EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SOB A ÓTICA DOS DISCENTES: UM ESTUDO DE
CASO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFES
Maria de Fátima Alves Buenes Mendonça (Especialista em Contabilidade Gerencial – UFES
e Bacharela em Ciências Contábeis – UFV); Anderson de Castro Vidal (Especialista em
Contabilidade Pública – FINOM e Bacharel em Ciências Contábeis – UFV); Vanessa de
Castro Ferreira Vidal (Mestranda em Contabilidade Gerencial e Tributária – FUCAPE
Business School e Bacharela em Ciências Contábeis – UFV).
RESUMO
Durante muito tempo, prevaleceu a idéia de que para haver educação era necessária a
presença de professores em sala de aula. Hoje, devido ao avanço tecnológico é possível haver
educação sem a presença constante desse profissional, por meio da modalidade de ensino
conhecida como Educação a Distância (EAD). Os cursos de EAD têm sido oferecidos por
várias instituições de ensino, como acontece na Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), que tem dentre os cursos oferecidos o de Ciências Contábeis que é o foco deste
estudo. O objetivo do trabalho foi traçar o perfil dos alunos matriculados nesse curso, bem
como identificar as dificuldades enfrentadas por estes e as estratégias didáticas utilizadas
nesta modalidade de ensino. A coleta de dados foi realizada em duas fases: visita ao Núcleo
de Educação Aberta e a Distância (NE@AD) da UFES e a realização de aplicação de
questionário aos alunos. Os resultados demonstram que a UFES disponibiliza uma ótima
estrutura e que a maioria dos alunos é formada por jovens que trabalham para ajudar
financeiramente a família e, que mesmo assim, investem parte de seu tempo nos estudos, a
fim de conquistarem uma realização pessoal.
Palavras-chave: Educação a distância; Ciências Contábeis; UFES
ABSTRACT
For a long time, prevailed the idea that for to have education was necessary the presence of
teachers in the classroom. Today, due to technological advancement is can have education
without the constant presence of this professional, through the modality of education known
as Distance Education (DE). The distance education courses has been offered by various
educational institutions, as the Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), which has
among the courses offered the Accounting Course which is the focus of this study. The
objective of this study was to trace the profile of students enrolled in this course, as well as
identifying the difficulties faced by them and the didactic strategies used in this type of
education. The data collection was conducted in two phases: visit to Núcleo de Educação
Aberta e a Distância (NE@AD) of the UFES and application of questionnaire to students. The
results show that UFES provides an excellent structure and that the majority of students are
made up of young people working to help the family financially, and that even so, they invest
part of their time in the studies, in order to gain a personal achievement.
Key works: Distance Education; Accounting Course; UFES
1
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos últimos anos, a educação passou por vários momentos, que aos poucos
foram trazendo modificações em seu contexto. Hoje, observa-se que ela está sendo readaptada
de acordo com as novas oportunidades que surgiram graças ao avanço tecnológico, e uma
dessas oportunidades é a Educação a Distância (EAD). Para muitos, no passado, concluir um
curso de graduação era algo praticamente impossível, devido a fatores como a dificuldade de
deslocamento ou até de mudança para outra cidade, como também a inviabilidade financeira
de pagar o curso em uma instituição privada.
A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), também está contribuindo para a
mudança deste quadro, por ser a única universidade pública do estado a oferecer cursos
adaptados a esta nova modalidade de ensino. Entre esses cursos está o de Bacharel em
Ciências Contábeis, que é o objeto de estudo deste trabalho.
Apesar de haver um notável desenvolvimento da educação em módulo a distância, no
que tange ao aprendizado do aluno, pouco se conhece sobre as dificuldades enfrentadas no
desenvolvimento dos cursos.
Sendo um dos objetivos da educação a distância oferecer aos seus usuários a
oportunidade de fazer uma graduação, as universidades visam fornecer aos ingressantes desta
modalidade de ensino condições necessárias para uma formação profissional de qualidade
dando condições para atuarem no mercado competitivo.
Assim esse trabalho tem por objetivo identificar as dificuldades enfrentadas pelos
alunos no decorrer do curso de Ciências Contábeis na modalidade em EAD, o perfil destes,
bem como as estratégias utilizadas nessa modalidade de ensino.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.
História da Educação Aberta e a Distância – EAD
De acordo com Alves (2005), a educação a distância surgiu no continente Europeu, e
se espalhou até chegar aos outros continentes, chegando ao Brasil com a vinda da Família
Real. Contudo a educação a distância em larga escala só foi possível devido à invenção do
tipógrafo. A primeira escola por correspondência foi criada em Berlim por Charles Toussaint
e Gustav Langenscheidt, posteriormente a primeira universidade a desenvolver cursos por
correspondência foi a Universidade de Wisconsin (EUA).
Desde então, muitos avanços têm ocorrido na educação a distância, principalmente em
relação ao uso da tecnologia a favor da disseminação dos cursos que são oferecidos nesta
categoria. Inicialmente a educação a distância se deu por vários meios como: correspondência
escrita via correios, rádios, televisões, cinemas e hoje conta com a Internet, que é capaz de
fazer vários indivíduos, separados por quilômetros de distância, interagirem em tempo real,
compartilhando suas experiências e aprendizados, permitindo assim que haja o
desenvolvimento de educação de qualidade.
