A Qualificação das Instituições Prof.ª Doutora Rosa Moreira Reitora da Universidade Lusíada de V.N. de Famalicão Câmara Municipal de Fafe 27.11.2006 1 Ex.º Sr.Presidente da Câmara Municipal de Fafe Ex.º Sr. Presidente da AMAVE e Sr. Presidente da ADRAVE Ex. os Sr.sPresidentes das Câmaras Municipais aqui presentes Ex.º Sr. Dr. António Calheiros da Universidade Católica Ex.º Sr. Manuel Ferreira da AMAVE Ex.os Sr.s da Comunicação Social aqui Presentes Minhas Senhoras e Meus Senhores Estar hoje aqui, na apresentação pública de um Projecto, em parceria, entre a ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO VALE DO AVE (AMAVE) e a AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO VALE DO AVE (ADRAVE), envolvendo Universidades e outros parceiros, é para mim uma honra e motivo de Esperança no futuro desta nossa Região. Digo “nossa região”, porque também nasci e vivo no Vale do Ave! 2 É por isso com satisfação, e enquanto Reitora da Universidade Lusíada de V.N. de Famalicão, que vou constatando o dinamismo inter-municipal, inter-institucional e suprapartidário, que tem mobilizado as Instituições em geral e os Municípios em particular, para o desenvolvimento integrado e cooperativo desta tão promissora região. Os Municípios, as universidades e o meio empresarial viveram durante muito tempo em mundos separados. Foram-se desenvolvendo ao longo dos tempos determinados tipos de dinâmicas Institucionais que conduziram a um quase esquecimento mútuo, tal era a natureza e a especificidade dos objectivos, da linguagem e da própria postura política e social, dos diversos agentes, tanto da parte das Universidades, como das empresas e dos próprios Municípios. Quero crer que este cenário se deveu, em grande parte, ao desconhecimento mútuo das vantagens competitivas que a cooperação inter-institucional e o trabalho em parceria oferecem e proporcionam, de um modo particular, aos diversos parceiros e Instituições e, de um modo geral, ao desenvolvimento do nosso país. Hoje, não temos dúvidas de que a estratégia para o Desenvolvimento de qualquer região passa naturalmente pela cooperação entre os diversos agentes, e por isso não podemos deixar de estar atentos e promover uma ligação intrínseca entre a investigação, o conhecimento científico e a realidade do mundo empresarial, local e regional. A nossa sociedade está profundamente marcada pela força do impacto da tecnologia. Um impacto que atinge as mais simples e diversas tarefas do nosso quotidiano. E uma das áreas mais sensíveis, (se não a mais sensível), para o desenvolvimento sustentável da economia e para a competitividade das empresas e das regiões, reside no contributo que a ciência e a investigação proporcionam para a atracção de investimento e para a formação e o desenvolvimento dos recursos humanos e técnicos das empresas. No contexto actual, todas as Instituições, são inevitável e permanentemente afectadas pelo “Choque Tecnológico”. A inevitabilidade do impacto do conhecimento e do desenvolvimento tecnológico é de tal ordem que se tornou, de facto, num processo urgente e portanto, Consequente. Neste sentido, não pode haver espaços rivais ou interesses que privilegiem apenas uma vertente isolada do desenvolvimento. Não faz sentido pensarmos que podemos modernizar, 3 inovar e competir cada um por si. Esta cooperação Institucional é imprescindível e determinante para o desenvolvimento económico e social, para a inovação e competitividade das regiões e do país. O poder político, os municípios e as Instituições em geral devem ser parceiros e estar aliados num diálogo profícuo e consequente, devendo assumir-se claramente como o motor económico do desenvolvimento global sustentável. O fenómeno da globalização é real e irreversível. E a sustentabilidade deste projecto INOV@RAVE só será uma realidade, se contribuir para o desenvolvimento e competitividade do Vale do Ave. E este sucesso passa naturalmente pela Qualificação das Instituições. As diversas Instituições não têm que abdicar da sua identidade, do seu pragmatismo, da sua visão ou da sua missão. O importante para a qualificação das Instituições reside na definição clara da sua CULTURA Organizacional. A definição de uma Cultura Organizacional, entendida como um sistema global de atitudes, crenças e valores que presidem à qualificação e acreditação de qualquer Instituição, implica uma gestão estratégica integrada. E neste sentido, é necessário definirmos com clareza • o que somos, • o que queremos, • que valores pautam a nossa acção, A resposta a estas questões impele as organizações, sejam elas de que natureza forem, para a mudança planeada, o que por seu lado pressupõe a planificação e o desenvolvimento de um conjunto de acções concertadas, em rede, e em parceria com outras instituições e com a própria realidade local e regional. Passarei a enumerar um conjunto de sete passos ou momentos fundamentais na e para a “Qualificação das Instituições” 1. O diagnóstico das necessidades de desenvolvimento regional e local, tendo sempre como plano de fundo a internacionalização e as redes comunitárias. 2. O Planeamento estratégico na identificação e selecção das áreas prioritárias e dos respectivos projectos para o desenvolvimento e promoção da região. 4 3. Avaliação das necessidades, definindo claramente os objectivos, a planificação das acções concretas, a sua avaliação e a participação em redes de parceria. 4. Promover e implementar as mudanças necessárias ao nível tecnológico. 5. Qualificar os recursos humanos, através da Formação Especializada e PósGraduada, promovendo a formação teórica e prática; proporcionando estágios e formação em contexto de trabalho. 6. Desenvolver parcerias estratégicas no campo da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, mas também no âmbito dos serviços, da assessoria, da formação profissional, da certificação da qualidade das organizações, dos produtos e serviços. 7. Fomentar o espírito empreendedor através de formas alternativas de financiamento sustentável para a criação de emprego. Para não me alongar muito mais, gostaria de salientar apenas a importância fundamental que a Educação, a Investigação e o desenvolvimento tecnológico desempenham no sucesso da resposta ao desenvolvimento económico e social das regiões em geral e das organizações empresariais em particular. E salientar também a importância que representa para as Instituições, para as empresas e para os Municípios o investimento na formação e na qualificação das pessoas. A formação é de facto um investimento, mas não é um investimento qualquer, é um investimento Estratégico, na medida em que, a fonte da vantagem competitiva reside no conhecimento. E na verdade, quem mais ganha com esta cooperação e com a qualificação das Instituições é a região e a Sociedade. Neste sentido, as empresas e as universidades devem desenvolver parcerias no sentido de formar e habilitar as pessoas com competências e conhecimentos que promovam o desenvolvimento e a competitividade, num mundo que é cada vez mais exigente e mais competitivo. A formação profissional, contínua e especializada, média e superior, deve merecer todo nosso envolvimento, dos empresários, das associações comerciais e industriais, das associações profissionais, dos sindicatos, de todas as Instituições de ensino e, de um modo particular dos Municípios. 5 Não posso deixar de salientar, mais uma vez, a importância da Visão global e estratégica que os Municípios desempenham em prole do desenvolvimento das regiões, dos seus munícipes e do país que todos queremos que seja dos primeiros da Europa Comunitária pela inovação, pela educação e pelo desenvolvimento. Muito Obrigada. 6