TEMADECAPA
por | RITA ASCENSO
Renováveis, um alvo a abater?
Numa altura de impasse quanto à estratégia energética do país, os poucos dados
que existem apontam para a aposta na eficiência energética e não falam nas
renováveis, a marca do anterior Governo. O programa do Governo é vago e avança
com reduções ambiciosas de 25% no consumo até 2020, mas o Programa do PSD
destaca a necessária “redefinição dos compromissos de Portugal no sector energético
junto da UE (União Europeia)” no que diz respeito às metas com as renováveis.
O sector está praticamente em estado de choque numa conjuntura em que o solar
térmico disparou nos últimos anos e o caminho está traçado por Bruxelas: as
renováveis, a eficiência energética e a produção descentralizada de energia são,
em conjunto, o modelo das cidades do futuro e da sustentabilidade.
O
novo Governo está no início
da sua actividade e são muitas
as dúvidas sobre o que se irá
passar na área da energia, renováveis
e edifícios. A troika impôs algumas
restrições importantes mas não se
percebe como vai ser tratada esta
pasta depois de Jorge Moreira da Silva
do PSD não integrar o novo Executivo
de Passos Coelho. O novo Secretário de
Estado para a Energia já tomou posse.
Henrique Gomes é agora o responsável pela nova política energética, mas
o impasse permanece. Neste momento e de certa forma órfão de uma
estratégia, o Programa do Governo
destaca o reforço na eficiência energética e apenas uma vez é referida
a palavra renováveis. O programa do
PSD não ajuda e a tónica mantém-se
na eficiência energética e na ausência
de uma estratégia para as renováveis.
A dúvida permanece junto de um mercado e o sector energético nervoso e
expectante: “como é possível desligar
uma coisa da outra?”.
Se olharmos para os últimos anos,
rapidamente concluímos que o caminho está traçado e que as renováveis são um meio de excelência para
atingirmos os objectivos mundiais e
6 | Julho/Agosto climatização
europeus no que se refere à eficiência
energética. A Agência Internacional
de Energia (AIE), a mais conceituada
instituição mundial na área da energia,
acaba de apresentar um estudo onde
refere que as tecnologias de aquecimento e arrefecimento mais eficientes
e menos poluentes como o solar térmico, bombas de calor, cogeração...
serão aquelas que, se devidamente
implementadas, poderão reduzir até
2Gt as emissões de CO2 nos edifícios
até 2050” (ver pág. 54). Um número
que representa até cerca de ¼ das
nossas emissões actuais. É também
nos edifícios que a Europa já reconheceu que existe o maior potencial de
poupança e onde se deve actuar com
medidas eficazes. A prova disso está já
na nova Directiva para os Edifícios, a
implementar em Portugal e nos vários
Estados-Membros (EM) no próximo
ano e onde se prevê que o novo edificado, em 2020, passe a produzir a
energia que consome, obrigando ao
recurso de energias renováveis. Uma
lógica de gestão de energia descentralizada com apoio renovável que daqui
para a frente irá ser dominante nas
tão faladas “Smart Cities”. Ou seja, a
energia renovável, produção descen-
tralizada e eficiência energética são
uma combinação de sucesso que os
responsáveis pela energia em todo o
mundo já assumiram como o modelo
a impor e seguir. Um modelo que
está na base de um novo paradigma
energético para as cidades do futuro! Veja-se este relatório da AIE que
aponta várias recomendações junto da
OCDE e restantes países, para que as
necessárias alterações e investimentos
sejam tornados prioritários. Também
alinhada com estas preocupações, a
Renewable Heating and Cooling (RHC)
Platform Europe, uma organização da
UE (ver pág. 50) dá como horizonte o
ano de 2050 para que o aquecimento
e arrefecimento nos edifícios europeus
sejam 100% renováveis. Mas a AIE
alerta: para pouparmos 710 milhões
de tep de energia até 2050 são necessários investimentos, uma forte acção
política e evolução da tecnologia.
No nosso país
É neste contexto que agora vale a pena
olharmos para o nosso país e fazermos
algumas contas em jeito de balanço.
