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E entre os primeiros, em lugar bem destacado, está Kim Jong-un, o líder hereditário da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), vulgarmente conhecida por Coreia do Norte. Na passada terça-feira, numa escalada verbal mais tonitruante que de costume, Kim Jong-un anunciou a sua intenção de Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. )MPORTATEUR$ISTRIBUTEURs)MPORTER$ISTRIBUTOR Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 4ÏLs [email protected] Foto de Karene Aguiar/LusoPresse. Cont. na pág 14 Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 04 de abril de 2013 Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013 75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976 • Permanente por computador • Pose de unhas e manicura • Depilação com cera 69, Mont-Royal est Montréal FICHE TECHNIQUE LusoPresse Le journal de la Lusophonie SIÈGE SOCIAL 6475, rue Salois - Auteuil Laval, H7H 1G7 - Québec, Canada Téls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199 Courriel: [email protected] Page Web: www.lusopresse.com Editor: Norberto AGUIAR Administradora: Petra AGUIAR Primeiros Diretores: • Pedro Felizardo NEVES • José Vieira ARRUDA • Norberto AGUIAR Diretor: Carlos de Jesus Chefe de Redação: Norberto Aguiar Redator-adjunto: Jules Nadeau Conceção e Infografia: N. Aguiar Escrevem nesta edição: • Carlos de Jesus • Sylvie Pelletier • Fernando Pires • Norberto Aguiar • Inês Faro • Osvaldo Cabral • Filipa Cardoso • Lélia Nunes • Elisa Fonseca • Lélia Nunes • Adelaide Vilela Revisora de textos: Vitória Faria Societé Canadienne des Postes - Envois de publications canadiennes - Numéro de convention 1058924 Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec et Bibliothèque Nationale du Canada. Port de retour garanti. L u s oP r e s s e Página 2 A falência dos transportes • Por Osvaldo CABRAL O setor empresarial do Estado é constituído por 137 empresas, 83 das quais são participadas a cem por cento pelo mesmo. Foi um monstro que herdámos do período das nacionalizações e das loucuras cometidas por todos os governos, para abrigar os acólitos dos aparelhos partidários ou ajudar os amigos da área política. As empresas financeiras representam 34% do monstro empresarial do Estado, seguindo-se o setor dos transportes, com um peso de 18%. Das financeiras já todos conhecemos o descalabro, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, porto de abrigo das famílias partidárias, que também já dá prejuízo. Grave, grave, é o setor dos transportes, que todos os anos, há mais de uma década, apresenta avultados prejuízos, oscilando entre os 500 e os 600 milhões anuais. Os campeões do descalabro são, à cabeça, a CP, seguida do Metropolitano de Lisboa, a Carris e o Metro do Porto. A província, que não anda de metro, e os insulares, que não têm comboio, contribuem, também, com os seus impos- tos, para o festim das capitais lusas. Chamam a isto, pomposamente, “indemnizações compensatórias”, que têm vindo a crescer todos os anos, desde o ano 2000. Numa década cresceu 157%, o que equivale a mais de 1 bilião de euros em todo o setor. Apesar disso, as empresas apresentam, todos os anos, resultados desastrosos. As contas são confirmadas num estudo do ISCTE, da autoria de Helena Isabel Sebastião, num projeto de mestrado em Gestão, apresentado em maio do ano passado. É aqui que entra a questão: se essas empresas são altamente financiadas com os dinheiros públicos, qual o motivo para o Estado não apoiar, na mesma ordem de grandeza, os transportes marítimos e aéreos dos Açores? Se vivemos em ilhas e não temos outras opções para nos deslocarmos, merecíamos a mais larga fatia do apoio público. É verdade que também recebemos “indemnizações compensatórias”, mas nada comparadas com o apoio crescente às empresas do continente. Para este ano, por exemplo, o Governo da República vai reduzir em 14% o pagamento das indemnizações. Vão ser entregues “apenas” 305 milhões de euros, sendo que 70% desta verba é para as empresas de transportes. Sabem quem é mais prejudicado nesta redução? Claro, os Açores. As mais deficitárias continuam a ver as suas indemnizações aumentadas, enquanto a SATA sofre um corte de 4,6 milhões. De lanterna na mão à procura da Democracia! • Por Fernando PIRES G ostaria de dizer que esta minha opinião não se limita apenas ao Quebeque, mas também e em forma de raspão, apontarei a fisga ao partido no poder em Otava. Porque, queiramos ou não, tudo isto está interligado, mesmo para aqueles que dizem que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Só os indignados que desconheçam o princípio da democracia, da injustiça, da desonestidade, da ladroagem, podem agir de modo contrário! 1 – Comecemos então pela democracia que está mais perto de nós, sem esquecer evidentemente a monarquia do Sr. primeiro-ministro do Canadá, assim como o mundo que hoje nos rodeia, e que não deixa de ser uma aldeia global, onde por vezes se lava a roupa suja em vez de se tratar da coisa do usurário público que é roubado aos honestos cidadãos. Num texto publicado nas páginas de ideias do jornal “Le Devoir”, André Laroque escreve o seguinte: “os partidos contra os cidadãos”. Todos compreenderão que o conceito de partido deve ser mais vasto que o Partido Quebequense ao qual o autor dirige a sua crítica. Contudo, a frase aqui utilizada pelo Sr. Laroque traz água no bico desde que René Lévesque “abandonou” o barco! Se Andreé Laroque visa textualmente o Partido Quebequense, ele visa todos os parti- dos que têm assento na Assembleia Nacional, podendo também ter uma extensão global sobre a democracia. Só aqueles que não se querem ocupar da política deixam que a política se ocupe deles. Já numa outra vida os atenienses na Praça Pública da ex-ágora de Atenas se ocupavam do poder daqueles que se queriam acaparar dele! Por isso vivemos tempos de corrupção e de patifaria; porque para alguns a política é um bicho-de-sete-cabeças que faz com que temos governos e os partidos que merecemos! Vamos, então, para já, à democracia que nos é mais próxima, que é a democracia política dos partidos municipais, e da província. Segundo André Laroque, que foi subministro da pura convicção política de René Lévesque, o seu governo propôs na Assembleia Nacional em 1977 a adoção da lei N-2, que se aplicava ao financiamento dos partidos políticos. Laroque diz que esse momento foi para ele “um grande momento de glória”. Este homem queixa-se hoje do orgulho da lei N-2 do Partido Quebequense de René Lévesque, “ridiculizada e sabotada em 6 de dezembro, “ – se assim foi”. Ele defende agora os cidadãos contra os partidos, indo ao ponto de dizer que “não haveria corrupção se não houvesse quem recebesse ilegalmente os ladrões – esses são os partidos”. Para o Sr. Laroque, que outrora, com outros, por exemplo Claude Ryan, Pierre F. Coté, Pierre Dansereau, iniciadores em outubro 2001 do Novo Movi- A REFER é a que mais receberá (53,8 milhões), seguindo-se o Metro de Lisboa (49,7 milhões), a STPC (15 milhões), e por aí fora... (Todas juntas davam para financiar a SATA durante uma dezena de anos e a RTP-Açores duas dezenas). Só o Metro do Porto, um projeto altamente deficitário, vai gastar este ano 475 milhões de euros, quase metade do orçamento dos Açores. Eu já nem falo do transporte marítimo de passageiros entre as ilhas, que devia ser tratado pelo Estado à semelhança dos cacilheiros de Lisboa, mas prejudicar os açorianos que aqui residem, através do reduzido apoio ao transporte aéreo, é uma injustiça gritante e que merece ser penalizada por todos os açorianos nos actos eleitorais. Até os madeirenses são tratados pelo Estado de forma diferente. É ver a rota Funchal/Porto Santo, operada pela empresa açoriana SATA, cuja exploração é deficitária na ordem dos 6 milhões de euros, pagos pelo governo da república a título de... “indemnizações compensatórias”. O mesmo Estado que recusa solidariedade às famílias açorianas e à Região pelos prejuízos causados pelo mau tempo. É esta desigualdade de tratamento que é incompreensível. Já não bastam as tarifas proibitivas que nos cobrem para sair das ilhas. Temos também que pagar a gestão de regabofe de todas aquelas empresas do Estado. Já não é, apenas, uma questão de falência das empresas. É, também, a falência da política e da ética do Estado. mento pela Democracia (NMD). É claro que os toques que se dão atualmente à lei N-2 de 2012 dos partidos; segundo Laroque, não tem nada que se pareça com a lei de Lévesque de 1977. Para aqueles que estejam interessados no texto, mencionaremos aqui seis pontos que ele invoca como principal crítica: Lutar... Fixar... Marginalizar... Servir... Partilhar... Fazer de Conta que... Para Laroque: “da lei N-2 de 1977, à lei N2 de dezembro 2012, vai uma grande descida nas exigências que a classe política se impõe a si própria”. 2 – Observemos agora a passagem à cena da democracia do governo do Sr. Harper. Este governo tem sido um governo que governa com a tal lei, chamada lei Mamute. Desde que está no poder, o Sr. Harper não deu um passo para que o bilinguismo no Canadá se possa aplicar às outras províncias canadianas. Do mesmo modo, o seu partido está-se nas tintas para os direitos das minorias do Canadá, começando pelas reservas indianas, pelas mulheres e pelas minorias culturais e francófonas das outras províncias. Com exceção do Novo Brunswick, onde as duas línguas são oficiais, nenhuma aplicação do bilinguismo! Talvez apenas em casos extremos! Se nos debruçarmos agora sobre o mandato deste governo, a sua democracia anda de gatas, é só estar atento ao que acontece no Parlamento quando se trata de debater os efeitos das leis no País, tal foi o caso da lei Mamute passada a vapor! Cont. Pág. 14, De lanterna... L u s oP r e s s e 04 de abril de 2013 Página 3 Viagem pelo prodigioso mundo dos azulejos • Por Sylvie PELLETIER, estudante de Português da Universidade de Montreal E sta minha viagem pelo admirável universo dos azulejos teve início quando preparava uma apresentação sobre a temática dos azulejos para a aula de Português do professor Luís Aguilar, onde me cabia abordar a problemática dos tão badalados quadrados de cerâmica. No domingo passado vi o filme Azulejos. Une utopie céramique, de Luís de Moura Sobral, apresentado na Cinémathèque québécoise, no âmbito do FIFA (Festival international du film sur l’art). O trabalho que apresentei na aula não foi mais do que uma modesta síntese sobre o tema dos Azulejos. O visionamento do filme permitiu-me descobrir uma arte antiga impressionante e tão presente, ainda hoje, principalmente em Bilhete de Lisboa Novos restaurantes • Por Filipa CARDOSO D evido à crise e o consequente aumento do IVA os restaurantes para sobreviverem têm que usar imaginação, manter a qualidade, e ao mesmo tempo não aumentar os preços. Infelizmente haverá muitos restaurantes que não vão conseguir manterse abertos mas em contra partida começaram a surgir pequenos espaços dirigidos por jovens “chefes” que proporcionam viagens únicas pelo universo dos sabores. É especialmente ao almoço que os preços são mais em conta. Há cada vez mais lugares para se ir com um grupo de amigos para “picar” ou, por outras palavras, para partilhar e saborear verdadeiros petiscos. No restaurante Pharmacia, na rua Marechal Saldanha, em Lisboa, a lista ao almoço é de difícil escolha – rolinho de beringela, tâmaras e queijo de cabra, croquetes de pato, charutos de alheira, várias tibornas, como a de bacalhau assado com compota de pimentos. Toda a envolvência deste espaço tenta recriar uma farmácia antiga com várias vitrinas de madeira onde não faltam os frascos da botica. Os cocktails têm nomes de medicamentos para curar as maleitas, como Omeprazol (à base de vinho do Porto e pera) e Psicoestimulante (mistura de medronho com maracujá) e a água é servida em garrafas H2O. Este restaurante está integrado num antigo palacete do século dezanove que pertenceu ao industrial