JANEIRO/FEVEREIRO DE 2015- EDIÇÃO 72 - ANO IX - EDITORA ALESSI
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VOCÊ E A CIDADE
Fotos: Diego Barros/PMSA
Pedala, Santo André
O morador de Santo André buscava havia muito tempo um momento de diversão
diferente aos domingos, que unisse, ao
mesmo tempo, a prática de atividade física e
lazer. E ele acaba de ser atendido. Na manhã
de domingo (1º/2), a prefeitura entregou os
primeiros 10,1 quilômetros de ciclofaixas
da cidade. O percurso terá funcionamento todos os domingos, das 8h30 às 14h30,
com apoio das equipes do Departamento
de Engenharia de Tráfego (DET) para garantir maior segurança aos ciclistas. A estrutura
montada consistirá no isolamento de parte
das vias criando assim, uma área exclusiva
para o trânsito de bicicletas. Cerca de mil
pessoas participaram da atividade.
“A ideia é exatamente esta. Não apenas
promover o lazer e a saúde, mas a integração das pessoas aqui da cidade de Santo André. Creio que será mais um programa e um
projeto de sucesso”, prevê o prefeito Carlos
Grana (PT), que fez questão de participar do
evento com sua bicicleta e capacete.
Ainda segundo o chefe do Executivo, a
intenção é ampliar o percurso e, com isso,
integrar todos os parques da cidade, além
do Pignatari, o Celso Daniel, o Central e o
Parque da Juventude.
O circuito tem como ponto de partida o
Paço Municipal, seguindo pela Perimetral,
Santos Dumont, Artur de Queirós, General
Glicério, Industrial, Parque Prefeito Celso
Daniel, rua Padre Vieira, rua das Figueiras,
rua das Bandeiras, avenida Manuel da Nóbrega, rua Itambé e Queirós dos Santos. A
montagem dos cones é feita a partir das
6h30 e a desmontagem até as 16h em toda
a extensão do trajeto.
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Prefeito Carlos Grana inaugura literalmente a Ciclofaixa em Santo André
“Hoje damos mais um passo rumo a uma
mudança de conceito que nós começamos
a instituir na cidade com o pedal noturno.
Inaugur amos nesta manhã 10,1 quilômetros e o nosso objetivo é ampliar este percurso para até 30 quilômetros até o final do
ano”, adiantou o Secretário de Mobilidade
Urbana, Obras e Serviços Públicos (SMUOSP),
Paulinho Serra.
PERCURSO
Confira a relação de vias que compõem
o trajeto da mais nova ciclofaixa de lazer de
Santo André:
- Paço Municipal;
- Avenida Edson Danilo Dotto;
- Avenida Santos Dumont;
- Avenida Artur de Queirós;
- Rua General Glicério;
- Avenida Industrial;
- Parque Prefeito Celso Daniel;
- Rua Padre Vieira;
- Rua das Figueiras;
- Rua das Bandeiras;
- Avenida Manuel da Nóbrega;
- Rua Itambé;
- Avenida Queirós dos Santos
Cerca de mil pessoas participaram da atividade
ECONOMIA DE ÁGUA
Cuidado com a água de reúso
Crise hídrica exige medidas de economia e recursos alternativos, mas todo cuidado é pouco
A Prefeitura de Mauá presta importante
serviço de utilidade pública ao divulgar que
é preciso muito cuidado para armazenar e
utilizar água de reúso.
Leia o material com atenção.
A falta d’água que a região enfrenta tem
feito com que muitos moradores busquem
alternativas para armazenar, principalmente, a água da chuva, muitas vezes sem os
cuidados indispensáveis. O objetivo, normalmente, é garantir a reserva da água das
chuvas intensas dos últimos dias em baldes,
galões, latões e bombonas.
Um levantamento feito pelo Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria
de Saúde do município constatou que boa
parte destes recipientes já foi utilizada para
o envase de produtos químicos e alimentícios, o que aumenta o risco de intoxicação
em pessoas ou animais que chegarem a
usar a água, seja bebendo ou na higiene
pessoal.
O alerta da Vigilância é que, uma vez
que determinadas substâncias químicas
podem ficar impregnadas nas paredes destes recipientes por tempo indeterminado, a
reutilização destes vasilhames é extremamente perigosa.
Divulgação
Confira algumas dicas para armazenamento e utilização de água de forma segura:
1- Utilize recipientes que contenham
tampa com boa vedação;
2- Água de chuva não deve ser utilizada para consumo humano, sendo recomendada para limpeza ou para aguar plantas e
jardins;
3- Separe os recipientes de acordo com
a finalidade de uso;
4- Utilize água de banho e máquina de
lavar para descargas ou lavagem de quintal;
5- Utilize recipientes novos e de boa
procedência para o armazenamento de
água para o consumo humano;
6- Recipiente com água destampado
é um potencial criadouro do mosquito da
dengue. Evite esta situação.
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REGIONALISMO
Água vira objeto de Consórcio
Joaquim Alessi
Calma, caríssimo leitor, não é nada disso
que a manchete acima possa sugerir. Ninguém vai ter de dar lance, ou pagar intermáveis prestações para ter o líquido precioso.
