Editorial 3 Com o lançamento do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia – PROINFA, iniciativa do Ministério de Minas e Energia, cria-se a expectativa de se aumentar consideravelmente a participação das fontes renováveis de energia com valor estipulado de 1.1GW para cada uma das fontes. Estima-se que o potencial para PCHs seja de 14 GW e Biomassa 4 GW, considerando-se apenas as repotenciações das plantas do setor sucro-alcoleiro, o que pode dobrar tendo em conta outros tipos de biomassa e energia eólica. Atualmente as PCHs correspondem a 1.9% da matriz energética brasileira, biomassa 1.8% e eólica apenas 0.3%. Com o PROINFA, o Brasil passará a ser um dos paises com maior inserção de geração através de fontes renováveis, mas permanecendo com um potencial considerável ainda a ser explorado. Vale destacar que o principal objetivo do programa é a inserção de fontes de energia limpa na matriz energética, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para a preservação dos recursos naturais. Outro aspecto relevante do programa é a geração de empregos para prestadores de serviços e na indústria nacional, já que o PROINFA prevê a nacionalização de 60% dos equipamentos. Ainda assim, em função da razoabilidade dos custos e da atratividade dos empreendimentos, o PROINFA foi concebido como uma iniciativa voltada apenas para o sistema interligado, fazendo com que as regiões mais carentes do país como a Região Norte, partes do Centro-Oeste e do Nordeste não sejam beneficiadas pelo programa. Diante disso é importante destacar a necessidade de se criar um programa que atenda as particularidades destes importantes mercados. Quanto à Universalização no atendimento de energia elétrica, temos o prazer de parabenizar nossa equipe e em especial o nosso colega Jason Tibiriçá Ferrari, responsável pela elaboração do Projeto de Lei nº 3566-04 em parceria com o Dep. João Caldas (PL-AL) que visa a reinserção das mini e micro centrais nos benefícios da CCC. Estudos recentes indicam que nestas regiões as microcentrais só se viabilizariam através dos benefícios da CCC, daí a importância do projeto acima referenciado que corrige uma injustiça feita pela Lei 9648/98 e pela Resolução 784/02 da ANEEL. Through PROINFA (a program that encourages alternative sources of energy), which was an initiative of the Ministry of Mines and Energy, the participation of renewable sources of energy in the energy matrix is expected to be significantly increased. 1.1 GW was the amount established for each of the sources. Considering just the repowering of the plants in the sugar-alcohol sector, the estimated potential for SHPs is 14 GW and Biomass 4GW. This amount can be doubled if other types of biomass and wind energy are considered. Today, SHPs correspond to 1.9% of the energy matrix, biomass 1.8% and Wind energy only 0.3%. This way, Brazil will be part of a group of countries that present a substantial high insertion of generation out of renewable sources in their energy matrix, and a considerable potential will still be available to be used. It is important to highlight that the main objective of the program is the insertion of clean energy in the energy matrix, contributing towards sustainable development and the preservation of natural resources. Another interesting aspect is that besides creating jobs for service renders and in the national industrial sector, the program forecast the nationalization of 60% of the equipment. However, because of the reasonability of the costs and the attractiveness of the enterprises, PROINFA was conceived as a program aiming at the interconnected system only. The regions of the country that need the most – the North region, parts of the Center-west and the Northeast region – will not benefit from the program, despite their potential of renewable sources of energy. Consequently, it is important to observe the need to create a different program to meet the particularities of these important markets. As far as universalization is concerned, we have the pleasure to congratulate our team, particularly our colleague Jason Tibiriçá Ferrari, who was responsible for elaborating the Bill nº 3566-04 with Congressman João Caldas (PL-AL), which intends to re-integrate mini and micro plants into the CCC (Fuel Consumption Account) benefits. The importance of the project mentioned above is that recent studies have shown that micro-plants are only viable in these regions through the benefits coming from the CCC. This project will correct an unfair situation created by ANEEL’s Law 9648/98 and Resolution 784/02. Geraldo Lúcio Tiago Filho - Editor PCH Notícias & SHP News Sumário / Contents PCH Notícias & SHP News Editorial PROINFA Artigos Técnicos / Tecnical Articles Agenda 2 3 4 7 22 PROINFA 4 PROINFAoportunidade para as PCHs Camila Rocha Galhardo / Fabiana Gama Viana Diversificar a matriz energética através da utilização de fontes renováveis de energia (PCHs, biomassa e energia eólica), mediante o aproveitamento econômico dos insumos disponíveis e das tecnologias aplicáveis. Este é o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia PROINFA, instituído pela Lei nº 10.438/2002 e revisado pela Lei nº10.762/2003. O Programa prevê a implantação de 3300 MW de capacidade em instalações de produção com início de funcionamento até 30 de Dezembro de 2006. Pelo PROINFA, a compra da energia produzida está assegurada pela Eletrobrás pelo período de 20 anos. Além disso, farão parte do programa os empreendedores que preencherem todos os requisitos de habilitação descritos nos Guias e que tiverem seus projetos selecionados segundo os procedimentos da Lei 10.438/02. Ainda de acordo com esta Lei, o MME é o responsável pela edição e publicação dos Guias de Habilitação e pela divulgação dos valores econômicos correspondentes a cada tecnologia, cabendo à Eletrobrás a Chamada Pública e a posterior contratação. O MME abriu Consulta Pública para receber contribuições da socidade até 06 de Fevereiro de 2003. Em entrevista concedida ao PCH Notícias & SHP News, a Diretora de Energias Renováveis do MME, Laura Porto, fala do Programa e da importância deste no mercado de PCHs. MME Qual a avaliação do volume e da qualidade dos projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs apresentados no PROINFA? Na primeira Chamada Pública do PROINFA, foram apresentados 112 projetos de PCHs que totalizaram uma potência de 1.924,17 MW, superando as expectativas do Ministério de Minas e Energia - MME. São projetos eficientes que, em sua maioria, possuem bons fatores de capacidade e atendem às exigências dos órgãos ambientais para mitigação de impactos. Por apresentarem toda a documentação exigida no Guia de Habilitação – PCH de forma correta, ordenada e clara, 91,07% dos projetos candidatos foram habilitados. Do total de potência destes projetos, foram selecionados 1.100 MW, seguindo rigorosamente os comandos do artigo 3º da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002. Qual a importância do PROINFA para a difusão da tecnologia PCH no Brasil? Os primeiros sistemas elétricos do Brasil eram compostos basicamente por PCHs no tocante à geração, sendo a maioria deles construídos com a finalidade de abastecer sistemas de iluminação pública. Posteriormente, com a evolução dos sistemas elétricos, as PCHs passaram a proporcionar também tração elétrica e a mover máquinas e motores de indústrias. A partir da década de 70, com o crescimento da economia e o conseqüente aumento da demanda de energia elétrica, a necessidade de se criar uma economia de escala e de se reduzir significativamente os custos operacionais impulsionou a desativação de grande parte das PCHs , as quais foram substituídas pelas Grandes Centrais Hidrelétricas no país. Com a criação da figura do Produtor Independente e a instituição de alguns mecanismos de estímulo direcionados a PCHs, os quais reviram, inclusive, as condições de contorno que caracterizam estas centrais, houve um novo interesse por parte dos empreendedores em projetos de PCH, mesmo que de forma tímida. Com o PROINFA, entretanto, criou-se um novo marco na história das PCHs no país. Estabeleceuse um mercado seguro, com a assinatura de contratos de longo prazo garantidos pela ELETROBRÁS, Valores Econômicos atrativos e uma linha de financiamento especial do BNDES. Essas condições favoráveis voltaram a injetar ânimo na veia dos empreendedores brasileiros, reaquecendo o mercado de PCHs no Brasil, só que agora, de forma sustentável. Existe algum plano de acompanhamento da implementação do PROINFA? O MME, como coordenador do Programa, preocupa-se muito com os resultados do PROINFA. Dentro de um diálogo construtivo, o Ministério acompanhará todas as ações desenvolvidas pela Eletrobrás, BNDES, ANEEL, ONS, buscando uma exitosa implementação do Programa. Fará, também, valendose de estudos já contratados, uma avaliação dos impactos sócioeconômicos, ambientais, técnicos e financeiros dos projetos a serem Laura Porto implantados no PROINFA, considerando os aspectos peculiares das Vale destacar que o Programa contribuirá para tecnologias e a distribuição regional dos projetos. atender um dos maiores objetivos do Governo Esses resultados servirão de subsídio para a Federal que é crescimento com geração de expansão da oferta por meio de energia alternativa emprego e renda, ambientalmente sustentável e renovável. com redução de desigualdades regionais. Qual a importância e a dimensão do PROINFA na matriz brasileira e no contexto mundial? O PROINFA é um importante instrumento para a diversificação da matriz energética nacional, garantindo maior confiabilidade e segurança ao abastecimento. O Programa valoriza as potencialidades energéticas regionais e locais, descentraliza a geração de energia elétrica e introduz novos agentes de pequeno e médio porte no setor. Além disso, inova quando exige um índice mínimo de 60% na nacionalização dos equipamentos e serviços e assegura condições especiais de financiamento do BNDES. Do incremento previsto de 6.888 MW de capacidade a ser instalada em 2006, o PROINFA representará cerca de 48%. Talvez signifique, em MW, a maior inserção concentrada de fontes alternativas renováveis do mundo! No contexto mundial, o PROINFA está coerente com as políticas internacionais de incentivos a fontes alternativas. Estas políticas têm como vantagens estratégicas o desenvolvimento de uma indústria forte de tecnologias de fontes renováveis, a comercialização dos créditos de carbono oriundos dos projetos, a busca pela capacitação e qualificação da mão-de-obra e o investimento em P&D, permitindo a crescente redução de custos e uma conseqüente redução de subsídios. Qual o destino da energia gerada no PROINFA? O destino é o Sistema Interligado Nacional - SIN, o qual representa hoje cerca de 96,6% da capacidade de produção de eletricidade do país. Os pequenos sistemas isolados, localizados principalmente na região amazônica, não se beneficiarão da energia do PROINFA. Esses sistemas terão mecanismos adequados aos perfis PROINFA 5 PROINFA oportunity for the SHPs Trad. Adriana Candal Diversifying the energy matrix through the use of renewable sources of energy (SHPs, biomass and wind energy) with the economic use of the available natural sources and applicable technologies. This is PROINFA, a program to encourage the use of alternative sources of