REVISTA EXPRESSÃO – 4º tri 2012 APOIO DIDÁTICO – LIÇÃO 5 O TRIUNFO DA NOVA ALIANÇA Estudos em Hebreus e Apocalipse PARA ENTENDER A PASSAGEM Hebreus 11.1-40 11.1-3 Veja Catecismo de Heidelberg 21. 11.1 que se esperam… que se não veem. Por ora, somente a fé pode ver o futuro no que se refere a receber as promessas de Deus. 11.2 testemunho. Deus os declarou justos por causa da fé que demonstraram (veja a nota sobre o v. 4), como está explicitamente declarado a respeito de Abel e Enoque (v. 4-5; cf. v. 39). 11.3 Pela fé, entendemos. Embora nenhum ser humano tenha testemunhado a criação, sabemos a partir da Escritura que Deus fez o mundo por meio da sua palavra (Sl 33.6,9). Desse modo, nós percebemos que “o que é visto” não é uma realidade autoexistente. Veja CFW 4.1; Catecismo Maior 15; Breve Catecismo 9; Confissão Belga 10. 11.4 excelente sacrifício. O sacrifício de Abel foi excelente no sentido de que foi oferecido com fé sincera (veja a nota sobre Gn 4.4). testemunho… tendo a aprovação. O mesmo termo grego é usado duas vezes nesse versículo (“testemunho” e “ainda fala”); é também encontrado nos v. 2,5,39. Abel é o primeiro exemplo de alguém que recebeu a aprovação divina por ser uma pessoa justa porque viveu pela fé (cf. 10.38; Rm 1.17). Os v. 2,39 indicam que todo o capítulo oferece exemplos desse tipo. ainda fala. Como um dos que estão na “nuvem de testemunhas” (12.1). Veja CFW 16.6; 16.7; Confissão Belga 24. 11.5 Como aquele que “não [viu] a morte” (cf. Gn 5.18-24), Enoque prefigurou a libertação da morte à qual Jesus guia o fiel. agradado a Deus. Agradar a Deus é a norma da adoração apropriada (12.28; 13.16,21; Rm 12.1; Fp 4.18). 11.6 é impossível agradar a Deus. A fé é uma necessidade absoluta para compreender as coisas pelas quais nós devemos esperar (v. 1), para entender que Deus é o criador de tudo (v. 3) e para oferecer adoração aceitável (v. 4). Veja CFW 2.1; 16.7; Catecismo Maior 6; Confissão Belga 24; Catecismo de Heidelberg 63,91. 11.7 acontecimentos que ainda não se viam. A punição por meio do dilúvio que viria ainda não era visível quando as palavras de advertência de Deus chegaram a Noé. Noé construiu a arca em resposta à advertência de Deus, e por causa de sua fé ativa, a sua família recebeu a salvação. O mundo incrédulo foi condenado pela sua preocupação com o presente, e Noé herdou a retidão que vem pela fé (10.38; Rm 4.13), não pela visão. Veja Confissão Belga 23. 11.8-10 A fé de Abraão com respeito à promessa de uma terra própria foi demonstrada quando ele (1) obedeceu à voz de Deus deixando Ur para receber uma herança futura, a localização da qual ele não sabia (v. 8); (2) viveu como um estrangeiro numa terra que lhe foi prometida (v. 9,13); e (3) olhou para além de Canaã, para uma cidade permanente e celestial, projetada e construída por Deus (v. 10,14-16; 13.14) — que descerá para a nova terra quando Cristo retornar em glória (Ap 21.2). 11.11-12 avançado de sua idade… já amortecido. A fé de Abraão com respeito à promessa dos descendentes foi recompensada com a concepção de Isaque, o que foi algo miraculoso, uma vez que Sara era estéril e Abraão estava (com respeito à possibilidade de reprodução) “já amortecido” (Rm 4.19). Apesar das alternativas mal orientadas (Gn 16.1-4) e dúvidas desconcertantes (Gn 17.17-18), no final, Abraão “teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa” (v. 11). © EDITORA CULTURA CRISTÃ. Todos os direitos são reservados. REVISTA EXPRESSÃO – 4º tri 2012 APOIO DIDÁTICO – LIÇÃO 5 O TRIUNFO DA NOVA ALIANÇA Estudos em Hebreus e Apocalipse 11.13-16 Todos estes… uma cidade. A herança na qual a fé dos patriarcas era firmada era invisível por duas razões: era celestial, e não terrena, e era futura, e não presente (veja as nota sobre os v. 8-10,20-22). 