DMGEMTE
Ei PUEBLA
B SINDICATO OS TRABALHADORES RURAIS DE COLATINA
0 ÍNDIOS
0 30 MILHÕES DE BRASILEIROS VIVEM NA
"POBREZA ABSOLUTA"
0 VOZ DO POVO
0 PASTORAL OPSRÂRIA-NOVA IGUAÇU
0 PERSEGUIÇÕES NO ESTADO DO PARÁ
Amigos leitores
Nestes primeiros meses de 1979, nossa vi
da tem sido marcada com muitos sinais de morte. Mas
também estamos em tempo de muitos sinais de vida no
meio do povo.
- Foi o que aconteceu durante os tristes dias
da enchente, quando o povo todo juntou suas forças
para socorrer os desabrigados.
- Ê o que está acontecendo com os trabalhado
res: sofrendo com a alta do custo de vida, eles esT
tao^lutando por meio de greve, para melhorar seus
salários e suas vidas.
- Ê o que estamos refletindo na Campanha da
Fraternidade deste ano: Diante da destruição
da
natureza e da casa dos homens, temos que nos
unir
para mudar a situação.
Vida e morte, morte que traz a vida.
Ê
tempo de paixão e morte que vem trazer a alegria da
Ressurreição I
"Se o grão de trigo não aair na terra
e
morrer, a planta não brotará nem eresoerã para dar
muitos frutos".
Irmãos:
Aqui vai o "Boletim da Gente", que com es
te n9 8, está completando o seu primeiro ano de vida.
Esperamos que ele seja sempre uma boa Fer
ramenta em nossas mãos. Para transformarmos todos
os sinais de morte em sinais de vida para todos.
Uma Feliz Páscoa, é o que lhes deseja
ESPIRITO SANTO -
PASTORAL DO BATISMO
Como prometemos no Boletim n9 7 vamos vol
tar a falar da 3a. Assembléia Arquidiocesana que se
realizou no fim de outubro do ano passado.
Desta vez, vamos relembrar os Princípios
Pastorais do Batismo que foram aprovados_por todos
os presentes. Decidiu-se que as áreas vao
fazer
funcionar esses princípios durante 1 ano, para depois avaliá-los.
Vamos escrever aqui alguns trechos do do
cumento:
participa^
1) Ê importante levar em conta a
na
vida da
ção e o compromisso dos Pais e Padrinhos
comunidade a que pertencem.
2) 0 batismo deve ser feito na própria oomu
nidade onde a criança mora, pois é^nela que a cnan
ça vai crescer e desenvolver sua fe.
3) Os encontros _de preparação ao batismo sao
necessários, enquanto nao houver bastante
pação das famílias na vida da comunidade.
4)
Pode-se batizar filhos de mães
partici
solteiras
e filhos de uniães ilegais, desde que haja suficiente testemunho de Fe e participação na vida da co
munidade.
5) A Igreja Católica considera válidos os ba
tismos das seguintes Igrejas:
- Metodista, -piscopaltana,
biteriana. Luterana, Anglicana.
Ortodoxa,Pres
A CNBB se pronunciou contra a validade do
batismo da Igreja Católica Brasileira
São estes alguns trechos do documento. Se
alguém estiver interessado em conhecer todo o doou
mento, é só escrever ao Secretariado Pastoral da Ar
-nidiocese, Caixa Postal 107-CEP 29000-VitÓria-ES.
.3.
BRASIL
" IGREJA DE GOIÁS - 10 ANOS DE CAMI NHADA
Na noite de 31 de dezembro de 78 para 19
de ianeiro de 79, foi feita uma grande concentração
de representantes das várias comunidades de Base da
Diocese de Goiás.
O motivo era celebrar os 10 anos de presença de DOM TOMÁS BALDUlNO como Pastor daquele po
vo. Um povo que, aos poucos, tomou consciência
de
sua vida e de sua fé.
A alegria e o entusiasmo do povo naquela
Vigília de Oração foram uma pequena amostra do tra
balho realizado naquela Diocese. "Passou-se de uma
Igreja para o povo para uma Igreja do povo; uma Igre
ja com o jeito, o rosto, a luta e a esperança
dos
trabalhadores na caminhada da Libertação".
A caminhada de 10 anos "foi do povo, povo
de lavradores e operários, de lavadeiras e
emprega
das domésticas, de peões e jovens estudantes trabalhadores" .
"Os grupos e as comunidades que foram atin
gidos pelas Boas Notícias anunciadas pela Igreja de
Goiás começaram a assumir a dura realidade da
vida
do povo. E, ao mesmo tempo, começaram a contar com
o povo dos pobres e dos oprimidos".