Alfredo da Silva. Atualmente pertence à Associação Nacional de Farmácias, que é também responsável pelo interessante Museu da Farmácia. O restaurante Páteo do Petisco, na Travessa das Amoreiras, na Torre, em Cascais, é outro marco de grande sucesso, sempre com casa cheia. Este espaço é de grande simplicidade. Existe um verdadeiro pátio exterior com bancos corridos e no interior destacase uma grande ardósia, pendurada na parede, onde está escrita, a giz, a ementa do dia. A oferta é vasta e muito bem confecionada – sopas, saladas (ovas, polvo, bacalhau com grão), petiscos (ovos com farinheira, pica pau, moelas, caracóis, etc.), bifes com vários molhos, peixes e mariscos. Este Páteo consegue aliar na perfeição o conceito de casa de tapas com uma atmosfera muito alegre e descontraída, a um preço muito razoável. Mais ou menos com o mesmo princípio abriu recentemente na Rua Fradesso da Silveira em Alcântara, Lisboa, o restaurante Split (to Split…or Not). No menu podemos encontrar petiscos nacionais e espanhóis, tais como – pimentos padron, bruchettas de tomate, cascas de batata fritas, ameijoas à Bulhão Pato e “Ganda Lata” que se resume a latas de conservas portuguesas, como ovas de sardinha ou cavala. Para terminar, gostaria de mencionar os 4 restaurantes distinguidos em Lisboa, pela “Boa Cama, Boa Mesa – Expresso 2013” com o Garfo de Platina o Restaurante Belcanto, e com o Garfo de Ouro os restaurantes, Eleven, Feitoria e Fortaleza do Guincho. Portugal e no Brasil, sem esquecer Montreal e os bancos públicos da rua St-Laurent que integraram muito bem os impressionantes azulejos contemporâneos na decoração do referido mobiliário urbano. O filme, do género Road Movie, convivial, simples e sem grandes pretensões, conduz-nos pelo universo dos azulejos começando pelo século XX. Luís de Moura Sobral explica o desenvolvimento contemporâneo dos azulejos que se inicia, provavelmente, por altura da visita de Le Corbusier ao Rio de Janeiro, na segunda metade do século XX, altura em que o grande arquiteto urbanista se deixou seduzir pelos azulejos e, diz-se que sugeriu a sua utilização na arquitetura. Ainda que muito mencionada esta explicação, o certo é que a mesma não se poder dar como certa. Em Portugal, Luís de Moura Sobral A foto mostra-nos o autor do projeto, professor Luís de Moura Sobral, à direita, Luís Aguilar, leitor de Português na Universidade de Montreal, e Sylvie Pelletier. acompanhado de um guia, mostra-nos os azulejos do metro de Lisboa. Wow! Um verdadeiro museu da azulejaria contemporânea portuguesa. Toda a gente deve ir visitar este museu, quero dizer o metro de Lisboa. Depois, recuamos no tempo para descobrir a origem do azulejo. Percorremos vários monumentos para melhor compreender a sua evolução ao longo de cinco séculos: dos azulejos de influência mourisca dos séculos XV e XVI, de elementos geométricos, até à primeira produção portuguesa do século XVII, com um desenho ingénuo, geralmente, uma reprodução de gravuras europeias, aos azulejos que se podem encontrar em Portugal e no Brasil (esta arte foi importada pelos colonos portugueses deste país). Situa-se no século XVIII, o apogeu dos azulejos, o ciclo dos mestres que fizeram obras gigantescas, tão-somente com as cores azul e branco. É nesta época que uma maior exigência técnica se pode verificar, a par da participação de artistas como Policarpo de Oliveira Bernardes. Quanto a mim, gostei, particularmente dos detalhes de azulejos mostrados em grande angular, já que os nossos olhos são insuficientes para tudo ver à vista desarmada. O filme mostra-nos a capela de São Filipe em Setúbal, o que nos permite perceber a utopia ceramista de que fala o realizador. Titulaire d'un permis du Québec viagens 0ROP*OAQUIM3ILVA Depois, Luís de Moura Sobral diz-nos com tristeza que muitos mais azulejos ficam nos entrepostos, não importa como, não importa onde. Por outro lado, o filme dá-nos a conhecer o importante trabalho de restauração e catalogação de azulejos, geralmente de elevado custo, do Museu Nacional do Azulejo em Lisboa, onde muitas pessoas trabalham como voluntárias, procedendo a uma tarefa colossal. Não queria terminar este pequeno texto sem referir o grande entusiasmo existente no desenvolvimento e na utilização dos azulejos, principalmente, em Portugal e no Brasil. De onde vem esta paixão? Azulejos. Une utopie céramique não responde a todas as perguntas deste gênero, mas permite-nos, com certeza, levantar o véu rumo a um melhor conhecimento da arte dos azulejos. É impossível ir a Portugal e ao Brasil sem reservar tempo para ver esta utopia ceramista. Foi um grato prazer ver esta arte, através do filme de Luís de Moura Sobral. O meu sincero e reconhecido agradecimento. Ficámos a saber da existência de uma cátedra de cultura portuguesa na nossa universidade, cujo titular é precisamente o professor Luís de Moura Sobral, que realizou o seu filme no âmbito desta instituição académica. 4057, boul St-Laurent, Montréal, QC H2W 1Y7 514-987-7666sVOYAGESCONFORT QCAIRACOM Verão 2013 em Portugal Já temos preços disponíveis para Lisboa e Porto Voos diretos! Porque os nossos clientes merecem o melhor! Uma relação que dura há 16 anos e da qual nos sentimos orgulhosos. Viagens para o sul Cuba, República Dominicana, México, entre outros destinos Garantimos o mesmo preço que na internet 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Dia da Mulher do LusoPresse Qual o caminho a seguir? • Reportagem de Inês FARO e fotos de Karene AGUIAR/LusoPresse A 13ª edição do Dia da Mulher foi dedicada este ano ao tema: «60 anos da Comunidade: revisitar o passado, perspetivando o futuro através da(s) Mulher(es) de origem portuguesa». Vinte mulheres da comunidade portuguesa em Montreal marcaram presença na sala Godin do Hotel 10, no dia 24 de março. Da política ao voluntariado, das artes à educação, entre outras áreas de ação, as convidadas falaram das suas experiências a nível pessoal e profissional e da sua implicação na vida da comunidade portuguesa no Quebeque. O encontro acabou com algumas reflexões sobre o futuro da nossa comunidade. De onde vimos? Habituados a estarem rodeados de mulheres, Norberto Aguiar, editor do LusoPresse e pai de três filhas e Carlos de Jesus, diretor, casado com Vitória Faria revisora do jornal, foram os moderadores de um encontro dedicado ao feminino. Sentadas à volta de uma grande mesa em forma de U, foi pedido às vinte convidadas que falassem de si e dos desafios que enfrentam como mulheres e como portuguesas na sociedade quebequense. Embora o plano inicial fosse dividir o encontro num primeiro momento de apresentações seguido de um debate, foi a troca de experiências que dominou este Dia da Mulher. Manuela Pedroso do Centro de Apoio à Família foi a primeira a ter a palavra. Com muitos anos de experiência no apoio e encaminhamento de pessoas vítimas de violência doméstica, a assistente social alertou para a necessidade de se falar mais sobre este flagelo social. Ao seu lado, Ludmila Aguiar e a única mulher diretora do Hotel 10 falou daquilo que ainda é uma realidade para muitas mulheres, a ausência de paridade em lugares de topo, nomeadamente no mundo da hotelaria. A timidez das duas convidadas foi o mote para a apresentação de Isabel dos Santos, atriz: “é tão feminino esta dificuldade em falar de si”, disse a também exconselheira municipal. Já mais habituada a falar em público, a professora Odete Cláudio partilhou as suas experiências como pioneira entre as mulheres portugueses da educação no Quebeque. Há 56 no Canadá, Ana Souto relembrou o tempo em que deixou o Faial para emigrar para um país desconhecido. “Quando me casei nunca tinha ouvido falar do Canadá”, disse emocionada. Já Maria Furtado sempre soube quem eram os portugueses que chegavam e partiam. Durante 40 anos esteve à frente do Livro do Galo. Quanto a Nisa Remígio, foi de cá para lá. Nasceu em Montreal e foi viver para os Açores acabando mais tarde por regressar ao Quebeque. Nos últimos anos tem-se dedicado à investigação sobre a vida das primeiras mulheres açorianas no Canadá. Segui- Página 4 ram-se as aventuras e desventuras de uma família pioneira nas Sept-Îles há mais de 50 anos atrás, contadas pela mãe, Iria Amaral e pela filha, Manuela Franco. Emigrada há menos anos, Glória Sousa falou da sua experiência como empresária e proprietária do restaurante Coco-Rico, onde gere 16 empregados. Numa partilha em jeito de balanço de vida, Manuela Delbiondo considera que apesar de algumas dificuldades que teve de enfrentar na vida é hoje uma mulher feliz e tem orgulho pelo que já contribuiu para a sociedade, nomeadamente através da sua implicação na vida comunitária de Laval. Também Ilda Tavares tem dedicado a sua vida à comunidade portuguesa através da dinamização das associações de Blainville onde ainda hoje se ocupa de diversas tarefas. De regresso ao Plateau Mont-Royal, a convidada seguinte é conhecida pelo seu envolvimento em diversas iniciativas da comunidade portuguesa na cidade. “Tenho os joelhos gastos de percorrer as ruas do nosso bairro”, disse Joaquina Pires, conselheira para as relações interculturais da Ville de Montréal. Da vida comunitária passou-se para a educação. Vitália Rodrigues de Aguilar conta como saiu do “gineceu” e contrariou o destino ao recusar os bordados para se licenciar em psicologia interpessoal e ser hoje responsável pelas oficinas de português da Universidade de Montreal. No mundo das Artes, Paula de Vasconcelos é provavelmente das portuguesas mais conhecidas. A coreógrafa e diretora da companhia Pigeons International agradece aos pais a abertura que sempre tiveram nesta “terra de oportunidades”, como se referiam ao Canadá. Na política, Alexandra Mendes foi a primeira mulher portuguesa a ser eleita como deputada federal pelo círculo de Brossard. Com mais de 15 anos dedicados à vida comunitária, é a polí- tica “a paixão da minha vida”, disse. À espera das próximas eleições, Alexandra Mendes continua implicada na dinâmica do Partido Liberal do Canadá. Conselheira política de Jean Charest, entre outros, Sílvia Garcia é outra mulher portuguesa a influenciar os destinos do Quebeque. Formada em arquitetura, passou os últimos anos entre a cidade do Quebeque e Montreal a ocupar diferentes cargos públicos. Ao seu lado Adelaide Vilela, poeta e jornalista, partilhou as suas histórias desde as Minas da Panasqueira à guerra em África e a vida em Montreal. Contrariando a ideia do marido que não queria que estudasse, Adelaide Vilela tem representado já a língua portuguesa em vários eventos internacionais. Na ordem do dia, Helena Loureiro é provavelmente das mulheres da comunidade portuguesa das que mais se houve falar ultimamente. Seja a celebração dos 10 anos do restaurante PortusCalle ou o novo restaurante Helena, a empresária e chefe luso-canadiana é uma figura de referência da gastronomia portuguesa no Quebeque. Por último, a palavra foi dada a Clementina Santos, Conselheira da Comunidade Portuguesa em Montreal desde outubro de 2008. Destinada a ser tecedeira e a ser mulher de um doutor, Tina, como é conhecida, trocou as voltas ao destino. Entre outras funções que desempenha, é hoje também uma voz conhecida da emissão portuguesa da Rádio CentreVille. Para onde vamos? Apresentações feitas, houve ainda tempo - não muito -, para discutir sobre o futuro da comunidade. Será que as associações como hoje as conhecemos vão sobreviver ao passar dos tempos? A quem cabe a responsabilidade de ensinar a língua portuguesa às novas gera- 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Página 5 Se viajar para os Açores... Escolha... ções? Qual é o caminho a seguir? As intervenções foram tentativas de resposta a estas e outras questões. Helena Loureiro defendeu o património gastronómico. Os luso-descendentes “continuarão a ter orgulho nas suas raízes e a gastronomia será sempre uma boa forma de manter a presença portuguesa em Montreal”, disse a chefe portuguesa. Alexandra Mendes falou na