Trata-se apenas da informação de que a chamada crise hídrica, que a população conhece como falta d’água, foi debatida pelos sete
prefeitos do ABCD, secretários e assessores
com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab
(PSD). Só isso.
E o preclaro leitor pode concluir: “Aí,
sim, agora todos os nossos problemas acabaram”. Mas, infelizmente, também não é
nada disso. Na prática, alcaides e assistentes
aproveitaram a reunião mensal do Consórcio Intermunicipal para falar mais um pouco
sobre o gravíssimo problema que ameaça a
tudo e a todos, sem solução breve aparente.
Para não dizer que o grupo choveu no
molhado (o que talvez, nesse caso, fosse até
bom), durante o encontro o secretário de
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Meio Ambiente de São Bernardo, João Ricardo Guimarães Caetano, foi designado para
acompanhar o presidente do Consórcio e
prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), nas discussões do Comitê de
Gestão da Crise Hídrica, criado em reunião a
28 de janeiro, entre prefeitos da Região Me-
tropolitana de São Paulo e representantes
da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos.
Sem multa
Os prefeitos do ABCD também decidiram
que não adotarão a sugestão do Estado de
aplicar multa para quem for flagrado desperdiçando água. Projeto aprovado em São
Paulo prevê multa de R$ 1 mil a quem usar
água tratada da Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para
lavar calçada ou carro.
“Entendemos que não é o momento de
aplicar sanção, já que ainda não houve nenhum pronunciamento ou esclarecimento à
sociedade pelo Governo do Estado sobre a
gravidade da situação. A população precisa
saber que a água vai acabar. Depois de avisada, se continuar com desperdício, aí sim,
talvez, poderemos adotar uma medida de
punição”, disse o secretário de Meio Ambiente de São Bernardo.
Outra preocupação manifestada pelos
prefeitos foi a possibilidade, já cogitada pela
Sabesp, de usar a água da Represa Billings
para abastecer os sistemas Guarapiranga
e Alto Tietê. Há a intenção de remover 16,5
mil litros de água por segundo, enquanto
a capacidade do reservatório é de 15 mil
litros por segundo. “Estamos preocupados
com esse déficit e que ele seja completado
por eventual reversão do Rio Pinheiros, que
poderá completar a vazão que está sendo
removida”, explicou Caetano.
“Maior apoio”
Já o ministro Kassab disse que, a partir de
agora, cada um dos sete prefeitos terá relação direta com o Ministério das Cidades. “Há
grande número de obras que estão sendo
realizadas como resultado de parceria entre o Consórcio e o Ministério das Cidades. O
Governo federal pretende dar o maior apoio
possível a essas intervenções, dada a importância do ABCD”, disse Kassab.
O presidente do Consórcio falou que o
projeto de mobilidade de Rio Grande da Serra será o primeiro do ABCD a receber recursos
da nova gestão do Ministério das Cidades.
“Após o Carnaval vamos dar a ordem para o
início do projeto de mobilidade da nossa cidade: a pavimentação asfáltica de algumas
das ruas mais importantes”.
Prefeitos, secretários e assessores recebem ministro das Cidades para tratar da crise hídrica, a popular falta d’água
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SUSTENTABILIDADE
Santo André tem novos galpões de reciclagem
Com nova estrutura, reaproveitamento do resíduos deve crescer de 8% para 20% até 2016
Foto: Joaquim Alessi
Santo André completou mais uma etapa
para ampliar e melhorar a sua coleta seletiva
de resíduos, uma das pioneiras do País. Com
a entrega pelo Semasa e pela Prefeitura da
Central de Triagem de Resíduos Recicláveis –
Unidade São Jorge, as duas cooperativas de
reciclagem que já atuam em parceria com o
município ganham uma infraestrutura mais
adequada, permitindo mais eficiência no
trabalho de triagem e a ampliação da quantidade de material reciclado dos atuais 8%
para 20% até o final de 2016.
Além disso, os cooperados terão aumento de renda e de qualidade de vida, ao
mesmo tempo em que o meio ambiente e o
município ganharão com a destinação correta dos resíduos e com a redução do material
que segue para o Aterro Sanitário.
Atualmente, 25% do que chega ao aterro
misturado ao lixo comum são materiais recicláveis. Por mês, são recolhidos pelos caminhões de coleta porta a porta e também nas
estações de coleta e pontos de entrega voluntária 1,1 mil toneladas de lixo seco, que
seguem diretamente para reciclagem.
Nova estrutura
Cada um dos galpões entregues tem
área de 1.055 m², quase o dobro do espaço
que as cooperativas Cidade Limpa e Coopcicla dispunham. Eles foram equipados com
esteiras elevadas, além de prensas, balanças
eletrônicas, empilhadeiras e carrinhos para
o transporte dos resíduos. Além disso, a nova
estrutura inclui banheiros adequados, refeitórios e área de convivência.
Com mais espaço e equipamentos adequados, as cooperativas, que hoje têm 56
integrantes, poderão mais que dobrar esse
número de colaboradores, pois cada cooperativa tem agora espaço para trabalhar com
até 80 pessoas em até dois turnos.
