PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA: A VIVÊNCIA DAS
FAMÍLIAS
Camila Barbosa de Melo
(Enfermagem – Unioeste) Tel. (45) 3324-9796 - email:[email protected]
Elizabeth Maria Lazzarotto1 (Coord.) Alcy Aparecida Leite Souza2; Elaine Terezinha Turcatel3; Maria Helena
Ampessan Vivan3; Alessandra Vidal da Silva4; Aline Strieder; Ana Carolina de Souza; Ana Carolina Rossin;
Ana Claudia de Carli Beloto; Ana Cristina Geiss Casarolli; Andreia Carrer; Andressa Berton; Anna Paula
Semêniuk; Bárbara E. Trombetta; Bárbara Souza Rodrigues da Costa; Bruna Maria Bugs; Camila Barbosa de
Melo; Camila Francieli Sobesik. Mascarello; Camila Paluch Miola; Camila Marcello; Caroline Amaral; Daiana
de Freitas; Daniella Moura Arnaldi; Daniele Laguna; Danieli Cristina Scalco; Davi Miyahira; Débora Tatiane
Feiber; Dirlene Lais Demarchi; Enayele Sirtoli; Eveline Araújo; Fabiana Luize Kopper; Fabiane Cristina dos
Santos; Fernanda L. Angonese; Gabriele Balbinot; Gécica Gracieli Wust; Geovana Anna Chaia; Geórgia
Tannara Besing Heck; Guilherme A. Borgert; Halana B. Barbosa; Jaiana K. Gubert; Jaine Belloni de Assis;
Janaina Ultado Dutra; Janaine Fragnan Peres; Jaqueline Campestrini; Jéssica Christina Acosta; Joana Camila N.
Trufa; Juliana A Duarte Araújo; Juliana Cristina Matias; Juliana Michele de Almeida Pedro; Julie Cristina de
Oliveira Meulan; Karine de Andrade; Kelly Aline Tonin; Kelly Denise Machado; Kelly Ribeiro; Kiussa Taina G.
Vidal; Lara Adrianne Garcia Paiano; Lara Marrafon Soares de Lima; Leila de Fátima Machado; Letícia
Anderson dos Santos; Luana Bueno de Souza; Luciane Fátima de Souza; Luísa Limberger; Magda Teresa
Mercúrio; Marcia A. F. da Cunha; Michelli Locks; Mônica Grando Grutzmacher; Nadya Aline Dallabrida;
Natalia Violin Fabri; Patricia Paris; Rafaela Juana Nicolau; Raquel Rech; Regianni Agostini de Souza; Renann
Zanatta; Rosiele Pinho Gonzaga Silva; Sheila Aparecida Soares; Sibéli de Fátima Ferraz Simão; Simone
Roecker; Simone Rover; Simony Vanessa dos Santos; Sônia Gomes de Lemos; Stephanie Caetano da Costa e
Sousa; Suyan Aparecida Yamada Neves; Taiamara Markert; Tainá Moesch; Tatiane Baratieri; Thaís D.
Eberhardt; Vanessa Caprioli; Vanessa de S. Diniz Garcia Amaral; Vanessa Rossetto; Viviane Brim dos Santos;
Wanila Arroyo Luiz.
RESUMO: O projeto de extensão cria a oportunidade para que os acadêmicos exercitem o
conhecimento na prática. Participam do projeto 87 acadêmicos desenvolvendo ações de
educação em saúde na visita domiciliar junto as famílias . Estas famílias possuem baixo nível
de escolaridade, com renda média de R$ 150,00 a R4 600,00 mensais, sendo a ocupação da
maioria serviços gerais, seguido pela prática doméstica. A maioria participa de oficio
religioso, na escola, associação e pastoral. O percentual de confiança nas pessoas, nos
vizinhos e nas instituições é grande. Entretanto, a maioria não confia no governo, na
sociedade, nos políticos e partidos. Constatou-se a falta de segurança, e a existência de
muitos casos de violência. Devido à falta de confiança nos aparelhos governamentais, estas
famílias não reivindicam seus direitos.
PALAVRAS-CHAVE: Família, Saúde, Social.
INTRODUÇÃO
Quando a comunidade atua para atingir metas, ganha consciência de sua competência e poder
coletivos para encarar e resolver problemas que atingem a população. O desenvolvimento da
comunidade é possível por meio da existência de recursos humanos e materiais, o apoio social
na realização da participação popular na direção dos assuntos de saúde.
