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Vol. XVII • N° 285 • Montreal, 04 de abril de 2013
Editorial
Ameaça e chantagem
•
Por Carlos DE JESUS
C
ostuma-se dizer que o mundo
está governado por loucos. Mas há uns
que são mais do que outros. E entre os primeiros, em lugar bem destacado, está Kim
Jong-un, o líder hereditário da República
Popular Democrática da Coreia (RPDC),
vulgarmente conhecida por Coreia do
Norte.
Na passada terça-feira, numa escalada
verbal mais tonitruante que de costume,
Kim Jong-un anunciou a sua intenção de
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Editor: Norberto AGUIAR
Administradora: Petra AGUIAR
Primeiros Diretores:
• Pedro Felizardo NEVES
• José Vieira ARRUDA
• Norberto AGUIAR
Diretor: Carlos de Jesus
Chefe de Redação: Norberto
Aguiar
Redator-adjunto: Jules Nadeau
Conceção e Infografia: N. Aguiar
Escrevem nesta edição:
• Carlos de Jesus
• Sylvie Pelletier
• Fernando Pires
• Norberto Aguiar
• Inês Faro
• Osvaldo Cabral
• Filipa Cardoso
• Lélia Nunes
• Elisa Fonseca
• Lélia Nunes
• Adelaide Vilela
Revisora de textos: Vitória Faria
Societé Canadienne des Postes - Envois
de publications canadiennes - Numéro
de convention 1058924
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Bibliothèque Nationale du Canada.
Port de retour garanti.
L u s oP r e s s e
Página 2
A falência dos transportes
•
Por Osvaldo CABRAL
O
setor
empresarial do Estado é constituído
por 137 empresas,
83 das quais são
participadas a cem
por cento pelo
mesmo.
Foi um monstro que herdámos
do período das nacionalizações e das
loucuras cometidas por todos os governos,
para abrigar os acólitos dos aparelhos partidários ou ajudar os amigos da área política.
As empresas financeiras representam
34% do monstro empresarial do Estado, seguindo-se o setor dos transportes, com um
peso de 18%.
Das financeiras já todos conhecemos
o descalabro, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, porto de abrigo das famílias partidárias, que também já dá prejuízo.
Grave, grave, é o setor dos transportes,
que todos os anos, há mais de uma década,
apresenta avultados prejuízos, oscilando entre os 500 e os 600 milhões anuais.
Os campeões do descalabro são, à cabeça, a CP, seguida do Metropolitano de Lisboa, a Carris e o Metro do Porto.
A província, que não anda de metro, e
os insulares, que não têm comboio,
contribuem, também, com os seus impos-
tos, para o festim das capitais lusas.
Chamam a isto, pomposamente, “indemnizações compensatórias”, que têm vindo a
crescer todos os anos, desde o ano 2000.
Numa década cresceu 157%, o que equivale
a mais de 1 bilião de euros em todo o setor.
Apesar disso, as empresas apresentam, todos os anos, resultados desastrosos.
As contas são confirmadas num estudo
do ISCTE, da autoria de Helena Isabel Sebastião, num projeto de mestrado em Gestão,
apresentado em maio do ano passado.
É aqui que entra a questão: se essas empresas são altamente financiadas com os dinheiros públicos, qual o motivo para o Estado
não apoiar, na mesma ordem de grandeza, os
transportes marítimos e aéreos dos Açores?
Se vivemos em ilhas e não temos outras
opções para nos deslocarmos, merecíamos a
mais larga fatia do apoio público.
É verdade que também recebemos “indemnizações compensatórias”, mas nada comparadas com o apoio crescente às empresas
do continente.
Para este ano, por exemplo, o Governo
da República vai reduzir em 14% o pagamento
das indemnizações.
Vão ser entregues “apenas” 305 milhões
de euros, sendo que 70% desta verba é para as
empresas de transportes.
Sabem quem é mais prejudicado nesta
redução?
Claro, os Açores.
As mais deficitárias continuam a ver as
suas indemnizações aumentadas, enquanto a
SATA sofre um corte de 4,6 milhões.
De lanterna na mão à procura da Democracia!
•
Por Fernando PIRES
G
ostaria de dizer que esta minha opinião não se limita apenas ao Quebeque, mas
também e em forma de raspão, apontarei a fisga ao partido no poder em Otava. Porque,
queiramos ou não, tudo isto está interligado,
mesmo para aqueles que dizem que uma coisa
não tem nada a ver com a outra. Só os indignados que desconheçam o princípio da democracia, da injustiça, da desonestidade, da ladroagem, podem agir de modo contrário!
1 – Comecemos então pela democracia
que está mais perto de nós, sem esquecer evidentemente a monarquia do Sr. primeiro-ministro do Canadá, assim como o mundo que
hoje nos rodeia, e que não deixa de ser uma aldeia global, onde por vezes se lava a roupa suja em vez de se tratar da coisa do usurário público que é roubado aos honestos cidadãos. Num
texto publicado nas páginas de ideias do jornal
“Le Devoir”, André Laroque escreve o seguinte: “os partidos contra os cidadãos”. Todos
compreenderão que o conceito de partido deve
ser mais vasto que o Partido Quebequense ao
qual o autor dirige a sua crítica.
Contudo, a frase aqui utilizada pelo Sr.
Laroque traz água no bico desde que René Lévesque “abandonou” o barco!
Se Andreé Laroque visa textualmente o
Partido Quebequense, ele visa todos os parti-
dos que têm assento na Assembleia Nacional,
podendo também ter uma extensão global sobre a democracia. Só aqueles que não se querem
ocupar da política deixam que a política se ocupe deles. Já numa outra vida os atenienses na
Praça Pública da ex-ágora de Atenas se ocupavam do poder daqueles que se queriam acaparar
dele!
Por isso vivemos tempos de corrupção e
de patifaria; porque para alguns a política é um
bicho-de-sete-cabeças que faz com que temos
governos e os partidos que merecemos!
Vamos, então, para já, à democracia que
nos é mais próxima, que é a democracia política
dos partidos municipais, e da província.
Segundo André Laroque, que foi subministro da pura convicção política de René Lévesque, o seu governo propôs na Assembleia
Nacional em 1977 a adoção da lei N-2, que se
aplicava ao financiamento dos partidos políticos. Laroque diz que esse momento foi para
ele “um grande momento de glória”.
Este homem queixa-se hoje do orgulho
da lei N-2 do Partido Quebequense de René
Lévesque, “ridiculizada e sabotada em 6 de dezembro, “ – se assim foi”. Ele defende agora
os cidadãos contra os partidos, indo ao ponto
de dizer que “não haveria corrupção se não
houvesse quem recebesse ilegalmente os ladrões – esses são os partidos”. Para o Sr. Laroque, que outrora, com outros, por exemplo
Claude Ryan, Pierre F. Coté, Pierre Dansereau,
iniciadores em outubro 2001 do Novo Movi-
A REFER é a que mais receberá (53,8
milhões), seguindo-se o Metro de Lisboa
(49,7 milhões), a STPC (15 milhões), e por
aí fora... (Todas juntas davam para financiar
a SATA durante uma dezena de anos e a
RTP-Açores duas dezenas).
Só o Metro do Porto, um projeto altamente deficitário, vai gastar este ano 475
milhões de euros, quase metade do orçamento dos Açores.
Eu já nem falo do transporte marítimo
de passageiros entre as ilhas, que devia ser
tratado pelo Estado à semelhança dos cacilheiros de Lisboa, mas prejudicar os açorianos que aqui residem, através do reduzido
apoio ao transporte aéreo, é uma injustiça
gritante e que merece ser penalizada por todos os açorianos nos actos eleitorais.
Até os madeirenses são tratados pelo
Estado de forma diferente.
É ver a rota Funchal/Porto Santo, operada pela empresa açoriana SATA, cuja exploração é deficitária na ordem dos 6 milhões de euros, pagos pelo governo da república a título de... “indemnizações compensatórias”.
O mesmo Estado que recusa solidariedade às famílias açorianas e à Região pelos
prejuízos causados pelo mau tempo.
É esta desigualdade de tratamento que
é incompreensível.
Já não bastam as tarifas proibitivas que
nos cobrem para sair das ilhas.
Temos também que pagar a gestão de
regabofe de todas aquelas empresas do Estado.
Já não é, apenas, uma questão de falência das empresas.
É, também, a falência da política e da
ética do Estado.
mento pela Democracia (NMD). É claro que
os toques que se dão atualmente à lei N-2 de
2012 dos partidos; segundo Laroque, não tem
nada que se pareça com a lei de Lévesque de
1977.
Para aqueles que estejam interessados no
texto, mencionaremos aqui seis pontos que
ele invoca como principal crítica: Lutar... Fixar... Marginalizar... Servir... Partilhar... Fazer
de Conta que...
Para Laroque: “da lei N-2 de 1977, à lei N2 de dezembro 2012, vai uma grande descida
nas exigências que a classe política se impõe a
si própria”.
2 – Observemos agora a passagem à cena
da democracia do governo do Sr. Harper.
Este governo tem sido um governo que
governa com a tal lei, chamada lei Mamute.
Desde que está no poder, o Sr. Harper não deu
um passo para que o bilinguismo no Canadá
se possa aplicar às outras províncias canadianas. Do mesmo modo, o seu partido está-se
nas tintas para os direitos das minorias do Canadá, começando pelas reservas indianas, pelas
mulheres e pelas minorias culturais e francófonas das outras províncias. Com exceção do
Novo Brunswick, onde as duas línguas são
oficiais, nenhuma aplicação do bilinguismo!
Talvez apenas em casos extremos! Se nos debruçarmos agora sobre o mandato deste governo, a sua democracia anda de gatas, é só estar
atento ao que acontece no Parlamento quando
se trata de debater os efeitos das leis no País,
tal foi o caso da lei Mamute passada a vapor!
Cont. Pág. 14, De lanterna...
L u s oP r e s s e
04 de abril de 2013
Página 3
Viagem pelo prodigioso mundo dos azulejos
•
Por Sylvie PELLETIER, estudante de Português da Universidade de Montreal
E
sta minha viagem pelo admirável universo dos azulejos teve
início quando preparava uma apresentação sobre a temática dos azulejos
para a aula de Português do professor Luís Aguilar, onde me cabia abordar a problemática dos tão badalados quadrados de cerâmica. No
domingo passado vi o filme Azulejos. Une utopie céramique, de Luís
de Moura Sobral, apresentado na Cinémathèque québécoise, no âmbito
do FIFA (Festival international du film sur l’art). O trabalho que apresentei na aula não foi mais do que uma modesta síntese sobre o tema
dos Azulejos. O visionamento do filme permitiu-me descobrir uma arte antiga impressionante e tão presente, ainda hoje, principalmente em
Bilhete de Lisboa
Novos restaurantes
•
Por Filipa CARDOSO
D
evido à crise e o consequente aumento do IVA os restaurantes para sobreviverem têm que usar imaginação, manter a
qualidade, e ao mesmo tempo não aumentar os preços. Infelizmente haverá muitos restaurantes que não vão conseguir manterse abertos mas em contra partida começaram a surgir pequenos
espaços dirigidos por jovens “chefes” que proporcionam viagens
únicas pelo universo dos sabores.
É especialmente ao almoço que os preços são mais em conta.
Há cada vez mais lugares para se ir com um grupo de amigos para
“picar” ou, por outras palavras, para partilhar e saborear verdadeiros
petiscos.
No restaurante Pharmacia, na rua Marechal Saldanha, em Lisboa, a lista ao almoço é de difícil escolha – rolinho de beringela, tâmaras e queijo de cabra, croquetes de pato, charutos de alheira, várias tibornas, como a de bacalhau assado com compota de pimentos. Toda a envolvência deste espaço tenta recriar uma farmácia
antiga com várias vitrinas de madeira onde não faltam os frascos
da botica. Os cocktails têm nomes de medicamentos para curar as
maleitas, como Omeprazol (à base de vinho do Porto e pera) e
Psicoestimulante (mistura de medronho com maracujá) e a água é
servida em garrafas H2O. Este restaurante está integrado num antigo palacete do século dezanove que pertenceu ao industrial Alfredo da Silva. Atualmente pertence à Associação Nacional de Farmácias, que é também responsável pelo interessante Museu da Farmácia.
