JANEIRO/FEVEREIRO DE 2015- EDIÇÃO 72 - ANO IX - EDITORA ALESSI 1 VOCÊ E A CIDADE Fotos: Diego Barros/PMSA Pedala, Santo André O morador de Santo André buscava havia muito tempo um momento de diversão diferente aos domingos, que unisse, ao mesmo tempo, a prática de atividade física e lazer. E ele acaba de ser atendido. Na manhã de domingo (1º/2), a prefeitura entregou os primeiros 10,1 quilômetros de ciclofaixas da cidade. O percurso terá funcionamento todos os domingos, das 8h30 às 14h30, com apoio das equipes do Departamento de Engenharia de Tráfego (DET) para garantir maior segurança aos ciclistas. A estrutura montada consistirá no isolamento de parte das vias criando assim, uma área exclusiva para o trânsito de bicicletas. Cerca de mil pessoas participaram da atividade. “A ideia é exatamente esta. Não apenas promover o lazer e a saúde, mas a integração das pessoas aqui da cidade de Santo André. Creio que será mais um programa e um projeto de sucesso”, prevê o prefeito Carlos Grana (PT), que fez questão de participar do evento com sua bicicleta e capacete. Ainda segundo o chefe do Executivo, a intenção é ampliar o percurso e, com isso, integrar todos os parques da cidade, além do Pignatari, o Celso Daniel, o Central e o Parque da Juventude. O circuito tem como ponto de partida o Paço Municipal, seguindo pela Perimetral, Santos Dumont, Artur de Queirós, General Glicério, Industrial, Parque Prefeito Celso Daniel, rua Padre Vieira, rua das Figueiras, rua das Bandeiras, avenida Manuel da Nóbrega, rua Itambé e Queirós dos Santos. A montagem dos cones é feita a partir das 6h30 e a desmontagem até as 16h em toda a extensão do trajeto. 2 Prefeito Carlos Grana inaugura literalmente a Ciclofaixa em Santo André “Hoje damos mais um passo rumo a uma mudança de conceito que nós começamos a instituir na cidade com o pedal noturno. Inaugur amos nesta manhã 10,1 quilômetros e o nosso objetivo é ampliar este percurso para até 30 quilômetros até o final do ano”, adiantou o Secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos (SMUOSP), Paulinho Serra. PERCURSO Confira a relação de vias que compõem o trajeto da mais nova ciclofaixa de lazer de Santo André: - Paço Municipal; - Avenida Edson Danilo Dotto; - Avenida Santos Dumont; - Avenida Artur de Queirós; - Rua General Glicério; - Avenida Industrial; - Parque Prefeito Celso Daniel; - Rua Padre Vieira; - Rua das Figueiras; - Rua das Bandeiras; - Avenida Manuel da Nóbrega; - Rua Itambé; - Avenida Queirós dos Santos Cerca de mil pessoas participaram da atividade ECONOMIA DE ÁGUA Cuidado com a água de reúso Crise hídrica exige medidas de economia e recursos alternativos, mas todo cuidado é pouco A Prefeitura de Mauá presta importante serviço de utilidade pública ao divulgar que é preciso muito cuidado para armazenar e utilizar água de reúso. Leia o material com atenção. A falta d’água que a região enfrenta tem feito com que muitos moradores busquem alternativas para armazenar, principalmente, a água da chuva, muitas vezes sem os cuidados indispensáveis. O objetivo, normalmente, é garantir a reserva da água das chuvas intensas dos últimos dias em baldes, galões, latões e bombonas. Um levantamento feito pelo Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do município constatou que boa parte destes recipientes já foi utilizada para o envase de produtos químicos e alimentícios, o que aumenta o risco de intoxicação em pessoas ou animais que chegarem a usar a água, seja bebendo ou na higiene pessoal. O alerta da Vigilância é que, uma vez que determinadas substâncias químicas podem ficar impregnadas nas paredes destes recipientes por tempo indeterminado, a reutilização destes vasilhames é extremamente perigosa. Divulgação Confira algumas dicas para armazenamento e utilização de água de forma segura: 1- Utilize recipientes que contenham tampa com boa vedação; 2- Água de chuva não deve ser utilizada para consumo humano, sendo recomendada para limpeza ou para aguar plantas e jardins; 3- Separe os recipientes de acordo com a finalidade de uso; 4- Utilize água de banho e máquina de lavar para descargas ou lavagem de quintal; 5- Utilize recipientes novos e de boa procedência para o armazenamento de água para o consumo humano; 6- Recipiente com água destampado é um potencial criadouro do mosquito da dengue. Evite esta situação. LAVAGEM A SECO E A ÁGUA • Lavagem de roupas, tênis e cortinas • Couros e camurças • Tingimento • Serviço de costura • Serviço completo de sapataria • Lavagem expressa (entregamos em 1 hora) Pça. Pres. Kennedy, 61 - Vila Bastos - Santo André - Tel.: (11) 4994-6383 - Telefax: (11) 4990-7231 3 REGIONALISMO Água vira objeto de Consórcio Joaquim Alessi Calma, caríssimo leitor, não é nada disso que a manchete acima possa sugerir. Ninguém vai ter de dar lance, ou pagar intermáveis prestações para ter o