA OPERAÇÃO QUE LEVOU TRÊS A PRISÃO
MP encontra novas evidências
e Gaeco cumpre 15 mandados
LAÍS LAÍNY
A
sequência nas investigações de
existência de funcionários fantasmas na Câmara de Vereadores de
Cascavel motivou o cumprimento de mais
15 mandados de busca e apreensão na
casa de vereadores, assessores e exassessores. Os alvos foram Marcos Rios
(PDT) e Paulo Tonin (PP). A operação foi
autorizada pela 1ª e pela 3ª Vara Criminal de Cascavel e executada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
A ação contra os dois parlamentares, segundo o promotor de Defesa do
Patrimônio Público, Gustavo Henrique
Rocha de Macedo, se deu por novos
elementos identificados na investigação.
“Em dezembro havia indícios contra Julio
[Cesar Leme da Silva], Airton [Camargo] e Mario [Seibert]. As investigações
prosseguiram e se avolumaram quanto
a Marcos Rios e Paulo Tonin, por isso
eles foram os alvos agora”.
Os novos indícios citados pelo promotor não foram detalhados, segundo
ele, porque os inquéritos correm sob sigilo. Quanto à identificação de algum funcionário fantasma, Rocha de Macedo
segue o rastro do dinheiro. “Estamos rastreando os pagamentos”, resume.
Três pessoas foram presas em flagrante. O assessor Marcos Rogério
de Almeida foi preso por porte de rádio de comunicação irregular. Filho de
Proposta de transformar as capivaras do
Lago Municipal em animal-símbolo foi
protocolada ontem na Câmara de
Vereadores de Cascavel. O vereador pelo
PDT Luiz Amélio Burgarelli (foto) sugere que sejam
desenvolvidas ações e projetos de proteção dos
animais pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente
e também usar a figura estilizada da capivara, que
poderá ser utilizada também em atividades de
educação ambiental.
Giro Político
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Longe daqui
A ideia é boa, mas o problema é que desde o início da
gestão o secretário de Meio Ambiente, Luiz Carlos
Marcon, faz um esforço homérico para tirar as capivaras
do lago. Ele já conseguiu autorização para levá-las para
a aldeia Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras.
Cultura
Documentos apreendidos farão parte dos inquéritos do MP
Marcos Rios, Maycon Felipe Rios de
Lima foi detido por posse irregular de
munição. Valmir Carlos Neves, O assessor de Tonin, foi preso pois foram
encontradas em sua casa 72 balas de
arma calibre 38, sendo algumas de
fabricação estrangeira. Todos pagaram
fiança e foram liberados.
Foram encontrados nas casas dos assessores e dos vereadores documentos de
cerca de dez assessores parlamentares,
como contracheques e outros comprovantes. Agendas, R$ 6 mil em espécie e cartões de saques também foram apreendidos.
Tudo será analisado pela Promotoria para o
andamento das investigações. (Laís Laíny)
LAÍS LAÍNY
Marcos Rios esteve ontem no Gaeco e foi ouvido pelo promotor
72 policiais
Os trabalhos do Gaeco começaram
ao amanhecer. Os 72 policiais
militares e civis de Cascavel e
Foz do Iguaçu cumpriram
mandados na casa dos vereadores
Marcos Rios e Paulo Tonin.
As pessoas ligadas a Rios que
foram alvos da operação são:
Marcos Rogério Lunardelli, Pedro
de Souza Barboza, Otávio Pilon,
Neri da Fonseca, Marcos Rogério
de Almeida, Derci Maria de Paula
Oliveira e Daiane Aparecida Becker.
De Paulo Tonin, os nomes são:
Valmir Carlos Neves, Selvino
Rodrigues (ex-assessor),
Sidineia Terezinha Rotava (exassessora), Iltamar Luiz Engel
e Aparecido de Freitas.
Essa é a segunda operação de
cumprimento de mandados de
busca e apreensão em casa de
vereadores e assessores
parlamentares. Em 6 de
dezembro do ano passado, o
Gaeco cumpriu 13 mandados. Os
alvos da época foram Mário
Seibert (PTC), Airton Camargo
(PR) e Julio Cesar Leme da Silva
(PMDB). (Laís Laíny)
CONTRA A UNIÃO
Diligências revelam suposto estelionato
Um cartão do programa Bolsa Família em nome de assessor do vereador Marcos Rios (PDT) configura suposto crime federal. Isso porque o
assessor recebe aproximadamente R$
4 mil mensais. O cartão foi encontrado na casa de Marcos Rogério Lunardelli, com os holerites.
Segundo o promotor Gustavo Henrique Rocha de Macedo, os indícios
não colaboram com sua investigação
de funcionários fantasmas, mas revelam outro crime. “Isso não é prova no
caso dos fantasmas, mas é um indício
bem forte de estelionato contra a União,
por fraude ao Bolsa Família”, adianta.
Em nota oficial, o MP comunicou
ontem que o caso será encaminhado
à PF (Polícia Federal). Os portes de
arma, segundo o promotor, também
são crimes autônomos e não têm relevância para o caso dos “fantasmas”.