11.13 vendo-as, porém, de longe, e saudando-as. Abraão alegrou-se quando viu o dia no qual Jesus, o Messias, viria (Jo 8.56). estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Todos os herdeiros da salvação são refugiados sem lar no mundo presente (v. 38) porque, até o retorno de Cristo, eles estão exilados da casa que esperam herdar (1Pe 1.1,4-5,17; 2.11). Veja CFW 7.5; 14.2; Catecismo Maior 34. 1.16 uma pátria superior. Até mesmo os cristãos do Antigo Testamento compreenderam que Deus tinha prometido a eles uma herança que superava os limites de Canaã. 11.17-19 quando posto à prova, ofereceu Isaque. A última prova de fé de Abraão veio com a ordem de sacrificar Isaque. Isaque era o “único” filho de Abraão (veja a nota sobre Jo 3.16) no que dizia respeito às promessas (v. 19) — nem o servo de Abraão, Eliézer (Gn 15.2), nem seu filho servo, Ismael (Gn 17.20-21), contentariam. Se Isaque morresse sem descendência, as promessas de Deus falhariam. A presteza de Abraão para sacrificar o filho cumprindo a ordem de Deus vinha nada mais do que da certeza que “Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (v. 19). A “ressurreição” de Isaque foi somente simbólica, mas os cristãos que morreram pela sua fé aguardavam uma ressurreição literal (cf. v. 35). 11.20 coisas que ainda estavam para vir. Isaque falou de um futuro no qual Jacó iria possuir uma terra produtiva e teria domínio sobre todas as nações, incluindo os descendentes de Esaú (Gn 27.27-29). 11.21 filhos de José. Em suas bênçãos, Jacó previu que os descendentes do filho mais moço de José iriam superar em número e influência os filhos do filho mais velho de José (Gn 48.1320). Tanto Jacó como José, foram, eles também, irmãos mais novos que tinham sido elevados sobre os mais velhos. 11.22 fez menção do êxodo. José relembrou a promessa de êxodo que foi falada primeiro a Abraão muito antes do nascimento de Isaque (Gn 15.13-14) e que aguardaria cumprimento por mais quatro séculos de opressão. As instruções de José para que os seus ossos fossem levados à Terra Prometida expressaram fé na realidade ainda não vista (Êx 13.19). 11.23-28 Pela fé, Moisés. Os aspectos proeminentes de fé associados com Moisés são: o seu destemor (v. 27) e a sua disposição para ser maltratado em vez de usufruir dos prazeres transitórios do pecado (v. 24-26). 11.23 a criança era formosa. Essa descrição é uma citação de Êx 2.2 (cf. At 7.20). Ao vê-lo, os pais de Moisés entenderam que ele exerceria um papel especial no plano redentor de Deus. 11.25-26 prazeres transitórios do pecado… tesouros do Egito. A decisão de Moisés de abandonar “os tesouros do pecado” e ser maltratado “junto com o povo de Deus” deveria encorajar os cristãos que perdem o seu patrimônio e sofrem insulto por causa da sua fé (10.33-34). Nas provações em que a identificação com Cristo significa expulsão do “arraial” (13.13), os cristãos devem estar dispostos a sofrer a desgraça que Cristo sofreu (13.12-13). A escolha de Moisés exemplificou a certeza daquilo que ele esperava (v. 1) desde que ele estava olhando para frente, para o seu galardão (10.35; 11.6,13). Veja Catecismo Maior 99. 11.27 ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado. Isso é muitas vezes tomado como se referindo à primeira vez que Moisés deixou o Egito. Mas Moisés, após escolher identificarse com o seu próprio povo contra os egípcios (v. 24-25), matou um egípcio e, porque “temeu” (Êx 2.14), “fugiu da presença de Faraó” (Êx 2.15). Portanto, é mais provável que esse versículo refira-se ao êxodo, época em que Moisés claramente não sentia medo. Se essa segunda © EDITORA CULTURA CRISTÃ. Todos os direitos são reservados. REVISTA EXPRESSÃO – 4º tri 2012 APOIO DIDÁTICO – LIÇÃO 5 O TRIUNFO DA NOVA ALIANÇA Estudos em Hebreus e Apocalipse interpretação está correta, o v. 27 menciona o êxodo de modo geral, e os detalhes como, por exemplo, a Páscoa e a divisão do mar Vermelho se seguem nos v. 28-29. 