PARABÉNS POVO QUERIDO DA IGREJA DE
GOIÁS:
.4.
AMÉRICA LATINA:
De 27 de janeiro a 12 de fevereiro passa
do foi realizada a 3a. Assembléia dos Bispos da Ame
rica Latina em Puebla, no México. Como todos
sabem, o Papa JOÃO PAULO II foi quem fez a abertura
desta Assembléia. No final, os bispos aprovaram um
documento com todas as conclusões deste grande encontro.
Vamos entrevistar nosso bispo - DOM LUIZ
FERNANDES - a respeito deste grande acontecimento.
Pergunta 1: D. Luis, qual a sua impressão sobre
a
Assembléia de Puebla?
Dom Luis : Ainda é muito cedo para a gente ter uma
idéia mais exata sobre a Assembléia de
Puebla. Primeiro, porque ainda não conhecemos bem os fatos mesmos, no desenrolar da^gran
de reunião. Nos primeiros dias de abril, sairá
o
livro do Frei Betto "Diário de Puebla", que certamente vai ajudar muito. Depois, devemos
estudar
profundamente os textos das conclusões: apenas come
çamos a ler. Finalmente, acrescentaria que precisa
mos deixar passar alguns anos, para poder formar um
juizo ou experimentar a importância que essa Assem
bléia venha a ter na marcha da nossa Igreja. Ao fim
de uma festa, a gente já pode dizer "foi ótima"
,
"foi linda"... Mas, um grande encontro de Pastoral
(a Assembléia foi isto) só se pode saber se
valeu
mesmo, com a aplicação das suas diretrizes e a reflexão das bases. Espero, de qualquer forma, que o
documento de Puebla traga um grande apoio ãs nossas
comunidades.
Pergunta 2: Qual foi a importância da visita de JOÃO
PAULO II ã América Latina?
Dom Luis:
Digo apenas uma opinião. Jornalistas e
comentariastas internacionais já disseram muita coisa. A meu ver, a primeira
v
iagem de João Paulo II veio dar um destaque muito
grande aos problemas, â realidade toda da
América
Latina. Foi o mesmo que dizer que a América Latina
é muito importante para a vida da Igreja toda. Dou
.5.
tro lado, acho que foi também muito bom para o pró
prio Papa, começar a sua missão universal, visitan
do este continente tão sofrido. A verdade
é que
ele ficou falando quase toda semana, sobre a experi
ência que teve. Afinal, a visita do Papa não deixa
de ser um_sinal de Deus: como se fosse uma
visita
da salvação e da libertação para os oprimidos desta
terra.
Pergunta 3: 0 que a Assembléia de Puebla vem trazer
de mais-concreto para a Igreja de Vitó
ria?
Dom Luís:
Em parte, já respondi, quando tratei da
rimeira pergunta. Mas posso adiantar
. ais alguma coisa. Esperando descobrir
melhor a mensagem da Assembléia, já vejo que
ela
vem iluminar e confirmar a caminhada da gente,
em
muitos pontos. Já citei as comunidades. Assim tam
h3m, a preocupação com a religiosidade popular
ou
com os servidores do povo de Deus. 0 apoio a
uma
evangelização libertadora e a condenação das ditadu
ras de toda natureza. A chamada para uma
atenção
ao mistério central de Jesus Cristo e para a devoção a Nossa Senhora. Enfim, a colocação muito cia
ra da "op^ão pelos pobres": como sendo a única atT
tude possível para quem quer seguir o Evangelho: o
único caminho de saída para um mundo mais justo
e
fraterno.
^wmm.
INTERIOR
SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE COLATINA
Recebemos de Colatina, 2 cartas de
doxs
trabalhadores rurais. Eles falam sobre a importan
cia da participação no SINDICATO da classe dos tra
balhadores rurais. Assim diz um deles:
"Nas reuniões que sao feitas em toda nos
sa Arquidiocese, falamos na luta para um mundo melhor, mais justo e mais humano.^ Acho que um dos or
gãos que pode nos ajudar muito é o SINDICATO.
Mas para isto é preciso organização.
E
preciso que esteja na direção destes orgaos pessoas
que sejam realmente verdadeiros representantes
da
classe, gente que esteja realmente do lado do peque
no.
Existem muitos Sindicatos em que a Direto
ria fica naquela de servir a dois senhores ao mesmo
tertiDo, ou naquela de dar só assistência medica. Pre
cisamos de verdadeiros representantes que lutem
pa
ra que as leis que interessam ao__ trabalhador, sejam
realmente postas em prática, e não só no papel.
