Programa de Formação Contínua em Matemática: novos desafios Isabel Rocha Escola Superior de Educação de Leiria ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Situação de partida ▪ Percentagem da população com idade entre 18 e 24 anos cujas habilitações correspondem apenas ao ensino básico e que não continua a estudar nem segue qualquer formação ▪ Resultados do PISA 2003 ▪ Resultados de Provas de Aferição ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Percentagem da população com idade entre 18 e 24 anos cujas habilitações correspondem apenas ao ensino básico e que não continua a estudar nem segue qualquer formação (2002) União Europeia Países Aderentes União Europeia + Países Aderentes Portugal 18,8% 8,4% 16,4% 45,5% ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Resultados do PISA 2003 Desempenho dos alunos portugueses – resolução de problemas Nível 1: Estudantes que resolvem um nível básico Nível 2: Estudantes que resolvem raciocinando sobre ele e tomando Nível 3: Estudantes que resolvem reflectindo e comunicando o problema a o problema decisões o problema Cerca de 25% dos nossos alunos não atingiram o nível 1 de proficiência na resolução de problemas ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Resultados do PISA 2003 “Há correlação estatisticamente significativa entre estes resultados e os níveis de escolaridade onde estão os alunos do estudo, portanto há aqui um efeito da retenção” (Prof. Rui Santos, Amadora 2005) ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Retenção no 1.º ciclo Retenção escolar, diferenciação socioeconómica e literacia (Estatísticas do GIASE relativas a 2000/01): 2.º ano 14,8% nas escolas públicas; 6,24% nas privadas 3.º ano 8,6% nas escolas públicas; 4,39% nas privadas 4.º ano 9,7% nas escolas públicas; 5,52% nas privadas ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Resultados do PISA 2003 ▪ Factores relacionados com os professores As baixas expectativas destes são mais elevadas em Portugal: 44,1% para 22,1% (média da OCDE) Práticas de monitorização dos professores Portugal é o país da OCDE que tem menos responsáveis pelas escolas a declararem que observaram as aulas dos professores que nelas leccionam: . Média em Portugal: 5% . Média na OCDE: 61% ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Provas de aferição 2004 – Níveis máximos de desempenho por competência Conceitos e procedimentos 59% Resolução de problemas 39% Raciocínio 52% Comunicação 35% ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Provas de aferição: 2004 – Níveis máximos de desempenho por temas Números e cálculo 51% Geometria e Medida Estatística e Probabilidades Álgebra e funções 45% 61% 62% Percentagem de respostas totalmente erradas muito elevada, excepto no tema Estatística e P. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Programa de Formação Contínua em Matemática para professores do 1º ciclo ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Enquadramento • • Despacho conjunto nº 812/2005 do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Protocolo com as Instituições de Ensino Superior (IES) que formam professores do 1º ciclo do ensino básico. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Enquadramento • Comissão de acompanhamento • Comissão de avaliação externa ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Objectivos • • Promover um aprofundamento do conhecimento matemático, didáctico e curricular dos professores do 1º Ciclo envolvidos, tendo em conta as actuais orientações curriculares neste domínio Favorecer a realização de experiências de desenvolvimento curricular em Matemática. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Objectivos • • • Desenvolver uma atitude positiva dos professores relativamente à Matemática. Criar dinâmicas de trabalho em colaboração entre os professores de 1º Ciclo. Promover o trabalho em rede entre escolas e agrupamentos em articulação com as instituições de formação inicial de professores. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Conhecimento do Professor para ensinar Matemática Ao ensinar Matemática o professor tem de: • encontrar explicações correctas do ponto de vista da matemática mas que sejam compreendidas pelos seus alunos; • utilizar definições matemáticas adequadas e compreensíveis; • representar ideias matemáticas fazendo a correspondência entre as representações concretas, icónicas e simbólicas; • ser capaz de responder às questões e curiosidades matemáticas dos seus alunos; ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Conhecimento do Professor para ensinar Matemática Ao ensinar Matemática o professor tem de: • propor tarefas que favoreçam a progressão das aprendizagens dos alunos; • interpretar e julgar do ponto de vista matemático e didáctico as questões, as resoluções, os problemas e as observações dos alunos (quer os previsíveis quer os não previsíveis); • avaliar a qualidade matemática dos materiais de ensino e modificá-los quando o considerar necessário; • avaliar as aprendizagens matemáticas dos alunos e tomar decisões sobre como progredir. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Exemplo: Divisão Divisão Exacta Divisão Inteira O símbolo : ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Exemplo: Divisão Dados três números inteiros tais que a x b = c com a 0 temos que b = c : a em que : representa a operação inversa da multiplicação e é denominada Divisão Exacta. 4 x 3 = 12 logo temos que 12 : 3 = 4 Esta operação Divisão Exacta não é possível para qualquer par de números inteiros Não existe a divisão exacta de, por exemplo, 14 por 3. