EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SOB A ÓTICA DOS DISCENTES: UM ESTUDO DE CASO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFES Maria de Fátima Alves Buenes Mendonça (Especialista em Contabilidade Gerencial – UFES e Bacharela em Ciências Contábeis – UFV); Anderson de Castro Vidal (Especialista em Contabilidade Pública – FINOM e Bacharel em Ciências Contábeis – UFV); Vanessa de Castro Ferreira Vidal (Mestranda em Contabilidade Gerencial e Tributária – FUCAPE Business School e Bacharela em Ciências Contábeis – UFV). RESUMO Durante muito tempo, prevaleceu a idéia de que para haver educação era necessária a presença de professores em sala de aula. Hoje, devido ao avanço tecnológico é possível haver educação sem a presença constante desse profissional, por meio da modalidade de ensino conhecida como Educação a Distância (EAD). Os cursos de EAD têm sido oferecidos por várias instituições de ensino, como acontece na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que tem dentre os cursos oferecidos o de Ciências Contábeis que é o foco deste estudo. O objetivo do trabalho foi traçar o perfil dos alunos matriculados nesse curso, bem como identificar as dificuldades enfrentadas por estes e as estratégias didáticas utilizadas nesta modalidade de ensino. A coleta de dados foi realizada em duas fases: visita ao Núcleo de Educação Aberta e a Distância (NE@AD) da UFES e a realização de aplicação de questionário aos alunos. Os resultados demonstram que a UFES disponibiliza uma ótima estrutura e que a maioria dos alunos é formada por jovens que trabalham para ajudar financeiramente a família e, que mesmo assim, investem parte de seu tempo nos estudos, a fim de conquistarem uma realização pessoal. Palavras-chave: Educação a distância; Ciências Contábeis; UFES ABSTRACT For a long time, prevailed the idea that for to have education was necessary the presence of teachers in the classroom. Today, due to technological advancement is can have education without the constant presence of this professional, through the modality of education known as Distance Education (DE). The distance education courses has been offered by various educational institutions, as the Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), which has among the courses offered the Accounting Course which is the focus of this study. The objective of this study was to trace the profile of students enrolled in this course, as well as identifying the difficulties faced by them and the didactic strategies used in this type of education. The data collection was conducted in two phases: visit to Núcleo de Educação Aberta e a Distância (NE@AD) of the UFES and application of questionnaire to students. The results show that UFES provides an excellent structure and that the majority of students are made up of young people working to help the family financially, and that even so, they invest part of their time in the studies, in order to gain a personal achievement. Key works: Distance Education; Accounting Course; UFES 1 1. INTRODUÇÃO Ao longo dos últimos anos, a educação passou por vários momentos, que aos poucos foram trazendo modificações em seu contexto. Hoje, observa-se que ela está sendo readaptada de acordo com as novas oportunidades que surgiram graças ao avanço tecnológico, e uma dessas oportunidades é a Educação a Distância (EAD). Para muitos, no passado, concluir um curso de graduação era algo praticamente impossível, devido a fatores como a dificuldade de deslocamento ou até de mudança para outra cidade, como também a inviabilidade financeira de pagar o curso em uma instituição privada. A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), também está contribuindo para a mudança deste quadro, por ser a única universidade pública do estado a oferecer cursos adaptados a esta nova modalidade de ensino. Entre esses cursos está o de Bacharel em Ciências Contábeis, que é o objeto de estudo deste trabalho. Apesar de haver um notável desenvolvimento da educação em módulo a distância, no que tange ao aprendizado do aluno, pouco se conhece sobre as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento dos cursos. Sendo um dos objetivos da educação a distância oferecer aos seus usuários a oportunidade de fazer uma graduação, as universidades visam fornecer aos ingressantes desta modalidade de ensino condições necessárias para uma formação profissional de qualidade dando condições para atuarem no mercado competitivo. Assim esse trabalho tem por objetivo identificar as dificuldades enfrentadas pelos alunos no decorrer do curso de Ciências Contábeis na modalidade em EAD, o perfil destes, bem como as estratégias utilizadas nessa modalidade de ensino. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. História da Educação Aberta e a Distância – EAD De acordo com Alves (2005), a educação a distância surgiu no continente Europeu, e se espalhou até chegar aos outros continentes, chegando ao Brasil com a vinda da Família Real. Contudo a educação a distância em larga escala só foi possível devido à invenção do tipógrafo. A primeira escola por correspondência foi criada em Berlim por Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt, posteriormente a primeira universidade a desenvolver cursos por correspondência foi a Universidade de Wisconsin (EUA). Desde então, muitos avanços têm ocorrido na educação a distância, principalmente em relação ao uso da tecnologia a favor da disseminação dos cursos que são oferecidos nesta categoria. Inicialmente a educação a distância se deu por vários meios como: correspondência escrita via correios, rádios, televisões, cinemas e hoje conta com a Internet, que é capaz de fazer vários indivíduos, separados por quilômetros de distância, interagirem em tempo real, compartilhando suas experiências e aprendizados, permitindo assim que haja o desenvolvimento de educação de qualidade. Foi na década de 60 que surgiram as primeiras normas para a EAD no Brasil, entre elas destaca-se o Código Brasileiro de Telecomunicações (Decreto-Lei nº 236/67) que em seus artigos 13 e 14 assim estabeleciam: Art 13. A televisão educativa se destinará à divulgação de programas educacionais, mediante a transmissão de aulas, conferências, palestras e debates. Parágrafo único. A televisão educativa não tem caráter comercial, sendo vedada a transmissão de qualquer propaganda, direta ou indiretamente, bem como o patrocínio dos programas transmitidos, mesmo que nenhuma propaganda seja feita através dos mesmos. 2 Art 14. Somente poderão executar serviço de televisão educativa: a) a União; b) os Estados, Territórios e Municípios; c) as Universidades Brasileiras; d) as Fundações constituídas no Brasil, cujos Estatutos não contrariem o Código Brasileiro de Telecomunicações. § 1º - As Universidades e Fundações deverão, comprovadamente possuir recursos próprios para o empreendimento. § 2º - A outorga de canais para a televisão educativa não dependerá da publicação do edital previsto do artigo 34 do Código Brasileiro de Telecomunicações. A partir de então houve mudanças significativas em relação à EAD no Brasil por meio de decretos, estudos e debates sobre o assunto. O Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, Associação Brasileira de Educação a Distância e Associação Brasileira de Tecnologia Educacional, são as entidades que apresentaram e continuam apresentando grandes contribuições ao processo de normatização da EAD no país. De acordo com o Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007, o curso em EAD tem que possuir atividades presenciais obrigatórias, para isso é necessário que exista um pólo de apoio presencial. Quanto à duração do curso em EAD, o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, Artigo 3o, Parágrafo 1o, estabelece que os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. Em seu Artigo 5º afirma que os certificados expedidos por instituições credenciadas terão validade nacional. Caso seja verificada a existência de erros e falhas no funcionamento dos cursos de Educação a Distância a instituição será descredenciada. Apesar de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, o Brasil ainda tem muito a desenvolver no que diz respeito à EAD, sendo assim Vasconcelos (2010) afirma que: “Quando comparamos nosso histórico em Educação a Distância com o de outros países, podemos ver quão atrasados estamos. Para que se tenha uma idéia de nosso atraso, Venezuela e Costa Rica têm programas em EAD baseados na Open University de Londres, e são, como esta última, referência em todo o mundo no que diz respeito à EAD.” Essa conceituação vai ao encontro dos estudos de Corrêa (2005), quando afirma que os primeiros experimentos em EAD em nosso país ficaram sem registro e por isso a autora apresenta os fatos registrados a partir de 1923, conforme o quadro 1: 1923/1925 1923 1939 1941 1970 1974 1976 1979 1979 1991 1995 Quadro 1 – Cronograma da história da EAD no Brasil História do EAD no Brasil Rádio Sociedade do Rio de Janeiro Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão Marinha e Exército – cursos por correspondência Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, formação profissional básica Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional TVE do Ceará – cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e monitores SENAC – Sistema Nacional de Tele-educação, cursos através de material instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos) Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos de correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus UnB – cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o BrasilEAD Fundação Roquete Pinto – programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do ensino fundamental Secretaria Municipal de Educação – MultiRio (RJ) – cursos de quinta a oitava série, através de programas televisivos e material impresso 3 1995 2000 Programa TV Escola – SEED/MEC UNIREDE – Rede de Educação Superior à Distância – consórcio que reúne 68 instituições públicas do Brasil [Corrêa; 2005: 21 e 22] Fonte: Adaptado de Corrêa (2005). 