líquido precioso. Trata-se apenas da informação de que a chamada crise hídrica, que a população conhece como falta d’água, foi debatida pelos sete prefeitos do ABCD, secretários e assessores com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Só isso. E o preclaro leitor pode concluir: “Aí, sim, agora todos os nossos problemas acabaram”. Mas, infelizmente, também não é nada disso. Na prática, alcaides e assistentes aproveitaram a reunião mensal do Consórcio Intermunicipal para falar mais um pouco sobre o gravíssimo problema que ameaça a tudo e a todos, sem solução breve aparente. Para não dizer que o grupo choveu no molhado (o que talvez, nesse caso, fosse até bom), durante o encontro o secretário de 4 Meio Ambiente de São Bernardo, João Ricardo Guimarães Caetano, foi designado para acompanhar o presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), nas discussões do Comitê de Gestão da Crise Hídrica, criado em reunião a 28 de janeiro, entre prefeitos da Região Me- tropolitana de São Paulo e representantes da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos. Sem multa Os prefeitos do ABCD também decidiram que não adotarão a sugestão do Estado de aplicar multa para quem for flagrado desperdiçando água. Projeto aprovado em São Paulo prevê multa de R$ 1 mil a quem usar água tratada da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para lavar calçada ou carro. “Entendemos que não é o momento de aplicar sanção, já que ainda não houve nenhum pronunciamento ou esclarecimento à sociedade pelo Governo do Estado sobre a gravidade da situação. A população precisa saber que a água vai acabar. Depois de avisada, se continuar com desperdício, aí sim, talvez, poderemos adotar uma medida de punição”, disse o secretário de Meio Ambiente de São Bernardo. Outra preocupação manifestada pelos prefeitos foi a possibilidade, já cogitada pela Sabesp, de usar a água da Represa Billings para abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê. Há a intenção de remover 16,5 mil litros de água por segundo, enquanto a capacidade do reservatório é de 15 mil litros por segundo. “Estamos preocupados com esse déficit e que ele seja completado por eventual reversão do Rio Pinheiros, que poderá completar a vazão que está sendo removida”, explicou Caetano. “Maior apoio” Já o ministro Kassab disse que, a partir de agora, cada um dos sete prefeitos terá relação direta com o Ministério das Cidades. “Há grande número de obras que estão sendo realizadas como resultado de parceria entre o Consórcio e o Ministério das Cidades. O Governo federal pretende dar o maior apoio possível a essas intervenções, dada a importância do ABCD”, disse Kassab. O presidente do Consórcio falou que o projeto de mobilidade de Rio Grande da Serra será o primeiro do ABCD a receber recursos da nova gestão do Ministério das Cidades. “Após o Carnaval vamos dar a ordem para o início do projeto de mobilidade da nossa cidade: a pavimentação asfáltica de algumas das ruas mais importantes”. Prefeitos, secretários e assessores recebem ministro das Cidades para tratar da crise hídrica, a popular falta d’água 5 SUSTENTABILIDADE Santo André tem novos galpões de reciclagem Com nova estrutura, reaproveitamento do resíduos deve crescer de 8% para 20% até 2016 Foto: Joaquim Alessi Santo André completou mais uma etapa para ampliar e melhorar a sua coleta seletiva de resíduos, uma das pioneiras do País. Com a entrega pelo Semasa e pela Prefeitura da Central de Triagem de Resíduos Recicláveis – Unidade São Jorge, as duas cooperativas de reciclagem que já atuam em parceria com o município ganham uma infraestrutura mais adequada, permitindo mais eficiência no trabalho de triagem e a ampliação da quantidade de material reciclado dos atuais 8% para 20% até o final de 2016. Além disso, os cooperados terão aumento de renda e de qualidade de vida, ao mesmo tempo em que o meio ambiente e o município ganharão com a destinação correta dos resíduos e com a redução do material que segue para o Aterro Sanitário. Atualmente, 25% do que chega ao aterro misturado ao lixo comum são materiais recicláveis. Por mês, são recolhidos pelos caminhões de coleta porta a porta e também nas estações de coleta e pontos de entrega voluntária 1,1 mil toneladas de lixo seco, que seguem diretamente para reciclagem. Nova estrutura Cada um dos galpões entregues tem área de 1.055 m², quase o dobro do espaço que as cooperativas Cidade Limpa e Coopcicla dispunham. Eles foram equipados com esteiras elevadas, além de prensas, balanças eletrônicas, empilhadeiras e carrinhos para o transporte dos resíduos. Além disso, a nova estrutura inclui banheiros adequados, refeitórios e área de convivência. Com mais espaço e equipamentos adequados, as cooperativas, que hoje têm 56 integrantes, poderão mais que dobrar esse número de colaboradores, pois cada