RFID APLICADO NO GERENCIAMENTO DE
CORRIDAS DE ATLETISMO
Vinicius Fornazero1, Alexandre Paulino Sierra da Silva1
1
UNIPAR – Universidade Paranaense
Paranavaí – PR – Brasil
[email protected], [email protected]
Resumo. Este artigo tem como finalidade abordar a funcionalidade da
tecnologia de Identificação por Radiofrequência (RFID) e como acontece o
gerenciamento de corridas de atletismo, para isso será apresentada uma
descrição sobre o RFID e os componentes utilizados no seu funcionamento, e
também como é feita e quais os modelos utilizados na gerencia de corridas de
atletismo.
1. Introdução
As competições de atletismo costumam atrair vários competidores sejam eles
profissionais, que buscam melhorar seus resultados, ou até mesmo amadores, que
competem por diversão ou pelo desafio.
Quer sejam profissionais ou amadores, todos querem saber o seu resultado nessa
competição. Por isso, todo evento necessita de um gerenciamento que permita o fácil
acesso e o controle sobre os resultados da competição separando as categorias.
É nesse contexto que aparece a tecnologia RFID que pode ser uma grande aliada
no gerenciamento das competições por possuir as ferramentas e as funcionalidades
necessárias e baratas para o controle desses eventos.
Este artigo tem a finalidade de entender melhor como é realizado o controle dos
eventos e abordar o funcionamento do RFID.
2. Gerenciamento de Corridas de Atletismo
Ao realizar uma competição de corridas de atletismo, um fator de extrema importância é
como os resultados do evento vão ser coletados, mais precisamente na colocação dos
competidores. Devemos levar em consideração também que grande parte dos eventos,
principalmente nas categorias amadoras, o vencedor de uma determinada categoria só
termina a prova muito tempo depois dos primeiros competidores terminarem a prova.
Então, como determinar o vencedor de cada uma das categorias?
Atualmente existem dois sistemas diferentes para desempenhar o gerenciamento
dessas competições, um deles é automatizado através de um microchip e o outro é
manual [HAUFFE 2004].
2.1. Controle Manual
O controle manual consiste na utilização de um código identificador para cada
competidor e esse código é coletado nos postos de controle, onde são anotadas as
parciais de cada competidor, por isso gera uma determinada latência entre o tempo em
que o competidor chegou ao posto de controle com o tempo em que foi anotada a sua
chegada, que são passadas para planilhas eletrônicas, onde são ordenados os vencedores
de cada categoria [HAUFFE 2004].
Um meio de amenizar essa latência é através da utilização de código de barras
para identificar a chegada do atleta, porém os resultados não são tão melhores, pois a
leitura ocorre com um competidor de cada vez.
O controle manual possui outra característica negativa quanto à sua utilização, o
resultado muitas vezes demora a sair. Esse tipo de controle é muito precário, portanto a
única justificativa para sua utilização é seu baixo custo de implementação [HAUFFE
2004].
2.2. Controle Automatizado
O controle automatizado acontece graças a um microchip de controle contendo
informações individuais dos competidores. Ao cruzar a linha de chegada o microchip é
identificado por um sensor, que mostra o resultado do competidor instantaneamente em
um painel eletrônico [HAUFFE 2004].
O diferencial desse modelo de controle é a disponibilização das parciais e dos
resultados em tempo real, tudo isso graças aos microchips que podem ser postos nos
tênis, tornozeleiras ou equipamentos dos competidores [ChampionChip 2013].
Esse é o melhor método existente para gerenciar uma corrida de atletismo de
qualquer gênero, por outro lado, os custos gerados para implementação ou para sua
locação são muito elevados o que dificulta, e muito, a utilização desse recurso por
eventos com menores orçamentos [HUAFFE 2004].
3. Como Funciona o RFID?
A sigla RFID, ou Radio Frequency Identification, significa Identificação por
Radiofrequência, e como o nome sugere, ela é uma tecnologia de identificação
automática onde a leitura dos dados acontece através de transmissores e leitores de
frequências de radio [SANTANA 2011].
O RFID possui diversos tipos de identificação, no entanto, o mais utilizado é
através do armazenamento de código de identificação em um microchip que irá
arremeter às informações de uma pessoa ou um objeto armazenado em sistema
computacional [SANTANA 2011].
Portanto para o seu funcionamento é necessário um transmissor no qual estará o
microchip com o código identificador e um leitor que irá receber os dados transmitidos
e repassá-lo para um dispositivo onde os dados serão interpretados, como exemplifica a
figura 1.
Figura 1. Esquemática do Sistema Básico de RFID. Fonte: [SANTANA 2011]
3.1. Transmissores RFID
Os transmissores de RFID normalmente usam um microchip de silicone para armazenar
um único código serial, podendo ou não conter alguma outra informação adicional
[VIOLINO 2005].
Quando em proximidade de um leitor, o leitor solicita as informações contidas
no transmissor, que as retorna para o leitor, mas é importante ressaltar que o modo de
transmissão depende do tipo de transmissor que está sendo utilizado, podendo elas
serem: ativas, passivas e semi-ativas (ou semi-passivas) [GOMES 2007].