O restaurante Páteo do Petisco, na Travessa das Amoreiras,
na Torre, em Cascais, é outro marco de grande sucesso, sempre
com casa cheia. Este espaço é de grande simplicidade. Existe um
verdadeiro pátio exterior com bancos corridos e no interior destacase uma grande ardósia, pendurada na parede, onde está escrita, a
giz, a ementa do dia. A oferta é vasta e muito bem confecionada –
sopas, saladas (ovas, polvo, bacalhau com grão), petiscos (ovos
com farinheira, pica pau, moelas, caracóis, etc.), bifes com vários
molhos, peixes e mariscos.
Este Páteo consegue aliar na perfeição o conceito de casa de
tapas com uma atmosfera muito alegre e descontraída, a um preço
muito razoável.
Mais ou menos com o mesmo princípio abriu recentemente
na Rua Fradesso da Silveira em Alcântara, Lisboa, o restaurante
Split (to Split…or Not). No menu podemos encontrar petiscos
nacionais e espanhóis, tais como – pimentos padron, bruchettas
de tomate, cascas de batata fritas, ameijoas à Bulhão Pato e “Ganda
Lata” que se resume a latas de conservas portuguesas, como ovas
de sardinha ou cavala.
Para terminar, gostaria de mencionar os 4 restaurantes distinguidos em Lisboa, pela “Boa Cama, Boa Mesa – Expresso
2013” com o Garfo de Platina o Restaurante Belcanto, e com o
Garfo de Ouro os restaurantes, Eleven, Feitoria e Fortaleza do
Guincho.
Portugal e no Brasil,
sem esquecer Montreal e os bancos públicos da rua St-Laurent que integraram
muito bem os impressionantes azulejos contemporâneos
na decoração do referido mobiliário urbano.
O filme, do género Road Movie, convivial, simples e sem
grandes pretensões,
conduz-nos pelo universo dos azulejos
começando pelo século XX. Luís de
Moura Sobral explica
o desenvolvimento
contemporâneo dos
azulejos que se inicia,
provavelmente, por
altura da visita de Le
Corbusier ao Rio de
Janeiro, na segunda
metade do século
XX, altura em que o
grande arquiteto urbanista se deixou seduzir pelos azulejos e,
diz-se que sugeriu a
sua utilização na arquitetura. Ainda que
muito mencionada
esta explicação, o certo é que a mesma não
se poder dar como
certa.
Em Portugal,
Luís de Moura Sobral
A foto mostra-nos o autor do projeto, professor Luís de Moura Sobral, à direita,
Luís Aguilar, leitor de Português na Universidade de Montreal, e Sylvie Pelletier.
acompanhado de um guia, mostra-nos os azulejos do metro de Lisboa. Wow! Um verdadeiro
museu da azulejaria contemporânea portuguesa. Toda a gente deve ir visitar este museu, quero dizer o metro de Lisboa. Depois, recuamos
no tempo para descobrir a origem do azulejo.
Percorremos vários monumentos para melhor
compreender a sua evolução ao longo de cinco
séculos: dos azulejos de influência mourisca
dos séculos XV e XVI, de elementos geométricos, até à primeira produção portuguesa do
século XVII, com um desenho ingénuo, geralmente, uma reprodução de gravuras europeias,
aos azulejos que se podem encontrar em Portugal e no Brasil (esta arte foi importada pelos
colonos portugueses deste país). Situa-se no
século XVIII, o apogeu dos azulejos, o ciclo
dos mestres que fizeram obras gigantescas,
tão-somente com as cores azul e branco. É
nesta época que uma maior exigência técnica
se pode verificar, a par da participação de artistas
como Policarpo de Oliveira Bernardes.
Quanto a mim, gostei, particularmente
dos detalhes de azulejos mostrados em grande
angular, já que os nossos olhos são insuficientes para tudo ver à vista desarmada. O filme
mostra-nos a capela de São Filipe em Setúbal,
o que nos permite perceber a utopia ceramista
de que fala o realizador.
Titulaire d'un permis du Québec
viagens
0ROP*OAQUIM3ILVA
Depois, Luís de Moura Sobral diz-nos
com tristeza que muitos mais azulejos ficam
nos entrepostos, não importa como, não importa onde. Por outro lado, o filme dá-nos a
conhecer o importante trabalho de restauração
e catalogação de azulejos, geralmente de elevado custo, do Museu Nacional do Azulejo em
Lisboa, onde muitas pessoas trabalham como
voluntárias, procedendo a uma tarefa colossal.
Não queria terminar este pequeno texto
sem referir o grande entusiasmo existente no
desenvolvimento e na utilização dos azulejos,
principalmente, em Portugal e no Brasil. De
onde vem esta paixão? Azulejos. Une utopie
céramique não responde a todas as perguntas
deste gênero, mas permite-nos, com certeza,
levantar o véu rumo a um melhor conhecimento da arte dos azulejos. É impossível ir a Portugal e ao Brasil sem reservar tempo para ver
esta utopia ceramista. Foi um grato prazer ver
esta arte, através do filme de Luís de Moura
Sobral. O meu sincero e reconhecido agradecimento.
Ficámos a saber da existência de uma cátedra de cultura portuguesa na nossa universidade, cujo titular é precisamente o professor
Luís de Moura Sobral, que realizou o seu filme
no âmbito desta instituição académica.
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L u s oP r e s s e
Dia da Mulher do LusoPresse
Qual o caminho a seguir?
•
Reportagem de Inês FARO e fotos de Karene AGUIAR/LusoPresse
A
13ª edição do Dia da Mulher foi dedicada este ano ao tema: «60 anos da Comunidade: revisitar o passado, perspetivando o futuro através da(s) Mulher(es) de origem portuguesa». Vinte mulheres da comunidade portuguesa em Montreal marcaram presença na sala
Godin do Hotel 10, no dia 24 de março. Da
política ao voluntariado, das artes à educação,
entre outras áreas de ação, as convidadas falaram
das suas experiências a nível pessoal e profissional e da sua implicação na vida da comunidade portuguesa no Quebeque. O encontro acabou com algumas reflexões sobre o futuro
da nossa comunidade.
De onde vimos?
Habituados a estarem rodeados de mulheres, Norberto Aguiar, editor do LusoPresse e
pai de três filhas e Carlos de Jesus, diretor, casado com Vitória Faria revisora do jornal, foram os moderadores de um encontro dedicado
ao feminino. Sentadas à volta de uma grande
mesa em forma de U, foi pedido às vinte convidadas que falassem de si e dos desafios que enfrentam como mulheres e como portuguesas
na sociedade quebequense. Embora o plano
inicial fosse dividir o encontro num primeiro
momento de apresentações seguido de um debate, foi a troca de experiências que dominou
este Dia da Mulher.
Manuela Pedroso do Centro de Apoio à
Família foi a primeira a ter a palavra. Com muitos anos de experiência no apoio e encaminhamento de pessoas vítimas de violência doméstica, a assistente social alertou para a necessidade
de se falar mais sobre este flagelo social. Ao
seu lado, Ludmila Aguiar e a única mulher diretora do Hotel 10 falou daquilo que ainda é
uma realidade para muitas mulheres, a ausência
de paridade em lugares de topo, nomeadamente
no mundo da hotelaria. A timidez das duas
convidadas foi o mote para a apresentação de
Isabel dos Santos, atriz: “é tão feminino esta
dificuldade em falar de si”, disse a também exconselheira municipal. Já mais habituada a falar
em público, a professora Odete Cláudio partilhou as suas experiências como pioneira entre
as mulheres portugueses da educação no Quebeque. Há 56 no Canadá, Ana Souto relembrou o tempo em que deixou o Faial para emigrar para um país desconhecido. “Quando me
casei nunca tinha ouvido falar do Canadá”,
disse emocionada. Já Maria Furtado sempre
soube quem eram os portugueses que chegavam e partiam. Durante 40 anos esteve à frente
do Livro do Galo. Quanto a Nisa Remígio, foi
de cá para lá. Nasceu em Montreal e foi viver
para os Açores acabando mais tarde por regressar ao Quebeque. Nos últimos anos tem-se
dedicado à investigação sobre a vida das primeiras mulheres açorianas no Canadá. Segui-
Página 4
ram-se as aventuras e desventuras de uma família pioneira nas Sept-Îles há mais de 50 anos atrás, contadas pela mãe, Iria Amaral e pela filha,
Manuela Franco.
Emigrada há menos anos, Glória Sousa
falou da sua experiência como empresária e
proprietária do restaurante Coco-Rico, onde
gere 16 empregados. Numa partilha em jeito
de balanço de vida, Manuela Delbiondo considera que apesar de algumas dificuldades que teve de enfrentar na vida é hoje uma mulher feliz
e tem orgulho pelo que já contribuiu para a
sociedade, nomeadamente através da sua implicação na vida comunitária de Laval. Também
Ilda Tavares tem dedicado a sua vida à comunidade portuguesa através da dinamização das
associações de Blainville onde ainda hoje se ocupa de diversas tarefas. De regresso ao Plateau
Mont-Royal, a convidada seguinte é conhecida
pelo seu envolvimento em diversas iniciativas
da comunidade portuguesa na cidade. “Tenho
os joelhos gastos de percorrer as ruas do nosso
bairro”, disse Joaquina Pires, conselheira para
as relações interculturais da Ville de Montréal.
Da vida comunitária passou-se para a educação.
Vitália Rodrigues de Aguilar conta como saiu
do “gineceu” e contrariou o destino ao recusar
os bordados para se licenciar em psicologia
interpessoal e ser hoje responsável pelas oficinas de português da Universidade de Montreal.
No mundo das Artes, Paula de Vasconcelos é provavelmente das portuguesas mais conhecidas. A coreógrafa e diretora da companhia Pigeons International agradece aos pais
a abertura que sempre tiveram nesta “terra de
oportunidades”, como se referiam ao Canadá.
Na política, Alexandra Mendes foi a primeira
mulher portuguesa a ser eleita como deputada
federal pelo círculo de Brossard. Com mais de
15 anos dedicados à vida comunitária, é a polí-
tica “a paixão da minha vida”, disse. À espera
das próximas eleições, Alexandra Mendes continua implicada na dinâmica do Partido Liberal
do Canadá. Conselheira política de Jean Charest, entre outros, Sílvia Garcia é outra mulher
portuguesa a influenciar os destinos do Quebeque. Formada em arquitetura, passou os últimos anos entre a cidade do Quebeque e Montreal a ocupar diferentes cargos públicos. Ao
seu lado Adelaide Vilela, poeta e jornalista, partilhou as suas histórias desde as Minas da Panasqueira à guerra em África e a vida em Montreal. Contrariando a ideia do marido que não
queria que estudasse, Adelaide Vilela tem representado já a língua portuguesa em vários eventos internacionais.
Na ordem do dia, Helena Loureiro é provavelmente das mulheres da comunidade portuguesa das que mais se houve falar ultimamente.
Seja a celebração dos 10 anos do restaurante
PortusCalle ou o novo restaurante Helena, a
empresária e chefe luso-canadiana é uma figura
de referência da gastronomia portuguesa no
Quebeque. Por último, a palavra foi dada a Clementina Santos, Conselheira da Comunidade
Portuguesa em Montreal desde outubro de
2008. Destinada a ser tecedeira e a ser mulher
de um doutor, Tina, como é conhecida, trocou
as voltas ao destino. Entre outras funções que
desempenha, é hoje também uma voz conhecida da emissão portuguesa da Rádio CentreVille.
Para onde vamos?
Apresentações feitas, houve ainda tempo
- não muito -, para discutir sobre o futuro da
comunidade. Será que as associações como hoje as conhecemos vão sobreviver ao passar
dos tempos? A quem cabe a responsabilidade
de ensinar a língua portuguesa às novas gera-
04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Página 5
Se viajar
para os Açores...
Escolha...
ções? Qual é o caminho a seguir?
As intervenções foram tentativas de resposta a estas e outras questões. Helena Loureiro defendeu o património gastronómico.
Os luso-descendentes “continuarão a ter orgulho nas suas raízes e a gastronomia será sempre
uma boa forma de manter a presença portuguesa em Montreal”, disse a chefe portuguesa.
Alexandra Mendes falou na perspetiva de uma
portuguesa de Brossard e falou nas mudanças
que hoje já são visíveis: os casamentos mistos;
o desaparecimento da comunidade nas suas
estruturas tradicionais; o desaparecimento da
língua portuguesa entre as camadas mais jovens
da comunidade. A ex-deputada falou ainda da
nova vaga de emigração. Partindo desta última
ideia, Joaquina Pires alertou para o facto de ser
importante as gerações mais antigas receberem
e ajudarem as novas gerações numa integração
bem sucedida na província. Isabel dos Santos
levantou a problemática da manutenção das
instituições portuguesas pelas novas gerações
e defendeu um caminho não pela via do saudosismo mas pela renovação. “A comunidade teve respostas adequadas às necessidades que teve, que já não são as de hoje. Há instituições
que vão morrer e é bom que assim seja, é sinal
de que já não são precisas”, disse. Na mesma
linha, Nisa Remígio defendeu que sim, “é preciso deixar uma herança, mas é fundamental
deixar as gerações mais novas escolherem o
seu caminho”. Sílvia Garcia mostrou o seu
entusiasmo em relação ao futuro da comunidade e Clementina Santos relembrou que a comunidade é “monocromática” e por isso reticente
à mudança...