2.2. O Curso de Graduação em Ciências Contábeis Modalidade a Distância na UFES O Espírito Santo é um estado de pequena extensão territorial se comparado com os estados de São Paulo e Minas Gerais que também pertencem à região sudeste, e, além disso, é o que possui menor número de municípios, setenta e oito (78) no total. De acordo com dados coletados no site do INEP, em apenas 16 municípios são oferecidos o curso presencial de Ciências Contábeis, num total de vinte e oito (28) instituições, das quais apenas uma é publica, e se localiza na capital do estado, Vitória. Sendo assim, apesar do pequeno tamanho territorial do estado, existem vários fatores que não permitem que um grande número de indivíduos faça o curso, entre eles: a distância que causa dificuldades no deslocamento e o fato de haver apenas uma única instituição pública no estado que oferta o curso. A Graduação em Ciências Contábeis na modalidade EAD originou-se intrínseca e paralelamente ao Programa de Interiorização da UFES na Modalidade EAD – Educação Aberta e a Distância, integrando-se ao Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. O projeto pedagógico para esta nova modalidade de ensino foi desenvolvido no ano de 2006, e é considerado como uma ferramenta de trabalho por orientar todo o processo de ensino/aprendizagem, além de estar pautado nas diretrizes curriculares previstas na Resolução no10, de 16 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Educação. De acordo com o Projeto do Curso de Graduação em Ciências Contábeis, Modalidade a distância (2006), ele foi desenvolvido objetivando oferecer um curso inovador e de qualidade. Nele encontram-se todos os parâmetros relacionados ao curso, dos quais se pode citar: denominação do curso ofertado; a clientela; a quantidade de vagas oferecidas; a duração, carga horária e justificativa; fundamentação do projeto pedagógico do curso; materiais utilizados; dentre outros. 3. METODOLOGIA A Metodologia é parte essencial numa pesquisa científica. Segundo Azevedo e Nohara (2004), a metodologia empregada na pesquisa é de grande importância para o trabalho, pois é por meio dessas informações que outro cientista poderá ou não reproduzi-la ou contestá-la. Com relação aos fins, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, pois visa descrever as características de determinada população ou amostra, especificamente dos alunos de graduação do curso de Ciências Contábeis a distância da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população, estabelece correlações entre suas variáveis e define sua natureza. Visando conhecer melhor o assunto foi feita uma pesquisa bibliográfica que é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com material disponibilizado na Internet (SILVA; MENEZES, 2001). Para se conhecer melhor o ambiente de estudo, bem como as atividades desenvolvidas pelos alunos de graduação em Ciências Contábeis a distância da UFES, utilizou-se a atividade de campo e como forma de coleta de dados adotou-se a aplicação de questionários. Segundo Cervo e Bervian (1996), o questionário é a mais utilizada técnica de coleta de dados. Ele constitui um meio de obter respostas sobre determinado assunto de maneira que o respondente forneça as informações de seu domínio e conhecimento. Um questionário compreende uma 4 série de perguntas ordenadas, que devem ser respondidas por escrito e sem a influência do pesquisador. A coleta de dados ocorreu no mês de maio de 2010. Num primeiro momento, buscouse conhecer o Ne@ad - Núcleo de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Espírito Santo - para coleta de dados referentes ao funcionamento do ensino a distância. Através de uma visita ao local pode-se conhecer, também, os alunos que são atendidos pelo EAD no curso de Ciências Contábeis. Nessa etapa, apurou-se, junto à Coordenadora do Curso de graduação em Ciências Contábeis a distância, a quantidade de alunos matriculados no curso, assim como a quantidade de pólos que os atende. Dessa forma, apurou-se que a população da pesquisa é formada por a 390 alunos. Obteve-se retorno de 206 desses, representando uma amostra de aproximadamente 53%. A terceira parte foi realizada por pesquisa de opinião a partir da aplicação de questionário utilizando a escala de Likert. A escolha da escala de Likert foi feita por ser, fácil de construir, de aplicar e, principalmente fácil para o entrevistado compreendê-la, o que a classifica como fácil de ser feita por correio ou formas eletrônicas (MALHOTRA, 2005), podendo assim, obter o que se deseja conhecer sobre o grupo selecionado na amostra. Os questionários baseados nesta escala possuem os chamados itens de Likert, que são afirmações à qual o indivíduo irá responder por meio de um critério que pode ser objetivo ou subjetivo. Frequentemente são usados cinco níveis de respostas, porém alguns pesquisadores têm preferência em utilizar cinco ou mesmo um maior número de níveis. Segundo Marion (2002), a pesquisa de opinião se refere a levantamentos ou surveys como os realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com finalidade de descrever a situação demográfica de determinada região ou país, ou ainda as pesquisas pré-eleitorais e as de preferência sobre produtos e serviços. Os dados obtidos através da aplicação dos questionários foram submetidos a uma análise de distribuição de frequência que, segundo Triola (2005), é utilizada para descrever, explorar e comparar conjuntos de dados. 