Com caminhos sinuosos e estratégias
por vezes consideradas desadequadas
ou desajustadas, existe uma verdade
incontornável: a nossa energia e promoção das renováveis nunca teve uma
dinâmica como aquela que foi criada
nos últimos anos. Senão vejamos:
metade da nossa energia eléctrica já
vem de fontes renováveis; segundo a
Agência para a Energia (Adene) e de
acordo com os dados do PNAEE (Plano
Nacional para a Eficiência Energética),
no ano de 2010, Portugal conseguiu
poupar 350 milhões de euros na sua
factura energética, o que equivale a
4,9 milhões de barris de petróleo; o
solar térmico mais que triplicou nos
últimos 3 anos, motivado por medidas
de incentivo que no total somaram
perto de 125 milhões de euros... Claro que Portugal não foi o único país
com esta dinâmica e resultados. A
conjuntura europeia foi favorável, com
a segurança energética, a urgente redução da importação de petróleo, etc.,
a alavancarem uma série de metas
que foram decisivas e deram lugar a
algumas directivas que tiveram que
ser implantadas nos vários EM. Tudo
isso é verdade mas Portugal foi atrás
da corrente, teve vontade política e
investiu nas renováveis através da
disseminação de algumas medidas
e incentivos determinantes. Somos o
país com mais sol da Europa, já tínhamos um programa para o solar térmico
(Programa Água Quente Solar) desenhado desde o final dos anos 80 mas
só há pouco tempo é que os nossos
políticos reagiram às imposições de
Bruxelas e fizeram das renováveis um
desígnio nacional. As renováveis, uma
marca de Sócrates, avançaram. Para
muitos agentes do mercado avançaram com muitos sobressaltos, erros
de palmatória, medidas imperfeitas...
mas avançaram.
Voltemos às contas. A criação do PNAEE também designado “Portugal Eficiência 2015”, aprovado em Fevereiro de
2008, elenca uma série de medidas e
objectivos fixados por uma Directiva
europeia relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços
energéticos. Este plano está a ser revisto e as metas de Bruxelas são agora
mais apertadas com destaque para a
área dos edifícios. Mas a realidade é
que Portugal está comprometido na
redução de 10% do consumo final de
energia até 2015 e existem medidas
na sua fase de arranque, medidas que
estão a meio da sua implementação e
outras por arrancar que são decisivas
para a melhoria da nossa eficiência
climatização Julho/Agosto | 7
TEMADECAPA
energética e para o cumprimento das
nossas obrigações. Segundo a Adene,
(ver pág. 60) “em termos genéricos,
cumprimos a meta para 2010”, mas
o mais difícil são os passos seguintes
numa Europa onde se espera, para
breve, que as metas de eficiência
energética passem a ser obrigatórias.
Recorde-se que no pacote 20-20-20
(até 2020, mais 20% de energia renovável e de eficiência energética e
menos 20% de emissões com gases
de efeito de estufa), apenas os objectivos da eficiência energética é que
não são vinculativos.
Continuando com o nosso balanço,
importa perceber onde estamos a
conseguir melhores resultados nesta
incursão à eficiência energética. Seguramente que o Mobi-E está fora desta
contabilidade e não vale a pena, nesta
fase, analisar a sua oportunidade de
investimento, custo e benefício. São
várias as áreas de intervenção do
PNAEE mas apenas dois os grupos
chave: transportes e edifícios. E é nos
edifícios, nomeadamente no sector
residencial e de serviços onde ressalta uma melhor execução, de acordo
com a ADENE, nomeadamente com
as medidas Renováveis na Hora, que
permitiram poupar 10 mil tep, Certificação Energética dos Edifícios (59
mil tep) e Renove Casa e Escritório
(55 mil tep). Mas a Directiva que está
na base do PNAEE (2006/32/CE) e
a Directiva para a cogeração (2004/
CE) vão ser revistas e dar origem a
uma nova, única e agregadora, que
se prevê que saia em 2012 (ver pág.