Durante a inauguração, o prefeito Carlos
Grana (PT) destacou a melhoria nas condições de trabalho para os cooperados a partir
do trabalho na Central de Triagem.
“Os cooperados poderão atuar de forma mais
digna, fazendo um trabalho importante para a
Prefeito Carlos Grana fala durante a entrega da Central de Triagem
Foto: Adriano Alves/Semasa
Construção do prédio exigiu recursos de cerca de R$ 1 milhão
cidade”, disse, lembrando que a população também terá mais confiança ao separar o resíduo para
destinar à reciclagem. “Em Santo André a população pode ter certeza de que, com esta estrutura,
vale a pena reciclar”, afirmou Grana.
Campanha
O superintendente do Semasa, Sebastião
ABCD REAL É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA ALESSI COMUNICAÇÃO - EMPRESA COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
PUBLISHER E DIRETOR DE REDAÇÃO: JOAQUIM ALESSI
DIRETORA ADMINISTRATIVA: ROSANA FRANCO DE OLIVEIRA ALESSI
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Telefone: 4319-1116 - www.abcdreal.com.br - E-mail: [email protected]
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Ney Vaz Jr, anunciou que a autarquia vai lançar uma campanha para ampliar a adesão
dos moradores à reciclagem. “Queremos aumentar o índice de reciclagem para 20% até
2016. E essa campanha vai conscientizar a
população para que ela entenda que é fácil
reciclar e contribua mais. E agora podemos
processar o material separado pelos moradores de maneira mais adequada”, disse.
A construção foi feita com recursos federais por cerca de R$ 1 milhão. Como contrapartida, o município cedeu a área, dentro do
Aterro Municipal, e comprou os equipamentos. No total, o investimento gira em torno
de R$ 2 milhões.
Novo galpão e equipamentos garantem melhores condições de trabalho
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SUSTENTABILIDADE
Diretores de
cooperativas
ressaltam
melhoria na
qualidade
de vida
Os trabalhadores vinculados às duas cooperativas de reciclagem parceiras do Semasa
comemoraram a abertura da Central de Triagem com muitos projetos de crescimento.
Para eles, a nova estrutura é fruto do trabalho
dedicado durante muitos anos, mas também
de uma parceria inédita conquistada nos últimos dois anos com o Semasa. A consequência, dizem, é também a atração de novos
colaboradores.
“Esta nova Central é um grande apoio que
conquistamos. A autoestima do trabalhador
vai aumentar e, sim, temos expectativa de
crescimento”, disse José Batista de Lucena, o
Dedé, diretor financeiro da Coop Cidade Limpa, contando que espera ter pelo menos 70
recicladores em cada turno de trabalho.
Os mesmos projetos são desenhados
pela Coop Cidade Limpa. “Hoje temos 30
pessoas, mas já estamos entrevistando gente
para vir trabalhar conosco”, contou o diretor
financeiro da Coopcicla, Jorge Luiz Pscheidt.
Pioneirismo
Desde 1999 Santo André tem coleta seletiva e, em 2000, ela foi implantada em 100%
do município, com os caminhões passando
em todas as ruas da cidade. Em Santo André,
a simples separação do resíduo seco (recicláveis) do úmido (orgânicos) facilita a adesão
da população ao programa.
Além da coleta porta a porta, a cidade
também conta com 85 PEVs, os chamados
Pontos de Entrega Voluntária, e 17 Estações
de Coleta, onde os moradores podem levar
restos de construções, madeiras, lâmpadas
fluorescentes, óleo de cozinha e equipamentos eletrônicos.
Em 2013, os cooperados estavam triando 2,5% dos resíduos gerados na cidade. No
final do mesmo ano este percentual saltou
para 5% e, em 2014, chegou a 8%. Até o final deste 2015, a meta é chegar a 15% e, em
2016, a 20%.
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Pessoal das Cooperatias
aplaude a iniciativa da
Central de Triagem e
comemora as melhores
condições de trabalho
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ESPECIAL
Paróquia São José chega aos 60 anos no Baeta
Cartão-postal do bairro Baeta Neves,
em São Bernardo, a Igreja São José, que
completa 60 anos em 19 de março, Dia do
Padroeiro, tem a história confundida com a
do próprio bairro e se insere no processo de
urbanização desse pedaço do ABCD, próximo ao centro da cidade.
Construída pelos primeiros moradores,
no início era uma capela (fotos do Arquivo
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Municipal). Eram as décadas de 1920-30.
Em 19 de março de 1955, foi constituída a Paróquia São José Baeta Neves, com a
nomeação do primeiro pároco, o Cônego
Lázzaro Equini, que logo tratou de erigir
templo mais condizente com o crescimento
populacional e religioso do bairro. Foram 25
anos de dedicação integral à Paróquia.
Inspirado na Basílica de São Pedro, em
Roma, começava a surgir o projeto da igreja,
concretizado graças às muitas quermesses,
festas e leilões. Em forma de cruz grega,
com quatro braços iguais, duas naves cada
braço, mais uma cúpula, a construção destaca-se no ponto alto da cidade.