4. ANÁLISE DOS DADOS Para alcançar os objetivos da pesquisa, o presente trabalho analisou os dados obtidos através de visita ao Ne@ad, necessária para entendimento da estrutura e funcionamento da EAD na UFES, bem como verificou os dados obtidos dos alunos por meio de questionário aplicado durante a última semana do mês de maio de 2010. 4.1. Análise dos Questionários A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário disponibilizado aos alunos através do Moodle (software livre de apoio à aprendizagem), com o objetivo de verificar a concepção e as estratégias didáticas utilizadas no curso de Ciências Contábeis, modalidade a distância da UFES, bem como as características dos alunos, as formas e/ou possibilidades de comunicação, sua realidade e opinião a respeito do respectivo curso. Os resultados são apresentados em forma de gráficos e tabelas para melhor apoiar as análises das questões. 4.1.1 Perfil dos Participantes Nessa primeira parte, buscou-se traçar o perfil dos participantes do curso por meio da classificação por faixa etária, moradia, renda familiar, formação, dedicação aos estudos e motivação. 5 Pôde-se notar que a maioria dos participantes está compreendida na faixa etária de 20 a 40 anos e que, apenas 10 dos entrevistados (aproximadamente 5%) possuem menos de 20 anos, conforme apresentado no Gráfico 1. Gráfico 1 – Idade dos alunos do curso a distância em Ciências Contábeis da UFES Fonte: Dados da Pesquisa A maioria dos alunos entrevistados são pessoas casadas, como se pode verificar no Gráfico 2. Gráfico 2 – Estado civil dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES Fonte: Dados da Pesquisa Dos 206 respondentes, 126 são mulheres, representando um percentual de aproximadamente 61% dos entrevistados, conforme Gráfico 3. Gráfico 3 – Sexo dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES Fonte: Dados da Pesquisa 6 Em relação à moradia, cerca de 59% dos entrevistados moram com a família, conforme o Gráfico 4. Gráfico 4 – Moradia dos alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES Fonte: Dados da Pesquisa Por meio de análise do Gráfico 5 é possível observar que cerca de 45% dos entrevistados teriam dificuldades em se deslocar de seus municípios para realizar o curso presencial na UFES, no Campus de Goiabeiras em Vitória, devido ao fato de contribuírem com o sustento de suas famílias em suas cidades de origem. Gráfico 5 – Alunos do curso a distância em ciências contábeis da UFES que trabalham Fonte: Dados da Pesquisa Além disso, por meio do Gráfico 6 é possível notar que a maioria dos alunos que trabalham dedicam de 5 a 15 horas aos estudos por semana além do momento presencial no 7 pólo, sendo este um fato muito importante visto que o curso de EAD depende muito da motivação pessoal de cada participante. Gráfico 6 – Trabalho versus Horas de Estudos Fonte: Dados da Pesquisa Além disso, identifica-se também que a maioria dos entrevistados, ou seja, 78%, cursou todo o ensino médio em Instituição Pública de Ensino, como mostra o Gráfico 7: 1 0 0 ,0 0 % 8 0 ,0 0 % 7 8 ,1 6 % 6 0 ,0 0 % 4 0 ,0 0 % 2 0 ,0 0 % 7 ,7 7 % 7 ,2 7 % 4 ,3 7 % 2 ,4 3 % Todo em e s c o la p r iv a d a ( p a r tic u la r ) A m a io r p a rte e m e s c o la p ú b lic a A m a io r p a rte e m e s c o la p r iv a d a ( p a r tic u la r ) M e ta d e e m e s c o la p ú b lic a e m e ta d e e m e s c o la p r iv a d a ( p a r t ic u la r ) 0 ,0 0 % T odo em e s c o la p ú b lic a Gráfico 7 – Tipo de instituição que cursou o Ensino Médio Fonte: Dados da Pesquisa A partir da observação do Gráfico 8 abaixo, presume-se que quase um quarto da população entrevistada já possui outra formação superior nas mais variadas áreas como: engenharia civil, ciências biológicas, direito, pedagogia, normal superior e licenciatura plena em matemática. 8 7 6 ,2 1 % 9 0 ,0 0 % 7 5 ,0 0 % 6 0 ,0 0 % 4 5 ,0 0 % 2 3 ,7 9 % 3 0 ,0 0 % 1 5 ,0 0 % 0 ,0 0 % S im N ão Gráfico 8 – Outra Formação Superior Fonte: Dados da Pesquisa No intuito de conhecer melhor o perfil dos respondentes fez-se necessário conhecer, também, quais os motivos que os instigaram a realizar vestibular para o curso de Ciências Contábeis na UFES em EAD. “Motivos são as forças que estimulam a satisfação das necessidades humanas que vão desde as mais essenciais, como as de comida, bebida e repouso, até as mais sofisticadas, como as de estima ou de auto-realização.” (GIL, 2008) De acordo com a tabela 1 a influência da família foi o fator que menos motivou os alunos na hora de realizar o vestibular. Em contrapartida o fator de realização pessoal foi o mais citado como motivação para tal. Cada aluno selecionou a quantidade de respostas que achou necessário para expressar seus motivos, ficando a opção “Outros” para que todos pudessem citar seus reais motivos, que totalizou trinta e quatro (34) fatores diferentes. Tabela 1 – Motivos que estimularam os alunos a fazer vestibular para o curso de graduação em Ciências Contábeis a distância na UFES Influência da família. 