0 LIARA MARIEL NEDEL LEVANTAMENTO DA EFICIÊNCIA DO ADUBO FOLIAR KIP CULLERS NA CULTURA DA SOJA E DO TRIGO Ijuí - RS Dezembro 2014 1 LIARA MARIEL NEDEL LEVANTAMENTO DA EFICIÊNCIA DO ADUBO FOLIAR KIP CULLERS NA CULTURA DA SOJA E DO TRIGO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Orientadora: Profª: Cleusa A. M. Bianchi Krüger Ijuí Dezembro 2014 2 TERMO DE APROVAÇÃO LIARA MARIEL NEDEL LEVANTAMENTO DA EFICIÊNCIA DO ADUBO FOLIAR KIP CULLERS NA CULTURA DA SOJA E DO TRIGO Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita. Ijuí (RS), 11 de dezembro de 2014. Profª Dra. Cleusa Adriane Menegassi Bianchi Krüger ______________________________ DEAg/UNIJUÍ – Orientadora Prof . MSc. Sandra Fernandes DEAg/UNIJUÍ ______________________________ 3 Dedico esta conquista a toda a minha família, pelo apoio e incentivo para que pudesse concluir este curso superior. 4 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, por ter oportunizado a realização deste curso. À minha orientadora, Professora Dra. Cleusa Adriane Menegassi Bianchi Krüger, pela dedicação na orientação deste trabalho de conclusão de curso. Aos agricultores que participaram da pesquisa, pela disponibilidade das informações. A todos os colegas de curso, pela amizade e companheirismo. Ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg), professores e funcionários, pelo apoio, amizade e pelos ensinamentos prestados durante a vida acadêmica. 5 LEVANTAMENTO DA EFICIÊNCIA DO ADUBO FOLIAR KIP CULLERS NA CULTURA DA SOJA E DO TRIGO Aluna: Liara Mariel Nedel Orientadora: Profª Cleusa A. M. Bianchi Krüger RESUMO A pesquisa aborda o tema “Levantamento da eficiência Produto Comercial Kip Cullers nas culturas da Soja e do Trigo”, tendo sido realizada com o de conhecer o desempenho do adubo foliar Kip Soja e Kip Trigo, a partir da visão dos usuários, produtores da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Como metodologia, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma pesquisa exploratória, expondo as características de uma determinada população. A pesquisa envolveu uma sequência de dados, que foram transformados em gráficos e tabelas. Foram realizadas entrevistas com produtores dos municípios de São Luiz Gonzaga, Doutor Maurício Cardoso, Giruá, Novo Machado, Tucunduva, Tuparendi e Santo Cristo, que utilizaram KipTrigo, e com produtores de Catuípe, Ijuí, Eugênio de Castro, Jóia e Santa Tecla, que utilizaram KipSoja. Os resultados obtidos foram os esperados. Constatou-se que, com a tecnologia Kip, é possível um incremento de produtividade de 10% a 25%, de acordo com cada lavoura, porém é preciso levar em consideração outros fatores que agregam altos rendimentos, como adubação e sanidade da lavoura. Para a análise do teste t, verificou-se que alguns produtores, mesmo tendo utilizado Kip, a média não foi significativa. Isto pode ter sido influenciado pelas condições climáticas, variedade utilizada e épocas de aplicação. Palavras-chave: Produto Comercial Kip Cullers. Trigo KipTrigo. KipSoja. Cultura da soja. 6 SURVEY OF THE COMMERCIAL PRODUCT KIP CULLER EFFICIENCY ON SOYBEAN AND WHEAT PRODUCTION Aluna: Liara Mariel Nedel Orientadora: Profª Cleusa A. M. Bianchi Krüger ABSTRACT This research approaches the following topic: “Survey of the Commercial Product Kip Culler efficiency on Soybean and Wheat production”. This research was conducted aiming to recognize the performance of Kip Soybean and Kip Wheat foliar fertilizers from the viewpoint of the Northwest region of Rio Grande do Sul State growers. As methodology, a literature review and a exploratory research were conducted, emphasizing the characteristics of one specific population. The research involved a sequence of data that were transformed in graphics and tables. Interviews with growers utilizing Kip Wheat in São Luiz Gonzaga, Doutor Maurício Cardoso, Giruá, Novo Machado, Tucunduva, Tuparendi and Santo Cristo cities were conducted. Moreover, interviews with growers utilizing Kip Wheat in Catuípe, Ijuí, Eugênio de Castro, Jóia and Santa Tecla cities were also conducted. It was observed that the Kip technology holds a possible increase in productivity of 10% to 25%, according to each field. However, it is necessary to take into consideration other factors that add to high yields such as fertility and crop health. Utilizing t test analysis, it was verified that for some growers utilizing the Kip technology had shown no significant average gain. This fact can be due to the influence of weather conditions, variety choice and application time. Key words: Commercial Product Kip Cullers. Wheat KipTrigo. KipSoja. Soybean production. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Comparação da produtividade (Kg ha-1) do trigo com e sem aplicação de Kip Cullers....................................................................................................................................... 25 Figura 2. Comparação do pH do trigo com e sem aplicação de Kip Cullers ........................... 25 Figura 3. Comparação da produtividade (Kg ha-1) de soja com e sem aplicação de Kip Cullers....................................................................................................................................... 30 Figura 4. Rendimento da soja com aplicação de Kip ............................................................... 38 Figura 5. Rendimento da soja com aplicação de Kip ............................................................... 38 Figura 6. Rendimento da soja com aplicação de Kip ............................................................... 39 Figura 7. Rendimento da soja sem aplicação de Kip ................................................................ 39 Figura 8. Rendimento da soja sem aplicação de Kip ................................................................ 40 Figura 9. Rendimento da soja sem aplicação de Kip ................................................................ 40 Figura 10. Peso de hectolitro de trigo (Ph) com aplicação de Kip ........................................... 43 Figura 11. Peso de hectolitro de trigo (Ph) com aplicação de Kip. .......................................... 43 Figura 12. Peso de hectolitro de trigo (Ph) sem aplicação de Kip ........................................... 44 Figura 13. Peso de hectolitro de trigo (Ph) sem aplicação de Kip ........................................... 44 Figura 14. Rendimento do trigo com aplicação de Kip ............................................................ 45 Figura 15. Rendimento do trigo com aplicação de Kip ............................................................ 45 Figura 16. Rendimento do trigo sem aplicação de Kip ............................................................ 46 Figura 17. Rendimento do trigo sem aplicação de Kip ............................................................ 46 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9 1 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 11 1.1 ASPECTOS RELACIONADOS À PRODUTIVIDADE DO TRIGO .............................. 12 1.2 ASPECTOS RELACIONADOS À PRODUTIVIDADE DA SOJA ................................. 13 1.3 FERTILIZAÇÃO FOLIAR NAS PLANTAS .................................................................... 14 1.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA ABSORÇÃO FOLIAR ....................................... 14 1.5 FERTILIZACAO FOLIAR E AS CULTURAS ................................................................ 16 1.6 KIP CULLERS ................................................................................................................... 16 1.7 O QUE É ESSE PRODUTO EXATAMENTE? ............................................................... 18 1.8 KIP SOJA ........................................................................................................................... 18 1.8 KIP TRIGO ........................................................................................................................ 19 2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 21 2.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 21 2.2 PASSOS DA PESQUISA................................................................................................... 