perspetiva de uma portuguesa de Brossard e falou nas mudanças que hoje já são visíveis: os casamentos mistos; o desaparecimento da comunidade nas suas estruturas tradicionais; o desaparecimento da língua portuguesa entre as camadas mais jovens da comunidade. A ex-deputada falou ainda da nova vaga de emigração. Partindo desta última ideia, Joaquina Pires alertou para o facto de ser importante as gerações mais antigas receberem e ajudarem as novas gerações numa integração bem sucedida na província. Isabel dos Santos levantou a problemática da manutenção das instituições portuguesas pelas novas gerações e defendeu um caminho não pela via do saudosismo mas pela renovação. “A comunidade teve respostas adequadas às necessidades que teve, que já não são as de hoje. Há instituições que vão morrer e é bom que assim seja, é sinal de que já não são precisas”, disse. Na mesma linha, Nisa Remígio defendeu que sim, “é preciso deixar uma herança, mas é fundamental deixar as gerações mais novas escolherem o seu caminho”. Sílvia Garcia mostrou o seu entusiasmo em relação ao futuro da comunidade e Clementina Santos relembrou que a comunidade é “monocromática” e por isso reticente à mudança... Lançaram-se ainda propostas para a dinamização de encontros e grupos que aproximem as mulheres da nossa comunidade. Uma das iniciativas mais importantes do jornal, o Dia da Mulher, contou em edições anteriores com Manuela Aguiar, antiga vicepresidente da Assembleia da República, Lise Thériault, ex-ministra da Imigração e das Comunidades Culturais do Quebeque, Maria Barroso, ex-primeira dama de Portugal, entre outras mulheres que se destacaram na vida pública portuguesa e quebequense. Escolas canadianas, em Maio... Vão aprender sobre a União Europeia • Por Elisa Fonseca, Agência Lusa TORONTO - O núcleo no Canadá da Rede Europeia de Institutos de Língua (EUNIC) prepara uma ação de sensibilização sobre a União Europeia em escolas de Toronto no Dia da Europa, a 9 de maio, disse à Lusa a responsável da instituição. A EUNIC (European Union National Institutes for Culture”), que é a rede de institutos de língua de países membros da União Europeia, tem no Canadá um núcleo constituído por cinco institutos nacionais de língua - o Camões, a Alliance Française, o Instituto Italiano di Cultura, o Goethe Institut e o British Council -, mantendo igualmente atividade em secções culturais de missões diplomáticas estabelecidas em várias cidades no país. Atualmente presidida pelo Camões ToCont. na pág 7 Foto da primeira página: Iria Amaral quando intervinha no debate do Dia da Mulher do LusoPresse. A sua história nas Sete Ilhas prendeu toda a assistência. Foto Karene Aguiar/LusoPresse. Mais matéria sobre o Dia da Mulher na próxima edição do LusoPresse. No jornal de 18 de abril, contamos, como rescaldo, falar ainda um pouco do que foi o Dia da Mulher do LusoPresse 2013. Dra. Carla Grilo, d.d.s. Dentista Clínica Dentária Christophe-Colomb Escritório 1095, rue Legendre est, Montréal (Québec) Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020 Paulo Duarte SEDE: Largo de S. João, 18 9500-106 Ponta Delgada Tel.: 296 282 899 Fax: 296 282 064 Telem.: 962 810 646 Email: [email protected] www.rentacar-eurocor.com AÇORES 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Página 6 A Páscoa e a mercearia do “seu Brognoli” • Por Lélia Pereira da Silva NUNES mútuo e deixando fluir a violência, a indiferença, o descaso. A Páscoa já muito antes de s diser a festa da ressurreição anunciava a chegaas ensolarados e da da Primavera, no hemisfério norte, reprea brisa suave desentando a passagem de um tempo de trevas nunciam a chepara um tempo de luz. Ostera ou Esther, a gada do outono deusa da Primavera, é retratada segurando um e da Páscoa. A ovo na mão, enquanto olha um coelho ao rePáscoa chega ludor de seus pés. A deusa e o ovo que segura, minosa e o bransão símbolos do fruto da vida, do nascimento. co, a cor da paz Os povos antigos comemoravam o Equiinfinita, reprenócio da Primavera decorando ovos e presensenta a unidade teando-os. Muitos costumes ligados à Páscoa humana alicerçatêm sua origem nos festivais pagãos da primada nas diferenças dos povos e culturas como vera, outros na comemoração do Pessach, a a fusão, pela rotação, das diferentes cores do Páscoa judaica, um ritual que celebra o êxodo espetro dá o branco, no disco de Newton. do Egito para a terra prometida – uma passaPor toda parte, meus olhos encontram gem – como a de Cristo, da morte para a resuma profusão de coelhos e ovos de chocola- surreição da vida. te de todos os tamanhos e recheios. Uma O meu encantamento com a Páscoa lidelícia de dar água na boca! Gulosa, fico ali ga-se a essas tradições religiosas e culturais. apreciando e imaginando o sabor do choco- Mas, a memória infantil guardou para semlate a derreter na língua, sentindo seu aroma pre a magia da mercearia do seu Brognoli, a penetrar por todos os poros, não resistindo decorada com lindas cestas de Páscoa, coeem tocar na sua textura suave. Uma sensação lhos de algodão, branquinhos, olhos vermeindescritível! Se chocolate é fonte de energia lhos e laços de fita no pescoço. No balcão e de prazer, aqueles varais de coelhos e ovos de vidro, ovos e coelhos de chocolate, macidependurados por todas as lojas da cidade ços, de todos os tamanhos, apresentados são uma tentação em dose múltipla. Verda- em elegantes estojos forrados de cetim ou deiro “theobroma” – alimento dos deuses. veludo. Barras de chocolate “Urso marrom”, Ah! Faz lembrar a Páscoa da minha in- bombons “Sonho de Valsa”, balas “Negrita, fância! Os coelhos de chocolate e os ovos Déa e Toffe”. E os ovos de cristal, então? de “cristal” da mercearia de seu Roberto Bro- De açúcar cristalizado, quase transparente, gnoli, em Tubarão, minha cidade natal. Num pareciam mesmo de cristal e no seu interior tempo em que não existiam nem super nem uma gravura de um coelhinho pulando na hiper mercados, era na “mercearia” que se relva. encontrava toda espécie de produtos e prenLá em casa, o costume era fazermos as das para as datas especiais: frutas cristalizadas nossas cestas ou ninhos de Páscoa com caida Confeitaria Colombo, do Rio de Janeiro; xa de papelão enfeitada com babados de pafilhoses portuguesas; uvas passas Sultana; pel crepom colorido. No domingo da Pástâmaras e figos da Turquia; nozes do Chile; coa, a maior alegria era encontrar, entre as castanhas do Para; queijos do “Reino”; azei- cascas de ovo de galinha pintadas e cheias tonas gregas e portuguesas, bacalhau e vi- de amendoim açucarado, um ovo de cristal e nhos finos de Portugal e Argentina; latas de um coelho de chocolate maciço da venda biscoito Aymoré de Minas Gerais e Duchen do seu Brognoli. Petit Beurre de São Paulo. O coelhinho há muito partiu, talvez Na Páscoa, “a mercearia do seu Bro- seja ele o responsável por este pôr de sol gnolli” se transformava. em tons rosados quase púrpura que tingiu o Acabara a Quaresma, dias de jejum e céu na linha do horizonte e por onde vagueipenitência, de meditação e reflexão sobre o am nuvens tão branquinhas, transparentes Calvário do Filho de Deus e da humanidade como o ovo de cristal recheado de amor que na sua luta para sobreviver num mundo onde ele deixou no meu coração, a pulsar de sauo amor é posto em holocausto a cada dia, dade no mar de tantas lembranças. minando sentimentos, amizade, respeito Florianópolis, 25 de Março de 2013 O 35 anos Jean Rousselle E nquanto presidente do “Mês do Junquilho”, o deputado visitou o quiosque da Sociedade Canadiana do Cancro – divisão Quebeque. O deputado da circunscrição eleitoral de Vimont e porta-voz do “Mês do Junquilho” para a Sociedade Canadiana do Cancro – divisão Quebeque – Senhor Jean Rousselle, visitou em companhia da Senhora Mélanie Champagne, coordenadora Questões de Interesse Público, e da Senhora Maryse Gaudreault, deputada de Hull o quiosque promovido na Assembleia Nacional do Quebeque, pela Sociedade Canadiana do Cancro – divisão Quebeque. 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Sobre rendimentos obtidos em Portugal Luso-canadianos investigados pelo Fisco no Canadá • Reportagem de Elisa FONSECA, Agência Lusa M ONTREAL - Nas comunidades portuguesas de Montreal e de Ontário, há sucessivos casos que estão a ser conhecidos de luso-canadianos chamados pelo Fisco canadiano para justificarem rendimentos obtidos em Portugal não declarados no Canadá. Alguns desses casos chegaram nos últimos meses aos consulados portugueses, designadamente ao Consulado-Geral de Portugal em Montreal, por iniciativa dos próprios cidadãos portugueses alvo de averiguação pelas autoridades canadianas, os quais estão solicitar apoio e esclarecimentos. A situação levou a que o cônsul-Geral de Portugal em Montreal, Fernando Demée de Brito, promovesse na noite de quarta-feira uma sessão de esclarecimento junto da comunidade portuguesa na região. “Temos conhecimento de casos de pensionistas portugueses residentes no Canadá que foram chamados pelo “Revenue Canada” [Departamento federal de imposto] para explicarem a razão por que não declaram no Canadá as pensões de Portugal, sujeitando-se a pesadas multas”, alertou o cônsul português, em declarações à agência Lusa. O diplomata revelou existirem outros casos de portugueses com residência no Canadá interpelados pelo Fisco canadiano sobre rendimentos auferidos em Portugal acima dos cem mil euros que não foram declarados no Canadá. Portugal e o Canadá assinaram em 1999 um acordo destinado a evitar a dupla tributação em matéria de impostos sobre o rendimento, prevendo especificamente “a troca de informações” para aplicar os termos da convenção, a fim de evitar a evasão fiscal. A deteção de casos em suposta situação de irregularidade fiscal pressupõe, assim, que o cruzamento de informação entre os Fiscos canadiano e português esteja em curso. Neste quadro, o cônsul informou que um luso-canadiano com residência no Canadá deve declarar a totalidade dos seus rendimentos auferidos anualmente (quer no Canadá como em Portugal) no Canadá, e deve igualmente entregar uma declaração fiscal em Portugal relativa aos rendimentos apenas obtidos em Portugal. No caso de terem de pagar imposto sobre o rendimento em Portugal, poderão ulteriormente deduzir esse montante no Canadá, obtendo um crédito fiscal. Não é somente a nível fiscal que se estão a colocar questões quanto às situações de lusocanadianos que viajam para Portugal ou aí decidam regressar e fixar residência. Também há dúvidas nos domínios da Segurança Social e da Saúde, pelo que o cônsul, acompanhado pelo chanceler do consulado, David Pereira, alargou os esclarecimentos. É de notar que, embora todos os cidadãos portugueses (incluindo os Portugueses no Canadá e com dupla nacionalidade) tenham direito Página 7 ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal, se não forem residentes no país só têm um acesso restrito, não podendo usufruir de isenções nas taxas moderadoras ou compartições nos medicamentos. Se um português solicitar assistência médica em hospitais públicos, quer no Canadá quer em Portugal, e declarar ser residente nos dois países, sujeita-se a ter de pagar a totalidade do custo dos tratamentos, mais juros e outras sanções pecuniárias. Na área da Segurança Social, um acordo celebrado entre Portugal e o governo da província do Quebeque em 1990 (o único do tipo existente no Canadá) garante o pagamento de prestações sociais (por exemplo, pensões) a partir do dia em que for formalmente declarada a alteração de residência. A todas estas situações é crucial a definição de “residência habitual”, tal como é mencionada nomeadamente no Cartão do Cidadão português. Nos termos da lei portuguesa e similarmente na legislação canadiana, o critério principal de “residência habitual” determina-se pela permanência num país por um período acima de 183 dias. Por outro lado, o cônsul avisou que uma mudança de residência deve ser comunicada no prazo de 15 dias ao Fisco em Portugal sob pena de uma