4% Realização pessoal. 68% A oportunidade de obter um diploma de Instituição Federal. 55% O fato de não ter que mudar de cidade para estudar. 55% O fato de ser gratuito 55% Outros Motivos 20% Fonte: Dados da Pesquisa O avanço tecnológico disponibiliza importantes ferramentas aos usuários da internet. Entre as ferramentas estão os aplicativos como programas de computador que desempenham tarefas práticas, e que são muito importantes na vida dos acadêmicos, principalmente os de curso em EAD, por oferecer a comunicação à distância para todos os sujeitos envolvidos neste novo processo de ensino-aprendizagem. O imenso poder da tecnologia dos computadores tem gerado poderosas redes de comunicação que as organizações podem utilizar para acessar vastos arquivos de informações no mundo inteiro e coordenar atividades independentes do espaço e do tempo. (LAUDON, LAUDON, 2004, p.16) O Gráfico 9 foi montado a partir das notas dadas pelos alunos aos seus respectivos conhecimentos sobre aplicativos, no qual o conceito “Péssimo” foi atribuído para as notas de zero a dois (0-2), o de “Ruim” para as notas três e quatro (3 e 4), o de “Regular” para as notas de cinco e seis (5 e 6), “Bom” para as notas sete e oito (7 e 8) e “Ótimo” para as notas nove e dez (9 e 10). De acordo com esse Gráfico, os alunos respondentes possuem “Ótimo” domínio em e-mail e navegação pela internet, mas quando se trata de planilhas eletrônicas 14% deles 9 demonstram não ter muito domínio sobre este aplicativo e apenas 16% avaliaram seu conhecimento no tópico como “Ótimo”. 46% Processador de texo (ex.: Word) 38% 11% 4% 1% 16% Planilha Eletrônica (ex.: Excel) 26% 11% 14% Adobe Acrobat (gerar e ler arquivo em pdf) 26% 27% 24% 11% 12% Navegação na internet (Explorer, Mozilla, etc.) 4% 3% 1% E-mail 4% 3% 1% 33% 62% 30% 73% 19% 43% Grupo de discussões via internet 5% 7% Moodle Ótimo Regular Péssimo 0% Bom Ruim 30% 15% 56% 33% 6% 5% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Gráfico 9 – Conhecimento de Aplicativos Fonte: Dados da pesquisa 4.1.2 Avaliação do Curso Nesta segunda parte buscou-se conhecer a opinião dos alunos em relação aos vários quesitos como funcionamento do pólo, segurança, material didático, comunicação, entre outros, pois eles fazem parte da estrutura necessária para que haja aprendizagem. “A falta de estrutura técnica prejudica a pedagogia de ensino e a estrutura do pensamento, uma vez que são inúmeras as dificuldades de interação homem-máquina” (ALVES, 2005). 3% Você se sente seguro no local onde funciona o Cre@ad? 36% 41% 13% 2% 5% A limpeza do local onde funciona o Cre@ad preporciona bemestar aos usuários? 4% Não respondeu 50% 36% Sempre 5% 2% 3% Frequentemente As vezes 4% 4% Você utiliza a biblioteca? Raramente 16% Nunca 34% 23% 19% 5% 4% A bibiloteca possui o material necessário para as pesquisas do curso? 22% 39% 19% 11% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Gráfico 10 – Frequência Observada pelos Alunos em Relação ao Local Fonte: Dados da pesquisa 10 O Gráfico 10 mostra que 39% dos entrevistados dizem que “Às vezes” encontram o material necessário às suas pesquisas, e por outro lado somente 4% disseram “Sempre” encontrar tudo que precisam para desenvolverem seus trabalhos. Quanto à utilização da biblioteca, há um dado preocupante, pois apenas 4% das pessoas revelaram usar a biblioteca de forma assídua (“Sempre”), enquanto que 19% “Nunca” utiliza, 23% “Raramente” o fazem, e 39% “Às vezes” a utilizam. Quanto à limpeza do local de estudos do Cre@ad e seu inerente bem estar observa-se que 50% dos alunos consideram que o local “Sempre” está adequado em termos de limpeza, proporcionando, portanto, bem estar aos usuários. E quanto à segurança apenas 2% dos alunos observaram estar “Raramente” seguros no local onde funciona o cre@ad, enquanto que 41% dos demais sentem-se seguros, com “Frequência”. 4% 65% Você utiliza a internet para resolver as atividades propostas? 20% 5% 2% 4% Não respondeu Sempre 4% 85% Você utiliza o Moodle? Frequentemente 8% 2% 1% 0% As vezes Raramente 4% 48% Você recebe ou envia e-mails de professores das disciplinas? Nunca 15% 12% 4% 17% Você se comunica por MSN, Skype ou outra forma de mensagem instantânea com seus professores? 3% Você se comunica por MSN, Skype ou outra forma de mensagem instantânea com seus tutores? 