energy, which was instituted by Law nº 10,438/02 and revised by Law nº10,762/03. The program forecasts the implementation of 3300 MW of capacity in producing installations that will have been commissioned by December 30th, 2006. According to PROINFA the purchase of the produced energy is assured by Eletrobrás along a 20-year period. Besides, the entrepreneurs that will be part of the program are those who fulfill the eligibility requirements described in the Guide and whose projects are selected as determined by the procedures established by Law 10,438/02. Also, according to this Law, the Ministry of Mines and Energy (MME) is responsible for proclaiming and publishing the Eligibility Guides and for disseminating the economic values that correspond to each technology. Eletrobrás will be in charge of the Selection Process and, afterwards, the contraction. The MME carried out a Public Call to receive contributions from the society. The deadline was February 6th, 2003. In an interview for PCH Notícias & SHP News, the Director of Renewable Energy of the Ministry Mines and Energy, Laura Porto, talks about the Incentive Program for Renewable Energy. of PROINFA in the Brazilian matrix and history in Brazil was created. A safe market was What is your assessment of the amount in the world scenario? established with long term contracts guaranteed and quality of the SHP projects presented by Eletrobrás, Attractive Economic Values and a PROINFA is an important instrument for the in PROINFA? special credit line granted by BNDES (National diversification of the national energy matrix, In the first Selection Process of PROINFA, a assuring a more reliable and a risk-free energy Bank for Economic and Social Development). program encouraging alternative sources of supply. The Program values the regional and These favorable conditions once more injected energy, 112 SHP projects totalizing 1,924.17 MW local energy potentialities, decentralizes the spirit in the veins of the Brazilian entrepreneurs, were presented. These numbers were beyond generation of electric energy and introduces new re-heating the SHP market in Brazil, but this time MME´s (Ministry of Mines and Energy) small and medium-sized agents in the sector. in a sustainable way. expectations. Efficient projects, most of them Is there a plan to check the Besides, it innovates when it demands a minimal present good capacity factors and meet the index of 60% in the nationalization of the implementation of PROINFA? demands of the environmental organs in relation equipment and services and assures special MME, as the program’s coordinator, is to the mitigation of impacts. 91.07% of the financing conditions coming from projects were considered to be the BNDES. eligible, for all the documents “Com o PROINFA, entretanto, criou-se um novo marco na história Out of the 6,888 MW of capacity required by the SHP Eligibility das PCHs no país. Estabeleceu-se um mercado seguro, com a assinatura forecast to be installed in 2006, Guide were presented correctly de contratos de longo prazo garantidos pela ELETROBRÁS, Valores PROINFA will represent about 48%. and in a clear way. Following Econômicos atrativos e uma linha de financiamento especial do Perhaps, in MW, it represents the rigorously the commands of BNDES. Essas condições favoráveis voltaram a injetar ânimo na veia largest concentrated insertion of Article 3, Law 10438, April 26th, dos empreendedores brasileiros, reaquecendo o mercado de PCHs no alternative renewable sources in the 2002, 1,100 MW were selected out world! Brasil, só que agora, de forma sustentável.” of the total power of these It is worth highlighting that the projects. Program will contribute towards “However, with PROINFA, a new mark in the SHP history in Brazil What is the importance of meeting one of the greatest goals of PROINFA for the was created. A safe market was established with long term contracts the Federal Government: the dissemination of the SHP guaranteed by Eletrobrás, Attractive Economic Values and a special growth of the country with the technology in Brazil? credit line granted by BNDES (National Bank for Economic and Social generation of new jobs and income As far as generation is Development). These favorable conditions once more injected spirit in in an environmentally sustainable concerned, the first electrical the veins of the Brazilian entrepreneurs, re-heating the SHP market in way and with the reduction of systems in Brazil were basically Brazil, but this time in a sustainable way.” regional inequalities. composed by SHPs, and most of Within the world scenario, PROINFA them were built in order to supply is coherent with the international public illumination systems. incentive policies towards alternative sources. considerably concerned the results presented by Afterwards, with the evolution of electrical systems, These policies present strategic advantages such PROINFA. Through a constructive dialogue, the the SHPs started to provide electric traction and as the development of a effective industry of ministry will follow all the actions performed by drive industrial machines and engines. Eletrobrás, BNDES, ANEEL (National Agency renewable source technologies, the From the senventies on, with the economy growth commercialization of carbon credits coming from for Electric Energy), ONS (Brazilian Independent and the rise in the demand of electric energy, the the projects, the search for the capacitation and System Operator), so that the Program can be need for creating a scale economy and reducing qualification of the workforce and the investment implemented successfully. Based on studies that the operational costs significantly impelled the in R&D, allowing a growing reduction in costs have already been contracted, MME will also decommission of most of SHPs, which were carry out an evaluation of the socio-economic, and consequently a reduction in the subsidies. replaced by the large hydroelectric plants in the What is the destination of the energy environmental, technical and financial impacts country. generated in PROINFA? of the project that will be implemented through The creation of the Independent Producer and The destination is the National Interconnected PROINFA, considering the unique aspects of the the establishment of some mechanisms aiming technologies and the regional distribution of the System (SIN), which currently represents 96.6% at encouraging the implementation of SHPs, projects. These results will serve as subsidy for the of the electricity production capacity of the which also reviewed the classification patterns country Brazil. The small isolated systems located, expansion of the offer by using renewable that characterized these plants, nourished a new mainly, in the Amazon region will not benefit alternative energy. interest in SHP projects. from PROINFA’s energy. These systems will have What is the importance and the dimension However, with PROINFA, a new mark in the SHP PROINFA 6 energético e ambiental da região. A energia do PROINFA poderá ser absorvida localmente, por meio de sistema de distribuição ou despachada centralizadamente pelo ONS, por meio das linhas de transmissão. Neste caso, esta energia será considerada de base e prioritária no despacho. Os empreendimentos do PROINFA, na sua grande maioria, serão caracterizados como geração distribuída e contribuirão para o atendimento ao Programa Luz Para Todos, uma vez que muitos estão localizados em regiões na quais ainda não há fontes locais ou extensão de rede. Qual o poder do PROINFA como multiplicador? Quando um Programa adota regras claras e estáveis ele tem uma resposta positiva dos empreendedores e da sociedade civil. Ele se torna referência para o Executivo e para o Legislativo, também. Há um significado político, econômico e até cultural, uma vez que há quebra de paradigmas e de preconceitos. Ele pode ser multiplicador como modelo de política de incentivo para outros países com características semelhantes à brasileira. Pode ser visto também como modelo de postura governamental, a qual acreditou no Programa e o implementou, fazendo os aperfeiçoamentos possíveis. O PROINFA é multiplicador também de novos agentes no setor, de novos empregos e de novas pesquisas. O que o Ministério de Minas e Energia projeta para ampliar a difusão de aproveitamentos hidrelétricos menores que 1.000 kW? O MME pretende estruturar mecanismos de incentivo para a implantação de mini, micro e pico aproveitamentos hidrelétricos, principalmente em sistemas isolados da Amazônia Legal. Tais mecanismos serão incluídos na proposta do Governo de ampliar a participação das energias alternativas renováveis na matriz energética brasileira, e estarão em consonância com os objetivos do Programa Luz para Todos. mechanisms that are suitable for the energetic and environmental profiles of the region. The energy from PROINFA may be locally absorbed by means of distribution systems or it may be delivered by ONS in a centralized way by using power lines. In this case, this energy will be considered as base energy and will its delivery will be a priority. Most of PROINFA’s enterprises will be characterized by distributed generation and will contribute towards the program ‘Light for Everyone’, for many of them will be located in regions where there are no local sources or grid extensions. How powerful is PROINFA as a multiplier? When a Program adopts clear and stable rules it has a positive response from the entrepreneurs and the society. It also becomes a reference for the Executive and Legislative Powers. Once paradigms and prejudices are shattered, there is an economic, political and even a cultural meaning. PROFINFA can be a multiplier as a model of incentive policy for other countries whose characteristics are similar to Brazil’s. It can also be seen as a model of Government attitude, which believed in the Program and implemented it, carrying out the possible improvements. PROINFA is also a multiplier of new agents in the sector, new jobs and new researchers. What is the Ministry of Mines and Energy planning to broaden the dissemination of hydroelectric potentials that are smaller than 1,000 kW? The MME intends to structure incentive mechanisms aiming at the implementation of mini, micro and p ‘pico’ hydroelectric potentials, mainly in isolated systems in the Legal Amazon. Such mechanisms will be included in the Government’s proposal to enlarge the participation of renewable alternative energies in the Brazilian energy matrix, and they will be in harmony with the goals of the Program ‘Light for Everyone’. Esta entrevista teve a colaboração dos assistentes Augusto Machado e Samira Sousa. Contributed to this interview: Augusto Machado and Samira Sousa. Artigo Técnico 8 Energia do Biogás do Reuso da Água do Esgoto dentro do Planejamento Energético MIGUEL EDGAR MORALES UDAETA - GEPEA / USP FRANCISCO DE ARAGÃO ANTUNES MACIEL - GEPEA / USP Resumo O objetivo deste trabalho é analisar as possibilidades de aplicação como recurso energético a partir do lodo residual obtido pelo tratamento de águas de esgotos urbanos (para reuso da água). Para atingir esse objetivo, neste trabalho também é analisada a possibilidade de geração de energia elétrica através do bombeamento das águas do Rio Pinheiros para a represa Billings e geração