Prevaleceu, nesses 60 anos da Paróquia,
a sintonia entre a comunidade laica e os padres, apesar da breve passagem de dois de-
les: Monsenhor Luiz Carlos Ravásio (19801984) e Padre João de Deus.
A igreja ganhou cada vez mais força com
a chegada de Padre Carlito Dall´Agnese, em
1985. Metade do tempo de vida da Paróquia
transcorreu sob a batuta desse misto de sacerdote, compositor e cantor; e grande administrador. Se a Paróquia comemora, agora, seu Jubileu de Diamante, Padre Carlito já
celebrou suas Bodas de Ouro sacerdotais.
Hoje, com Padre Carlito, pároco, e Padre
Jadeílson José da Silva, vigário, as perspectivas são de um desenvolvimento espiritual e
pastoral ainda mais acentuado.
Sinal disso são as pessoas que compõem
as diversas pastorais, ao lado do Grupo de
Jovens.
Estes, nos últimos dois anos, dão novo
impulso a celebrações na comunidade, a
exemplo das encenações da Paixão; e marcam presença em eventos tanto na Diocese
quanto os de caráter nacional e internacional, a exemplo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
(Texto do colaborador Gabriel Arcanjo
Nogueira. Fontes: Site Paroquial e Pascom)
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BRASIL
Vem pra
Caixa você
também,
veeem!!!
A ceboleira (que é como são chamados
os andreenses da gema) e ex-ministra de
Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam
Belchior finalmente foi anunciada presidente da Caixa Econômica Federal pela
presidente Dilma Rousseff. Ela assumirá o
posto em 23 de fevereiro com a missão de
“abrir o capital” da instituição financeira,
que passará a ter ações negociadas na Bolsa de Valores.
Natural de Santo André, onde teve papel
decisivo nas gestões do ex-prefeito Celso
Daniel (PT), com quem foi casada, Miriam
entra no lugar de Jorge Hereda, que deixa o
cargo depois de quatro anos.
Com 57 anos de idade, Miriam integra o
governo desde o início da primeira gestão
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
em 2003. Em 2002 esteve no time de transição do governo de Fernando Henrique
Cardoso para o de Lula. Hoje, faz parte do
Conselho de Administração da Petrobras.
Miriam foi coordenadora do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja
gestão passou para o Planejamento. Ela era
secretária-executiva do PAC, quando substituiu na função a presidente eleita, Dilma
Rousseff, que coordenava o programa na
condição de ministra da Casa Civil.
No primeiro mandato de Lula, foi assessora especial do presidente até junho de
2004 e também auxiliou o governo na integração dos programas sociais.
Na sequência, recebeu chamado do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, para
comandar a subchefia de Avaliação e Monitoramento da Pasta.
Militantes de movimentos sociais, Miriam Belchior começou a vida política no
ABCD, mais propriamente em Santo André.
Engenheira de alimentos, formada pela
Universidade de Campinas (Unicamp), tor-
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Miriam Belchior assume a presidência da Caixa Econômica Federal no segundo governo Dilma
nou-se mestre em Administração Pública e
Governamental pela Fundação Getulio Vargas (FGV), de São Paulo, com a dissertação
“A Aplicação do Planejamento Estratégico
Situacional em Governos Locais: Possibilidades e Limites – os casos de Santo André e São
José dos Campos”.
Entre 2001 e 2008, foi professora da Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento de
Administração, Contabilidade e Economia
(Fundace), ligada à Faculdade de Economia
e Administração da Universidade de São
Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Entre 1999
e 2002, lecionou também na Universidade
São Marcos, no Ipiranga, em São Paulo.
Miriam foi casada por 10 anos com Celso Daniel, e sempre esteve à frente de suas
campanhas e desempenhou papel decisivo
durante as gestões em Santo André.
De janeiro de 1997 a dezembro de
2000, ela foi secretária de Administração e
Modernização Administrativa da Prefeitura,
e, de janeiro de 2001 a novembro de 2002,
secretária de Inclusão Social e Habitação.
Na Prefeitura de Santo André, coordenou ainda o Programa de Modernização
Administrativa, selecionado como uma das
100 melhores práticas públicas do mundo
pela ONU em 2000.
A Caixa Econômica Federal, instituição
financeira 100% pública, foi fundada em
1861. É o maior banco totalmente público
da América Latina.
Além de ser o principal financiador da
casa própria no Brasil, com com participação de mercado próxima de 70%, o banco
também é responsável pela operacionalização do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), pelo Programa de Integração
Social (PIS) e pelo seguro-desemprego.
A Caixa também é responsável pelo Bolsa Família, pelo FIES e pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida – que concede subsídios à população de baixa renda.
Já no início deste segundo mandato
da presidente Dilma Rousseff, a Caixa Econômica Federal, por orientação da nova
equipe econômica do governo, aumentou
as taxas de juros do financiamento imobiliário. A instituição justificou que a alteração
se deve ao aumento da taxa básica de juros,
que hoje é de 12,25% ao ano.