coima até 375 euros. O consulado comunicou ainda aos potenciais utentes de que apenas prestará atos consulares a portugueses residentes no Canadá, identificados como tal no respetivo Cartão do Cidadão ou no Bilhete de Identidade, exortando assim os que não o tiverem a atualizarem esses documentos. présente : 3 - 4 MAI 2013 Palais des congrès de Montréal www.salonimmigration.com ESCOLAS... Cont. da pág 5 ronto, a EUNIC Canadá tem quatro secções ativas: Toronto, Montreal, Otava e Vancouver. Em declarações à Lusa, Ana Paula Ribeiro, coordenadora do Ensino de Português no Canadá e responsável do instituto Camões Toronto, explicou que, a 09 de maio, os “professores dos quatro institutos presentes em Toronto irão deslocar-se a diferentes escolas secundárias para dar a conhecer, em inglês, um pouco sobre o que é a União Europeia, como é formada, os países, línguas e principais cidades, o euro, os objetivos e princípios, a razão da sua formação”, entre outras informações. A par deste evento agendado, de entre as diversas ações promovidas pela EUNIC ao longo do ano, destaque para os encontros mensais no âmbito do Clube de leitura europeia (“European Book Club”), nos quais se “estimula a leitura e a discussão sobre livros de autores europeus”. A rede EUNIC procura igualmente dinamizar iniciativas relacionadas com o ensino das línguas, com o “objetivo de sensibilizar para a importância de aprender línguas estrangeiras”. Neste contexto, deu como exemplo a evocação do “Dia Europeu das Línguas” que realiza anualmente na cidade de Toronto com apresentação de um programa dividido em duas partes, uma para os jovens estudantes do ensino secundário e a outra destinada a adultos. O núcleo canadiano da EUNIC está em articulação com a sede em Bruxelas, tendo por missão genérica executar as estratégias fixadas pela organização central com a finalidade de promover as culturas europeias através de atividades culturais em parceria entre os membros e com instituições canadianas. L u s oP r e s s e 04 de abril de 2013 Canadá naquele tempo era um paraíso. Agora é um inferno.» ••• 6 – Maria Furtado, empresária. Fundou o Livro do Galo e fê-lo viver durante mais 13° Dia da Mulher do LusoPresse Galeria das participantes 1 – Manuela Pedroso, diretora do Centro de Ajuda à família Vive no Canadá há 25 anos, o que considera pouco tempo. Pela natureza do seu trabalho social, particularmente no auxílio às mulheres vítimas de violência conjugal, considera que o facto de o Centro de Ajuda à Família se encontrar fora do que se costuma designar como o bairro português a tem ajudado na sua missão. Ao longo dos anos teve a oportunidade de ver muito sofrimento e recorda uma mulher, hoje com 90 anos, que foi violentada pelo marido e agora sofre às mãos dos filhos. Mas, ao contrário do que se pensa, também há homens vítimas de violência conjugal mas sobretudo jovens. Lamenta que a imprensa local não dê a cobertura necessária a esta problemática da nossa comunidade. Em 10 anos já deram apoio a mais de 20 mil pessoas. ••• 2 – Ludmila Aguiar, profissional: diretora de Vendas do Hotel 10 Nasceu já no Canadá, há 36 anos e fala um português escorreito. Como filha do editor do LusoPresse tem participado na vida do jornal desde o seu início. Apesar do avanço feminista dos últimos anos continua a considerar que os postos de direção nas empresas ainda são dominados pelos homens. Deu como exemplo o seu caso, onde é a única mulher entre os diretores do hotel para onde trabalha. ••• 3 – Isabel dos Santos, atriz – antiga vereadora municipal Vive aqui há 23 anos. Formou-se em teatro em Portugal e veio para o Canadá para fazer um mestrado em teatro. Acabou por ficar por cá. Tem duas filhas, foi vereadora na Câmara Municipal de Montreal durante 4 anos e continua a fazer teatro e televisão. Gosta imenso do contacto com o público e de o servir, por isso se lançou em política. Apesar de estarmos em 2013 considera que, como todas as mulheres, tem dificuldades em falar de si mesma. ••• 4 – Odete Cláudio, professora – uma das pioneiras do ensino do Português na comunidade – escritora, já publicou vários livros Tem 73 anos e 40 de vida no Canadá. O seu sonho sempre foi ser professora e conse- guiu realizá-lo mesmo quando o conselheiro da emigração, à chegada, lhe tenha vaticinado que o ensino não era para ela. Hoje, embora reformada, continua a dar aulas aos…netos. Entre 1972 e 1982 trabalhou no acolhimento à comunidade. Estudou na Universidade do Quebeque em Montreal e ensinou na escola comunitária em português. ••• 5 – Ana Souto, mulher pioneira na comunidade, natural do Faial, chegou em 1957 ao Canadá O marido tinha vindo um ano antes no navio Colúmbia, com destino a Halifax, e foi depois para a Nova Brunswick, como trabalhador da construção. Mais tarde, a convite do próprio patrão, veio para Montreal e instalaram-se em Pointe-aux-Trembles. Um ano depois de aqui instalados foram buscar familiares aos Açores. Lembra-se da viagem de táxi de Dorval a Pointe-aux-Trembles onde o chofer se perdeu e levou horas a encontrar o endereço. Mas tem muitas boas recordações desses tempos. Começou desde o início a organizar festas para divertir toda a gente das suas amizades. Ajudou a criar um rancho folclórico no mesmo meio. O rancho chamava-se a Chamarrita do Faial. Nessa altura poucas eram as mulheres que viviam na comunidade. O primeiro dinheiro que amealharam foi para pagar as viagens para o Canadá, o segundo foi para comprar uma casa. «A vida na altura com os Liberais era mais fácil. Agora com os Conservadores está pior». E no fim arrematou com um suspiro: «O Vinho Vinho * Merlot nas Sete Ilhas, numa pequena comunidade de portugueses Vive há 53 anos no Canadá. O marido já cá estava há seis anos. Recorda-se da viagem de Montreal para as Sete Ilhas, passando por A Mesa da Coordenação e de reportagem - Da esquerda para a direita, Fernando Pires, Vitória Faria, Carlos de Jesus, Norberto Aguiar, Inês Faro e Anália Narciso. Foto de Karene Aguiar/LusoPresse. Votre Your Página 8 * * $3.00 $3.50 $4.00 Cabernet Sauvignon - Pinot Noir Merlot Chardonnay - Sauvignon Blanc - Icewine - Port Mais de 40 variedades, em brancos, tintos e rosés. Import La Place du Vin 1265 Boul. O’Brien Ville St-Laurent - H4L-3W1 -514-747-3533 38 anos Aberto de terça-feira a sábado. Encerrado ao domingo e segunda-feira. A maior loja de vinhos do Canadá - * ver pormenores na loja de 40 anos Natural de São Miguel, agora com 84 anos, a Maria Furtado sente-se um pouco vergada pelos anos, mas o seu estado de espírito contínua alerta e mordaz. Conhece a comunidade por dentro e por fora. Teria muito que contar e também muito que perdoar – «Perdoar, mas não esquecer!», arremata. ••• 7 – Nisa Remígio, cineasta e pesquisadora Nasceu em Montreal e foi viver para os Açores. Regressou ao Canadá já adulta. Tem um estudo feito e publicado sobre as Mulheres açorianas. Foi professora nos Açores, onde viveu dez anos. No Canadá fez estudos em cinematografia. Tem duas paixões: A Arte e a Identidade. Tem uma exposição permanente nos Açores e tem feito pesquisa sobre a velhice e os grupos étnicos. A sua implicação com os grupos étnicos levou-a a ocupar-se dos emigrantes recém-chegados no CEGEP St-Laurent. Pensa voltar à Universidade para um doutoramento. As suas vivências em terras de emigração já a levaram ao Brasil e à Espanha. ••• 8 – Manuela Franco, profissional em contabilidade – nasceu e cresceu nas Sete Ilhas. Veio estudar para Montreal com 17 anos No seu português bem fluente onde perpassam ligeiros matizes da cor local, é quase um milagre que uma jovem aqui nascida e criada, para quem a cultura e a língua portuguesa, na sua meninice, não ia mais longe que o ambiente familiar, se possa exprimir assim tão bem na língua de seus pais e faça questão de transmitir essa herança aos filhos, não obstante o marido não ser português. Estudou em inglês e como os patrões da região eram americanos foi nessa língua que aprendeu e cresceu até vir para Montreal, onde estudou e acabou por casar com um quebequense. Eram pouquíssimos os portugueses nas Sete Ilhas, para a vizinhança eles eram os italianos lá da rua. A seus pais, a Manuela fez uma vibrante declaração de amor pelo apoio que sempre teve neles e que sem a confiança que eles tinham posto nela nunca teria podido vir sozinha para estudar em Montreal. Sua mãe, Iria Amaral esteve também presente. ••• 9 – Iria Amaral, doméstica – 30 anos Quebeque, como de uma epopeia. Sem saber falar a língua do país quando chegou finalmente a casa, o marido que trabalhava nos caminhos-de-ferro não estava em casa, apenas a esperava uma mensagem que ele lhe tinha escrito. Por gestos lá se fez compreender da proprietária da casa. Mas foi uma vida muito difícil no princípio. ••• 10 – Glória Sousa, empresária. É proprietária da famosa casa Coco Rico Chegou ao Canadá em 1972. Seu sogro fundou um restaurante, o famoso Castanheira do Ribatejo. É proprietária do Coco Rico desde 2004. É uma empresa com uma certa projeção, com 16 empregados e com grande renome entre os Quebequenses que adoram o frango no espeto. ••• 11 – Manuela Raposo Delbiondo, de Laval, associativismo, muito implicada na igreja e associações locais Natural de São Miguel, é secretária administrativa em Laval, serviu de tradutora e de mediadora entre pais de várias origens e a escola St-Hubert de Laval. ••• 12 – Ilda Tavares, de Blainville, associativismo Muito implicada em Blainville, sobretudo para angariação de fundos para as atividades da paróquia. Teve o condão de saber organizar jantares de benemerência, onde não era raro reunir 300 a 400 pessoas, e conseguir que personalidades da vida política local, provincial ou federal estivessem presentes, fossem vereadores, deputados ou mesmo ministros. Hoje já não tem a mesma energia de há uns anos atrás mas continua a participar em obras de benevolência. ••• 13 – Joaquina Pires, funcionária pública, pessoa muito implicada junto da comunidade Chegou ao Canadá em 1976, sente-se bem com toda a gente e em toda a parte, daí que tenha feito do serviço à comunidade uma forma de profissão, como conselheira para as relações interculturais da Ville de Montréal. Tem participado em tudo quanto é a promoção da comunidade portuguesa, onde é bastante reconhecida pelo seu trabalho. ••• 14 – Vitália Rodrigues de Aguilar, representante do meio universitário, professora Cont. Pág. 14, Galeria... 