74). O objectivo é que saia um único
documento legislativo que dê mais
força à poupança e eficiência energética, onde o exemplo do sector público
está em destaque. Temos neste momento transposta a Directiva para os
edifícios desde 2006 que enquadra
o nosso Sistema Nacional para a Eficiência Energética e Qualidade do Ar
Interior (SCE) e toda a regulamentação
térmica em processo de revisão a
preparar a implementação da nova
Directiva que deverá ser transposta
em Julho de 2012. Mas esta é outra
das áreas que superou as expectativas
da Adene. A Certificação Energética,
segundo a Agência de Energia, contribuiu para poupanças superiores
8 | Julho/Agosto climatização
O QUE FAZ COM QUE
O MULTI V III SUPERE
A CONCORRÊNCIA?
a 81 mil tep com mais de 400 mil
certificados emitidos até finais de
2010. Também aqui existem vários
problemas (ver entrevista pág. 26)
e muita coisa a corrigir mas hoje a
eficiência energética nas nossas casas
é obrigatória e é urgente atacar o
potencial energético de melhorias que
estes números representam. Recorde-se que para os objectivos do SCE, as
renováveis são obrigatórias tanto para
o residencial como para os edifícios
de serviços. A nossa regulamentação
térmica empurra para soluções e sistemas de origem renovável e essa
contabilidade tem uma expressão
muito grande, nomeadamente nas
contas do solar térmico.
Mas para onde apontam estas directivas em termos de eficiência energética? Ou seja, como conseguimos de
facto reduzir os nossos consumos nos
edifícios com o máximo de eficácia
ao nível do conforto, qualidade do ar
interior etc.? Desde logo, a eficiência
procura uma utilização racional e optimizada da energia. As tecnologias
ajudam neste processo. É aqui que,
para os especialistas e governantes, as
energias renováveis são indispensáveis para atingirmos estes objectivos.
Esta estratégia está a ser altamente
amplificada, todos os dias pela União
Europeia, onde os documentos com
força legal apontam para as renováveis como parte da solução. As contas
são simples e a estratégia clara. As
energias renováveis são seguras, para
além de outras vantagens e permitem
outro factor indispensável e comum
aos vários diplomas de Bruxelas: a
produção descentralizada da energia
onde as principais vantagens estão
na eliminação das perdas nas redes
de distribuição. Para muitos especialistas, é por isso difícil pensar em
eficiência energética sem a alavanca
das renováveis. Para isso teríamos
que, eventualmente, andar para trás e
recorrer por exemplo ao nuclear com
tudo aquilo que ele representa. Hoje,
numa visão a médio e longo prazo, a
eficiência energética dos edifícios e as
cidades do futuro estão dependentes
de soluções renováveis e descentralizadas. De acordo com as metas já
estabelecidas, em 2020 os edifícios
serão auto-suficientes e pouco tempo
Maior eficiência, maior capacidade
e maior comprimento de tubagem.
A LG atinge um patamar superior
no AVAC*, com o novo ar
condicionado Multi V III. Devido à
enorme capacidade (20HP/unidade)
necessitará de menos unidades
exteriores, permitindo uma melhor
optimização de espaço. Com um
incrível comprimento de tubagem
de 1000m, é ideal para edifícios
altos, e com um COP de 4.58
em aquecimento e 4.27 em
arrefecimento, permite menos
consumos energéticos que
a concorrência.
Mas a realidade é que Portugal
está comprometido na redução
de 10% do consumo final de
energia até 2015 e existem
medidas na sua fase de arranque,
medidas que estão a meio da
sua implementação e outras por
arrancar que são decisivas para
a melhoria da nossa eficiência
energética e para o cumprimento
das nossas obrigações.
MAIOR COMPRIMENTO
DE TUBAGEM
comprimento total da tubagem
MAIOR EFICIÊNCIA
para modelo de 8HP
MAIOR CAPACIDADE
por unidade independente
*AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado)
TEMADECAPA
PUBLIREPORTAGEM
Daikin Altherma
O que diz o Programa do Governo
Mercado de Energia e Política Energética: Uma Nova Política Energética
Uma nova política energética, que seja mais equilibrada e
direccionada para a resolução dos problemas actuais das
empresas, das famílias e do país no seu conjunto, deverá
procurar activamente atingir os seguintes objectivos:
•Garantir fontes de energia final a preços relativamente
competitivos, contribuindo para reduzir os custos intermédios
das empresas e aumentar a sua competitividade nos
mercados internacionais;
•Melhorar substancialmente a eficiência energética do País
(redução em 25% do consumo até 2020), com o Estado como
primeiro exemplo (redução de 30% do consumo até 2020),
combatendo os desperdícios, contribuindo para a melhoria
da balança de pagamentos e para um mais cabal cumprimento dos objectivos de sustentabilidade;
•Direccionar consumos para as fontes de energia que façam
mais sentido para Portugal, quando considerada a balança
de pagamentos, os custos relativos dessas fontes de
energia e o valor acrescentado nacional de cada uma das
opções;
•Reforçar a diversificação das fontes primárias de energia,
contribuindo para aumentar estruturalmente a segurança de
abastecimento do País, diminuindo o risco do preço de
determinadas commodities e melhorando os níveis de sustentabilidade;
•Assegurar o cumprimento dos objectivos de redução das
emissões de gases com efeito de estufa;
•Reduzir a dependência petrolífera do país, objectivo que
será alcançado através do reforço da utilização de biocombustíveis, da aposta no transporte colectivo de qualidade, e o
investimento nos modos ferroviário marítimo no transorte
o para a Europa;
•Promover a competitividade, a transparência dos preços,
o bom funcionameno e a efectiva liberalização de todos os
mercados energéticos (electricidade, gás natural, com bustíveis e restantes derivados do petróleo);
presas do sector energético, com ênfase na fileira associada a
tecnologias renováveis;
•A médio prazo, o Governo tem por objectivo conseguir
•Mercados energéticos liberalizados, altamente competiti-
depois serão eles próprios responsáveis pelo carregamento eléctrico dos
nossos meios de transporte. Este é
caminho e o gás natural será, ao que
tudo indica, um complemento determinante até lá, sobretudo na alimentação de centrais de cogeração.
