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Créditos
Organização: Thomas Magnum
Editoração gráfica: Eder Ragassi
Arte de Capa: Eder Ragassi
Colaboradores: Morgana Mendonça, Thiago Oliveira, Bruno Rafael Souza de Melo,
Luciana Barbosa, Fred Lins.
Revisão Gramatical: Thomas Magnum, Thiago Antunes, Kelly Gleyssy
Revisão Teológica: Thomas Magnum
Publicação: Cristianismo Simples
1ª Edição: Junho 2014
1. Calvinismo; Teologia Reformada; 2014.
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Índice
Apresentação................................................................................................... 04
Agradecimentos.............................................................................................. 05
Os Cânones de DORT..................................................................................... 06
Thomas Magnum
A Depravação Total......................................................................................... 08
Morgana Mendonça
Eleição incondicional...................................................................................... 13
Thiago Oliveira
Expiação Limitada.......................................................................................... 17
Bruno Rafael Souza de Melo
Graça Irresistível............................................................................................. 23
Luciana Barbosa
A Perseverança dos Santos.............................................................................. 28
Fred Lins
O Calvinismo e a Piedade Cristã..................................................................... 32
Thomas Magnum
Doxologia .......................................................................................................... 37
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Apresentação
A razão central deste trabalho de fato é a Soberania de Deus. Por muito tempo teólogos
de várias linhas discutem no que concerne a Salvação do homem. No entanto é
importante destacar que a Tulip (Os cinco pontos do Calvinismo) se trata de uma
teologia absolutamente centrada na Palavra de Deus, cuidadosamente analisada ao
longo da história da igreja. Quando digo analisada não me refiro de uma forma
mecânica ou controladora no tocante a Palavra de Deus, mas sim no desejo, nos
decretos do Nosso Senhor.
Enquanto os Arminianos creem que o homem é livre pra escolher o seu destino eterno
(Salvação) nós os Calvinistas cremos na Soberana vontade de Deus, segundo os seus
propósitos. Esta Obra retrata através de homens e mulheres o quão Magnifico é o
Senhor dos exércitos.
Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação. 1 Timóteo 1.9
Eder Ragassi – Junho de 2014
Editor do Site: http://www.cristianismosimples.net/
Facebook.com/page/Cristianismo-Simples
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Agradecimentos
Nós do CS - Cristianismo Simples agradecemos a todos os irmãos que contribuíram
com este trabalho. Mais do que nunca todos os irmãos Reformados de Todo o Brasil
podem se sentir participantes desta obra.
Obrigado a todos que com muito carinho e dedicação nos ajudaram!
Deus abençoe a Todos!
Equipe,
Cristianismo Simples – www.CristianismoSimples.Net
Facebook.com/page/Cristianismo-Simples
Junho de 2014
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Os Cânones de Dort
por Thomas Magnum
Muitos crentes tem pavor do termo calvinismo, muitos nunca sequer leram nada,
mas, sabem que não são calvinistas. É interessante como a igreja no decorrer da história
abandonou suas raízes doutrinárias e abraçou uma série de pensamentos que estão
distantes dos ensinos das Escrituras Sagradas. Nossa história começa no século XVI
com os documentos produzidos por consequência da Reforma Protestantes essas
confissões iniciadas pelo catecismo de Heidelberg até chegarmos ao século XVII.
Os cânones de Dort são de especial importância a igreja reformada no século XVII,
mais precisamente em 1619. Em 1588 Jacó Armínio que tinha estudado com Teodoro
Beza, começou a questionar e discordar da doutrina da predestinação ensinada pelo
calvinismo. Em 1602 se tornou professor em Leyden, onde encontrou um oponente
chamado Francisco Gomaro.
A polêmica prolongou-se até 1609 quando Armínio morreu de tuberculose. No
ano que seguiu sua morte seus seguidores escreveram um documento chamado
Remonstrância. Vejamos o que diz Duane Edward Spencer:
Pelo fato de as igrejas dos Países Baixos, em comum com as principais Igrejas
Protestantes da Europa, subscreverem as Doutrinas Reformadas da Bélgica e as
Confissões de Heidelberg, os arminianos resolveram fazer uma representação ao
Parlamento Holandês. Este protesto contra a Fé Reformada, cuidadosamente escrito,
foi submetido ao Estado da Holanda, e, em 1618, um Sínodo Nacional da Igreja reuniuse em Dort para examinar os ensinos de Arminius à luz das Escrituras. Depois de 154
calorosas sessões, que consumiram sete meses, Os Cinco Pontos do Arminianismo
foram considerados contrários ao ensino das Escrituras e declarados heréticos. Ao
mesmo tempo, os teólogos reafirmaram a posição sustentada pelos Reformadores
Protestantes como consistente com as Escrituras, e formularam aquilo que é hoje
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conhecido como Os Cinco Pontos do Calvinismo (em honra do grande teólogo francês,
João Calvino). [1]
Os cinco pontos do Arminianismo são:
Vontade Livre
Eleição condicional
Expiação universal
A graça pode ser impedida
O homem pode cair da graça
A resposta aos argumentos arminianos estudadas no sínodo e Dort formam o acrostico
TULIP.
Apresentados como os cinco pontos do Calvinismo:
T
U
L
I
Total Depravity
Unconditional Election
Limited Atonement
Irresistible Grace
P
Perseverance of Saints
Depravação Total
Eleição Incondicional
Expiação Limitada
Graça Irresistível
Perseverança dos Santos
Dessa refutação aos ensinos arminianos surge os cânones de Dort . Nesse pequeno
ensaio estaremos abordando biblicamente os cinco pontos do calvinismo, demonstrando
a diversidade de textos bíblicos que dão suporte a teologia reformada e que o
arminianismo está errado em sua teologia que diminui a glória da graça de Deus e
centraliza o homem e seu “livre arbítrio”.
__________________________________
[1]
Os
cinco
pontos
do
Arminianismo,
Duane
Edward
Spencer.
http://www.monergismo.com/textos/arminianismo/cincopontos_arminianismo.htm
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Depravação Total
por Morgana Mendonça Santos
A Total Depravação antes de ser o primeiro ponto da TULIP, é um ensinamento
bíblico, uma verdade que contrasta efusivamente com a visão que a grande maioria tem
do ser humano. A visão influenciada pela ideia (Pelagiana) de que o homem precisa de
uma receita apenas, pois o problema dele é temporário ou remediável, vem nos forçar a
ir contra as Escrituras. Uma enfermidade moral resultando uma parcialidade
corrompida, isto é, podendo ainda ser “ele” responsável pelas suas escolhas e decisões.
Estamos convictos que esse pensamento é uma heresia, não pós-moderna, pelo
contrário, bem antiga.
“A expressão ‘pecado original’ não significa que o pecado faça parte da natureza
humana como tal, pois ‘Deus fez o homem reto’ (Ec 7.29). Mais exatamente, ‘pecado
original’ significa que a pecaminosidade marca a cada um desde o nascimento, na forma
de um coração inclinado para o pecado, antes de quaisquer pecados de fato cometidos.
Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a fonte desses pecados atuais. Ela nos foi
transmitida por Adão, nosso primeiro representante diante de Deus. A doutrina de
pecado original nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos
porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada ao pecado.” [2]
Segundo o autor Gise Van Baren [1]:
O que nós devemos entender por 'depravação total'?
