64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
ANÁLISE DOS ESTÔMATOS EM Eleocharis acutangula (ROXB.) SCHULT.
e Eleocharis sellowiana KUNTH. (CYPERACEAE)
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Gabriel R. N. Silva* , Fabricio J. Pereira , Ana Carolina Ferreira , Evaristo M. Castro , Márcio P. Pereira ,
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Estefânia S. Ribeiro .
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Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada *[email protected]
Introdução
O gênero Eleocharis apresenta cerca de 250 espécies e é
largamente encontrado em ecossistemas aquáticos
continentais além de apresentar uma das maiores taxas
de produtividade nesses ambientes [1]. As espécies de
Eleocharis são macrófitas aquáticas enraizadas que
possuem um rizoma subterrâneo, que produzem raízes
adventícias e um sistema aéreo composto de colmos que
são responsáveis pelos processos fotossintéticos
possuindo, como folhas, apenas brácteas relacionadas
com a proteção [2]. As espécies brasileiras ainda são
pouco estudadas quanto aos aspectos anatômicos e
fisiológicos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi
analisar as características estomáticas de colmos das
espécies Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. e
Eleocharis sellowiana Kunth. em populações naturais do
Sul de Minas Gerais bem como seus reflexos funcionais.
Metodologia
Foram coletadas dez plantas de cada espécie em
populações localizadas em açudes naturais do Sul de
Minas Gerais. Essas plantas foram imediatamente fixadas
e armazenadas em etanol 70% até a realização das
análises anatômicas. Foram amostrados colmos
aproximadamente
do
mesmo
tamanho,
sendo
representativos do tamanho médio dos colmos
encontrados na planta. Foram realizadas secções
paradérmicas na região mediana do colmo, coradas com
safranina 1% e montadas em lâminas semipermanentes,
sendo posteriormente fotografadas em microscópio optico
acoplado à câmera digital e avaliadas no software
UTHSCSA-Imagetool. Foram avaliadas a densidade
estomática, a densidade de células epidérmicas, os
diâmetros polar e equatorial dos estômatos, a
funcionalidade estomática e índice estomático. O
delineamento foi inteiramente casualizado com dois
tratamentos e dez repetições, sendo avaliados cinco
campos por repetição. Os dados foram submetidos à
análise de variância e teste de Scott-Knott para p<0,05.
Resultados e Discussão
A densidade de células epidérmicas não apresentou
diferenças significativas entre E. sellowiana e E.
acutangula (Fc= 0,12 e p= 0,73) com média de 1086
-2
células epidérmicas por mm
demonstrando uma
característica homogênea entre as duas espécies. O
diâmetro equatorial mostrou-se 6% maior em E.
acutangula com média de 21,88 µm enquanto que E.
sellowiana demonstrou média de 20,49 µm. O diâmetro
polar é 60% maior em E. sellowiana com média de 62,22
µm, comparando-se com E. acutangula que teve media
de 38,69 µm. Esse resultado refletiu diretamente na
funcionalidade estomática, onde a espécie E. sellowiana
apresentou uma média 70% maior do que a encontrada
em E. acutangula. Porém, a espécie E. acutangula
apresentou uma densidade estomática de 126 estômatos
2
por mm sendo essa média 20% maior comparando-se
com E. sellowiana que teve média de 105 estômatos por
2
mm . Além disso, E. acutangula possui um índice
estomático 22% maior comparando-se com E. sellowiana.
Portanto, E. acutangula possui uma maior taxa de
diferenciação de células epidérmicas em estômatos por
ser, o índice estomático, um reflexo direto dessa
diferenciação [3] resultando em maior densidade
estomática para essa espécie em comparação com E.
sellowiana. Dessa forma, E. acutangula pode demonstrar
maior eficiência na captura de CO2 e no controle da
transpiração.
Conclusões
As espécies E. acutangula e E. sellowiana apresentam
diferenças quanto às características estomáticas sendo
que essas diferenças podem atribuir uma maior
capacidade de captação de CO2 e do controle da
transpiração para a espécie E. acutangula.
Agradecimentos
A CAPES, FAPEMIG e CNPq pelo financiamento e bolsas
concedidas.
Referências Bibliográficas
[1]Gil, A.S.B.; Bove, C.P. 2007. Eleocharis R.Br. (Cyperaceae)
no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Biota Neotropica 7 (1):
163-193.
[2] Baksh, S. I.; Richards, J. H. 2006. An architectural model for
Eleocharis: morphology and development of Eleocharis cellulosa
(Cyperaceae). American Journal of Botany, 93 (5): 707-715.
[3] Castro, E.M.; Pereira, F.J.; Paiva R. 2009. Histologia
Vegetal: Estrutura E Função De Órgãos Vegetativos. Editora
UFLA, Lavras.
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Resumo - Sociedade Botânica do Brasil