A energia solar e a política
energética
A nossa relação com a energia solar
é única. Somos o país da Europa com
mais sol e o crescimento do solar térmico tem sido exponencial: em 2010
foram instalados cerca de 180 mil m2
de colectores solares, contra 50.000
em 2007. Ou seja, em 3 anos os resultados quase que quadruplicaram e
neste momento estamos perto de 1
milhão de m2 de área total instalada.
Esta curva ascendente que começa
a ter uma maior expressão em 2008
10 | Julho/Agosto climatização
Portugal é um país ameno,
mas que pode ser frio o suficiente para criar algum desconforto,
mesmo no Sul do país. A marca
nipónica Daikin, presente em
Portugal desde 2004, tem-se
distinguido pelas várias soluções
de aquecimento de que dispõe,
adequadas às necessidades
de cada cliente e sem esquecer
os factores ambientais e
de eficiência energética.
•Apoiar o desenvolvimento e internacionalização das em-
•Garantir um modelo energético de racionalidade económica e incentivos verdadeiros aos agentes de mercado, adoptando uma trajectória de redução dos défices tarifários,
visando no médio prazo a sua eliminação e procedendo a uma
sistemática e rigorosa reavaliação dos projectos de investimento existentes;
A solução integrada para conforto
ambiente e produção de AQS
que Portugal tenha a mais baixa intensidade na União
Europeia;
vos, com mecanismos transparentes de fixação de preços e
uma regulação estável e bem aplicada.
dispara com a Medida Solar térmico
2009 (MST). Uma medida que nasceu
porventura torta e que terá favorecido
parte do mercado em detrimento de
outra parte. Uma medida que chegou
aos portugueses mediada pela banca
e por um processo de selecção das
marcas fornecedoras que envolvia
uma central de compras que, alegadamente, desestabilizou o sector.
Mas uma medida que introduziu o
solar em casa das famílias e trouxe
uma movimentação que até agora
não existia. A Apisolar faz um balanço
extremamente positivo da MST 2009.
Para a Associação representante da
indústria solar, esta medida “originou um crescimento exponencial das
empresas e profissionais dedicados
à fabricação, importação, revenda e
instalação de colectores solares, ao
mesmo tempo que gerou uma for-
As energias renováveis são
seguras e permitem um outro
factor indispensável e comum
aos vários diplomas de Bruxelas:
a produção descentralizada
da energia onde as principais
vantagens estão na eliminação
das perdas nas redes de distribuição. Para muitos especialistas,
é por isso difícil pensar em
eficiência energética sem
a alavanca das renováveis.
Bombas de calor, solução renovável
A DAIKIN tem uma experiência de mais
de 50 anos na tecnologia bomba de
calor. Graças à sua liderança no campo
da tecnologia bomba de calor inverter,
a marca deu um contributo notável no
mercado do aquecimento residencial e
actualmente também no sector terciário, satisfazendo as necessidades dos
clientes relativamente a sistemas de
menor consumo energético, com menores emissões de CO2 e paralelamente
um cumprimento com as exigências
da legislação aplicável nesta matéria.