'Depravação' significa perversidade, corrupção, o mal inato do
homem não regenerado. Adicionar a palavra 'total' a depravação,
é enfatizar sem nenhuma sombra de dúvida, a verdade que não
há absolutamente nenhuma bondade no homem natural, no
homem que é nascido do Adão caído.
As Escrituras Sagradas afirmam com clareza a condição humana caída:
Efésios 2.1 "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e
pecados”.
Colossenses 2.13 "e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na
incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos
os delitos”.
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O Apóstolo Paulo é claro, oferecendo a realidade do nosso estado antes da
regeneração ou novo nascimento. Estávamos mortos, isto é, mortos por conta dos
nossos pecados, corrompidos totalmente, de fato, depravados. Todavia, esse homem foi
criado à imagem (Ec 7.29) e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). Deus deu uma ordem
(Gn 2.16-17) ao homem e através dessa obediência o homem poderia obter vida. De
forma consciente o homem falhou desobedecendo a Deus (Gn 3.6), rebelando-se contra
o seu Criador. Pecado esse conhecido como a "Queda do Homem", trazendo uma trágica
realidade: o homem está morto espiritualmente e sofreu uma ruptura na ligação da sua
alma com Deus o que mais adiante resultou em morte física.
Romanos 5.12 "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que
todos pecaram”.
Adão como representante de toda a raça humana, afetado pelo pecado e pelo
pecado a morte, condicionando assim toda a humanidade a um estado de destituição
para com o Criador. Com isso tornando o homem objeto da justa ira de Deus, e por
conta desse pecado a morte passa a todos os homens. A humanidade recebeu essa
herança da culpa do pecado e por isso todos nascem totalmente depravados e
espiritualmente mortos. Significando uma natureza má, não de forma intensiva e sim
extensiva, no que se define todo o nosso ser, isto é, intelecto, emoções e vontades, no
qual, estão corrompidos pelo pecado.
Romanos 3.10-18 "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não
há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se
extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam
enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de
maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos
há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus
diante de seus olhos".
Eclesiastes 7.20 "Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e
nunca peque”.
Salmos 14.1-3 “Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se
corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem. O Senhor
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olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse
entendimento, que buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram
imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um”.
Compare com o salmo 53 e perceba que é o único Salmo que se repete, Gerando
uma inabilidade total para reconciliar-se com o Seu Criador, esse homem depravado,
por si só, é completamente incapaz de crer em Cristo verdadeiramente. Vejamos o que
mais uma vez Paulo diz:
Romanos 3.23 "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus".
Esse estado "destituído" do homem para com Deus o torna eternamente morto,
se Deus não tomar a iniciativa de salvá-lo, ele continuará assim. Impossível ao homem
fazer algo de si mesmo que contribua para a sua salvação. Essa doutrina chamada por
alguns da incapacidade humana ensina que de fato, torna-se impossível que um pecador
escolha a Deus. Devendo isso preceder a obra vivificadora e regeneradora do Espírito
Santo. O próprio Cristo afirma que a eleição é incondicional, a graça é irresistível.
João 6.44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu
o ressuscitarei no último dia”.
Essa obra chamada "regeneração" antecede o arrependimento, confissão e
crença genuína no Evangelho. O próprio Espírito Santo cumpre a sua função de
convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. (João 16.8)
Na Confissão de Fé de Westminster [3], encontramos a seguinte afirmação:
O homem, por sua queda em um estado de pecado, perdeu
completamente toda a capacidade de desejar qualquer bem
espiritual que acompanhe a salvação; portanto como homem
natural inteiramente contrário ao bem e morto em pecado, ele
não é capaz, por sua própria força, de converter-se ou mesmo
preparar- se para isso.
Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado
de graça, Ele o liberta de sua natural escravidão ao pecado, e
somente por Sua graça, Ele permite que ele livremente deseje e
faça o que é espiritualmente bom [...].
No Catecismo de Heidelberg [4] observamos:
Somos então tão corruptos ao ponto de sermos totalmente
incapazes de fazer qualquer bem que seja, e inclinados para
todas as perversidades? Resposta: Certamente nós somos, exceto
se formos regenerados pelo Espírito de Deus.
Na Confissão Belga [5] há uma declaração:
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"Tornando- se ímpio, perverso e corrupto em todas as suas práticas, ele perdeu
todos os dons excelentes, que tinha recebido de Deus. Nada lhe sobrou destes dons,
senão pequenos traços, que são suficientes para deixar o homem sem desculpa."
As Escrituras Sagradas, inerrante e suficiente, afirma fazendo assim das
confissões e catecismo relevante:
Tito 3.3-5 "Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes,
extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja odiosos e
odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e
o seu amor para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós
houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da
regeneração e renovação pelo Espírito Santo."
Ao declarar a depravação em sua totalidade, queremos afirmar três coisas:
2. Primeiro, todos os homens, exceto Cristo, são depravados e transgressores (Sl
142-3; Sl 53.2-3)
3. Segundo, em cada parte, são depravados. Seus atos, emoções, vontades,
corações, pensamentos são comprometidos pela sua condição diante de Deus.
4. Terceiro, de forma completa em cada parte, os homens são depravados. Não há
uma parcialidade, cada parte do homem é totalmente depravada e não há
nenhum bem em parte alguma.
Com isso veremos a necessidade da Cruz, revelação da Sua Graça, que impossibilita
o homem a fazer qualquer coisa para concertar sua real situação para com o Criador de
todas as coisas, para a Sua Glória.
_________________
NOTAS:
[1] BAREN, Gise Van. Depravação Total. FirelandMissions: janeiro de 2013
[2]Bíblia de Estudo de Genebra, Editora: Cultura Cristã.
[3] Confissão de Fé de Westminster - Capítulo IX: III-IV.
11
[4] As três formas de Unidade das Igrejas Refromadas – A Confissão Belga, O
catecismo de Heidelberg e Os Canones de Dort. Editora: Puritanos, 2009. (Parte 1, Dia
do Senhor 3, Pergunta 8. Ref.: Gn6.5; Jó 14.4; Is 53.6; Jó 3.3-5.)
[5]As três formas de Unidade das Igrejas Refromadas – A Confissão Belga, O catecismo
de Heidelberg e Os Canones de Dort. Editora: Puritanos, 2009. (Confissão Belga artigo XIV.)
12
ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Por Thiago Oliveira
Lutero, Calvino, Knox, Owen, Edwards, Spurgeon e muitos outros cristãos
reformados ensinaram que a salvação é uma ação soberana de Deus e que o LivreArbítrio não existe. As Escrituras deixam isso claro:
Efésios 1: 3-5 –“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como
também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
Gostaria de reiterar o posicionamento reformado que tem sido ao longo dos
séculos um mergulho na Palavra afim de que o Deus Trino revelado nos escritos
sagrados seja glorificado entre os homens. O ponto central de toda controvérsia é a
Predestinação ou Eleição Incondicional. Segundo a Bíblia, e não Calvino, como muitos
pensam, Deus elegeu aqueles que seriam salvos antes da fundação do mundo. Ao
aceitarmos tal ensinamento admitimos que nada feito por nós gerou algum resultado
capaz de nos levar a Cristo e adquirir a bendita salvação. Nada! Toda boa dádiva
provém do Pai das Luzes que de maneira soberana e irresistivelmente graciosa, trouxe
os Seus de volta para Si. As correntes contrárias dizem que o homem tem participação
no que tange a salvação. Será mesmo? Vamos um pouco mais fundo.