cooperativa tem agora espaço para trabalhar com até 80 pessoas em até dois turnos. Durante a inauguração, o prefeito Carlos Grana (PT) destacou a melhoria nas condições de trabalho para os cooperados a partir do trabalho na Central de Triagem. “Os cooperados poderão atuar de forma mais digna, fazendo um trabalho importante para a Prefeito Carlos Grana fala durante a entrega da Central de Triagem Foto: Adriano Alves/Semasa Construção do prédio exigiu recursos de cerca de R$ 1 milhão cidade”, disse, lembrando que a população também terá mais confiança ao separar o resíduo para destinar à reciclagem. “Em Santo André a população pode ter certeza de que, com esta estrutura, vale a pena reciclar”, afirmou Grana. Campanha O superintendente do Semasa, Sebastião ABCD REAL É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA ALESSI COMUNICAÇÃO - EMPRESA COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL PUBLISHER E DIRETOR DE REDAÇÃO: JOAQUIM ALESSI DIRETORA ADMINISTRATIVA: ROSANA FRANCO DE OLIVEIRA ALESSI EDITOR DE ARTE: FERNANDO VALINI - TIRAGEM: 10.000 EXEMPLARES TIRAGEM AUDITADA PELA GUEDES CONSULTORIA Sede própria: Avenida Pereira Barreto, 1.395, sala 11 Torre Norte Telefone: 4319-1116 - www.abcdreal.com.br - E-mail: [email protected] 6 Ney Vaz Jr, anunciou que a autarquia vai lançar uma campanha para ampliar a adesão dos moradores à reciclagem. “Queremos aumentar o índice de reciclagem para 20% até 2016. E essa campanha vai conscientizar a população para que ela entenda que é fácil reciclar e contribua mais. E agora podemos processar o material separado pelos moradores de maneira mais adequada”, disse. A construção foi feita com recursos federais por cerca de R$ 1 milhão. Como contrapartida, o município cedeu a área, dentro do Aterro Municipal, e comprou os equipamentos. No total, o investimento gira em torno de R$ 2 milhões. Novo galpão e equipamentos garantem melhores condições de trabalho 7 SUSTENTABILIDADE Diretores de cooperativas ressaltam melhoria na qualidade de vida Os trabalhadores vinculados às duas cooperativas de reciclagem parceiras do Semasa comemoraram a abertura da Central de Triagem com muitos projetos de crescimento. Para eles, a nova estrutura é fruto do trabalho dedicado durante muitos anos, mas também de uma parceria inédita conquistada nos últimos dois anos com o Semasa. A consequência, dizem, é também a atração de novos colaboradores. “Esta nova Central é um grande apoio que conquistamos. A autoestima do trabalhador vai aumentar e, sim, temos expectativa de crescimento”, disse José Batista de Lucena, o Dedé, diretor financeiro da Coop Cidade Limpa, contando que espera ter pelo menos 70 recicladores em cada turno de trabalho. Os mesmos projetos são desenhados pela Coop Cidade Limpa. “Hoje temos 30 pessoas, mas já estamos entrevistando gente para vir trabalhar conosco”, contou o diretor financeiro da Coopcicla, Jorge Luiz Pscheidt. Pioneirismo Desde 1999 Santo André tem coleta seletiva e, em 2000, ela foi implantada em 100% do município, com os caminhões passando em todas as ruas da cidade. Em Santo André, a simples separação do resíduo seco (recicláveis) do úmido (orgânicos) facilita a adesão da população ao programa. Além da coleta porta a porta, a cidade também conta com 85 PEVs, os chamados Pontos de Entrega Voluntária, e 17 Estações de Coleta, onde os moradores podem levar restos de construções, madeiras, lâmpadas fluorescentes, óleo de cozinha e equipamentos eletrônicos. Em 2013, os cooperados estavam triando 2,5% dos resíduos gerados na cidade. No final do mesmo ano este percentual saltou para 5% e, em 2014, chegou a 8%. Até o final deste 2015, a meta é chegar a 15% e, em 2016, a 20%. 8 Pessoal das Cooperatias aplaude a iniciativa da Central de Triagem e comemora as melhores condições de trabalho 9 ESPECIAL Paróquia São José chega aos 60 anos no Baeta Cartão-postal do bairro Baeta Neves, em São Bernardo, a Igreja São José, que completa 60 anos em 19 de março, Dia do Padroeiro, tem a história confundida com a do próprio bairro e se insere no processo de urbanização desse pedaço do ABCD, próximo ao centro da cidade. Construída pelos primeiros moradores, no início era uma capela (fotos do Arquivo 10 Municipal). Eram as décadas de 1920-30. Em 19 de março de 1955, foi constituída a Paróquia São José Baeta Neves, com a nomeação do primeiro pároco, o Cônego Lázzaro Equini, que logo tratou de erigir templo mais condizente com o crescimento populacional e religioso do bairro. Foram 25 anos de dedicação integral à Paróquia. Inspirado na Basílica de São Pedro, em Roma, começava a surgir o projeto da igreja, concretizado graças às muitas quermesses, festas e leilões. Em forma de cruz grega, com quatro braços iguais, duas naves cada braço, mais uma cúpula, a construção destaca-se no ponto alto da cidade. Prevaleceu, nesses 60 