.7.
Na região de Colatina temos o grave problema dos chamados bóias-frias.
são trabalhadores
desprotegidos, trabalhando de noite a noite, sem
carteira assinada, sem férias, em troca de um salário de fome. Isto sem contar com os meieiros, que
sao mandados embora sem justa indenização.
Precisamos de gente na direção dos Sindi
catos que se esforce um pouco mais em fazer respeitar os direitos que o trabalhador adquiriu com
o
seu trabalho.
É preciso que haja luta para uma reforma
agraria. Pois sabemos que existe muita miséria em
conseqüência da falta de terra.
E o outro lavrador arremata com os seguin
—
tes versos:
Mas nós estamos lutando
no Sindicato em comum união
exigindo os nossos direitos
pois é o dever de todo cristão.
O nosso sindicato
é meio duvidoso
o_nosso presidente
não quer ouvir a voz do povo.
Mas estamos lutando
entre nós trabalhadores vai bem
assim como Jesus venceu
nós vamos vencer também.
1- Como vemos, nossos irmãos de Colatina des
cobriram uma FERRAMENTA DE TRABALHO para a constrü
çao "de um mundo melhor3 mais justo e mais humano":
e o SINDICATO.
2- E_já estão conhecendo essa ferramenta de
perto. Estão enxergando as qualidades e os defeitos desta ferramenta:
QUALIDADES: - "pode ajudar na luta"
- "estamos__lutando em comum união"
- "entre nos trabalhadores
vai
bem"
- "e preciso organização".
DEFEITOS :
. "nosso sindicato é meio duvido
so"
.8.
. "o nosso presidente não quer
ouvir a voz do povo"
. "diretoria que fica naquela de
servir a dois senhores"
. "sindicato que so da assistência médica".
3- Estão aprendendo o jeito de usar
melhor
esta ferramenta:
_
- "precisamos de pessoas, na direção, que
sejam verdadeiros representantes
da
classe"
. , * j
- ".que estejam realmente do lado do peque
no".
4- Eles conhecem bem o terreno onde vão usar
a ferramenta:
,
, -.
r • ^
- "o grande problema dos boias-tnas
e
dos meieiros
.
«- •
i
- "existe muita miséria em conseqüência
da falta de terra".
5- Já sabem a semente que querem plantar:
- "fazer respeitar os direitos que o tra
balhador adquiriu com o seu trabalho
- "luta para uma reforma agraria".
6- Eles vêem com clareza o FRUTO que querem
colher.
- "UM MUNDO MELHOR, MAIS JUSTO E MAIS HUMANO"
- "Assim como Jesus venceu nos vamos ven
oer também".
9.
CHAMADA
DOS
LEITORES
Povo que luta na roça
Povo lindo e obediente
Traga as suas mensagens
Para o Boletim da Gente,
(Yevginio - Linhares)
Povo da periferia
Que trabalha consciente
Mande sempre suas cartas
Para o Boletim da GenteJ
Mandem relatórios, versos, notícias, co
mentarios ou cartas para:
Boletim da Gente
Caixa Postal 107
29000-Vitória-ES
.10.
ESPECIAL:
—aaHPBC
VIAGEM A LÃBREA
No ano passado, noticiamos a viagem que 3
leigos e um padre de nossa Diocese fizeram a Labrea
- nossa Igreja Irmã, no Amazonas.
Aqui vamos publicar o relatório desta via
gem, feito em versos por ANTÔNIO GAMA.
Ele e mora
dor da Periferia de Vitória.
VIAGEM A LÂBREA EM 8-7-78 PELA ARQUIDIOCESE
DE VITORIA.
ANTÔNIO, HENRIQUE E DARCY:
No dia 8 de julho
o almoço com Dom João.
Depois a rodoviária,
juntos com outros irmãos,
despedimos uns dos outros
na maior satisfação
levando muitos abraços
e encomenda aos irmãos.
Chegando ao Estado do_Rio,
encontramos outra irmã
com as passagens a São Paulo
pra chegar pela manha
depois de nos instruir
e logo se despedir
foi reunir com as irmãs.
_
Chegando cedo em Sao Paulo,
na rodoviária saltamos
encontramos dois irmãos
que estavam esperando.
Foi com bastante alegria
que ali se abraçamos^
domando outra condução
seguindo em direção
no aeroporto chegamos.
Tomamos o avião
cinco horas viajamos
entre vôos e parada
onde aterrizamos.
.11
Chegando em Porto Velho
o Padre logo encontramos
depois de nos abraçar
outra condução tomar
em sua casa chegamos.