Lançaram-se ainda propostas para a dinamização de encontros e grupos que aproximem as mulheres da nossa comunidade.
Uma das iniciativas mais importantes do
jornal, o Dia da Mulher, contou em edições
anteriores com Manuela Aguiar, antiga vicepresidente da Assembleia da República, Lise
Thériault, ex-ministra da Imigração e das Comunidades Culturais do Quebeque, Maria Barroso, ex-primeira dama de Portugal, entre outras mulheres que se destacaram na vida pública
portuguesa e quebequense.
Escolas canadianas, em Maio...
Vão aprender sobre a União Europeia
•
Por Elisa Fonseca, Agência Lusa
TORONTO - O núcleo no Canadá da
Rede Europeia de Institutos de Língua (EUNIC) prepara uma ação de sensibilização sobre
a União Europeia em escolas de Toronto no
Dia da Europa, a 9 de maio, disse à Lusa a responsável da instituição.
A EUNIC (European Union National
Institutes for Culture”), que é a rede de institutos de língua de países membros da União Europeia, tem no Canadá um núcleo constituído
por cinco institutos nacionais de língua - o
Camões, a Alliance Française, o Instituto Italiano di Cultura, o Goethe Institut e o British
Council -, mantendo igualmente atividade em
secções culturais de missões diplomáticas estabelecidas em várias cidades no país.
Atualmente presidida pelo Camões ToCont. na pág 7
Foto da primeira página: Iria Amaral
quando intervinha no debate do Dia da
Mulher do LusoPresse. A sua história nas
Sete Ilhas prendeu toda a assistência. Foto Karene Aguiar/LusoPresse.
Mais matéria sobre o Dia da Mulher
na próxima edição do LusoPresse.
No jornal de 18 de abril, contamos, como
rescaldo, falar ainda um pouco do que
foi o Dia da Mulher do LusoPresse 2013.
Dra. Carla Grilo, d.d.s.
Dentista
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04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Página 6
A Páscoa e a mercearia do “seu Brognoli”
•
Por Lélia Pereira da Silva NUNES
mútuo e deixando fluir a violência, a indiferença, o descaso. A Páscoa já muito antes de
s diser a festa da ressurreição anunciava a chegaas ensolarados e
da da Primavera, no hemisfério norte, reprea brisa suave desentando a passagem de um tempo de trevas
nunciam a chepara um tempo de luz. Ostera ou Esther, a
gada do outono
deusa da Primavera, é retratada segurando um
e da Páscoa. A
ovo na mão, enquanto olha um coelho ao rePáscoa chega ludor de seus pés. A deusa e o ovo que segura,
minosa e o bransão símbolos do fruto da vida, do nascimento.
co, a cor da paz
Os povos antigos comemoravam o Equiinfinita, reprenócio da Primavera decorando ovos e presensenta a unidade
teando-os. Muitos costumes ligados à Páscoa
humana alicerçatêm sua origem nos festivais pagãos da primada nas diferenças dos povos e culturas como vera, outros na comemoração do Pessach, a
a fusão, pela rotação, das diferentes cores do Páscoa judaica, um ritual que celebra o êxodo
espetro dá o branco, no disco de Newton.
do Egito para a terra prometida – uma passaPor toda parte, meus olhos encontram gem – como a de Cristo, da morte para a resuma profusão de coelhos e ovos de chocola- surreição da vida.
te de todos os tamanhos e recheios. Uma
O meu encantamento com a Páscoa lidelícia de dar água na boca! Gulosa, fico ali ga-se a essas tradições religiosas e culturais.
apreciando e imaginando o sabor do choco- Mas, a memória infantil guardou para semlate a derreter na língua, sentindo seu aroma pre a magia da mercearia do seu Brognoli,
a penetrar por todos os poros, não resistindo decorada com lindas cestas de Páscoa, coeem tocar na sua textura suave. Uma sensação lhos de algodão, branquinhos, olhos vermeindescritível! Se chocolate é fonte de energia lhos e laços de fita no pescoço. No balcão
e de prazer, aqueles varais de coelhos e ovos de vidro, ovos e coelhos de chocolate, macidependurados por todas as lojas da cidade ços, de todos os tamanhos, apresentados
são uma tentação em dose múltipla. Verda- em elegantes estojos forrados de cetim ou
deiro “theobroma” – alimento dos deuses.
veludo. Barras de chocolate “Urso marrom”,
Ah! Faz lembrar a Páscoa da minha in- bombons “Sonho de Valsa”, balas “Negrita,
fância! Os coelhos de chocolate e os ovos Déa e Toffe”. E os ovos de cristal, então?
de “cristal” da mercearia de seu Roberto Bro- De açúcar cristalizado, quase transparente,
gnoli, em Tubarão, minha cidade natal. Num pareciam mesmo de cristal e no seu interior
tempo em que não existiam nem super nem uma gravura de um coelhinho pulando na
hiper mercados, era na “mercearia” que se relva.
encontrava toda espécie de produtos e prenLá em casa, o costume era fazermos as
das para as datas especiais: frutas cristalizadas nossas cestas ou ninhos de Páscoa com caida Confeitaria Colombo, do Rio de Janeiro; xa de papelão enfeitada com babados de pafilhoses portuguesas; uvas passas Sultana; pel crepom colorido. No domingo da Pástâmaras e figos da Turquia; nozes do Chile; coa, a maior alegria era encontrar, entre as
castanhas do Para; queijos do “Reino”; azei- cascas de ovo de galinha pintadas e cheias
tonas gregas e portuguesas, bacalhau e vi- de amendoim açucarado, um ovo de cristal e
nhos finos de Portugal e Argentina; latas de um coelho de chocolate maciço da venda
biscoito Aymoré de Minas Gerais e Duchen do seu Brognoli.
Petit Beurre de São Paulo.
O coelhinho há muito partiu, talvez
Na Páscoa, “a mercearia do seu Bro- seja ele o responsável por este pôr de sol
gnolli” se transformava.
em tons rosados quase púrpura que tingiu o
Acabara a Quaresma, dias de jejum e céu na linha do horizonte e por onde vagueipenitência, de meditação e reflexão sobre o am nuvens tão branquinhas, transparentes
Calvário do Filho de Deus e da humanidade como o ovo de cristal recheado de amor que
na sua luta para sobreviver num mundo onde ele deixou no meu coração, a pulsar de sauo amor é posto em holocausto a cada dia, dade no mar de tantas lembranças.
minando sentimentos, amizade, respeito
Florianópolis, 25 de Março de 2013
O
35
anos
Jean Rousselle
E
nquanto presidente do “Mês do Junquilho”,
o deputado visitou o quiosque da Sociedade Canadiana
do Cancro – divisão Quebeque.
O deputado da circunscrição eleitoral de Vimont e
porta-voz do “Mês do Junquilho” para a Sociedade
Canadiana do Cancro – divisão Quebeque – Senhor Jean
Rousselle, visitou em companhia da Senhora Mélanie
Champagne, coordenadora Questões de Interesse
Público, e da Senhora Maryse Gaudreault, deputada de
Hull o quiosque promovido na Assembleia Nacional
do Quebeque, pela Sociedade Canadiana do Cancro –
divisão Quebeque.
04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Sobre rendimentos obtidos em Portugal
Luso-canadianos investigados pelo Fisco no Canadá
•
Reportagem de Elisa FONSECA, Agência Lusa
M
ONTREAL - Nas comunidades
portuguesas de Montreal e de Ontário, há sucessivos casos que estão a ser conhecidos de
luso-canadianos chamados pelo Fisco canadiano para justificarem rendimentos obtidos em
Portugal não declarados no Canadá.
Alguns desses casos chegaram nos últimos meses aos consulados portugueses, designadamente ao Consulado-Geral de Portugal
em Montreal, por iniciativa dos próprios cidadãos portugueses alvo de averiguação pelas
autoridades canadianas, os quais estão solicitar
apoio e esclarecimentos.
A situação levou a que o cônsul-Geral de
Portugal em Montreal, Fernando Demée de
Brito, promovesse na noite de quarta-feira uma
sessão de esclarecimento junto da comunidade
portuguesa na região.
“Temos conhecimento de casos de pensionistas portugueses residentes no Canadá que
foram chamados pelo “Revenue Canada” [Departamento federal de imposto] para explicarem a razão por que não declaram no Canadá
as pensões de Portugal, sujeitando-se a pesadas
multas”, alertou o cônsul português, em declarações à agência Lusa.
O diplomata revelou existirem outros casos de portugueses com residência no Canadá
interpelados pelo Fisco canadiano sobre rendimentos auferidos em Portugal acima dos cem
mil euros que não foram declarados no Canadá.
Portugal e o Canadá assinaram em 1999
um acordo destinado a evitar a dupla tributação
em matéria de impostos sobre o rendimento,
prevendo especificamente “a troca de informações” para aplicar os termos da convenção, a
fim de evitar a evasão fiscal.
A deteção de casos em suposta situação
de irregularidade fiscal pressupõe, assim, que o
cruzamento de informação entre os Fiscos canadiano e português esteja em curso.
Neste quadro, o cônsul informou que um
luso-canadiano com residência no Canadá deve
declarar a totalidade dos seus rendimentos auferidos anualmente (quer no Canadá como em
Portugal) no Canadá, e deve igualmente entregar uma declaração fiscal em Portugal relativa
aos rendimentos apenas obtidos em Portugal.
No caso de terem de pagar imposto sobre
o rendimento em Portugal, poderão ulteriormente deduzir esse montante no Canadá, obtendo um crédito fiscal.
Não é somente a nível fiscal que se estão
a colocar questões quanto às situações de lusocanadianos que viajam para Portugal ou aí decidam regressar e fixar residência.
Também há dúvidas nos domínios da Segurança Social e da Saúde, pelo que o cônsul, acompanhado pelo chanceler do consulado, David Pereira, alargou os esclarecimentos.
É de notar que, embora todos os cidadãos
portugueses (incluindo os Portugueses no Canadá e com dupla nacionalidade) tenham direito
Página 7
ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal, se não forem residentes no país só têm
um acesso restrito, não podendo usufruir de
isenções nas taxas moderadoras ou compartições nos medicamentos.
Se um português solicitar assistência médica em hospitais públicos, quer no Canadá
quer em Portugal, e declarar ser residente nos
dois países, sujeita-se a ter de pagar a totalidade
do custo dos tratamentos, mais juros e outras
sanções pecuniárias.
Na área da Segurança Social, um acordo
celebrado entre Portugal e o governo da província do Quebeque em 1990 (o único do tipo
existente no Canadá) garante o pagamento de
prestações sociais (por exemplo, pensões) a
partir do dia em que for formalmente declarada
a alteração de residência.
A todas estas situações é crucial a definição
de “residência habitual”, tal como é mencionada nomeadamente no Cartão do Cidadão
português.
Nos termos da lei portuguesa e similarmente na legislação canadiana, o critério principal de “residência habitual” determina-se pela
permanência num país por um período acima
de 183 dias.
Por outro lado, o cônsul avisou que uma
mudança de residência deve ser comunicada
no prazo de 15 dias ao Fisco em Portugal sob
pena de uma coima até 375 euros.
O consulado comunicou ainda aos potenciais utentes de que apenas prestará atos
consulares a portugueses residentes no Canadá,
identificados como tal no respetivo Cartão do
Cidadão ou no Bilhete de Identidade, exortando assim os que não o tiverem a atualizarem
esses documentos.
présente :
3 - 4 MAI 2013
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Cont. da pág 5
ronto, a EUNIC Canadá tem quatro secções
ativas: Toronto, Montreal, Otava e Vancouver.
Em declarações à Lusa, Ana Paula Ribeiro,
coordenadora do Ensino de Português no Canadá e responsável do instituto Camões Toronto, explicou que, a 09 de maio, os “professores dos quatro institutos presentes em Toronto irão deslocar-se a diferentes escolas secundárias para dar a conhecer, em inglês, um pouco
sobre o que é a União Europeia, como é formada, os países, línguas e principais cidades, o
euro, os objetivos e princípios, a razão da sua
formação”, entre outras informações.