Foi na década de 60 que surgiram as primeiras normas para a EAD no Brasil, entre
elas destaca-se o Código Brasileiro de Telecomunicações (Decreto-Lei nº 236/67) que em
seus artigos 13 e 14 assim estabeleciam:
Art 13. A televisão educativa se destinará à divulgação de programas educacionais,
mediante a transmissão de aulas, conferências, palestras e debates.
Parágrafo único. A televisão educativa não tem caráter comercial, sendo vedada a
transmissão de qualquer propaganda, direta ou indiretamente, bem como o
patrocínio dos programas transmitidos, mesmo que nenhuma propaganda seja feita
através dos mesmos.
2
Art 14. Somente poderão executar serviço de televisão educativa:
a) a União;
b) os Estados, Territórios e Municípios;
c) as Universidades Brasileiras;
d) as Fundações constituídas no Brasil, cujos Estatutos não contrariem o Código
Brasileiro de Telecomunicações.
§ 1º - As Universidades e Fundações deverão, comprovadamente possuir recursos
próprios para o empreendimento.
§ 2º - A outorga de canais para a televisão educativa não dependerá da publicação
do edital previsto do artigo 34 do Código Brasileiro de Telecomunicações.
A partir de então houve mudanças significativas em relação à EAD no Brasil por meio
de decretos, estudos e debates sobre o assunto. O Instituto de Pesquisas Avançadas em
Educação, Associação Brasileira de Educação a Distância e Associação Brasileira de
Tecnologia Educacional, são as entidades que apresentaram e continuam apresentando
grandes contribuições ao processo de normatização da EAD no país.
De acordo com o Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007, o curso em EAD tem
que possuir atividades presenciais obrigatórias, para isso é necessário que exista um pólo de
apoio presencial. Quanto à duração do curso em EAD, o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro
de 2005, Artigo 3o, Parágrafo 1o, estabelece que os cursos e programas a distância deverão ser
projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade
presencial. Em seu Artigo 5º afirma que os certificados expedidos por instituições
credenciadas terão validade nacional.
Caso seja verificada a existência de erros e falhas no funcionamento dos cursos de
Educação a Distância a instituição será descredenciada.
Apesar de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, o Brasil ainda tem muito a
desenvolver no que diz respeito à EAD, sendo assim Vasconcelos (2010) afirma que:
“Quando comparamos nosso histórico em Educação a Distância com o de outros
países, podemos ver quão atrasados estamos. Para que se tenha uma idéia de nosso
atraso, Venezuela e Costa Rica têm programas em EAD baseados na Open
University de Londres, e são, como esta última, referência em todo o mundo no que
diz respeito à EAD.”
Essa conceituação vai ao encontro dos estudos de Corrêa (2005), quando afirma que os
primeiros experimentos em EAD em nosso país ficaram sem registro e por isso a autora
apresenta os fatos registrados a partir de 1923, conforme o quadro 1:
1923/1925
1923
1939
1941
1970
1974
1976
1979
1979
1991
1995
Quadro 1 – Cronograma da história da EAD no Brasil
História do EAD no Brasil
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão
Marinha e Exército – cursos por correspondência
Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, formação profissional básica
Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional
TVE do Ceará – cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e monitores
SENAC – Sistema Nacional de Tele-educação, cursos através de material instrucional (em
1995, já havia atendido 2 milhões de alunos)
Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos de correspondência para
brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus
UnB – cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o
BrasilEAD
Fundação Roquete Pinto – programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de
professores do ensino fundamental
Secretaria Municipal de Educação – MultiRio (RJ) – cursos de quinta a oitava série, através de
programas televisivos e material impresso
3
1995
2000
Programa TV Escola – SEED/MEC
UNIREDE – Rede de Educação Superior à Distância – consórcio que reúne 68 instituições
públicas do Brasil [Corrêa; 2005: 21 e 22]
Fonte: Adaptado de Corrêa (2005).
2.2.
O Curso de Graduação em Ciências Contábeis Modalidade a Distância na UFES
O Espírito Santo é um estado de pequena extensão territorial se comparado com os
estados de São Paulo e Minas Gerais que também pertencem à região sudeste, e, além disso, é
o que possui menor número de municípios, setenta e oito (78) no total. De acordo com dados
coletados no site do INEP, em apenas 16 municípios são oferecidos o curso presencial de
Ciências Contábeis, num total de vinte e oito (28) instituições, das quais apenas uma é
publica, e se localiza na capital do estado, Vitória.
Sendo assim, apesar do pequeno tamanho territorial do estado, existem vários fatores
que não permitem que um grande número de indivíduos faça o curso, entre eles: a distância
que causa dificuldades no deslocamento e o fato de haver apenas uma única instituição
pública no estado que oferta o curso.
A Graduação em Ciências Contábeis na modalidade EAD originou-se intrínseca e
paralelamente ao Programa de Interiorização da UFES na Modalidade EAD – Educação
Aberta e a Distância, integrando-se ao Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB.
O projeto pedagógico para esta nova modalidade de ensino foi desenvolvido no ano de
2006, e é considerado como uma ferramenta de trabalho por orientar todo o processo de
ensino/aprendizagem, além de estar pautado nas diretrizes curriculares previstas na Resolução
no10, de 16 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Educação. De acordo com o
Projeto do Curso de Graduação em Ciências Contábeis, Modalidade a distância (2006), ele foi
desenvolvido objetivando oferecer um curso inovador e de qualidade. Nele encontram-se
todos os parâmetros relacionados ao curso, dos quais se pode citar: denominação do curso
ofertado; a clientela; a quantidade de vagas oferecidas; a duração, carga horária e justificativa;
fundamentação do projeto pedagógico do curso; materiais utilizados; dentre outros.