Na casa paroquial
ficamos naquele dia
para descansar um pouco
e pensar no que fazia.
No outro bem cedo
a viagem prosseguia
tomando um avião pequeno
e para os ares subia
chegamos então em LÂBREA
foi com bastante alegria
Na casa paroquial
os irmãos nos acolheram
também com muita alegria
muitos abraços nos deram.
Depois de entregar os presentes
e almoçar 3untos contentes
a descansar nos mandaram.
Depois de nós descansarmos
despertou nossa atenção
então fomos reunir
e fazer a programação
depois de bem discutido
ficou também decidido
as tarefas e obrigação.
Quando tudo combinamos
Ali fomos dividir;
Antônio, em Tapauá
em Canutama, Darcy.
0 padre Alfredo, em Lábrea
Henrique em Panini.
São quatro os municípios
que faz parte a prelazia:
em Lábrea a paróquia sede
os outros é prelazia.
Apesar de tão distante
os trabalhos é importante
e o povo tem harmonia.
12
As viagens pelos rios
com muita dificuldades
barco a motor ou canoas
rompendo até tempestades
vão remando rio afora
viagem dias e horas
pra chegar ãs comunidades.
Junto ao barco o povo leva
roupa agasalho alimentos
apesar de muito frágil
todo esses nutrimentos
farinha, peixe, a comer
e assim sobreviver
e pra reunir vão sedentos.
Chegando
ao lugar marcado
Pra fazer a reunião
todos vão se ajuntando^
^i e mãe filhos e irmãos
depois
de se preparar
e
um hino alegre cantar
c
omeça a reflexão.
Termina a Ia. parte
chega a hora de almoçar
as cozinheiras vexadas
vão logo a mesa arrumar
vai chegando um a um
põe a comida em comum
para todos compartilhar.
E porque é muita gente
forma um grande ajuntamento
todos vão se acomodando
com todo comportamento
vasilha sempre a lavarem
pra todos participarem
igual festa de casamento.
R
eunião
na
beira
rio
e
les chamam desobriga
Porque
deixam a obrigação
ao
8 trabalhos das seringas
P^a
libertação humana
e
les
perdem até semana
1
nem se quer a fadigas.
.13.
A vida dos seringueiros
é bastante agitada
para poder ganhar o pão
sai em alta madrugada
a tarde volta cansados
e ainda são obrigados
a sair pra mariscada (pescada).
Nos produtos que eles colhem
são bastantes explorados
porque os grandes patrões
e que tem deles comprados
dizem que não tem valia
só compram por mixaria
ou por cereais trocados.
Ê esses os sofrimentos
que se encontra nossos irmãos
buscando a sobrevivência
nesta grande exploração
mas lutam com esperança
de algum dia ter mudança
pra esta situação.
Depende de nos também
na medida que aceitamos
de ajudar este povo
junto sempre caminhamos
Jesus Cristo é nossa luz
e a nós todos conduz
ao seu reino que esperamos.
Por hoje vou terminar
com toda preocupação
de fazer o mundo inteiro
lutar pra libertação.
E se os irmãos gostar
podemos continuar
em outra ocasião.
Governador Lindenberg "51"
tem profeta lavrador
em Córrego Dantas também
há um simples servidor
aqui na Grande Vitória
tem operário escritor
o operário que foi a LÂBREA.
14.
A ASSEMBLÉIA DA DIOCESE DE SAO MATEUS
A Dioaese de São Mateus (ES)3 realizou tam
bem sua Assembléia Geral Diocesana. Foi no último
mês de dezembro. Participaram desta grande reunião
82 pessoas, entre padres, religiosos, leigos, semi
naristas e o Bispo, DOM ALDO GERNA.
Nesta Assembléia foi feita uma revisão do
trabalho pastoral em 78, assim como o planejamento
Para 1979. Para isto, foi feita antes uma revisão
geral em cada paróquia.
Os presentes participaram vivamente
do
encontro e no final decidiram as PRIORIDADES PASTO
RAIS PARA 1979. Assim, neste ano, os trabalhos vao
girar em torno de 3 assuntos principais:
1- CONSCIENTIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA
2- FAMÍLIA
3- PENITÊNCIA.
- Queremos aqui mandar aquele abraço a
todos os irmãos da Diocese vizinha e irmã. Es
tamos juntos na luta "para que o homem
seja
mais homem", mais gente. Para que todos seja
mos "fermento na transformação de nossa socie
dade".
30 MILHÕES
DE BRASILEIROS VIVEM NA
M
P0BRE7A ABSOLUTA"
Atualmente no Brasil, de cada 100 pessoas,
25 pessoas estão vivendo em estado de "pobreza abso
iuta".