3% 18% 11% 15% 5% 48% 32% 18% 10% 7% 30% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Gráfico 11 – Frequência de utilização de meios de comunicação Fonte: Dados da Pesquisa A comunicação e interação do aluno neste tipo de ensino são essenciais para o sucesso do curso, por isso se fez necessário saber como é avaliada pelos próprios alunos sua relação de comunicação neste meio. De acordo com o Gráfico 11, cerca de 32% dos alunos respondentes disseram que “Sempre” se comunicam com seus tutores utilizando aplicativos como MSN, Skype ou outra forma de mensagem instantânea. Enquanto que 30% “Nunca” utilizam, e os outros 35% foram bem distribuído entre as opções de “Raramente”, “Às vezes” e “Frequentemente”. Já em relação a utilização desses aplicativos para se comunicarem com os professores as respostas foram quase que o inverso em relação aos tutores, pois cerca de 48% responderam que “Nunca” se comunicam com os professores por esses meios. Enquanto que 5% responderam que “Raramente”, 15% “Às vezes”, 11% “Frequentemente” e apenas 18% selecionaram a opção “Sempre”. Quase a metade dos alunos respondentes, cerca de 48%, disseram que “Sempre se comunicam com os professores das disciplinas via e-mail, enquanto que cerca de 44% ficaram bem distribuídos entre as opções: “Nunca” com 17%, “Às vezes” com 12% e “Frequentemente” com 15%. 11 Dos 206 alunos investigados, 85% disseram “Sempre” usar o Moodle, o que é muito positivo, pois esse software foi criado para apoiar a aprendizagem do ensino na modalidade a distância. Quanto à utilização da internet para construção dos trabalhos de pesquisa, cerca de 65% das pessoas disseram “Sempre” utilizar a internet, contra apenas 4% das demais que “Nunca” costumam acessá-la para esse fim. 4% 1% Você já teve alguma dúvida em relação ao conteúdo estudado que não foi esclarecida? 12% 37% 33% 13% 4% 1% 9% Você já foi surpreendido em relação a alguma norma ou quanto ao que pode ou não pode fazer? 27% 29% 30% Não resp onderam 4% Você participa das aulas presenciais? 2% 1% 0% 4% Você realiza as atividades propostas em grupo? Às vezes 0% 53% Raramen te Nun ca 3% 5% 4% Sempre Freq uen temente 30% 9% 3% 1% Os coordenadores e tutores incentivam o uso do laboratório? 73% 20% 17% 39% 32% 20% 40% 60% 80% 100% Gráfico 12 – Frequência de observação dos alunos Fonte: Dados da Pesquisa O Gráfico 12 mostra a frequência com que os alunos observam alguns itens comentados abaixo: - Em relação ao incentivo do uso do laboratório pelos coordenadores e tutores 39% afirmaram que “Sempre” são incentivados contra 4% que disseram que “Nunca são incentivados a utilizar o laboratório. - As atividades propostas “Sempre” são realizadas em grupo por 53% dos alunos respondentes enquanto que 30% disseram que realizam em grupo “Frequentemente”. - Em relação as aulas presenciais 73% dos entrevistados afirmaram que “Sempre” participam delas. - As respostas dadas à pergunta se já foram surpreendidos com alguma norma do que pode ou não ser feito, ficaram bem distribuídas entre “Nunca”, “Raramente” e “Às vezes” com 30%, 29% e 27% respectivamente, enquanto que apenas 1% selecionaram a resposta “Sempre”. - Também 1% deles selecionaram a opção “Sempre” para o item que questiona se já tiveram alguma dúvida que não foram esclarecidas, enquanto que 33% e 37% selecionaram as respostas “Raramente” e “Às vezes” respectivamente. 12 4% Vo cê utiliza e-mail? 69% 21% 4% 1% 1% 5% Vo cê recebe o u en via e-mails de p ro fessores ou outros funcionários d a UFES? Não responderam 24% 26% 22% 15% 8% Sempre Frequentemente 5% Vo cê participa dos fó runs não avaliativos? 35% 29% 24% 5% 2% 4% 4% Vo cê já crio u algum fó rum d e d úvidas o u d iscussão? Às vezes Raramente Nunca 12% 21% 18% 41% 0% 50% 100% Gráfico 13 – Frequência de utilização Fonte: Dados da Pesquisa De acordo com o Gráfico 13, pode-se observar que somente 4% dos entrevistados marcaram a opção “Sempre” para o item que questiona se já criaram algum tipo de fórum de dúvida ou discussão, em contrapartida 41% responderam que “Nunca”. Em relação aos fóruns avaliativos o quadro se modifica em relação ao item anterior, pois 35% responderam que “Sempre” participam enquanto que apenas 2% “Nunca” participaram. Quando foi questionado se eles enviam ou recebem e-mail de professores ou outros funcionários as respostas ficaram bem distribuídas entre os itens “Às vezes”, “Frequentemente” e “Sempre” com 22%, 26% e 24% respectivamente, enquanto que 8% afirmaram que “Nunca” enviaram ou receberam e-mails de professores ou outros funcionários da UFES e 15% que “Raramente” isto ocorre. Mas independente da pergunta anterior 69% “Sempre” utilizam e-mail para outros fins, enquanto 1% “Nunca” utiliza. De acordo com o Gráfico 14, o microcomputador sem câmera de vídeo é o mais utilizado pelos alunos na residência, no pólo ou no trabalho. Já o microcomputador com câmera de vídeo, o laptop sem câmera de vídeo, o laptop com câmera de vídeo e o celular são os recursos menos utilizados por falta de acesso. 4% 10% 0% Computador sem câmera de vídeo 23% 17% 5% 0% 3% Computador com câmera de vídeo 46% 51% 14% Não Responderam 26% 5% 80% 0% 3% 11% 0% Laptop sem câmera de vídeo Outros Trabalho 5% 0% 2% 0% Laptop com câmera de vídeo 72% 20% 0% 56% 42% 20% Residência Cre@ad 5% 2% 6% 3% Celular Não tenho acesso 40% Gráfico 14 – Locais de acesso aos recursos e equipamentos Fonte: Dados da Pesquisa 60% 80% 13 Segundo Alves (2005), o relacionamento dos indivíduos envolvidos no processo ensino-aprendizagem de um curso em EAD deve ocorrer de forma harmônica, tendo condições estruturais para a aprendizagem fornecida pelo sistema pedagógico. Para verificar a intensidade do relacionamento dos indivíduos envolvidos no curso de graduação em Ciências Contábeis à distância da UFES, aplicaram-se aos alunos as seguintes perguntas para que fossem avaliadas com notas de 0 a 10, assim distribuídas: 0, 1 e 2 (Péssimo), 3 e 4 (Ruim), 5 e 6 (Regular), 7 e 8 (Bom) e para 9 e 10 (Ótimo), como mostra o Gráfico 15. 