3. METODOLOGIA
A Metodologia é parte essencial numa pesquisa científica. Segundo Azevedo e Nohara
(2004), a metodologia empregada na pesquisa é de grande importância para o trabalho, pois é
por meio dessas informações que outro cientista poderá ou não reproduzi-la ou contestá-la.
Com relação aos fins, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, pois
visa descrever as características de determinada população ou amostra, especificamente dos
alunos de graduação do curso de Ciências Contábeis a distância da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES). Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe as
características de determinada população, estabelece correlações entre suas variáveis e define
sua natureza.
Visando conhecer melhor o assunto foi feita uma pesquisa bibliográfica que é
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos e, atualmente, com material disponibilizado na Internet (SILVA; MENEZES,
2001).
Para se conhecer melhor o ambiente de estudo, bem como as atividades desenvolvidas
pelos alunos de graduação em Ciências Contábeis a distância da UFES, utilizou-se a atividade
de campo e como forma de coleta de dados adotou-se a aplicação de questionários. Segundo
Cervo e Bervian (1996), o questionário é a mais utilizada técnica de coleta de dados. Ele
constitui um meio de obter respostas sobre determinado assunto de maneira que o respondente
forneça as informações de seu domínio e conhecimento. Um questionário compreende uma
4
série de perguntas ordenadas, que devem ser respondidas por escrito e sem a influência do
pesquisador.
A coleta de dados ocorreu no mês de maio de 2010. Num primeiro momento, buscouse conhecer o Ne@ad - Núcleo de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do
Espírito Santo - para coleta de dados referentes ao funcionamento do ensino a distância.
Através de uma visita ao local pode-se conhecer, também, os alunos que são atendidos pelo
EAD no curso de Ciências Contábeis. Nessa etapa, apurou-se, junto à Coordenadora do Curso
de graduação em Ciências Contábeis a distância, a quantidade de alunos matriculados no
curso, assim como a quantidade de pólos que os atende. Dessa forma, apurou-se que a
população da pesquisa é formada por a 390 alunos. Obteve-se retorno de 206 desses,
representando uma amostra de aproximadamente 53%.
A terceira parte foi realizada por pesquisa de opinião a partir da aplicação de
questionário utilizando a escala de Likert. A escolha da escala de Likert foi feita por ser, fácil
de construir, de aplicar e, principalmente fácil para o entrevistado compreendê-la, o que a
classifica como fácil de ser feita por correio ou formas eletrônicas (MALHOTRA, 2005),
podendo assim, obter o que se deseja conhecer sobre o grupo selecionado na amostra. Os
questionários baseados nesta escala possuem os chamados itens de Likert, que são afirmações
à qual o indivíduo irá responder por meio de um critério que pode ser objetivo ou subjetivo.
Frequentemente são usados cinco níveis de respostas, porém alguns pesquisadores têm
preferência em utilizar cinco ou mesmo um maior número de níveis. Segundo Marion (2002),
a pesquisa de opinião se refere a levantamentos ou surveys como os realizados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com finalidade de descrever a situação
demográfica de determinada região ou país, ou ainda as pesquisas pré-eleitorais e as de
preferência sobre produtos e serviços.
Os dados obtidos através da aplicação dos questionários foram submetidos a uma
análise de distribuição de frequência que, segundo Triola (2005), é utilizada para descrever,
explorar e comparar conjuntos de dados.
4. ANÁLISE DOS DADOS
Para alcançar os objetivos da pesquisa, o presente trabalho analisou os dados obtidos
através de visita ao Ne@ad, necessária para entendimento da estrutura e funcionamento da
EAD na UFES, bem como verificou os dados obtidos dos alunos por meio de questionário
aplicado durante a última semana do mês de maio de 2010.
4.1. Análise dos Questionários
A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário disponibilizado aos alunos
através do Moodle (software livre de apoio à aprendizagem), com o objetivo de verificar a
concepção e as estratégias didáticas utilizadas no curso de Ciências Contábeis, modalidade a
distância da UFES, bem como as características dos alunos, as formas e/ou possibilidades de
comunicação, sua realidade e opinião a respeito do respectivo curso.
Os resultados são apresentados em forma de gráficos e tabelas para melhor apoiar as
análises das questões.
4.1.1 Perfil dos Participantes
Nessa primeira parte, buscou-se traçar o perfil dos participantes do curso por meio da
classificação por faixa etária, moradia, renda familiar, formação, dedicação aos estudos e
motivação.
5
Pôde-se notar que a maioria dos participantes está compreendida na faixa etária de 20
a 40 anos e que, apenas 10 dos entrevistados (aproximadamente 5%) possuem menos de 20
anos, conforme apresentado no Gráfico 1.
Gráfico 1 – Idade dos alunos do curso a distância em Ciências Contábeis da UFES
Fonte: Dados da Pesquisa
A maioria dos alunos entrevistados são pessoas casadas, como se pode verificar no
Gráfico 2.