Isto quer dizer que eles nao ganham o su
ficiente para comer o mínimo necessário para susten
.L5.
Nem mesmo podem pagar as outras
tar »eu organismo.
despesas familiares.
No total, são 30 milhões de pessoas viven
do nesta vida de completa marginalizaçao. Isso da
dezessete (17) vezes mais que a população de todo o
Estado do Espírito Santo!
Estes dados foram revelados no Rio de Janeiro pela Fundação Getúlio Vargas.
(CEI n9 145)
"UMA AUSÊNCIA QUE SE TORNA PRESENÇA"
Claudionor Covadini era um rapaz jovem e
sadio, com apenas 34 anos de idade. Morava em Governador Lindenberg - "51", município de Colatina
Em janeiro sofreu um acidente de automóvel, e, mais
tarde, veio a falecer num hospital de Vitória,
no
dia 23.
Em sua comunidade, Claudionor era membro
ativo e assumia os seguintes eerviçoa:
. No Sindicato doe trabalhadores rurais
-
.16._
, no ooneelho da comunidade
. no coral local - era aoordeonieta e cantor
. na comieeão pastoral da Terra - CPT
. nos grupoe de caeaie
. preparador de noivos
. dirigente de círculo bíblico
. equipe de liturgia^
. minietro de matrimônio.
Assim, Claudionor era muito querido
por
todos que o conheciam. Prova disto é que mais
de
20 ministros leigos dirigiram a celebração de corpo
presente. E mais de 3 mil pessoas acompanharam
o
seu sepultamento.
Na celebraçio, £oi-*caatado o "louvado se
ja" com versos feito» pelo pessoal da comunidade em
sua homenagem:
"Louvado seja meu Senhor"
For tudo de bom que fez Claudionor.
- Pelo trabalho do Claudionor
que pra nó» foi um tinal
de igualdade e amor.
- Pelo trabalho do Claudionor
que lutou no sindicato
defendendo o lavrador.
~ Por *mi trabalho tão bonito
jã estorno» oonsoientes
que ja »9ti iu**o do Crioto".
ÍNDIOS
O artigo 65 de Bstatuto do índio, que foi
elaborado an 1973, provim o» pra«o do 5 anos
para
demarcar as terras pextencontoo «o» ladioe.
Destas torras üadígonas aiada nao demarca
das até hoje, aponaa 20 por cento delas foram modl
das pela POMAI.
Para discutir este problema^ foi realiza
.17.
do de 16 a 19 de dezembro de 1978, na cidade
de
Goiás, uma reunião com representantes de tribos de
7 estados.
Neste encontro, os representantes indíge
nas escreveram um documento, que diz:
"... Sr. Presidente, queremos que
seja
cumprido o item 65 do Estatuto do índio.
Queremos
que se reconheça o índio como herdeiro e dono leg^
timo de suas terras, e que as reservas sejam reconhecidas como propriedade coletiva das comunidades
indígenas.
Sr. Presidente, não estamos querendo ^ditar normas e leis, pois não somos nenhum catedrâtico, jurista ou teólogo, mas simplesmente
queremos
deixar claro as nossas exigências imediatas que nos
assegura o Estatuto do índio".
Estes são pensamentos do índio brasileiro ,
através de seus representantes no encontro realiza
do em Goiás.
Estiveram presentes os seguintes Estados:
Amazonas, Amapã, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul.
(Boletim do CIMI, nÇ 52
TR. 14.09.78)
PASTORAL OPERÁRIA - NOVA IGUAÇU
No mês de dezembro foi realizado em Nova
Iguaçu um encontro sobre Pastoral Operária.
Participaram bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que refletiram durante 3 dias sobre as
questões da Pastoral Operária no Brasil.
Os temas discutidos foram:
- A condição Operária no Brasil.
- 0 processo de industrialização no
e o papel da alasse operária neste processo.
- A prática da Pastoral Operária e
problemas mais profundos.
- Tentativa de esboçar uma proposta
linhas para a Pastoral Operária no Brasil.
Pais
seus
de
18
PASTORAL OPERÁRIA
"Enquanto operária, ela deve vir da cla£
se operária, ser feita pela classe operária e destinar-se ã classe operária.
Enquanto pastoral ela é um serviço ã cias
se operária para que esta se encontre cada vez mais
em Jesus Cristo, para a transformação do mundo, no
sentido da construção de uma nova sociedade com
a
libertação de todas as dominações e da própria sociedade de classes.