Ainda na casa de um assessor do
vereador Marcos Rios foram encontrados 76 caixas de cigarro contrabandeados e mais R$ 6 mil espécie.
Os produtos apreendidos estavam na
AÍLTON SANTOS
Capivaras
casa de Neri da Fonseca.
No período da manhã, durante a
operação, Rios havia dito que os cigarros não pertenciam aos seus assessores. O único comentário sobre
o caso foi: “Isso aí deve servir para
sustentar a família”, disse.
O vereador Marcos Rios foi procurado ontem no fim da tarde para comentar
os casos do Bolsa Família e dos cigarros, mas ele não atendeu o celular.
Já o assessor Marcos Rogério
Lunardelli disse que o cartão foi can-
celado há oito anos e que ele nunca o usou. “Essa história não existe. O cartão está cancelado há oito
anos e nunca foi usado. Todos estão equivocados”, garantiu.
Questionando sobre os motivos de
ter feito o cartão, considerando que
ele “nunca foi usado”, a resposta de
Marcos foi a seguinte: “Foi uma época em que eu trabalhava em outra
empresa, em uma metalúrgica. Não é
da época que comecei a trabalhar
com o vereador”. (Laís Laíny)
Rios e Tonin se defendem
O vereador Marcos Rios disse na manhã de ontem que foram encontrados
apenas documentos de cidadãos que receberiam ajuda parlamentar para
encaminhamentos de consultas. “Não encontraram nada, apenas cópias
dos cartões do SUS e comprovantes de endereço. Não tenho funcionários
fantasmas”, declarou.
O vereador Paulo Tonin diz não temer as investigações: “A investigação tem
de ser feita e é necessária para que se tire a limpo sobre quem deve e quem
não deve. Da minha casa levaram documentos e algumas declarações de
imposto de renda. Não devo nada e não tenho funcionários fantasmas”.
Foi discutido ontem
anteprojeto de lei
encaminhado ao
Legislativo pela
Prefeitura de Cascavel
que institui o Sistema
Municipal de Cultura,
cria o Fundo Municipal
de Incentivo Cultural e
estabelece diretrizes
para as Políticas
Públicas de Cultura. Na
sessão de terça-feira, o
vereador Gilmar Gaitkoski
solicitou a suspensão da
votação para melhor
analisar a proposta.
Rios (PDT), aquele
que foi preso. Trata-se
da Daiane Aparecida
Becker, que é exassessora do vereador.
Limpa
E a notícia da operação
do Gaeco deixou muita
gente amedrontada na
Câmara de Vereadores de
Cascavel. Teve até
vereador pedindo para
seus assessores fazerem
uma limpa no gabinete. O
caso e o nome do
parlamentar já foram
comunicados ao MP
(Ministério Público).
Sem exoneração I Mantido
Durante a operação do
Gaeco, ontem, o
assessor parlamentar
Valmir Carlos Neves
entregou
voluntariamente as
munições. É o que
garante o vereador
Paulo Tonin (PP) sobre
as balas encontradas na
casa de seu assessor.
Valmir, que preside a
Associação de Moradores
do Bairro Santa
Felicidade, não será
exonerado da Câmara.
O protesto dos
professores da rede
municipal de Cascavel
previsto para hoje está
mantido. Será às 9h30,
no Calçadão da Avenida
Brasil. O ato público é
contra o acordo coletivo
em negociação entre a
prefeitura e o Siprovel
(Sindicato dos
Professores de Cascavel).
Parte da categoria não
concorda com o reajuste
de 7% e mais 4% de
complemento salarial.
Sem exoneração II Apoio
“No momento não vou
exonerá-lo porque é uma
situação isolada, que
não envolve o trabalho
dele na Câmara. É um
delito da vida particular.
Eu não sabia que ele tinha
as munições. Isso foi
opção dele”, disse Tonin.
Nora
A reportagem apurou
que uma das pessoas
visitadas ontem pelo
Gaeco seria namorada do
filho do vereador Marcos
Nas últimas horas, a
mobilização ganhou o
apoio da APP-Sindicato e
do Sinteoeste. No local,
haverá um carro de som
onde os participantes
poderão manifestar seus
pontos de vistas. A ideia
do protesto surgiu
durante a assembleia em
21 de março, quando os
presentes aprovaram a
contraposta do Executivo,
mas o resultado foi
bastante contestado.
DIVULGAÇÃO
A manutenção de uma visão ampla sobre os assuntos de interesse maior do Oeste do Estado é compromisso do novo presidente da Amop (Associação dos
Municípios do Oeste do Paraná), o prefeito de Toledo,
José Carlos Schiavinato, o 28º a assumir o comando
da entidade municipalista em seus 43 anos de história. Ele foi eleito ontem por aclamação para mandato
de um ano. Entre os presentes, o senador Sérgio Souza, deputados federais Dilceu Sperafico, Nelson Padovani e André Zacharow e os deputados estaduais
Adelino Ribeiro, Leonaldo Paranhos, Duilio Genari,
Ademir Bier, Élio Rusch e José Lemos.
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Jornal Hoje - 03 - Politica