Gráfico 2 – Estado civil dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES
Fonte: Dados da Pesquisa
Dos 206 respondentes, 126 são mulheres, representando um percentual de
aproximadamente 61% dos entrevistados, conforme Gráfico 3.
Gráfico 3 – Sexo dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES
Fonte: Dados da Pesquisa
6
Em relação à moradia, cerca de 59% dos entrevistados moram com a família,
conforme o Gráfico 4.
Gráfico 4 – Moradia dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES
Fonte: Dados da Pesquisa
Por meio de análise do Gráfico 5 é possível observar que cerca de 45% dos
entrevistados teriam dificuldades em se deslocar de seus municípios para realizar o curso
presencial na UFES, no Campus de Goiabeiras em Vitória, devido ao fato de contribuírem
com o sustento de suas famílias em suas cidades de origem.
Gráfico 5 – Alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES que trabalham
Fonte: Dados da Pesquisa
Além disso, por meio do Gráfico 6 é possível notar que a maioria dos alunos que
trabalham dedicam de 5 a 15 horas aos estudos por semana além do momento presencial no
7
pólo, sendo este um fato muito importante visto que o curso de EAD depende muito da
motivação pessoal de cada participante.
Gráfico 6 – Trabalho versus Horas de Estudos
Fonte: Dados da Pesquisa
Além disso, identifica-se também que a maioria dos entrevistados, ou seja, 78%, cursou
todo o ensino médio em Instituição Pública de Ensino, como mostra o Gráfico 7:
1 0 0 ,0 0 %
8 0 ,0 0 %
7 8 ,1 6 %
6 0 ,0 0 %
4 0 ,0 0 %
2 0 ,0 0 %
7 ,7 7 %
7 ,2 7 %
4 ,3 7 %
2 ,4 3 %
Todo em
e s c o la
p r iv a d a
( p a r tic u la r )
A m a io r
p a rte e m
e s c o la
p ú b lic a
A m a io r
p a rte e m
e s c o la
p r iv a d a
( p a r tic u la r )
M e ta d e e m
e s c o la
p ú b lic a e
m e ta d e e m
e s c o la
p r iv a d a
( p a r t ic u la r )
0 ,0 0 %
T odo em
e s c o la
p ú b lic a
Gráfico 7 – Tipo de instituição que cursou o Ensino Médio
Fonte: Dados da Pesquisa
A partir da observação do Gráfico 8 abaixo, presume-se que quase um quarto da
população entrevistada já possui outra formação superior nas mais variadas áreas como:
engenharia civil, ciências biológicas, direito, pedagogia, normal superior e licenciatura plena
em matemática.
8
7 6 ,2 1 %
9 0 ,0 0 %
7 5 ,0 0 %
6 0 ,0 0 %
4 5 ,0 0 %
2 3 ,7 9 %
3 0 ,0 0 %
1 5 ,0 0 %
0 ,0 0 %
S im
N ão
Gráfico 8 – Outra Formação Superior
Fonte: Dados da Pesquisa
No intuito de conhecer melhor o perfil dos respondentes fez-se necessário conhecer,
também, quais os motivos que os instigaram a realizar vestibular para o curso de Ciências
Contábeis na UFES em EAD. “Motivos são as forças que estimulam a satisfação das
necessidades humanas que vão desde as mais essenciais, como as de comida, bebida e
repouso, até as mais sofisticadas, como as de estima ou de auto-realização.” (GIL, 2008)
De acordo com a tabela 1 a influência da família foi o fator que menos motivou os
alunos na hora de realizar o vestibular. Em contrapartida o fator de realização pessoal foi o
mais citado como motivação para tal. Cada aluno selecionou a quantidade de respostas que
achou necessário para expressar seus motivos, ficando a opção “Outros” para que todos
pudessem citar seus reais motivos, que totalizou trinta e quatro (34) fatores diferentes.
Tabela 1 – Motivos que estimularam os alunos a fazer vestibular para o curso de graduação em Ciências
Contábeis a distância na UFES
Influência da família.
4%
Realização pessoal.
68%
A oportunidade de obter um diploma de Instituição Federal.
55%
O fato de não ter que mudar de cidade para estudar.
55%
O fato de ser gratuito
55%
Outros Motivos
20%
Fonte: Dados da Pesquisa
O avanço tecnológico disponibiliza importantes ferramentas aos usuários da internet.
Entre as ferramentas estão os aplicativos como programas de computador que desempenham
tarefas práticas, e que são muito importantes na
vida dos acadêmicos, principalmente os
de curso em EAD, por oferecer a comunicação à distância para todos os sujeitos envolvidos
neste novo processo de ensino-aprendizagem.
O imenso poder da tecnologia dos computadores tem gerado poderosas redes de
comunicação que as organizações podem utilizar para acessar vastos arquivos de
informações no mundo inteiro e coordenar atividades independentes do espaço e do
tempo. (LAUDON, LAUDON, 2004, p.16)
O Gráfico 9 foi montado a partir das notas dadas pelos alunos aos seus respectivos
conhecimentos sobre aplicativos, no qual o conceito “Péssimo” foi atribuído para as notas de
zero a dois (0-2), o de “Ruim” para as notas três e quatro (3 e 4), o de “Regular” para as notas
de cinco e seis (5 e 6), “Bom” para as notas sete e oito (7 e 8) e “Ótimo” para as notas nove e
dez (9 e 10). De acordo com esse Gráfico, os alunos respondentes possuem “Ótimo” domínio
em e-mail e navegação pela internet, mas quando se trata de planilhas eletrônicas 14% deles
9
demonstram não ter muito domínio sobre este aplicativo e apenas 16% avaliaram seu
conhecimento no tópico como “Ótimo”.
