1 ADRIELA STERCHILE ASPECTOS DA HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES DE SANTA HELENA Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em História da Educação Brasileira pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel, sob a Orientação do Prof. MSc. Ivo Oss Emer. CASCAVEL 2006 2 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha mãe pelo incentivo e compreensão; Ao meu marido Geraldo pela paciência e carinho; e Aos meus colegas pelo apoio e torcida. 3 AGRADECIMENTOS A Deus pelo amparo e forças; Ao professor Orientador Ivo Oss Emer pela dedicação e orientação; Aos meus familiares pela partilha e companheirismo. 4 EPÍGRAFE Tudo está em movimento e nada dura para sempre. O mundo está impregnado por constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o que é saúde. Se nunca tivéssemos fome, não experimentaríamos a agradável sensação de saciá-la depois de uma refeição. Se nunca houvessem guerras, não saberíamos o valor da paz e, se nunca houvesse inverno, não poderíamos assistir a chegada da primavera. Sem a constante interação dos opostos, o mundo deixaria de existir. HERÁCLITO 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................07 2 A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE .....................................................................08 2.1 EDUCAÇÃO E CULTURA .............................................................................08 3 O MUNICÍPIO DE SANTA HELENA.................................................................10 3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ...............................................10 3.2 RESUMO HISTÓRICO ..................................................................................10 3.3 A PASSAGEM DA COLUNA PRESTES POR SANTA HELENA ..................12 3.4 A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA .......................................13 3.5 A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU ......................................15 4 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO.......................................................................17 4.1 HISTÓRICO DA SITUAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA ..............................................................................................................17 4.2 SANTA HELENA A CAMINHO DA EDUCAÇÃO FORMAL ...........................19 4.3. AS ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA ..................................21 4.4 DESATIVAÇÃO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS EM SANTA HELENA ..........28 4.5 CRIAÇÃO DE NOVAS ESCOLAS PARA ATENDER A DEMANDA ..............32 4.6 ENSINO SUPERIOR NO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA ........................35 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................37 6 REFERENCIAS ................................................................................................38 6 LISTA DE QUADROS QUADRO 01 - Demonstrativo da Densidade Populacional do Município de Santa Helena ................................................................................................................... 16 QUADRO 02 – Escolas que passaram a pertencer ao Município de São José das Palmeiras .............................................................................................................. 23 QUADRO 03 – Escolas Estadualizadas a partir de 1983 ...................................... 24 QUADRO 04 - Relação das sessenta e seis escolas rurais autorizadas pela Resolução nº140/82 .............................................................................................. 25 QUADRO 05 - Escolas Reativadas através da Resolução 140/82 ...................... 27 QUADRO 06 - Escolas com atividades suspensas pela da Resolução 3.360/83 ...29 QUADRO 07 - Escolas Cessadas a partir de 1984 .............................................. 30 QUADRO 08 – Escolas mantidas desde a década de 60 ..................................... 32 QUADRO 09 - Escolas Mun. criadas na Sede do Município a partir de 1987........ 33 QUADRO 10 - Criação dos Centros Municipais de Educação Infantil .................. 33 QUADRO 11 - Autorizações de funcionamento de Pré-Escola ............................. 34 7 1 INTRODUÇÃO Este trabalho foi elaborado com o intuito de desvendar e relatar aspectos da história das Instituições Escolares do Município de Santa Helena – PR, no extremo Oeste do Paraná, ressaltando a importância dada à educação desde o início da colonização e estruturação da comunidade, o modo de como foram criadas as escolas, as lutas dos colonos pela escolarização de seus filhos e adversidades encontradas. Falar sobre o processo de implantação das escolas implica em recolher informações sobre o passado, construído culturalmente, formação e organização da sociedade. Nenhuma educação formal se produz sem estar em sintonia entre identidade cultural e identidade social. Cada comunidade, a partir do momento que se constitui tem suas peculiaridades, a história do município de Santa Helena começa quando colonos imigrantes decidiram deixar os campos do Rio Grande do Sul - em sua grande maioria, por ser neste espaço geográfico em que se fixaram os imigrantes vindos da Europa - buscando terras férteis onde pudessem melhorar suas condições de vida, a maneira como se organizaram foi significativa para a construção da identidade do município ressaltando traços que permanecem vivos na atualidade. Entendemos que mesmo com todas as dificuldades enfrentadas a educação é fator de prioridade em qualquer sociedade. Entre a classe dominante existia, naquela época, uma visão específica da educação escolar: a escola deveria desempenhar o papel de reprodutora da cultura de origem dos colonos e mantinha um significado político na medida em que funcionasse tecnicamente bem. Desta forma, relata-se neste trabalho a pesquisa realizada sobre a implantação do Sistema de Ensino no município de Santa Helena, tendo como fontes primárias de pesquisa os documentos da época, arquivados na Secretaria Municipal de Educação e Cultura visando informar sobre os fatos históricos do município de Santa Helena e da suas atividades educacionais e escolares desde a colonização e agrupamento populacional, o desenvolvimento e organização como comunidade até a atualidade. 8 2 A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE 2.1 EDUCAÇÃO E CULTURA Educação significa a possibilidade de emancipação, inclusive da situação atual onde as minorias cada vez mais, perdem o contato com a possibilidade do exercício da auto-consciência, uma vez que se transformam em verdadeiras caixas de ressonância dos comportamentos e valores impostos pelas elites A educação possibilita aos indivíduos que à ela tem acesso, membros da sociedade, o provimento de bem-estar e sustentação com boa condição da qualidade de vida, significa também, desabrochar a capacidade plena de participar da construção da sociedade implicando em deveres de cidadania. A educação desde o princípio é preocupação constante do homem, primeiramente na transmissão de experiências e da cultura. De acordo com CLARKE (1948) apud FORQUIM (1993, p.125), “não se pode ser autenticamente humano se não se tornou portador de uma cultura.” O homem é resultado do meio cultural onde foi socializado. Ele é herdeiro de um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experiência adquiridos pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa deste patrimônio cultural permite as inovações e invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada de um gênio, mas o esforço de toda uma comunidade (LARAIA, 1986, p.46) Para que haja interesse na transmissão de uma cultura, seja ela qual for, é necessário primeiramente, sentir-se parte desta cultura, pois, “se amamos nossa cultura, queremos transmiti-la.” (GROSSI, 2003, p. 93) A apropriação da cultura implica um processo simultâneo da construção de condições subjetivas. A integração cultural e a inserção cultural são duas dimensões do mesmo processo de emancipação ou devir humano. Portanto, de um lado, a educação tem função de contribuir para