SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO
FORMAÇÃO
BÍBLICA
Prêmio Direitos Humanos 2004
Sede Nacional- Rua do Riachuelo, 75, Centro
Rio de Janeiro- RJ- CEP 20230 010
21- 2242 3834- Fax-21-2232 3914e-mail- [email protected]
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A figura do Pobre no
Antigo Testamento
Javé é o Deus dos Pobres
O Antigo Testamento é cenário de um
Deus amante e defensor da vida em
todas as suas etapas e dimensões. Ele se
manifesta como parceiro na luta pela
libertação dos Pobres e oprimidos .
“Eu vi muito bem a miséria de meu povo
que está no Egito.Ouvi seu clamor contra
seus opressores, e conheço seus
sofrimentos. Por isso, desci para libertálo” (Ex 3, 7-10)
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A ação de Deus em favor do povo
escravo de estruturas sociais iníquas,
expressada na injusta distribuição das
riquezas, terá por objetivo a realização
de um projeto que está em seus
planos. Deus, quer encontrar um lugar
no coração da humanidade e da
sociedade para realizar seu Plano de
Amor.
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Projetos humanos egoístas e ambiciosos
contrariam o projeto original de Deus para
a humanidade.
O projeto de Deus sempre foi a superação
da miséria humana; na superação do
sofrimento e da fome do povo.
Na própria Lei Mosaica há um esforço
muito grande para incluir os Pobres na
sociedade e restituir-lhes a dignidade e a
paz.
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Sempre houve bem visível no Antigo
testamento que o projeto de Deus era
para salvar seu povo da escravidão, da
miséria,
do
sofrimento
e
da
discriminação que viviam.
Deus aparece como partidário e solidário
de quem padece miséria e sofrimento.
Ele assume a dor e a causa dos Pobres,
motivando
a transformação e a
realização do projeto de fraternidade e
justiça.
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Desde as origens, miséria e fome são o
resultado
desse
desequilíbrio
que
transformou a partilha em acúmulo e
concentração das riquezas. Desde o
princípio e por vontade de Deus, a
abundância deveria ser destinada a todos
sem exceção e sem exclusão de
ninguém, para que todos tenham
dignamente e não haja necessitados.
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“Não recuse ao Pobre o seu sustento,
não desvie teus olhos do miserável. Não
faça sofrer aquele que tem fome.Não
irrites o homem na sua indigência. Não
agite mais um coração desesperado,
não recuses teu dom ao necessitado.
Não rejeites o pedinte oprimido, não
desvie seu rosto do Pobre (...) Sê para o
órfão como um pai e como um marido
para suas mães. E assim serás como
um filho do Altíssimo e mais que tua
mãe Ele te amará. – Eclo 4, 1-11
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No Antigo Testamento são numerosos os
vocábulos que referem à situação de pobreza
e as condições que viviam os Pobres:
- ANI (75 vezes): o curvado que vive sobre
pressão,
o
dependente,
oprimido,
humilhado, miserável, aflito. Por causa da
situação não consegue levantar a cabeça.
Diante dele está o opressor , que o faz ficar
Pobre.
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ANAWIN (20 vezes) = o pequeno, o
humilde que se reconhece pequeno
diante de Deus, humilhado; ani e anawin
vêm da mesma raiz, que significa
agachar, curvar, oprimir. Refere-se aos
Pobres de Javé.
O uso mais frequente destes termos
aparecem nos textos proféticos a partir
do século VIII a.C.
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DAL (48 vezes) = reduzido, insignificante,
fraco, deprimido, magro, pequeno, Pobre.
Indica uma situação geral de ser
marginalizado por não ter valor.
O dal é o Pobre em seu estado de
deficiência. É aquele que sofre pela
opressão social e das repercussões da
opressão.