Para elucidar essa questão precisamos entender que lá no Éden o homem pecou ao ser
induzido pela serpente a comer do fruto proibido. Esse evento é chamado de “Queda”.
Os arminianos, isto é, aqueles que defendem o Livre-Arbítrio, precisam entender que ao
cair a humanidade morreu, e não apenas se machucou. O homem não quebrou uma de
suas pernas e mesmo manquejando ou se arrastando consegue ir até a presença de Deus
e lá O adora. Efésios 2: 1 é taxativo: Estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
Todos nós temos que concordar num ponto: Morto não toma decisões, é impossibilitado
de fazer escolhas. No entanto, e se o homem tornar a viver? É possível isso? Para Deus
sim. Como está escrito: Ele nos vivificou (Ef 2:5). Não é à toa que quando Jesus é
interrogado por Nicodemos sobre o que fazer para herdar a vida Eterna, o Messias
responde: Necessário é nascer de novo (leia o capítulo 3 do Evangelho de João e medite
sobre essa conversa entre Cristo e o Mestre da Lei). Novo Nascimento é reviver
transformado pela atuação sobrenatural do Espírito. É como na visão do profeta
Ezequiel que viu Deus dar vida ao vale de ossos secos. Louvado seja o Senhor!
Quando falamos em Queda, estamos nos referindo ao evento mais trágico da
história da humanidade, pois, a partir dele surgiram os males que nos assolam até o
presente momento. O relato dessa desgraça se encontra em Gênesis 3 e, sobre ele, o já
citado reformador - Calvino¹ - escreve:
13
Neste capítulo, Moisés explica que o homem depois de ter sido
enganado por Satanás se rebelou contra o seu Criador, tornouse totalmente mudado e degenerado, a ponto de a imagem de
Deus, no qual ele tinha sido formado, ter sido destruída. Ele,
então, declara que o mundo inteiro, que tinha sido criado para
o bem do homem, caiu junto com ele da sua posição primária, e
que neste estado muito de sua excelência natural foi destruída.
O Apóstolo Paulo em Romanos 3:23 sentencia: Todos pecaram! E o pecado nos
destituiu da Glória de Deus. O que isso quer dizer? Que fomos derribados de Sua
presença. Expulsos de convivermos com Ele no Paraíso. Só que o apóstolo Paulo não
acaba aqui a sua explanação e agora nos apresenta a boa notícia:
Romanos 3:24-26- “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção
que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue,
para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que
ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”
A redenção da Cruz nos torna justos e assim escapamos da Ira e da condenação.
Isso não nos dá nenhum mérito. Tudo fez parte da Providência, não dando espaço para
nos vangloriarmos de coisa alguma. O texto de Romanos segue:
Romanos 3:27-28- “Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras?
Não; mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as
obras da lei.”
No céu ninguém vai te abordar dizendo: “Fui salvo por orar 5 horas todos os dias e pelo
sopão que entregava toda sexta. E você?” Esqueça a meritocracia e aceite a sua
condição miserável de não achegar-se a Deus sozinho. Essas são as palavras de Jesus
(Jo 6:44): “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.”
Mesmo correndo o risco de ser redundante, quero aqui elencar os seguintes pontos:
5. POR QUE NÃO ESCOLHEMOS A DEUS?
a) Porque estávamos mortos espiritualmente. Quem nos revela essa condição terrível
é a própria Escritura. Anteriormente falamos da tragédia que foi a Queda e o seu
resultado tenebroso. Não reconhecer essa condição de “mortos espiritualmente” não é
uma refutação endereçada aos calvinistas, mas sim um agravante erro teológico, além de
ser fruto de um coração obstinado e orgulhoso que se rebela contra a soberania divina
no ato de salvar (Ef 2:1 e 5; Gn 2:17).
b) Nosso estado era de depravação total. Nossa consciência estava cativa aos desejos
carnais. Vivíamos acorrentados pelos prazeres mundanos e não dávamos um passo
sequer na direção de Deus. Estávamos imundos e nos sujávamos ainda mais. O
Altíssimo em Sua Glória olhou para a humanidade e não encontrou ninguém capaz de
14
fazer o bem. Entre milhões de milhões e milhares de milhares não havia um único justo
(Ef 2:3; Rm 3:12; Jo 8:34).
6. POR QUE DEUS NOS ELEGEU?
a) Porque Ele é rico em misericórdia. O ato de eleger e salvar pecadores depravados é
uma atitude graciosa. Graça é receber aquilo que não merecíamos. A Ira e o Inferno
eram nosso devido pagamento, só que ao invés disso recebemos de Cristo o Perdão e o
Céu (Ef 2:4 e 5; Rm 9:16).
b) Porque Ele é Soberano. Quem é o homem para questionar a Deus? Onde ele estava
quando tudo foi criado? Que conselhos deu o homem a Deus? Tudo que o Senhor faz é
perfeito. Ele em Sua infinita sabedoria planejou todas as coisas e não há nada que
escape do Seu senhorio. Não devemos esquecer que Deus é onipotente, onisciente e
onipresente e nós não passamos de verme (Jó 25:6; Rm 9: 18; Fl 2:13).
c) Ninguém tem motivos para se orgulhar diante Dele. Paulo é bem claro quando diz
que a salvação não é por obras para que ninguém se glorie. Quando chegarmos perante
o Justo Juiz, nada poderemos dizer que seja favorável a nossa sentença. Na Eternidade
não vai haver alguém dizendo: Eu fui salvo por orar 3 horas por dia e distribuir “sopão”
toda sexta-feira. E você, fez o que para estar aqui? Não fizemos nada para merecer o
status de co-herdeiros com Cristo. Toda honra seja dada a Jesus. Porque d’Ele, por Ele e
para Ele são todas as coisas (Rm 11:36; Ef 2:9; Rm 3:27).
A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a nossa natureza caída e totalmente
inflada. Queremos porque queremos ter algum mérito, todavia a Palavra nos diz que só
vão até a Cristo aqueles a quem o Espírito Santo revelar. Se você ainda não está
convencido de que essa é uma doutrina genuinamente bíblica, e objeta que esse é um
conceito paulino, vejamos que ela está presente no ensino de Cristo e dos apóstolos:
João 6:65 – “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.”
João 15:16 – “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei,
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em
meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”
Atos 13:48 –“E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do
Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.”
2 Tessalonicenses 2:13 – “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos
amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em
santificação do Espírito, e fé da verdade.”
Tiago 1:18 –“Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos
como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou.”
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1 Pedro 1:1 – “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos
dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia.”
Jesus, Lucas, Paulo, Tiago e Pedro estão afinados quanto ao ensino da
EleiçãoIncondiconal. Mas caso alguém ainda tenha objeções a fazer, me adianto
respondendo as más comuns:
E para que serve então os Mandamentos?
Resposta: Para nos revelar a condição do pecado (Rm 3:19-20).
E a responsabilidade humana?
Resposta: No Éden, o homem feito à imagem e semelhança de Deus, no exercício de
sua liberdade, escolheu pecar (Rm 5:12).
Seria injusto?
Resposta: Não. Pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas dentre pecadores
culpados e indesculpáveis. Se não fosse a Eleição, todos pereceriam, pois todos
merecem a Ira, ou seja, a punição por seus delitos (Ef 2:3).