21 2.3 QUESTIONÁRIO .............................................................................................................. 21 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................23 CONCLUSÃO......................................................................................................................... 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 34 ANEXOS ................................................................................................................................. 37 9 INTRODUÇÃO Atualmente, no Rio Grande do Sul a soja é a cultura que detêm maior área de plantio oscilando ao redor de 4 milhões de hectares. Seu rendimento em média, tem sido crescente e atribuído à melhoria da tecnologia aplicada à cultura, pelo emprego de materiais genéticos de bom potencial produtivo. Participa da economia de pequenos, médio e grandes estabelecimentos rurais do Estado, estando presente em 33,14% deles (142.487 unidades produtivas). A soja é o 4º grão mais produzido no mundo, atrás do milho, trigo e arroz, sendo, portanto a oleaginosa mais produzida. O Brasil é o 2º maior produtor de soja e vem aumentando gradualmente a produção desse produto (REUNIÃO DA PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL, 2005). Para atingir altas produtividades é necessário conhecer práticas culturais compatíveis com produção econômica, aplicadas para maximizar a taxa de acúmulo de matéria seca no grão. As principais práticas de manejo que devem ser consideradas são: semeadura na época recomendada para a região de produção; escolha de cultivares mais adaptadas; uso de espaçamentos e densidades adequados a essas cultivares; monitoramento e controle das plantas daninhas, pragas, doenças e redução das possíveis perdas de colheita (RITCHE et al.,1apud MARCHESAN, 2005). A soja é uma cultura de dias curtos, ou seja, é sensível a um determinado fotoperíodo, o qual varia de acordo com as características das cultivares quanto ao ciclo (precoce, médio e tardio). As épocas de semeadura influenciam diretamente na duração do ciclo da cultura, sendo que em plantios tardios as plantas tendem a reduzir seu ciclo, devido principalmente a aproximação do fotoperíodo indutivo e consequente florescimento, reduzindo a fase de crescimento vegetativo, pois a diminuição do fotoperíodo estimula plantas a entrarem em florescimento mais rapidamente. Com isso, as plantas acumulam menor quantidade de matéria seca, tendendo a reduzir o seu potencial produtivo. Em relação ao trigo, é uma cultura de ciclo anual, cultivada durante o período de estação fria e representa, juntamente com a soja, uma das culturas de maior importância econômica para o RS. O grão é utilizado para o consumo humano, é alimento básico para cerca de 30% da população mundial e fornece em torno de 20% das calorias consumidas pelo homem, pois possui uma grande quantidade de amido no grão além de conter uma proteína denominada de glúten que não é encontrada em outros alimentos. Além disso, é utilizada para 1 RITCHE, S. W. et al. How a soybean plant develops. Ames: Iowa State University of Science and Thechnology-Cooperative Extension Service, 1994. 10 consumo animal na forma de ração, quando não atinge a qualidade exigida para consumo humano. Sabe-se que para alcançar o potencial produtivo das espécies produtoras de grãos, a nutrição das plantas deve ser adequada conforme a disponibilidade de nutrientes no solo. Para isto é recomendada uma adubação de base envolvendo os elementos nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) e outra de cobertura, basicamente com N, que é o elemento mais requerido pelas plantas, considerando os nutrientes essenciais. Um dos instrumentos que pode facilitar uma nutrição equilibrada para a planta e promover acréscimo no rendimento de grãos pode ser o emprego de adubação foliar, desde que a espécie apresente resposta positiva, bem como seja evidente as deficiências minerais presentes no solo. A adubação foliar pode ser utilizada objetivando-se: correção das deficiências; complemento à