anos da Paróquia, a sintonia entre a comunidade laica e os padres, apesar da breve passagem de dois de- les: Monsenhor Luiz Carlos Ravásio (19801984) e Padre João de Deus. A igreja ganhou cada vez mais força com a chegada de Padre Carlito Dall´Agnese, em 1985. Metade do tempo de vida da Paróquia transcorreu sob a batuta desse misto de sacerdote, compositor e cantor; e grande administrador. Se a Paróquia comemora, agora, seu Jubileu de Diamante, Padre Carlito já celebrou suas Bodas de Ouro sacerdotais. Hoje, com Padre Carlito, pároco, e Padre Jadeílson José da Silva, vigário, as perspectivas são de um desenvolvimento espiritual e pastoral ainda mais acentuado. Sinal disso são as pessoas que compõem as diversas pastorais, ao lado do Grupo de Jovens. Estes, nos últimos dois anos, dão novo impulso a celebrações na comunidade, a exemplo das encenações da Paixão; e marcam presença em eventos tanto na Diocese quanto os de caráter nacional e internacional, a exemplo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). (Texto do colaborador Gabriel Arcanjo Nogueira. Fontes: Site Paroquial e Pascom) 11 BRASIL Vem pra Caixa você também, veeem!!! A ceboleira (que é como são chamados os andreenses da gema) e ex-ministra de Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior finalmente foi anunciada presidente da Caixa Econômica Federal pela presidente Dilma Rousseff. Ela assumirá o posto em 23 de fevereiro com a missão de “abrir o capital” da instituição financeira, que passará a ter ações negociadas na Bolsa de Valores. Natural de Santo André, onde teve papel decisivo nas gestões do ex-prefeito Celso Daniel (PT), com quem foi casada, Miriam entra no lugar de Jorge Hereda, que deixa o cargo depois de quatro anos. Com 57 anos de idade, Miriam integra o governo desde o início da primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Em 2002 esteve no time de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Lula. Hoje, faz parte do Conselho de Administração da Petrobras. Miriam foi coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja gestão passou para o Planejamento. Ela era secretária-executiva do PAC, quando substituiu na função a presidente eleita, Dilma Rousseff, que coordenava o programa na condição de ministra da Casa Civil. No primeiro mandato de Lula, foi assessora especial do presidente até junho de 2004 e também auxiliou o governo na integração dos programas sociais. Na sequência, recebeu chamado do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, para comandar a subchefia de Avaliação e Monitoramento da Pasta. Militantes de movimentos sociais, Miriam Belchior começou a vida política no ABCD, mais propriamente em Santo André. Engenheira de alimentos, formada pela Universidade de Campinas (Unicamp), tor- 12 Miriam Belchior assume a presidência da Caixa Econômica Federal no segundo governo Dilma nou-se mestre em Administração Pública e Governamental pela Fundação Getulio Vargas (FGV), de São Paulo, com a dissertação “A Aplicação do Planejamento Estratégico Situacional em Governos Locais: Possibilidades e Limites – os casos de Santo André e São José dos Campos”. Entre 2001 e 2008, foi professora da Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento de Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), ligada à Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Entre 1999 e 2002, lecionou também na Universidade São Marcos, no Ipiranga, em São Paulo. Miriam foi casada por 10 anos com Celso Daniel, e sempre esteve à frente de suas campanhas e desempenhou papel decisivo durante as gestões em Santo André. De janeiro de 1997 a dezembro de 2000, ela foi secretária de Administração e Modernização Administrativa da Prefeitura, e, de janeiro de 2001 a novembro de 2002, secretária de Inclusão Social e Habitação. Na Prefeitura de Santo André, coordenou ainda o Programa de Modernização Administrativa, selecionado como uma das 100 melhores práticas públicas do mundo pela ONU em 2000. A Caixa Econômica Federal, instituição financeira 100% pública, foi fundada em 1861. É o maior banco totalmente público da América Latina. Além de ser o principal financiador da casa própria no Brasil, com com participação de mercado próxima de 70%, o banco também é responsável pela operacionalização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pelo Programa de Integração Social (PIS) e pelo seguro-desemprego. A Caixa também é responsável pelo Bolsa Família, pelo FIES e pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida – que concede subsídios à população de baixa renda. Já no início deste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a Caixa Econômica Federal, por orientação da nova equipe econômica do governo, aumentou as taxas de juros do financiamento imobiliário. A instituição justificou que a alteração se deve ao aumento da taxa