Tudo me foi dado por Cristo. Sou justo, remido, Filho, co-herdeiro, mais-que-vencedor
e nenhuma dessas qualidades me conferem honra. A única coisa que sei é que morri na
queda e fui ressuscitado pelo Senhor Jesus. A iniciativa parte d’Ele, em amor. Louvado
seja Deus. Finalizo aqui com uma citação de Martinho Lutero²:
“Não existe tal coisa como mérito humano aos olhos de Deus,
sem importar se esse mérito é grande ou pequeno. Ninguém
merece ser salvo. Ninguém pode ser salvo através das obras.
Paulo exclui todas as supostas obras do “livre-arbítrio”,
estabelecendo em seu lugar apenas a graça divina. Não
podemos atribuir a nós mesmos a menor parcela de crédito
para nossa salvação; ela depende inteiramente da graça
divina.”
______________
NOTAS:
CALVINO, João. Commentaryon Genesis.
(http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom01.html).
2. LUTERO, Martinho. Nascido Escravo.Editora Fiel.
1.
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Expiação limitada
por Bruno Rafael Souza de Melo
Introdução
Quando falamos sobre o tema expiação limitada, temos pensar que
primeiramente no seu conceito que é trabalhado em toda a escritura, de Gênesis a
Apocalipse. Não podemos simplesmente defini-lo e jogá-lo dentro dos textos bíblicos,
como se ele fosse uma conclusão de dois ou três argumentos tirados de versos isolados
que vemos na bíblia. Claro, depois que analisarmos o conceito de expiação na
progressão da revelação, temos como tirar conclusões lógicas, usar boa dialética para
defender essa sentença tão fundamental da Escritura.
Os cinco pontos do calvinismo sistematizam com perfeição cirúrgica a situação
pecaminosa da humanidade, a eleição, a expiação limitada, a graça irresistível e a
perseverança dos santos. Eles são excelentes norteadores quando queremos demonstrar
a lógica vinda da revelação de Deus.
Com
esse
pensamento queremos trabalhar o tema expiação limitada na perspectiva da progressão
da revelação, ou seja, usando o escopo de análise da teologia bíblica que vê a escritura
com seus temas específicos percorrendo toda a história da salvação do AT ao
NT.Também veremos a importância do tema, até seu cume na chegada de Cristo. Depois
disso, trataremos a questão da expiação limitada com textos próprios dos teólogos
sistemáticos (Aula do Seminário Presbiteriano do Norte – Prof. de Teologia sistemática
Daniel Carneiro), e por fim, refutar com alguns argumentos lógicos a tentativa frustrada
dos arminianos em atacar essa doutrina. O livro usado será soberania banida de R. K.
Mcgregor Wright.
Definição do termo
Expiação: É a obra de Deus em favor de pecadores para reconciliá-los consigo
mesmo. Resolvendo o pecado humano, para proporcionar a comunhão com Deus. Sendo
Cristo crucificado o centro da reconciliação com Deus e sua misericórdia. Sabendo que
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o homem está separado de Deus, a ira dele disferida sobre todos, observamos que este é
um tema que se desenvolve em toda a escritura, logo, essa problemática na história da
redenção remete o trabalho de Deus trazendo o sacrifício vicário desde os tipos aos
antítipos. Quando falamos o temo “limitado” é que sabemos que Cristo morreu
especificamente e eficazmente por um número de pessoas, ou seja, por um povo.
O conceito de expiação no AT
Quando partimos do AT para entender o conceito expiação, temos que admitir
que Deus é quem garantia a eficácia expiatória do ritual prescrito. Qualquer sacrifício
no AT não perdoava pecados, o sacrifício era a expressão de um coração contrito que
apelava pela misericórdia de Deus (Sl 51.17), esse ponto progride até Cristo que cumpre
toda a exigência divina.
No AT (Lv 16) o sacrifício de expiação, o rito do sacerdote no dia da expiação
tinha um simbolismo vicário, a vítima do sacrifício sofria o castigo de Deus em lugar do
pecador. Isto libertava o transgressor satisfazendo a ira justa de Javé. (Ez 18.4, Gn 2.17,
Dt 12.23).
A expiação no NT
O NT mostra que a progressão da revelação caminhou para seu ápice, que é a
morte e ressurreição de Jesus Cristo, o qual, cumpriu os tipos do AT, ou seja, toda a
gama de sacrifícios expiatórios do AT eram figuras que apontavam para Cristo em sua
morte sacrificial expiatória que trazem em seu bojo o justo pelo injusto, resgatando a
MUITOS (1 Pe 3.18, Mc 10.45). Pensemos assim: Jesus paga o preço pelo pecado (Rm
3.25-26, Gl 3.13). Morre no lugar de pecadores (2 Co 5.21), redimindo os pecadores
pelo seu sangue (Ef 1.7), liberta pecadores (1 Co 6.20, Gl) 5.1, nos deu a vitória (1 Co
15.55-57), por suas feridas fomos curados (1 Pe 2.24). O NT define cruz e expiação
como quase idênticos.
A importância da expiação
Devido a aproximação do juízo de Deus sobre os seres humanos e seus atos de
injustiça como citamos, Jesus morre e expia o pecado eliminando a condenação, mas
também faz propiciação que é o desvio da ira de Deus. Em resumo Deus prometeu
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condenar pecadores que não tivessem suas transgressões expiadas. A importância disto é
fundamental, pois imagine que a ira de Deus não foi aplacada por um sacrifício
perfeito? O que isso causaria? A conclusão é simples, estaríamos debaixo da ira de
Deus, sem termos o preço dos nossos pecados pagos. Logo, caminharíamos para a
condenação do inferno.
Queremos enfatizar aqui que o Mitter, o centro, ou o fio que passou em toda
escritura do AT ao NT desaguando em Ap 13.8: “Cordeiro morto desde a fundação do
mundo”, é que Deus expia o pecado mediante sacrifício em prol de um povo específico,
portanto, a importância do termo expiação é basilar para nossa compreensão da
salvação.
A doutrina da expiação limitada numa visão sistematizada
Entendemos o tema dentro da história da salvação, vemos que ele existe, que foi
paulatinamente e pedagogicamente explanado na escritura até Cristo. Agora, vamos
apontar textos prova, só que de uma forma sistematizada o que chamamos de limitação
da expiação. Isto, para termos uma maior facilidade no entendimento da doutrina.
Faremos como um fotógrafo que foca em textos relevantes concernentes ao assunto,
diferentemente do que executamos acima, quando filmamos o movimento do conceito
expiação do AT ao NT sem levarmos em conta o aspecto da limitação dessa expiação.
Queremos começar com a pergunta clássica: Cristo comprou a salvação para
todos os homens? Segundo os arminianos sim, segundo os calvinistas não. Diante disso,
podemos citar Arthur Pink, teólogo calvinista escreveu o seguinte sobre o assunto:
“... Se Cristo levou em seu próprio corpo, no madeiro, os
pecados de todos os homens, sem exceção, nenhum deles
perecerá. Se Cristo se fez maldição em favor de todos os
membros da raça de Adão, ninguém sofrerá a condenação final...
Mas Cristo não saldou a dívida de todos os homens sem
exceção, porquanto há alguns... que “perecem no seu pecado!”
(Cristo) não foi feito maldição pela totalidade da raça de Adão,
porque há aqueles aos quais ainda dirá: “Apartai-vos de mim
malditos.”