SINDICALISMO E SOCIEDADE
Direitos trabalhistas: Governo Federal
passa a bola para o Congresso Nacional
Cícero Firmino da Silva, Martinha
José Braz da Silva, Fofão
Aconteceu na terça-feira, 3 de fevereiro,
em Brasília, reunião entre as principais centrais sindicais, entre elas Força Sindical, CUT
e UGT, para discutir as alterações nas regras
para concessão de benefícios trabalhistas e
previdenciárias, como seguro-desemprego,
pensão por morte, auxílio-doença e abono
salarial.
Os representantes do governo federal
sugeriram uma Comissão Tripartite, com a
presença das centrais sindicais, para discutir
as Medidas Provisórias (664 e 665) que tratam do assunto no Congresso Nacional.
Como de hábito, os trabalhadores e as
centrais sindicais estão se mobilizando para
transformar o limão numa limonada.
Ou seja, a partir de agora é hora de buscarmos o apoio dos deputados federais e
senadores para que levem em consideração as propostas das centrais que não foram
aceitas pelos ministros da presidenta Dilma
Rousseff, presentes à reunião.
Entre as medidas sugeridas pelas cen-
trais sindicais, para ajudar o governo a recompor as finanças públicas, estavam aumentar tributação sobre lucro empresarial
e de implementar a taxação sobre grandes
fortunas.
Segundo avaliação das centrais presentes ao encontro, houve uma certa frustração
com a tentativa de acordo. Esperava-se uma
postura mais favorável do governo às demandas das centrais sindicais, que insistem
na proteção e manutenção dos direitos trabalhistas.
Mas nem tudo está perdido. O ambiente
do Congresso Nacional é uma arena na qual
os líderes sindicais estão acostumados a lidar e a estabelecer grandes debates.
E vamos nos mobilizar para apresentar
aos deputados e senadores a necessidade de manter os direitos trabalhistas que a
classe trabalhadora já conquistou e avançar
a discussão para reduzir a nefasta rotatividade de mão de obra.
A bola está com a classe trabalhadora
brasileira e com o Congresso Nacional, que
respeita e muito a opinião pública mobilizada.
Portanto, é a nossa hora e a nossa vez
de lutar, mais uma vez, pela defesa dos sagrados direitos trabalhistas. E impedir que
os ajustes da economia brasileira recaiam
apenas sobre a classe trabalhadora, deixando de fora as grandes fortunas e os estrondosos lucros de banqueiros e industriais.
Porque, decididamente, os trabalhadores não estão dispostos a pagar a conta dos
ajustes da economia brasileira sozinhos.
É hora, então, de nos mobilizarmos em
torno dos nossos sindicatos e centrais sindicais.
Vamos fazer valer nosso título eleitoral,
nossa organização sindical e social para
negociar com altivez com o Congresso Nacional, que, com certeza, respeitarão nossos
pontos de vista.
Cícero Firmino da Silva, o Martinha é
secretário do Trabalho de Santo André e
presidente licenciado do Sindicato dos
Metalúrgicos de Santo André e Mauá
José Braz da Silva, o Fofão, é presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
????
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SAÚDE, ENSINO E PESQUISA
Marco Antonio faz balanço do
primeiro ano na Fundação do ABC
A primeira reunião de 2015 da Curadoria da Fundação do ABC foi marcada por
apresentação do relatório de gestão 2014
pelo presidente Marco Antonio Santos Silva,
que falouda criação de três novas diretorias
executivas – Qualidade, Recursos Humanos
e Tecnologia da Informação –, aprovação do
Plano de Cargos, Carreiras e Salários, revisão
dos organogramas e formatação de propostas para hospitais segundo o porte (pequeno/médio e grande). Também abordou
a contratação de quatro novos auditores,
com missão de atuar junto às mantidas.
Colaboradores
Santos Silva abordou o crescimento do
quadro de colaboradores nos últimos anos.
Em 2010, a Fundação do ABC tinha 11.767
funcionários. Em dezembro de 2014, chegou a 19.230. O avanço a partir de 2013,
quando a instituição tinha 16.883 colaboradores, foi de quase 14%.
Crescimento
A ampliação do quadro, ele explicou,
está diretamente relacionada ao crescimento da Fundação no último ano. Ao todo
foram incorporados ao grupo de mantidas
três novos equipamentos de saúde: Instituto de Infectologia Emílio Ribas II do Guarujá,
Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário
e Hospital Estadual de Francisco Morato.
Sede
No campus universitário, a sede administrativa da Fundação do ABC passou por
ampliação e ganhou novo pavimento com
1.300 m2, que serve de sede para a Central
de Convênios – maior mantida da FUABC.
Outra novidade foi a reestruturação do estacionamento com ampliação de vagas,
que permitirão o desenvolvimento de novos projetos sem prejuízo aos usuários do
campus.
Parcerias
Para este 2015, a Fundação do ABC planeja intensificar parcerias com a iniciativa
privada, com intuito de captar recursos para
novos projetos, reformas e ampliações. Entre os planos de parceria em andamento
estão o pioneiro Instituto de Cardiologia
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Marco Antonio Santos Silva, presidente da Fundação do ABC, fala de seu primeiro ano no comando da instituição
da Faculdade de Medicina do ABC, um novo
complexo poliesportivo, a criação de anfiteatro para a mantenedora e a abertura de
duas novas mantidas no campus: o Hemocentro e o Centro de Diagnósticos.