46%
Processador de texo (ex.: Word)
38%
11%
4%
1%
16%
Planilha Eletrônica (ex.: Excel)
26%
11%
14%
Adobe Acrobat (gerar e ler arquivo em pdf)
26%
27%
24%
11%
12%
Navegação na internet (Explorer, Mozilla, etc.)
4%
3%
1%
E-mail
4%
3%
1%
33%
62%
30%
73%
19%
43%
Grupo de discussões via internet
5%
7%
Moodle
Ótimo
Regular
Péssimo
0%
Bom
Ruim
30%
15%
56%
33%
6%
5%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Gráfico 9 – Conhecimento de Aplicativos
Fonte: Dados da pesquisa
4.1.2 Avaliação do Curso
Nesta segunda parte buscou-se conhecer a opinião dos alunos em relação aos vários
quesitos como funcionamento do pólo, segurança, material didático, comunicação, entre
outros, pois eles fazem parte da estrutura necessária para que haja aprendizagem.
“A falta de estrutura técnica prejudica a pedagogia de ensino e a estrutura do
pensamento, uma vez que são inúmeras as dificuldades de interação homem-máquina”
(ALVES, 2005).
3%
Você se sente
seguro no local
onde funciona o
Cre@ad?
36%
41%
13%
2%
5%
A limpeza do local
onde funciona o
Cre@ad
preporciona bemestar aos
usuários?
4%
Não respondeu
50%
36%
Sempre
5%
2%
3%
Frequentemente
As vezes
4%
4%
Você utiliza a
biblioteca?
Raramente
16%
Nunca
34%
23%
19%
5%
4%
A bibiloteca
possui o material
necessário para
as pesquisas do
curso?
22%
39%
19%
11%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Gráfico 10 – Frequência Observada pelos Alunos em Relação ao Local
Fonte: Dados da pesquisa
10
O Gráfico 10 mostra que 39% dos entrevistados dizem que “Às vezes” encontram o
material necessário às suas pesquisas, e por outro lado somente 4% disseram “Sempre”
encontrar tudo que precisam para desenvolverem seus trabalhos.
Quanto à utilização da biblioteca, há um dado preocupante, pois apenas 4% das
pessoas revelaram usar a biblioteca de forma assídua (“Sempre”), enquanto que 19% “Nunca”
utiliza, 23% “Raramente” o fazem, e 39% “Às vezes” a utilizam.
Quanto à limpeza do local de estudos do Cre@ad e seu inerente bem estar observa-se
que 50% dos alunos consideram que o local “Sempre” está adequado em termos de limpeza,
proporcionando, portanto, bem estar aos usuários. E quanto à segurança apenas 2% dos alunos
observaram estar “Raramente” seguros no local onde funciona o cre@ad, enquanto que 41%
dos demais sentem-se seguros, com “Frequência”.
4%
65%
Você utiliza a internet
para resolver as
atividades propostas?
20%
5%
2%
4%
Não respondeu
Sempre
4%
85%
Você utiliza o Moodle?
Frequentemente
8%
2%
1%
0%
As vezes
Raramente
4%
48%
Você recebe ou envia
e-mails de professores
das disciplinas?
Nunca
15%
12%
4%
17%
Você se comunica por
MSN, Skype ou outra
forma de mensagem
instantânea com seus
professores?
3%
Você se comunica por
MSN, Skype ou outra
forma de mensagem
instantânea com seus
tutores?
3%
18%
11%
15%
5%
48%
32%
18%
10%
7%
30%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Gráfico 11 – Frequência de utilização de meios de comunicação
Fonte: Dados da Pesquisa
A comunicação e interação do aluno neste tipo de ensino são essenciais para o sucesso
do curso, por isso se fez necessário saber como é avaliada pelos próprios alunos sua relação
de comunicação neste meio.
De acordo com o Gráfico 11, cerca de 32% dos alunos respondentes disseram que
“Sempre” se comunicam com seus tutores utilizando aplicativos como MSN, Skype ou outra
forma de mensagem instantânea. Enquanto que 30% “Nunca” utilizam, e os outros 35% foram
bem distribuído entre as opções de “Raramente”, “Às vezes” e “Frequentemente”.
Já em relação a utilização desses aplicativos para se comunicarem com os professores
as respostas foram quase que o inverso em relação aos tutores, pois cerca de 48%
responderam que “Nunca” se comunicam com os professores por esses meios. Enquanto que
5% responderam que “Raramente”, 15% “Às vezes”, 11% “Frequentemente” e apenas 18%
selecionaram a opção “Sempre”.
Quase a metade dos alunos respondentes, cerca de 48%, disseram que “Sempre se
comunicam com os professores das disciplinas via e-mail, enquanto que cerca de 44% ficaram
bem distribuídos entre as opções: “Nunca” com 17%, “Às vezes” com 12% e
“Frequentemente” com 15%.
11
Dos 206 alunos investigados, 85% disseram “Sempre” usar o Moodle, o que é muito
positivo, pois esse software foi criado para apoiar a aprendizagem do ensino na modalidade a
distância.