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Um outro ponto da escritura que corrobora bem com nosso raciocínio é o texto
de Paulo que descreve a morte de Cristo deixando claro que é um cancelamento de
dívida (Cl 2.14). Devemos Perguntar então: O mundo inteiro está com sua dívida
cancelada diante de Deus? É claro que não, caso contrário ninguém seria mandado para
o inferno. A escritura deixa evidente que Cristo Morreu por Suas Ovelhas, Por Seu
Povo, Por Sua Igreja, ela distingue ou divide a humanidade, metaforicamente, como
ovelhas e cabritos (Mt 25.32,33, 34,41). As ovelhas são os crentes em Cristo e os
cabritos são os incrédulos. Os cabritos são atirados no inferno, lugar preparado para o
diabo e seus anjos. Eu pergunto: Cristo morreu pelos cabritos? É claro que não.
As ovelhas resplandecerão como o sol no reino que lhes foi preparado desde a
fundação do mundo. Por suas ovelhas Cristo deu sua alma (Jo. 10.14,15,26,27). Jesus
tem um rebanho que é composto pelos que creram Nele, e foi por eles que Ele deu Sua
vida. Observe o conselho que Paulo dá aos presbíteros de Éfeso em Atos 20.28 e o que
ele escreveu em Efésios 5.25.
A oração de Jesus pelos escolhidos limita a expiação a um grupo
A oração sacerdotal de Jesus não foi um pedido de salvação pelo mundo, mas
única e exclusivamente pelos Seus escolhidos, pelo Seu povo. Não faria sentido Cristo
morrer pelo mundo e se negar a orar pelo mundo. Cristo não orou pelo mundo porque
não morreu pelo mundo. Cristo orou por aqueles por quem daria Sua vida (Jo. 17.69,12,15-17,19-26). Em suma, respondendo o que propomos na sentença: Por quem
Cristo Morreu? Por “Seu Povo”, Por “Suas Ovelhas”, Por “Sua Igreja”. Por ninguém
mais. Este é o ensino bíblico e evidente desde o AT leiamos Is 53.11,12.
Considerações finais e lógicas do teólogo McGregor White
O livro soberania banida é contundente quando se trata do assunto expiação, ele
fomenta e argumenta não deixando dúvidas quanto a limitação da mesma. Vejamos
alguns pontos irrefutáveis desse belíssimo trabalho:
Argumentações que refutam textos aparentemente arminianos:
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1- Um texto clássico usado pelos arminianos é João 3:16 que diz: Deus amou o
mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Embasado nesse texto eles dizem que quem quiser vir a Cristo vem livremente.
Refutação: O problema é que mesmo que o ser humano venha, ocasionaria a expiação
universal. Onde Cristo morreria por todos os homens, logo, mesmo sendo incrédulo ao
próprio Cristo a pessoa seria salva.
2- Um outro texto é: Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da
verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos,
para servir de testemunho a seu tempo. 1 Timóteo 2:3-6
Eles afirmam que “todos os homens” e “todos” devam significar todos os seres
humanos existentes.
Refutação: O texto se refere a todos os tipos de pessoas, ou seja, Reis e autoridades.
Refere-se ao verso 1 e 2 e não todos os homens. Cairíamos novamente no
universalismo.
3- Passemos agora a brilhante defesa da expiação limitada ou particular, na visão
de John Owen.
3.1 Cristo morreu por alguns pecados de todos os homens. Não por todos os pecados de
homens específicos.
Refutação: Todos os homens tem alguns de seus pecados pagos, mas ninguém será
salvo.
3.2 Cristo pagou o preço na cruz por todos os pecados de todos os homens.
Refutação: Por que então todos não são libertos da punição do pecado?
Possível resposta do arminiano: Por causa da incredulidade deles; eles não crerão.
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Perguntamos: Mas essa incredulidade é pecado ou não? Se não, por que deveriam ser
eles punidos por ela?
Perguntamos novamente: Se ela (incredulidade) é um pecado, então Cristo sofreu a
punição devida por ela ou não?
Ainda respondemos: Se ele não morreu por esse pecado de incredulidade, então ele não
morreu por todos os pecados deles.
3.3 Os argumentos dos calvinistas são lógicos e não bíblicos.
Refutação de McGregor citando J. I. Packer:
Ninguém tem o direito de desprezar a doutrina da limitação da expiação,
como se ela fosse uma monstruosidade da lógica calvinista, até que tenha
refutado a prova de Owen de que ela é parte da apresentação bíblica
uniforme da redenção, claramente ensinada em passagem após passagem.
E ninguém fez isso ainda.
Concluímos que a prova bíblica da expiação limitada é irrefutável.
Demonstramos ela na linha da história da salvação, dentro do escopo analítico da
teologia bíblica. Apontamos evidências na progressão da revelação, que gradativamente
trabalhou o conceito do AT ao NT alcançando a plenitude em Cristo. Ainda provamos
que os argumentos dos teólogos sistemáticos são suficientes para qualquer mente
equilibrada crer na particularidade da expiação. Finalizamos com a bela exposição de
argumentos fortíssimos do livro Soberania banida de McGregor. Ele utiliza John Owen,
que despedaça qualquer tentativa dos arminianos em ir de encontro a expiação limitada.
Presbítero e seminarista do SPN-PE – Bruno Rafael Souza de Melo.
Bibliografia:
MCGREGOR WRIGHT, R. K. Soberania Banida: Redenção para a cultura pós moderna. 2 0
Edição. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2007.
ALEXANDER, T. Desmond. ROSNER, Brian S. Novo dicionário de Teologia Bíblica. 1 0
Edição. São Paulo – SP: Editora Vida, 2009.
Aulas ministradas no SPN com Professor de Teologia Sistemática: Daniel Carneiro.
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GRAÇA IRRESISTIVEL OU VOCAÇÃO
EFICAZ
Por Luciana Barbosa
Você algum dia deve ter pensado e se perguntado: Nem todos os que ouvem o
convite do evangelho, aceitam e chegam à salvação, por que? A principio destacaremos
duas correntes de pensamento que respondem a esse questionamento.
Uma corrente vai dizer: O Espírito chama internamente todos aqueles que são
externamente chamados pelo convite do Evangelho. Ele faz tudo que pode para trazer
cada pecador à salvação. Sendo o homem livre, pode resistir de modo efetivo a essa
chamada do Espírito. O Espírito não pode regenerar o pecador antes que ele creia. A fé
(que é a contribuição do homem para a salvação) precede e torna possível o novo
nascimento. Desta forma, o livre arbítrio limita o Espírito na aplicação da obra
salvadora de Cristo. O Espírito Santo só pode atrair a Cristo aqueles que O permitem
atuar neles. Até que o pecador responda, o Espírito não pode dar a vida. A graça de
Deus, portanto, não é invencível; ela pode ser, e de fato é, frequentemente, resistida e
impedida pelo homem.( Arminianismo ou semipelagianismo).
A outra corrente vai dizer: Além da chamada externa à salvação, que é feita de modo
geral a todos que ouvem o evangelho, o Espírito Santo estende aos eleitos uma chamada
especial interna, a qual inevitavelmente os traz à salvação. A chamada externa (que é
feita indistintamente a todos) pode ser, e, frequentemente, é, rejeitada; ao passo que a
chamada interna (que é feita somente aos eleitos) não pode ser rejeitada. Ela sempre
resulta na conversão. Por meio desta chamada especial o Espírito atrai irresistivelmente
pecadores a Cristo. Ele não é limitado em Sua obra de aplicação da salvação pela
vontade do homem, nem depende, para o Seu sucesso, da cooperação humana. O
Espírito graciosamente leva o pecador eleito a cooperar, a crer, a arrepender-se, a vir
livre e voluntariamente a Cristo. A graça de Deus, portanto, é invencível. Nunca deixa
de resultar na salvação daqueles a quem ela é estendida, ou seja, graça irresistível.