a integração social, a apropriação da cultura, no tempo e no espaço da existência das pessoas. De outro lado, tem a função de contribuir para a inscrição autônoma e original das pessoas na evolução histórica da humanidade. WITTMANN (2004, p. 15) Acredita-se que a educação é uma das atividades básicas de todas as sociedades humanas, pois elas dependem, para sobreviver, de sua herança cultural 9 aos mais jovens. Toda sociedade, portanto, utiliza os meios que julga necessário para perpetuar sua herança cultural e treinar os mais jovens nas maneiras de ser e de pensar do grupo. Cada sociedade historicamente constituída tem uma peculiaridade na construção da sua história formada pela contribuição pessoal de cada um dos seus componentes e da cultura à qual pertencem. De acordo com MENEZES (1999, p. 08), pertencer a uma identidade cultural, significa descobrir-se, ser diferente dos comportamentos globais. Por isso, patrimônios culturais intangíveis como as formas de manifestações lingüísticas, de relacionamento, de trabalho com a terra e a tipificidade da culinária, o cultivo e o preparo do vinho, os passos das danças tornaram-se patrimônios da cultura e demonstram a riqueza da relação entre identidade e diversidade da cultura brasileira. Segundo RIBEIRO (1998), o Brasil é caracterizado como um país de enorme diversidade cultural, essas diversidades são vivenciadas, ensinadas e aprendidas em todos os aspectos: econômicos, sociais, culturais e afetivos. A cultura entendida como forma de viver, trabalhar, a culinária e outros tipos de aprendizagem que eram considerados importantes no contexto histórico e a escola foi criada como um espaço sistematizado para a transmissão da cultura. Isto pode ser comprovado pela observação da forma de agrupamento social mais precisamente, na criação das aldeias ou vilarejos as pessoas preocupavam-se primeiramente em providenciar um espaço para a cultura religiosa e um lugar para o ensino das crianças, ou seja, uma escola ou um lugar onde o aprendizado poderia acontecer, mesmo que este não fosse da forma como é realizado na atualidade. Desta forma também aconteceu no município de Santa Helena no princípio da sua criação, quando a preocupação com a religiosidade e a educação das crianças foi fator de intensa luta e organização para o desenvolvimento da comunidade. 10 3 O MUNICÍPIO DE SANTA HELENA 3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO O Município de Santa Helena localiza-se a 640 Km da capital do estado Curitiba, na Microrregião Extremo Oeste do Paraná, numa altitude média de 347 metros acima do nível do mar. Segundo o IBGE, possui 758,23 km2, entre as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 24º 51’ 37’’ Sul e Longitude 54º 19’ 58’’ - W - GR. Santa Helena limita-se ao Norte com o município de Entre Rios do Oeste, ao Sul com Missal e Itaipulândia, ao Leste com São José das Palmeiras e Diamante do Oeste, ao Oeste com a República do Paraguai através do Lago de Itaipu. Os principais cursos de água do município são: o Rio Paraná, represado pela barragem da Hidrelétrica de Itaipu; São Francisco; Morenão; São Vicente; Dois Irmãos e Felicidade. O clima é subtropical e a média da temperatura mais quente é superior a 22º e dos meses mais frios é inferior a 18º. As tendências reveladas nos últimos anos é de ligeiro período de estiagem nos meses de verão e geadas nos meses de inverno. 3.2 RESUMO HISTÓRICO O espaço que compreende o Município de Santa Helena, como toda a Região Oeste do Paraná, antes da colonização, era ocupados por vários grupos indígenas, principalmente os Guaranis. A partir de meados do século XIX (1850) argentinos de Corrientes e Missiones assentaram seus interesses econômicos nessa região objetivando a exploração da madeira e da erva-mate, as quais eram abundantes e não estavam sendo exploradas pelos brasileiros. Esta região encontrava-se isolada do restante do Paraná devido a falta de comunicação, pouco povoamento, falta de estradas para os transportes e difícil acesso. Segundo COLODEL (1988), iniciou-se, nesta época, um processo exploratório baseado no extrativismo da madeira e da erva-mate. A Região Oeste foi dividida em 11 grandes propriedades rurais conhecidas como obrages1. Seus proprietários que eram argentinos, haviam recebido do governo brasileiro o direito de concessão e exploração de grandes áreas de terras desabitadas e cobertas de rica e variada mata nativa. Porém, a idéia principal era a exploração intensiva, indiferente ao esgotamento dessas reservas e sem qualquer tentativa de povoamento ou de colonização. Nas obrages, a atividade extrativa exigia grande contingente de trabalhadores. Para tanto, a maioria da mão-de-obra empregada era formada por paraguaios, os chamados “peões” ou “mensus” (mensalistas). Eles trabalhavam nas obrages em regime de semi-escravidão, no meio da mata, onde derrubavam a madeira e colhiam a erva-mate. Segundo COLODEL (1988), no território onde atualmente localiza-se o Município de Santa Helena, instalou-se a Companhia Domingos Barthe no ano de 1858. Segundo o pioneiro Antônio Francisco Bortolini tal data é considerada verídica pelo fato de que no momento em que chegou com sua família no porto de embarque encontrou uma pedra com a seguinte gravação: “Puerto de Santa Helena que foi aberto dia 18-8-1858 pela Companhia Domingos Barthe”. O nome de Santa Helena foi dado por esse obragero por ser o dia de Santa Helena, à qual o mesmo era devoto. A atividade obragera em território paranaense ainda estava no seu início na época da fundação do Porto de Santa Helena, pois até então o sistema das obrages em território argentino tinha grande força. Com o desgaste das reservas nativas em terras argentinas os obrageros passam a procurar com intensidade novas áreas que pudessem dar continuidade ao rentável negócio da extração da erva-mate e da madeira. Assim, desde fins do século XIX até as duas primeiras décadas do século XX é que as investidas das companhias argentinas no Oeste do Paraná ganham todo o seu impulso e se estabelecem na região. É a partir de 1920, na busca de terras férteis, com preços baixos e a possibilidade de aumentar os rendimentos, as primeiras famílias de colonos oriundos, principalmente do Rio Grande do Sul, começavam a chegar na região de 1 Segundo José Augusto Colodel, o termo retirado do Castelhano passou a designar as propriedades e/ou explorações instaladas em regiões onde predominava a existência de uma flora tipicamente adequada ao clima sub tropical nos estados vizinhos da Argentina e Paraguai. 12 Santa Helena, através do Rio Paraná, trazidos pelos empreendimentos colonizadores da Companhia Meyer, Annes & Cia. Essa empresa colonizadora havia recebido do Governo do Estado do Paraná uma grande área de terras em Santa Helena, com a obrigação de trazer famílias de agricultores que as colonizassem. Nesse momento a Companhia Domingos Barthe desenvolvia suas atividades de forma contundente. Essas primeiras famílias de colonos fixaram-se em Santa Helena Velha e estruturaram-se num regime de pequena propriedade, praticando inicialmente o extrativismo (caça e pesca) e uma economia de subsistência auto-suficiente. Somente após as necessidades familiares primárias terem sido satisfeitas, como por exemplo, casas rudimentares e provimento alimentar, é que se iniciou um pequeno comércio local com o excedente da produção. De acordo com o memorial dos pioneiros, localizado em Santa Helena Velha, as principais famílias que fizeram parte da colonização de Santa Helena foram: Ferri, Prati, Gallo, Furlanetto, Tafarell, Thomé, Bertoncini, Fantinel, Bortolini, Noro, Cristófoli, Basso, Federizzi, Galeano, Paredes, Nadai, Nichetti, Fochezatto, Martinez, Agostini, Cattani, Chielli, Zanetti, Coppini, Colombelli, Pedretti, Castelli. É Conveniente lembrar que podem haver outras famílias que por ventura não foram citadas que também contribuíram para a construção do município, às quais pede-se desculpas por não estar referenciadas. 