Os elementos concernentes à gestão participativa são essenciais para ampliar a democracia no
âmbito da saúde. Os conselhos de saúde têm confirmado serem uma ferramenta de
1
Enfermeira, docente do Curso de Enfermagem da Unioeste/Campus de Cascavel/ PR. [email protected], (45)
32238184 2
Enfermeira, docente do Curso de Enfermagem da Unioeste – Campus de Cascavel/PR.
3
Técnico-Administrativos que participam do Projeto.
4
Acadêmicos do 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano do Curso de Enfermagem da Unioeste – Campus de Cascavel/PR.
empoderamento da comunidade visando organizar os serviços de saúde. Dentre as estratégias
de empoderamento da comunidade consideram-se a educação para a cidadania, a socialização
de conhecimento, o envolvimento na tomada de decisões, o planejamento e a execução e/ou
iniciativas sociais.
Quanto à participação da sociedade, Gohn (2004, p. 21) afirma que algumas considerações
são necessárias sobre “conceitos (ou categorias, já que alguns deles ainda não adquiriram o
status teórico de um conceito). Eles são: sociedade civil e esfera pública, empoderamento,
capital social e participação”. O empoderamento da comunidade deve ser capaz de “[...] gerar
processos de desenvolvimento auto-sustentável, com a mediação de agentes externos os
educadores sociais fundamentais na organização e no desenvolvimento das ações” (p. 23).
Para o autor, o conceito de comunidades cívicas, foi caracterizado como “cidadãos atuantes e
imbuídos de espírito público, por relações políticas igualitárias, por uma estrutura social
firmada na confiança e na colaboração”.
Segundo Gohn (2004), a participação abrange as seguintes idéias: Uma sociedade
democrática só é possível via o caminho da participação dos indivíduos e grupos sociais
organizados. Não se muda a sociedade apenas com a participação no plano local, micro, mas é
a partir do plano micro que se dá o processo de mudança e transformação na sociedade. É no
plano local, especialmente num dado território, que se concentram as energias e forças sociais
da comunidade, constituindo o poder local daquela região; no local onde ocorrem as
experiências, ele é a fonte do verdadeiro capital social, aquele que nasce e se alimenta da
solidariedade como valor humano.
É na comunidade que se localizam instituições importantes no cotidiano de vida da
população, como as escolas, os postos de saúde, etc. A comunidade, do ponto de vista do
autor, deve lutar para que o Estado “cumpra seu dever: propiciar educação, saúde e demais
serviços sociais com Qualidade, e para todos. Essa participação deve ser ativa e considerar a
experiência de cada cidadão que nela se insere e não tratá-los como corpos amorfos a serem
enquadrados em estruturas prévias, num modelo pragmatista” (p.24).
Na família e na comunidade, a educação, para Brandão (1988, p. 10-11), existe “[...]
entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem
livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos
pedagógicos”. Melhorar a qualidade de vida da comunidade tem sido um dos maiores
desafios.
Demo (1994) destaca que os aspectos que caracterizam a inserção social dos
indivíduos relacionam-se com as condições de acesso à educação, moradia, trabalho, lazer,
transporte, serviços de saúde, etc. Em uma comunidade, os fatores mais importantes em nível
de saúde são os seguintes: em primeiro lugar, a qualidade de vida e, em segundo lugar, o
saneamento.
No entender de Sorrentino (1991), a participação é finalidade e viabiliza a educação,
dado que colabora para superar uma postura de distanciamento que, de certa maneira, nos
relega a uma confluência de fatores da chamada vida moderna. Dessa forma, enfatiza-se que a
crença de que uma concepção educativa é mais do que o conhecimento dos fatos, é o estímulo
à busca da compreensão da realidade em seus diferentes níveis, do individual ao universal, da
comunidade à aldeia global.
Segundo Bertucci (2005), a noção de capital social, que foi popularizada por Putnam a
partir de sua investigação sobre o desempenho das instituições governamentais na Itália, se
encontra em plena construção. Embora que o capital físico seja relacionado com as riquezas
materiais e o humano com as habilidades e os conhecimentos das pessoas, o capital social
alude aos laços existentes entre os indivíduos de uma comunidade. O capital social é
considerado capital porque se acumula, pode produzir benefícios, tem estoques e uma série de
valores. Portanto, não se trata de um bem ou serviço de troca, mas de recursos que são
acumulados e que podem ser utilizados e mantidos para uso futuro, além de ser um elemento
estratégico para avaliar a sustentabilidade das políticas.