posterior na Usina de Henry Borden, onde a quantidade de lodo produzida faz necessário um estudo para se tratar essa grande quantidade de matéria orgânica da melhor forma possível, bem como o analisar o acúmulo de créditos carbono devido à redução de emissão de carbono à atmosfera, decorrente do uso adequado do gás metano produzido, que é altamente poluente causador do efeito estufa. Dentre os benefícios gerados pela utilização adequada do lodo residual podese citar a produção de energia elétrica. O aproveitamento energético a partir do lodo residual insere-se em um contexto de desenvolvimento sustentável e dos mecanismos de desenvolvimento limpo, ou seja, produzir energia elétrica a partir de fontes renováveis que produzam menos poluentes que as fontes convencionais. Através da análise feita a respeito da utilização do lodo residual do tratamento de esgoto para a geração de energia elétrica, pode-se constatar a necessidade deste tratamento e os benefícios que este projeto pode trazer para a sociedade e ao meio ambiente. Benefícios que geram conseqüências imediatas, como a geração de energia, desenvolvimento de tecnologias alternativas e também benefícios a longo prazo como a conscientização em relação a preservação do meio ambiente e principalmente gerar um desenvolvimento sustentável e limpo para que futuras gerações possam aproveitar os recursos que o meio ambiente oferece. AbstractT The aim of this paper is to assess the possibility of attaining energy gain from the residual sludge resulting from the treatment of urban sewage water. In this work will be approach to the possibility of indirect generation of electricity pumping water from the Pinheiros river to the Billings Dam (after cleaning the water in an complex flotation process that is the water reuse), which in turn generates electricity at the Henry Borden plant; accumulation of credits due to the reduction of carbon emission to the atmosphere as a result of the adequate use of the methane gas, one the greenhouse gases. A preliminary case study will be done for the Pinhei- GERALDO FRANCISCO BURANI - IEE / USP PAULO HELIO KANAYAMA - GEPEA / USP ros river, where the amount of sludge produced from the water reuse reaches a startling level, compelling the study for the best possible ways to processes and eliminate this great amount of organic matter. Obtaining energy gain from residual sludge fits in the comprehensive context of sustained development which in turn supports the concept of clean energy production and renewable sources use, less pollutant the conventional ones. A benefit inherent to the proper use of that kind of sludge is the clean generation of electricity as distributed generation. 1. Introdução A água é um elemento fundamental à vida, seus múltiplos usos são indispensáveis às atividades humanas, sendo assim a água deve ser utilizada de forma consciente e eficiente. Uma das formas de uso da água, evitando o uso de água destinada ao consumo humano, é a utilização de água de reuso produzida dentro de estações de tratamento de esgoto para fins tais como lavagem de ruas e pátios, lavagem de veículos, geração de energia, etc.Assim como é importante o uso sustentado da água, deve-se despertar para a importância do uso sustentado de toda e qualquer forma de energia. Torna-se cada vez mais importante o desenvolvimento de tecnologias que possam ser empregadas na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como por exemplo, a biomassa, a energia solar e eólica. Uma das formas de biomassa que pode ser utilizada como fonte de combustível é a matéria orgânica denominada lodo residual, produzida juntamente com a água de reuso no tratamento de águas de esgotos. Com o processamento do lodo residual através dos processos de Pirólise Rápida, Tocha de Plasma e Biodigestão torna-se possível a geração de energia elétrica e a adequada eliminação dos resíduos. Com a correta utilização do lodo gera-se uma importante fonte de matéria prima para a geração de energia e conseqüentemente um desenvolvimento sustentado, devido à renovação e constante produção de lodo. Outro fator relevante é a contribuição com os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, que de acordo com o protocolo de Kioto, os países desenvolvidos deveriam reduzir a emissão de gases que contribuam com o efeito estufa, ou então incentivar e patrocinar estudos e implementações de projetos em países subdesenvolvidos para obter esta redução de emissão de gases poluentes. 2. Opções Energéticas As formas de aproveitamento energético para as águas tratadas de esgoto, são: 1a) Direta: utilizando diretamente a água tratada como forma de geração em hidrelétricas; 2a) Indireta: em termelétricas, utilizando o lodo residual do esgoto tratado como fonte de energia de biomassa. Esta última será nosso foco de trabalho, mas a utilização da água também será estudada como forma de incrementar a receita de empresas que venham a implementar as soluções que serão apresentadas e tornar o balanço energético positivo, caso não seja, minimizar os custos de geração, já que será utilizada uma fonte que a princípio seria descartada. O tratamento do lodo residual pode ser feito através da Pirólise Rápida, Tocha de Plasma e Biodigestão. A seguir serão descritos estes processos de tratamento do lodo residual. 2.1 Tocha de Plasma Quando um gás é aquecido a temperaturas elevadas há mudanças significativas em suas propriedades. A 3.000 oC, os átomos são ionizados pela perda de parte dos elétrons. Este gás ionizado é chamado de plasma. No estado de plasma o gás atinge temperaturas extremamente elevadas que podem variar de 5.000 - 50.000 °C de acordo com as condições de geração. Um gerador de plasma (tocha de plasma) é um dispositivo que transforma energia elétrica em calor transportado por um gás. As tochas de plasma já estão em uso há anos na indústria metalúrgica e siderúrgica e estão sendo utilizadas também para dar fim à substancias perigosas e poluentes como, por exemplo, lixo hospitalar, drogas e outros materiais. Por meio da tocha de plasma, o conversor de resíduos a plasma (CRP) produz eletricamente um campo de energia radiante de altíssima intensidade que aplicado sobre os resíduos produz a dissociação das ligações moleculares existentes nos compostos sólidos, líquidos, sejam eles perigosos ou não, orgânicos ou inorgânicos. O jato de plasma é gerado pela formação de um arco elétrico, através da passagem de corrente entre o catodo e anodo, e a injeção de um gás (qualquer gás) que é ionizado e projetado sobre os resíduos. É importante notar que no processo a plasma não há combustão ou queima dos componentes do resíduo, não gerando compostos perigosos provenientes da combustão como dioxinas, furanos e outros. Na Fig. (1) pode ser observado o esquema da tocha de plasma. Artigo Técnico 9 abrangente; o bio-óleo é incompatível com combustíveis convencionais e; são necessários sistemas dedicados de manuseio com o combustível. 2.3 Biodigestão Figura 1 Esquema da Tocha de Plasma A redução de volume de materiais sólidos obtidos em um conversor de resíduos a plasma pode atingir 300 para 1 ou mais, virtualmente eliminando todo o material processado. Quando os resíduos carregados são de alto poder calorífico o sistema poderá ter balanço energético positivo, permitindo a recuperação de energia em quantidade superior à despendida no processo. Algumas vantagens da utilização da tocha de plasma são: · Processo é ambientalmente correto, pois o nível de emissão de gases poluentes é muito inferior às exigências das leis ambientais. · Elimina qualquer necessidade de tratamento subseqüente, estocagem ou disposição em aterros especiais. O material residual resultante é um material inerte e vitrificado podendo ser utilizado, por exemplo, em pavimentações. · Redução de volume extremamente elevada, a frações podendo ser inferiores a 1%. . Possibilita a cogeração de energia, com a produção de energia elétrica, vapor e/ou frio. · Eliminação de substâncias perigosas ou poluentes. A princípio, o processo da tocha de plasma apresenta diversas vantagens com relação ao meio ambiente, porém do ponto de vista energético deve-se fazer um estudo maior devido a forte dependência do poder calorífico do material processado e da energia produzida, dependendo do material o balanço energético pode ser negativo. 2.2 Pirólise Rápida Pirólise Rápida é, por definição, uma decomposição térmica que ocorre na ausência de oxigênio. É também o primeiro passo nos processo de combustão e gaseificação, onde é seguido por uma oxidação total ou parcial dos produtos principais. Temperaturas de processo mais baixas e períodos mais longos de permanência de vapor favorece a produção de carvão vegetal. Altas temperaturas e períodos mais longos de permanência de vapor aumentam a conversão de biomassa em gás, e temperaturas de processo moderadas e períodos curtos de perman6encia de vapor são ótimos para a produção de líquidos. Após o resfriamento e condensação, é formado um líquido marrom escuro que tem a metade do poder calorífico do óleo combustível convencional. A Pirólise Rápida é um dos mais recentes processos dentre uma família de tecnologias que converte biomassa – na forma de lenha ou resíduos agrícolas – em produtos de alto valor energético incluindo gases, líquidos e sólidos. A pirólise rápida é a única em que o produto principal é líquido, com vantagens de armazenamento e transporte. A pirólise rápida possui apenas 20 anos de desenvolvimento, comparado com centenas de anos para a gaseificação e milhares de anos para a combustão, mesmo assim já está sendo vista como candidato à líder no setor de energia renovável à medida que passar das pesquisas para usinas em escala comercial. Qualquer forma de biomassa pode ser considerada para a pirólise rápida. A maior parte do trabalho tem sido feita com a lenha, porém aproximadamente 100 diferentes tipos de biomassa estão sendo testados por vários laboratórios, dentre eles resíduos agrícolas como palha, caroço de azeitonas e casca de nozes, e resíduos sólidos como lodo de esgoto e resíduos de couro. O bio-óleo produzido a partir da pirólise rápida pode substituir o óleo combustível ou o diesel em muitas aplicações estáticas incluindo caldeiras, fornos, motores e turbinas para geração de eletricidade. No caso da produção de energia elétrica temos um exemplo de aplicação onde pelo menos 500 horas de operação foram alcançadas nos últimos anos em vários motores de unidades de testes laboratoriais, motores modificados de duplo óleo combustível de 1,4 MW. Um dos motores é um motor de 250KW de duplo combustível que chegou a aproximadamente 400 horas, incluindo várias jornadas de 9 horas, e com energia sendo gerada por 320 horas. Uma turbina a gás foi modificada e funcionou com sucesso com o bio-óleo. Algumas vantagens da pirólise rápida são: a facilidade de armazenamento e locomoção devido a maior quantidade de produto produzido ser na forma líquida e; a utilização de várias formas de biomassa Algumas desvantagens são: o custo do bio-óleo, que é 10% a 100% maior que combustíveis fósseis; a falta de padrões para uso e distribuição do bio-óleo, e qualidade inconsistente, impedem o uso mais O biogás é uma mistura gasosa combustível, produzida através da digestão anaeróbia, ou seja, pela biodegradação de matéria orgânica pela ação de bactérias na ausência