3.3 A PASSAGEM DA COLUNA PRESTES POR SANTA HELENA A região Oeste do Paraná, praticamente abandonada, chamou a atenção do governo estadual e federal com a passagem da Coluna Prestes em 1924-1925. Os revolucionários de Prestes que andavam em combates pela região, perseguidos pelas tropas legalistas que tinham no comando o General Cândido Rondon, em retirada, queimaram a ponte sobre o Rio São Francisco Falso, a qual foi construída pela Companhia Domingos Barthe. Após o ocorrido, a ponte em questão ficou conhecida como Ponte Queimada. As tropas revolucionárias permaneceram por oito meses no Oeste paranaense, após abandonaram a região. Foi em território santahelenense que Luiz 13 Carlos Prestes assumiu definitivamente o comando das tropas que ficou conhecida como Coluna Prestes. A passagem da Coluna Prestes provocou o enfraquecimento econômico da empresa colonizadora Domingos Barthe e coincidiu com a falência da companhia Meyer & Annes, que havia se instalado em Santa Helena recentemente. A colonizadora Alegretti & Cia comprou a massa falida, porém vendeu as terras adquiridas em 1952 para a Imobiliária Agrícola Madalozzo Ltda, a qual iniciou a colonização da região que vai de Santa Helena até Sub Sede. De acordo com EMER (1991), na segunda metade da década de 1950 foi a época de mais intensa colonização do Oeste do Paraná, o país passava por grandes transformações na sua economia com redefinições em seu desenvolvimento. A partir de 1958 começa a estruturar-se então a cidade de Santa Helena, tendo como marco inicial o atual Bairro da Vila Rica. A escolha desse local para a edificação das Repúblicas2 deveu-se a água potável em abundância e de fácil acesso que ali existia. Em 1959 foi construída a primeira igreja cujo padroeiro escolhido foi Santo Antônio por ter ficado Santa Helena a padroeira de Santa Helena Velha, e o Padre Martinho Seitz foi o primeiro pároco. A presença evangélica em Santa Helena dá-se já a partir de 1959, com a realização do primeiro culto, e até hoje as religiões predominantes são a Católica e a Evangélica. Em 1959 constrói-se o primeiro hotel (onde em 1969 passa a funcionar a Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores). O arruamento da cidade inicia-se com a abertura da Avenida Brasil, em 1960 também são abertas as ruas Argentina e Paraguai e as Avenidas Rio Grande do Sul e Paraná. 3.4 A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA Até 1960, quando foi criado o Município de Medianeira, Santa Helena pertencia ao Município de Foz do Iguaçu. Em 20 de junho de 1962, dois anos após da criação do município de Medianeira, Santa Helena é elevada para a categoria de seu distrito administrativo, com direito de eleger um sub-prefeito. Nesse período o 2 Casas que davam abrigo as primeiras famílias de colonos que se instalaram na cidade de Santa Helena, mais especificamente no atual bairro da Vila Rica. 14 desenvolvimento da imobiliária Madalozzo foi muito produtivo, de forma que todas as terras loteadas já haviam sido vendidas. Santa Helena pertenceu inicialmente ao município de Foz do Iguaçu, Medianeira e Marechal Cândido Rondon. Pela Lei nº 026/62, Santa Helena é elevada a distrito do município de Medianeira e Distrito Judiciário de Foz do Iguaçu. A exploração de madeira de lei, erva-mate, a fertilidade do solo vermelho e de baixo preço atraiu à região grandes levas de famílias, notadamente agricultores vindos dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No dia 02 de fevereiro de 1967, foi criado o Município de Santa Helena, através da Lei nº 5.497/67. Porém, como houve falhas nas demarcações de suas dimensões territoriais, somente em 26 de maio do mesmo ano, depois de corrigidas tais falhas, seus verdadeiros limites foram reconhecidos e, finalmente, instalado o município, através da aprovação da Lei nº 5.548/67, pelo então Governador do Paraná Paulo Cruz Pimentel. O território que passou a constituir o Município de Santa Helena foi formado, ao norte, com terras de Marechal Cândido Rondon, município com o qual fazia divisa, e, ao sul, com terras de Medianeira, município do qual se desmembrou. Assim, os limites, nessa época, passaram a ser os municípios de Medianeira, Matelândia, Toledo, Marechal Cândido Rondon e a República do Paraguai. No dia 29 de dezembro de 1968 ocorre a instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal com a posse do primeiro prefeito e vice-prefeito, respectivamente, Arnaldo Weisheimer e Orlando Webber, os quais foram eleitos no dia 15 de novembro do mesmo ano. Os primeiros vereadores eleitos foram Paulo Sinval Prates, Arcy João Panassolo, Vitalino Joaquim Soares, Arthur Schlitter, Agilio de Oliveira, José Biesdorf, Ernesto Abrelino Thomé, Ariovaldo Luis Bier e Valter Edgar Galle. Até os dias atuais a Câmara Municipal é composta por nove vereadores. Neste ano foi inaugurado também o Cine Remonti no prédio localizado na Avenida Brasil. Em 20 de setembro é exibido o filme “A morte comanda o cangaço” o primeiro filme em 16 milímetros. De 1971 a 1985, durante o Regime Militar, os prefeitos de Santa Helena, passaram a ser nomeados pelo governador do Paraná, pois juntamente com outros municípios esta região foi transformada em Área de Segurança Nacional pelo Decreto Federal nº 1.170. 15 No ano de 1975 acontece a criação da Comarca de Santa Helena, através da Lei Estadual nº 6.161. Início do asfaltamento da Avenida Brasil, a primeira rua a receber camada asfáltica. Em 1976, a Telepar (Companhia de Telecomunicações do Estado do Paraná) faz a ligação das primeiras linhas telefônicas na cidade de Santa Helena. Santa Helena foi um dos municípios que mais cresceu no Brasil na década de 1970. Conforme dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 1970 registrou-se no município uma população de 26.834 habitantes, aumentando em 1979 para 66.000 habitantes, conforme dados obtidos em registros civis e outras fontes censitárias. Pressupõe-se que o alto índice populacional da época foi devido ao cultivo do café e hortelã na área de São José das Palmeiras, que era distrito administrativo de Santa Helena nesse período. Porém, as fortes geadas ocorridas nessa década acabaram com o cultivo desses produtos e muitas pessoas migraram, ocorrendo um esvaziamento populacional. Em 1980, dados do IBGE acusaram a existência de 34.884 habitantes em Santa Helena, a diminuição da população deve-se pela procura por novas áreas de terras nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia pela oferta de terras com preços muito baixos. 3.5 A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU O anúncio da construção da Barragem da Hidrelétrica de Itaipu e a possível inundação de grande parte do município, inclusive da própria sede só que não se concretizou, gerou certa estagnação econômica que culminou a desapropriação de 267,18 km2 de terras férteis aproximadamente 31 % da área total do município, segundo dados da Itaipu Binacional, ocasionando a migração de milhares de colonos desalojados e outros desestimulados pelo desalento e falta de perspectivas. Além disso, no ano de 1985 ocorreu emancipação política administrativa de São José das Palmeiras, com isso Santa Helena perdeu mais 198km2 e 9.651 habitantes. Com esta redução territorial, o município passou a ter 758,23km2. 16 QUADRO 01 - Demonstrativo da Densidade Populacional do Município de Santa Helena Censo População urbana População Rural População Total 1970 2.082 24.752 26.834 1980 7.223 27.661 34.884 1991 6.478 12.303 18.781 2000 9.818 10.673 20.491 2004 População estimada 21.327 Fonte: censo populacional do IBGE Na busca da recuperação econômica e social, o município empenhou-se no incentivo a novas indústrias, principalmente a agroindústria, considerando a abundância dos produtos agrícolas industrializáveis e a disponibilidade de mão-deobra; na construção e constante aparelhamento do Parque de Lazer objetivando o Turismo e na viabilização do porto de navegação fluvial, aproveitando o potencial do conhecido Lago Internacional de Itaipu. Tais iniciativas surtiram efeito e nos permitem hoje afirmar que Santa Helena desfruta de boas condições a nível sócio-econômico contando com 20.491 habitantes. 