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Exemplo: Divisão Então será correcto escrever 14 : 3 = 4 ? (resto 2) Ou, como noutro exemplo: 27 : 5 = 5 x 5 + 2 ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 ? Exemplo: Divisão Não existe a divisão exacta de 14 por 3 mas existem dois números inteiros, o 4 (quociente) e o 2 (resto) tais que 14 = 3 x 4 + 2. A operação que permite calcular estes dois números denomina-se divisão inteira ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Princípios • • • Valorização do desenvolvimento profissional do professor Valorização de uma formação matemática de qualidade para o professor Valorização do desenvolvimento curricular em Matemática ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Princípios • Reconhecimento das práticas lectivas dos professores como ponto de partida da formação - o conhecimento profissional do professor e em especial o seu conhecimento didáctico e matemático conhecimento directamente evocado para a preparação, condução e avaliação de situações de ensino-aprendizagem em Matemática. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Princípios • • • Consideração das necessidades concretas dos professores relativamente às suas práticas curriculares em Matemática Valorização do trabalho colaborativo entre diferentes actores (professores da escola e formadores). Valorização de dinâmicas curriculares contínuas centradas na Matemática - a Matemática necessita de um investimento continuado - professor dinamizador nesta área ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Organização/Metodologia 1. Sessões de trabalho a realizar nas escolas/ sedes de agrupamento em horário não lectivo, com periodicidade quinzenal (total de 15), para planificação e reflexão das actividades curriculares, que inclui o aprofundamento do conhecimento matemático necessário à sua concretização; Estas sessões visam o trabalho colaborativo, em pequenos grupos de 8 a 12 professores, centrado nas suas práticas. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Organização/Metodologia 2. Aplicação em sala de aula, com acompanhamento do formador, das tarefas planificadas nas sessões conjuntas, e posterior reflexão sobre os aspectos considerados mais relevantes. O número de sessões de acompanhamento por formando depende do número de formandos de cada grupo (previstas 3 por formando) ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Organização/Metodologia 3. Realização de dois seminários de partilha do trabalho desenvolvido, aberto a todos os professores (não se limita aos que participam no programa) ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Conteúdos Documentos de referência: • Programa do 1º ciclo do ensino básico (1990) • Currículo nacional do ensino básico (2001) ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Conteúdos: Domínios - Os temas matemáticos; - A natureza das tarefas para os alunos; Os recursos a utilizar, como contexto ou suporte das tarefas propostas; A cultura de sala de aula e de avaliação. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Materiais de apoio Produção de 4 brochuras (em fase de elaboração): “Números e Operações” “Geometria e Medida” “Análise de Dados” “Processos Matemáticos ?” ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Programa: Dificuldades • Temporais: - Constituição da Comissão de Acompanhamento – finais de Maio - Apresentação instituições versão provisória do Programa em finais de Julho - Constituição das equipas de formação: Agosto - Programa definitivo: 20 de Setembro - Divulgação do programa aos agrupamentos: entre 12 Set. e 10 Out. - Início do programa: entre 12 e 30 de Outubro ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 No entanto…. • O Programa está a decorrer em todos os distritos; • O grau de adesão dos professores foi variável (influenciado por vários factores) mas consideramos uma adesão significativa tendo em conta a diversidade de medidas que foram implementadas no início do ano lectivo. ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Alguns números (Dezembro 2005) Instituições Professores envolvidos de Formação 18 5640 Grupos de formação Formadores 577 140 ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Desafios para o futuro 2006/07 • alargamento a outros professores • continuidade dos que estão a frequentar este ano (está a ser pensado o formato) • Alterar a cultura de escola relativa às dinâmicas curriculares em Matemática nas escolas: identificar o dinamizador da Matemática ao nível da escola (ou do Agrupamento) ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Formação Contínua em Matemática para Professores do 1º Ciclo IES Formadores Grupos Formandos Sessões Conjuntas Sessões de Acompanhamento ESE BEJA 6 13 109 8,38 [7,10] 57 4,38 [4,5] 122 9,38 [8,11] ESE BRAGANÇA 5 17 170 10,00 [7,14] 81 4,76 [4,5] 100 5,88 [0,14] ESE CASTELO BRANCO 4 14 105 7,50 [5,11] 64 4,57 [4,5] 85 6,07 [2,8] ESE COIMBRA 6 17 157 9,24 [4,12] 48 2,82 [2,3] 70 4,12 [2,6] ESE GUARDA 5 19 210 11,05 [9,15] 85 4,47 [4,5] 46 2,42 [0,5] ESE LEIRIA 8 28 315 11,25 [8,13] 123 4,39 [4,5] 166 5,93 [3,12] ESE LISBOA 21 78 767 9,83 [6,15] 328 4,21 [3,5] 538 6,90 [0,19] ESE PORTALEGRE 5 9 67 7,44 [4,10] 32,5 3,61 [3,4] 10 1,11 [0,2] ESE PORTO 21 116 1108 9,55 [8,13] 440 3,79 [1,5] 5 0,05 [0,2] ESE Coimbra - 29 de Março de 2006 Formação Contínua em Matemática para Professores do 1º Ciclo IES Formadores Grupos Formandos Sessões Conjuntas Sessões de Acompanhamento ESE SANTARÉM 8 30 292 9,73 [5,15] 120 4,00 [4,4] 58 1,93 [0,6] ESE SETUBAL 12 52 500 9,62 [5,14] 196 3,77 [3,4] 191 3,67 [0,9] ESE VIANA DO CASTELO 5 24 225 9,38 [6,12] 74 3,08 [3,4] 50 2,08 [0,6] ESE VISEU 6 26 273 10,50 [8,14] 135 5,19 [4,6] 470 18,08 [13,24] UNIV. ALGARVE - ESE 7 19 197 10,37 [5,13] 88 4,63 [4,6] 83 4,37 [2,9] UNIV. AVEIRO 6 36 355 9,86 [6,14] 144 4,00 [4,4] 30 0,83 [0,2] UNIV. ÉVORA 2 12 118 9,83 [7,12] 36 3,00 [3,3] 21 1,75 [0,3] UNIV. MINHO 11 59 535 9,09 [6,12] 236 4,00 [4,4] 487 8,25 [6,12] UNIV. T. ALTO DOURO 2 6 55 9,17 [7,13] 21 3,50 [3,4] 31 5,17 [4,7] Total Nacional 140 575 5558 9,67 2308,5 4,01 2563 4,46 ESE Coimbra - 29 de Março de 2006