“Neste sentido, a combinação de uma
tecnologia avançada com recurso a uma
fonte de energia renovável (ar), confere à
DAIKIN um papel activo na preservação
do meio ambiente. Para além disso, é
importante destacar a fiabilidade, flexibilidade, segurança, baixo custo de instalação e exploração do Daikin Altherma,
aliado ao conforto proporcionado, e é
por este motivo que cada vez mais se
destaca no mercado do aquecimento”,
explica Pedro Basso, gestor de produto
do pilar Aquecimento na DAIKIN.
Soluções bombas de calor ar/água:
n Unidades de baixa temperatura (LT)
com produção de água quente até 55°C
para aquecimento e produção de AQS
e água fria para o arrefecimento;
n Unidades
de alta temperatura (HT)
com produção de água quente até 80°C
sem recurso a resistências eléctricas, só
com recurso a sistemas frigoríficos;
n Solução Flex Type de grande capacidade, com aquecimento de alta temperatura
80°C, em simultâneo com arrefecimento,
este com temperatura da água a partir
dos 5°C; o Flex Type dispõe do sistema
de recuperação de calor, que pode elevar
o COP desta máquina até 9;
n Para associar aos sistemas bomba de
calor Daikin Altherma, depósitos de AQS,
sistemas solar térmicos pressurizados e
drain-back, fancoils, convectores bomba
de calor.
Daikin Altherma
n Ecológica, pois não utiliza combustíveis fósseis, com reduzidas emissões
de CO2, logo é um sistema “limpo”. Foi
a primeira solução Bomba de Calor a
obter a certificação ECO-LABEL.
n Económica, porque a sua eficiência
energética proporciona retornos financeiros muito curtos.
n Funcional porque é solução técnica
completa e simples, a sua integração
nos edifícios é muito fácil, quer em
remodelações, quer em novas construções, todos os componentes são
fornecidos com as máquinas e depois
de programada a solução é autónoma,
a interacção entre homem e máquina
é quase inexistente. Os tempos de instalação são muito reduzidos.
Para além disso, a Daikin Altherma dispõe de uma versão adaptada ao mercado do Sul da Europa, o que resulta
num aumento do COP sazonal. “Num
mercado onde o aquecimento central
é tradicionalmente feito através de caldeiras e radiadores, Daikin Altherma HT
garante uma perfeita integração, sendo
uma solução alternativa de enorme viabilidade às tradicionais instalações com
caldeira. Para instalações de ventiloconvectores e/ou pavimento radiante,
temos a solução Daikin Altherma LT”,
aponta Pedro Basso.
A questão ambiental tem sido uma das
preocupações constantes da Daikin, assim como a eficiência energética dos
seus produtos. “Com a obtenção do
certificado Flor (Rótulo Ecológico Europeu), demonstramos o quão elevada é
a consciência ecológica da Daikin, não
só no aquecimento como também nas
outras áreas”, refere Pedro Basso. O site
Altherma (altherma.daikin.pt) dispõe de
um simulador que permite a qualquer
pessoa, de forma simplificada, verificar o
retorno financeiro que se obtém com a
instalação e utilização da bomba de calor Daikin Altherma, comparativamente
com outras fontes de energia.
climatização Julho/Agosto | 11
TEMADECAPA
tíssima campanha de comunicação e
marketing com o público, utilizando
todos os meios de difusão, numa acção
nunca vista no nosso sector”. Para a
Apisolar, os números falam por si: “a
dinamização de todo o sector é visível
nos mais de 6000 instaladores com
CAP Solar, existentes hoje, e nas cerca
de 60 marcas (que ainda assim não
representam de todo a globalidade)
presentes no final da MST”. Foram
disponibilizados 95 milhões de euros
nesta medida que se estendeu para as
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e Associações Desportivas de Utilidade Pública (ADUP´s)
que alimentaram o mercado em 2010.
Ainda em 2010, foram disponibilizadas
verbas do QREN para dar continuidade
à instalação de sistemas solares térmicos em equipamentos colectivos
num total de 21,5 milhões de euros.
Para as PME´s, o QREN viabilizou 9,5
milhões de euros. Um total de 125
milhões de euros de incentivos que
tiveram como objectivo “incentivar
a utilização racional de energia e a
eficiência energético-ambiental”. Durante este ano, o mercado ainda vai
sentir o efeito destas medidas mas
perante este cenário de impasse e
aparente desgoverno na área da energia, prevê-se um desaceleramento.