de oxigênio. Esse é um processo natural que ocorre em pântanos, mangues, lagos e rios, e é uma parte importante do ciclo biogeoquímico do carbono. Produzido dessa maneira, o biogás não é utilizado como fonte de energia. A produção de biogás também é possível a partir de diversos resíduos orgânicos, como estercos de animais, lodo de esgoto, lixo doméstico, resíduos agrícolas, efluentes industriais e plantas aquáticas. Nesse caso, quando a digestão anaeróbia é realizada em biodigestores especialmente planejados, a mistura gasosa produzida pode ser usada como combustível, o qual, além de seu alto poder calorífico, de não produzir gases tóxicos durante a queima e de ser uma ótima alternativa para o aproveitamento do lixo orgânico, ainda deixa como resíduo um lodo que é um excelente biofertilizante. Um exemplo de utilização de biodigestores é a produção de biogás pela Sabesp na estação de tratamento do Barueri, este gás produzido é utilizado na geração de energia elétrica através de motores e microturbinas, que supre parte da energia elétrica consumida na Estação. O biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de: · Metano (CH4): 40 – 70% do volume de gás produzido. · Dióxido de carbono (gás carbônico, CO2): 30 – 60% do volume de gás produzido. · Hidrogênio (H2): 0 – 1% do volume. · Sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, H2S): 0 – 3% do volume. O poder calorífico do biogás é aproximadamente 6 kWh/m3, o que corresponde a aproximadamente meio litro de óleo diesel. O principal componente do biogás, quando se pensa em usá-lo como combustível, é o metano. As vantagens da utilização do processo de Biodigestão são: · É um processo natural para se tratar rejeitos (resíduos) orgânicos. · Requer menos espaço que aterros sanitários ou compostagem. · Diminui o volume de resíduo a ser descartado. · É uma fonte de energia renovável. · Produz um combustível de alta qualidade e ecologicamente correto (a combustão do metano só produz água e dióxido de carbono, não gerando nenhum gás tóxico). · Maximiza os benefícios da reciclagem/ reaproveitamento da matéria orgânica. · Produz como resíduo o biofertilizante, rico em nutrientes e livres de microorganismos patogênicos. · Reduz significativamente a quantidade emitida de dióxido de carbono (CO2) e de metano (CH4), gases causadores do efeito estufa. As desvantagens da utilização do processo de Artigo Técnico 10 Biodigestão são: · Controle dos níveis ótimos das variáveis de operação dos biodigestores como: temperatura, teor de água, pH, nutrientes e impermeabilidade ao ar. · Formação de gás sulfídrico (H2S), um gás tóxico. · Necessidade de tratamento do gás obtido, dependendo da quantidade de gás sulfídrico. · Escolha do material na construção do biodigestor devido a formação de gases corrosivos. 3. Processo Escolhido Os estudos desenvolvidos revelaram que se os três processos analisados forem viáveis individualmente, os mesmos podem apresentar uma boa alternativa se trabalharem complementarmente, como é o caso escolhido. Analisando os três processos pré-selecionados, a biodigestão do lodo residual apresenta um balanço energético positivo, como era de se esperar. Pois, se o metano que é produzido naturalmente não for expelido diretamente na atmosfera, será queimado sem nenhuma forma de aproveitamento energético. A tocha de plasma que aparentemente poderia ser utilizado como uma outra maneira de obtenção de energia elétrica, também se mostrou inviável para essa finalidade, mas se é uma boa alternativa para eliminação de rejeitos indesejados para a sociedade; e a pirólise rápida por ser um processo relativamente novo, não está disponível em escala comercial, inviabilizando assim a sua utilização. Portanto a solução escolhida para atingir o objetivo de geração de energia elétrica, e ao mesmo tempo viabilizar o projeto, é a utilização da biodigestão complementada com a utilização da tocha de plasma. 3.1 Aspectos da Implementação A implementação dessa solução na cidade de São Paulo, mais especificamente no Rio Pinheiros, será feita através da utilização das Estações de Flotação e Remoção de Flutuantes (EFRF) que estão no curso do rio. Essas EFRF‘s farão o tratamento da água do rio e o lodo resultante receberá um tratamento físico-químico, pela adição de polímero que facilitará sua desidratação e sua centrifugação. Dessa forma, obtém-se ao final desse processo o lodo a uma concentração de 30%. A Figura 2 ilustra o processo de desidratação do lodo. A composição do lodo tem um comportamento sazonal, podendo variar em um curto período de tempo. Conforme pode ser verificado pelos gráficos abaixo, em questão de horas, a concentração de compostos orgânicos e inorgânicos podem ter seus valores alternando-se relativamente, dificultando o cálculo tanto do poder calorífico como da densidade aparente. Figura 2 Desidratação do Lodo Para estimar o poder calorífico do lodo, utilizou-se o valor de 900 kcal/kg e uma densidade de 0,780g/cm³ (Tab. 1). Densidade Aparente Volume do Lodo Produzido Massa do Lodo Produzido Poder Calorífico Poder Calorífico Total do Lodo (por dia) Potência Média Disponível para Geração 780 kg/m3 507 m3/dia 395850 kg/dia 900 kcal/kg 356265000 kcal = 1,49*1012 J 17.26 MW Tabela 1 Valores do Lodo 3.2 Energia do Lodo A potência que será transformada em energia elétrica dependerá do processo e das máquinas que serão utilizadas, levando-se em conta o rendimento de cada máquina e a utilização de ciclo combinado ou não no processo. Em termelétricas tradicionais, esse rendimento pode chegar a casa dos 50%. Se atingirmos esse valor, o lodo poderia produzir certa de 8,6MW de potência elétrica média. 3.3 Análise Econômica Para se conhecer os benefícios do processo proposto, é necessário conhecer o que se muda após a sua implementação. Além de benefícios intangíveis que serão citados posteriormente, deve ser feita também uma análise econômica comparando os dois processos: atual e proposto. Atualmente existem três etapas que representam custos altos para a despoluição do Pinheiros. O tratamento em si da água necessita de uma energia de 0,117 kWh/m³, sabendo-se que a vazão do Pinheiros é de 10m³/s, seria necessário mais de 3 GWh/mês. Depois disso, o lodo resultante passa por um processo de inertização o que possibilitará sua destinação em aterros sanitários. Para cada m³ de água tratada, são adicionados 30g de cal virgem, assim, serão necessários 777 toneladas de cal por mês a um custo de R$ 240/ ton, totalizando um custo com cal de R$186.624,00/mês. Depois de desidratado e inertizado, o lodo deverá ser transportado em carretas para aterros sanitários. O custo desse transporte está estimado em R$ 20,00/m³ de lodo produzido. Atualmente o lodo inertizado produzido é cerca de 1080 m³/dia, dessa forma, o custo total de transporte do lodo seria em torno de R$ 646.800,00/mês. Para finalizar a análise atual, basta saber o custo da energia gasta e para isso é necessário saber a curva de carga de todo tratamento, verificar o tipo de tarifa que se enquadra e calcular mais precisamente todo o custo energético, considerando a demanda e a energia, contudo para simplificar nosso cálculo estimamos o custo da energia em R$ 90,00/MWh, portanto a energia gasta por mês custaria R$ 273.000,00, totalizando um custo total de mais de R$ 1.100.000,00/mês, lembrando que esse custo está sendo estimado e que para deixá-lo mais fiel à realidade é necessário verificar o custo real pela tarifa em que se enquadra. No modelo proposto, o custo e a energia do tratamento se manterão (R$ 273.000,00 para 3GWh/mês), mas o lodo não deverá ser inertizado, muito pelo contrário, o lodo deverá manter suas propriedades bacteriológicas e entrar no processo de biodigestão onde produzirá os gases utilizados na produção de energia. Como visto anteriormente, a potência média útil produzida pelo biogás é de 8,6MW, podendo num mês produzir cerca de 6,2 GWh correspondendo a uma receita de R$ 557.000,00/mês. Para essa etapa, os dados foram obtidos para o lodo a uma concentração de 60%, por tanto, seria necessário conhecer também a energia gasta para desidratar ainda mais o lodo até a concentração de 60%. A secagem deverá ser térmica, portanto é necessário calcular a energia para evaporar esta quantidade de água considerando-se um determinado rendimento em função do processo a ser adotado. Após a produção do gás, o lodo passará pelo processo de vitrificação através da tocha de plasma. Nesse processo o lodo pode ter seu volume reduzido a 1%, como o volume era de 507m³/dia a uma concentração de 60%, após passar pela tocha de plasma seu volume se reduzirá a 5m³/dia ou 150m³/mês, e o custo de transporte desse volume será em torno de R$ 3.000,00/mês. Novamente, nos faltou nessa etapa conhecer a energia consumida pela tocha o que pode comprometer a viabilidade econômica sensivelmente, mas essa conclusão só poderá ser tomada depois de conhecido essa energia. Contudo a tocha não deixa de ser uma boa alternativa ecológica para o lodo. Depois que toda água do Pinheiros estiver tratada, poderá se rebombear 10m³/s (vazão natural do rio) em direção à represa Billings com a finalidade de geração extra na Usina de Henry Borden. Esse rebombeamento terá um gasto de 0,1035kWh/m³ e, portanto será necessário uma energia de 2,68GWh/mês. Em contrapartida, na usina de Henry Borden, cada 10m³ de água representa a geração de 1,639kWh, com a vazão de 10m³/s, serão quase 2.600.000m³/mês e, portanto será possível gerar mais de 42 GWh/mês. A diferença de energia produzida e consumida Artigo Técnico representará uma receita de quase R$ 3.600.000,00/mês. Ficará a critério da empresa utilizar a energia gerada, abatendo-se da energia contratada bilateralmente do fornecedor ou vende-a no mercado em momentos de crise energética aonde seu valor já chegou a R$ 600,00/MWh. Atualmente o valor nesse mercado é de R$ 4,00/MWh. Uma maneira alternativa de gerar mais receitas é a venda de créditos carbonos pela emissão evitada de gases estufa no processo, para isso, como a maior parte dos gases produzidos é o metano, e o crédito carbono é dado em US$/ton de CO2, deve-se verificar qual é a relação do metano com o dióxido de carbono para premiação.Verifica-se pela Tabela 2 que o processo proposto tem balanço positivo de cerca de R$ 3.800.000,00, obviamente negligenciando o processo de secagem, a tocha de plasma e os créditos carbonos, mas considerando novamente o custo da energia a R$90/MWh, ainda será possível gastar 42GWh/mês para esses dois processos, de forma que o processo total não deixe de ser autônomo, e ainda sem contar com a receita dos créditos carbonos. Tabela 2 - Balanço Energético e Financeiro Custo tratamento da água inertização (cal) 0,117 kWh/ m3 (273,00) (273,00) (187,00) verificar 900 kcal/kg tocha de plasma transporte do lodo Atual R$240/ton secagem do lodo energia do lodo Proposto 557,00 verificar R$20/m3 (3,00) bombeamento da água 0,1035 kWh/n3 (241,00) geração em Henry Borden 1,639 kWh/m3 3.823,00 US$ 6/ton verificar crédito carbono (CO2) TOTAL (em R$1000,00/mês) 3863 (647,00) atividade pesqueira tanto esportiva como comercial. 