A par deste evento agendado, de entre as
diversas ações promovidas pela EUNIC ao
longo do ano, destaque para os encontros mensais no âmbito do Clube de leitura europeia
(“European Book Club”), nos quais se “estimula a leitura e a discussão sobre livros de autores europeus”.
A rede EUNIC procura igualmente dinamizar iniciativas relacionadas com o ensino
das línguas, com o “objetivo de sensibilizar
para a importância de aprender línguas estrangeiras”.
Neste contexto, deu como exemplo a evocação do “Dia Europeu das Línguas” que realiza anualmente na cidade de Toronto com apresentação de um programa dividido em duas
partes, uma para os jovens estudantes do ensino secundário e a outra destinada a adultos.
O núcleo canadiano da EUNIC está em
articulação com a sede em Bruxelas, tendo por
missão genérica executar as estratégias fixadas
pela organização central com a finalidade de
promover as culturas europeias através de atividades culturais em parceria entre os membros
e com instituições canadianas.
L u s oP r e s s e
04 de abril de 2013
Canadá naquele tempo era um paraíso. Agora é
um inferno.»
•••
6 – Maria Furtado, empresária. Fundou o Livro do Galo e fê-lo viver durante mais
13° Dia da Mulher do LusoPresse
Galeria das participantes
1 – Manuela Pedroso, diretora do Centro de Ajuda à família
Vive no Canadá há 25 anos, o que considera pouco tempo. Pela natureza do seu trabalho social, particularmente no auxílio às mulheres vítimas de violência conjugal, considera que
o facto de o Centro de Ajuda à Família se encontrar fora do que se costuma designar como o
bairro português a tem ajudado na sua missão.
Ao longo dos anos teve a oportunidade de ver
muito sofrimento e recorda uma mulher, hoje
com 90 anos, que foi violentada pelo marido e
agora sofre às mãos dos filhos. Mas, ao contrário do que se pensa, também há homens vítimas de violência conjugal mas sobretudo jovens. Lamenta que a imprensa local não dê a
cobertura necessária a esta problemática da
nossa comunidade. Em 10 anos já deram apoio
a mais de 20 mil pessoas.
•••
2 – Ludmila Aguiar, profissional: diretora de Vendas do Hotel 10
Nasceu já no Canadá, há 36 anos e fala
um português escorreito. Como filha do editor
do LusoPresse tem participado na vida do jornal desde o seu início. Apesar do avanço feminista dos últimos anos continua a considerar
que os postos de direção nas empresas ainda
são dominados pelos homens. Deu como exemplo o seu caso, onde é a única mulher entre
os diretores do hotel para onde trabalha.
•••
3 – Isabel dos Santos, atriz – antiga
vereadora municipal
Vive aqui há 23 anos. Formou-se em teatro em Portugal e veio para o Canadá para fazer um mestrado em teatro. Acabou por ficar
por cá.
Tem duas filhas, foi vereadora na Câmara
Municipal de Montreal durante 4 anos e
continua a fazer teatro e televisão. Gosta imenso do contacto com o público e de o servir,
por isso se lançou em política.
Apesar de estarmos em 2013 considera
que, como todas as mulheres, tem dificuldades
em falar de si mesma.
•••
4 – Odete Cláudio, professora – uma
das pioneiras do ensino do Português na comunidade – escritora, já publicou vários livros
Tem 73 anos e 40 de vida no Canadá. O
seu sonho sempre foi ser professora e conse-
guiu realizá-lo mesmo quando o conselheiro
da emigração, à chegada, lhe tenha vaticinado
que o ensino não era para ela. Hoje, embora
reformada, continua a dar aulas aos…netos.
Entre 1972 e 1982 trabalhou no acolhimento à comunidade. Estudou na Universidade do Quebeque em Montreal e ensinou na
escola comunitária em português.
•••
5 – Ana Souto, mulher pioneira na comunidade, natural do Faial, chegou em 1957
ao Canadá
O marido tinha vindo um ano antes no
navio Colúmbia, com destino a Halifax, e foi
depois para a Nova Brunswick, como trabalhador da construção. Mais tarde, a convite do
próprio patrão, veio para Montreal e instalaram-se em Pointe-aux-Trembles. Um ano depois de aqui instalados foram buscar familiares
aos Açores.
Lembra-se da viagem de táxi de Dorval a
Pointe-aux-Trembles onde o chofer se perdeu
e levou horas a encontrar o endereço. Mas
tem muitas boas recordações desses tempos.
Começou desde o início a organizar festas
para divertir toda a gente das suas amizades.
Ajudou a criar um rancho folclórico no mesmo
meio. O rancho chamava-se a Chamarrita do
Faial. Nessa altura poucas eram as mulheres
que viviam na comunidade.
O primeiro dinheiro que amealharam foi
para pagar as viagens para o Canadá, o segundo
foi para comprar uma casa. «A vida na altura
com os Liberais era mais fácil. Agora com os
Conservadores está pior».
E no fim arrematou com um suspiro: «O
Vinho Vinho
*
Merlot
nas Sete Ilhas, numa pequena comunidade
de portugueses
Vive há 53 anos no Canadá. O marido já
cá estava há seis anos. Recorda-se da viagem
de Montreal para as Sete Ilhas, passando por
A Mesa da Coordenação e de reportagem - Da esquerda para a direita, Fernando Pires, Vitória Faria, Carlos de Jesus,
Norberto Aguiar, Inês Faro e Anália Narciso. Foto de Karene Aguiar/LusoPresse.
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Página 8
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de 40 anos
Natural de São Miguel, agora com 84 anos,
a Maria Furtado sente-se um pouco vergada
pelos anos, mas o seu estado de espírito contínua alerta e mordaz.
Conhece a comunidade por dentro e por
fora. Teria muito que contar e também muito
que perdoar – «Perdoar, mas não esquecer!»,
arremata.
•••
7 – Nisa Remígio, cineasta e pesquisadora
Nasceu em Montreal e foi viver para os
Açores. Regressou ao Canadá já adulta. Tem
um estudo feito e publicado sobre as Mulheres
açorianas.
Foi professora nos Açores, onde viveu
dez anos. No Canadá fez estudos em cinematografia. Tem duas paixões: A Arte e a Identidade. Tem uma exposição permanente nos
Açores e tem feito pesquisa sobre a velhice e
os grupos étnicos.
A sua implicação com os grupos étnicos
levou-a a ocupar-se dos emigrantes recém-chegados no CEGEP St-Laurent. Pensa voltar à
Universidade para um doutoramento.
As suas vivências em terras de emigração
já a levaram ao Brasil e à Espanha.
•••
8 – Manuela Franco, profissional em
contabilidade – nasceu e cresceu nas Sete Ilhas.
Veio estudar para Montreal com 17 anos
No seu português bem fluente onde perpassam ligeiros matizes da cor local, é quase
um milagre que uma jovem aqui nascida e criada,
para quem a cultura e a língua portuguesa, na
sua meninice, não ia mais longe que o ambiente
familiar, se possa exprimir assim tão bem na
língua de seus pais e faça questão de transmitir
essa herança aos filhos, não obstante o marido
não ser português.
Estudou em inglês e como os patrões da
região eram americanos foi nessa língua que
aprendeu e cresceu até vir para Montreal, onde
estudou e acabou por casar com um quebequense.
Eram pouquíssimos os portugueses nas
Sete Ilhas, para a vizinhança eles eram os italianos lá da rua.
A seus pais, a Manuela fez uma vibrante
declaração de amor pelo apoio que sempre teve
neles e que sem a confiança que eles tinham
posto nela nunca teria podido vir sozinha para
estudar em Montreal. Sua mãe, Iria Amaral esteve também presente.
•••
9 – Iria Amaral, doméstica – 30 anos
Quebeque, como de uma epopeia. Sem saber
falar a língua do país quando chegou finalmente a casa, o marido que trabalhava nos caminhos-de-ferro não estava em casa, apenas a
esperava uma mensagem que ele lhe tinha escrito. Por gestos lá se fez compreender da proprietária da casa. Mas foi uma vida muito difícil
no princípio.
•••
10 – Glória Sousa, empresária. É proprietária da famosa casa Coco Rico
Chegou ao Canadá em 1972. Seu sogro
fundou um restaurante, o famoso Castanheira
do Ribatejo.
É proprietária do Coco Rico desde 2004.
É uma empresa com uma certa projeção, com
16 empregados e com grande renome entre os
Quebequenses que adoram o frango no espeto.
•••
11 – Manuela Raposo Delbiondo,
de Laval, associativismo, muito implicada na
igreja e associações locais
Natural de São Miguel, é secretária administrativa em Laval, serviu de tradutora e de
mediadora entre pais de várias origens e a escola St-Hubert de Laval.
•••
12 – Ilda Tavares, de Blainville, associativismo
Muito implicada em Blainville, sobretudo
para angariação de fundos para as atividades
da paróquia. Teve o condão de saber organizar
jantares de benemerência, onde não era raro
reunir 300 a 400 pessoas, e conseguir que personalidades da vida política local, provincial
ou federal estivessem presentes, fossem vereadores, deputados ou mesmo ministros.
Hoje já não tem a mesma energia de há
uns anos atrás mas continua a participar em
obras de benevolência.
•••
13 – Joaquina Pires, funcionária pública, pessoa muito implicada junto da comunidade
Chegou ao Canadá em 1976, sente-se
bem com toda a gente e em toda a parte, daí
que tenha feito do serviço à comunidade uma
forma de profissão, como conselheira para as
relações interculturais da Ville de Montréal.
Tem participado em tudo quanto é a promoção da comunidade portuguesa, onde é bastante reconhecida pelo seu trabalho.
•••
14 – Vitália Rodrigues de Aguilar,
representante do meio universitário, professora
Cont. Pág. 14, Galeria...
04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Câmara Municipal de Montreal
Luís Miranda nos Transportes e Trabalhos Públicos
•
Por Norberto AGUIAR
H
á semanas, na Câmara Municipal
de Montreal, os eleitos camarários foram alvo
de reafetações, naquilo a que se costuma chamar de «dança das cadeiras». Foi assim que tomámos conhecimento que o nosso compatriota Luís Miranda, «maire» de Anjou, acedeu
ao cargo de presidente da Comissão de Transportes e de Trabalhos Públicos. Para membro
desta mesma comissão foi designado o nosso
bem conhecido Alexander Norris, lusófilo que
é vereador no Plateau, bairro de Mile End.
Já Ana Nunes, vereadora na Freguesia de
Outremont, as suas responsabilidades no organigrama da Câmara Municipal de Montreal passam por ser membro da Comissão da Cultura,
Património e Desporto.
Voltando a Luís Miranda, é preciso dizer
que faz parte do Comité Executivo, que é o
que se pode dizer, do governo da cidade.
Outra novidade ainda em relação ao «maire» anjoense é que deixou de pertencer ao partido União de Montreal, do antigo presidente
Gérald Tremblay. Além de Luís Miranda, e por
simples curiosidade, também deixaram União
Montreal todos os restantes membros da Freguesia de Anjou, numa prova de assinalável
solidariedade.
Com as eleições municipais previstas para
o mês de novembro que aí vem, será curioso
ver para que lado os políticos de Anjou vão
tombar. Para o Project Montréal de Richard
Bergeron? Para o Vision Montréal de Louise
Harel? Estamos convencidos que nem para
um nem para outro, isto se bem conseguimos
ler as tendências do homem que nasceu no Pico da Pedra (concelho de Ribeira Grande).
A hipótese mais viável será esperar para
ver se aparece um novo partido que consiga
conquistar a simpatia de Luís Miranda e dos
seus correligionários, e muitos outros nas mesmas condições (há neste momento muitos independentes...). A outra possibilidade, mais
remota, no entanto, é que Luís Miranda acabe
por criar o seu próprio partido, que mais não
seja para concorrer às eleições do seu bairro:
Anjou.
Muitos «ses», que levam a que se possa
especular com isso. No entanto, estamos certos que o menos preocupado com a situação é
o próprio Luís Miranda, que é quem controla
a sua agenda. Nem mais!
Já agora, outro nome a soar a português,
Alain de Sousa, que continua fiel ao União
Montreal, ficou responsável pela Comissão
da Água, do Ambiente e do Desenvolvimento
dos Grandes Parques, que acumula com o lugar
de «maire» de St-Laurent. Alain de Sousa, para
quem não saiba, nasceu no Paquistão de uma
família oriunda de Goa, na Índia, que era, como
todos sabem, uma possessão territorial sob
administração portuguesa.