Capacitação
Uma das principais atribuições da
nova Diretoria Executiva de Recursos
Humanos,segundo a diretora Caroline Saint
Aubin, é o desenvolvimento de cursos e treinamentos para os mais diversos segmentos
profissionais, com intuito de oferecer capacitação e atualização aos colaboradores da
mantenedora e das mantidas.
Bolsas
Para este ano, a Fundação do ABC está
oferecendo bolsas de estudos de 30% a
funcionários e seus dependentes que queiram estudar Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Gestão em Saúde Ambiental, Tecnologia em Gestão Hospitalar, Nutrição ou
Terapia Ocupacional na Faculdade de Medicina do ABC. Interessados em cursar pós-graduação Lato Sensu também terão 30%
de desconto nas mensalidades dos cursos
da Medicina ABC.
CULTURA
Fotos: Miguel Denser/PMSA
Secretário Tiago Nogueira explica o projeto a produtores
Bairros de Santo André terão acesso
a produções culturais
O secretário de Cultura e Turismo de
Santo André, Tiago Nogueira, apresentou
o programa CulturAqui, que buscará descentralizar as ações culturais nos bairros,
por meio de parcerias com entidades da
cidade.
A apresentação foi feita para um grupo de produtores e coletivos de cultura
andreenses. A Administração publicará
edital para oficializar o programa, com as
regras para a participação das entidades e
ações que deverão ser contempladas.
No novo conceito, a secretaria de Cultura e Turismo destinará uma parte de seu
orçamento para as entidades pleitearem,
por meio de um plano de trabalho, ações
que querem desenvolver em cada uma
das regiões da cidade. Depois de apresentado pela entidade, esse plano de
trabalho será avaliado por comissão, e, se
aprovado, um termo de cooperação será
assinado, os recursos liberados e a prefeitura fará as contratações específicas para
o seu início. Além de custear as ações, a
prefeitura irá avaliar os resultados e fiscalizar a prestação de contas do projeto.
Para o secretário Tiago Nogueira, o
novo projeto será importante, pois “descentralizará toda a produção cultural da
cidade”, além de aproximar população
e produtores culturais. “Queremos com
o CulturAqui estabelecer um diálogo e
interlocução com os produtores de culturais, descentralizar as ações e oferecer várias opções de cultura para a população”,
comentou.
A adesão ao CulturAqui será restrita às
entidades e aos coletivos de cultura. Para
os produtores, na modalidade pessoa física, a prefeitura já dispõe para o fomento
dos trabalhos o Fundo de Cultura.
a SCT tocará neste ano. “Fizemos um diagnóstico e estamos concluindo um planejamento que irá apontar para as nossas
ações para este ano”.
Audiência
O secretário disse que após o Carnaval voltará a se reunir com os produtores
culturais para apresentar os projetos que
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JAZZ, BIG BANDS & CIA.
O TROVADOR INOLVIDÁVEL
Ronaldo Benvenga
Al Jolson (1886-1950) nasceu na pequena Srednick-Lituânia, que à época
fazia parte da Rússia Czarista. O pai, rabino da sinagoga local, emigrou com a
família para os Estados Unidos da América do Norte em 1890, estabelecendo-se
na Capital, Washington D.C. Lá, Al creceu
e já aos 8 anos, juntamente com o irmão
Harry, perambulava pelas ruas da cidade
cantando em troca de alguns níqueis.
De temperamento irrequieto e aventureiro, aos 14 anos foge de casa, incorporando-se a uma “troupe” de músicos
saltimbancos. O crítico musical J.L. Ferrete escreveu no prefácio do álbum duplo
lançado pela gravadora Decca Records
“The Best of Al Jolson: “Na adolescência,
Jolson se fascinou com as artes cênica,
acabando por ingressar na Broadway, em
Nova York”. Começou fazendo pequenas
“pontas” em revistas musicais, as chamadas “extravagâncias teatrais” (gênero
muito em voga no início do século 20).
Nesses espetáculos ele apresentava-se
com o rosto pintado, imitando os negros
sulistas nos trejeitos e no sotaque. Essa
especialidade aprendera na infância,
com um amigo negro.
Em 1909 passou a integrar um conjunto trovadoresco, onde se destacou cantando, dançando e representando, sempre
caracterizado como negro. Para dar maior
dramaticidade à sua interpretação, terminava o espetáculo de joelhos e com os
braços abertos. A platéia delirava!
A partir daí, foi se impondo cada vez
mais, graças ao inesgotável talento, até
ser contratado pelos irmãos Shubert, famosos empresários de espetáculos teatrais, para inaugurar o recém-construído
Winter Garden, com a “extravagância” intitulada “La Belle Paree”, com músicas do
compositor Jerome Kern. Nessa época ganhava 100 dólares semanais. Com o novo
contrato passou a 250, além da promessa
de papéis cada vez mais destacados. A
única exigência dos empresários era a de
que se caracterizasse como negro e imitasse o sotaque sulista, criando-se para
ele o papel do negro aristocrata Erastus
Sparkle. Nesse personagem Jolson tomou
conta do espetáculo, transformando-se
na principal atração.