básica de juros, que hoje é de 12,25% ao ano. SINDICALISMO E SOCIEDADE Direitos trabalhistas: Governo Federal passa a bola para o Congresso Nacional Cícero Firmino da Silva, Martinha José Braz da Silva, Fofão Aconteceu na terça-feira, 3 de fevereiro, em Brasília, reunião entre as principais centrais sindicais, entre elas Força Sindical, CUT e UGT, para discutir as alterações nas regras para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciárias, como seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença e abono salarial. Os representantes do governo federal sugeriram uma Comissão Tripartite, com a presença das centrais sindicais, para discutir as Medidas Provisórias (664 e 665) que tratam do assunto no Congresso Nacional. Como de hábito, os trabalhadores e as centrais sindicais estão se mobilizando para transformar o limão numa limonada. Ou seja, a partir de agora é hora de buscarmos o apoio dos deputados federais e senadores para que levem em consideração as propostas das centrais que não foram aceitas pelos ministros da presidenta Dilma Rousseff, presentes à reunião. Entre as medidas sugeridas pelas cen- trais sindicais, para ajudar o governo a recompor as finanças públicas, estavam aumentar tributação sobre lucro empresarial e de implementar a taxação sobre grandes fortunas. Segundo avaliação das centrais presentes ao encontro, houve uma certa frustração com a tentativa de acordo. Esperava-se uma postura mais favorável do governo às demandas das centrais sindicais, que insistem na proteção e manutenção dos direitos trabalhistas. Mas nem tudo está perdido. O ambiente do Congresso Nacional é uma arena na qual os líderes sindicais estão acostumados a lidar e a estabelecer grandes debates. E vamos nos mobilizar para apresentar aos deputados e senadores a necessidade de manter os direitos trabalhistas que a classe trabalhadora já conquistou e avançar a discussão para reduzir a nefasta rotatividade de mão de obra. A bola está com a classe trabalhadora brasileira e com o Congresso Nacional, que respeita e muito a opinião pública mobilizada. Portanto, é a nossa hora e a nossa vez de lutar, mais uma vez, pela defesa dos sagrados direitos trabalhistas. E impedir que os ajustes da economia brasileira recaiam apenas sobre a classe trabalhadora, deixando de fora as grandes fortunas e os estrondosos lucros de banqueiros e industriais. Porque, decididamente, os trabalhadores não estão dispostos a pagar a conta dos ajustes da economia brasileira sozinhos. É hora, então, de nos mobilizarmos em torno dos nossos sindicatos e centrais sindicais. Vamos fazer valer nosso título eleitoral, nossa organização sindical e social para negociar com altivez com o Congresso Nacional, que, com certeza, respeitarão nossos pontos de vista. Cícero Firmino da Silva, o Martinha é secretário do Trabalho de Santo André e presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá José Braz da Silva, o Fofão, é presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá ???? 13 SAÚDE, ENSINO E PESQUISA Marco Antonio faz balanço do primeiro ano na Fundação do ABC A primeira reunião de 2015 da Curadoria da Fundação do ABC foi marcada por apresentação do relatório de gestão 2014 pelo presidente Marco Antonio Santos Silva, que falouda criação de três novas diretorias executivas – Qualidade, Recursos Humanos e Tecnologia da Informação –, aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, revisão dos organogramas e formatação de propostas para hospitais segundo o porte (pequeno/médio e grande). Também abordou a contratação de quatro novos auditores, com missão de atuar junto às mantidas. Colaboradores Santos Silva abordou o crescimento do quadro de colaboradores nos últimos anos. Em 2010, a Fundação do ABC tinha 11.767 funcionários. Em dezembro de 2014, chegou a 19.230. O avanço a partir de 2013, quando a instituição tinha 16.883 colaboradores, foi de quase 14%. Crescimento A ampliação do quadro, ele explicou, está diretamente relacionada ao crescimento da Fundação no último ano. Ao todo foram incorporados ao grupo de mantidas três novos equipamentos de saúde: Instituto de Infectologia Emílio Ribas II do Guarujá, Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário e Hospital Estadual de Francisco Morato. Sede No campus universitário, a sede administrativa da Fundação do ABC passou por ampliação e ganhou novo pavimento com 1.300 m2, que serve de sede para a Central de Convênios – maior mantida da FUABC. Outra novidade foi a reestruturação do estacionamento com ampliação de vagas, que permitirão o desenvolvimento de novos projetos sem prejuízo aos usuários do campus. Parcerias Para este 2015, a Fundação do ABC planeja intensificar parcerias com a iniciativa privada, com intuito de captar recursos para novos projetos, reformas e ampliações. Entre os planos de parceria em