5. Conclusão Através desta análise feita a respeito da utilização do lodo residual do tratamento de esgoto para a geração de energia elétrica, pode-se constatar a necessidade deste tratamento e os benefícios que este projeto pode trazer para a sociedade e ao meio ambiente. Benefícios, vinculados fundamentalmente ao reuso da água, pois é água o bem que cada vez mais se torna escasso. Benefícios que geram conseqüências imediatas, como a geração de energia, desenvolvimento de tecnologias alternativas e também benefícios a longo prazo como a conscientização em relação a preservação do meio ambiente e principalmente gerar um desenvolvimento sustentável e limpo para que futuras gerações possam aproveitar os recursos que o meio ambiente oferece. Finalmente deve-se ressaltar que a possibilidade de implementar mecanismos de desenvolvimento limpo, quer vinculados ou não a mandato global via Quioto, concretizam a possibilidade de um consumo sustentável realista que implica efeitos diretos na redução de resíduos e materializam sempre o desenvolvimento sustentável. Ou mais ainda fazem credível a exeqüibilidade de um desenvolvimento sustentável onde as gerações futuras tenham tantas possibilidades quanto as atuais de habitar o planeta. 6. Bibliografia -1107 3.4 Créditos de Carbono Com o processo de tratamento do lodo residual e a conseqüente utilização do biogás como combustível na geração de energia, deixa-se de emitir na atmosfera o gás metano, o principal componente do biogás, que é altamente poluente, chegando a contribuir cerca de 23 vezes mais para o efeito estufa que o gás carbônico. De acordo com o Protocolo de Kioto que visa um desenvolvimento sustentável e desenvolvimento de mecanismos limpo, através da produção de energia por meio de fontes renováveis e que agridam menos o meio ambiente, os países desenvolvidos teriam que reduzir a emissão de gases poluentes e causadores do efeito estufa, ou então viabilizar e implementar projetos em outros países (subdesenvolvidos) nesta direção. Com isso, devido a redução de emissão de gás metano na atmosfera, o projeto de utilização do lodo residual de esgoto passa a acumular créditos carbono, que podem ser comercializados com os países que não conseguirem a redução de emissão de gases estipulada. Gera-se com isso receita para a viabilidade do projeto. 4. Benefícios Indiretos Na análise de obtenção de energia a partir do uso do lodo residual de esgoto tratado, é totalmente relevante considerar outras questões que podem influenciar a decisão de investimento na implementação de qualquer solução que venha a ser escolhida. Através dessa análise poder-se-ão observar benefícios indiretos, mesmo que o balanço energético do processo não seja positivo, ou seja, ganhos em qualidade de vida, tanto ambientalmente quanto socialmente. 4.1 Meio Ambiente Um aspecto imediato quanto à questão ambiental é a diminuição da poluição do Rio Pinheiros ou até mesmo a sua inteira recuperação que permitiria o retorno da vida aquática e a retomada de ciclos biológicos. 4.2 Transporte e Atividade Pesqueira O transporte fluvial além de representar uma alternativa para o caótico trânsito urbano, seria uma solução de baixo custo de operação e manutenção. Construção de marinas para barcos de pequeno porte, parques aquáticos próximo ao rio e talvez até utilizando sua água, construção de locais para Hespanhol, Ivanildo. et at. Proposta de reuso de esgotos tratados pela usina de geração de energia Carioba – II, CTH, maio de 2001. Kanayama, P.H. Minimização de resíduos sólidos urbanos e conservação de energia. São Paulo. 1999 Martins, Osvaldo Stella. et al. Produção de energia elétrica a partir do biogás resultante do tratamento de esgoto. CENBIO, abril de 2002. Menezes, Marco Antônio. et al. O Plasma Térmico – solução final para resíduos perigosos. Kompac, outubro de 1999 Pereira, Carlo Roberto. Sistema de flotação e remoção de flutuantes para a melhoria das Águas do Rio Pinheiros. EMAE, março de 2002. Reis, L.B. dos. Energia Elétrica para o Desenvolvimento Sustentável. EDUSP. São Paulo. 2001. Renewable Energy World. Towards the ‘biorefinery’. James x James. 2001 v.4 nº1. Jan-Fev 01 Site da Cetesb (http://www.cetesb.sp.gov.br) Site da EMAE (http://www.emae.sp.gov.br) Site da Kompac (http://www.kompac.com.br) Site da Sabesp (http://www.sabesp.com.br) Site da USP (06/06/2002) (http://www.usp.br/ jorusp) Site da USP (06/06/2002) (http://www.usp.br/ jorusp) Takabatake, A. Nishio, N.M. Produção de Energia Elétrica a partir dos Resíduos da Água, Relatório Final do Projeto de Formatura. PEA – EPUSP, Sao Paulo 2002. Artigo Técnico 12 Diseño, Construcción y Ensayo de una Turbina de Flujo Transversal para Generación Eléctrica en Sitios Aislados Laboratorio de Máquinas Hidráulicas (La.M.Hi.) Ariel R. Marchegiani ([email protected]) Depto de Mecánica Aplicada -Facultad de Ingeniería Universidad Nacional del Comahue Orlando A. Audisio ([email protected]) Buenos Aires 1400 - (8300)Neuquén - ARGENTINA Resumen En el Laboratorio de Máquinas Hidráulicas de la Facultad de Ingeniería (F.I.) de la Universidad Nacional del Comahue se estableció un programa de trabajo para el diseño y desarrollo de un pequeño grupo turbo generador hidráulico que pueda ser fabricado íntegramente por la industria local. Se estableció, también, que el mismo sea destinado a pequeños consumidores localizados en zonas poco pobladas y con recursos hídricos a su alcance y de esta manera permitir que estos accedan a la energía hidroeléctrica que generaría esta máquina. El programa de trabajo fue elaborado para una gama específica de potencias necesarias en consumidores domésticos y pequeños establecimientos industriales que no tienen fácil acceso a la energía eléctrica generada por las grandes centrales. En este artículo se presentan los resultados de proyecto, diseño y construcción de una turbina de flujo transversal de fabricación local realizados por el Laboratorio de Máquinas Hidráulicas de la Universidad Nacional del Comahue. La máquina diseñada es una turbina de flujo transversal de un diámetro de 200 mm. Los mejores valores de rendimiento fueron obtenidos para una altura de ensayo de 13.00 m., alcanzándose valores puntuales de 78%. Se obtuvieron, además, laS curvas características de la misma. Introducción Una instalación eléctrica se caracteriza, desde el punto de vista económico-financiero, por su elevado costo de inversión inicial y su bajo costo operativo frente a su alternativa de comparación, en general una central térmica convencional, la que posee un elevado costo de funcionamiento y mantenimiento. Este elevado costo inicial y un real sentido de la disponibilidad de los recursos, hizo que en un principio solo los sitios que ofrecían condiciones óptimas desde los puntos de vista hidráulicos, hidrológicos, geológicos, etc., fueran aprovechados como emplazamientos para generar hidroelectricidad. Sin embargo, el agotamiento de estos lugares, la conciencia de que los recursos no renovables realmente no se renuevan y por último, unas escaladas de costos en el precio de los combustibles líquidos, cuyo tope no se vislumbra, han hecho revertir las premisas iniciales y así actualmente, recursos que anteriormente eran desechados, son nuevamente analizados a la luz de elementos cambiantes de evaluación económica. La República Argentina, y en especial la zona cordillerana de ésta, posee recursos hídricos de gran potencial para ser desarrollados a través de pequeños aprovechamientos hidroenergéticos, como una alternativa para la producción de energía eléctrica confiable y a bajo costo en sitios aislados. En este contexto juegan un papel fundamental las máquinas de fabricación local. Planteo del Problema El diseño y desarrollo de este pequeño grupo generador estará circunscrito a tener en cuenta las siguientes premisas básicas: a).- Diseño sencillo y económico. b).- Rendimiento aceptable. c).- Posibilidades de fabricación en establecimientos industriales locales. d).- Fácil montaje, mantenimiento y operación de la misma. Todas estas pautas se encuadran dentro del concepto de “Tecnología Apropiada”; este término fue tomado en cuenta seriamente y como objetivo básico es el de un diseño apropiado y adaptado a la capacidad de los pequeños talleres industriales de la zona. Parámetros del Funcionamiento En la zona cordillerana de Río Negro y Neuquén existen recursos hídricos donde alturas que oscilan entre 10 y 20 metros y caudales disponibles de hasta 200 litros por segundo son fácilmente obtenibles y además existen costos de transmisión que pueden ser muy altos en comparación del costo de producción de la misma. Para llegar a obtener el valor límite del campo de aplicación se debió realizar, previamente, un relevamiento de los recursos hídricos de la zona de posible aplicación de la máquina. Además, para llegar a estos parámetros límites tuvo en cuenta que para una casa ubicada en un lugar aislado de la zona cordillerana antes mencionada y habitada por una familia tipo, se tiene un consumo promedio de 1,5 Kw; a esto habría que agregarle la posibilidad de que exista algún motor eléctrico que acciona ya sea una máquina para aserrar leña, una bomba de agua, etc. Como conclusión de este análisis se llega a los siguientes parámetros operativos límites: Rango de Altura: 8 a 20 metros Rango de Caudales: 30 a 100 l/s. Estos rangos de operación cubren un gran espectro de los pequeños recursos hídricos existentes de la zona de estudio. Diseño e Construcción de la Turbina Figura 1 El rendimiento hidráulico de una turbina de flujo transversal es fuertemente afectado por la configuración del rotor y del inyector. De acuerdo a lo expuesto precedentemente se diseñó una máquina cuyas características son las siguientes: Diámetro D [mm]: 200 mm. Ancho B [mm]: 100 mm. En las figuras 2 y 3 puede verse la turbina desarmada y en el momento del ensayo. Artigo Técnico 13 Figura 3 Figura 2 Ensayo de la Turbina Los ensayos de rendimiento y determinación del campo de operación de la turbina fueron llevados a cabo en el Laboratorio de Máquinas Hidráulicas de la Facultad de Ingeniería de la Universidad Nacional del Comahue, a fin de determinar la perfomance, rendimiento y campo de operación de la misma. El ensayo se realizó para un rango de caudales a fin de determinar el campo de operación de la misma. Los métodos de medición fueron aplicados conforme a las reglas de la IEC [1] , la BSI [2], y la DIN [3]. Se determinaron el rendimiento óptimo de la turbina con su correspondiente punto de operación. Se determinó además el campo de operación de la máquina para distintos caudales. Los resultados fueron analizados y combinados en distintos diagramas que dan un conocimiento acabado del funcionamiento de la turbina. La perfomance de una turbina hidráulica es medida por su rendimiento. En general el rendimiento es una indicación de que porcentaje de la potencia entregada por el agua a la turbina es transformada en potencia mecánica en el eje. Los diagramas que acompañan este trabajo muestran los resultados de los ensayos realizados. La turbina no posee distribuidor por lo que el ensayo se tomó como apertura de distribuidor, fija A0 = A0 max = 100%. Los resultados obtenidos en los ensayos con salto modelo igual a 13 m y 14 m, se analizaron agrupándolos según fuera la variable o parámetro cuyo estudio de detalle quisiera realizarse. Figura 4: curva de rendimientos para un salto de 13 m Figura 5: curva de potencias para un salto de 13 m Figura 6: curvas de rendimientos para diferentes saltos Artigo Técnico 14 Regulación de la Turbina La regulación de la generación