(Notícias-CNBB, nÇ 49)
PERSEGUIÇÕES NO' ESTADO DO PARÁ
■
"O Secretariado Naaional da Comissão Pas_
toral da Terra CPT, vem a público manifestar-se so
bre o processo em andamento na Justiça Militar
de
Belém, Pará, contra o Dr. Paulo Fontelles de Lima ,
advogado, contratado pelo Regional da CPT, no Pará,
a estudante Hecilda Veiga e o Jornalista Luiz Macklouf.
Cumprimos, desta forma, nosso dever de so
lidariedade humana e Cristã para com estes persegui
dos, e a todas as famílias de lavradores do Pará que
poderiam vir a sofrer as conseqüências destas perseguições contra seu defensor legal, o Dr.Paulo Fon
telles."
Isto, que você acaba de ler, faz parte de
uma carta de protesto da CPT do Pará, contra
as
perseguições feitas a alguns de seus membros.
Quando começou isso? Foi em 1971, quando
o Dr. Paulo Fontelles de Lima, estudante de direito, foi preso juntamente com sua esposa
Hecilda,
que estava grávida. Durante o tempo de prisão eles
foram torturados barbaramente fora e dentro do Ministério do Exército.
- Foram pendurados com os pês e as mãos amar
radas a um pau.
- Foram deixados sem roupa, como se^carrega
um porco para a feira, recebendo choques elétricos'
nos órgãos genitais.
- Foram colocados dentro de uma caixa de eu
catex por 3 dias. Sem água e comida, sozinho, enquanto ligavam barulhos estridentes e altos
para
deixar a pessoa louca. E muitas outras torturas fí
sicas [_no corpo) .
E eles estavam sabendo que muitas outras
pessoas sofreram e continuam sofrendo esse tipo de
.20.
torturas. E sabiam que nunca nenhuma autoridade_to
wou alguma providência para acabar com isto. Então,
eles resolveram denunciar tudo isto no jornal "Resistência", do Pará.
Por causa da denúncia, as autoridades ao
invés de processarem os torturadores,
resolveram
processar os que foram torturados.
Desse modo, as vítimas deste processo nao
são somente o Dr. Paulo e seus companheiros.
Mas
sim, todo povo lavrador do Pará. É este povo
que
esta sendo perseguido e processado na pessoa de seu
advogado.
Norte II-
* Por meio do Boletim da Gente queremos
prestar nossa solidariedade para com os ir
mãos perseguidos no P^ra. E estamos juntos
na Lutai
*
@mm
.21,
OA TEMOS NOVQ
PRESIDENTE, KE?
E... A TOSSE TO\
NO DIA 15 DE
MABÇO.
1»IZEM QUE EOÍ
UM FESTSO.
FOI SIM.(SASTA.f
AOO MILHÕES Pc
CUU2E1ROS/
i
EKJTÃÒ DISTRIBUíRAM
COMIDA PV20 pOVO? y
1
QUE NADA!
FORAM 5 MIU CONVlPg
TUDO ERA AUTO»"^
UE",
0 QUÊ? 100 BI ANTIGOS?
6 UMA NOTA, HEIN/^/ &
' ^
COMIDA FORAM
ÔM»U QUILOS/
E... O POVO FICA SEMPRE PORÍ^?
CLARO/ O FOVO NAO ^
RESIDENTE TEM «^
UNS 15 ANOSJ
éf|[
ASSIM, F\CA FORA MB
.22.
MAS DIXEM QUE ELE RECEFTEU MUITAS
HOMENAGENS, ATé TJAS CUIANçAS/
PROGRAMARAM ATESTA, ALUGARAM
HOTÉIS E CAUfcOS.
ER.AM 300 GARÇONS PARA
StRVIR A COMIDA FEITA POR 120
COZINHEIROS.
E TLmo ISSO PROGRAMADO PARA
1>AR IDÉIA DE FESTA/
PERIFERIA
PLANEJAMENTO DA EQUIPE DE COORDENAÇÃO DA PERIFERIA DE VILA VELHA
A equipe de coordenação da Periferia
de
Vila Velha é formada por representantes leigos de
quase todas as comunidades de Vila Velha. Funciona
como um Conselho da Região de Vila Velha.
Os objetivos principais da equipe são:
- animar^ acompanhar e oonsoientizar a caminhada do
povo em Vila Velha,
- organizar a luta do povo.
Nas 3 ultimas reuniões da equipe foi fei
ta a avaliação dos trabalhos realizados em 78 e o
planejamento para 1979.