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Câmara Municipal de Montreal Luís Miranda nos Transportes e Trabalhos Públicos • Por Norberto AGUIAR H á semanas, na Câmara Municipal de Montreal, os eleitos camarários foram alvo de reafetações, naquilo a que se costuma chamar de «dança das cadeiras». Foi assim que tomámos conhecimento que o nosso compatriota Luís Miranda, «maire» de Anjou, acedeu ao cargo de presidente da Comissão de Transportes e de Trabalhos Públicos. Para membro desta mesma comissão foi designado o nosso bem conhecido Alexander Norris, lusófilo que é vereador no Plateau, bairro de Mile End. Já Ana Nunes, vereadora na Freguesia de Outremont, as suas responsabilidades no organigrama da Câmara Municipal de Montreal passam por ser membro da Comissão da Cultura, Património e Desporto. Voltando a Luís Miranda, é preciso dizer que faz parte do Comité Executivo, que é o que se pode dizer, do governo da cidade. Outra novidade ainda em relação ao «maire» anjoense é que deixou de pertencer ao partido União de Montreal, do antigo presidente Gérald Tremblay. Além de Luís Miranda, e por simples curiosidade, também deixaram União Montreal todos os restantes membros da Freguesia de Anjou, numa prova de assinalável solidariedade. Com as eleições municipais previstas para o mês de novembro que aí vem, será curioso ver para que lado os políticos de Anjou vão tombar. Para o Project Montréal de Richard Bergeron? Para o Vision Montréal de Louise Harel? Estamos convencidos que nem para um nem para outro, isto se bem conseguimos ler as tendências do homem que nasceu no Pico da Pedra (concelho de Ribeira Grande). A hipótese mais viável será esperar para ver se aparece um novo partido que consiga conquistar a simpatia de Luís Miranda e dos seus correligionários, e muitos outros nas mesmas condições (há neste momento muitos independentes...). A outra possibilidade, mais remota, no entanto, é que Luís Miranda acabe por criar o seu próprio partido, que mais não seja para concorrer às eleições do seu bairro: Anjou. Muitos «ses», que levam a que se possa especular com isso. No entanto, estamos certos que o menos preocupado com a situação é o próprio Luís Miranda, que é quem controla a sua agenda. Nem mais! Já agora, outro nome a soar a português, Alain de Sousa, que continua fiel ao União Montreal, ficou responsável pela Comissão da Água, do Ambiente e do Desenvolvimento dos Grandes Parques, que acumula com o lugar de «maire» de St-Laurent. Alain de Sousa, para quem não saiba, nasceu no Paquistão de uma família oriunda de Goa, na Índia, que era, como todos sabem, uma possessão territorial sob administração portuguesa. Segurança dos transeuntes Como responsável da Comissão dos Transportes e Trabalhos Públicos, Luís Miranda coordena nos próximos dias 10 de abril, 1 de maio, 14 de maio, 16 de maio e 21 de maio a assembleia pública de análise das necessidades e desejos da população sobre as possíveis in- Página 9 tervenções e revisões das passagens de peões tendo em consideração a segurança dos mesmos. A primeira sessão tem lugar na própria Câmara Municipal, na sala do Conselho e começa às 19h00. Romeiros do Quebeque ternizar entre irmãos, aqueles que percorreram as ruas das duas cidades, onde muitos o fazem cumprindo promessas, e outros que se lhes juntam no final. No dizer de alguns peregrinos, a romagem deste ano voltou a ser ordeiramente religiosa, o que a todos agradou. As Forças de Segurança, uma vez mais, como tem acontecido principalmente nestes últimos anos, também colaboraram de maneira competente e amigável. No final todos se congratularam. Relativamente ao grupo de 150 elementos, pode dizer-se que foi um grupo numeroso, como os seus responsáveis gostam que seja. O elemento mais novo, Corey Ventura, tinha 15 anos e era o portador da cruz. Quanto ao elemento mais idoso, neste caso uma senhora, tratou-se da romeira Irmã Carreiro, de 78 anos! Uma grande vitória para o grupo todo e para aquela Senhora. Entretanto, agiram como guias João Ledo e Gabriel Couto. O ajudante de Duarte Amaral (Mestre) foi Luís Melo (contramestre). Bem dirigido e organizado, o Rancho de Romeiros do Quebeque já começa a pensar na caminhada que deve retomar em 2014. Daí que o convite fique já feito a todos os que participaram este ano e a todos aqueles que se queiram juntar ao Rancho pela primeira vez. Uma palavra final para agradecer o apoio das igrejas e outras pessoas que agem na retaguarda de maneira a que uma organização desta envergadura se desenrole de forma o mais harmoniosa possível. Um obrigado, a pedido do Mestre Duarte Amaral, para o Sun Youth, uma entidade que também tem a sua quota-parte de êxito nesta safra romeirística, edição 2013. L USOPRESSE – Os Romeiros do Quebeque saíram mais uma vez à rua, numa peregrinação anual que a todos e todas toca, principalmente aos católicos praticantes. É por altura da Quaresma, uma festa religiosa que muitos comemoram com devoção. Os Romeiros, que pegaram numa tradição açoriana de séculos e que para aqui trouxeram, voltaram a tomar o caminho, desta vez partindo da Igreja Santa Cruz, em Montreal, em direção à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Laval. Para o ano o trajeto será feito no sentido inverso. Eram 7h15 da manhã de sexta-feira passada, para os católicos, dita de Santa – as razões ficam para quem as conhece – quando a partida foi dada. Percorrer as ruas e igrejas situadas ao longo do trajeto Montreal/Laval foi a intenção primeira do grupo de Romeiros dirigido pelo mestre Duarte Amaral. Foram 150 almas – mais as três da Santíssima Trindade – que caminharam a passo largo ao mesmo tempo que entoavam as mais diversas orações, do Pai-Nosso à Ave-Maria. Outros cânticos, numa profusão de quadras silabadas pelo mestre e pelo contramestre diante e no interior das igrejas, assim como durante as várias horas que durou o percurso, também fizeram parte do ritual quaresmal e romeirístico. A chegada dos Romeiros a Laval aconteceu às 14h30. Aqui, muitos familiares esperavam os caminhantes. Missa de agradecimento foi rezada. Depois, os Romeiros foram confra- 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Em Anjou... Quando a Voz do Divino chama… • Página 10 para a festa grande como para o convívio, no dia do abate dos animais, no “Farme”. Assim foi e assim será, o povo das Ilhas é inconfundível – fortifica e valoriza as terras açorianas pelo mundo, com cunho de identidade e de Reportagem de Adelaide VILELA Q uando a Voz do Divino chama o povo, a tradição desliza de encantamento e todos exibem a sua grande devoção, a Fé, um enorme apego às terras de origem. Caros leitores, diz a história que esta Fé se deve ao facto de D. Isabel de Aragão, esposa de D. Dinis, ter introduzido em Portugal o culto ao Espírito Santo, corria o século XIV. O tempo anunciava epopeias marítimas e também muitas incertezas. Nessa altura havia pouca fartura, quer no reino, quer fora dele. Todavia, para a rainha, isso não constituía um problema, corajosamente, a gentil senhora alimentava os mais pobres, sob o olhar desconfiado do seu rei e senhor. Um dia, cruzando-se o rei com sua amada, de alma plena o seu real regaço, lá ia ela, e ele pergunta – que levais aí Senhora – ao que a rainha responde: são rosas Real Senhor! A rainha abre o avental e, como por magia, pétalas de rosas perfumadas voaram por todo o palácio. Deu-se então o célebre “Milagre das Rosas”. Mas o maior sonho que a rainha Santa conseguiu realizar foi a paz entre o marido e o filho, D. Afonso IV de Portugal. O príncipe havia declarado guerra ao rei, seu pai, por volta do ano 1320. Por conseguir silenciar as vozes do ódio, da cólera, entre os seus amados, a rainha mandou erguer uma capela no Palácio. Aí nesse lugar coroava as crianças em louvor do Divino Espírito Santo. Ora, a santidade da rainha foi notável aos olhos do Povo que a seguia, admirando-a nas suas atividades sociais e religiosas. Segundo alguns, foi por esta ocasião que se iniciou o culto do Divino Espírito Santo, na Festa dos Tabuleiros em Tomar, cuja tradição peculiar e arrojada ainda hoje perdura. Esta tradição ou crença religiosa, tal como era, perdeu-se em Portugal Continental. No fundo, sentimo-nos orgulhosos dos nossos irmãos açorianos. Existem motivos para tanto, a nado ou nalgum barco à vela, o culto ao Divino Espírito Santo chegou intacto às Ilhas dos Açores. Graças ao Pai despontou naquele horizonte e fez-se luz ao embelezar Igrejas, altares e casas dos que souberam guardar e amar a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Já a Fé dos portugueses parou em frente dalgum retrato empoeirado, do outro lado do Atlântico… esvaneceu-se. E não se pode traduzir em palavras o que vai no nosso pensamento. Enquanto regressamos à imagem do passado, nasceu-nos uma mão de luas-cheia e outra de luas-meia inundando o pensamento de tristezas, muitas. Está entre a espada e a parede o País dos lusitanos, o nosso Portugal. Melhor Otava recebe novo embaixador José Fernando Moreira da Cunha Biografia E No Centro Comunitário do Divino Espírito Santo de Anjou - Realizou-se com o brilho habitual a festa do Sócio e dos Benfeitores. Foto de Humberto Cabral. seria que o novíssimo Francisco pedisse a Deus um milagre, para que a rainha Santa Isabel fosse ressuscitada e coroasse de esmolas os cofres do Governo pobrezinho, a ver se o povo se alimenta de uma vez, sem ser “entroikado”. Felizmente, ainda há gente que acredita que a cultura é um pilar importante na sociedade. Seguindo por esta alvorada da vida, o Centro Comunitário do Divino Espírito Santo de Anjou, o Sr. Humberto Cabral e a sua Direção, organizaram a Festa do Sócio no passado dia 16 de março. Assim labutam “no campo” deitando as sementes à terra, na esperança de que um dia, germinadas, os vindouros possam vir a recolher seus frutos, como guardiãs das suas tradições, na língua de Camões. Avaliamos esta festa como um encontro de gerações e a coletividade estava repleta. Todos foram servidos com a mesma amabilidade e simpatia. Aqui esboço um sorriso agradecendo ao Sr. Victor Pereira, pelo peixinho que me ofereceu, o meu muito obrigado. Não houve névoa que escurecesse o ritmo luminoso ou que perturbasse o ambiente agradável que ali se viveu. Ouviu-se fado com o Sr. Manuel Travassos à guitarra e o Sr. Paulo Gomes, na voz, exibindo com leveza a sua viola. Progressivamente íamos ouvindo o Jimmy Faria que animou um baile digno de nota. Vários foram os benfeitores que ofereceram animais e outros bens alimentícios tanto Compre directamente ao fabricante com ou sem instalação. grandeza – apesar de alguns deles não regressarem mais ao berço onde nasceram. Fique também a saber, leitor, que no Centro Comunitário do Espírito Santo de Anjou se vai rezar o terço na semana do dia 19 a 25 de maio. Quanto à Festa Grande, terá lugar nos dias oito e nove de junho, se Deus quiser. O Mordomo para 2013 é o Sr. Liberal Miranda, o qual dirigiu e bem o Centro por alguns anos. Refira-se ainda que a rainha da festa é a DaniKa Silva. A sua acompanhante é a prima, a princesita Amanda Marques. Liberal Miranda e a sua Imperatriz abrem as portas de sua casa e convidam-vos para a Oração da Paz. Assim, e com a graça de Deus, será estabelecida uma ponte entre a amizade e a Fé ao Divino. Filomena e Liberal esperam-vos a partir do dia 26 de maio até ao dia sete de junho próximo. Vamos agora revelar o nome das outras famílias a quem saiu o Divino Espírito Santo: 1ª. Dominga, Jeffrey Pacheco. 2ª. Dominga, Graça Machado. 3ª. Dominga, Daisy Nogueira. 4ª. Dominga, José de Melo. 5ª. Dominga, Jason Coroa. 6ª. Dominga, Denis Desjardins. 7ª. Dominga, Jorge Simões. Para concluir, deixamos os nossos leitores com este pensamento da autora: maravilha é poder afirmar, enquanto o querer resiste, a causa existe pelo paraíso do sonho que um dia mbaixador fora, embaixador dentro. Foi assim que aconteceu com a saída de Moitinho de Almeida e agora com a chegada de José Fernando Moreira da Cunha. Espera-se que o novo embaixador possa trazer algo à grande comunidade portuguesa deste país, já que o seu antecessor não teve grande oportunidade para isso. Nasceu na cidade do Porto em dezembro de 1951. É licenciado em História pela Universidade do Porto e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Belgrano de Buenos Aires (Argentina). Chegou a Otava no passado dia 14 de março. Foi anteriormente embaixador de Portugal no Irão e na Argélia. Serviu ainda como diplomata em Buenos Aires, Lima, Kinshasa, Brazzaville e Bruxelas. Em Caracas foi cônsul-geral, tendo publicado o livro “Viagem à Venezuela” onde aborda a presença dos portugueses nesse país. Cumpriu serviço militar em Portugal e Angola. É casado, pai de três filhos e avô de dois rapazes. ficou do outro lado do mar – o arquipélago das nove princesas do Atlântico – plantado em cada polo lusófono do mundo. Fiquem com raios de sol da linda primavera e todas as bênçãos do Senhor ressuscitado. L.R.Q. # 2669-8027-16 Varina Alumínio, inc. 