De acordo com Jacobs (2000), nas cidades sempre existem, nos seus bairros e distritos,
pessoas conectadas com pessoas, segundo um padrão de rede referente aos assuntos públicos.
Para o autor, essas redes de capital social (não o capital físico ou financeiro, o produto ou a
renda, e não o capital empresarial ou a riqueza), do ponto de vista do pensamento econômico,
são responsáveis pela vitalidade das localidades em termos de desenvolvimento. Destaca-se
que o autor foi o primeiro a empregar a expressão capital social com o sentido que é
empregado atualmente, com o sentido que foi empregado por Putnam, com o sentido com que
Tocqueville cunhou a expressão governo civil.
No que tange à evolução, as sociedades humanas não são como organismos que
evoluem segundo um modelo variacional, mas passam por processos transformacionais de
mudança. O desenvolvimento pode ser aplicado às sociedades humanas ou, então, é melhor
abandonar o conceito de desenvolvimento. Brasil (2002, p. 7) enfatiza “[...] a importância de
que, para se ter um melhor nível de saúde na sociedade, faz-se necessário investir em
melhorias na habitação, na renda, no consumo de alimentos, no aumento da escolaridade e na
construção de ambientes saudáveis”.
Segundo a OPAS (1995, p. 40), “a educação vista como o processo de transformação
do sujeito, que, ao transformar-se, modifica seu entorno e vice-versa. A transformação dos
sistemas sociais só é possível mediante a transformação dos seres humanos que os
configuram”.
O presente estudo teve como objetivo diagnosticar a existência da participação
comunitária das famílias que vivem nas margens do Rio Quati Chico localizado no Bairro
Nova Cidade na cidade de Cascavel/PR.
METODOLOGIA
O projeto de extensão tem por finalidade criar oportunidade para que os acadêmicos
exercitem o conhecimento. As etapas do projeto comportam diagnóstico, análise e programa
de formação escolhido pelas crianças e os adolescentes que vivem nas margens do Rio Quati
Chico.
O projeto é desenvolvido por 87 acadêmicos. Realizou-se um diagnóstico da
participação e nível de confiança das famílias. A partir dos dados coletados realizamos o
diagnóstico do conhecimento do saneamento básico, da importância do rio, do significado do
meio ambiente, das doenças causadas pela água, lixo, vetores e roedores e, os principais
problemas ambientais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresentamos os resultados do diagnóstico realizado sobre a participação da família e
nível de confiança: Quanto ao perfil socioeconômico e demográfico da população pesquisada,
os resultados apontam que quanto ao sexo, 53,6% são do sexo masculino e 46,4% do sexo
feminino. Observou-se que a escolaridade da maioria dos membros das famílias é o ensino
fundamental incompleto, seguido de 26,2% que são estudantes.
A minoria desta população possui o ensino médio completo, e ainda conta com 6% de
analfabetos. Com relação à renda e a ocupação das famílias, observou-se que a renda
declarada pela maioria das famílias é de R$ 150,00 a R$ 600,00 mensais, menos da metade
recebe mensalmente mais de R$ 900,00. A profissão da maioria é a de serviços gerais,
seguido pela prática doméstica e de aposentados.
Tabela 1 – Participação comunitária
Variável
Descrição
Freqüência Absoluta
Freqüência Relativa
Participação
comunitária
Religiosos
Associação
Pastoral
Escola
Outros
14
4
4
5
5
51,9%
14,8%
14,8%
15,5%
15,5%
Quanto a participação comunitária, mais da metade das famílias freqüentam a igreja,
seguido da escola, associação e pastoral. Buss (2000, p. 2) argumenta que deve haver o
“incremento do poder técnico e político das comunidades (empowerment) na fixação de
prioridades, na tomada de decisões e na definição e implementação de estratégias para
alcançar um melhor nível de saúde, é essencial nas iniciativas de promoção da saúde”. Isto
acarreta o acesso contínuo à informação e às oportunidades de aprendizagem das questões de
saúde pela população.