“Quem calunia o indigente insulta quem o
criou; honra o criador quem se
compadece do dal (Pobre).” - Pr. 14-31
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EBYOON (61 vezes) = carente, oprimido,
indigente, necessitado, Pobre. Pessoas
em situação de pedinte diante dos outros,
mendigo. Uma espécie de Pobre que
implora a caridade pública. Aparece pela
primeira vez em Êxodo 23,6-11. Equivale a
pessoa oprimida; aquela que sofre por
causa da condição de estrangeira , cuja
pobreza é semelhante a de um mendigo.
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RASH (24 vezes) = Pobre. É bastante
frequente no Livro dos Provérbios. Referese ao indigente, aquela pessoa que está
socialmente excluída.
O anúncio feito pelos profetas sobre a
vinda de Jesus estava sempre relacionada
com Aquele que viria para libertar os
Pobres e oprimidos. Para resgatar a
dignidade e promover a justiça aos
sofredores.
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Visão de Pobreza e de Riqueza no
Antigo Testamento
O êxito nos bens materiais era
considerado como bênção de Deus; o
homem é abençoado por Deus por sua
fidelidade e essa bênção consiste em ter
descendente, em estar bem, em ter
prestígio, em ser escutado.
Isaac dizia ao seu filho Jacó: “ Deus te dá
o orvalho do céu e a abundância da terra.”
(Gn 27-39)
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Os Profetas
Foram sempre os guardiões da garantia
divina e se posicionam como vigilantes no
cumprimento das Leis que protegem os
Pobres.
Desde Amós, não cessão de recordar com
vigor as exigências da justiça e da
solidariedade e de formular um juízo
severo sobre os ricos que oprimem os
Pobres. Tomam a defesa da viúva e do
órfão. Proferem ameaça contra os
poderosos. Não se concebe fidelidade à
Aliança sem a prática da justiça.
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A justiça em relação a Deus e em relação
aos homens são inseparáveis. Deus é o
defensor e o libertador do Pobre.
Os profetas denunciam todo tipo de
desonestidade contra os Pobres.
Os profetas denunciam também o comércio
desonesto. “Escutai aproveitadores dos
indigentes, que excluís os humilhados do
país!”.
Os profetas denunciam toda e qualquer
ação que oprimem e desprezam os Pobres.
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“ Começai um novo dia
julgando
honestamente, livrando o explorado da mão
do explorador.” (Jr. 21-11)
“Ai daqueles que constrói palácios
praticando injustiça, fazendo o trabalhador
de escravo sem pagar-lhe o salário” (Jr. 22-13 s)
“ Julgará o fraco com justiça, com
honestidade. Dará sentença em favor dos
humilhados da terra.” (Is. 11-4)
“Ai daqueles que promulgam leis injustas, que
redigem medidas maliciosas, para tapear o
fraco na justiça e roubar o direito do meu
povo explorado,para fazer das viúvas suas
vítimas e roubar dos órfãos.” (Is.10,1-2)
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“O Espírito do Senhor está em mim,
porque o Senhor me ungiu. Enviou-me
para levar a boa nova aos Pobres, para
curar os corações aflitos; anunciar aos
cativos a libertação, aos prisioneiros o
alvará de soltura, para anunciar um ano da
graça do Senhor: o dia de nosso Deus
fazer justiça, para consolar os que estão
tristes; para levar aos entristecidos um
adorno em vez de cinzas, perfume em vez
de luto; ação de graças em vez de espírito
abatido.” ( Is.61, 1-3)
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Concluindo
Ao longo do Antigo Testamento, na
caminhada do povo de Israel, Deus
sempre se posiciona ao lado dos Pobres,
sempre intervém em favor deles.
Enviou seu Filho para libertar os Pobres,
curar suas feridas do corpo e da alma;
devolvendo a eles a dignidade e a justiça;
Para restituir-lhes a vida. Para dar sua
vida em favor dos Pobres e abandonados.
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EBYOON
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Louvado seja nosso
Senhor Jesus Cristo!
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