Quanto à utilização da internet para construção dos trabalhos de pesquisa, cerca de
65% das pessoas disseram “Sempre” utilizar a internet, contra apenas 4% das demais que
“Nunca” costumam acessá-la para esse fim.
4%
1%
Você já teve alguma dúvida em
relação ao conteúdo estudado que
não foi esclarecida?
12%
37%
33%
13%
4%
1%
9%
Você já foi surpreendido em relação a
alguma norma ou quanto ao que
pode ou não pode fazer?
27%
29%
30%
Não resp onderam
4%
Você participa das aulas presenciais?
2%
1%
0%
4%
Você realiza as atividades propostas
em grupo?
Às vezes
0%
53%
Raramen te
Nun ca
3%
5%
4%
Sempre
Freq uen temente
30%
9%
3%
1%
Os coordenadores e tutores
incentivam o uso do laboratório?
73%
20%
17%
39%
32%
20% 40% 60% 80% 100%
Gráfico 12 – Frequência de observação dos alunos
Fonte: Dados da Pesquisa
O Gráfico 12 mostra a frequência com que os alunos observam alguns itens
comentados abaixo:
- Em relação ao incentivo do uso do laboratório pelos coordenadores e tutores 39% afirmaram
que “Sempre” são incentivados contra 4% que disseram que “Nunca são incentivados a
utilizar o laboratório.
- As atividades propostas “Sempre” são realizadas em grupo por 53% dos alunos respondentes
enquanto que 30% disseram que realizam em grupo “Frequentemente”.
- Em relação as aulas presenciais 73% dos entrevistados afirmaram que “Sempre” participam
delas.
- As respostas dadas à pergunta se já foram surpreendidos com alguma norma do que pode ou
não ser feito, ficaram bem distribuídas entre “Nunca”, “Raramente” e “Às vezes” com 30%,
29% e 27% respectivamente, enquanto que apenas 1% selecionaram a resposta “Sempre”.
- Também 1% deles selecionaram a opção “Sempre” para o item que questiona se já tiveram
alguma dúvida que não foram esclarecidas, enquanto que 33% e 37% selecionaram as
respostas “Raramente” e “Às vezes” respectivamente.
12
4%
Vo cê utiliza e-mail?
69%
21%
4%
1%
1%
5%
Vo cê recebe o u en via e-mails de
p ro fessores ou outros funcionários d a
UFES?
Não responderam
24%
26%
22%
15%
8%
Sempre
Frequentemente
5%
Vo cê participa dos fó runs não
avaliativos?
35%
29%
24%
5%
2%
4%
4%
Vo cê já crio u algum fó rum d e d úvidas
o u d iscussão?
Às vezes
Raramente
Nunca
12%
21%
18%
41%
0%
50%
100%
Gráfico 13 – Frequência de utilização
Fonte: Dados da Pesquisa
De acordo com o Gráfico 13, pode-se observar que somente 4% dos entrevistados
marcaram a opção “Sempre” para o item que questiona se já criaram algum tipo de fórum de
dúvida ou discussão, em contrapartida 41% responderam que “Nunca”.
Em relação aos fóruns avaliativos o quadro se modifica em relação ao item anterior,
pois 35% responderam que “Sempre” participam enquanto que apenas 2% “Nunca”
participaram.
Quando foi questionado se eles enviam ou recebem e-mail de professores ou outros
funcionários as respostas ficaram bem distribuídas entre os itens “Às vezes”,
“Frequentemente” e “Sempre” com 22%, 26% e 24% respectivamente, enquanto que 8%
afirmaram que “Nunca” enviaram ou receberam e-mails de professores ou outros funcionários
da UFES e 15% que “Raramente” isto ocorre.
Mas independente da pergunta anterior 69% “Sempre” utilizam e-mail para outros
fins, enquanto 1% “Nunca” utiliza.
De acordo com o Gráfico 14, o microcomputador sem câmera de vídeo é o mais
utilizado pelos alunos na residência, no pólo ou no trabalho. Já o microcomputador com
câmera de vídeo, o laptop sem câmera de vídeo, o laptop com câmera de vídeo e o celular são
os recursos menos utilizados por falta de acesso.
4%
10%
0%
Computador sem câmera de vídeo
23%
17%
5%
0%
3%
Computador com câmera de vídeo
46%
51%
14%
Não Responderam
26%
5%
80%
0%
3%
11%
0%
Laptop sem câmera de vídeo
Outros
Trabalho
5%
0%
2%
0%
Laptop com câmera de vídeo
72%
20%
0%
56%
42%
20%
Residência
Cre@ad
5%
2%
6%
3%
Celular
Não tenho acesso
40%
Gráfico 14 – Locais de acesso aos recursos e equipamentos
Fonte: Dados da Pesquisa
60%
80%
13
Segundo Alves (2005), o relacionamento dos indivíduos envolvidos no processo
ensino-aprendizagem de um curso em EAD deve ocorrer de forma harmônica, tendo
condições estruturais para a aprendizagem fornecida pelo sistema pedagógico.
Para verificar a intensidade do relacionamento dos indivíduos envolvidos no curso de
graduação em Ciências Contábeis à distância da UFES, aplicaram-se aos alunos as seguintes
perguntas para que fossem avaliadas com notas de 0 a 10, assim distribuídas: 0, 1 e 2
(Péssimo), 3 e 4 (Ruim), 5 e 6 (Regular), 7 e 8 (Bom) e para 9 e 10 (Ótimo), como mostra o
Gráfico 15.