será realizada mediante un sistema electrónico desarrollado en el Universidad Nacional del Comahue que trabaja en el modo de derivación de cargas en forma automática hacia el banco de resistencia que lleva incorporado. El banco de resistencias disipa la energía al medio ambiente calentando el aire circundante o agua para uso doméstico. Se basa en un dispositivo electrónico microcontrolado destinado a regular frecuencia por absorción de carga. El regulador de frecuencia mide la frecuencia de línea y adecua el valor de la carga secundaria (resistencias) para mantener la frecuencia constante. Es posible programar diferentes parámetros del regulador en función del comportamiento global del sistema generador e incorporar dispositivos auxiliares (indicadores, instrumentos de medición, alarmas). Figura 7: Esquema del Principio de Funcionamiento El diagrama anterior ilustra el principio de funcionamiento del regulador de frecuencia a caudal constante. Como puede apreciarse, cualquier modificación en la carga primaria o en la carga hidráulica se traduce en una variación de la velocidad de la máquina. Es aquí donde actúa el sistema regulador, conectando carga secundaria si la frecuencia se encuentra debajo del límite inferior establecido (por ejemplo 49.5 Hz), o disminuyendo el valor de ésta si la frecuencia excedió el límite superior programado (por ejemplo 50.5 Hz). Si el valor de la frecuencia se encuentra dentro del rango mencionado, no se modifica la cantidad de carga secundaria conectada al sistema. Todas estas acciones tienen como objetivo mantener la velocidad de la máquina en su valor nominal y corregir las posibles variaciones en la frecuencia de la línea. Evaluación de Costos La operación de una micro central es más simple y barata que una instalación diesel. Una de las mayores desventajas de este tipo de aprovechamientos es su alto costo de capital. El costo total de esta microturbina es de aproximadamente U$S 1.200,-, el regulador U$S 1.500, a lo que debe sumarse un generador standard. Es decir, el costo del kilowatt instalado es de U$S 450. Estos costos son competitivos con la generación diesel, además del beneficio que trae aparejado la sencillez de operación y mantenimiento de esta instalación. Conclusiones En base a resultados logrados puede decirse que la turbina Michell-Banki presenta una alternativa favorable en cuanto a su aplicación a pequeños aprovechamientos hidroenergéticos. Las ventajas inherentes a su concepción y diseño hacen factible su fabricación en industrias locales que no posean tecnologías de producción complejas; además, esto otorga una seguridad respecto de la disponibilidad de repuestos, lo cual puede definir, en muchos casos, la aplicación del equipamiento propuesto. En situaciones de aplicación como las expuestas, donde los equipos deben brindar un servicio confiable en condiciones de trabajo continuo y escaso mantenimiento, el equipamiento empleado debe tener robustez y confiabilidad. La situación actual, muestra claramente que las posibilidades de un país de acceder a niveles acordes en la calidad de vida, esta íntimamente ligada a la condición indispensable de marchar hacia una tecnificación creciente de los procesos, de manera tal de permitir a través del mayor valor agregado de la producción y la educación, el saneamiento de su economía y la generación de trabajo y recursos para la sociedad. Referencias [1] Marchegiani A. R., Audisio O. A., “ENSAYO PARA LA DETERMINACIÓN DEL CAMPO DE OPERACION DE UNA TURBINA MICHELL-BANKI: REPORTE FINAL”, Universidad Nacional del Comahue, Noviembre de 2002, Neuquén - Argentina. [2] Mare, J. B. - Odello, L., “REGULADOR DE FRECUENCIA INTELIGENTE PARA MICROCENTRALES HIDROELÉCTRICAS”, IX Encuentro Latinoamericano y del Caribe Sobre Pequeños Aprovechamientos Hidroenergéticos (IX ELPAH) , Neuquen, 5-9 de Noviembre de 2001. Esta publicação conta com o apoio de: This publication has the support of: Artigo Técnico 15 Evaluation of Small Run of River Hydro Energy Contribution – a Comparative Analysis Heinz Dieter Oskar August Fill ([email protected]) - DHS / UFPR Miriam Rita Moro Mine ([email protected]) - DHS / UFPR - UFRGS Eloy Kaviski ([email protected]) - DHS / UFPR - LACTEC Introduction The Research group for power supply studies at the Hydraulics and Sanitation Department of the Universidade Federal do Paraná (UFPR) is currently developing a research project aimed at the development of new methodologies for the evaluation of small hydro plant energy contribution. This project is supported partially by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, the Fundo Setorial de Energia – CT-ENERG and the Centro de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza– CEHPAR. Motivation After the restructuring of the Brazilian electric energy sector and the creation of the so called energy relocation mechanism (MRE) the concept of “assured energy” became a parameter of fundamental importance in the expansion and operation planning of the interconnected electric network as well as in determining the financial return of generating equipment. The assured energy of a hydroelectric plant is issued for each plant by the Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, and serves essentially two purposes: (i) to establish an upper limit for energy supply contracts and (ii) to define the share of each generating plant on the total amount of energy generated in the system by hydro plants. For the establishment of the assured energy it is necessary to consider that exceedingly high values lead to the collapse of the reliability of the system. Additionally care should be taken to guarantee a fair and equitable treatment to all generating plants in particular with respect to the allocation of interconnection benefits. In the special case of small hydro plants (run of river plants with less than 30 MW) a recent resolution of ANEEL [1] establishes that the assured energy will be equal to the average natural energy inflow, censoring these by the installed plant capacity and using a historical record of at least 30 years. This methodology presents several problems both conceptually and methodologically which have been outlined by various documents presented by agents of the interconnected system [2, 3, 4]. The research project being developed by the Hydraulic and Sanitation Department of Universidade Federal do Paraná will analyse some of the features of the resolution of ANEEL, in order to contribute to a more accurate and fairer methodology to define the assured energy of a small hydro plant. Methodology The Agência Nacional de Águas (ANA) also presented recently a proposal of a methodology to compute the assured energy of hydro power plants [5]. This methodology, aimed essentially at large hydro plants, defines the assured energy of an interconnected system as the maximum load that the system will be able to supply without deficits during the repetition of the historical record of inflows. Thus in the view of ANA, assured energy is equivalent to firm energy. The assured energy of an individual plant is defined as the incremental energy (first added basis) added by the plant to the system. Márcia Regina Chella ([email protected]) - DHS / UFPR Cleverson de Freitas - DHS / UFPR The firm energy of a hydroelectric system is usually estimated by simulation either considering the operation of each plant individually, either grouping many plants into an equivalent plant by means of the so called Natural Energy Hydrograph Method [6, 7]. The incremental energy may be estimated by computing the difference between the firm energies of the system with and without the plant in question. This method obviously may lead to important relative errors when the incremental energy is only a small part of the system’s firm energy, because errors due to approximations in the mathematical representation of the plants will be amplified by this procedure. Another way to estimate the assured energy is to consider it equal to the load which can be supplied by the system (i. e. the system capability) with a specified reliability. When this estimate is obtained by the simulation of the system with synthetic streamflow sequences (Monte Carlo Method) the estimate of the assured energy is affected by the sampling error of the simulation. In this case the capability of the system is a random variable. Because the variance of the difference of two random variables is equal to the sum of their variances (less twice their covariance) the sampling error may be amplified, particularly in case of small hydro plants. To avoid this problem an analytical method based on the statistical properties of both the system and the plant has been proposed [8, 9]. The uncertainties of the analytical method are restricted to the limited knowledge of the statistical properties and to the need of a simplified representation of the interconnected system. If one assumes assured energy equal to firm energy in case of small run of river plants the assured energy may be computed by the censored mean of the plants natural energy inflow over the system’s critical period. It is also assumed that the critical period does not change by the addition of the new plant, which is a reasonable assumption for small plants. The critical period is defined as the part of the historical record during which all active storage of the system is entirely depleted in order to supply firm energy. Because usually system simulations are realized on a monthly basis one is induced to do the censoring also on the mean monthly flows. However in this case, spilling on high flow days during a medium flow month would be neglected. One of the objectives of this research project is to evaluate how this fact introduces a downward bias on the assured energy estimate. The Monte Carlo Method will be used with natural inflows at selected small hydro sites in basins with distinct hydrologic characteristics. Another objective of the research is the comparative analysis of the criteria proposed by ANA and ANEEL for the estimation of the assured energy of a small hydro plant. The regulation factor is defined, similarly to the problem of flow regulation by a reservoir, being simply the ratio of firm and average energy capability of a plant or a system [9]. The proposal of ANEEL, by equaling the assured energy to the censored mean is equivalent to assuming a regulation factor of one. However this would be theoretically possible only for negative correlation between plant inflow and the system’s natural energy or when the censoring level is extremely low. These conditions of seldom prevail for a real electric power system and therefore the regulation factor is usually less than unity. This factor depends on the variability of the flows, the correlation between plant flows and system natural energy (i. e. the location of the plant) and the level of censoring (i. e. the plant installed capacity). One of the expected results of this research project is the analysis of the regulation factor as a function of the plant localization and the level of censoring for several small hydro sites in South and South-East Brazil considering both ANA and ANEEL criteria for the estimation of the assured energy. The analysis will be based essentially on the historical record of inflows using the