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Passando à realidade terrena, esta história de querer transformar o porto da Praia da Vitória na “Singapura do Atlântico” e o turismo açoriano no modelo da Nova Zelândia, ultrapassa o sonho para entrar no domínio do delírio. A ideia até parece interessante, como tantas outras cheias de fulgor (vide o Casino!), não fosse o realismo das coisas deitar alguma água no fervor do entusiasmo. Esta mania de pensarmos grande quando não temos dimensão para isso, tem-nos levado para maus caminhos, deixando quase sempre uma herança incomodativa às próximas gerações. Portugal e os Estados Unidos jamais investiriam num elefante branco em pleno Atlântico, correndo o risco de matar a concorrência ali ao lado, em pleno território continental. Aliás, a resposta veio pouco depois, com a ideia do governo português em construir um porto de águas profundas na Trafaria. E para além da Trafaria já existe Sines, que, segundo os especialistas, serve perfeitamente para o “transhipment”, ou seja desembarcar navios que transportam entre 12 mil e 18 mil contentores, para voltar a embarcá-los em navios mais pequenos com destino a outros países. O empresário Henrique Neto, que está contra o projeto da Trafaria, é de opinião que a estratégia euro-atlântica de tornar Portugal “a principal plataforma logística de ligação da Europa ao Atlântico e daí a todos os continentes”, deve passar por Sines, transformando-o no porto mais barato da Europa, com melhor atracagem, armazenagem e obtendo maior número de movimentos carga/descarga. Em 2012 o porto de Sines foi considerado, pela primeira vez, como um dos 25 maiores portos europeus, sendo o que mais cresceu no ano passado. A estratégia é ultrapassar os portos de Huelva e Bilbau para chegar ao terceiro maior porto ibérico. Face a esta concorrência e a este forte investimento em que Portugal está apostado, onde entra aqui o porto da Praia? Mesmo considerando a sua localização no meio do Atlântico, é mais do que óbvio que o nosso país e os respetivos lobies jamais olharão para a Praia da Vitória. Portugal e os seus parceiros vão concentrar-se nos projetos de Sines e Trafaria, pelo que o sonho de um investimento semelhante nos Açores não passa de isso mesmo. A Singapura regional é, portanto, mais um tiro de pólvora seca. É só para nos por de olhos em bico. ••• NOVA ZELÂNDIA – Quando o turismo nos Açores está a voltar aos níveis de há dez anos atrás, surge agora o novo milagre da salvação: vamos copiar o modelo da Nova Zelândia. Em matéria de internacionalização da fé, somos os maiores. Mas a realidade diz-nos outra coisa: o semanário “Expresso”, que elege todos os anos os melhores hotéis e melhores restaurantes de Portugal, acaba de distinguir cerca de 60 unidades por todo o Continente e Madeira. Nem uma dos Açores. Dá que pensar, não é? ••• BANCOS I – A Autoridade da Concorrência abriu um processo de investigação a vários bancos por suspeita de cartelização, nomeadamente na concertação de “spreads”. O presidente do organismo, que está de saída por terminar o mandato, já se apressou a dizer que “vai ser um processo jurídico complicado”. Traduzido para miúdos, em bom português, significa que é um processo que vai ficar para as calendas gregas. ••• BANCOS II – Ao contrário de Portugal, o parlamento cipriota tem deputados com “eles” no seu lugar. Não houve um deputado que votasse a favor do resgate europeu, que impunha uma taxa sobre os depósitos bancários com menos de 100 mil euros. Os deputados portugueses deviam ser obrigados a fazer um estágio em Chipre. ••• BANCOS III – François Hollande, o D. Sebastião da esquerda europeia, esfumou-se no nevoeiro tão rápido como apareceu. Já vota ao lado da direita europeia e até programa austeridade em França semelhante aos pequenos periféricos. Saiu-lhe na rifa um Ministro do Orçamento que está a ser investigado por ter tido uma conta secreta na Suíça, demitindo-se de imediato. Grandes moralistas. ••• BANCOS IV – Falando de outros bancos, os do parlamento regional, a falta de vergonha também assentou arraiais por aqueles lados. E nós a pagarmos 12 milhões por ano para estes espetáculos degradantes. Outros bancos seriam mais apropriados aos Srs. deputados: os da escola! IGREJA BAPTISTA PORTUGUESA Domingos às 15H00 – Pregação do Evangelho 6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.html Tel. 514 577-5150 – [email protected] Página 11 ARLINDO VELOSA Agente imobiliário «agréé» 7170, boul. Saint-Laurent HONESTIDADE • EFICIÊNCIA • SERVIÇO ASSEGURADO Para vender ou avaliar a sua propriedade, chame-me! 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O desporto canadiano no panorama internaciencontro teve lugar numa das salas do prestigi- onal. E falou de Sotchi 2014, Toronto 2015 e oso Hotel Sherathon, no centro da cidade e Rio 2016, acontecimentos desportivos de suteve como anfitriões o presidente Marcel Au- ma importância para os atletas canadianos. Foi but e toda a sua equipa de Comunicações, desde nessa perspetiva que Marcel Aubut acedeu à o seu diretor executivo, Dimitri Soudas, à nossa proposta dos seus colaboradores diretos, que luso-descendente Jane Almeida, responsável muito elogiou, não fosse ele uma pessoa que das Relações com os Média. Quatro atletas o- costumamos apelidar de coração aberto. Vêlímpicos, Sandra Sassine (esgrima), Vitoria se que há muita cumplicidade entre toda a equiPoom (natação), Achraf Tadilli (atletismo) e pa do Comité Olímpico Canadiano, que se esSérgio Pessoa (judo), também marcaram pre- tende aos atletas. De tal maneira essa cumplicisença no encontro com os jornalistas de ori- dade é visível que todos chegam a tratar-se por gem étnica. De resto, como os quatro atletas, tu (uma forma de dizer)... Uma antiga atleta, já que Sandra é de origem egípcia, Vitoria é de em conversa connosco, foi mais longe e conorigem chinesa (Hong Kong), Tadilli é de ori- tou-nos que desde que Marcel Aubut é presigem marroquina e o Sérgio nasceu no Brasil. dente do COC quase tudo mudou, claramente Logo de entrada, o presidente do COC para melhor. Mesmo ao nível institucional, quis demonstrar a estima que tinha pelo traba- Marcel Aubut tem marcado pontos decisivos. lho dos Média de origem diversa, que conside- «Antes de Marcel Aubut, o Comité Olímpico ra fundamental num país como o Canadá. Daí Canadiano no Quebeque era quase simbólico. que tenha logo acedido à sugestão de Dimitri Hoje nós temos uma importância cada vez Soudas e a sua adjunta, Jane Almeida, em orga- maior e com isso todos nós ganhamos», aludiu nizar um encontro do género, onde a transmis- a nossa interlocutora. Depois da agradável intervenção do hosão de colaboração se pudesse fazer com mais frequência e melhor colaboração, até porque mem forte do desporto canadiano, intervieram vêm aí grandes competições internacionais on- os quatro atletas, cada um contando um pouco de o Canadá conta, de novo, fazer figura de da sua vida de atleta olímpico num país que aprenderam a tomar como seu. E os comentários foram toÌV>ÃÊUÊ`iëÀÌ dos abonatórios. PuV Õ ` > ` i Ê U Ê V Õ Ì Õ À >Ê dera, como alguns poÕÃv>ÊUÊ«ÌV> derão dizer. Não se trata disso. Somos de iV> opinião que os quatro olímpicos canadianos o que disseram, disseram-no de forma verdadeira, a começar pelo Sérgio Pessoa que chegou ao CanaLE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE dá com 16 anos e que quer estar no Brasil, em 2016, para ganhar Norberto Aguiar uma medalha pelo Éditeur - Rédacteur en chef Canadá. E quem é que pode duvidar disso!? Tél.: (450) 628-0125 Já Vitoria Poom, Courriel : [email protected] olímpica em 2008 e Web : www.lusopresse.com 2012 disse agradecer aos pais a disciplina e ética de trabalho que F No Comité Olímpico Canadiano, a língua portuguesa está superiormente bem representada através da lusófila Julie Mahoney, pelo lusófono Sérgio Pessoa, e pela lusodescendente Jane Almeida. Foto LusoPresse. lhe inculcaram, pois só assim pôde chegar ao nível de excelência de uma atleta olímpica. Vitoria Poom, enorme e esbelta chegou ao Canadá com apenas 11 anos. Quanto à Achraf Tadilli ser «membro da equipa olímpica canadiana significa representar todos os canadianos. E eu penso, continuou, que nós devemos trabalhar duro com vista a aproximar todos os canadianos de todas as origens», daí ter «acedido a participar nesta sessão», rematou. De notar que Tadilli começou por praticar o nosso futebol... Sandra Sassine nasceu no Canadá de pai egípcio, chegado a Chibougamau com a idade de 25 anos. A esgrima, que pratica desde muito nova, faz parte da «minha herança familiar», pois o pai chegou a ser campeão de África na mesma modalidade. «Estou imensamente orgulhosa da paixão da minha família pelo desporto desde o Egito ao Canadá, uma ligação que faz parte do que eu sou hoje», afirma com largo e decidido sorriso a bonita atleta. A sessão olímpica do Sherathon terminou como começou, com a intervenção de Dimitri Soudas, um fervoroso político que começou a sua carreira como assessor do presidente da Câmara de Montreal, Gerald Tremblay – pelo menos foi assim que o conhecemos – e que continuou como braço direito de Stephen Harper, até deixar Otava e ingressar no Comité Olímpico Canadiano. Nesta última intervenção, Dimitri voltou a referir-se a Marcel Aubut de maneira elogiosa, dando conta que o jornal de Toronto Globe and Mail acabava de classificar o presidente do COC como a terceira pessoa mais importante no desporto canadiano. Por fim, já depois de termos assistido à apresentação de um vídeo que fazia eco das proezas do Desporto Canadiano – no qual se via a nossa luso-descendente Meaghan Benfeito, que foi algumas vezes citada durante o encontro mas que não esteve presente por estar em Dubai, em competição –, Jane Almeida, a nos- sa portuguesa do staff olímpico deste país (tentaremos falar dela noutra ocasião) não deixou ninguém sair da sala sem entregar um saquinho como prenda do COC e no qual se encontravam um bonito bloco de notas COC e um par de luvas também com o emblema do COC. Julie Mahoney Em todos os lados e em todas as circunstâncias as nossas antenas estão sempre, mas sempre, atentas às coisas que dizem respeito ao nosso país de origem, Portugal. E reparem, sem negar o amor que também já nutrimos por este grande e belo país que tantas coisas boas nos deu e continua a dar, um dia contarei... Daí que língua, tradições, pessoas em lugares de destaque, etc. estão sempre no nosso ponto de mira. Por isso não é de admirar que num qualquer lugar nos apareçam as coisas mais incríveis por interessantes. Neste caso falamos de Julie Mahoney, uma quebequense de «souche» francesa, mas também inglesa, como o seu nome de família deixa transparecer. A Julie, ficámos babados, ao trocar impressões connosco acaba por nos confessar que arranha o português, «porque quando era jovem tinha amigos portugueses», diz, para logo acrescentar que «sou amiga de Myrzah Bello, conhece?». Nessa altura estávamos a falar da sua carreira olímpica, que terminou em 2001, explicandonos ela que praticava esgrima. A partir daí só deu para falar português com a Julie. Um português muito interessante para quem aprendeu o idioma com amigos e que passou pelo Brasil algum tempo. Fora da azáfama das competições, Julie Mahoney trabalha para o Comité Olímpico Canadiano, secção Quebeque (as instalações são no Parque Olímpico), onde presta apoio aos atletas. Bem-vinda Julie ao seio dos lusófilos da Comunidade Portuguesa de Montreal! Televisão Portuguesa de Montreal Visione todos os acontecimentos da Comunidade Horário • Quinta-feira, 20h00 • Sexta-feira, 01h00 (repetição) • Sábado, 09h00 • Domingo, 01h00 (repetição) 514.993.9047 www.montrealmagazine.tv [email protected] 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Campeonato do Mundo 2014 Portugal escorregou mas não cai... • Por Norberto AGUIAR O empate de Portugal em Israel, 33, veio pôr na ordem um treinador arrogante, que se toma por outro, quando fala quase sempre por cima dos ombros, mesmo se o seu currículo apresenta quase... nada. Vá lá que a sorte esteve com ele, quando a perder por 3-1, diante de uma equipa de segundo ou terceiro nível, os deuses fizeram com que, já nos descontos, Portugal empatasse com um golo fortuito: alívio que ressalta numa perna e rola para dentro da baliza. Tivesse perdido e ele estaria agora a dizer que os jogadores não tinham cumprido com a estratégia, etc. e tal... Quatro dias depois, perante um ainda mais frágil adversário, saído das muitas repúblicas da antiga União Soviética, classificado