5%
De estudar sem professores?
12%
29%
7%
9%
4%
Do material de apoio que recebe para
as disciplinas?
6%
1%
5%
Do atendimento dos funcionários do
Pólo?
4%
2%
1%
4%
Do atendimento dos funcionários da
UFES?
4%
2%
4%
Do atendimento que recebe da
Coordenação do Curso?
3%
2%
4%
De sua experiência de fazer um curso
a distância?
3%
0%
0%
38%
40%
36%
13%
Não responderam
70%
18%
16%
12%
13%
20%
Ótimo
Bo m
40%
34%
27%
35%
40%
Reg ular
Ruim
52%
Péssimo
45%
60%
80%
Gráfico 15 – Opinião individual
Fonte:Dados da Pesquisa
Ao se analisar o gráfico acima, observa-se que 80% dos alunos avaliaram o estudo
sem professor com nota igual ou superior a 6,0. Notas estas classificadas com os conceitos
“Bom” e “Ótimo”. O que representa um número significativo de alunos que demonstram estar
seguros para estudar sem a presença diária do professor.
Quanto ao material de apoio apenas 20% dos estudantes entrevistados manifestaram
alguma insatisfação em relação aos materiais de apoio, pois suas notas estão dentro dos
conceitos de “Péssimo”, “Ruim” ou “Regular”. E 70%, registrou o conceito “Ótimo” para
atendimento por parte da equipe educacional do pólo.
Já a respeito do atendimento dos funcionários da UFES, 74% dos entrevistados
responderam positivamente a tal atendimento, como pode ser observado no Gráfico a
avaliação para os conceitos “Bom” e “Ótimo”.
Quando perguntado qual a sua opinião a respeito do atendimento que recebe da
Coordenação do Curso, somente 17% dos entrevistados tem algum tipo de insatisfação com o
atendimento recebido, pois estes ficaram distribuídos entre os conceitos “Péssimo”, “Ruim” e
“Regular”.
Ao serem questionados sobre sua experiência em fazer um curso à distância, a maioria
dos estudantes, 35% e 45%, avaliaram com notas superiores a 6,0, ou seja, entre os conceitos
“Bom” e “Ótimo” respectivamente.
No curso a distância o que muda em relação ao presencial é a metodologia adotada,
pois a grade curricular obedece a algumas exigências governamentais específicas para cada
uma delas.
Em seguida foi perguntado se na visão deles, o curso de graduação a distância é igual
ao curso presencial. De acordo com o Gráfico 16, 52% dos educandos possuem a percepção
14
de que as duas modalidades de curso são equivalentes entre si. Enquanto que 44%,
consideram que são diferentes.
O Curso de Graduação a Distância é igual ao Curso
Presencial?
4%
Sim
Não
Não responderam
44%
52%
Gráfico 16 – Comparação entre o Curso a Distância e o Presencial
Fonte: Dados da Pesquisa
Também procurou-se saber quais eram as expectativas dos alunos em relação ao curso
de Ciências Contábeis a distância na UFES, conforme tabela 2.
Tabela 2 – Análise das Expectativas dos Alunos em Relação ao Curso de Graduação em Ciências
Contábeis a Distância da UFES
O curso está atendendo suas expectativas?
TOTAL
Sim, por meio do curso estou aprimorando meu desempenho nos estudos e na vida profissional.
55%
Sim, pois ele é de ótima qualidade.
15%
Não, porque o curso ainda necessita de muitas melhorias.
26%
Não, porque o curso não é de qualidade
1%
Outros
8%
Respostas em branco
4%
Fonte: Dados da Pesquisa
Do total de 206 acadêmicos, 55% responderam que estão aprimorando seu
desempenho tanto no seu estudo quanto na vida profissional, enquanto que 26% destes
apontam que há necessidade de melhorias no curso.
Tabela 3 – Análise das Dificuldades Encontradas pelos Alunos do Curso de Graduação em Ciências
Contábeis a Distância da UFES
Qual(is) é(são) a(s) sua(s) maior(es) dificuldade(s) no curso à distância?
TOTAL
A utilização dos recursos tecnológicos.
6%
Não sou disciplinado o suficiente para estudar sozinho.
28%
Não tenho motivação para estudar sozinho.
8%
Os prazos de entrega das atividades propostas são muito curtos.
33%
Tenho dificuldades em entender o material fornecido.
21%
Outros
28%
Respostas em branco
4%
Fonte: Dados da Pesquisa
15
Verifica-se que a parte de informática não representa dificuldade ao aluno; percebe-se
ainda que tratam-se de alunos motivados, que possuem bom discernimento quanto aos seus
objetivos particulares. O item referente à disciplina de estudo individual, entretanto, revela
que um significativo número de alunos, 28%, possui dificuldades em estudar sozinho.
Todavia, a maior dificuldade dos educandos, relatada por 33% dos entrevistados, é relativa ao
prazo de entrega das atividades propostas, que segundo eles se deve ao fato dos prazos
estipulados serem insufucientes.
4%
Avalie as condições físicas do
seu Pólo?
38%
9%
1%
1%
5%
Avalie a Biblioteca do seu Pólo?