Um abrandamento que começou a
sentir-se desde o início do ano. Estima-se que o primeiro trimestre de 2011
representou cerca de 25 mil m2 de
colectores instalados, um valor muito
abaixo do ano anterior.
Mas se em 2010, em Portugal, o mercado do solar térmico ultrapassou em
44% os objectivos para esse ano com
um crescimento de 8% em relação ao
anterior, na Europa o mercado caiu
13%, embora a indústria considere
que é uma questão de tempo (ver
pág. 42): a nova Directiva para os edifícios, muito mais exigente em termos
de performances energéticas é ainda
mais rigorosa e reforça a obrigação
nas soluções renováveis; os Planos
de Acção para as Renováveis, onde
cada Estado-Membro assumiu as suas
metas para um horizonte próximo,
começam a avançar no terreno. Esta
realidade que viveu em contra-ciclo
no nosso país muito se deveu, porventura, à coragem politica de apostar
12 | Julho/Agosto climatização
na energia como um dos vectores
da “Iniciativa para o Investimento e
Emprego no âmbito do Plano AntiCrise” de Dezembro de 2008. É daqui
que nascem os incentivos e medidas
complementares ao PNAEE. É através
destes programas que as renováveis
crescem, nomeadamente a energia
solar. É com este apoio extraordinário
que se dinamiza o solar térmico e a
microgeração (solar fotovoltaico) em
conjunto no sector residencial com
um investimento global 250 milhões
de euros.
O programa do PSD
e o que se sabe para a energia
E agora? Feitas as contas e apurados os nossos compromissos, para
onde vamos? Estas e outras perguntas
multiplicam-se e fazem eco em reuniões informais entre profissionais e
empresas que contactadas pela nossa
revista confirmam o nervosismo e
vêem neste impasse algum desnorte.
O programa do PSD é muito sucinto e
pouco esclarecedor (ver quadro) mas
lê-se aqui e mais em pormenor no
Programa do PSD que a tónica está
em privilegiar a eficiência energética e
lê-se ainda a urgência na redução das
importações de petróleo com vista a
reduzir a nossa dependência externa
e factura energética; que Portugal
continua distante quanto ao cumprimento dos seus objectivos na redução
de emissões com gases com efeito
de estufa; que a estratégia tem também como desígnio a nossa segurança
energética, a sustentabilidade ambiental, a competitividade e o crescimento económico... Mas aquilo que mais
preocupa os agentes deste mercado
é a justificação que se segue no referido Programa do PSD: “no últimos
anos, a primazia da política energética
portuguesa esteve conceptualmente apontada para a sustentabilidade
ambiental, descurando significativamente o objectivo de assegurar um
modelo energético que promova a
competitividade económica e o crescimento económico”. De acordo com
este Programa, o PSD considera que
é necessário uma nova política energética que passe pela redução da
nossa intensidade energética e défice
tarifário (ver pág. 20). Na prática, que
Feitas as contas e apurados
os nossos compromissos,
para onde vamos? Estas e
outras perguntas multiplicam-se
e fazem eco em reuniões
informais entre profissionais
e empresas que contactadas
pela nossa revista confirmam
o nervosismo e vêem neste
impasse algum desnorte.
garanta fontes de energia a preços competitivos, aumente
a eficiência energética no combate ao desperdícios, garanta
um modelo energética de racionalidade económica e incentivos verdadeiros aos agentes do mercado, etc. Mas a
grande dúvida poderá estar na interpretação de um dos 5
eixos de actuação, ou seja no que vai significar a “redefinição dos compromissos de Portugal no sector energético
junto da UE”. É que neste Programa do PSD, mais completo
que o actual programa do Governo, onde as renováveis
praticamente desaparecem e nunca são apontadas como
parte da solução, a necessária “replanificação” é orientada
para “o aumento da competitividade nacional” e prevê
uma “revisão da calendarização de implementação das
várias tecnologias renováveis previstas no PNAER (Plano
Nacional de Acção para as Energias Renováveis)” e a “revisão dos tempos de duração dos incentivos especiais às
tecnologias renováveis”.