3.1.1. Transmissores ativos
Os transmissores ativos são alimentados por uma bateria interna, assim sendo esses
transmissores possuem mais independência em relação ao leitor, podendo operar mesmo
sem estar perto de um transmissor, realizando o monitoramento de um determinado
parâmetro e várias outras ações [GOMEZ 2007].
São mais comumente utilizados em grandes objetos como containers e vagões
de trem, costumam operar nas frequências de 455 MHz, 2,45 GHz ou 5,8 GHz e
possuem um alcance de 20 a 100 metros [VIOLINO 2005].
O microchip de um transmissor ativo é maior e possui mais capacidade do que
os transmissores passivos, justamente por possuírem bateria interna, o que também
permite que outros componentes sejam inseridos nele como sensores, processadores de
dados, etc [GOMEZ 2007].
A figura 2 representa sua constituição.
Figura 2. Componentes de um transmissor ativo. Fonte: [GOMEZ 2007]
3.1.2. Transmissores passivos
Os transmissores passivos não possuem bateria ou qualquer outro tipo de alimentação
interna. Ele é composto basicamente por um microchip acoplado a uma antena, como é
representado na figura 3, e podem ser montados de diversas maneiras. Entretanto possui
baixo alcance, algo entre alguns centímetros a aproximadamente 10 metros [VIOLINO
2005].
Figura 3. Componentes de um transmissor passivo. Fonte: [GOMEZ 2007]
Durante a comunicação, o leitor sempre será o primeiro a enviar o sinal, visto
que o transmissor depende da energia enviada para ele por ondas de rádio para
transmitir o seu sinal. Dessa forma, cabe a antena a missão de retirar energia do sinal
recebido para alimentar o transmissor. E o microchip, por sua vez, possui um
controlador de potência, um extrator de relógio, um modulador, uma unidade lógica e
uma memória interna para armazenamento de dados [GOMEZ 2007].
3.1.1. Transmissores semi-ativos (ou semi-passivos)
Os transmissores semi-ativos (ou semi-passivos) possuem alimentação interna, porem
ela só serve para alimentar os circuitos internos, não sendo utilizada para criar um sinal.
O seu funcionamento se assemelha muito ao funcionamento dos transmissores passivos,
pois ele depende do sinal do leitor para comunicar. Por outro lado, seu microchip se
assemelha mais com o microchip dos transmissores ativos, porque possuem são maiores
e possuem mais capacidade [GOMEZ 2007].
A figura 4 representa a sua constituição.
Figura 4. Componentes de um transmissor semi-ativo. Fonte: [GOMEZ 2007]
3.2. Leitores RFID
Os leitores RFID possuem a mesma função de um leitor de código de barras, que é
decifrar um código identificador, o qual representa um objeto ou pessoa. A diferença
reside no modo como a leitura é feita, o leitor de código de barras necessita do contato
visual com o código, já o leitor RFID realiza a leitura através de ondas de rádio
[SANTANA 2011].
Quando o transmissor entra na área de cobertura, o leitor decodifica as
informações e as transmite para um dispositivo conectado ao leitor [SANTANA 2011].
4. Metodologia
Para a realização desse trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema
abordado, para isso foi realizada pesquisa em artigos publicados e disponibilizados na
internet e em sites especializados no tema. O passo seguinte foi o desenvolvimento de
uma ferramenta que fizesse a gerência de corridas de atletismo para realização de um
evento proposto pela Prefeitura Municipal de São Carlos do Ivaí.
5. Conclusão
Após o término do artigo, foi possível compreender melhor a funcionalidade e a
aplicabilidade da ferramenta RFID e como acontece o gerenciamento de uma
competição.
Sobre tudo, que é possível combinar a ferramenta RFID e o gerenciamento de
uma competição no desenvolvimento de um sistema de controle eficaz e com baixo
custo, o que melhoraria o nível das competições menores.
Referências
ChampionChip
(2013)
“Tecnologia”
Disponível
em:
<http://www.championchipbrasil.com.br/tecnologia.asp> Acesso em: 25 de julho
de 2013
Gomes, Hugo M. C. (2007) “Construção de um sistema de RFID com fins de
localização especiais” Universidade de Aveiro. Aveiro, Portugal.
Hauffe, Denis N.; Camargos, Fernando L. (2004) “Sistema para Gerenciamento e
Administração de Competições de Triathlon” Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianopolis
Santana, Sandra R. M. (2011) “RFID – Identificação por Radiofrequência”. Disponível
em:<http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/rfid_0
1.html>. Acesso em 15 de julho de 2013.
UFRJ
2007.
“O
que
é
RFID?”.
Disponível
<http://www.gta.ufrj.br/grad/07_1/rfid/RFID_arquivos/o%20que%20e.htm>.
Acesso em: 20 de julho de 2013.
em:
Violino, Bob. (2005) “The Basics of RFID Technology”. RFID Journal. Disponível em
<http://www.rfidjournal.com/article/view/1337/2>. Acesso em 20 de julho de 2013.
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Vinicius Fornazero