15%
9%
13%
23%
35%
5%
Avalie os equipamentos de
informática do seu Pólo?
2%
1%
3%
2%
4%
3%
0%
15%
Ótimo
Bom
Regular
28%
46%
17%
Ruim
Péssimo
4%
Avalie a qualidade de acesso à
internet no seu Pólo?
Não responderam
41%
38%
13%
4%
Avalie os programas de
informática (software) do seu
Pólo?
47%
17%
30%
36%
36%
45%
60%
Gráfico 17 – Avaliação da Estrutura do curso de graduação em Ciências Contábeis
da UFES, modalidade a distância
Fonte: Dados da Pesquisa
O Gráfico 17, acima, mostra que 89% dos alunos aprovam as estruturas dos pólos e
58% avaliaram positivamente os recursos da biblioteca. Quanto aos equipamentos de
informática 85% dos alunos reconhecem ser atendidos suficientemente, visto que em sua
avaliação esse item recebeu, em sua maioria, notas entre 6,0 e 10,0 pontos.
Já quanto aos programas (softwares), um número relevante de alunos, 81%,
consideram satisfatórios tais programas. Destaca-se que 72% dos alunos avaliaram a
qualidade de acesso a internet no pólo entre “Bom” e “Ótimo”.
5. CONCLUSÃO
A presente pesquisa reuniu esforços na tentativa de avaliar o curso de Ciências
Contábeis na modalidade EAD na UFES, sob a ótica dos estudantes nele matriculados. Mas,
para que fosse possível realizar esta avaliação foi necessário realizar uma pesquisa
bibliográfica com o intuito de entender o processo de aprendizagem, e a partir de então fazer
comparações com as avaliações feitas pelos próprios alunos.
Nesse trabalho procurou-se conhecer o perfil e características dos alunos, no qual
destaca-se que são em sua maioria jovem, na faixa etária entre 20 a 40 anos. Também em sua
maioria são casados e do sexo feminino, fato percebido como uma nova realidade no mercado
de trabalho. Além disso, aproximadamente 59% possuem domicílio junto de suas famílias,
45% contribuem como um dos provedores de seu lar e cerca de 20% são os principais
responsáveis; o que dá respaldo para afirmar que, nestas condições seria inviável seu
deslocamento à cidade de Vitória para cursarem uma instituição pública de ensino superior.
16
Dentro dessa perspectiva, os alunos têm oportunidade de estudar mantendo seu orçamento
familiar.
Ainda de acordo com o perfil do aluno, aquele fator que menos o persuadiu a realizar
o vestibular para o curso de Ciências Contábeis foi a “influência familiar”, contudo a
motivação para sua “Realização Pessoal” foi o elemento que mais o inspirou.
Uma das principais características do ensino à distância é a de que vislumbra-se uma
maior dinâmica para a construção do conhecimento com a intenção de diversificar suas
estratégias pedagógicas de forma surpreendente. Entre eles, chamam a atenção o uso de
videoconferência, laboratório de informática e biblioteca.
Todavia, de acordo com os dados levantados junto aos alunos, percebeu-se que alguns
recursos disponibilizados pela UFES poderiam ser mais bem explorados por eles como é o
caso da biblioteca que, como visto, é frequentada de forma insatisfatória.
Dentro desse contexto pode-se identificar que a maioria dos acadêmicos possui
facilidade em utilizar os recursos tecnológicos disponibilizados a eles para o desenvolvimento
das tarefas propostas. Contudo, um número relevante de alunos sente dificuldades em entregar
as atividades dentro do prazo determinado por considerarem curtos.
Outra importante constatação é que apesar da instituição ter disponibilizado toda uma
estrutura criada especificamente para apoiar e estimular os alunos a interagirem no processo,
28% deles ainda estão “presos” ao modelo tradicional do processo de educação quando
afirmam que não são disciplinados para estudarem sozinhos. Este comportamento pode estar
fundamentado na dependência do aluno em relação à presença física de um professor e/ou de
aulas presenciais.
O uso da tecnologia como ferramenta no ensino a distância tem alcançado grandes
resultados por proporcionar uma dinâmica comunicação entre pessoas de diferentes lugares
em tempo real, havendo assim uma mudança no paradigma educacional, sendo usada como
um novo modelo de educação. Contudo notou-se que grande parte dos alunos ainda vêem o
professor como uma espécie de “eixo central” que conduz a aprendizagem, fato esse que
dificulta o aprendizado a distância, pois nessa modalidade de ensino o aluno é quem conduz o
ritmo de estudos.
Considerando que atualmente o mercado de trabalho busca profissionais qualificados e
que, nesse mercado impera grande competitividade, observou-se que uma parte considerável
dos entrevistados necessita comprometer-se com um ensino de qualidade utilizando ao
máximo todos os recursos disponibilizados para alcançar com êxito a formação profissional.
Por fim, é importante ressaltar que este trabalho investiga o universo de apenas um
curso, e seus resultados não devem ser generalizados por se basearem em respostas pessoais
por parte dos estudantes e, além disso, tendo em vista que ainda existem poucos estudos que
abordam esse tema, sugere-se que outras investigações sejam feitas, como por exemplo, um
estudo sobre a aceitação do formando em EAD no mercado de trabalho e se o mesmo sente-se
preparado para exercer a profissão.
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17
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed.
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