Em resumo, são algumas as medidas que o PSD se propõe
fazer, justificando a energia como um dos motores de
vantagem competitiva de Portugal, tornando-o líder europeu na eficiência energética, mas lendo-se que Portugal
procurará cumprir “os objectivos de sustentabilidade (os
que vão ser renegociados com a União Europeia), através
de medidas de controlo da procura e de investimentos
totalmente racionais em energias renováveis”.
Contactadas várias pessoas do sector, a expectativa é muita. Desde logo ao nível da interpretação, nomeadamente
em saber como se vão conseguir tais objectivos para a
eficiência energética, como se pode criar um sistema de
desincentivo às renováveis contra a corrente do país, da
Europa e do mundo e o que vai acontecer às acções e
políticas em curso.
Aparentemente o exemplo do Estado parece ser uma
prioridade do novo Executivo e no Programa do Governo
essa preocupação é destacada. Tudo indica que o Eco.AP
(Programa de Eficiência Energética para a Administração
Pública) vai continuar, embora com algum atraso. Nesta
altura já devia estar a funcionar o respectivo observatório
criado pela ADENE (ver entrevista pág. 26). Mas o que vai
acontecer ao Fundo de Eficiência Energética para gestão
financeira das medidas do PNAEE? Já muito se falou na
necessária reabilitação urbana para recuperar o sector da
construção na Europa.
A construção nova está em declínio e é por aí que a estratégia europeia avança com a particularidade de levar a
reboque a tão desejada reabilitação energética do parque
construído. Uma oportunidade determinante para a concretização das nossa metas energéticas. Neste sentido,
é inevitável colocar outra dúvida: o que vai acontecer ao
programa de Reabilitação Urbana e ao respectivo pacote
de incentivos? Esta proposta de lei não foi aprovada a
tempo e agora está na gaveta... É neste contexto, onde
as contas indicam que estamos a reduzir na nas importações de petróleo e derivados e enquanto aguardamos
pelo esperado Plano de Acção para o Clima e a Energia
do PSD, que importa reflectir: será possível nesta fase ir
contra a corrente? Contra os planos já traçados e em parte
implementados no seio da UE?
O mercado do solar térmico
D
epois de um crescimento exponencial motivado por directrizes europeias mas também
por medidas e incentivos nacionais,
a energia solar e em concreto o solar
térmico vê agora tempos de incerteza.
As empresas que tiveram que se ajustar à pressa para dar resposta a uma
medida (MST) com alguns problemas
de funcionamento e porventura, feita
à pressa, estão agora na eminência
de reduzir as suas estruturas e outras
fecharem as portas. Mesmo assim e
num inquérito realizado a várias empresas, a opinião é unânime: a MST foi
muito positiva para o mercado. Mas
alertam em conjunto com a Apisolar, a
associação representante da indústria
solar que o efeito do pára-arranca das
medidas de incentivo são nocivas para
o sector. Para esta associação representante da indústria solar, os efeitos
negativos são evidentes: “o público
fica à espera de novas medidas de
apoio, protelando a compra, enquanto
os profissionais que investiram para dar
resposta às solicitações vêem-se numa
situação de incerteza e, não raras vezes, de dificuldade económica perante
um abrandamento súbito da procura.
Evidentemente que esta situação ori14 | Julho/Agosto climatização
gina ajustes ao nível da oferta, o que
acaba por motivar o cliente final uma
vez que este acaba por interpretar a
melhoria da oferta ao nível do preço
como “uma nova medida de apoio”.
Para a Apisolar, “seria desejável que
o futuro governo de Portugal não eliminasse o apoio à compra do Solar
Térmico, permitindo que o milhão de
famílias residentes em moradia unifamiliar se possam sentir motivadas para
comprar e instalar sistemas solares
térmicos, melhorando o seu conforto e
a eficiência energética das suas casas.
A Apisolar considera que um apoio possível e consequente seria o do apoio
directo à compra, com o utente a poder
escolher o fornecedor de acordo com
a lógica de mercado, comprando e
pagando ao instalador, para depois se
dirigir a um balcão do sector público/
privado (CTT, Finanças, Notário, etc.) ou
mesmo a uma agência bancária (nomeadamente se necessitar de crédito
de apoio ao investimento) para rebater
o equivalente aos 803 Euros que até
ao ano anterior se podiam deduzir em
IRS. No limite, não optando o Governo
por um instrumento como este, será
essencial manter os incentivos fiscais
actualmente existentes. Essencial é
também que o Estado assuma a sua
função de sensibilização através de
campanhas publicitárias como as que
acompanharam a MST 2009, motivando de novo o público em geral para o
aproveitamento dos benefícios do sol,
no conforto e na carteira”. Perante a
perspectiva da inexistência de mais
subsídios e dando conta da situação
económica do pais, tudo indica que
os incentivos fiscais irão desaparecer
e o IVA para os equipamentos renováveis vão aumentar. Sobre este ponto, a Apisolar considera “premente a
manutenção da taxa de IVA reduzida
intermédia uma vez que um aumento
de IVA consubstancia um real aumento
do preço ao consumidor final”.