Tabela 2 – Capital social e o nível de confiança
Variáveis
Confia nas pessoas
Confia nos vizinhos
Confia no governo
Confia na sociedade
Confia nas instituições
Confia nos políticos
Confia nos partidos
Outros
Descrição
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Freqüência Absoluta
14
13
16
11
6
21
11
16
19
8
3
24
6
20
5
Freqüência Relativa
51,9%
48,1%
59,3%
40,7%
22,2%
77,8%
40,7%
59,3%
70,3%
29,7%
11,1%
88,9%
22,2%
74,1%
18,5%
Constatou-se que quanto à confiança nas pessoas, 51,9% confiam. O capital social
contribui para aplacar a situação dos pobres. Se em uma comunidade existem laços baseados
em confiança, normalmente entre familiares e vizinhos, as pessoas serão capazes de
organizar-se e cooperar para melhorar suas condições de vida. Entretanto, as comunidades
pobres carecem habitualmente de conexões com a economia formal.
Nesse sentido, o capital social permite que os pobres não fiquem limitados às redes de
vizinhos e familiares, mas que possam vincular-se à sociedade e às instituições mais amplas
para ter acesso à informação e aos recursos adicionais (BERTUCCI, 2005).
Quanto à confiança nos vizinhos, 59,3% declararam que confiam. Para Turner (1993),
a cidadania é um conjunto de práticas (jurídicas, políticas, econômicas e culturais) que
definem um indivíduo como um membro efetivo da sociedade, as quais trazem como
conseqüência o dimensionamento do fluxo de recursos para indivíduos e grupos sociais.
A cidadania é conseqüência de lutas políticas, da distribuição desigual de recursos e
como parte de uma dinâmica histórica, diferente da visão legal e normativa. Nesse sentido,
englobam direitos e deveres sociais (cidadania ativa e passiva), a forma como são difundidas
entre os diversos campos da sociedade (modos de participação) e a dimensão cultural da
cidadania. Enfoca ainda a dimensão política, trazendo o cidadão para a esfera do debate. O
conhecimento sobre o significado da cidadania não leva à ação participativa dos cidadãos,
mas ajuda no processo de mudança.
Com relação à confiança no governo, 77,8% não confia. A confiança na sociedade foi
pontuada com 59,3% que não confiam. O empowerment da população organizada, para Buss
(2000, p. 17), “ocorre por meio da difusão ampla das evidências das relações entre saúde e
seus pré-requisitos, assim como da construção de mecanismos de atuação eficientes, é central
na estratégia da promoção da saúde para a reivindicação por políticas públicas saudáveis”.
Nesta premissa, a política social, para Oliveira (l995, p. 115), deveria ter a capacidade
de atuar no sentido de “[...] responsabilizar-se pelas gerações presentes e futuras e buscar as
condições de transformação para a superação das desigualdades sociais, além de possibilitar a
construção da verdadeira política social, o sujeito ético”.
A confiança nas instituições existe para 70,3%. Anastácia (2006, p. 1) destacou a
importância de promover maior transparência das ações do governo e divulgar mais os
direitos dos brasileiros. Segundo ela, as atuais condições em que as instituições políticas
atuam dificultam, “e no limite impedem”, que os cidadãos tenham conhecimento sobre seus
direitos.
Sobre a confiança nos políticos, observou-se que 88,9% não confiam. Do mesmo
modo, 74,1% destas famílias não confiam nos partidos. A educação para a cidadania e o
controle dos representantes pela opinião pública são processos que geram resultados a longo
prazo. A reforma política constitui apenas o começo desse processo.
As questões abertas sobre a participação na comunidade e o nível de confiança das
famílias são analisadas na seqüência: Na opinião da família F1, o comércio do marido foi
assaltado e mostrava-se revoltada com o fato. Conversamos sobre a segurança e a saúde na
cidade. Tenório (1998, p. 18-19) discute o conceito de cidadania e sua relação com a gestão
social orientada pela racionalidade comunicativa.
Para tanto, esse autor enfatiza o conceito de cidadania deliberativa apoiado na
concepção republicana, na qual os cidadãos agem como “atores políticos responsáveis de uma
comunidade de pessoas livres e iguais”. Nesse sentido, para que uma inovação gerencial na
administração pública pudesse ter uma base de sustentação, seria fundamental que estivesse
apoiada na cidadania deliberativa, que sugere que a “pessoa, ao tomar ciência de sua função
como sujeito social e não adjunto [...] deve atuar não somente como contribuinte, eleitor, mas
como uma presença ativa e solidária nos destinos de sua comunidade”.