andamento estão o pioneiro Instituto de Cardiologia 14 Marco Antonio Santos Silva, presidente da Fundação do ABC, fala de seu primeiro ano no comando da instituição da Faculdade de Medicina do ABC, um novo complexo poliesportivo, a criação de anfiteatro para a mantenedora e a abertura de duas novas mantidas no campus: o Hemocentro e o Centro de Diagnósticos. Capacitação Uma das principais atribuições da nova Diretoria Executiva de Recursos Humanos,segundo a diretora Caroline Saint Aubin, é o desenvolvimento de cursos e treinamentos para os mais diversos segmentos profissionais, com intuito de oferecer capacitação e atualização aos colaboradores da mantenedora e das mantidas. Bolsas Para este ano, a Fundação do ABC está oferecendo bolsas de estudos de 30% a funcionários e seus dependentes que queiram estudar Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Gestão em Saúde Ambiental, Tecnologia em Gestão Hospitalar, Nutrição ou Terapia Ocupacional na Faculdade de Medicina do ABC. Interessados em cursar pós-graduação Lato Sensu também terão 30% de desconto nas mensalidades dos cursos da Medicina ABC. CULTURA Fotos: Miguel Denser/PMSA Secretário Tiago Nogueira explica o projeto a produtores Bairros de Santo André terão acesso a produções culturais O secretário de Cultura e Turismo de Santo André, Tiago Nogueira, apresentou o programa CulturAqui, que buscará descentralizar as ações culturais nos bairros, por meio de parcerias com entidades da cidade. A apresentação foi feita para um grupo de produtores e coletivos de cultura andreenses. A Administração publicará edital para oficializar o programa, com as regras para a participação das entidades e ações que deverão ser contempladas. No novo conceito, a secretaria de Cultura e Turismo destinará uma parte de seu orçamento para as entidades pleitearem, por meio de um plano de trabalho, ações que querem desenvolver em cada uma das regiões da cidade. Depois de apresentado pela entidade, esse plano de trabalho será avaliado por comissão, e, se aprovado, um termo de cooperação será assinado, os recursos liberados e a prefeitura fará as contratações específicas para o seu início. Além de custear as ações, a prefeitura irá avaliar os resultados e fiscalizar a prestação de contas do projeto. Para o secretário Tiago Nogueira, o novo projeto será importante, pois “descentralizará toda a produção cultural da cidade”, além de aproximar população e produtores culturais. “Queremos com o CulturAqui estabelecer um diálogo e interlocução com os produtores de culturais, descentralizar as ações e oferecer várias opções de cultura para a população”, comentou. A adesão ao CulturAqui será restrita às entidades e aos coletivos de cultura. Para os produtores, na modalidade pessoa física, a prefeitura já dispõe para o fomento dos trabalhos o Fundo de Cultura. a SCT tocará neste ano. “Fizemos um diagnóstico e estamos concluindo um planejamento que irá apontar para as nossas ações para este ano”. Audiência O secretário disse que após o Carnaval voltará a se reunir com os produtores culturais para apresentar os projetos que 15 JAZZ, BIG BANDS & CIA. O TROVADOR INOLVIDÁVEL Ronaldo Benvenga Al Jolson (1886-1950) nasceu na pequena Srednick-Lituânia, que à época fazia parte da Rússia Czarista. O pai, rabino da sinagoga local, emigrou com a família para os Estados Unidos da América do Norte em 1890, estabelecendo-se na Capital, Washington D.C. Lá, Al creceu e já aos 8 anos, juntamente com o irmão Harry, perambulava pelas ruas da cidade cantando em troca de alguns níqueis. De temperamento irrequieto e aventureiro, aos 14 anos foge de casa, incorporando-se a uma “troupe” de músicos saltimbancos. O crítico musical J.L. Ferrete escreveu no prefácio do álbum duplo lançado pela gravadora Decca Records “The Best of Al Jolson: “Na adolescência, Jolson se fascinou com as artes cênica, acabando por ingressar na Broadway, em Nova York”. Começou fazendo pequenas “pontas” em revistas musicais, as chamadas “extravagâncias teatrais” (gênero muito em voga no início do século 20). Nesses espetáculos ele apresentava-se com o rosto pintado, imitando os negros sulistas nos trejeitos e no sotaque. Essa especialidade aprendera na infância, com um amigo negro. Em 1909 passou a integrar um conjunto trovadoresco, onde se destacou cantando, dançando e representando, sempre caracterizado como negro. Para dar maior dramaticidade à sua interpretação, terminava o espetáculo de joelhos e com os braços abertos. A platéia delirava! A partir daí, foi se impondo cada vez mais, graças ao inesgotável talento, até ser contratado pelos irmãos Shubert, famosos empresários de espetáculos teatrais, para inaugurar o recém-construído Winter Garden, com a “extravagância” intitulada “La Belle Paree”, com músicas do compositor Jerome Kern. Nessa época ganhava 100 dólares semanais. Com o novo contrato passou a 250, além da promessa de papéis cada vez mais destacados. A única exigência dos empresários era a de que se caracterizasse como negro e imitasse o sotaque sulista, criando-se para ele o papel do negro aristocrata Erastus Sparkle. Nesse personagem Jolson tomou conta do espetáculo, transformando-se na principal atração. 