adubação do solo; suplemento à adubação da planta no estádio reprodutivo ou durante todo o ciclo da cultura. Nesse sentido, o conhecimento da resposta das espécies de soja e trigo, em cultivares de elevado potencial de rendimento de grãos, a adubação foliar representa fator importante de estudo, principalmente quanto à adoção da técnica e da resposta ao adubo foliar específico KIP CULLER. O adubo foliar KIP CULLER é descrito como um fertilizante foliar que estimula a fotossíntese da planta, determinando maior produtividade de grãos. Trata-se de um pacote tecnológico desenvolvido para as principais culturas, dentre as quais: soja (kip soja), cana-deaçúcar (kip cana), feijão (kip feijão), milho (kip milho), trigo (kip trigo), arroz (kip arroz), citrus (kip citrus) e algodão (kip algodão), este aplicado durante todo o seu ciclo2. O objetivo do presente trabalho é conhecer o desempenho do adubo foliar “kip soja” e “kip trigo”, a partir da visão dos usuários, produtores da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. 2 Comunicação pessoal do Engenheiro Agrônomo Anderson Costa, obtida em maio 2013. 11 1 REVISÃO DA LITERATURA A produtividade da soja depende da produção de fotoassimilados que é oriunda do complexo fotossintético, de modo que os fatores que resultam em queda na área foliar, afetam a produção de grãos. Dentre esses, os insetos herbívoros figuram-se como um dos mais importantes, uma vez que afetam diretamente o potencial fotossintético da planta (WEBER3apud PELUZIO, 2002). No entanto, o sucesso da cultura está no equilíbrio das práticas de manejo, atrelados a data adequada de semeadura, como também a fertilidade do solo. A eficiência da adubação foliar depende do estádio de desenvolvimento das plantas, condições climáticas e a natureza do fertilizante utilizado. Além disso, o pH baixo da solução pulverizante permite menores danos nas folhas além de aumentar a capacidade de absorção pela folha. Entretanto, esta alternativa de adubação é ainda pouco utilizada, principalmente em cereais de inverno, como o trigo. Já na cultura da soja, a adubação foliar tende a ser bastante utilizada, principalmente com cultivares de elevado potencial produtivo. O produto chamado “kip soja” é aplicado entre os estádios de desenvolvimento V3 e V5, antes do “engalhamento”, para que o produto quebre a dominância apical e faça com que os ramos cresçam de forma uniforme, junto à haste principal da planta. Uma segunda etapa de aplicação seria no estádio R1, quando a soja emite suas primeiras flores. A importância desta aplicação é segurar o maior número possível de flores no pé. Por fim, no estádio R4-R5 é aplicado “kip grãos”, este balanceado com os nutrientes certos para o enchimento destes grãos4. O “kip trigo” é aplicado na fase de perfilhamento da cultura do trigo, permitindo com que todos os perfilhos cresçam de forma uniforme, resultando em espigas uniformes, elevando seu peso de hectolitro (PH) e acarretando maiores produtividades5. Os produtos Kip têm a promessa de ampliar os rendimentos das culturas, entretanto, falta reunir informações que atestem a sua devida eficiência. 3 WEBER, C.R. Effects of defoliation and topping simulating hail injury to soybeans.In: AgronomyJournal, Madisson, v. 47, n. 6, p. 262-266, 1955. 4 Idem. 5 Idem. 12 1.1 ASPECTOS RELACIONADOS À PRODUTIVIDADE DO TRIGO Para que as culturas possam se desenvolver e expressar seu potencial de rendimento, é necessário conhecer sua ecofisiologia, os fatores e condições ambientais ideais e manejo desta cultura. O trigo é um cereal de clima frio, portanto com fotossíntese do tipo C3. Sua taxa fotossintética é influenciada por fatores como temperatura, água, radiação solar e estrutura e arquitetura foliar (FLOSS, 2006). A faixa ideal de temperatura, para que ocorra a germinação e o desenvolvimento das folhas do trigo, é de 20a 25ºC. Para o afilhamento, temperaturas entre 15 e 20ºC são apropriadas. No estádio reprodutivo, a temperatura ótima para fertilização vai de 18 a 24ºC (LAZZAROTTO, 1992; BORTOLINI, 2007). Entretanto, em áreas quentes, a temperatura na superfície