17 4 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO 4.1 HISTÓRICO DA SITUAÇÃO EDUCACIONAL DE SANTA HELENA O processo educacional do Município de Santa Helena teve seu início já nos primeiros anos de colonização. Analisando relatos históricos foi possível verificar que a partir de 1921 instalaram-se descendentes de italianos na região do Município de Santa Helena trazidos pelas primeiras empresas colonizadoras e a partir de 1926, pela companhia Espéria. Quando as primeiras famílias de colonos se instalaram, por sua cultura extremamente religiosa seus interesses voltaram-se à assistência religiosa e em 1923 receberam, pela primeira vez, a visita de um pároco vindo do município de Foz do Iguaçu. Em 1929, a Companhia Espéria concedeu o terreno e materiais para que os colonos construíssem a primeira capela da comunidade. Para a administração da capela foi constituída uma diretoria, para a qual, segundo COLODEL: ...caberia a administração da capela e a promoção de festas para arrecadar recursos destinados à realização de obras complementares. A diretoria da capela, mesmo havendo reivindicação da escola por parte dos colonos, preferiu dar prioridade à construção do salão de festas por ser local de encontros de colonos tanto para lazer como para discussão e encaminhamentos de soluções para seus problemas coletivos. (COLODEL, 1988, p.245) Neste período, havia em Santa Helena apenas um barracão da administração da Companhia de Domingos Barthe e o porto. Os colonos viviam isolados em seus lotes rurais, distanciados entre si. Este fator dificultou a escolarização de suas crianças, por este motivo, acredita-se que os colonos optaram por direcionar suas lutas para primeiramente conquistar uma paróquia e depois resolver o problema da educação escolar no município de Santa Helena. Isso não quer dizer que não se importavam com a educação, nas suas lutas, a escola sempre ocupou lugar de destaque, mas em função das adversidades específicas do município, priorizaram pela conquista da paróquia. Segundo EMER (1991), mesmo não tendo uma escola no município, é sabido que houve nesta época a instrução chamada de “doméstica”, realizada pela própria 18 família, na qual os pais alfabetizados, utilizando-se de carvão e tábuas ou lápis e papel de embrulho, ensinavam as letras aos seus filhos, a escrever o próprio nome, de forma esporádica e não sistematizada. Segundo as pesquisas de José Augusto Colodel, as primeiras aulas foram dadas pelo Padre José Winks na capela construída na localidade de Santa Helena Velha. Além das atividades estritamente religiosas, era delegado ao padre dar aula a “um grupo de crianças no salão de festas. Ensinava as primeiras letras e um pouco de aritmética básica, além do ensino religioso.” (COLODEL, 1988, p. 248). De acordo com EMER (1991), o Padre José Winks, apesar de ter estabelecido residência em Santa Helena, por não ter havido acordos entre o grupo colonial e autoridades da Igreja com a Companhia Espéria, esta negou-se a fornecer a Escritura do terreno ocupado pela capela e salão de festas, desta foram, tornou-se inviável a criação da paróquia. Em outubro do mesmo ano, o padre recebeu ordens superiores e retornou ao município de Foz do Iguaçu. Em 1936, o porto de Santa Helena e a Companhia de Domingos Barthe foram desativados. Em 1942, em razão da guerra, italianos e alemães forma expulsos da fronteira, reduzindo ainda mais a pequena população de Santa Helena. Nesta mesma data, a Companhia Espéria foi encampada pelo governo do Estado. Esta entrou na justiça, mediante recurso. O caso só foi resolvido em 1950. Depois de solucionado o caso na justiça, as terras que pertenceram à companhia Espéria foram compradas por empresas colonizadoras do sul do país. A colonização de Santa Helena só foi retomada na década de 1950, já no contexto do amplo movimento de colonização do Oeste do Paraná. Antes de conseguir a paróquia, Santa Helena conseguiu sua escola, em 1956. De acordo com SAATKAMP (1985), houve, antes de 1956 a escolarização informal e a escola era mantida sem nenhum ato oficial, era assegurada pelo próprio grupo colonial que, coletivamente, construiu a capela. A professora instruía as crianças dentro das suas possibilidades, utilizando os recursos didáticos existentes no local, substituindo o quadro e giz, por papelão e carvão. Cabe ressaltar que os professores que iriam dar aula na escola eram escolhidos pela comunidade, de acordo com EMER: O professor na escola dos colonos era escolhido pela comunidade colonial que tinha construído a escola para seus filhos. Essa escolha envolvia uma série de questões 19 importantes para o próprio grupo; afinal, seria a quem confiariam seus filhos para formar homens e mulheres nas suas perspectivas de vida. Segundo diversos depoimentos, os professores eram escolhidos por consenso do grupo colonial, a partir de critérios por eles estabelecidos. Dentre os critérios citados ou traços comuns deduzíveis, ficam evidentes o saber, a responsabilidade, entendida como dar aula mesmo, todos os dias e no horário; ensinar tudo que soubesse; autoridade; não só no sentido de se fazer obedecer mas no sentido moral, de fazer-se respeitar pela própria respeitabilidade pessoal e de “ser de bem”, conceito que incluía conduta social considerada adequada, exemplar, envolvendo aspectos éticos-religiosos, freqüentar a igreja, ter bons modos nos encontros sociais da comunidade (EMER, 1991, p. 254) Havia a reivindicação da instalação de uma escola oficial para as crianças e após alguns anos, nesta comunidade construiu-se uma sala de aula. Posteriormente, outra sala foi construída na comunidade de Dois Irmãos. Nessa época, Santa Helena pertencia a Foz do Iguaçu e somente mais tarde passou a pertencer a Medianeira. No local onde atualmente é a cidade de Santa Helena, segundo COLODEL: A primeira escola a funcionar na cidade de Santa Helena, em 1960, teve como instalações provisórias as dependências da Igreja Católica, na praça Antonio Thomé. Os Alunos ali estudaram até que o vendaval derrubou a igreja, em 1962. Naquele mesmo ano foram construídas duas salas de aula. Santa Helena pertencia a Medianeira naquele tempo e foi a prefeitura de lá quem construiu. (COLODEL, 2000, p.75). Esta escola começou a funcionar depois que a colonizadora efetivou os trabalhos de infra-estrutura para os serviços básicos exigidos pelos colonos e na perspectiva de atrair novos compradores de terrenos. Além dos serviços públicos foi planejada e medida toda a área urbana e em seguida construído o primeiro Grupo Escolar. Após a emancipação política do município é que foram criadas as escolas municipais rurais, a municipalidade responsabilizava-se pela manutenção do prédio escolar e pelo pagamento dos professores. 4.2 SANTA HELENA À CAMINHO DA EDUCAÇÃO FORMAL Nos anos que antecederam e nos posteriores à Emancipação Política Administrativa de Santa Helena, que ocorreu em 1967, a situação educacional do 20 município estava bem diferente dos primeiros anos da colonização. Em 1959 iniciaram-se as atividades escolares do Grupo Escolar Marechal Deodoro, o qual teve sua autorização de funcionamento concedida pelo Decreto nº 17.855/70, de 05 de janeiro de 1970, ofertando ensino de 1ª a 4ª séries. Em 02 de fevereiro de 1967, as Irmãs da Divina Providência iniciaram em Santa Helena as aulas na Escola Nossa Senhora da Assunção oferecendo o ensino pré-escolar e o curso primário, autorizados a funcionar através do Decreto nº 8.280/67, de 29 de dezembro de 1967. No ano de 1976 foram desativadas as séries do curso primário devido ao surgimento das escolas estaduais e municipais e a necessidade das Irmãs participarem de atividades pastorais junto à Igreja. A escola passa a funcionar somente com as turmas da pré-escola até 1991, quando ocorre a abertura do 1º Grau completo, autorizado a funcionar através do Decreto nº 4.061/92, de 12 de novembro de 1992 e posteriormente o 2º Grau – Educação Geral, autorizado pelo Decreto nº 674/96, de 16 de fevereiro de 1996, tendo neste momento mudado a nomenclatura da escola para Colégio Nossa Senhora da Assunção. Em 2003 o colégio passou a denominar-se Colégio Integral, mantido por empresa privada, pois as Irmãs da Divina Providência, no final de 2002, requisitaram a cessação do Colégio Nossa Senhora da Assunção. A partir de 2004 a Mitra Diocesana de Foz do Iguaçu assumiu as atividades do colégio, que a partir de então se denominou Colégio Santo Antônio. No ano de 1968, é criada a primeira Escola Cenecista do município, situada na sede, ofertando ensino ginasial, denominada Ginásio Comunitário Santa Helena, o qual em 1969 mudou sua nomenclatura para Ginásio Rocha Pombo. Em 15 de dezembro de 1970, através do Decreto nº 21864/70 o Ginásio Rocha Pombo é estadualizado passando a chamar-se Ginásio Graciliano Ramos. Nesse período a população de Santa Helena passa a reivindicar a criação do então 2º Grau e que veio a concretizar-se com a criação do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco, através da Resolução nº 362/75, de 21 de fevereiro 1975. Porém, a autorização de funcionamento só ocorre através do Decreto nº 4549/78, de 13 de janeiro de 1978, com o curso de Assistente de Administração. 