Segurança dos transeuntes
Como responsável da Comissão dos
Transportes e Trabalhos Públicos, Luís Miranda coordena nos próximos dias 10 de abril, 1
de maio, 14 de maio, 16 de maio e 21 de maio a
assembleia pública de análise das necessidades
e desejos da população sobre as possíveis in-
Página 9
tervenções e revisões das passagens de peões
tendo em consideração a segurança dos mesmos. A primeira sessão tem lugar na própria
Câmara Municipal, na sala do Conselho e começa às 19h00.
Romeiros do Quebeque
ternizar entre irmãos, aqueles que percorreram
as ruas das duas cidades, onde muitos o fazem
cumprindo promessas, e outros que se lhes
juntam no final.
No dizer de alguns peregrinos, a romagem
deste ano voltou a ser ordeiramente religiosa,
o que a todos agradou. As Forças de Segurança,
uma vez mais, como tem acontecido principalmente nestes últimos anos, também colaboraram de maneira competente e amigável. No final todos se congratularam.
Relativamente ao grupo de 150 elementos, pode dizer-se que foi um grupo numeroso,
como os seus responsáveis gostam que seja.
O elemento mais novo, Corey Ventura, tinha
15 anos e era o portador da cruz. Quanto ao
elemento mais idoso, neste caso uma senhora,
tratou-se da romeira Irmã Carreiro, de 78 anos!
Uma grande vitória para o grupo todo e para
aquela Senhora.
Entretanto, agiram como guias João Ledo
e Gabriel Couto. O ajudante de Duarte Amaral
(Mestre) foi Luís Melo (contramestre).
Bem dirigido e organizado, o Rancho de
Romeiros do Quebeque já começa a pensar na
caminhada que deve retomar em 2014. Daí que
o convite fique já feito a todos os que participaram este ano e a todos aqueles que se queiram
juntar ao Rancho pela primeira vez.
Uma palavra final para agradecer o apoio
das igrejas e outras pessoas que agem na retaguarda de maneira a que uma organização desta
envergadura se desenrole de forma o mais harmoniosa possível.
Um obrigado, a pedido do Mestre Duarte
Amaral, para o Sun Youth, uma entidade que
também tem a sua quota-parte de êxito nesta
safra romeirística, edição 2013.
L
USOPRESSE – Os Romeiros do
Quebeque saíram mais uma vez à rua, numa
peregrinação anual que a todos e todas toca,
principalmente aos católicos praticantes. É
por altura da Quaresma, uma festa religiosa
que muitos comemoram com devoção. Os Romeiros, que pegaram numa tradição açoriana
de séculos e que para aqui trouxeram, voltaram
a tomar o caminho, desta vez partindo da Igreja
Santa Cruz, em Montreal, em direção à Igreja
de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Laval.
Para o ano o trajeto será feito no sentido inverso.
Eram 7h15 da manhã de sexta-feira passada, para os católicos, dita de Santa – as razões
ficam para quem as conhece – quando a partida
foi dada. Percorrer as ruas e igrejas situadas ao
longo do trajeto Montreal/Laval foi a intenção
primeira do grupo de Romeiros dirigido pelo
mestre Duarte Amaral. Foram 150 almas – mais
as três da Santíssima Trindade – que caminharam a passo largo ao mesmo tempo que entoavam as mais diversas orações, do Pai-Nosso à
Ave-Maria. Outros cânticos, numa profusão
de quadras silabadas pelo mestre e pelo contramestre diante e no interior das igrejas, assim
como durante as várias horas que durou o percurso, também fizeram parte do ritual quaresmal
e romeirístico.
A chegada dos Romeiros a Laval aconteceu às 14h30. Aqui, muitos familiares esperavam os caminhantes. Missa de agradecimento
foi rezada. Depois, os Romeiros foram confra-
04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Em Anjou...
Quando a Voz do Divino chama…
•
Página 10
para a festa grande como para o convívio, no
dia do abate dos animais, no “Farme”. Assim
foi e assim será, o povo das Ilhas é inconfundível – fortifica e valoriza as terras açorianas
pelo mundo, com cunho de identidade e de
Reportagem de Adelaide VILELA
Q
uando a Voz do Divino chama o
povo, a tradição desliza de encantamento e todos exibem a sua grande devoção, a Fé, um
enorme apego às terras de origem.
Caros leitores, diz a história que esta Fé se
deve ao facto de D. Isabel de Aragão, esposa de
D. Dinis, ter introduzido em Portugal o culto
ao Espírito Santo, corria o século XIV. O tempo anunciava epopeias marítimas e também
muitas incertezas. Nessa altura havia pouca fartura, quer no reino, quer fora dele. Todavia, para a rainha, isso não constituía um problema,
corajosamente, a gentil senhora alimentava os
mais pobres, sob o olhar desconfiado do seu
rei e senhor. Um dia, cruzando-se o rei com
sua amada, de alma plena o seu real regaço, lá ia
ela, e ele pergunta – que levais aí Senhora – ao
que a rainha responde: são rosas Real Senhor!
A rainha abre o avental e, como por magia, pétalas de rosas perfumadas voaram por todo o
palácio. Deu-se então o célebre “Milagre das
Rosas”. Mas o maior sonho que a rainha Santa
conseguiu realizar foi a paz entre o marido e o
filho, D. Afonso IV de Portugal. O príncipe
havia declarado guerra ao rei, seu pai, por volta
do ano 1320.
Por conseguir silenciar as vozes do ódio,
da cólera, entre os seus amados, a rainha mandou erguer uma capela no Palácio. Aí nesse lugar coroava as crianças em louvor do Divino
Espírito Santo. Ora, a santidade da rainha foi
notável aos olhos do Povo que a seguia, admirando-a nas suas atividades sociais e religiosas.
Segundo alguns, foi por esta ocasião que se
iniciou o culto do Divino Espírito Santo, na
Festa dos Tabuleiros em Tomar, cuja tradição
peculiar e arrojada ainda hoje perdura.
Esta tradição ou crença religiosa, tal como
era, perdeu-se em Portugal Continental. No
fundo, sentimo-nos orgulhosos dos nossos
irmãos açorianos. Existem motivos para tanto,
a nado ou nalgum barco à vela, o culto ao Divino Espírito Santo chegou intacto às Ilhas dos
Açores. Graças ao Pai despontou naquele horizonte e fez-se luz ao embelezar Igrejas, altares
e casas dos que souberam guardar e amar a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Já a Fé dos portugueses parou em frente
dalgum retrato empoeirado, do outro lado do
Atlântico… esvaneceu-se. E não se pode traduzir em palavras o que vai no nosso pensamento.
Enquanto regressamos à imagem do passado,
nasceu-nos uma mão de luas-cheia e outra de
luas-meia inundando o pensamento de tristezas, muitas. Está entre a espada e a parede o
País dos lusitanos, o nosso Portugal. Melhor
Otava recebe novo embaixador
José Fernando
Moreira da Cunha
Biografia
E
No Centro Comunitário do Divino Espírito Santo de Anjou - Realizou-se com o
brilho habitual a festa do Sócio e dos Benfeitores. Foto de Humberto Cabral.
seria que o novíssimo Francisco pedisse a
Deus um milagre, para que a rainha Santa Isabel
fosse ressuscitada e coroasse de esmolas os
cofres do Governo pobrezinho, a ver se o
povo se alimenta de uma vez, sem ser “entroikado”.
Felizmente, ainda há gente que acredita
que a cultura é um pilar importante na sociedade. Seguindo por esta alvorada da vida, o
Centro Comunitário do Divino Espírito Santo
de Anjou, o Sr. Humberto Cabral e a sua Direção, organizaram a Festa do Sócio no passado
dia 16 de março. Assim labutam “no campo”
deitando as sementes à terra, na esperança de
que um dia, germinadas, os vindouros possam
vir a recolher seus frutos, como guardiãs das
suas tradições, na língua de Camões.
Avaliamos esta festa como um encontro
de gerações e a coletividade estava repleta. Todos foram servidos com a mesma amabilidade
e simpatia. Aqui esboço um sorriso agradecendo ao Sr. Victor Pereira, pelo peixinho que me
ofereceu, o meu muito obrigado.
Não houve névoa que escurecesse o ritmo
luminoso ou que perturbasse o ambiente agradável que ali se viveu. Ouviu-se fado com o Sr.
Manuel Travassos à guitarra e o Sr. Paulo Gomes, na voz, exibindo com leveza a sua viola.
Progressivamente íamos ouvindo o Jimmy Faria que animou um baile digno de nota.
Vários foram os benfeitores que ofereceram animais e outros bens alimentícios tanto
Compre directamente ao fabricante
com ou sem instalação.
grandeza – apesar de alguns deles não regressarem mais ao berço onde nasceram.
Fique também a saber, leitor, que no Centro Comunitário do Espírito Santo de Anjou
se vai rezar o terço na semana do dia 19 a 25 de
maio. Quanto à Festa Grande, terá lugar nos
dias oito e nove de junho, se Deus quiser.
O Mordomo para 2013 é o Sr. Liberal
Miranda, o qual dirigiu e bem o Centro por alguns anos. Refira-se ainda que a rainha da festa
é a DaniKa Silva. A sua acompanhante é a prima, a princesita Amanda Marques. Liberal Miranda e a sua Imperatriz abrem as portas de
sua casa e convidam-vos para a Oração da Paz.
Assim, e com a graça de Deus, será estabelecida
uma ponte entre a amizade e a Fé ao Divino.
Filomena e Liberal esperam-vos a partir do
dia 26 de maio até ao dia sete de junho próximo.
Vamos agora revelar o nome das outras
famílias a quem saiu o Divino Espírito Santo:
1ª. Dominga, Jeffrey Pacheco. 2ª. Dominga, Graça Machado. 3ª. Dominga, Daisy Nogueira. 4ª. Dominga, José de Melo.
5ª. Dominga, Jason Coroa. 6ª. Dominga,
Denis Desjardins. 7ª. Dominga, Jorge Simões.
Para concluir, deixamos os nossos leitores com este pensamento da autora: maravilha
é poder afirmar, enquanto o querer resiste, a
causa existe pelo paraíso do sonho que um dia
mbaixador fora, embaixador
dentro. Foi assim que aconteceu com a
saída de Moitinho de Almeida e agora com
a chegada de José Fernando Moreira da
Cunha.
Espera-se que o novo embaixador
possa trazer algo à grande comunidade
portuguesa deste país, já que o seu antecessor não teve grande oportunidade para
isso.
Nasceu na cidade do Porto em dezembro de 1951. É licenciado em História
pela Universidade do Porto e doutorado
em Ciência Política pela Universidade de
Belgrano de Buenos Aires (Argentina).
Chegou a Otava no passado dia 14
de março.
Foi anteriormente embaixador de
Portugal no Irão e na Argélia. Serviu ainda
como diplomata em Buenos Aires, Lima,
Kinshasa, Brazzaville e Bruxelas. Em Caracas foi cônsul-geral, tendo publicado o
livro “Viagem à Venezuela” onde aborda
a presença dos portugueses nesse país.
Cumpriu serviço militar em Portugal
e Angola. É casado, pai de três filhos e
avô de dois rapazes.
ficou do outro lado do mar – o arquipélago
das nove princesas do Atlântico – plantado
em cada polo lusófono do mundo.
Fiquem com raios de sol da linda primavera e todas as bênçãos do Senhor ressuscitado.
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04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
A Singapura à regional...
•
Por Osvaldo CABRAL
D
izem que o sonho comanda a vida.
Se sonhar faz bem, então temos entre nós
muita gente capaz até de entroncar na apneia,
de tanto sonhar.
A moda, agora, entre a rapaziada nova, é
sonhar com Singapura e Nova Zelândia.
Quando eu era mais novo, também sonhava que vivia no Havai...
Passando à realidade terrena, esta história
de querer transformar o porto da Praia da Vitória na “Singapura do Atlântico” e o turismo açoriano no modelo da Nova Zelândia, ultrapassa o sonho para entrar no domínio do delírio.
A ideia até parece interessante, como tantas
outras cheias de fulgor (vide o Casino!), não
fosse o realismo das coisas deitar alguma água
no fervor do entusiasmo.
Esta mania de pensarmos grande quando
não temos dimensão para isso, tem-nos levado
para maus caminhos, deixando quase sempre
uma herança incomodativa às próximas gerações.
Portugal e os Estados Unidos jamais investiriam num elefante branco em pleno Atlântico,
correndo o risco de matar a concorrência ali ao
lado, em pleno território continental.