no 116° lugar da tabela mundial, ele diz, depois de uma vitória sofrível, só obtida depois do fraquíssimo adversário ter ficado com menos uma unidade em campo, que Portugal fez uma excelente partida. Olha, o rapaz. Que grande feito... Depois da série de «belos» jogos disputados por Portugal depois de vir do Campeonato da Europa aureolado de grande equipa, em junho retomam-se as eliminatórias e no dia 6 Portugal recebe a Rússia, única equipa com algum futebol no grupo de Portugal. Aí, a jogar em casa, exige-se ao treinador que a nossa equipe ganhe! E a não ganhar, meu menino, sendo eu dirigente da FPF, ias de caras procurar outro sítio para te «divertires»... Para quem recebeu a Seleção de Portugal num momento conturbado, onde o establishment preparou a cama ao então selecionador, logo se foi dizendo que «viemos para fazer melhor», a prova está aí à vista... sem mais comentários. Fonseca não vinga Dizíamos que António Fonseca, para poder assumir as rédeas da Seleção do Canadá como seu primeiro timoneiro precisava de fazer boa impressão no decorrer dos dois jogos amigáveis que disputou no mês passado diante do Japão e da Bielorrússia. Ele que há poucos meses, depois de ter sido demitido, tal como toda a equipa técnica, de primeiro treinador adjunto, foi investido na qualidade de Diretor Técnico Nacional, pode muito bem nem sequer estar interessado no lugar de selecionador de futebol do Canadá. António Fonseca, em primeiro plano, ao tempo que era treinador adjunto da Seleção de Futebol do Canadá. Mas a verdade é que, caso vencesse os dois jogos atrás citados, estamos em crer que os dirigentes da Associação Canadiana de Futebol estariam perante o dilema de escolher um outro técnico que não fosse ele, quando a equipa tem apenas três meses, ou pouco mais, para preparar a participação na Taça de Ouro da CONCACAF, que tem lugar nos Estados Unidos em julho próximo. Com as duas derrotas averbadas, a Seleção do Canadá deu «autoridade» aos seus dirigentes para procurarem um novo treinador nacional, que venha dar crédito ao bom trabalho que os seus jogadores desempenham nos seus respetivos clubes, estejam eles a jogar na Alemanha, Inglaterra, Holanda, Estados Unidos ou outros países mas que chegados à sua Seleção en-contram sempre qualquer coisa que não funci-ona. É verdade que perder (1-2) com o Japão, hoje em dia, não desonra, pois estamos perante o campeão da Ásia. Agora perder (2-0) com a Bielorrússia já fia mais fino... Seja como for, os dirigentes canadianos não têm muito tempo para escolher um técnico que traga à Seleção deste país a estabilidade necessária para que o Canadá quando entre numa prova possa ter como ambição ganhar todos os jogos. E a Taça de Ouro já começa no dia 7 de julho, com o Canadá, ditou o sorteio, a ter de medir forças contra o México, Panamá e Martinica. Adversários nada fáceis, a começar pelo México... Orgulho da Ilha do Pico Ribeirense ganha Taça de Portugal • Por Norberto AGUIAR O Grupo Desportivo Ribeirense, da Ilha do Pico, nos Açores, voltou a ganhar a Taça de Portugal em voleibol feminino. Desta feita, agiu como adversária a formação do Grupo Desportivo de Gueifães, da Maia, distrito do Porto. O resultado foi de 3-1 (24-26, 25-23, 25-22 e 25-20), em jogo disputado no Norte, em Baião, não muito longe da Maia. Com esta vitória, a equipa açoriana, que é orientada pelo brasileiro Paulo Barreto, arrecadou a sua quarta Taça de Portugal, numa clara demonstração de que é, para todos os efeitos, a melhor equipa feminina de voleibol de Portugal. De resto, este é o terceiro título consecutivo que o Ribeirense leva para a Ilha Montanha. Nada mau para quem disputou cinco finais, ganha quatro (2009, 3-1, precisamente contra o Gueifães, 2011, 3-1 ao CA Trofa, 2012, 3-0 ao Castelo da Maia), só perdendo no ano de estreia, em 2006, contra o CA Trofa, pela margem mínima (3-2). Página 13 Na corrida para a final da Taça, o Ribeirense eliminou outras equipas do Norte de Portugal, como sejam o Leixões e o Boavista, equipas com tradição no voleibol nacional. Mas esta nova vitória do Ribeirense na Taça de Portugal não é o que se pode considerar uma grande surpresa, como já demos a entender no início deste texto. Basta recordar que as picoenses são bicampeãs de Portugal na modalidade e, este ano, preparam-se para voltar a ganhar o campeonato, onde são primeiras da classificação com uma vantagem já assinalável. Estas vitórias do Ribeirense, a par do que vem acontecendo, a nível masculino, com a Fonte do Bastardo (também vencedor da Taça de Portugal – ver nota a seguir - e que neste momento ocupa o terceiro lugar no nacional), da Ilha Terceira, veem provar, mais uma vez, que os Açores, em voleibol, são uma das maiores potências de Portugal. Neste momento o voleibol açoriano está no top nacional através do Ribeirense (Ilha do Pico) e da Fonte Bastardo (Ilha Terceira). Mas quem se não lembra das proezas das equipas dos Antigos Alunos (masculina), Vólei Clube (masculina e feminina) e Clube União Micaelense (feminina) dos anos 90, todas de São Miguel? Para todos os açorianos, e em particular os terceirenses, a expectativa é grande no fim de semana que se avizinha, isto na medida em que a Fonte do Bastardo, caso vença a poderosa equipa do Sporting de Espinho, a formação voleibolista com mais troféus a nível do país, dizia, caso vença o Sporting de Espinho, a Fonte do Bastardo fica com boas hipóteses de jogar a final do campeonato com o colosso Benfica. Ribeirense ganha mais uma prova! Voleibol em masculinos Fonte Bastardo também vence Taça de Portugal COIMBRA – O Fonte Bastardo também conquistou a sua primeira Taça de Portugal de voleibol da sua história, ao derrotar o Vitória de Guimarães, por 3-0, na final disputada no Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia, em Coimbra, no sábado, dia 23 de março último. Os açorianos precisaram de pouco mais de uma hora e vinte minutos para derrotar os vimaranenses, por 25-20, 25-15, 25-21. O Fonte Bastardo é a 11.ª equipa a colocar o seu nome no palmarés da Taça de Portugal, que continua a ser liderado pelo Benfica (14), seguido pelo Sporting de Espinho (11). Les Aliments Picado, Enr. prop.: Jaqueline e Joseph Picado Especialistas em produtos portugueses Vendas a grosso e a retalho Temos os melhores preços do mercado Faça-nos uma visita!!! 4553, boulevard Saint-Laurent - Montreal (Quebec) - H2T 1R2 Tel.: (514) 289-8786 - Fax: (514) 842-2387 L u s oP r e s s e 04 de abril de 2013 EDITORIAL... Cont. da pág 1 reativar um reator nuclear que tinha sido desativado em 2007, na altura, a troco de uma ajuda económica da comunidade internacional. Quem já se deu ao trabalho de ver alguns dos inúmeros vídeos de propaganda da Coreia do Norte que circulam na Net, deve ter certamente reagido, como manda o bom censo, com um encolher de ombros ou um sorriso como quem vê os gags dos Apanhados. Como sabemos que os habitantes da Coreia do Norte não têm acesso à Internet, ficamos sem saber se os tais vídeos são postos a circular pelos próprios serviços de propaganda de Kim Jongun ou por alguém que capta a televisão da Coreia do Norte e os difunde para galhofa do resto do mundo. Sabendo-se que a pátria do jovem ditador Kim Jong-un é um dos países mais pobres do planeta, cuja população sofre graves penúrias, sobretudo alimentares – o que seria bem pior se não fosse o auxílio da China em troco de mão-de-obra para as empresas chinesas instaladas na RPDC – sabendo-se que a economia daquele país é uma das mais arcaicas do mundo, onde a maior parte do orçamento do estado vai para as forças armadas, para a glorificação do líder supremo e para a polícia política que mantém o povo na maior ignorância do que se passa no resto do mundo; a produtividade do país está de novo de rastos e o povo sofre de graves carências de base segundo os testemunhos dos que por lá conseguem passar. Daí que a grande maioria dos comentadores internacionais pense que esta ameaça não passa de mais outra tentativa de chantagem, para que a comunidade internacional acorra de novo com mais auxílio alimentar e médico. Assim parece, se tivermos em conta que as ameaças repetidamente feitas pelo líder norte coreano nas últimas semanas – como a de atacar diretamente o território dos Estados Unidos com mísseis de longo alcance e de declarar a guerra à Coreia do Sul, a nação irmã, pareçam demasiado caricatas para serem levadas a sério. Só que desta vez, o tom subiu de uns quantos decibéis na propaganda da Coreia comunista, indo ao ponto de anular unilateralmente o armistício que existia entre as duas Coreias desde o fim da guerra que as separou em julho de 1953 e de considerar que «a Coreia do Norte tinha entrado em “estado de guerra” contra a Coreia do Sul e que todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas de acordo com um protocolo adaptado à guerra». A ameaça parece também começar a ser vista com mais seriedade da parte dos Estados Unidos, que se decidiram a enviar um contratorpedeiro para o largo da Coreia do Norte e de espiar aquele país com caças furtivos F-22 equipados de câmaras de alta definição e visão noturna. A mesma reação veio da parte da Coreia do Sul, pela voz da sua Presidente Park Geun-Hye que prometeu «uma resposta violenta e imediata sem quaisquer considerações de ordem política se o Norte se aventurar numa provocação contra a nossa população». Por enquanto as ameaças são apenas verbais. Mas atendendo à inexperiência do jovem líder norte coreano, porventura acicatado pelos seus generais ou pelos seus próprios conselheiros, aduladores e servis, e sabendo-se que eles têm efetivamente acesso a armas nucleares, toda a cautela não é demais porque um gesto tresloucado pode rebentar à face do mundo. Se tal acontecer, como reagirá a China, os Estados Unidos, a Coreia do Sul ou a ONU? Nin- guém tem resposta para tal evento, mas a única alternativa é pressionar a China para que acabe com o seu apoio à Coreia do Norte e ganhe deste modo a consideração do resto da comunidade internacional. No dia em que a China acompanhar a ONU para boicotar o regime déspota do louco Kim Jong-un, os dias do seu regime estão contados. DE LANTERNA... Cont. da pág 2 O Sr. primeiro-ministro antes de estar no poder apregoava que o Senado devia ser eleito, nessa altura a crítica era feita aos liberais. Hoje, que está no poder ele utiliza o mesmo estratagema que os liberais colocando assim aí os seus piões. Um desses piões é um dos seus senadores, que se diz descendente das origens de Sócrates, desconhecendo a cultura do seu pai. É um do subterfúgio autoritário e demagógico do partido, quando este partido de forma subtil se parece com a atitude dos coronéis gregos, mas vestido com capa da democracia! No caso do senador, invocando o multiculturalismo como um “pecado” das minorias culturais do Canadá, inclusos os francófonos que vivem noutras províncias, ele reflete bem a ideologia política do Sr. Harper, dado que essa ideologia, não é mais que a doutrina do seu manitu Preston Manning, que prevalece na capital do país como ideologia da direita, através do endoutrinamento que aí se faz aos fins de semana! Este segundo mandato do Sr. Harper é quase um mandato como o dos coronéis gregos. Um outro caso da democracia do primeiroministro do Canadá foi a nomeação do ministro da Defesa do Canadá. Uma espécie de “coronel monárquico”, que não tem escrúpulos em utilizar um avião do Estado como transporte para ir caçar! Ref: jornal “Le Devoir”, 11/03/2013 – 12/03/2013 Jornal La Presse, 11/03/2013, 13/ 03/2013 Carta Canadiana dos Direitos e Liberdades, Pierre E. Trudeau, 1981 GALERIA... Cont. da pág 8 e jornalista Tem uma certificação em Língua Portuguesa. Considera-se uma mulher na sombra do marido. Foi professora em duas escolas secundárias. Responsável pelas oficinas de português da Universidade de Montreal. Animadora de eventos literários e dos circuitos dos bancos do Boulevard St-Laurent. Tradutora de francês e de inglês para português. Participou na