16 Em 1913, assinou contrato de exclusividade com os Shubert pelo espaço de 7 anos. Dez mil dólares de luvas e mais 2.500 semanais, uma soma astronômica. Agora é a grande figura das revistas musicais, uma verdadeira consagração para um jovem de pouco mais de 25 anos, cujo prestígio era tão grande quanto sua conta bancária. No disco, a carreira não foi menos consagradora. Suas gravações foram todas realizadas nos estúdios da Decca Records (hoje MCA). Jolson possuía uma voz característica e diferente. Suas interpretações eram dramáticas e pungentes. Uma voz entre soluços, diziam os críticos e admiradores. Entre as mais conhecidas estão Swane, Sonny Boy, Margie, Al Jolson pintava o rosto como um negro sulista My Mammy, Baby Face, Anniversary Song, Easter Parade, Dinah, Liza, You Made Me Love You e April Shower, entre inúmeras outras. Durante mais de duas décadas foi o astro indiscutível dos musicais da Broadway e bilheteria esgotada em todas as temporadas. Com esse enorme sucesso, não poderia fugir aos convites para filmar em Hollywood. Em 1927, atinge o auge da fama ao protagonizar o primeiro filme sonoro da história do cinema: “The Jazz Singer”(no Brasil, O Cantor de Jazz), película produzida pela Warner Brothers, sob a direção de Alan Crosland. A seguir viria (em1928) “The Singing Fool”, na qual interpreta o tema “Sonny Boy”. Nesse mesmo ano casa-se com a atriz e cantora Ruby Keeler. Juntos participam de vários espetáculos na Broadway. No início dos anos 1940, Jolson tornou-se uma figura mitológica, que em 1946 tem sua vida biografada na película “The Jolson Story (no Brasil Sonhos Dourados), estrelado pelo ator Larry Parks e rodado nos estúdios da Columbia Pictures, com Jolson dublando as partes cantadas. O sucesso foi tamanho, que provocou uma sequência: “Jolson Sings Again” (no Brasil, O Trovador Inolvidável), de1949, também filmada na Columbia Pictures. Um ano após ter sido rodada a segunda película, Al Jolson vem a falecer, vítimado por um colapso cardíaco, em San Francisco, na Califórnia, a 23 de outubro de 1950. Desaparecia, assim, o mais legítimo representante da era do teatro musicado da América do Norte. Figura carismática desse grande “showman” que foi Al Jolson. Em cena, Asa Yoelson, seu verdadeiro nome, era um artista completo, com gesticulação original e criativa, personalidade eletrizante e, principalmente, uma voz saída das entranhas de sua sensibilidade.. Ouçam os programas Quinta Avenida e Quinta Avenida Especial acessando o site: www.quintaavenida.mus.br Produção e apresentação: Ronaldo Benvenga Acessem o site: www.quintaavenida.mus.br EDUCAÇÃO Uniformes na volta às aulas Fotos: Du Merlino/PMSCS A Prefeitura de São Caetano iniciou no primeiro dia de aulas de 2015 a entrega de uniformes escolares a cerca de 20 mil crianças e adolescentes da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio da rede. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) visitou quatro escolas para fazer a entrega simbólica dos kits de uniforme e conversar com pais e alunos. “Nós enfrentamos uma grande batalha em 2013 e 2014 para entregar os uniformes, mas infelizmente não conseguimos no prazo que gostaríamos por conta de pessoas que tentaram tumultuar a licitação para a compra dos kits. Já em 2015 foi possível cumprir a promessa de entregar os uniformes no início do ano letivo. É uma vitória da cidade”, destacou Paulo Pinheiro. A secretária municipal de Educação de São Caetano, Ivone Braido Voltarelli, ressaltou que todos os kits devem ser entregues aos alunos até o fim desta semana. “Eu gostaria de agradecer ao prefeito Paulo Pinheiro pelo empenho e prioridade dada à Educação. Eu não poderia estar mais feliz com a chegada dos uniformes no início das aulas.” Todos os estudantes da rede sulsancaetanense vão receber o kit formado por duas camisetas gola polo; uma camiseta sem manga; um blusão; duas calças compridas; e duas bermudas unissex. O valor do investimento da Prefeitura é de cerca de R$ 3 milhões. Aprovação O prefeito Paulo Pinheiro realizou entregas simbólicas de uniformes na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Irineu da Silva, no Bairro São José; Escola Municipal Integrada (EMI) Maria Panarielo Leandrini, no Bairro Nova Gerty; na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Leandro Klein, no Nova Gerty; e na Escola Municipal de Ensino (EME) Prof.