(Calvinismo).
Vejamos algumas razões porque devemos concordar com a graça irresistível.
Antes de tudo é importante saber o que se entende por “graça irresistível”. Existem
pessoas – equivocadas - que acreditam que essa “graça irresistível” é como se Deus não
desse outra escolha e o obrigasse, mesmo contra sua vontade, ao arrependimento.
Entretanto, na verdade, graça irresistível não significa isso. Graça Irresistível significa
que Deus, através da Sua graça, retira as escamas dos nossos olhos, retira os tampões
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dos nossos ouvidos, e assim conseguimos ver a maravilhosa, excelente, excelsa,
magnífica graça e amor de Deus e podemos ouvir o maravilhoso evangelho do Seu
filho, a saber, Jesus Cristo, e desse modo, não temos outra escolha a não ser abraçar esse
Deus que é maravilhoso e agora viver para sempre glorificando. Isso é o que significa
graça irresistível.
Imagine comigo um cego e um morto. Ambos num encontro com Jesus. O cego sendo
curado passa a ver. Ele não fez nada, não mereceu e não comprou a cura. Simplesmente
Jesus venceu sua doença e incapacidade física. Ele não teve como resistir à cura. Tudo
agora que ele podia fazer era ver e se alegrar nisso. Agora ele poderia ver a verdade e
contemplar a Jesus. Duvido que ele pedisse para ser cego novamente. Agora vamos ao
morto. Esse mais semelhante a nós. Ele não faz absolutamente nada para viver. Não
percebe Jesus chegando. Nada. E de repente está de pé, respirando e com sangue
correndo nas veias. Nova vida, nova chance. Sem merecer, pedir e muito menos querer.
Jesus simplesmente venceu a morte e o trouxe a vida. Graça! Não o imagino triste ou
pedindo para ser um morto de volta.
Para Deus e sobre nossa salvação, graça não é somente aquilo que recebemos sem
comprar. É aquilo que recebemos sem comprar, merecer, conseguir, roubar ou achar. Ela
faz tudo! Ela me achou, me alcançou, me chamou e salvou. Graça não é um evento
isolado, é uma corrente diária que flui do alto para nós. Ela continua me achando,
alcançando, chamando, salvando, sustentando, consolando, alegrando, fortificando e
amando. Não por mim, mas para a glória de Deus que decidiu concedê-la a mim. A
graça vence todos os meus problemas e pecados porque ela me venceu primeiro.
ALGUMAS BASES BIBLICAS DA GRAÇA IRRESISTIVEL
A condição dos seres humanos naturais é descrita com palavras devastadoras em
Efésios 2.1-2: “ Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos
quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade
do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”. Nossa condição natural
não é somente enfermidade espiritual- uma doença que pode ser curada com algum
esforço nosso. Não, nossa condição é de morte espiritual. E como um morto pode
responder favoravelmente a um chamado ou convite do evangelho?
João 1.12-13: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."
João 3.3-8: "Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como
pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua
mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
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nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da
carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não
sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito."
João 5.21,25: "Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também
o Filho vivifica aqueles que quer [...] Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora,
e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem
viverão."
João 6.37,44,45: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira
nenhuma o lançarei fora [...] Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não
trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim."
Romanos 9.18-24: "Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua
vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada
dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?1 Ou não tem o oleiro poder sobre o
barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que
direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com
muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a
conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes
preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas
também dentre os gentios?"
I Coríntios 4.7: "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido?
E, se o recebeste, por que te glórias, como se não o houveras recebido?"
II Coríntios 3.5-6: "Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como
de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes
de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra
mata e o espírito vivifica."
Permita-me uma ilustração. Suponhamos que você esteja se afogando e seus
amigos estejam na praia a uma distância em que você possa ser ouvido. Você não sabe
nadar. Desejando respeitar sua integridade pessoal, e querendo capacitá-lo a ajudar-se o
máximo possível, um de seus amigos na praia, um excelente nadador, grita dizendo que
você nade imediatamente para a praia. O conselho, mesmo que dado com boa intenção,
é mais que inútil, uma vez que você não sabe nadar. O que você precisa
desesperadamente é que seu amigo se lance às águas e leve-o a praia com poderosas
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braçadas, para que sua vida seja salva. O que você precisa nesse instante não é só de um
conselho, um bom conselho, você precisa ser resgatado!
Essa é nossa condição natural; somos pecadores perdidos, mortos no pecado e não
podemos reviver a nós mesmos. Nossos ouvidos estão surdos ao convite do evangelho,
nossos olhos estão cegos à sua luz, precisamos de um milagre que só o Espirito Santo
tem o poder para nos conceder tão maravilhosa graça.
Diante de tudo isso que foi dito, o que pensarmos então sobre o APELO após as
pregações:
A prática do Apelo afronta a incapacidade do homem de ir a Deus.
A doutrina da depravação total é inequívoca. Efésios 2.1 nos ensina que o homem está
“morto em seus delitos e pecados”. Isto é, um homem-morto espiritualmente não possui
a capacidade de ir a Deus ou até manifestar desejo por Deus, a não ser que este o queira
e o convença mediante o Espírito Santo do pecado do juízo e da justiça. Além disso, as
Escrituras também ensinam que “Ninguém pode ir a Cristo se o Pai, não o enviar.” Em
outras palavras isso significa que nenhum homem pode ou tem poder para ir até Cristo
por vontade própria.
A prática do apelo geralmente é feita num clima sensacionalista, manipulativo e
extremamente emocional.
É comum ao final dos sermões encontrarmos os pregadores num clima extremamente
emotivo convidando os ouvintes a decidirem por Cristo. Em momentos como esses, o
que importa é sensibilizar o pecador levando-o a decidir por Cristo.
Caro leitor, uma decisão movida por emoções não aponta de forma efetiva para uma
conversão a Cristo. Na verdade, a maioria daqueles que responderam um apelo para
aceitar Jesus não permaneceram na Igreja, na verdade, acredita-se que 90% daqueles
que com lágrimas disseram sim a Cristo, não continuaram a trilhar a estrada da fé.
O apelo contradiz o que a Bíblia dá como a ordem na salvação.
João 3.3 nos ensina que se o homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Regeneração antecipa conversão. É o novo nascimento que habilita o homem a confiar e
crer em Cristo, portanto, querer que o homem decida por Cristo antes de ser convencido
pelo Espírito Santo dos seus pecados, bem como regenerado pelo Senhor afronta as
verdades bíblicas.
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Sola Gratia, Soli deo gloria!