21 No ano de 1969, iniciam as atividades escolares da Escola Evangélica Bremem, a qual manteve-se ativa até 1972. Parte do dinheiro para a sua construção veio da Alemanha, da cidade de Bremen. Daí vem o nome da escola. O restante do dinheiro foi arrecadado junto à comunidade. Sua inauguração ocorreu no ano de 1968. Seus primeiros professores foram Armindo e Alzira Peisen e Renate Pabloski. Ela foi construída onde atualmente funciona a Escola Inês Mocellin e atendia alunos de todas as religiões, tanto da cidade como do interior. (COLODEL, 2000, p. 76) Esta escola foi autorizada a funcionar pelo Decreto nº 17696/69, com o jardim de infância e o primário, tendo como entidade mantenedora a Comunidade Evangélica Luterana de Santa Helena. Ainda no final da década de 70, todo o processo escolar e todos os documentos relativos às escolas de Santa Helena permaneciam em Medianeira, e nesta época houve um grande incêndio na Prefeitura Municipal de Medianeira, queimando muitos documentos relativos às escolas mantidas no município de Santa Helena e outros municípios da região que também estavam sob sua responsabilidade, gerando transtornos pela perda de documentos referentes às escolas e à vida escolar dos alunos. 4.3. AS ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA Fazendo primeiramente um levantamento do número de escolas existentes no município e seu referido número de alunos. Constata-se que em 1972 a população escolar de 1ª a 4ª série era de 4998 alunos distribuídos em 62 escolas sendo uma escola Estadual e o restante das escolas municipais. Com o crescimento da população do município, também cresceu a população escolar, até 1976 os alunos estavam distribuídos em 86 escolas. A partir de 1977, em função da construção a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a população escolar começou a decair gradativamente até 1986. Foi no ano de 1976 que o município de Santa Helena teve o maior número de matrículas na rede escolar de 1ª a 4ª série. Neste mesmo ano começou a 22 propaganda da formação do Lago de Itaipu, com muita ênfase, mas a população ficou bastante preocupada, principalmente a do interior do município, onde ficavam as terras mais próximas do Rio Paraná, e que no futuro seriam o grande Lago de Itaipu, que não demorou a começar as visitas de engenheiros, topógrafos agrimensores e as terras começaram a ser demarcadas e muitas famílias sentiramse ameaçadas com a formação do Lago e começaram a sair da região. Uma realidade diferente constata-se no 2º grau, que iniciou em 1975, com apenas um curso o de Assistente de Administração, o número era relativamente baixo com 86 alunos, vindo a aumentar gradativamente ano após ano. Não sofreu grande influência com a formação do Lago de Itaipu. O número baixo de alunos que chegam ao 2º grau, demonstra um afunilamento no ensino, onde um alto número de alunos iniciam os estudos e poucos conseguem concluir o 2º grau. Os dados obtidos do 2º grau vem comprovar as teorias de evasão escolar defendida por muitos autores e retratar a realidade excluente no nosso país. Em 1983, foi criado o Curso de Magistério, mas isto não veio ao encontro para o aumento de matrículas no 2º grau, pois de 338 alunos, no ano anterior, com o novo curso as matrículas diminuíram para 307 alunos. Comprova-se que um dos grandes problemas enfrentados pelos estudantes do 2º grau no município está no fato de que a sua maioria necessita estudar a noite, mas com as desapropriações e a formação do Lago de Itaipu, as estradas ficaram bastante deficientes agravando ainda mais os problemas de acesso a escola já que o transporte naquela época era precário. Pela necessidade de suprir a demanda de energia elétrica para o país, iniciaram-se as negociações entre o governo do Brasil e do Paraguai para a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Desta forma, os munícipes da região sentiramse ameaçados procurando novas áreas de terra e com a desapropriação realizada pela própria Itaipu, desencadeou a diminuição da população do município e consequentemente a população escolar que no ano de 1982, perfazia o total de 5.287 alunos distribuídos em 56 escolas. Algumas dessas escolas já estavam programadas a não dar atendimento no próximo ano, devido ao pequeno número de alunos algumas foram extintas e em 1985, houve a emancipação do Município de São José da Palmeiras. Com a emancipação, parte do território foi desmembrado do município de 23 Santa Helena, 09 das escolas passaram a pertencer ao novo município com 1181 alunos, no ano de 1986, o município de Santa Helena só entrou em atividade no ano letivo com 43 casas escolares; dando atendimento a 3258 alunos, de 1ª à 4ª série. QUADRO 02 – Escolas que passaram a pertencer ao Município de São José das Palmeiras Escola Municipal Carlos Gomes Escola Mun. José P. Santos Andrade Escola Municipal Coelho Neto Escola Municipal Padre Alois Mann Escola Municipal Cristóvão Colombo Escola Mun. Pedro V. P. de Souza Escola Municipal Dom João VI Escola Mun. Zacarias de Góes de Escola Municipal José Bonifácio Vasconcelos. Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Também foi feito um levantamento de pesquisas para obter dados sobre o número de alunos de 5ª à 8ª série, que em 1972 registravam 477 alunos matriculados nas referidas séries. Fazendo uma análise da situação do município na época, pode-se concluir que o baixo número de alunos matriculados se devia aos seguintes fatos: falta de transporte escolar; a existência de somente uma escola neste nível situada na sede do município. Desta forma, não havia grande interesse, nem incentivo para as pessoas continuarem estudando. Por outro lado o alto custo do estudo nas escolas particulares fez com que muitos não continuassem a estudar. Somente em 1977, foi iniciada a criação de Escolas Ceenecistas, que se denominavam Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), no interior do município, sendo que a maioria da população era formada de filhos de proprietários rurais que viviam da agricultura. Estas escolas são estadualizadas a partir de 1983 e ao longo dos anos têm passado por mudanças nas nomenclaturas dos estabelecimentos: 24 QUADRO 03 – Escolas Estadualizadas a partir de 1983 Escola Cenecista Escola Érico Veríssimo Esc. Profª Verônica Zimermann Resolução de Func. Nº 2179/80 Nº 136/76 Escola General Osório Nº 2.892/80 Escola Cristo Rei Nº 136/79 Escola Padre Anchieta Nº 2178/80 Resolução Nome Atual Col. Est. Santa Helena- Ens. Fund. e Médio Col. Est. Profª Verônica Z. – Ens. Fund. e Médio Col. Est. José Biesdorf - Ens. Fund. Es. Est. São Francisco – Ens. Fund. Col. Est. S. Dumont – Ens. Fund. e Médio de Func. Nº 257/84 Nº 4193/83 Nº 5433/86 Nº 4191/83 Nº 259/84 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Em 1985 foi criada a Escola Estadual São Miguel, através do Decreto nº 5.596/85, com autorização de funcionamento nº 758/90, ofertando ensino de 5ª a 8ª séries. Em 14 de julho de 1981, através da resolução nº 1945/81, fica autorizado a funcionar o Complexo Escolar Marechal Deodoro – Ensino de 1º e 2º Graus, mantido pelo Governo do Estado do Paraná, resultante da reorganização do Ginásio Estadual Graciliano Ramos, Grupo Escolar Marechal Deodoro e da inclusão do Colégio Humberto de Alencar Castelo Branco. Porém, a partir de 1983 desfaz-se o Complexo de forma que o Ginásio Estadual Graciliano Ramos e o Grupo Escolar Marechal Deodoro passam a constituir um único estabelecimento, sob a denominação de Escola Graciliano Ramos - Ensino de 1º Grau e o Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco passa a denominar-se Colégio Humberto de Alencar Castelo Branco - Ensino de 2º Grau. Em 1983 é criado o Magistério e cessado no ano de 1999. Em 1989, é criado o Curso de Educação Geral – atual Curso de Ensino Médio. No interior do município o então Ensino de 2º Grau se desenvolve a partir de 1992 nas seguintes escolas: Colégio Estadual Santa Helena de São Roque, Colégio Estadual Santos Dumont de Moreninha e Colégio Estadual Professora Verônica Zimermann de São Clemente. 