11.28 derramamento do sangue. Moisés ordenou que o sangue fosse derramado nas ombreiras e na verga das portas das casas dos israelitas na expectativa da vinda da destruição dos filhos primogênitos na terra e da libertação das famílias dos israelitas desse terrível acontecimento (Êx 12.7,12-13). Esse foi um outro ato de confiança a respeito de algo que ainda não havia acontecido. 11.30 muralhas de Jericó. Os israelitas marcharam em volta de Jericó sete vezes em obediência à ordem do Senhor. O único conhecimento que eles tinham de que isso iria resultar na derrota da cidade era a garantia dada por Deus: “entreguei na tua mão Jericó” (Js 6.2). 11.31 Raabe… não foi destruída. Raabe provou sua submissão a Deus quando protegeu os espiões israelitas. Ela foi justificada (Tg 2.25) e tornou-se uma ancestral de Jesus Cristo (Mt 1.5), ainda que tivesse sido uma prostituta. 11.32-38 A lista de realizações efetuadas pela fé vai daquelas nas quais a vitória da fé foi manifestada na História (v. 33-35a) até aquelas nas quais a fé acarretou sofrimento e aparente derrota (v. 35b-38). 11.32 E que mais direi? Uma pergunta retórica, uma vez que o autor continuou a mencionar muito mais nomes e atos de heroísmo a fim de demonstrar ainda mais o poder da fé (v. 32-38). 11.33 obtiveram promessas. Ou seja, eles viram respostas para promessas particulares (plural) ao longo do caminho. Porém, ainda esperavam, pela fé, pela “promessa” (singular) da vinda de Cristo (v. 39). As promessas feitas a Abraão foram, em parte, cumpridas antes da vinda de Cristo, como a multiplicação dos seus descendentes (v. 12) e a vida na Terra Prometida (v. 9,33). Porém, na medida em que essas promessas se referiam à realidade celestial, “descanso de Deus” (4.10), elas não poderiam começar a ser cumpridas até que Cristo viesse, e não poderão ser totalmente consumadas até que ele retorne. 11.35 Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Uma referência a acontecimentos relatados em 1Rs 17.22-23; 2Rs 4.36-37. Alguns foram torturados. Aparentemente, uma referência a acontecimentos durante a rebelião dos Macabeus (c. 167— 157 a.C), a qual ocorreu depois do fechamento do Antigo Testamento, mas são relatados nos apócrifos (2Macabeus 6-7). 11.37 serrados pelo meio. De acordo com a tradição, o profeta Isaías, o qual é citado frequentemente em Hebreus, morreu dessa maneira. 11.39 testemunho. Veja a nota sobre o v. 4. não obtiveram, contudo, a concretização da promessa. Embora algumas promessas do Antigo Testamento tivessem sido cumpridas, a esperança verdadeira de seus beneficiários (a promessa da vinda do Messias) estava ainda por vir (veja o v. 33 e a sua nota). Esse versículo resume a mensagem dos v. 13-16 e o aplica à segunda metade do capítulo. 11.40 coisa superior… para que eles. Para o significado de “superior” veja a nota sobre 7.22. Esse versículo afirma tanto a diferença entre os períodos do Antigo e do Novo Testamento como a unidade do povo de Deus em ambos os períodos. Embora os cristãos do Antigo Testamento vivessem pela fé (10.38), eles não foram privilegiados para testemunhar na terra o cumprimento da grande promessa de Deus. Todavia, eles também participam dos benefícios da obra sumo sacerdotal de Cristo e juntamente conosco são “aperfeiçoados”. Em conjunto, nós esperamos a perfeição que irá acontecer somente com a segunda vinda de Cristo (12.26; 13.14; Rm 8.18; Ef 1.9-10). Bíblia de Estudo de Genebra © EDITORA CULTURA CRISTÃ. Todos os direitos são reservados.