Os pontos principais do PLANEJAMENTO PARA
7 9 sao:
- dar força a formação de grupos e novas lideranças;
- dar maior atenção ao trabalho com os operários Pastoral Operária;
.24.
dar força ã organização dos setores, isto é,
dar
força ao trabalho de conjunto entre as comunidades vizinhas que formam o setor;
~realizar treinamentos e estudos da realidade;
dar continuidade d Luta -pela Melhoria do Transpor^
te Coletivo;
,
dar força as comissões de bairros;
realizar uma assembléia de todas as comunidades
de Vila Velha, na Páscoa;
renovar a equipe: novas pessoas para participarem
da equipe.
* ALO, pessoal da região de Vila VelhaJ
Parece que a caminhada em 79 vai ser de
muito
trabalho e luta, ne?
Que o Espírito do Senhor lhes dê mu_i
ta força e coragem para seguirem firmes no rumo
do REINO!
'
AbraçãoU!
INTERIOR
UMA QUARTA-FEIRA DIFERENTE
Parece que a comunidade de São João da Bar
fa Seca, da Linha Ita, entendeu muito bem a palavra
de Deus: "EU quero é a prática da Justiça".
Uma família de flagelados bateu às portas
da comunidade. Sem casa para morar, o pai de
famí
üa doente, e o cafezal que ele tinha que limpar es
tava no meio do mato, pois sua saúde não lhe permitia trabalhar. A terra era de outro, de modo que o
cafezal tinha que estar limpo no prazo certo.
A comunidade se reuniu para^preparar a ce
levração
da
4a. feira de cinzas. Alguém contou
o
c
aso. Então, uma pessoa da comunidade disse:
"Gen
t
e, nossa celebração das cinzas vai ser no
ào homem.
Quem topa?".
cazefal
0 povo topou. Topou de fazer umárcelebra
Çao diferente: limpando o cafezal para o homem doente. Na 4a. feira de cinzas, 15 homens fizeram o mu
tirão e deixaram limpo o cafezal. Esta foi a verdadeira celebração das cinzas da comunidade de
SAO
^OÃO DA BARRA SECA.
.25
A SITUAÇÃO DO POVO PEQUENO
"Li na página 15 do Boletim n9 6vnovas no
tícias sobre o café no Espírito Santo.
Li no rodapé
da mesma página que os grandes estão reagindo.
- E o pequeno? - pergunta o Boletim.
- 0 pequeno fica ã espera
de
melhores
Dias, estes, que só surgirão quando as pesresponsáveis pela resolução do problema, apelarei para o bom senso e se tornarem mais instruídos
religiosamente.
S5 assim compreenderão que
Deus
criou este mundo para todos, mas que não está haven
do igualdade. E que esta falta de apoio aos nossos
1
vradores, ao nosso homem do campo, é muito
preju
duial e muito perigosa para o nosso Estado e o nos
so pais.
Sem o devido apoio, sem o reconhecimento
de seus trabalhos, este povo pequeno deixa sua lavou
ra e vai para a cidade viver deste salário de
fome
que temos. E vivendo deste salário, famílias com um
número grande de filhos pequenos, não dá nem para ma
tar a fome dos filhos, e muito menos mantê-los
num
colégio. Daí o perigo de estes serem criados
"j&g®
dos" e aumentarem o n9 de marginais, dos batedores
de carteiras, dos assaltantes, dos ladrões de carros,
etc., etc.
Mas aproveito o momento para dar um
alo
para este povo pequeno, povo sofrido mas que é o povo de Deus.
Coragem, paciência e fé em DeusIJI
0 clamor dos que sofrem há de tocar o co
ração das nossas autoridades e dentro em breve vere
.26.
"^s e teremos "trabalho e justiça para todos".
O Boletim da Gente também vai ajudar
Esta é a minha opinião".
0
*
mui
Nossa página da "Realidade Capixaba", mais
, ^ma vez, é colaboração de D.OLÍMPIA, da BARRA
DO
LARANJAL - ITAGUAÇÜ.
Sua participação no Boletim é muito valio
a para todos, D. Olímpia. Esareva Sempre.'
s
e
Us queridos irmãozinhos
j®
todo o meu Brasil
0
dos
trabalhando para Deus
s
Sse
povo mais gentil.
II
Que todos os nossos trabalhos
Sejam mesmo competentes
Para todo povo ouvir
Pelo Boi ftim da Gente.
III
■Nô
j. s somos filhos de Deus
SQ
ndo
s
sem
Pre'?u?-Ça
Povo que caminha
p ^°
ara o Reino de Justiça,
.27.
IV
Povo que luta no mundo
Trabalhando todo mês
A nossa comunidade
Reza por todos voeis.
V
Meu querido Povo de Deus
Seja ele seja ela
Aceite de coração
O abrace V Portela.