ª Alcina Dantas Feijão, no Bairro Mauá. Os pais elogiaram a ação, ressaltando o caráter igualitário da iniciativa da Prefeitura. “A entrega do uniforme pela Prefeitura ajuda bastante. É um gasto a menos para as famílias da cidade”, comemorou Suzana Barreto, mãe da pequena Júlia, estudante da EMEI Irineu da Silva. Para a nova diretora da EME Prof.ª Alcina Dantas Estudante veste o uniforme escolares em São Caetano Prefeito entrega uniformes a alunos de São Caetano Feijão, Carina do Espírito Santo, a entrega dos uniformes logo no primeiro dia de aula foi uma agradável surpresa. “É uma honra dirigir o Alcina e ter o privilégio de entregar aos alunos os uniformes em sua volta às aulas.” 17 SINDICALISMO Para onde vai o governo Dilma? Aparecido Inácio da Silva * Não restam dúvidas de que para a maioria dos brasileiros2015 será um ano de grandes dificuldades. E as causas são muitas. A começar pelo governo da presidente Dilma que inicia o seu segundo mandato em meio a uma crise de credibilidade relacionada a escândalos de corrupção e ainda em função de erros e equívocos de diversas ordens cometidos já na sua primeira gestão. O que não é nada interessante para uma governante que se autointitulava defensora de um modelo de desenvolvimento econômico capaz de atrair investimentos, gerar empregos e distribuir renda, mas que encerrou seu primeiro mandato coma economia do país praticamente estagnada. O baixo crescimento da economia brasileira em 2014 não é algo que possa ser esquecido dado que os seus reflexos estão presentes na sociedade e mesmo com a montagem de uma nova equipe econômica as possíveis mudanças de rumo que se anunciam não trarão melhorias no curto prazo, exceto para os que vivem de renda. Isto porque o ajuste fiscal que está sendo implementado pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não aponta para a melhoria dos fatores que geram perspectivas aos que dependem da produção e do emprego. Medidas que elevam a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 5% para 5,5%, e ainda a Taxa Selic para 12,5% apenas beneficiam - volto a insistir - os que vivem da especulação financeira. O que, por sua vez, revelam ainda uma política de promoção da desigualdade social e não seu oposto, apesar dos integrantes do governo e a própria presidente da República dizerem o contrário. Sendo assim, o plano de austeridade com vistas a recuperar a credibilidade do governo acabam por revelar que sua primeira gestão foi um retumbante fracasso. Não fosse assim por que então, logo após as eleições, a presidente assumiu outro modelo econômico contrario ao que vinha pregando e praticando? Para que possamos entender melhor a questão basta que olhemos os números relativos ao PIB e ao nível de empregos entre 2011 e 2014. Durante esse período a economia brasileira esteve centrada no baixo crescimento, com consequências 18 Aparecido Inácio da Silva, o Cidão que já eram visíveis bem antes do período eleitoral. Segundo o IBGE, de janeiro a novembro de 2014 o número de empregados na indústria caiu 3,1%. O pior resultado desde 2009. Apesar da gravidade da situação tudo foi feito para que tais dificuldades permanecessem escondidas. Principalmente no período das eleições. Para nós, trabalhadores, o ajuste fiscal patrocinado pelo governo e calcado em medidas recessivas que implicam em desemprego e perda de direitos não nos interessa. Por isso mesmo não vamos aceitar que sejamos nós a pagar essa conta. Que ela seja debitada na conta daqueles que nesses tempos sombrios locupletam-se, por meio das altas taxas de juros, com lucros extraordinários e sem esforço algum. Até porque a classe trabalhadora nem de longe pretende retroceder nas suas conquistas, nos seus direitos. Do mesmo modo que quer discutir com o governo e a sociedade os rumos da economia e do Brasil. Mas para dialogar com os movimentos sociais a presidente Dilma precisa dar sinais efetivos de que está disposta a ouvir e a absorver as demandas dos trabalha- dores. Para tanto, não basta que envie a esse diálogo emissários sem poder efetivo de decisão. Afinal, não foi a própria Dilma que, consumado o pleito eleitoral, apresentou-se ao país falando em diálogo? Então que seja ela a dar o primeiro passo e possa revelar de publico que aceita encampar sugestões que impliquem em mudanças de modo a levar o Brasil a retomar o caminho do desenvolvimento econômico tendo como prioridade a valorização do trabalho e do trabalhador e o combate à nociva desigualdade social que historicamente nos assola. Dar início ao seu segundo mandato vetando a correção da tabela do Imposto de Renda, restringindo o acesso a benefícios sociais e ao credito, aumentando juros, impostos e o preço dos combustíveis, entre outros, torna evidente que a disposição da presidente Dilma para o diálogo com os trabalhadores e a promoção da justiça social é apenas para “inglês ver”. * Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, advogado e vereador pelo Solidariedade. 19 20