25 QUADRO 04 - Relação das sessenta e seis escolas rurais autorizadas pela Resolução nº140/82 Escola Rural Almirante Tamandaré Santa Helena Velha Escola Rural Aluisio de Azevedo São Miguel Escola Rural Antônio Castro Alves Linha Becker Escola Rural Barão do Rio Branco Linha São Paulo Escola Rural Bento Munhoz da Rocha Linha São Jorge Escola Rural Campos Sales Rio Pedras Verdes Escola Rural Carlos Gomes Serrinha Escola Rural Castelo Branco Linha Novo Paraíso Escola Rural Coelho Neto Linha São Joaquim Escola Rural Cristóvão Colombo Linha São Cristóvão Escola Rural Bom Bosco Linha Vista Alta Escola Rural Dom João XXIII Codal Escola Rural Dom José Camargo de Barros Linha São Luiz Escola Rural Dom Luiz Felipe de Nadal Linha Chielli Escola Rural Dom Pedro I Linha Navegantes Escola Rural Dom Pedro II Fazenda Sestak Escola Rural Duque de Caxias Fazenda Rainha Escola Rural Emiliano Perneta Linha União Escola Rural Emílio Ribas Novo São Clemente Escola Rural Epitácio Pessoa Linha Bela Vista Escola Rural Euclides da Cunha Linha Porto Verde Escola Rural Eusébio de Queiroz Linha Gaúcha Escola Rural Gabriel de Lara Linha Aparecida Escola Rural Getúlio Vargas Linha Bom Sucesso Escola Rural Gonçalves Dias Porto de Areia Escola Rural Graça Aranha São Brás Escola Rural Ellen Keller Nova Esperança Escola Rural Jocó Madalozzo Linha Buricá Escola Rural João Teixeira Soares IBC Escola Rural João XXIII Linha Vera Cruz Escola Rural Joaquim Nabuco Sanga Natal 26 Escola Rural José de Alencar Santa Clara Escola Rural José Bonifácio Barra Funda Escola Rural Pereira Santos Andrade Linha São Caetano Escola Rural Júlia Wanderlei Petrich Linha Santo Antonio Escola Rural Júlio de Castilhos São Vicente Chico Escola Rural Luiz de Camões Linha Santa Cruz Escola Rural Machado de Assis Santa Terezinha Escola Rural Manoel Ribas Esquina Rosa Escola Rural Marechal Hermes Linha São João Escola Rural Mateus Leme Esquina Bela Vista Escola Rural Monteiro Lobato Morenão Escola Rural Nereu Ramos Esquina Céu Azul Escola Rural Olavo Bilac Aparecidinha Escola Rural Osvaldo Cruz Rio Verde Escola Rural Padre Alois Mann Linha Santa Quitéria Escola Rural Padre Anchieta Linha Dona Oliva Escola Rural Padre Manoel da Nóbrega Linha Correia Porto Escola Rural Paulo VI Linha Boava Escola Rural Pedro Viriato Parigot de Souza Linha Gameleira Escola Rural Pio XII Arroio Feliz Escola Rural Quintino Bocaiuva Linha Felicidade Escola Rural Rocha Pombo Cascalho Escola Rural Rui Barbosa Linha São Vicente Grande Escola Rural Salgado Filho Rio do Moinho Escola Rural Santa Tereza Linha Vinitú Escola Rural Santos Dumont Lageado Paca Escola Rural São Gabriel Linha São Gabriel Escola Rural Sete de Setembro Linha Sete de setembro Escola Rural Silveira Neto Linha Coroados Escola Rural Tereza Cristina Linha Guarani Escola Rural Viana Mogg Cabeceira da Moreninha Escola Rural Victor Meirelles Pacuri Escola Rural Visconde de Mauá Braço do Norte 27 Escola Rural Willy Barth Linha Salete Escola Rural Zacarias Góes de Vasconcelos Baixadão Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Segundo a Resolução nº 140/82, de 26 de janeiro de 1982, estavam autorizadas a funcionar 66 escolas rurais com ensino correspondente às quatro primeiras séries de 1º Grau, pelo prazo de 05 anos a contar do início de 1981. Ficava também declarado através da mesma Resolução, a regularização de funcionamento desses estabelecimentos no ano de 1980. Ainda, tal Resolução regularizava o funcionamento de mais 20 escolas que haviam sido desativadas a partir do ano de 1981. QUADRO 05 - Escolas Reativadas através da Resolução 140/82 Escola Rural Benjamin Constant Linha Pratti Escola Rural Casimiro de Abreu Linha Bela União Escola Rural Costa e Silva Linha Verde Escola Rural Duarte da Costa Ponte Dois Irmãos Escola Rural Emílio Médici Linha São Martins Escola Rural Ipiranga Linha Vergueira Escola Rural Manoel Bandeira Linha São Pedro Escola Rural Marechal Eurico Gaspar Dutra Linha São Domingos Escola Rural Vicente Machado Linha Miguelito Escola Rural N. Senhora Aparecida Linha Progresso Escola Rural Nossa Senhora do Carmo Serraria Pancera Escola Rural Padre João Fernandes Vieira Linha Independência Escola Rural Princesa Isabel Linha Dois Irmãos Escola Rural Rodrigues Alves Linha Flor da Serra Escola Rural Santa Rita de Cássia Fazenda Santa Helena Escola Rural Santo Antônio Linha da Balsa Escola Rural São Francisco Linha Maraskim Escola Rural São José Linha Mauricio Cardoso Escola Rural Sebastião Paraná Linha São Francisco Escola Rural Telêmaco Borba Linha Fontana Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) 28 Através da Resolução Nº 182/82, de 27 de janeiro de 1982, as Escolas Rurais passaram a denominar-se Escolas Rurais Municipais. Em 30 de setembro de 1983, através da Resolução Nº 3.360/83, ficaram suspensas, em caráter definitivo, dezessete das sessenta e seis escolas, já mencionadas anteriormente. 4.4 DESATIVAÇÃO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS EM SANTA HELENA Historicamente foi observado que a partir de 1980, a população escolar começou a diminuir gradativamente, o que refletia em grande parte disso era o futuro Lago de Itaipu e suas desapropriações a retiradas das famílias que aos poucos foi se transferindo para outros municípios. Em 1985 as escolas Ceenecistas foram estadualizadas, porém, isto não significou um grande aumento na população escolar, tendo em vista que a população do município já havia diminuído com a formação do reservatório do Lago de Itaipu. Através do Decreto n.º 34/85, de 20 de junho de 1985, extingue as unidades escolares constantes do Decreto n.º 125/79 de 04 de dezembro de 1979. Considerando que além da evasão escolar ocasionada pela formação do Lago de Itaipu, a mecanização agrícola que acontecia em todo o Brasil, também foi fator que intensificou e ocasionou o esvaziamento escolar. QUADRO 06 - Escolas com atividades suspensas através da Resolução 3.360/83 Escola Rural Mun. Antônio C. Alves Escola Rural Mun. Pio XII Escola Rural Mun. Campos Sales Escola Rural Mun. Rocha Pombo Escola Rural Mun. Castelo Branco Escola Rural Mun. Rui Barbosa Escola Rural Mun. D. Luiz F. de Nadal Escola Rural Mun. Salgado Filho Escola Rural Mun. Epitácio Pessoa Escola Rural Mun. Santa Tereza Escola Rural Mun. Euclides da Cunha Escola Rural Mun. Santos Dumont Escola Rural Mun. Gabriel de Lara Escola Rural Mun. Tereza Cristina Escola Rural Mun. Gonçalves Dias Escola Rural Mun. Willy Barth Escola Rural Mun. Osvaldo Cruz Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) 29 Restaram 49 Escolas Rurais Municipais, que atendiam em sistema multisseriado, com autorização de funcionamento prorrogada por cinco anos, a partir do início de 1985, através da Resolução nº 4.384/85. Dessas escolas, nove passaram para o Município de São José das Palmeiras, emancipado em 1985; permanecem na ativa até os dias atuais a Escola Municipal Nereu Ramos e a Escola Municipal Aluísio de Azevedo e as demais foram cessadas a partir de 1984 tendo como causa o êxodo rural provocado pela formação do Lago de Itaipu ou por tratar-se de comunidades pequenas com poucas famílias. As crianças dessas comunidades passaram a freqüentar o Núcleo Escolar mais próximo. Como as escolas municipais que se encontravam no terreno de futuro reservatório do Lago de Itaipu, estas também foram desapropriadas, mas como nem todas as escolas se encontravam construídas em terreno da prefeitura algumas delas tinha termo de cessão de direito possessório autorizado pelos proprietários e se comprometendo a legalizar a área quando a prefeitura fosse procurá-los; mas o Poder Legislativo juntamente com o poder Executivo entraram em acordo comum para que se desistisse das doações e foi autorizado que o Executivo realiza-se as negociações necessárias com a Itaipu Binacional. Haviam também escolas que estavam construídas em terrenos sem que tivessem termo de cessão de direito Possessório, para estas escolas o Executivo designou uma comissão para avaliação dos imóveis que pertenciam a Prefeitura para fins de desapropriação. Foram encontrados arquivos na Secretaria Municipal de Educação que a Itaipu também comprou, na época da desapropriação, outras oito escolas que funcionavam neste município, porém sem registro de funcionamento. Os terrenos onde foram construídas estas escolas haviam sido doados pelos agricultores, sendo suas atividades suspensas pela lei 374/85, a qual retroagiu seu efeito a partir de junho de 1983. Através do Decreto n.