COMPREENSÃO DA ADAPTAÇÃO DAS FAMÍLIAS CONFORME AS MUDANÇAS
COTIDIANAS NO AMBIENTE
MOREIRA, Amanda; PEDRI, Ana Claudia; POZZER, Cíntia; SILVA, Cristiane Coelho;
TEIXEIRA, Natacha; PEREIRA, Adriana Dall’ Asta
Descritores: Enfermagem; Família; Ambiente; Adaptação.
Introdução: A família é definida como um grupo de indivíduos vinculados por uma
ligação emotiva profunda. É ela que propicia o aporte afetivo, sobretudo, materiais
necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes1. A teoria da
adaptação baseia-se em quatro elementos essenciais: pessoa, ambiente, saúde e
enfermagem. E existem mecanismos de enfrentamento: o Subsistema Regulador;
Subsistema Cognoscente2. Roy descreve a pessoa como um sistema adaptativo com
mecanismos inatos e adquiridos os quais lhe permitem competir com as mudanças
internas e externas que lhe ocorrem. A família vai se adaptando conforme suas condições
de vida, e cabe a enfermagem contribuir nesse processo de adaptação, promovendo a
adaptação da pessoa em situações de saúde e doença, enquanto indivíduo, família ou
comunidade, desenvolvendo assim uma prática humanista. Neste sentido, questiona-se:
Como uma família adapta-se as mudanças cotidianas do ambiente? Objetiva-se
compreender como a família adapta-se as mudanças cotidianas do ambiente.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso. O estudo foi
realizado com uma família da comunidade do Alto da Boa Vista, localizada na
macrorregião Oeste de Santa Maria, no decorrer do segundo semestre de 2011, em
etapas sistematizadas, quais sejam: Histórico da família; diagnóstico da família e
realidade; Planejamento das atividades; Implementação de prioridades e avaliação do
processo. Foram observados os critérios éticos estabelecidos pela Resolução 196/96 do
Ministério da Saúde. Resultados: A família em estudo é composta por dona I. viúva de 64
anos, tem 5 filhos R. 42 anos, E. 31anos, M. 34 anos, Q. 48 anos, M. 49 anos. Dona R.
tem duas filhas, C. de 19 anos e A. de 5 anos, ela casou-se novamente com M. de 50
anos, padrasto de suas filhas, trabalha como faxineira. Sua irmã E. tem cinco filhos, B.
14anos, J. 11 anos, M. E. 6 anos, J. 2 anos e H. 2 meses, e sua filha C., está grávida de 6
meses. Dona R. e sua filha C. que cuidam dos filhos de E. enquanto esta trabalha. C.
parou de estudar no 2º ano do ensino médio por razão da gravidez, segue o pré-natal na
Unidade Básica de Saúde. Dona I. apresenta problemas de saúde como hipertensão,
hepatite C e gastrite. Na sistematização da assistência de enfermagem diagnosticamos
refluxo gastroesofágico, doenças crônicas, déficit de conhecimento e gravidez na
adolescência. Através deste traçamos metas e intervenções de enfermagem, orientando
os cuidados que devem ser tomados frente aos problemas encontrados. Discussão: A
família acompanhada se adapta de acordo com situações internas e externas do
ambiente que a envolve em constante interação com o meio. A saúde da família é
descrita como um estado ou processo como um todo em interação com o ambiente,
sendo que a família representa um valor significativo nele3. Detectou-se que a família
observada, apesar do elevado número de familiares convivendo dentro do pequeno
espaço da casa e com baixa remuneração para manter a residência, tem uma boa
interação, afeto e amor, mantendo assim, uma boa convivência e um elevado espírito de
cooperação mutua entre eles. Observou-se que mesmo com todo o problema estrutural
familiar e do ambiente onde vivem, uns ajudam os outros, orientando da importância de
se ter uma boa educação, de cuidar da saúde e de ter um bom relacionamento pessoal.
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou construção4. Assim, observou-se que embora vivendo um período de transição para a
1
construção de um sistema de valores, a família apesar de suas dificuldades e dúvidas
sobre o que e como orientar, esta aberta aos mecanismos adaptativos. Percebemos
assim, que devido mudanças internas e externas do meio, essas pessoas se adaptaram
conforme as necessidades geradas com as alterações de suas vivências. Para eles a
família é a base para o seu desenvolvimento. Considerações Finais: Por meio da Teoria
de Roy foi possível reconhecer que as pessoas, mediante estímulos, podem desencadear
respostas, ora positivas ora negativas, em situações estressantes. Entretanto, foi
necessário atuar como mediador entre a objetividade técnica e a subjetividade humana, a
fim de elaborar estratégias para as ações do cuidar, e assim contribuir para capacitar as
pessoas a criarem mecanismos de enfrentamento capazes de diminuir respostas
negativas, favorecendo as vivências e facilitando a realização dos procedimentos de
saúde e enfermagem. Esta experiência foi importante na medida em que nos possibilitou
constatar que a família criou mecanismos de adaptação frente aos diversos problemas
levantados. Cabe ressaltar o vínculo criado com a família e a facilidade de acesso à
problemática após a criação deste, contribuindo para um melhor aproveitamento e
desenvolvimento das orientações prestadas.
Referências
1. Galera SAF, Luis MAV. Principais conceitos da abordagem sistêmica em cuidados de
enfermagem ao indivíduo e sua família. Rev Esc Enferm. USP 2002; 36(2): 141-7.
2. Lopes MVO, Araújo TL, Rodrigues, DP. A relação entre os modos adaptativos de Roy
e a taxonomia de diagnósticos de enfermagem da NANDA. Ver. Latino-Am.
Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 7, n. 4, Outubro de 1999.
3. Angelo M, Bousso RS. Fundamentos da Assistência à Família em Saúde. In:
Ministério da Saúde (Org.). Manual de Enfermagem. São Paulo: Universidade de São
Paulo, 2001.
4. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Editora:
Paz e Terra, 34ª edição. São Paulo, 2006.
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