Aliás, a resposta veio pouco depois, com
a ideia do governo português em construir um
porto de águas profundas na Trafaria.
E para além da Trafaria já existe Sines, que,
segundo os especialistas, serve perfeitamente
para o “transhipment”, ou seja desembarcar
navios que transportam entre 12 mil e 18 mil
contentores, para voltar a embarcá-los em navios mais pequenos com destino a outros países.
O empresário Henrique Neto, que está
contra o projeto da Trafaria, é de opinião que a
estratégia euro-atlântica de tornar Portugal “a
principal plataforma logística de ligação da Europa ao Atlântico e daí a todos os continentes”,
deve passar por Sines, transformando-o no
porto mais barato da Europa, com melhor atracagem, armazenagem e obtendo maior número
de movimentos carga/descarga.
Em 2012 o porto de Sines foi considerado,
pela primeira vez, como um dos 25 maiores
portos europeus, sendo o que mais cresceu no
ano passado.
A estratégia é ultrapassar os portos de Huelva e Bilbau para chegar ao terceiro maior porto
ibérico.
Face a esta concorrência e a este forte investimento em que Portugal está apostado, onde
entra aqui o porto da Praia?
Mesmo considerando a sua localização no
meio do Atlântico, é mais do que óbvio que o
nosso país e os respetivos lobies jamais olharão
para a Praia da Vitória.
Portugal e os seus parceiros vão concentrar-se nos projetos de Sines e Trafaria, pelo
que o sonho de um investimento semelhante
nos Açores não passa de isso mesmo.
A Singapura regional é, portanto, mais
um tiro de pólvora seca.
É só para nos por de olhos em bico.
•••
NOVA ZELÂNDIA – Quando o turismo nos Açores está a voltar aos níveis de há
dez anos atrás, surge agora o novo milagre da
salvação: vamos copiar o modelo da Nova
Zelândia.
Em matéria de internacionalização da fé,
somos os maiores.
Mas a realidade diz-nos outra coisa: o semanário “Expresso”, que elege todos os anos
os melhores hotéis e melhores restaurantes
de Portugal, acaba de distinguir cerca de 60
unidades por todo o Continente e Madeira.
Nem uma dos Açores.
Dá que pensar, não é?
•••
BANCOS I – A Autoridade da Concorrência abriu um processo de investigação a
vários bancos por suspeita de cartelização, nomeadamente na concertação de “spreads”.
O presidente do organismo, que está de
saída por terminar o mandato, já se apressou a
dizer que “vai ser um processo jurídico complicado”.
Traduzido para miúdos, em bom português, significa que é um processo que vai ficar
para as calendas gregas.
•••
BANCOS II – Ao contrário de Portugal,
o parlamento cipriota tem deputados com
“eles” no seu lugar.
Não houve um deputado que votasse a
favor do resgate europeu, que impunha uma
taxa sobre os depósitos bancários com menos
de 100 mil euros.
Os deputados portugueses deviam ser obrigados a fazer um estágio em Chipre.
•••
BANCOS III – François Hollande, o D.
Sebastião da esquerda europeia, esfumou-se
no nevoeiro tão rápido como apareceu.
Já vota ao lado da direita europeia e até
programa austeridade em França semelhante
aos pequenos periféricos.
Saiu-lhe na rifa um Ministro do Orçamento que está a ser investigado por ter tido uma
conta secreta na Suíça, demitindo-se de imediato.
Grandes moralistas.
•••
BANCOS IV – Falando de outros bancos, os do parlamento regional, a falta de vergonha também assentou arraiais por aqueles
lados. E nós a pagarmos 12 milhões por ano
para estes espetáculos degradantes.
Outros bancos seriam mais apropriados
aos Srs. deputados: os da escola!
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04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Página 12
No Comité Olímpico Canadiano
Média étnicos alvos de estima
•
Por Norberto AGUIAR
proa.
Marcel Aubut, em tom exuberante, como
é aliás seu timbre, falou com entusiasmo do
oi no passado dia 26 de março que o Canadá como país, do COC e seus atletas, ao
Comité Olímpico Canadiano recebeu a Im- mesmo tempo que perspetivava o futuro do
prensa étnica da grande região de Montreal. O desporto canadiano no panorama internaciencontro teve lugar numa das salas do prestigi- onal. E falou de Sotchi 2014, Toronto 2015 e
oso Hotel Sherathon, no centro da cidade e Rio 2016, acontecimentos desportivos de suteve como anfitriões o presidente Marcel Au- ma importância para os atletas canadianos. Foi
but e toda a sua equipa de Comunicações, desde nessa perspetiva que Marcel Aubut acedeu à
o seu diretor executivo, Dimitri Soudas, à nossa proposta dos seus colaboradores diretos, que
luso-descendente Jane Almeida, responsável muito elogiou, não fosse ele uma pessoa que
das Relações com os Média. Quatro atletas o- costumamos apelidar de coração aberto. Vêlímpicos, Sandra Sassine (esgrima), Vitoria se que há muita cumplicidade entre toda a equiPoom (natação), Achraf Tadilli (atletismo) e pa do Comité Olímpico Canadiano, que se esSérgio Pessoa (judo), também marcaram pre- tende aos atletas. De tal maneira essa cumplicisença no encontro com os jornalistas de ori- dade é visível que todos chegam a tratar-se por
gem étnica. De resto, como os quatro atletas, tu (uma forma de dizer)... Uma antiga atleta,
já que Sandra é de origem egípcia, Vitoria é de em conversa connosco, foi mais longe e conorigem chinesa (Hong Kong), Tadilli é de ori- tou-nos que desde que Marcel Aubut é presigem marroquina e o Sérgio nasceu no Brasil. dente do COC quase tudo mudou, claramente
Logo de entrada, o presidente do COC para melhor. Mesmo ao nível institucional,
quis demonstrar a estima que tinha pelo traba- Marcel Aubut tem marcado pontos decisivos.
lho dos Média de origem diversa, que conside- «Antes de Marcel Aubut, o Comité Olímpico
ra fundamental num país como o Canadá. Daí Canadiano no Quebeque era quase simbólico.
que tenha logo acedido à sugestão de Dimitri Hoje nós temos uma importância cada vez
Soudas e a sua adjunta, Jane Almeida, em orga- maior e com isso todos nós ganhamos», aludiu
nizar um encontro do género, onde a transmis- a nossa interlocutora.
Depois da agradável intervenção do hosão de colaboração se pudesse fazer com mais
frequência e melhor colaboração, até porque mem forte do desporto canadiano, intervieram
vêm aí grandes competições internacionais on- os quatro atletas, cada um contando um pouco
de o Canadá conta, de novo, fazer figura de da sua vida de atleta olímpico num país que
aprenderam a tomar
como seu. E os comentários foram to˜œÌ‰Vˆ>ÃÊUÊ`iëœÀ̜
dos abonatórios. PuV œ “ Õ ˜ ˆ ` > ` i Ê U Ê V Õ  Ì Õ À >Ê
dera, como alguns poÕÜvœ˜ˆ>ÊUÊ«œ‰ÌˆV>
derão dizer. Não se
trata disso. Somos de
iVœ˜œ“ˆ>
opinião que os quatro
olímpicos canadianos o que disseram,
disseram-no de forma
verdadeira, a começar
pelo Sérgio Pessoa
que chegou ao CanaLE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE
dá com 16 anos e que
quer estar no Brasil,
em 2016, para ganhar
Norberto Aguiar
uma medalha pelo
Éditeur - Rédacteur en chef
Canadá. E quem é que
pode duvidar disso!?
Tél.: (450) 628-0125
Já Vitoria Poom,
Courriel : [email protected]
olímpica em 2008 e
Web : www.lusopresse.com
2012 disse agradecer
aos pais a disciplina e
ética de trabalho que
F
No Comité Olímpico Canadiano, a língua portuguesa está superiormente bem representada através da lusófila Julie Mahoney, pelo lusófono Sérgio Pessoa, e pela lusodescendente Jane Almeida. Foto LusoPresse.
lhe inculcaram, pois só assim pôde chegar ao
nível de excelência de uma atleta olímpica. Vitoria Poom, enorme e esbelta chegou ao Canadá com apenas 11 anos.
Quanto à Achraf Tadilli ser «membro da
equipa olímpica canadiana significa representar
todos os canadianos. E eu penso, continuou,
que nós devemos trabalhar duro com vista a aproximar todos os canadianos de todas as origens», daí ter «acedido a participar nesta sessão», rematou. De notar que Tadilli começou
por praticar o nosso futebol...
Sandra Sassine nasceu no Canadá de pai
egípcio, chegado a Chibougamau com a idade
de 25 anos. A esgrima, que pratica desde muito
nova, faz parte da «minha herança familiar»,
pois o pai chegou a ser campeão de África na
mesma modalidade. «Estou imensamente orgulhosa da paixão da minha família pelo desporto desde o Egito ao Canadá, uma ligação
que faz parte do que eu sou hoje», afirma com
largo e decidido sorriso a bonita atleta.
A sessão olímpica do Sherathon terminou
como começou, com a intervenção de Dimitri
Soudas, um fervoroso político que começou a
sua carreira como assessor do presidente da
Câmara de Montreal, Gerald Tremblay – pelo
menos foi assim que o conhecemos – e que
continuou como braço direito de Stephen Harper, até deixar Otava e ingressar no Comité Olímpico Canadiano. Nesta última intervenção,
Dimitri voltou a referir-se a Marcel Aubut de
maneira elogiosa, dando conta que o jornal de
Toronto Globe and Mail acabava de classificar
o presidente do COC como a terceira pessoa
mais importante no desporto canadiano.
Por fim, já depois de termos assistido à apresentação de um vídeo que fazia eco das proezas do Desporto Canadiano – no qual se via
a nossa luso-descendente Meaghan Benfeito,
que foi algumas vezes citada durante o encontro mas que não esteve presente por estar em
Dubai, em competição –, Jane Almeida, a nos-
sa portuguesa do staff olímpico deste país
(tentaremos falar dela noutra ocasião) não deixou ninguém sair da sala sem entregar um saquinho como prenda do COC e no qual se encontravam um bonito bloco de notas COC e
um par de luvas também com o emblema do
COC.
Julie Mahoney
Em todos os lados e em todas as circunstâncias as nossas antenas estão sempre, mas
sempre, atentas às coisas que dizem respeito
ao nosso país de origem, Portugal. E reparem,
sem negar o amor que também já nutrimos
por este grande e belo país que tantas coisas
boas nos deu e continua a dar, um dia contarei...
Daí que língua, tradições, pessoas em lugares
de destaque, etc. estão sempre no nosso ponto
de mira. Por isso não é de admirar que num
qualquer lugar nos apareçam as coisas mais incríveis por interessantes. Neste caso falamos
de Julie Mahoney, uma quebequense de «souche» francesa, mas também inglesa, como o
seu nome de família deixa transparecer. A Julie,
ficámos babados, ao trocar impressões connosco acaba por nos confessar que arranha o
português, «porque quando era jovem tinha
amigos portugueses», diz, para logo acrescentar
que «sou amiga de Myrzah Bello, conhece?».
Nessa altura estávamos a falar da sua carreira
olímpica, que terminou em 2001, explicandonos ela que praticava esgrima. A partir daí só
deu para falar português com a Julie. Um português muito interessante para quem aprendeu
o idioma com amigos e que passou pelo Brasil
algum tempo.
Fora da azáfama das competições, Julie
Mahoney trabalha para o Comité Olímpico
Canadiano, secção Quebeque (as instalações
são no Parque Olímpico), onde presta apoio
aos atletas.
Bem-vinda Julie ao seio dos lusófilos da
Comunidade Portuguesa de Montreal!
Televisão Portuguesa de Montreal
Visione todos os acontecimentos da Comunidade
Horário
• Quinta-feira, 20h00
• Sexta-feira, 01h00 (repetição)
• Sábado, 09h00
• Domingo, 01h00 (repetição)
514.993.9047
www.montrealmagazine.tv
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04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
Campeonato do Mundo 2014
Portugal escorregou mas não cai...
•
Por Norberto AGUIAR
O
empate de Portugal em Israel, 33, veio pôr na ordem um treinador arrogante,
que se toma por outro, quando fala quase sempre por cima dos ombros, mesmo se o seu
currículo apresenta quase... nada. Vá lá que a
sorte esteve com ele, quando a perder por 3-1,
diante de uma equipa de segundo ou terceiro
nível, os deuses fizeram com que, já nos descontos, Portugal empatasse com um golo fortuito: alívio que ressalta numa perna e rola para
dentro da baliza. Tivesse perdido e ele estaria
agora a dizer que os jogadores não tinham
cumprido com a estratégia, etc. e tal...