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Em 1913, assinou contrato de exclusividade com os Shubert pelo espaço de
7 anos. Dez mil dólares de luvas e mais
2.500 semanais, uma soma astronômica.
Agora é a grande figura das revistas musicais, uma verdadeira consagração para
um jovem de pouco mais de 25 anos, cujo
prestígio era tão grande quanto sua conta bancária.
No disco, a carreira não foi menos
consagradora. Suas gravações foram todas realizadas nos estúdios da Decca Records (hoje MCA). Jolson possuía uma voz
característica e diferente. Suas interpretações eram dramáticas e pungentes.
Uma voz entre soluços, diziam os críticos e admiradores. Entre as mais conhecidas estão Swane, Sonny Boy, Margie,
Al Jolson pintava o rosto como um negro sulista
My Mammy, Baby Face, Anniversary Song,
Easter Parade, Dinah, Liza, You Made Me
Love You e April Shower, entre inúmeras
outras. Durante mais de duas décadas foi
o astro indiscutível dos musicais da Broadway e bilheteria esgotada em todas as
temporadas.
Com esse enorme sucesso, não poderia fugir aos convites para filmar em
Hollywood. Em 1927, atinge o auge da
fama ao protagonizar o primeiro filme
sonoro da história do cinema: “The Jazz
Singer”(no Brasil, O Cantor de Jazz), película produzida pela Warner Brothers, sob
a direção de Alan Crosland.
A seguir viria (em1928) “The Singing
Fool”, na qual interpreta o tema “Sonny
Boy”. Nesse mesmo ano casa-se com a
atriz e cantora Ruby Keeler. Juntos participam de vários espetáculos na Broadway.
No início dos anos 1940, Jolson tornou-se uma figura mitológica, que em
1946 tem sua vida biografada na película
“The Jolson Story (no Brasil Sonhos Dourados), estrelado pelo ator Larry Parks e
rodado nos estúdios da Columbia Pictures, com Jolson dublando as partes cantadas. O sucesso foi tamanho, que provocou
uma sequência: “Jolson Sings Again” (no
Brasil, O Trovador Inolvidável), de1949,
também filmada na Columbia Pictures.
Um ano após ter sido rodada a segunda película, Al Jolson vem a falecer, vítimado por um colapso cardíaco, em San
Francisco, na Califórnia, a 23 de outubro
de 1950.
Desaparecia, assim, o mais legítimo
representante da era do teatro musicado
da América do Norte. Figura carismática
desse grande “showman” que foi Al Jolson. Em cena, Asa Yoelson, seu verdadeiro nome, era um artista completo, com
gesticulação original e criativa, personalidade eletrizante e, principalmente,
uma voz saída das entranhas de sua sensibilidade..
Ouçam os programas
Quinta Avenida e Quinta Avenida
Especial acessando o site:
www.quintaavenida.mus.br
Produção e apresentação:
Ronaldo Benvenga
Acessem o site:
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EDUCAÇÃO
Uniformes na volta às aulas
Fotos: Du Merlino/PMSCS
A Prefeitura de São Caetano iniciou
no primeiro dia de aulas de 2015 a entrega de uniformes escolares a cerca de 20
mil crianças e adolescentes da Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Médio da
rede. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB)
visitou quatro escolas para fazer a entrega simbólica dos kits de uniforme e conversar com pais e alunos.
“Nós enfrentamos uma grande batalha em 2013 e 2014 para entregar os
uniformes, mas infelizmente não conseguimos no prazo que gostaríamos por
conta de pessoas que tentaram tumultuar a licitação para a compra dos kits. Já
em 2015 foi possível cumprir a promessa
de entregar os uniformes no início do
ano letivo. É uma vitória da cidade”, destacou Paulo Pinheiro.
A secretária municipal de Educação
de São Caetano, Ivone Braido Voltarelli,
ressaltou que todos os kits devem ser
entregues aos alunos até o fim desta
semana. “Eu gostaria de agradecer ao
prefeito Paulo Pinheiro pelo empenho e
prioridade dada à Educação. Eu não poderia estar mais feliz com a chegada dos
uniformes no início das aulas.”
Todos os estudantes da rede sulsancaetanense vão receber o kit formado
por duas camisetas gola polo; uma camiseta sem manga; um blusão; duas calças
compridas; e duas bermudas unissex. O
valor do investimento da Prefeitura é de
cerca de R$ 3 milhões.
Aprovação
O prefeito Paulo Pinheiro realizou
entregas simbólicas de uniformes na
Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Irineu da Silva, no Bairro São
José; Escola Municipal Integrada (EMI)
Maria Panarielo Leandrini, no Bairro
Nova Gerty; na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Leandro Klein,
no Nova Gerty; e na Escola Municipal de
Ensino (EME) Prof.ª Alcina Dantas Feijão, no Bairro Mauá. Os pais elogiaram
a ação, ressaltando o caráter igualitário
da iniciativa da Prefeitura.