O relato da família F20 foi de que procurou a UBS, relatando estar com medo do
bairro, pois a cada dia está mais perigoso morar e andar no local, e reclamou que a policia não
toma providências. O modelo de cidadania construído contribuiu para gerar uma identidade
coletiva estabelecida em volta da concepção de Estado-nação que põe a autoridade acima da
solidariedade (REIS, 1998).
No Brasil, isso causou graves conseqüências, contribuindo para aprofundar a exclusão
social existente na sociedade brasileira. A autora ainda afirma que, se a noção de cidadania
não encontra ressonância na vida diária das pessoas, é de se esperar que elas não desenvolvam
uma identidade coletiva e não estejam dispostas a juntar esforços para a realização de projetos
conjuntos.
Para algumas famílias existe muita violência no bairro. Demo (1992, p. 17) define
cidadania "como processo histórico de conquista popular, através do qual a sociedade adquire,
progressivamente, condições de tornar-se sujeito histórico consciente e organizado, com
capacidade de conceber e efetivar projeto próprio”. A cidadania corresponde a um conjunto
de práticas que possui um lado econômico-produtivo, entendido como a capacidade de
efetivar a participação e pressupõe a existência da democracia.
CONCLUSÃO
Os resultados quanto ao sexo observou que 53,6% são do sexo masculino e 46,4% do
sexo feminino. Observou-se que a escolaridade da maioria dos membros das famílias é o
ensino fundamental incompleto, seguido de 26,2% que são estudantes. A minoria desta
população possui o ensino médio completo, e ainda conta com 6% de analfabetos.
A renda da maioria das famílias de R$ 150,00 a R$ 600,00 mensais, menos da metade
recebe mais de R$ 900,00. A profissão da maioria é a de serviços gerais, seguido pela prática
doméstica. A maioria das famílias participa de ato religioso, seguido da escola, associação e
pastoral. Mais da metade destas famílias confiam nas pessoas, nos vizinhos e nas instituições.
A maioria das famílias não confiam no governo, na sociedade, nos políticos e partidos.
Houve reclamações quanto a assalto, o bairro é perigoso e existem muitos casos de violência.
Conclui-se que estas famílias têm baixo nível de escolaridade, salário, e o trabalho da maioria
é serviços gerais. Devido à falta de confiança nos aparelhos governamentais, estas famílias
não reivindicam seus direitos.
Referências Bibliográficas
ANASTACIA. F. Participação popular deve ir além do voto: reforma política precisa
permitir que brasileiros opinem com mais freqüência sobre as decisões do governo. Brasília, 9
ago. 2006.
BERTUCCI, J. El concepto de capital social en los proyectos de alivio de la pobreza.
Disponível em: <http://www.cambiocultural.com.ar/investigacion/capitalsocial.htm.>. Acesso
em: 20 out. 2005.
BRANDÃO, C. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde.
Profissionalização dos trabalhadores da área de enfermagem. 2. ed. revisada. Brasília:
MS, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. 140 p.
BUSS, P. M. Health promotion and quality of life. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v.
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DEMO, P. Política social, educação e cidadania. Campinas: Papirus, 1994.
DEMO, P. Cidadania menor: algumas indicações quantitativas de nossa pobreza política.
Petrópolis: Vozes, 1992.
GOHN, M. G. Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. Saúde e
Sociedade, v. 13, n. 2, p. 20-31, maio/ago. 2004.
JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo, Martins Fontes, 2000.
OPAS. Participação comunitária e empoderamento. Disponível em: <http://ww
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OLIVERA, E. M Educação ambiental: uma possível abordagem. Brasília: Ibama, 1995.
REIS, E. P. Banfield's smoral familism revisited: implications of high inequality structures for
civil society. In: ALEXANDER, C. Jeffrey. (Ed.). Real civil societies: dilemmas of
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SORRENTINO, N. Educação ambiental, participação e organização de cidadãos. s/c,
1991. (Mimeografado).
TENÓRIO, F. G. Gestão social: uma perspectiva conceitual. RAP, v. 32, n. 5, p. 9-23,
set./out. 1998.
TURNER, B. S. (Ed.). Citizenship and social theory. London: Sage, 1993.
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Art. 20 - Participação Comunitária: A Vivência das Famílias