5% De estudar sem professores? 12% 29% 7% 9% 4% Do material de apoio que recebe para as disciplinas? 6% 1% 5% Do atendimento dos funcionários do Pólo? 4% 2% 1% 4% Do atendimento dos funcionários da UFES? 4% 2% 4% Do atendimento que recebe da Coordenação do Curso? 3% 2% 4% De sua experiência de fazer um curso a distância? 3% 0% 0% 38% 40% 36% 13% Não responderam 70% 18% 16% 12% 13% 20% Ótimo Bo m 40% 34% 27% 35% 40% Reg ular Ruim 52% Péssimo 45% 60% 80% Gráfico 15 – Opinião individual Fonte:Dados da Pesquisa Ao se analisar o gráfico acima, observa-se que 80% dos alunos avaliaram o estudo sem professor com nota igual ou superior a 6,0. Notas estas classificadas com os conceitos “Bom” e “Ótimo”. O que representa um número significativo de alunos que demonstram estar seguros para estudar sem a presença diária do professor. Quanto ao material de apoio apenas 20% dos estudantes entrevistados manifestaram alguma insatisfação em relação aos materiais de apoio, pois suas notas estão dentro dos conceitos de “Péssimo”, “Ruim” ou “Regular”. E 70%, registrou o conceito “Ótimo” para atendimento por parte da equipe educacional do pólo. Já a respeito do atendimento dos funcionários da UFES, 74% dos entrevistados responderam positivamente a tal atendimento, como pode ser observado no Gráfico a avaliação para os conceitos “Bom” e “Ótimo”. Quando perguntado qual a sua opinião a respeito do atendimento que recebe da Coordenação do Curso, somente 17% dos entrevistados tem algum tipo de insatisfação com o atendimento recebido, pois estes ficaram distribuídos entre os conceitos “Péssimo”, “Ruim” e “Regular”. Ao serem questionados sobre sua experiência em fazer um curso à distância, a maioria dos estudantes, 35% e 45%, avaliaram com notas superiores a 6,0, ou seja, entre os conceitos “Bom” e “Ótimo” respectivamente. No curso a distância o que muda em relação ao presencial é a metodologia adotada, pois a grade curricular obedece a algumas exigências governamentais específicas para cada uma delas. Em seguida foi perguntado se na visão deles, o curso de graduação a distância é igual ao curso presencial. De acordo com o Gráfico 16, 52% dos educandos possuem a percepção 14 de que as duas modalidades de curso são equivalentes entre si. Enquanto que 44%, consideram que são diferentes. O Curso de Graduação a Distância é igual ao Curso Presencial? 4% Sim Não Não responderam 44% 52% Gráfico 16 – Comparação entre o Curso a Distância e o Presencial Fonte: Dados da Pesquisa Também procurou-se saber quais eram as expectativas dos alunos em relação ao curso de Ciências Contábeis a distância na UFES, conforme tabela 2. Tabela 2 – Análise das Expectativas dos Alunos em Relação ao Curso de Graduação em Ciências Contábeis a Distância da UFES O curso está atendendo suas expectativas? TOTAL Sim, por meio do curso estou aprimorando meu desempenho nos estudos e na vida profissional. 55% Sim, pois ele é de ótima qualidade. 15% Não, porque o curso ainda necessita de muitas melhorias. 26% Não, porque o curso não é de qualidade 1% Outros 8% Respostas em branco 4% Fonte: Dados da Pesquisa Do total de 206 acadêmicos, 55% responderam que estão aprimorando seu desempenho tanto no seu estudo quanto na vida profissional, enquanto que 26% destes apontam que há necessidade de melhorias no curso. Tabela 3 – Análise das Dificuldades Encontradas pelos Alunos do Curso de Graduação em Ciências Contábeis a Distância da UFES Qual(is) é(são) a(s) sua(s) maior(es) dificuldade(s) no curso à distância? TOTAL A utilização dos recursos tecnológicos. 6% Não sou disciplinado o suficiente para estudar sozinho. 28% Não tenho motivação para estudar sozinho. 8% Os prazos de entrega das atividades propostas são muito curtos. 33% Tenho dificuldades em entender o material fornecido. 21% Outros 28% Respostas em branco 4% Fonte: Dados da Pesquisa 15 Verifica-se que a parte de informática não representa dificuldade ao aluno; percebe-se ainda que tratam-se de alunos motivados, que possuem bom discernimento quanto aos seus objetivos particulares. O item referente à disciplina de estudo individual, entretanto, revela que um significativo número de alunos, 28%, possui dificuldades em estudar sozinho. Todavia, a maior dificuldade dos educandos, relatada por 33% dos entrevistados, é relativa ao prazo de entrega das atividades propostas, que segundo eles se deve ao fato dos prazos estipulados serem insufucientes. 