Para além da aposta no fotovoltaico,
o solar térmico tem agora um novo
“concorrente” mais directo. As bombas
de calor, consideradas como equipamento renovável podem ganhar e ao
mesmo templo complementar uma
área de negocio importante. Os ajustamentos aqui também já são uma
realidade. Para além do solar térmico,
as empresas do térmico começam a
olhar para as bombas de calor como
uma oportunidade de diversificarem a
sua oferta numa lógica de integração
de soluções. A Apisolar esclarece: “os
colectores solares e as bombas de calor
aproveitam, embora de forma distinta
e com diferentes eficiências, a energia
disponível de forma gratuita na nossa
atmosfera, mas no que respeita ao
aquecimento de águas para consumo
e ou processo, a energia solar é claramente mais vantajosa. Se analisarmos
sob o ponto de vista económico, o
enorme diferencial de investimento inicial (no mínimo 3 ou 4 vezes superior
no caso da bomba de calor) facilmente
podemos verificar não se tratarem de
sistemas concorrentes, mas sim complementares”. Segundo a Apisolar, “a
facilidade de instalação e utilização do
solar térmico em moradias existentes,
aliado à reduzida necessidade de manutenção (obrigatória mas que origina
um investimento pouco significativo
no orçamento anual de uma família)
e ao facto de ser hoje uma tecnologia
perfeitamente dominada, permite-nos
encarar o futuro com realismo e a certeza de estarmos perante uma solução
de futuro”. Mas é justamente sobre o
futuro, o nosso e a incerteza instalada
que as expectativas se concentram.
Com algum optimismo, a Apisolar
deixa o recado e refere a valorização
da formação e a profissionalização do
sector como “algo para que a Apisolar
está fortemente vocacionada e focada
e que será de extrema importância.
A oportunidade da nossa posição geográfica não pode mais ser ignorada,
tanto pelos nossos governantes como
pelo profissionais do sector, pelo que
mantemos a forte expectativa de que
os próximos tempos serão de consolidação do mercado da energia solar,
com vista ao cumprimento das metas
traçadas a nível europeu – m2 instalados – sendo para isso necessário o
apoio estatal”.
Sunny Tripower
Hemos pensado en todo. El Sunny Tripower
tiene cinco novedades que representan mucho más que la expresión de nuestra capacidad innovadora: la tecnología Optiflex
para el diseño flexible de instalaciones;
Optiprotect con fusible de string electrónico;
la protección contra sobretensión integrable
de Tipo II; el reconocimiento de fallos de
string autodidacta y SUNCLIX, el sistema de
conexión de CC. Todas estas novedades se
combinan con una inyección trifásica para
dar la respuesta adecuada a cada una de
sus necesidades.
Y es que en la visión de conjunto, cada detalle, aunque parezca pequeño, marca la diferencia. Detalles que garantizan la máxima
eficiencia. Detalles que velan por lograr una
usabilidad óptima. Detalles que reducen los
costes específicos de las instalaciones.
En pocas palabras, Sunny Tripower establece nuevas pautas en todos los sentidos.
Puede obtener más información en
www.SMA.de/Tripower.
www.SMA.de/Tripower
5
Optiprotect – protección contra
sobretensión integrable (Tipo II)
3
Optiflex – flexibilidad en
el diseño de instalaciones
Optiprotect –
fusible de string electrónico
Optiprotect – reconocimiento
de fallos de string autodidacta
Sistema de conexión de CC
SUNCLIX
Inyección trifásica
THE FUTURE OF SOLAR TECHNOLOGY
STP_A4-AES110810
Para conseguir
grandes logros,
también hay que
tener en cuenta
los pequeños detalles.
NOVEDADES
por | RITA ASCENSO
FASES
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Renováveis, um alvo a abater?