criteria of ANA as well as those of ANEEL. The results will be compared with the probabilistic model proposed by FILL [9] in order to estimate to risk of failure for both proposals. For the computation of the statistics a common period of record will be used for all sites and simulation will be carried out with mean monthly flows. Contribution of thermal plant both conventional and nuclear on the system’s assured energy will not be considered. Only the pool of hydroelectric plants within the Brazilian South / South-East interconnected system will be analysed in this research. For the evaluation of the system’s critical period the Natural Energy Method [10] will be used. References [1] BRASIL, Resolução conjunta ANA/ANEEL no. (Sugestão a ser analisada na SOU) – 05/12/2001. [2] CEHPAR, PROJETO HRG –163 – Uso do mecanismo de realocação de energia (MRE) para centrais hidrelétricas não despachadas centralizadamente. Contribuições à audiência pública ANEEL AP 001/2001. [3] ELEKTRO, Comentário da ELEKTRO referente à audiência pública 01/2002. [4] GERASUL, Audiência Pública ANEEL n. 001/2001. Contribuições da Gerasul. [5] CÂMARA de gestão da crise de energia elétrica. Propostas de metodologia de cálculo de energia assegurada de usinas hidrelétricas e para o mecanismo de realocação de energia – MRE – Energia Brasil - 07/06/2002. [6] FILL, H. D. Estudos energéticos. Revista Paranaense de Desenvolvimento, n. 6, 1979. [7] FILL, H.D. O método da energia natural como técnica de simulação em estudos energéticos. Revista Técnica do Instituto de Engenharia do Paraná , n. 20, p-38-44, 1980. [8] FILL, H. D.; KAVISKI, E. Análise de risco para programas de expansão de mananciais de abastecimento de água. In: VII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS (ABRH), 1987, Salvador, Anais, 1987. [9] FILL, H. D. Avaliação analítica da energia garantida incremental de uma usina hidrelétrica. In: VIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS (ABRH), 1989, Foz do Iguaçu, Anais, 1989. [10] CANAMBRA ENGINEERING CONSULTANTS. Power Study of South Brazil, App. XVII, Curitiba, 1969. Artigo Técnico 16 SHP: Investment Decision Considering Uncertainty Paulo R. F. de Moura Bastos Edson da Costa Bortoni Mônica Silveira Summary The new model just implanted in the electrical system allows more chances to entrepreneurs through the participation as agents on power generation. The SHP are a great chance of business because of the existing economicincentives, being a national technology, totally dominated, and have low environmental impact. The investment decision is based in conventional economicanalysis that uses deterministic models, even so exist uncertainties of economical, regulatory and climate orders that make the entrepreneurs actuate in a cautious way. This paper proposes a probabilistic methodology, applied to three SHP in the state of Bahia, for which are determined expected medium return and associated risks. Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI determined the expected medium returns and risks; the key to determining the best SHP is which that maximize the expected return in relationship to the risk. 2. Tecnical Studies Were realized studies based on inventory-simplified methodology according to “Diretrizes para projeto de PCH” accessible through the web page of Eletrobrás and in SOUZA et al, 1999. Visitations to the plants aim to confirm data and to implement a preliminary evaluation of environmental impacts. From the topographic, geological, hydrologic and hydropower studies were defined the equipments, type and height of barrage, arrangement of powerhouse, projected the adductor system, and prepared the estimate capital cost (referred to April 2001, US$1,00 = R$2,198). Table 1 shows a summary of main technical data and estimate capital cost of the three SHP. Table 1 – Summary of characteristics from analyzed SHP. Key-Words Investment decision. Economic analysis of alternatives. Small hydroelectric plant. 1. Introduction The viability studies relative to hydroelectric plants are normally based on conventional methodology that consider the variables constant during the entire life cycle. In general, are determined and compared the payback period, the net present value, the internal rate of return, or the benefit/cost relationship. The variables that influence directly the capital return are energy commercialization price, realized investment, operation costs and maintenance, duty, and the produced energy; owing to variable oscillations in the study horizon the return can not correspond to expected or even present itself negatively, frustrating investor and shareholder. Besides of the conventional methods, in the latest years some studies use scenery or sensibility analysis to identify how the active return is influenced by the value alterations of some variables. Accordingly treatment of uncertainty, using appropriate models has been a challenge, allowing innovations and objectifying more strong decisions under economicand financial point of view. In this article is given a probabilistic treatment to the investment value, to the produced energy, to the discount rate and to energy sell price, prioritizing investment alternatives in function of the relation between expected return and risk. Three SHP in the state of Bahia, Fazenda Macaubeira (new plant), and Pancada Grande and Cachoeira do Inferno (rebuilt of deactivated plants) compound the case study. At the beginning are done studies of economicviability determining the internal rate of return, investment return time and net present value. After, the uncertainty are associated to probabilities, being generated several cash flows and, by the convolution method, 3. Economic Studies Decide about investments request sensibility, strategy, knowledge of manager area, finance, among others. Evaluate projects is part of company business and request a good representation of investments, of operational expenses, of finance, of maintenance costs, taxes and duty, market, prices and evaluation of benefits. The goal is to seek for return maximization, recovering capital in a minimum period of time. The profits and discount are components that define a minimum return requested by shareholder. Lesser discount have greater warranty however the partners don’t want minimum return. In the process of decision and prioritization of investments, it must know the expected return, the tolerable risk, which application period (term), and the vision of warranty associated to capital diversification. It is important to forecast the market in order to verify how much the client is disposed to pay for energy, and to have informations about physical, operational and economiccharacteristics of generation sources. The economicanalysis of alternatives use deterministic methods, and the plants are classified in crescent order of produced energy costs. Some times the election is done according to the investment return or oriented by financial criterion. The return is a function of the following variables: annual produced energy (kWH), global investments including discount during construction (I), plant life cycle (n), annual discount rate (i), annual medium price of electrical energy (p) and duty and taxes (Tt) what involve the electrical energy business, affording to be mathematically written as: (1) There are variables that can be characterized by probability distributions (example, the annual energy which depends of flow rate), others whose values fluctuate according to social, politic and economic Artigo Técnico phenomenon (public taxes and duties), and those little defined, of difficult qualification or imponderables, as some benefits and social and environmental costs (leisure given by the dam lake). The energy and its price compound the income, and from this are deduced the expenses of operation and maintenance, taxes, insurance, duties, depreciation and amortizations, and it is determined the annual net benefit. In general, to obtain data of cash flow it is considered that inflation does not exists during the period and the investment is accounted in the zero year. For the three-studied SHP, the cash flow and the economic analysis results shown on Table 2 are determined according to the following criterions: - the life cycle is of 35 years according to ELETROBRÁS; - linear depreciation in 35 years; - energy commercialization medium price defined by Law 10.438/02, corresponding to 80% of average energy price; this is not regulated, so was used the ANEEL average ($122,88/MWh in 12/01); - annual discount rate of 10% per year; - expenses related to PIS (1,65%), COFINS (2%) and ANEEL surveillance tax (0,5%), that means a total of 4,15% from the gross sales; - annual costs of operation and maintenance of 2,7% from investment, or the minimum vale of R$108.000,00 (a hundred and eight thousand reais); - social contribution (8%) and income tax over the operational result according to specific legislation; - investment amortization, except y discount during construction, in 30 years and discount amortization in 15 years. By simplification, kept the approximations, both amortizations were done in 35 years. Table 2 – Comparative of economic analysis of alternatives Because of the obtained results, it is observed that: - the Payback Period with discount rate (PP), consider the value of money in the time. In this studycase the SHP Cachoeira do Inferno has the lower PP; - for the Net Present Value is better work in percentage about investment (%NVP/I) and, if positive, means that the project is viable. It is clear that SHP Pancada Grande presents a NPV of R$820.105,45 and Cachoeira do Inferno a NPV inferior but in Pancada Grande it is necessary to invest almost R$ 11 million while to Cachoeira do Inferno the profit of R$603,62 thousand request investment of only R$2,88 million. SHP Cachoeira do Inferno has the best indicator. The benefit/cost relationship has the same meaning as %NPV/I; - the Internal Rate of Return (IRR) is of easy understanding, and correspond to the determination of discount rate that make NPV equals to zero, and while superior to the market discount means that the investment is attractive. In this case all SHP’s project are accepted. So, through the conventional methods all SHP are feasible, with opportunity ranks: first the SHP Cachoeira do Inferno follow by SHP Fazenda Macaubeira, and finally SHP Pancada Grande. 