“A entrega do uniforme pela Prefeitura ajuda bastante. É um gasto a menos
para as famílias da cidade”, comemorou
Suzana Barreto, mãe da pequena Júlia,
estudante da EMEI Irineu da Silva. Para a
nova diretora da EME Prof.ª Alcina Dantas
Estudante veste o uniforme escolares em São Caetano
Prefeito entrega uniformes a alunos de São Caetano
Feijão, Carina do Espírito Santo, a entrega dos uniformes logo no primeiro dia de
aula foi uma agradável surpresa. “É uma
honra dirigir o Alcina e ter o privilégio de
entregar aos alunos os uniformes em sua
volta às aulas.”
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SINDICALISMO
Para onde vai o governo Dilma?
Aparecido Inácio da Silva *
Não restam dúvidas de que para a
maioria dos brasileiros2015 será um ano
de grandes dificuldades. E as causas são
muitas. A começar pelo governo da presidente Dilma que inicia o seu segundo
mandato em meio a uma crise de credibilidade relacionada a escândalos de corrupção e ainda em função de erros e equívocos de diversas ordens cometidos já na
sua primeira gestão. O que não é nada
interessante para uma governante que se
autointitulava defensora de um modelo
de desenvolvimento econômico capaz
de atrair investimentos, gerar empregos
e distribuir renda, mas que encerrou seu
primeiro mandato coma economia do
país praticamente estagnada.
O baixo crescimento da economia brasileira em 2014 não é algo que possa ser
esquecido dado que os seus reflexos estão presentes na sociedade e mesmo com
a montagem de uma nova equipe econômica as possíveis mudanças de rumo
que se anunciam não trarão melhorias no
curto prazo, exceto para os que vivem de
renda.
Isto porque o ajuste fiscal que está
sendo implementado pelo novo ministro
da Fazenda, Joaquim Levy, não aponta
para a melhoria dos fatores que geram
perspectivas aos que dependem da produção e do emprego. Medidas que elevam a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),
de 5% para 5,5%, e ainda a Taxa Selic para
12,5% apenas beneficiam - volto a insistir
- os que vivem da especulação financeira.
O que, por sua vez, revelam ainda uma
política de promoção da desigualdade
social e não seu oposto, apesar dos integrantes do governo e a própria presidente
da República dizerem o contrário.
Sendo assim, o plano de austeridade
com vistas a recuperar a credibilidade do
governo acabam por revelar que sua primeira gestão foi um retumbante fracasso.
Não fosse assim por que então, logo após
as eleições, a presidente assumiu outro
modelo econômico contrario ao que vinha pregando e praticando?
Para que possamos entender melhor
a questão basta que olhemos os números
relativos ao PIB e ao nível de empregos
entre 2011 e 2014. Durante esse período
a economia brasileira esteve centrada no
baixo crescimento, com consequências
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Aparecido Inácio da Silva, o Cidão
que já eram visíveis bem antes do período eleitoral. Segundo o IBGE, de janeiro a
novembro de 2014 o número de empregados na indústria caiu 3,1%. O pior resultado desde 2009.
Apesar da gravidade da situação tudo
foi feito para que tais dificuldades permanecessem escondidas. Principalmente no
período das eleições.
Para nós, trabalhadores, o ajuste fiscal
patrocinado pelo governo e calcado em
medidas recessivas que implicam em desemprego e perda de direitos não nos interessa. Por isso mesmo não vamos aceitar
que sejamos nós a pagar essa conta. Que
ela seja debitada na conta daqueles que
nesses tempos sombrios locupletam-se,
por meio das altas taxas de juros, com lucros extraordinários e sem esforço algum.
Até porque a classe trabalhadora nem
de longe pretende retroceder nas suas
conquistas, nos seus direitos. Do mesmo
modo que quer discutir com o governo e
a sociedade os rumos da economia e do
Brasil.
Mas para dialogar com os movimentos
sociais a presidente Dilma precisa dar sinais efetivos de que está disposta a ouvir
e a absorver as demandas dos trabalha-
dores. Para tanto, não basta que envie a
esse diálogo emissários sem poder efetivo de decisão.
Afinal, não foi a própria Dilma que,
consumado o pleito eleitoral, apresentou-se ao país falando em diálogo? Então
que seja ela a dar o primeiro passo e possa revelar de publico que aceita encampar
sugestões que impliquem em mudanças
de modo a levar o Brasil a retomar o caminho do desenvolvimento econômico
tendo como prioridade a valorização do
trabalho e do trabalhador e o combate à
nociva desigualdade social que historicamente nos assola.
Dar início ao seu segundo mandato
vetando a correção da tabela do Imposto
de Renda, restringindo o acesso a benefícios sociais e ao credito, aumentando juros, impostos e o preço dos combustíveis,
entre outros, torna evidente que a disposição da presidente Dilma para o diálogo
com os trabalhadores e a promoção da
justiça social é apenas para “inglês ver”.
* Aparecido Inácio da Silva, o Cidão,
é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, advogado
e vereador pelo Solidariedade.
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