4% Avalie as condições físicas do seu Pólo? 38% 9% 1% 1% 5% Avalie a Biblioteca do seu Pólo? 15% 9% 13% 23% 35% 5% Avalie os equipamentos de informática do seu Pólo? 2% 1% 3% 2% 4% 3% 0% 15% Ótimo Bom Regular 28% 46% 17% Ruim Péssimo 4% Avalie a qualidade de acesso à internet no seu Pólo? Não responderam 41% 38% 13% 4% Avalie os programas de informática (software) do seu Pólo? 47% 17% 30% 36% 36% 45% 60% Gráfico 17 – Avaliação da Estrutura do curso de graduação em Ciências Contábeis da UFES, modalidade a distância Fonte: Dados da Pesquisa O Gráfico 17, acima, mostra que 89% dos alunos aprovam as estruturas dos pólos e 58% avaliaram positivamente os recursos da biblioteca. Quanto aos equipamentos de informática 85% dos alunos reconhecem ser atendidos suficientemente, visto que em sua avaliação esse item recebeu, em sua maioria, notas entre 6,0 e 10,0 pontos. Já quanto aos programas (softwares), um número relevante de alunos, 81%, consideram satisfatórios tais programas. Destaca-se que 72% dos alunos avaliaram a qualidade de acesso a internet no pólo entre “Bom” e “Ótimo”. 5. CONCLUSÃO A presente pesquisa reuniu esforços na tentativa de avaliar o curso de Ciências Contábeis na modalidade EAD na UFES, sob a ótica dos estudantes nele matriculados. Mas, para que fosse possível realizar esta avaliação foi necessário realizar uma pesquisa bibliográfica com o intuito de entender o processo de aprendizagem, e a partir de então fazer comparações com as avaliações feitas pelos próprios alunos. Nesse trabalho procurou-se conhecer o perfil e características dos alunos, no qual destaca-se que são em sua maioria jovem, na faixa etária entre 20 a 40 anos. Também em sua maioria são casados e do sexo feminino, fato percebido como uma nova realidade no mercado de trabalho. Além disso, aproximadamente 59% possuem domicílio junto de suas famílias, 45% contribuem como um dos provedores de seu lar e cerca de 20% são os principais responsáveis; o que dá respaldo para afirmar que, nestas condições seria inviável seu deslocamento à cidade de Vitória para cursarem uma instituição pública de ensino superior. 16 Dentro dessa perspectiva, os alunos têm oportunidade de estudar mantendo seu orçamento familiar. Ainda de acordo com o perfil do aluno, aquele fator que menos o persuadiu a realizar o vestibular para o curso de Ciências Contábeis foi a “influência familiar”, contudo a motivação para sua “Realização Pessoal” foi o elemento que mais o inspirou. Uma das principais características do ensino à distância é a de que vislumbra-se uma maior dinâmica para a construção do conhecimento com a intenção de diversificar suas estratégias pedagógicas de forma surpreendente. Entre eles, chamam a atenção o uso de videoconferência, laboratório de informática e biblioteca. Todavia, de acordo com os dados levantados junto aos alunos, percebeu-se que alguns recursos disponibilizados pela UFES poderiam ser mais bem explorados por eles como é o caso da biblioteca que, como visto, é frequentada de forma insatisfatória. Dentro desse contexto pode-se identificar que a maioria dos acadêmicos possui facilidade em utilizar os recursos tecnológicos disponibilizados a eles para o desenvolvimento das tarefas propostas. Contudo, um número relevante de alunos sente dificuldades em entregar as atividades dentro do prazo determinado por considerarem curtos. Outra importante constatação é que apesar da instituição ter disponibilizado toda uma estrutura criada especificamente para apoiar e estimular os alunos a interagirem no processo, 28% deles ainda estão “presos” ao modelo tradicional do processo de educação quando afirmam que não são disciplinados para estudarem sozinhos. Este comportamento pode estar fundamentado na dependência do aluno em relação à presença física de um professor e/ou de aulas presenciais. O uso da tecnologia como ferramenta no ensino a distância tem alcançado grandes resultados por proporcionar uma dinâmica comunicação entre pessoas de diferentes lugares em tempo real, havendo assim uma mudança no paradigma educacional, sendo usada como um novo modelo de educação. Contudo notou-se que grande parte dos alunos ainda vêem o professor como uma espécie de “eixo central” que conduz a aprendizagem, fato esse que dificulta o aprendizado a distância, pois nessa modalidade de ensino o aluno é quem conduz o ritmo de estudos. Considerando que atualmente o mercado de trabalho busca profissionais qualificados e que, nesse mercado impera grande competitividade, observou-se que uma parte considerável dos entrevistados necessita comprometer-se com um ensino de qualidade utilizando ao máximo todos os recursos disponibilizados para alcançar com êxito a formação profissional. Por fim, é importante ressaltar que este trabalho investiga o universo de apenas um curso, e seus resultados não devem ser generalizados por se basearem em respostas pessoais por parte dos estudantes e, além disso, tendo em vista que ainda existem poucos estudos que abordam esse tema, sugere-se que outras investigações sejam feitas, como por exemplo, um estudo sobre a aceitação do formando em EAD no mercado de trabalho e se o mesmo sente-se preparado para exercer a profissão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Márcia Conceição Brandão. Didática da educação a distância: Interação pedagógica. Dissertação de mestrado. – 2005. AZEVEDO, C. 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