¹Retirado e traduzido de um trecho de What We Believe About The Five Points of
Calvinism, Desiring God. (via Monergismo)
Hoekema, Anthony; salvos pela graça 3°edição
renatovargens.blogspot.com/.../03-motivos-basicos-porque-nao-faco.htm
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A perseverança dos santos
por Fred Lins
Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são
seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade. (II Tm 2.19)
“Uma vez salvos, salvos para sempre!”. A máxima mais conhecida entre os
reformados define em poucas palavras, mas essencialmente a Doutrina da Perseverança
dos Santos. O texto Bíblico citado chama-nos atenção para uma doutrina que se
encontra dentro da TULIP (cinco pontos calvinistas). A perseverança dos santos é uma
doutrina que nos transmite segurança e produz alento em meio às incertezas e
adversidades deste mundo (II Tim 1.12). Então alguns que andam em uma vida libertina
podem achar precedente para continuar em uma vida pecaminosa? Jamais! Como diz
Paulo: “De modo algum. Agora, porém transformados em servos de Deus, tendes o
vosso fruto para a santificação, e por fim, a vida eterna...” (Rm 6.15,22). A verdadeira
Doutrina da Perseverança dos santos também nos incita e desafia à fidelidade, e à
consagração pessoal por meio da palavra, da oração, da comunhão, do exercício da
disciplina cristã, enfim, todos os meios cooperam para que os fins sejam
indubitavelmente alcançados (apresentados diante de Deus íntegros e irrepreensíveis).
Em razão de profundo amor e Justiça em Cristo, temos este decreto fundamental
e tão amplamente difundido nas Escrituras Sagradas. Trata-se da união inseparável dos
remidos em Cristo, da contínua intercessão de Cristo por eles, e do Espírito e da
semente de Deus habitando nos eleitos. Jamais poderão de maneira definitiva, cair deste
estado, mas estão conservados em Deus por meio de Cristo, mediante a Fé para
salvação.
Perguntas mais frequentes acerca da doutrina da Perseverança dos santos:
É muito comum entre os cristãos das mais diferentes linhas doutrinárias e
confessionalidades, fazerem determinados comentários ou despertarem algum tipo de
dúvida em relação ao tema. Pensando nisso tentaremos responder a algumas das mais
frequentes perguntas entre os cristãos e embasaremos todas as respostas em textos que
fundamentam tal Doutrina.
7. A quem é garantida a conservação (perseverança dos santos) por meio de Deus
em Cristo Jesus?
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É garantida somente a todos aqueles que foram eficazmente chamados por Deus
e em Cristo santificados.
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo(Fil. 1.6).
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma,
e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.(I Tes. 5.23-24).
8. O eleito pode cair do estado de Graça?
É impossível para aqueles que um dia foram eleitos em Deus na Eternidade e
chamados segundo a sua boa vontade caírem do estado de Graça.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande
misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus
Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não
se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na
virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo,
em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário,
que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da
vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache
em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não o havendo
visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável
e glorioso; alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.(I Pe.1:3-9)
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha
mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da
mão de meu Pai.(Jo. 10.28-29)
9. Qual o papel da Trindade no desenvolvimento da conservação dos eleitos?
A ação da trindade na conservação dos eleitos é evidente, a saber:
4- O livre e imutável amor de Deus o pai
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção
por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. (Fp 1.4-5)
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Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno. E confiamos quanto
a vós no Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos. Ora o Senhor
encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.
(II Tes. 3.3-5)
5- A eficácia do mérito de Jesus Cristo e a sua intercessão
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles. (Hb 7.25)
Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e
bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à
purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se
ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras
mortas, para servirdes ao Deus vivo?E por isso é Mediador de um novo testamento,
para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do
primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. (Hb 9.1215)
6- A permanência do Espírito e da semente de Deus neles.
Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente
permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.(I Jo 3.9)
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.(Jo. 14.16-17)
10. A perseverança dos santos é coerente com a natureza do pacto e da Graça?
À medida que somos completamente passivos para a salvação e entendemos que
[esta] é fruto da Graça de Deus e da sua misericórdia, por conseguinte modo todos os
demais processos envolvidos na obtenção da salvação também são frutos da Graça.
Somente um Deus que é capaz de salvar, também é capaz de conservar em salvação,
logo, tanto a salvação quanto a sua conservação são produtos da Graça.
E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e
porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.
(Jr. 32.40)
Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel,
diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as
30
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo; e não ensinará
cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o
Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de
suas prevaricações não me lembrarei mais. (Hb. 8.10-12)
11. O salvo pode ser tentado?
O Eleito não pode cair total e finalmente da Graça, ou seja, voltar ao estado de
não-regenerado, mas poderá à medida que negligencia as disciplinas eclesiásticas se
submeter a um estado temporário de pecado. O salvo até pode pecar, contudo, [uso de
muitas palavras repetidas no texto] jamais o pecado terá domínio sobre a vida dele.
Pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante
e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e
por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus,
entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas
graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências
feridas; prejudicam e escandalizam ou outros e atraem sobre si juízos
temporais.(confissão de Fé de Westminster 17:3)
12. Caso o salvo ceda a tentação o que acontece com o mesmo?
Ele não perderá a salvação, mas com certeza sofrerá as consequências temporais
do deslize, tais como:
789101112-
Desagradar a Deus; (Is. 64.19).
Entristecer o Espírito Santo; (Ef. 4.30).
Ser privado da Graça; e do conforto de Deus (Sl 51. 8,10,12)
Experimentar o sofrimento; (Sl 32.3, 4; 51.8)
Prejudicar e escandalizar outros; (II Sm 12.14)
Atrair sobre si juízos temporários; ( II Sm 12.10, 14, 15; Sl 89.30-33)
Bibliografia utilizada:
Calvinismo – As antigas Doutrinas da Graça – Paulo Anglada.
Estudos Doutrinários – Eneziel Peixoto de Andrade – Cultura Cristã.
Teologia sistemática – WineGruden.
31
O Calvinismo e a Piedade Cristã
por Thomas Magnum
É comum ouvirmos algumas indagações acerca do calvinismo, acusações
descabidas e sem fundamentação Bíblica ou histórica. Uma delas é que o calvinismo
promove em sua defesa da predestinação esfriamento espiritual, ou seja, o cristão não
precisa cultivar uma vida piedosa. Veremos aqui, que tal acusação é infundada e
desonesta com a história da Reforma protestante. A contribuição da teologia reformada
em várias camadas da sociedade são provas claras da piedade do pensamento de João
Calvino. É notório que Calvino defendeu e ensinou a doutrina da predestinação com
evidente ardor e temor, sua base foi as Escrituras, é evidente também que não foi
Calvino quem inventou a doutrina. Ao lermos as Epístolas de Paulo, vemos claramente
o ensino do Apóstolo sobre a eleição, as doutrinas da graça estão presentes nas
Escrituras de Gênesis ao Apocalipse, qualquer cristão que se propor a realizar um estudo
sério das Escrituras Sagradas, não negará essas doutrinas. No entanto essas doutrinas
não nos levam a uma indiferença ou esfriamento espiritual, mas, o contrário o povo
remido e chamado por Deus vive como disse Paulo:
“Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas,
vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”. Tito 2.12
Abordaremos o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã, depois os cinco pontos
do calvinismo e suas implicações práticas para vida do crente. Com isso
demonstraremos que a teologia da vida cristã no calvinismo está embasada nas
Escrituras e não na justiça dos homens.
Calvino e a Vida Cristã
Comumente ouvimos falar de Calvino como um homem implacável e
carrancudo que não tinha sensibilidade com o próximo e que reduziu o homem a nada.
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Isso não era verdade João Calvino foi criado por sua mãe de forma piedosa, sua genitora
o conduzia pela mão nos caminhos e no temor do Senhor.