Quatro dias depois, perante um ainda mais
frágil adversário, saído das muitas repúblicas
da antiga União Soviética, classificado no 116°
lugar da tabela mundial, ele diz, depois de uma
vitória sofrível, só obtida depois do fraquíssimo adversário ter ficado com menos uma unidade em campo, que Portugal fez uma excelente
partida. Olha, o rapaz. Que grande feito...
Depois da série de «belos» jogos disputados por Portugal depois de vir do Campeonato da Europa aureolado de grande equipa,
em junho retomam-se as eliminatórias e no
dia 6 Portugal recebe a Rússia, única equipa
com algum futebol no grupo de Portugal. Aí,
a jogar em casa, exige-se ao treinador que a
nossa equipe ganhe! E a não ganhar, meu menino, sendo eu dirigente da FPF, ias de caras
procurar outro sítio para te «divertires»...
Para quem recebeu a Seleção de Portugal
num momento conturbado, onde o establishment preparou a cama ao então selecionador,
logo se foi dizendo que «viemos para fazer
melhor», a prova está aí à vista... sem mais comentários.
Fonseca não vinga
Dizíamos que António Fonseca, para poder assumir as rédeas da Seleção do Canadá como seu primeiro timoneiro precisava de fazer
boa impressão no decorrer dos dois jogos
amigáveis que disputou no mês passado diante
do Japão e da Bielorrússia. Ele que há poucos
meses, depois de ter sido demitido, tal como
toda a equipa técnica, de primeiro treinador
adjunto, foi investido na qualidade de Diretor
Técnico Nacional, pode muito bem nem sequer estar interessado no lugar de selecionador
de futebol do Canadá.
António Fonseca, em primeiro plano, ao
tempo que era treinador adjunto da Seleção de Futebol do Canadá.
Mas a verdade é que, caso vencesse os
dois jogos atrás citados, estamos em crer que
os dirigentes da Associação Canadiana de Futebol estariam perante o dilema de escolher
um outro técnico que não fosse ele, quando a
equipa tem apenas três meses, ou pouco mais,
para preparar a participação na Taça de Ouro
da CONCACAF, que tem lugar nos Estados
Unidos em julho próximo.
Com as duas derrotas averbadas, a Seleção
do Canadá deu «autoridade» aos seus dirigentes
para procurarem um novo treinador nacional,
que venha dar crédito ao bom trabalho que os seus jogadores desempenham nos seus respetivos
clubes, estejam eles a jogar na Alemanha, Inglaterra, Holanda, Estados Unidos ou outros países
mas que chegados à sua Seleção en-contram sempre qualquer coisa que não funci-ona.
É verdade que perder (1-2) com o Japão,
hoje em dia, não desonra, pois estamos perante
o campeão da Ásia. Agora perder (2-0) com a
Bielorrússia já fia mais fino...
Seja como for, os dirigentes canadianos
não têm muito tempo para escolher um técnico que traga à Seleção deste país a estabilidade
necessária para que o Canadá quando entre numa prova possa ter como ambição ganhar
todos os jogos.
E a Taça de Ouro já começa no dia 7 de julho, com o Canadá, ditou o sorteio, a ter de
medir forças contra o México, Panamá e Martinica. Adversários nada fáceis, a começar pelo
México...
Orgulho da Ilha do Pico
Ribeirense ganha Taça de Portugal
•
Por Norberto AGUIAR
O
Grupo Desportivo Ribeirense,
da Ilha do Pico, nos Açores, voltou a ganhar a
Taça de Portugal em voleibol feminino. Desta
feita, agiu como adversária a formação do Grupo Desportivo de Gueifães, da Maia, distrito
do Porto. O resultado foi de 3-1 (24-26, 25-23,
25-22 e 25-20), em jogo disputado no Norte,
em Baião, não muito longe da Maia.
Com esta vitória, a equipa açoriana, que é
orientada pelo brasileiro Paulo Barreto, arrecadou a sua quarta Taça de Portugal, numa clara
demonstração de que é, para todos os efeitos,
a melhor equipa feminina de voleibol de Portugal. De resto, este é o terceiro título consecutivo
que o Ribeirense leva para a Ilha Montanha.
Nada mau para quem disputou cinco finais,
ganha quatro (2009, 3-1, precisamente contra
o Gueifães, 2011, 3-1 ao CA Trofa, 2012, 3-0
ao Castelo da Maia), só perdendo no ano de
estreia, em 2006, contra o CA Trofa, pela margem mínima (3-2).
Página 13
Na corrida para a final da Taça, o Ribeirense eliminou outras equipas do Norte de Portugal, como sejam o Leixões e o Boavista, equipas com tradição no voleibol nacional.
Mas esta nova vitória do Ribeirense na
Taça de Portugal não é o que se pode considerar
uma grande surpresa, como já demos a entender no início deste texto. Basta recordar que as
picoenses são bicampeãs de Portugal na modalidade e, este ano, preparam-se para voltar a
ganhar o campeonato, onde são primeiras da
classificação com uma vantagem já assinalável.
Estas vitórias do Ribeirense, a par do que
vem acontecendo, a nível masculino, com a
Fonte do Bastardo (também vencedor da Taça
de Portugal – ver nota a seguir - e que neste
momento ocupa o terceiro lugar no nacional),
da Ilha Terceira, veem provar, mais uma vez,
que os Açores, em voleibol, são uma das maiores potências de Portugal.
Neste momento o voleibol açoriano está
no top nacional através do Ribeirense (Ilha
do Pico) e da Fonte Bastardo (Ilha Terceira).
Mas quem se não lembra das proezas das equipas dos Antigos Alunos (masculina), Vólei
Clube (masculina e feminina) e Clube União
Micaelense (feminina) dos anos 90, todas de
São Miguel?
Para todos os açorianos, e em particular
os terceirenses, a expectativa é grande no fim
de semana que se avizinha, isto na medida em
que a Fonte do Bastardo, caso vença a poderosa
equipa do Sporting de Espinho, a formação
voleibolista com mais troféus a nível do país,
dizia, caso vença o Sporting de Espinho, a
Fonte do Bastardo fica com boas hipóteses
de jogar a final do campeonato com o colosso
Benfica.
Ribeirense ganha mais uma prova!
Voleibol em masculinos
Fonte Bastardo também
vence Taça de Portugal
COIMBRA – O Fonte Bastardo também
conquistou a sua primeira Taça de Portugal de
voleibol da sua história, ao derrotar o Vitória
de Guimarães, por 3-0, na final disputada no
Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia, em
Coimbra, no sábado, dia 23 de março último.
Os açorianos precisaram de pouco mais
de uma hora e vinte minutos para derrotar os
vimaranenses, por 25-20, 25-15, 25-21.
O Fonte Bastardo é a 11.ª equipa a colocar
o seu nome no palmarés da Taça de Portugal,
que continua a ser liderado pelo Benfica (14),
seguido pelo Sporting de Espinho (11).
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L u s oP r e s s e
04 de abril de 2013
EDITORIAL...
Cont. da pág 1
reativar um reator nuclear que tinha sido desativado em 2007, na altura, a troco de uma ajuda
económica da comunidade internacional.
Quem já se deu ao trabalho de ver alguns
dos inúmeros vídeos de propaganda da Coreia
do Norte que circulam na Net, deve ter certamente reagido, como manda o bom censo,
com um encolher de ombros ou um sorriso
como quem vê os gags dos Apanhados. Como
sabemos que os habitantes da Coreia do Norte
não têm acesso à Internet, ficamos sem saber
se os tais vídeos são postos a circular pelos
próprios serviços de propaganda de Kim Jongun ou por alguém que capta a televisão da Coreia do Norte e os difunde para galhofa do resto do mundo.
Sabendo-se que a pátria do jovem ditador
Kim Jong-un é um dos países mais pobres do
planeta, cuja população sofre graves penúrias,
sobretudo alimentares – o que seria bem pior
se não fosse o auxílio da China em troco de
mão-de-obra para as empresas chinesas instaladas na RPDC – sabendo-se que a economia
daquele país é uma das mais arcaicas do mundo,
onde a maior parte do orçamento do estado
vai para as forças armadas, para a glorificação
do líder supremo e para a polícia política que
mantém o povo na maior ignorância do que
se passa no resto do mundo; a produtividade
do país está de novo de rastos e o povo sofre
de graves carências de base segundo os testemunhos dos que por lá conseguem passar.
Daí que a grande maioria dos comentadores internacionais pense que esta ameaça não
passa de mais outra tentativa de chantagem,
para que a comunidade internacional acorra de
novo com mais auxílio alimentar e médico.
Assim parece, se tivermos em conta que
as ameaças repetidamente feitas pelo líder norte
coreano nas últimas semanas – como a de atacar diretamente o território dos Estados Unidos com mísseis de longo alcance e de declarar
a guerra à Coreia do Sul, a nação irmã, pareçam
demasiado caricatas para serem levadas a sério.
Só que desta vez, o tom subiu de uns
quantos decibéis na propaganda da Coreia comunista, indo ao ponto de anular unilateralmente o armistício que existia entre as duas
Coreias desde o fim da guerra que as separou
em julho de 1953 e de considerar que «a Coreia
do Norte tinha entrado em “estado de guerra”
contra a Coreia do Sul e que todas as questões
entre as duas Coreias serão tratadas de acordo
com um protocolo adaptado à guerra».
A ameaça parece também começar a ser
vista com mais seriedade da parte dos Estados
Unidos, que se decidiram a enviar um contratorpedeiro para o largo da Coreia do Norte e
de espiar aquele país com caças furtivos F-22
equipados de câmaras de alta definição e visão
noturna. A mesma reação veio da parte da Coreia do Sul, pela voz da sua Presidente Park
Geun-Hye que prometeu «uma resposta violenta e imediata sem quaisquer considerações
de ordem política se o Norte se aventurar numa
provocação contra a nossa população».
Por enquanto as ameaças são apenas verbais. Mas atendendo à inexperiência do jovem
líder norte coreano, porventura acicatado pelos
seus generais ou pelos seus próprios conselheiros, aduladores e servis, e sabendo-se que
eles têm efetivamente acesso a armas nucleares,
toda a cautela não é demais porque um gesto
tresloucado pode rebentar à face do mundo.
Se tal acontecer, como reagirá a China, os Estados Unidos, a Coreia do Sul ou a ONU? Nin-
guém tem resposta para tal evento, mas a única
alternativa é pressionar a China para que acabe
com o seu apoio à Coreia do Norte e ganhe
deste modo a consideração do resto da comunidade internacional. No dia em que a China acompanhar a ONU para boicotar o regime
déspota do louco Kim Jong-un, os dias do
seu regime estão contados.
DE LANTERNA...
Cont. da pág 2
O Sr. primeiro-ministro antes de estar no
poder apregoava que o Senado devia ser eleito,
nessa altura a crítica era feita aos liberais. Hoje,
que está no poder ele utiliza o mesmo estratagema que os liberais colocando assim aí os
seus piões. Um desses piões é um dos seus senadores, que se diz descendente das origens de
Sócrates, desconhecendo a cultura do seu pai.
É um do subterfúgio autoritário e demagógico
do partido, quando este partido de forma subtil
se parece com a atitude dos coronéis gregos,
mas vestido com capa da democracia! No caso
do senador, invocando o multiculturalismo como um “pecado” das minorias culturais do
Canadá, inclusos os francófonos que vivem
noutras províncias, ele reflete bem a ideologia
política do Sr. Harper, dado que essa ideologia,
não é mais que a doutrina do seu manitu Preston Manning, que prevalece na capital do país
como ideologia da direita, através do endoutrinamento que aí se faz aos fins de semana!
Este segundo mandato do Sr. Harper é
quase um mandato como o dos coronéis gregos. Um outro caso da democracia do primeiroministro do Canadá foi a nomeação do ministro da Defesa do Canadá. Uma espécie de “coronel monárquico”, que não tem escrúpulos
em utilizar um avião do Estado como transporte para ir caçar!
Ref: jornal “Le Devoir”, 11/03/2013
– 12/03/2013
Jornal La Presse, 11/03/2013, 13/
03/2013
Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades, Pierre E. Trudeau, 1981
GALERIA...