emissão de televisão do canal 14. Viveu na França e na Espanha. Tem colaborado com o LusoPresse como repórter e cronista. ••• 15 – Paula de Vasconcelos, coreógrafa, atriz, bailarina, fundadora e presidente da trupe de teatro-dança, Pigeons International Nasceu em Lisboa e chegou ao Canadá no início dos anos 60. Os pais deram-lhe a oportunidade, assim como à irmã, de fazerem tudo quanto quisessem na vida. Pessoas muito curiosas sempre apoiaram as filhas em todas as iniciativas. Fez estudos de teatro depois de ter estudado ballet. Com o futuro marido fundaram o Pigeons International, como uma companhia de jovens para ter apoio governamental. A primeira sessão foi um sucesso e nos outros anos seguintes passou sempre a contar com o Página 14 apoio do público. Com o avançar da companhia de teatro acabou por descobrir que preferia fazer a coreografia e a encenação. Pigeons International tem viajado pelo estrangeiro. Trabalha com artistas de todo o mundo e em várias línguas. No último espetáculo havia em cena 40 pessoas que não eram profissionais, com idades entre os 7 e os 70 anos, de várias origens. Vive no Plateau que tem a vantagem de ser o bairro dos portugueses e dos artistas. ••• 16 – Alexandra Mendes, mulher política, 1ª portuguesa no Parlamento Federal. É presidente do Partido Liberal do Canadá, secção do Quebeque Chegou ao Canadá há 35 anos mas sempre tem vivido fora de Montreal e com poucos contactos com a comunidade portuguesa. A política entrou-lhe no sangue com a revolução do 25 de Abril, quando tinha 10 anos. Trabalhou durante 15 anos nos serviços de acolhimento na margem sul. Em 2008 candidatou-se pelo círculo de Brossard e perdeu por 146 votos. Exigiu uma recontagem e ganhou com uma margem folgada. Em 2011 perdeu as eleições por altura da «vaga laranja» que arrebatou a maioria das circunscrições do Quebeque para o Novo Partido Democrático, mas tenciona candidatar-se nas próximas eleições. Continua implicada com a organização do Partido Liberal do Canadá. ••• 17 – Sílvia Garcia, Conselheira do 1° Ministro do Quebeque (Jean Charest) e das Ministras da Imigração Yolande James e Kathleen Weil Nasceu em Lisboa e a família chegou ao Canadá em 1967. Foram viver para a cidade de Quebeque onde cresceu. Não havia mais de 600 famílias portuguesas e não havia nenhuma associação. Quando queriam produtos portugueses tinham de vir a Montreal. Uma vez por mês iam aviar-se no Soares e Filhos. Estudou Engenharia mas acabou por se formar em Arquitetura. Durante os estudos sempre militou pelo Partido Liberal do Quebeque. Em 2003 foi convidada pelo Primeiroministro Jean Charest como conselheira política do seu gabinete. Durante esse mandato passou a viver entre Montreal e Quebeque, o que se tornava bastante cansativo, tendo conseguido transferir-se para conselheira da Ministra da Imigração Yolande James, em Montreal e mais tarde da Ministra Katherine Veil. Seu pai chegou a ser correspondente do LusoPresse na cidade de Quebeque. ••• 18 – Adelaide Vilela, poetisa e jornalista Nasceu nas Minas da Panasqueira, mas os pais emigraram para África onde se casou, aos 17 anos, durante a guerra colonial. A família regressou a Portugal tendo deixado tudo em África e ela chegou ao Canadá em 1978. Por vezes a vontade de regressar a Portugal, ora por ela ora pelo marido, levou-a querer voltar aos estudos, atitude contrariada pelo marido. Com persistência levou para a frente os seus intentos, com o marido resignado, e hoje muito contente com os sucessos académicos da esposa. Já publicou 3 livros de poesia e uma antologia de contos. Tem viajado muito, sobretudo para a América do Sul. Tem ganho várias medalhas e troféus, embora evite glorificar-se em público. Colabora regularmente nas páginas do LusoPresse. ••• 19 – Helena Loureiro, empresária: Restaurantes Portus Calle e Helena, além do livro de cozinha «Helena 100 recettes portugaises» Nasceu na Serra de Santo António e chegou ao Canadá em 1988. Considera-se como uma guerreira e faz sempre tudo depressa, a começar pelo casamento aos 17 anos e dois filhos no mesmo ano. Quando cá chegou foi estudar francês no COFI (Centre de Orientation et Formation des Immigrants). Depois do COFI começou depois a trabalhar numa creche. No dia em que a cozinheira ficou doente substituiu-a e guardou o posto durante 12 anos. Começou a trabalhar em parttime na Tasca e inscreveu-se no Institut de Tourisme et d’Hôtellerie du Québec, onde aprendeu a cozinhar com manteiga em vez de azeite. Depois do instituo foi trabalhar para o Vintage e com um dos proprietários abriu o Portus Calle, em 8 de março de 2003 (dia da mulher), visto que os filhos já estarem crescidos. No dia 29 de junho de 2012, dia de São Pedro, abriu o segundo restaurante, o Helena. Escreveu um livro de cozinha, em Francês, em homenagem à avó que foi quem lhe deu o gosto pela cozinha. Entretanto já tinha trabalhado como benévola para o Benfica e a Igreja portuguesa. Sempre teve muita facilidade de integração no meio quebequense e hoje considera-se cidadã de Portugal e do Quebeque e declarou que não lhe faltam mais projetos para o futuro. ••• 20 – Clementina Santos, conselheira das Comunidades Portuguesas Chegou ao Canadá com 23 anos, em janeiro de 1977, no meio duma das maiores tempestades de neve do século passado. Esta experiência serviu para a vacinar contra todas as tempestades que vieram depois. Nasceu numa família com grandes tradições de tecelagem e como não havia estabelecimentos de ensino na terra teve de lutar para que a autorizassem a estudar. Acabou por ir para Lisboa onde se formou como educadora infantil. Foi então que se casou e decidiram vir para o Canadá. Implicou-se num jornal étnico que se publicava em 5 línguas. Trabalhou no Radio Centre-Ville, em teatro, no Centro Étnico St-Louis, na emissão portuguesa da Télé-Québec, emissões de Radio-Canada International e RadioCanada. É tradutora e intérprete nos tribunais do Quebeque. Nos anos 80 fez um interregno da atividade profissional para se ocupar da filha e é presentemente Conselheira das Comunidades Portuguesas, junto do governo português e trabalha no Radio Centre-Ville. Telefone e fax: (514) 849-9966 Alain Côté O. D. Optométriste Exame da vista, óculos, lentes de contacto Clinique Optmétrique Luso 4242, boul. St-Laurent, bureau 204 Montréal (Qc) H2W 1Z3 04 de abril de 2013 Campeonato da Major League Soccer Primeira derrota do Impacto • Por Norberto AGUIAR U m dia tinha de ser. Depois de quatro vitórias seguidas, duas em casa e duas no exterior, o Impacto acabou por, ao quinto jogo, averbar a primeira derrota da época no Campeonato da MLS, que integra, não esqueçamos, pelo segundo ano consecutivo. E essa derrota acabou por ser às mãos, diríamos melhor, aos pés do Sporting Kansas City, campeão em 2012 da Zona Este da prova, a mesma da qual faz parte o Impacto de Montreal. A derrota de sábado passado, em Kansas City, não surpreende, visto o Sporting ter sido melhor equipa no terreno de jogo, com um caudal atacante de 25 remates enquanto o Impacto se ficou por menos do que uma mão cheia de oportunidades. E quando assim é, difícil se torna à equipa dominada vencer o desafio, a menos que seja num dia de muita sorte e, já agora, de muita displicência do adversário... Mas que tem acontecido casos assim, lá isso tem. O Sporting Kansas City, que até não começou o campeonato muito bem, no desafio de sábado já deu um lamiré do que poderá ser a sua postura em 2013. Para muitos é mesmo uma das equipas a considerar como favoritas não só ao título da Zona Este, que ganhou em 2012, mas também ao título geral da Major League Soccer, pertença do La Galaxy de Los Angeles. É igualmente favorita para repetir a conquista da Taça dos Estados Unidos, conquistada em 2012 em despique com o Sounders de Seattle. Dominado a todos os níveis, o Impacto não teve outra escolha que ceder os primeiros três pontos na importante e difícil competição. De resto, nos quatro jogos em que venceu os seus antagonistas, o Impacto nunca foi a equipa que mandou no jogo. Pelo contrário, foram os seus adversários a ditar o andamento, só que sem o domínio agora exercido pelo Sporting Kansas City. E isso valeu à formação canadiana de esperar pela hora certa para desferir o golpe fatal ao antagonista da ocasião. Isso mesmo aconteceu em Seattle, em Portland e até contra o Toronto FC, em jogo no Estádio Olímpico, sua casa nos dois primeiros jogos do campeonato – o outro foi contra o Red Bulls Nova Iorque. Sem Nesta no onze, jogou outra vez o jovem quebequense Karl Ouimette, mas já com Mapp como titular e a jogar os 90 minutos, não se pode dizer que foi por aí que o Impacto perdeu o jogo. A derrota teve muito mais a ver com o fraco rendimento de jogadores como Di Vaio, com muitos hiatos na sua atuação, de Patrice Bernier, uma surpresa, já para não falar de Filipe, o brasileiro que em 2012 deu «cartas» entre os seus pares e que neste início de época não tem estado à altura daquilo que se espera dele. Estará Filipe a estranhar a nova posição que o treinador Marco Schallibaum lhe passou a conferir na equipa? Talvez seja isso. Filipe, este ano, tem menos liberdade de ação em relação ao que acontecia às ordens de Jesse Marsh na época passada... Não se esqueça porém que todo esse fraco rendimento dos jogadores montrealenses e da própria equipa tiveram muito mais a ver com a categoria do adversário do que com as suas próprias fraquezas... Como conclusão diremos que o 2-0 a favor do Sporting foi mais do que justo. Impacto – Red Bulls, 1-0 Dos cinco jogos que vimos, três via TV e dois presencialmente, diremos que foi este contra o Red Bulls que o Impacto mais mereceu a vitória. É verdade que os nova-iorquinos não contaram com as suas duas maiores vedetas, Thierry Henry, lesionado, e Cahill, em representação da sua seleção, na Austrália. Mas contou, por outro lado, com a presença de Peguy Luyindula, um atacante francês de grande classe e que quando melhor integrado vai certamente dar muitas alegrias aos seus adeptos. Com muitas oportunidades, o jogo teve sempre um ritmo muito vivo, com a formação de Montreal a dominar na maior parte do jogo, criando boas oportunidades para que o marcador, no final, apresentasse outros números. Neste aspeto, Di Vaio, que foi quem marcou o golo da vitória, aliás, um golo de excelente recorte técnico, dele e de Bernier que foi quem fez o passe a rasgar toda a defesa contrária e sem que Luís Robles – excelente keeper, que deixou o campeonato alemão, em 2012, para regressar ao seu país e defender as balizas do time de Nova Iorque – pudesse fazer o que quer que fosse para evitar que o esférico entrasse na sua baliza, mas dizíamos que Di Vaio falhou muitas oportunidades, algumas de baliza aberta, o que poderia ter custado pontos à sua equipa... Num jogo que foi quase sempre de parada e resposta, o marcador L u s oP r e s s e de 1-0 não reflete o que realmente se passou em campo. Um 3-2 ou mesmo um 4-3 espelharia melhor o que se passou no decorrer dos 90 minutos do jogo disputado no Estádio Olímpico no sábado, dia 23 de março e perante cerca de 30 mil espetadores. Próximo jogo O Impacto, que viu o seu jogo desta semana diante do La Galaxy de Los Angeles adiado para outubro devido ao facto da equipa americana estar envolvida nas duas próximas semanas na Taça dos Campeões da CONCACAF, onde medirá forças com os mexicanos do Monterrey em jogos das meias-finais da competição, jogará somente a 13 de abril, contra o Columbus Crew, mas agora na estreia do Estádio Saputo. Página 15 04 de abril de 2013 L u s oP r e s s e Página 16 A partir do 8 de abril pequenos almoços a partir das !- TEMOS COZINHEIRA ! Abertura da cozinha com pratos do dia a partir de 7,95$ + tx ––– Pratos típicos portugueses: Bacalhau à Braz, ensopado de borrego, feijoada à transmontana, cozido e muito mais ! ––– Grande facilidade de estacionamento ! 8042, boul. St-Michel Montréal (Québec) H1Z 3E1 Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM s7s"/,! 514.376.2652