4. Uncertainty and Return/Risk Relationship Uncertainties are not considered in the conventional methods, however the variables are changing during the period of study. There are some companies that realise sensitivity analysis to check how strong your business is related to some variables, or studies tree different points of view (pessimist, optimist and medium), not associated to probability, to make the decision of investment. Studies of sensitivity and different scenes for this and others SHP are made in BASTOS, 2002 New algorithms and stochastic methods have been presented and tested, including uncertainty problems, in planing and investment decision, as: tree decision (probabilistic), minimization of cost function considering fault and not supply risk level, minimization of maximum damage related to several scenes (“minimax”), stochastic optimisation (identification of great expansion plan subject a restrictions), beyond genetic algorithms (evolutionary programming using neural networks and artificial intelligence). Under uncertainty conditions the most of investors unlike the risk, but have they that are indifferent and others that are inclined to the risk (wants largest returns). The risk is associated to the probability of the variable to extrapolate a value. The area under standard normal distribution curve define this value. To random variables, the medium value + 1.96 times the standard deviation represent 95% of “certain interval” (probable error 5%). Different distributions like non-symmetrical or on the basis of hypotheses in which are only known three values are common, but in this work the normal distribution is used. When only tree values are knows, the medium return E[R] and the risk (standard deviation s) are calculated using: 17 (2) E[R] is the mathematical expected return, Rmin, Rm and Rmax are the values minimum, medium and maximum, respectively. When this tree values are knowledge, the cash flow simulations are made using tree or five steps approximations with their probabilities. Considering five steps approximations, the mid point have probability of 0.68, points with values under or over the mid point have 0.135 of probability and to the inferior and superior extremities the probability is 0.025 (HIRSCHFIELD, p. 388, 2000). The normal distribution can be divided into seven class intervals (steps), and each of them have one standard deviation of width (BILLINTON, 1980). To the mean value (Xm) a probability of 0.382 is associated, corresponding to the area under the standard normal distribution curve since (Xm - s/2) up to (Xm + s/2), and, successively, such made for river flow. Dividing the normal distribution in five or tree class intervals the width of + 3s must be taken (and yours probabilities). After the steps approximation, the mean and the variance (standard deviation square) can be calculated by this equations: (3) Uncertainty relates with tax of interest, sum of investment and the price of energy are considered admitting the known of tree values. The midpoint of 10% for discount can oscillate between 7% and 13%. The investment value can vary in interval of +3%, meaning that to SHP Pancada Grande for example the estimate capital cost is R$10.926.383,81 under uncertainty, varying since R$10.598.592,30 until R$11.254.175,32. For each SHP was quantified the annual benefits, taking the energy price between R$ R$93,389/ MWh e R$103,219/MWh, associated to its own probabilities. Therefore, the risk is about 10% to the interests, of 1% to the investment value, and to the energy price is 1,67%. Those normal curves are approached by three class-interval with 2s of width. To the mid value (Xm) was associated the probability of 0,682, and to the inferior (Xm - 2s) and superior values the probability of 0,159. To the river flow of each SHP is associated the uncertainties that influence the annual energy. The Bahia’s basans present big oscillations in the rate flow because of dry climatic conditions and rain irregularities, e.g. in Cachoeira do Inferno Artigo Técnico 18 the month average flow vary since 0,3% up to 1.185% of the long term rate flow; the standard deviation of month average flow is 100,7%. In this paper, was used a standard deviation of 10% QMLT, because if it is considered the real standard deviation of each SHP it will imply in a different and big risks. The installed power in each SHP conduct their flows at rated output are near of the average monthly flow; because of this and the small reservoir volume, in many hours in the year the river flow is superior to average flow having to be partially rejected through the spillway. Therefore, there are superior limits for the annual energy produced in each SHP that here is made equal to the product of installed power and hours per year and the reduction factor 0,88. The Table 3 presents the model to the river flow in seven step approximation to the SHP Fazenda Macaubeira. In this case, because of the reduction factor the annual energy limits is 87.109MWh, that corresponds to the probability 0,691 or just four step approximation. Table 3 – Approach of rate flow with risk of 10% for SHP Fazenda Macaubeira It could be considered that uncertainty about other variables as taxes and duties, that are subject to policy and government political, but practice this will be difficult and involves subject conditions. Since the uncertainties associated to the investment value, the energy price, the discount rate and annual energy were modelled, the numerical solution is found by Monte Carlo method or by direct convolution method. Adopting this last one, the simulation involves three approached variables in three classintervals and the energy in seven intervals in a way that the cash flow and the net present value to each SHP conducting to 189 events (33 x 7 combinations). In the particular case of SHP Fazenda Macaubeira, this number reduce itself to 108 combinations. After calculate the annual benefits and brought its sums to the present value, the presently net values were related to the its respective probabilities, and were determined, to each SHP, the return (expected net present value, %NPV/I) and the percentage risk (standard deviation, s), by the equation (3). The returns and risks of the three SHP were shown in Table 4. Table 4 – Return and risk to the studied SHP 5. Conclusions It must be taken three important conclusions: - The result of conventional economic analysis differs of the return/risk relationship analysis. Both gives the SHP Ch. do Inferno like the best investment, but the second place changes when the relationship return/risk criteria is considered (with this criteria the SHP Pancada Grande is the second one); - The SHP Fazenda Macaubeira presents the less risk, however your relationship return/risk is the smallest; - The decision of investing in hydropower plants must considerate the uncertainty, leading to discussions about variables and testing new methods and models. This does not means that the conventional method of analysis should be rejected. 6. References BASTOS, Paulo R. F. de Moura, “Teoria do Portfólio aplicada a PCH”, dissertação de mestrado, UNIFEI, dezembro de 2002. BILLINTON, Roy, “Power System Reliability Evaluation”, Gordon and Breach Science Publishers, New York, USA, 1980. HEARTH, Douglas; e ZAIMA, Janis K., “Contemporary Investments: Security and Portfolio Analysis”, third edition, Harcourt College Publishers, Orlando, EUA, 2001. 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Cinco anos depois, a central foi adquirida pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), que a manteve em operação até 12 de março de 1993. Neste mesmo ano, a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), então denominada Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), a CEMIG e a Prefeitura Municipal de Itajubá iniciaram as discussões acerca da central. Após várias negociações, as portas da Usina se abriram para a Universidade para a realização de pesquisas e estudos na área de recursos naturais, energia e meio ambiente. Atualmente, a PCH, com potência de 2,4 MW, opera comercialmente e está interligada ao sistema através da UNIFEI, funcionando como um laboratório em escala real voltado para estudos e pesquisas de graduação, pós-graduação e desenvolvimento tecnológico na área de geração de energia limpa. Com a finalidade de resgatar a história deste importante empreendimento, o Centro Nacional de Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos – CERPCH, juntamente com a CEMIG e o Ministério de Minas e Energia (MME) comemoram o 90º PCH Luiz Dias / Luiz Dias SHP Aniversário da PCH Luiz Dias no dia 16 de setembro. Durante as comemorações, será inaugurado o primeiro Parque de Alternativas Energéticas para o Desenvolvimento Auto–Sustentável (PAEDA), iniciativa da UNIFEI em parceria com a CEMIG e o MME. PAEDA Com o objetivo de pesquisar e divulgar soluções economicamente viáveis para o desenvolvimento sustentável através da utilização de fontes de energia limpa e de difundir tecnologias alternativas de energia, o PAEDA está localizado no sítio hidrológico da PCH Luiz Dias. O parque contempla várias fontes limpas de geração de energia, dentre elas a energia solar, biomassa, hidráulica, eólica e tração animal. Dentro das instalações do PAEDA, em parceria com a Prefeitura Municipal de Itajubá, a UNIFEI e o CERPCH, é oferecido o Curso de Agroenergia. O curso é voltado para as crianças do ensino fundamental, da zona rural. Esta iniciativa visa a informar a comunidade local sobre a importância das energias renováveis e da preservação dos recursos naturais. University creates opportunity for sustainable development Trad. Adriana Candal In 1911, Captain Luiz Dias and Major João Antonio Pereira idealized the construction of a second hydropower plant in the south of the state of Minas Gerais. In 1914 Lourenço Velho Power Plant, which is known today as Luiz Dias Power Plant, located on the River Lourenço Velho on the River Sapucaí hydrographic basin started to operate. At that time the plant had two 900kVA alternators driven by Francis turbines and a double runner. Fifteen years later, the third and last 900kVA unit was installed. In 1964, Luiz Dias Power Plant started operating at 60Hz. Five years later the plant Arquivo was acquired by the Energy Company of the State of Minas Gerais (CEMIG), which kept the plant running until March 12th, 1993. Later on that year, the Federal University of Itajubá (UNIFEI), which was then called Federal School of Engineering of Itajubá (EFEI), CEMIG and Itajubá City Hall started to talk about the plant. After several negotiations, the doors of the plant were open for UNIFEI so that researches and studies on the areas of natural resources, energy and environment could be carried out. Today, the 2.4 MW SHP operates commercially and it is connected to the system through UNIFEI, working as a real laboratory where undergraduate and graduate students can carry out their researches and several technologies aiming at clean energy generation can be developed. In order to salvage the history of such important enterprise, the CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants) with CEMIG and the MME (Ministry of Mines and Energy) will celebrate Luiz Dias SHP’s 90th anniversary on September 16th, and during the celebrations, the first Park of Energy Alternatives for Self-Sustainable Development – PAEDA will be inaugurated. The park was created through UNIFEI‘s initiative in a partnership with CEMIG and MME. PAEDA Aiming at researching and disseminating economically feasible solutions for sustainable development by using clean energy sources, and also disseminating energy alternative technologies, PAEDA is located at Luiz Dias SHP hydrological site. The park has several clean sources of energy generation (solar and wind energy, water, biomass and animal traction among others). A partnership between the City Hall, UNIFEI and CERPCH offers the “Agro-energy” course at the park’s facilities. The course is focused on high school children that live in rural areas. The intention is to inform the local communities of the importance of renewable energies and the preservation of natural resources.