Steve Lawson diz:
Conhecido como um dos grandes homens de todos os tempos, ele era uma força motriz
tão expressiva que influenciou a formação da igreja e da e da cultura ocidental de modo
como nenhum outro teólogo ou pastor conseguiu fazer. Sua exposição habilidosa das
Escrituras possuía características doutrinárias da Reforma Protestante, tornando-o,
indiscutivelmente, o principal arquiteto da causa protestante. Sua impetuosa abordagem
da teologia definiu e articulou as verdades essenciais daquele movimento que alterou a
história da Europa no Século dezesseis. [1]
A Piedade Cristã nos Escritos de Calvino
Quando lemos Calvino, descobriremos logo a primeira vista um homem santo
que tinha por base de sua teologia as Escrituras Sagradas, a teologia de Calvino era
radicalmente bíblica. Ao lermos principalmente seus comentários bíblicos notaremos
seu fervor e paixão pelas coisas divinas, a espiritualidade ensinada pelo reformador
como uma vida dedicada a Deus e seu reino é um ensino claro em seus escritos. Quando
lemos Calvino falando das disciplinas espirituais podemos perceber como isso era
importante em sua teologia e em seus comentários bíblicos (E ele comentou quase toda
a Bíblia), são suas Institutas aplicadas de forma prática na vida da igreja.
Para Calvino a piedade cristã está alicerçada no conhecimento de Deus:
“A piedade está sempre fundamentada no conhecimento do verdadeiro Deus; e isso
requer ensino”. [2]
Para Calvino a base para uma correta vida piedosa era o correto conhecimento da
verdade bíblica. Como lemos em Tito 1.1:
“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e
o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade”.
A nossa salvação se materializa em nosso conhecimento intensivo e
qualitativamente completo da verdade. Contudo, este conhecimento da verdade, longe
de ser arrogante e autossuficiente, está relacionado com a piedade: “segundo a piedade”.
O verdadeiro conhecimento de Deus é cheio de piedade. Piedade caracteriza a atitude
correta para com Deus, englobando temor, reverência, adoração e obediência. Ela é a
palavra para a verdadeira religião. [3]
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Calvino entendia que o conhecimento do verdadeiro Deus traria uma vida piedosa e
santificada.
...deve observar-se que somos convidados ao conhecimento de Deus, não àquele que,
contente com vã especulação, simplesmente voluteia no cérebro, mas àquele que, se é
de nós retamente percebido e finca pé no coração, haverá de ser sólido e frutuoso.[4]
...Jamais o poderá alguém conhecer devidamente que não apreenda ao mesmo tempo a
santificação do Espírito. (...) A fé consiste no conhecimento de Cristo. E Cristo não
pode ser conhecido senão em conjunção com a santificação do seu Espírito. Segue-se,
consequentemente, que de modo nenhum a fé se deve separar do afeto piedoso. [5]
Ainda em seu comentário da epístola de Tito 1.1, Calvino nos diz:
A frase, que é segundo a piedade, qualifica a verdade de uma forma especifica, da qual
ele esteve falando, e ao seu tempo recomenda sua doutrina a partir de seu fruto e
propósito, visto que seu alvo único é promover o culto divino correto, e manter a
religião genuína entre os homens. E assim ele livra sua doutrina de toda e qualquer
suspeita de vã curiosidade, como ele fez diante de Félix (Atos 24.10) e igualmente
diante de Agripa (Atos 26.1). Visto que todos os questionamentos supérfluos que não se
inclinam para edificação devem ser com toda razão suspeitos e mesmo detestados pelos
cristãos piedosos, a única recomendação legitima da doutrina é que ela nos instrui na
reverência e no temor de Deus. E assim aprendemos que o homem que mais progride na
piedade é também o melhor discípulo de Cristo, e o único homem que deve ser tido na
conta de genuíno teólogo é aquele que pode edificar a consciência humana no temor de
Deus. [6]
As Implicações Práticas dos Cinco Pontos do Calvinismo
Ao tratarmos da resposta reformada aos remonstrantes nos cânones de Dort, não
temos apenas cinco pontos de teologia engessada teoricamente. Os cinco pontos do
calvinismo nos levarão através da Escritura a uma compreensão Bíblica de mundo,
ética, espiritualidade, sociedade, igreja e as demais instituições que envolvem a igreja
de Deus.
Ao observarmos o desenvolvimento e involução de nossa geração, percebemos
claramente que a única explicação biblicamente coerente é a depravação total:
Assassinatos, violência, corrupção, destruição dos valores familiares, abandono das
verdades Bíblicas, culto a personalidade, a descentralização do culto, o
antropocentrismo. A Palavra de Deus nos diz a respeito da condição do homem caído:
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou
a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
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estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores,
aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males,
desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural,
irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são
dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também
consentem aos que as fazem. Romanos 1.28-32
A Bíblia nos mostra que o homem está completamente distanciado de Deus, está
destituído da glória, o homem não entende as coisas divinas e não busca a Deus.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam
enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia
de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus
caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor
de Deus diante de seus olhos. Romanos 3.11-18
Essa condição pecaminosa é a explicação para a depravação que envolve a
sociedade, os horrendos pecados que contemplamos todos os dias por meios massivos a
libertinagem a violação aos mandamentos de Deus sobre a vida, casamento, sexo,
finanças, cultura e artes.
No entanto Deus tem um povo que Ele escolheu, para serem conforme a imagem
de seu Filho, que são o sal da terra e a luz do mundo. Esse povo faz toda a diferença, um
povo que glorifica a Deus e que vive e prega sua Palavra. O princípio ético da Escritura
é trazer conforto e equilíbrio a vida social. Uma política onde os princípios éticos da
palavra de Deus são violados será a ruína de uma nação, um sistema educacional em
que o homem é entronizado e a Bíblia não é citada como fonte de ética salutar, levará
uma sociedade também a ruína moral e espiritual. A perseverança dos santos é outra
doutrina que podemos mencionar como extremamente importante para o povo de Deus
e para aqueles que são beneficiados de forma colateral pelo Evangelho de Cristo. A vida
regrada dos santos levará a um modelo de trabalho, santidade, vida comum, familiar e
espiritual. Aqueles que foram eleitos incondicionalmente por Deus, perseverarão na
busca da justiça, da vida devota e piedosa, isso são implicações éticas marcantes pela
presença da igreja. A expiação limitada nos levará em particular a compreensão do amor
de Deus por seu povo, de sua providência e cuidado para com os seus, isso é confortante
por sabermos que estamos sempre aos cuidados do nosso Deus.
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Conclusão
Estudar o pensamento de Calvino sobre a piedade cristã revelará a importância que o
reformador dava a vida prática do cristianismo Bíblico, afirmações de que o calvinismo
não valoriza a prática da piedade cristã está fundamentada em desconhecimento do que
o calvinismo ensina, um estudo mais apurado sobre a reforma e suas extensões irá
mostrar o quanto à doutrina reformada é comprometida com a sã doutrina e a vida santa,
diante de um Deus que é santo.
[1] A Arte Expositiva de João Calvino, Steve Lawson. Ed. Fiel
[2] Comentáriode Daniel, João Calvino. Ed. Fiel
[3]
A
Piedade
Obediente
de
Calvino,
Hermisten
Maia
Costa
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XIII__2008
__1/A_Piedade_Obediente_de_Calvino_-_Hermisten_Maia_Pereira_da_Costa.pdf
[4] As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - I 5.9.
[5]As Institutas da Religião Cristã, João Calvino - III. 2.8.
[6] As Pastorais, João Calvino, Comentário da epístola de Tito.
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Doxologia
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém!
Romanos 11.33-36
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Os Cânones de Dort por Thomas Magnum