VI
Povo simples e humilde
Não acredite em novela
Tenham bastante fé
Como o Povo de Portela.
(Vevgínio - Comunidade de Portela - Linhares).
As cartas continuam chegando I
* De Rancho Fundot município de Colatina^ escre
ve o Geraldo Sperandio:
"Lendo o Boletim da Gente, encontrei tudo
de bom: as noticias e trabalhos da nossa Diocese, os
acontecimentos de todo o nosso Brasil...
Com esse Boletim a nossa consciência vai
crescendo, os nossos olhos vao se abrindo para lutar
.28.
por nossos direitos. 0 pessoal esta gostando do Bo
letim porque ele e nosso, ele e a nossa realidade,
ele e tudo para uma consciência bem concreta .
Caro Geraldo: Obrigado pela sua carta. Ela
nos deu muita animação mesmo. Esperaonos que o
Boletim continue agradando por ai.
, .. ^
Contamos com você para espalhar o Boletim pa
ra o máximo de pessoas, ai na região.
* De mais longe um pouquinho, escreve o Eomualdo, residente em PARA DE MINAS:
"Sou seminarista e estou engajado num tra
balho de^base. Portanto, o contato com vocês e útil
e necessário para mim".
ALÕ, Romualdo! Sua carta f^^Vi^Bolenós. Já lhe mandamos o ultimo numero do
Bole
tim, com as informações sobre assinatura.
Aquele abraço.
* De mais longe ainda, ^^^^/Sz?
Es
"e-pístola do Irmão Bruno, da comumdade deTAIZE' E£
ta comunidade agora está vivendo em Alagomhas - no
interior do Estado da Bahia.
Os irmãos de Taizé formam uma ^^f^^l
nica, quer dizer, são pessoas de religiões diferentes, que vivem em comum.
ste
6 anos.
Elps moraram em vitoria durante
UU-LCUH-^. . . - Ne
.
,
tempo! o limão Bruno foi confirmadono ministério de
DiácoAo
Aaui, ele exerceu o seu ministério na Comu
nTdãlda TlaRuhim. E. lá, na Diocese de
Alagoinhas, continua no serviço ao povo de Deus.
Diz ele na carta:
"Gente, peguei no "Boletim da Gente" n' 6
29
e me deu vontade de lhes escrever.
Por três vezes queria estar com vocês
ano passado: nas assembléias das comunidades
2a. Assembléia Arquidiocesana.
e
no
na
permitiu
A nossa instalação na roça não
essa realização.
9
Pois bem, o "Boletim da Gente" n 6 trou
xe-me mais respostas a minha per gunta e fiquei então
muito feliz.
Hâ dois anos, o Povo de Deus me confirmou
oficialmente no seu serviço.
Aqui continuo realiza ndo esse compromisso
assumido, porque "quero servir o Reino em seus membros sofridos".
Desta vez estou trabalhando na PAS
TORAL DA SAÚDE, junto as comunid ades de base.
Tudo de bom, no Senho r, neste novo ano.
Um abração!
Alagoinhas,
Epifania do Senhor,
1979.
BRUNO
Aqui mandamos nosso abraço fraterno ã comuni
dade de Taizê e aos irmãos da Diocese de
Alagoinhas.
Escrevam sempre!
RECADOS
*Alos Percilina, da comunidade de Aribiri,
^
Vila Velha. No próximo Boletim vamos publicar suas
músicas, certo? Desde já agradecemosI
Vocês já repararam um nome que sai sem
pre na capa de traz do Boletim da Gente? - CEDIV. O que é isto? CEDIV
quer dizer:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DA IGREJA DE
VITÓRIA.
.30
É no CEDIV que o Boletim da Gente é escr_i
to. É aqui que chegam as cartas de vocês.
Chegam
também outros boletins de todo o Brasil .
Jornais ,
revistas, folhetos e cartilhas também chegam. De tu
do isto é que sai o nosso Boletim.
No próximo número, a gente fala mais
um
pouco do C.E.D.I.V.
* Atenção, leitores!
O CEDIV
está preparando para breve uma
CARTILHA SOBRE AS ENCHENTES DE 1979.
nidades
guntas.
Será uma cartilha para reflexão nas comu
Terá fatos, desenhos, comentários e per
Aguardem.'
J E para o Boletim de Maio, estamos preparando notí
^ cias especiais sobre o
J DIA 19 DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR.
* E mais:
Notícia sobre o ENCONTRO DA COMISSÃO PAS_
TORAL DA TERRA - CPT - NO ESPIRITO SANTO.
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DMGEMTE