º 34/85, de 20 de junho de 1985, extingue as unidades escolares constantes do Decreto n.º 125/79 de 04 de dezembro de 1979. Considerando que além da evasão escolar ocasionada pela formação do Lago de Itaipu, a mecanização agrícola ocasionou o esvaziamento escolar. 30 QUADRO 07 - Escolas Cessadas a partir de 1984 Estabelecimento de Ensino Cessação Definitiva Escola Rural Municipal Emílio Ribas a partir de 1984 Escola Rural Municipal Sete de Setembro a partir de 1987 Escola Rural Municipal Paulo VI a partir de 1987 Escola Rural Municipal Dom Bosco a partir de 1989 Escola Rural Municipal Almirante Tamandaré a partir de 1998 Escola Rural municipal Barão do Rio Branco a partir de 1998 Escola Rural Municipal Bento Munhoz da Rocha a partir de 1998 Escola Rural Municipal Dom José Camargo Barros a partir de 1998 Escola Rural Municipal Dom Pedro I a partir de 1998 Escola Rural Municipal Duque de Caxias a partir de 1996 Escola Rural Municipal Emiliano Perneta a partir de 1996 Escola Rural Municipal Euzébio de Queiroz a partir de 1998 Escola Rural Municipal Getúlio Vargas a partir de 1990 Escola Rural Municipal Graça Aranha a partir de 1998 Escola Rural Municipal Helen Keller a partir de 1998 Escola Rural Municipal Jacó Madalozzo a partir de 1998 Escola Rural Municipal João Teixeira Soares a partir de 1998 Escola Rural Municipal João VI a partir de 1998 Escola Rural Municipal Joaquim Nabuco a partir de 1998 Escola Rural Municipal José de Alencar a partir de 1998 Escola Rural Municipal Júlia W. Petrich a partir de 1990 Escola Rural Municipal Júlio de Castilho a partir de 1998 Escola Rural Municipal Luiz de Camões a partir de 1998 Escola Rural Municipal Machado de Assis a partir de 1997 Escola Rural Municipal Manoel Ribas a partir de 1998 Escola Rural Municipal Marechal Hermes a partir de 1998 Escola Rural Municipal Mateus Leme a partir de 1996 Escola Rural Municipal Monteiro Lobato a partir de 1998 Escola Rural Municipal Padre Anchieta a partir de 1998 Escola Rural Municipal Padre Manoel da Nóbrega a partir de 1998 31 Escola Rural Municipal Quintino Bocaiúva a partir de 1998 Escola Rural Municipal São Gabriel a partir de 1997 Escola Rural Municipal Silveira Neto a partir de 1998 Escola Rural Municipal Viana Moog a partir de 1997 Escola Rural Municipal Victor Meirelles a partir de 1998 Escola Rural Municipal Visconde de Mauá a partir de 1998 Escola Rural Municipal Olavo Bilac a partir de 1998 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Registros encontrados em arquivos da Secretaria Municipal de Educação, bem como em históricos dos estabelecimentos revelam que além das Escolas Rurais Municipais, desde meados da década de 1960, existiam as Escolas Municipais, localizadas nos povoados com maior concentração de moradores, em sistema seriado, ofertando ensino de 1ª a 4ª séries, as quais mantém-se ativas até hoje, conforme demonstra o quadro abaixo: QUADRO 08 – Escolas mantidas desde a década de 60 Início Nome atual da Escola das atividades escolares Escola Municipal Anita Garibaldi – Ed. Infantil e Ensino Fundamental. Escola Municipal José Engel – Ed. Infantil e Ensino Fundamenta.l Escola Municipal João Pessoa – Ed. Infantil e Ensino Fundamental. Escola Municipal Tiradentes – Ed. Infantil e Ensino Fundamental. Escola Municipal Cabral – Ed. Pedro Infantil e Decreto Criação de Autorização Funcionamento 1965 012/69 3842/82 1965 012/69 3842/82 1966 012/69 3842/82 1962 012/69 3842/82 1969 012/69 3842/82 Álvares Ensino Fundamental. Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) de 32 As escolas acima citadas ainda se encontram ativas e atendem os alunos da comunidade na qual estão situadas, tendo sido reformadas e atendidas suas necessidades na medida do possível pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura do município. 4.5 CRIAÇÃO DE NOVAS ESCOLAS PARA ATENDER A DEMANDA A partir de 1987 criam-se novas escolas na sede do município devido ao crescimento da população urbana. Segundo dados do IBGE a população urbana de Santa Helena em 1980 era de 7.223 habitantes, já em 1989 o censo acusava a existência de 12.101 habitantes. Esse aumento significativo deu-se por várias razões, dentre elas, o êxodo rural provocado pela mecanização da agricultura desde o início da década de 1970 e posteriormente pela formação do Lago de Itaipu em 1982. QUADRO 09 - Escolas Municipais criadas na Sede do Município a partir de 1987 Nome da Escola Escola Mun. Inês Mocellin – Ed. Infantil e Ensino Fundamental Escola Mun. Tancredo Neves – Ed. Infantil e Ensino Fundamental Escola Municipal Recanto da Criança – Educação Infantil e Ensino Fundamental Escola Municipal Criança Esperança – Educação Infantil e Ensino Fundamental Autorização de Funcionamento Resolução nº 850/87 Resolução nº 841/87 Resolução nº 3.806/96 Resolução nº 3.808/96 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Desde 1985, pelo projeto Casulo, na antiga LBA, atendia-se crianças de 0 a 6 anos. No ano de 1988 é construída a primeira creche no município de Santa Helena, localizada no Bairro Vila Rica. A partir de então são construídas mais 4 creches, 2 na sede e 2 no interior, pertencendo a Secretaria de Ação Social. Em 1999, as creches passam a pertencer 33 a Secretaria Municipal de Educação, denominando-se Centros Municipais de Educação Infantil, priorizando a partir daí a área pedagógica. QUADRO 10 - Criação dos Centros Municipais de Educação Infantil NOME DO CENTRO LOCALIZAÇÃO DECRETO DE ATENDIMENTO CRIAÇÃO ATUAL Infância Feliz Bairro São Luiz Nº 353/01 77 Pedacinho do Céu Sub Sede Nº 353/01 80 Pequeno Príncipe São Clemente Nº 353/01 70 Meu Cantinho Bairro Baixada Amarela Nº 348/01 118 Lar da Criança Bairro Vila Rica Nº 348/01 160 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) Em 1987, segmentos da sociedade do município de Santa Helena, sensibilizados com as necessidades e as diferenças nas habilidades físicas, intelectuais, sensoriais e nas adaptações sociais de algumas crianças, realizam uma ação conjunta, fazendo com que se concretizasse a fundação da entidade – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Santa Helena, porém o Estatuto da Fundação é registrado somente em abril do ano seguinte. No ano de 1988 é criada a Escola Especial, denominada “Criança Feliz”, a qual somente a partir de 1995 passa a ter sede própria e atualmente oferece os seguintes programas: Educação Infantil; Escolaridade; Educação para o Trabalho, e ainda presta atendimento nas áreas de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. A partir de 1992 ocorre a municipalização de ensino de 1ª a 4ª séries, através da Lei Municipal nº 685/92, que cria a Escola Municipal Marechal Deodoro da Fonseca – Ensino de 1º Grau, a qual desmembrou-se da Escola Estadual Graciliano Ramos – Ensino de 1º Grau. Atualmente as referidas escolas denominam-se: Escola Estadual Graciliano Ramos – Ensino Fundamental e Escola Municipal Marechal Deodoro da Fonseca – Educação Infantil e Ensino Fundamental. Em 1995, conforme demonstra o quadro abaixo, autorizou-se o funcionamento de Educação Infantil nas Escolas Municipais, atendendo crianças de 04 a 06 anos. As autorizações de funcionamento foram dadas de forma gradativa, porém algumas escolas já ofertavam o ensino Pré-Escolar, em anos anteriores. 