Cont. da pág 8
e jornalista
Tem uma certificação em Língua Portuguesa. Considera-se uma mulher na sombra
do marido. Foi professora em duas escolas secundárias. Responsável pelas oficinas de português da Universidade de Montreal. Animadora
de eventos literários e dos circuitos dos bancos
do Boulevard St-Laurent. Tradutora de francês
e de inglês para português.
Participou na emissão de televisão do canal
14. Viveu na França e na Espanha.
Tem colaborado com o LusoPresse como
repórter e cronista.
•••
15 – Paula de Vasconcelos, coreógrafa,
atriz, bailarina, fundadora e presidente da
trupe de teatro-dança, Pigeons International
Nasceu em Lisboa e chegou ao Canadá
no início dos anos 60. Os pais deram-lhe a oportunidade, assim como à irmã, de fazerem
tudo quanto quisessem na vida. Pessoas muito
curiosas sempre apoiaram as filhas em todas
as iniciativas.
Fez estudos de teatro depois de ter estudado ballet. Com o futuro marido fundaram o
Pigeons International, como uma companhia
de jovens para ter apoio governamental. A
primeira sessão foi um sucesso e nos outros
anos seguintes passou sempre a contar com o
Página 14
apoio do público.
Com o avançar da companhia de teatro
acabou por descobrir que preferia fazer a coreografia e a encenação. Pigeons International tem
viajado pelo estrangeiro. Trabalha com artistas
de todo o mundo e em várias línguas. No último espetáculo havia em cena 40 pessoas que
não eram profissionais, com idades entre os 7
e os 70 anos, de várias origens.
Vive no Plateau que tem a vantagem de
ser o bairro dos portugueses e dos artistas.
•••
16 – Alexandra Mendes, mulher política, 1ª portuguesa no Parlamento Federal. É
presidente do Partido Liberal do Canadá, secção do Quebeque
Chegou ao Canadá há 35 anos mas sempre tem vivido fora de Montreal e com poucos
contactos com a comunidade portuguesa. A
política entrou-lhe no sangue com a revolução
do 25 de Abril, quando tinha 10 anos.
Trabalhou durante 15 anos nos serviços
de acolhimento na margem sul. Em 2008 candidatou-se pelo círculo de Brossard e perdeu
por 146 votos. Exigiu uma recontagem e ganhou com uma margem folgada.
Em 2011 perdeu as eleições por altura da
«vaga laranja» que arrebatou a maioria das circunscrições do Quebeque para o Novo Partido
Democrático, mas tenciona candidatar-se nas
próximas eleições. Continua implicada com a
organização do Partido Liberal do Canadá.
•••
17 – Sílvia Garcia, Conselheira do 1°
Ministro do Quebeque (Jean Charest) e das
Ministras da Imigração Yolande James e Kathleen Weil
Nasceu em Lisboa e a família chegou ao
Canadá em 1967. Foram viver para a cidade de
Quebeque onde cresceu. Não havia mais de
600 famílias portuguesas e não havia nenhuma
associação. Quando queriam produtos portugueses tinham de vir a Montreal. Uma vez por
mês iam aviar-se no Soares e Filhos.
Estudou Engenharia mas acabou por se
formar em Arquitetura. Durante os estudos
sempre militou pelo Partido Liberal do Quebeque.
Em 2003 foi convidada pelo Primeiroministro Jean Charest como conselheira política do seu gabinete. Durante esse mandato
passou a viver entre Montreal e Quebeque, o
que se tornava bastante cansativo, tendo conseguido transferir-se para conselheira da Ministra da Imigração Yolande James, em Montreal e mais tarde da Ministra Katherine Veil.
Seu pai chegou a ser correspondente do LusoPresse na cidade de Quebeque.
•••
18 – Adelaide Vilela, poetisa e jornalista
Nasceu nas Minas da Panasqueira, mas
os pais emigraram para África onde se casou,
aos 17 anos, durante a guerra colonial.
A família regressou a Portugal tendo deixado tudo em África e ela chegou ao Canadá
em 1978.
Por vezes a vontade de regressar a Portugal, ora por ela ora pelo marido, levou-a querer
voltar aos estudos, atitude contrariada pelo marido. Com persistência levou para a frente os
seus intentos, com o marido resignado, e hoje
muito contente com os sucessos académicos
da esposa.
Já publicou 3 livros de poesia e uma antologia de contos. Tem viajado muito, sobretudo
para a América do Sul. Tem ganho várias medalhas e troféus, embora evite glorificar-se em
público. Colabora regularmente nas páginas
do LusoPresse.
•••
19 – Helena Loureiro, empresária:
Restaurantes Portus Calle e Helena, além do
livro de cozinha «Helena 100 recettes portugaises»
Nasceu na Serra de Santo António e chegou ao Canadá em 1988. Considera-se como
uma guerreira e faz sempre tudo depressa, a
começar pelo casamento aos 17 anos e dois filhos no mesmo ano.
Quando cá chegou foi estudar francês no
COFI (Centre de Orientation et Formation
des Immigrants).
Depois do COFI começou depois a trabalhar numa creche. No dia em que a cozinheira
ficou doente substituiu-a e guardou o posto
durante 12 anos. Começou a trabalhar em parttime na Tasca e inscreveu-se no Institut de
Tourisme et d’Hôtellerie du Québec, onde aprendeu a cozinhar com manteiga em vez de
azeite.
Depois do instituo foi trabalhar para o
Vintage e com um dos proprietários abriu o
Portus Calle, em 8 de março de 2003 (dia da
mulher), visto que os filhos já estarem crescidos. No dia 29 de junho de 2012, dia de São
Pedro, abriu o segundo restaurante, o Helena.
Escreveu um livro de cozinha, em Francês,
em homenagem à avó que foi quem lhe deu o
gosto pela cozinha.
Entretanto já tinha trabalhado como benévola para o Benfica e a Igreja portuguesa.
Sempre teve muita facilidade de integração
no meio quebequense e hoje considera-se cidadã de Portugal e do Quebeque e declarou que
não lhe faltam mais projetos para o futuro.
•••
20 – Clementina Santos, conselheira
das Comunidades Portuguesas
Chegou ao Canadá com 23 anos, em janeiro de 1977, no meio duma das maiores tempestades de neve do século passado. Esta experiência serviu para a vacinar contra todas as
tempestades que vieram depois.
Nasceu numa família com grandes tradições de tecelagem e como não havia estabelecimentos de ensino na terra teve de lutar para
que a autorizassem a estudar. Acabou por ir
para Lisboa onde se formou como educadora
infantil. Foi então que se casou e decidiram vir
para o Canadá.
Implicou-se num jornal étnico que se publicava em 5 línguas. Trabalhou no Radio Centre-Ville, em teatro, no Centro Étnico St-Louis,
na emissão portuguesa da Télé-Québec, emissões de Radio-Canada International e RadioCanada. É tradutora e intérprete nos tribunais
do Quebeque. Nos anos 80 fez um interregno
da atividade profissional para se ocupar da filha
e é presentemente Conselheira das Comunidades Portuguesas, junto do governo português e trabalha no Radio Centre-Ville.
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04 de abril de 2013
Campeonato da Major League Soccer
Primeira derrota do Impacto
•
Por Norberto AGUIAR
U
m dia tinha de ser.
Depois de quatro vitórias seguidas, duas em casa e duas no exterior,
o Impacto acabou por, ao quinto jogo, averbar a primeira derrota da
época no Campeonato da MLS, que integra, não esqueçamos, pelo segundo ano consecutivo. E essa derrota acabou por ser às mãos, diríamos
melhor, aos pés do Sporting Kansas City, campeão em 2012 da Zona
Este da prova, a mesma da qual faz parte o Impacto de Montreal.
A derrota de sábado passado, em Kansas City, não surpreende,
visto o Sporting ter sido melhor equipa no terreno de jogo, com um
caudal atacante de 25 remates enquanto o Impacto se ficou por menos
do que uma mão cheia de oportunidades. E quando assim é, difícil se
torna à equipa dominada vencer o desafio, a menos que seja num dia de
muita sorte e, já agora, de muita displicência do adversário... Mas que
tem acontecido casos assim, lá isso tem.
O Sporting Kansas City, que até não começou o campeonato
muito bem, no desafio de sábado já deu um lamiré do que poderá ser a
sua postura em 2013. Para muitos é mesmo uma das equipas a considerar
como favoritas não só ao título da Zona Este, que ganhou em 2012,
mas também ao título geral da Major League Soccer, pertença do La
Galaxy de Los Angeles. É igualmente favorita para repetir a conquista
da Taça dos Estados Unidos, conquistada em 2012 em despique com o
Sounders de Seattle.
Dominado a todos os níveis, o Impacto não teve outra escolha
que ceder os primeiros três pontos na importante e difícil competição.
De resto, nos quatro jogos em que venceu os seus antagonistas, o Impacto nunca foi a equipa que mandou no jogo. Pelo contrário, foram
os seus adversários a ditar o andamento, só que sem o domínio agora
exercido pelo Sporting Kansas City. E isso valeu à formação canadiana
de esperar pela hora certa para desferir o golpe fatal ao antagonista da
ocasião. Isso mesmo aconteceu em Seattle, em Portland e até contra o
Toronto FC, em jogo no Estádio Olímpico, sua casa nos dois primeiros
jogos do campeonato – o outro foi contra o Red Bulls Nova Iorque.
Sem Nesta no onze, jogou outra vez o jovem quebequense Karl
Ouimette, mas já com Mapp como titular e a jogar os 90 minutos, não
se pode dizer que foi por aí que o Impacto perdeu o jogo. A derrota teve muito mais a ver com o fraco rendimento de jogadores como Di Vaio, com muitos hiatos na sua atuação, de Patrice Bernier, uma surpresa,
já para não falar de Filipe, o brasileiro que em 2012 deu «cartas» entre os
seus pares e que neste início de época não tem estado à altura daquilo
que se espera dele. Estará Filipe a estranhar a nova posição que o treinador Marco Schallibaum lhe passou a conferir na equipa? Talvez seja
isso. Filipe, este ano, tem menos liberdade de ação em relação ao que acontecia às ordens de Jesse Marsh na época passada... Não se esqueça
porém que todo esse fraco rendimento dos jogadores montrealenses e
da própria equipa tiveram muito mais a ver com a categoria do adversário
do que com as suas próprias fraquezas...
Como conclusão diremos que o 2-0 a favor do Sporting foi mais
do que justo.
Impacto – Red Bulls, 1-0
Dos cinco jogos que vimos, três via TV e dois presencialmente,
diremos que foi este contra o Red Bulls que o Impacto mais mereceu a
vitória. É verdade que os nova-iorquinos não contaram com as suas
duas maiores vedetas, Thierry Henry, lesionado, e Cahill, em representação da sua seleção, na Austrália. Mas contou, por outro lado, com a
presença de Peguy Luyindula, um atacante francês de grande classe e que
quando melhor integrado vai certamente dar muitas alegrias aos seus
adeptos.
Com muitas oportunidades, o jogo teve sempre um ritmo muito
vivo, com a formação de Montreal a dominar na maior parte do jogo,
criando boas oportunidades para que o marcador, no final, apresentasse
outros números. Neste aspeto, Di Vaio, que foi quem marcou o golo
da vitória, aliás, um golo de excelente recorte técnico, dele e de Bernier
que foi quem fez o passe a rasgar toda a defesa contrária e sem que Luís
Robles – excelente keeper, que deixou o campeonato alemão, em 2012,
para regressar ao seu país e defender as balizas do time de Nova Iorque
– pudesse fazer o que quer que fosse para evitar que o esférico entrasse
na sua baliza, mas dizíamos que Di Vaio falhou muitas oportunidades,
algumas de baliza aberta, o que poderia ter custado pontos à sua equipa...
Num jogo que foi quase sempre de parada e resposta, o marcador
L u s oP r e s s e
de 1-0 não reflete o que realmente se passou
em campo. Um 3-2 ou mesmo um 4-3 espelharia melhor o que se passou no decorrer dos 90
minutos do jogo disputado no Estádio Olímpico no sábado, dia 23 de março e perante cerca de 30 mil espetadores.
Próximo jogo
O Impacto, que viu o seu jogo desta semana diante do La Galaxy de Los Angeles adiado
para outubro devido ao facto da equipa americana estar envolvida nas duas próximas semanas
na Taça dos Campeões da CONCACAF, onde
medirá forças com os mexicanos do Monterrey
em jogos das meias-finais da competição, jogará somente a 13 de abril, contra o Columbus
Crew, mas agora na estreia do Estádio Saputo.
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04 de abril de 2013
L u s oP r e s s e
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A partir do
8 de abril
pequenos almoços
a partir das
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Ameaça e chantagem