34 QUADRO 11 - Autorizações de funcionamento de Pré-Escola NOME DA ESCOLA RESOLUÇÃO Escola Municipal João Pessoa Nº 3.788/95 Escola Municipal Professor José Engel Nº 3.788/95 Escola Municipal Anita Garibaldi Nº 3.788/95 Escola Munic. Marechal Deodoro da Fonseca Nº 3.788/95 Escola Municipal Professora Inês Mocellin Nº 3.788/95 Escola Municipal Pedro Álvares Cabral Nº 3.788/95 Escola Municipal Tancredo Neves Nº 3.788/95 Escola Municipal Nereu Ramos Nº 3.786/95 Escola Municipal Tiradentes Nº 3.788/95 Escola Municipal Aluisio de Azevedo Nº 3.786/95 Escola Municipal Recanto da Criança Nº 3.854/96 Escola Municipal Criança Esperança Nº 3.853/96 Fonte: Secretaria Municipal de Educação e Cultura (2005) No ano de 1996, através da Resolução nº 610/96 é autorizado o funcionamento de mais um estabelecimento de ensino estadual, ofertando de 5ª a 8ª séries, denominada Escola Estadual Teotônio Vilela, localizada na Esquina Céu Azul. Também, em 1996, iniciam-se as aulas do Centro de Estudos Supletivo de Santa Helena – CESLENA, que teve sua autorização de funcionamento concedida através da Resolução nº 4.808/95, atendendo alunos de 1ª a 8ª séries. A instituição atualmente denomina-se Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos de Santa Helena – CEEBJA, mantida pelo Governo do Estado do Paraná. 4.6 ENSINO SUPERIOR NO MUNICÍPIO DE SANTA HELENA Com a demanda de novas tecnologias e a necessidade de formação contínua, exigida pela sociedade atual, a Municipalidade também preocupou-se com o Ensino Superior, visando proporcionar aos munícipes a oportunidade de estudar sem ter que se deslocar para outros municípios da região. Assim, em 18 de junho de 1996, a UNIOESTE – Universidade do Oeste do 35 Paraná e a Prefeitura Municipal de Santa Helena firmam Convênio de Cooperação Técnica, Científica e Cultural, com objetivo da criação, em Santa Helena, do núcleo Avançado de Pesquisas, Pesqueiros, Biológicos e do Meio Ambiente, cujo intuito inicial era dar apoio ao curso de Engenharia de Pesca do Campus de Toledo. Nestes cinco anos, foram muitos os frutos gerados deste convênio, dentre os quais citamos: - Em 05 de junho de 1997, assinatura do Convênio entre a UNIOESTE e a Prefeitura Municipal de Santa Helena, objetivando a cooperação mútua para a administração do Viveiro Florestal da Itaipu, cedido à UNIOESTE em regime de comodato. - Em 05 de maio de 1998, assinatura do Convênio entre a UNIOESTE, Prefeitura Municipal de Santa Helena e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental - FUNDEF, com o objetivo de estimular a realização de programas de cooperação em assuntos técnicos, científicos, educacionais, sociais, culturais e esportivos. - Em 01 de outubro de 1999, assinatura do Convênio entre a UNIOESTE e a Prefeitura Municipal, o qual previa a implantação e manutenção de cursos de nível superior e pós-graduação na cidade de Santa Helena. Neste mesmo ano é realizado o primeiro Concurso Vestibular da Unioeste em Santa Helena. O curso ofertado foi de pedagogia. - Em 16 de dezembro de 1999, assinatura dos Termos Aditivos I e II, que implantavam em Santa Helena os cursos superiores de Pedagogia e Ciências Biológicas – extensões de Cascavel. - Em 23 de junho de 2000, inaugurado o Complexo do Núcleo Avançado de Pesquisas Pesqueiras, Biológicas e do Meio Ambiente, com terreno de 57.000m2 de área e mais de 1.200m2 de área construída. - Em março de 2000, iniciam-se as aulas do curso de Pedagogia – extensão de Cascavel, o qual encontra-se atualmente com três turmas de 50 alunos. - Em junho de 2000, iniciam-se as aulas do curso de Ciências Biológicas – extensão de Cascavel, com turmas de 40 alunos. - Paralelamente, foram realizados no Núcleo de Santa Helena três cursos de pós-graduação, sendo: Pós-Graduação em Metodologia de Ensino para a Educação Básica, Turismo e Ensino Religioso. 36 - Em maio de 2001, é assinado o convênio com a UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon, que prevê a realização do curso de Pós-Graduação em Administração com ênfase em Recursos Humanos e Marketing, a ser realizado no Núcleo de Santa Helena a partir de agosto de 2001. - Em junho de 2001, o Conselho Universitário da UNIOESTE aprova a criação de dois novos cursos em Santa Helena: Administração de Empresas e Educação Física, ambos extensões do Campus de marechal Cândido Rondon. - Em dezembro de 2001 é assinado o protocolo de intenções para a criação destes dois novos cursos. - Em 14 de setembro de 2001 tem início a Pós-Graduação em Administração com ênfase em Recursos Humanos e Marketing, tendo vinte e nove acadêmicos, sendo esta concluída em 27 de outubro de 2002. - Inicia em 26 de julho de 2002 a Pós-Graduação - especialização em Organização do Trabalho Pedagógico, curso realizado através de parceria firmada entre a UNIOESTE – Universidade estadual do Oeste do Paraná e a Prefeitura Municipal de Santa Helena, com término previsto para 30 de junho de 2003, formando quarenta e cinco acadêmicos. - Em novembro de 2002 é realizado vestibular especial com a criação dos cursos de Educação Física e Administração de Empresas, com as aulas iniciando-se no mesmo mês. - Em março de 2003 é realizado o vestibular na instituição, através do qual mais 140 acadêmicos ingressam na extensão de Santa Helena nos cursos de Administração de Empresas (noturno), Pedagogia (noturno) e Ciências Biológicas (diurno). Atualmente, a extensão da UNIOESTE – Santa Helena conta com cerca de 470 acadêmicos, e em abril de 2004 aconteceu a primeira formatura no Curso de Pedagogia. Conforme descrito acima, muito se realizou, demonstrando o sucesso da parceria da UNIOESTE com o município de Santa Helena, buscando a melhoria da qualidade da educação dos santaelenenses. 37 5 CONCLUSÃO A história do município de Santa Helena começa nos anos de 1920, quando colonos decidiram deixar os campos do Sul do Brasil em busca de terras férteis onde pudessem melhorar suas condições de vida. O franco desenvolvimento da região culminou na emancipação política administrativa do município. Antes da emancipação política houve a preocupação constante com a educação das crianças e a criação de escolas. O grande fluxo imigrantes vindos dos estados de Santa Catarina e Rio Grande de Sul, fez com que a cidade se expandisse rapidamente e que estruturasse o sistema de ensino, pois haviam famílias numerosas e que reivindicavam estudo para seus filhos. Através do estudo, pode-se verificar que durante a colonização do Oeste do Paraná, mais precisamente o município de Santa Helena, por ser colonizada principalmente por descendentes de italianos e alemães, os quais tinham uma cultura diferenciada quanto aos demais povos colonizadores e designavam grande importância a educação, foram travadas muitas lutas para que esta fosse concebida de forma oficial. Mas, mesmo antes de acontecer oficialmente, a escolarização domiciliar existiu e constituía-se de uma forma de aprendizagem. Com desapropriação de terras na região pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu na década de 70 e ainda com a diminuição do uso de mão-deobra por causa da mecanização das terras, muitas pessoas saíram de Santa Helena e foram para outras regiões do país, provocando a diminuição da população muitas escolas foram desativadas e o município passou por sérias dificuldades pela perda de quase metade da sua população gerando a diminuição dos alunos que culminou na desativação de muitas escolas. Apesar de todas as adversidades ocorridas no processo histórico que vivencia o município, pode-se afirmar que a educação nunca deixou de ser preocupação e prioridade, mesmo com a falta de recursos financeiros ou humanos, de alguma forma houve a escolarização. A escola como sistema está ligado às demais estruturas sociais, adaptando-se ao contexto na qual está inserida, visando a formação do homem com ser integral. 38 6 REFERENCIAS COLODEL, José Augusto. 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