do solo pode exceder, chegando a 45ºC ou mais, reduzindo o estande final de plantas. Além disto, o teor de umidade mínima para que ocorra a germinação das sementes de trigo é de 35 a 45% da massa seca da semente (TERUEL; SMIDERLE, 1999). As estruturas reprodutivas são sensíveis e sofrem danos com temperaturas próximas a 0ºC. As geadas provocam o congelamento dos nós e entre-nós, interrompendo o fluxo de água e nutriente e causando a morte da planta e de afilhos novos. Para a região Sul do Brasil, os principais problemas climáticos da triticultura, são o excesso de umidade relativa do ar (setembro – outubro), ocorrência de geadas no espigamento, chuvas na colheita e granizo (RODRIGUES, 2003). Além disto, a deficiência hídrica é outro fator que causa redução da produção, principalmente quando ocorre nos períodos de: iniciação floral até o desenvolvimento da inflorescência, antese e fertilização, e formação dos grãos (SLATYER, 1969). A taxa fotossintética em trigo aumenta com o aumento do índice da área foliar (IAF). Em geral, 90 a 95% de glicídios nos grãos são derivados da fixação do CO2, posterior a antese. A produção de grãos pode ser relacionada com a duração e taxa de fotossíntese após a antese. No entanto, a fotossíntese antes da antese e durante a fase de formação das espigas pode influenciar profundamente a produtividade, pelos seus efeitos sobre o número e tamanho de grãos. Além disto, as aristas contribuem com 11 a 21% do rendimento de grãos. Os compostos orgânicos armazenados na cariopse são provenientes da fotossíntese realizada pelas glumas e aristas da própria inflorescência, da fotossíntese das folhas durante o período de enchimento de grãos e pelos produtos elaborados previamente à antese e que estavam armazenados nos colmos da planta (FLOSS, 2006). 13 Outros fatores que influenciam no desenvolvimento da cultura do trigo é o solo e a nutrição, que são tão importantes quanto o clima. É considerado um solo ideal para esta cultura, aquele que apresenta 30% de argila, 50% de areia e 5 a 8% de matéria orgânica, pH entre 5,5 a 6,5, sendo o pH ótimo para o crescimento vegetativo e reprodutivo entre 6,2 e 6,8, solos ácidos ou alcalinos danificam o trigo indiretamente, por efeito nos nutrientes disponíveis, alumínio tóxico (BAYMA, 1960; TERUEL; SMIDERLE, 1999). Segundo as recomendações técnicas da cultura do trigo, a densidade de semeadura deve ser de 300 a 400 sementes por metro quadrado, com espaçamento entre linhas de 17 a 20 cm e profundidade de 3 a 5 cm. Além disto, o adubo deve ser depositado a 5 cm abaixo ou ao lado da semente. A época de semeadura é de 10 de maio a 30 de junho (MAPA, 2014). 1.2 ASPECTOS RELACIONADOS À PRODUTIVIDADE DA SOJA A disponibilidade de radiação solar é um dos fatores que mais limitam o crescimento e desenvolvimento das plantas, em especial a soja. Toda energia necessária para a realização da fotossíntese, processo que transforma o CO2 atmosférico em energia metabólica, é proveniente da radiação solar (TAIZ; ZIEGER, 2004). Quando as plantas recebem adequado suprimento de água e nutrientes, a produção de fitomassa é controlada pela radiação solar disponível (MONTEITH, 1965). Entretanto, apenas uma parte dessa radiação incidente é aproveitada pela planta, sendo dependente de parâmetros físicos, biológicos e geométricos. Dentre esses, o índice de área foliar é um dos fatores que mais afetam a interceptação da radiação (SHIBLES; WEBER, 1965). Para a cultura da soja, a radiação solar está relacionada com a fotossíntese, elongação de haste principal e ramificações, expansão foliar, pegamento de vagens e grãos e, fixação biológica (CÂMARA, 2000). De acordo com Shibles e Weber (1965), o total de fitomassa produzida pela soja, depende da percentagem de radiação fotossinteticamente ativa interceptada e da eficiência de utilização dessa energia pelo processo fotossintético. Em contrapartida, altas intensidades de radiação solar absorvidas pelas plantas podem levá-las a saturação luminosa, diminuindo a eficiência no uso da radiação (JIANG et al., 2004; ADAMS; ADAMS, 1996). Portanto, pode-se dizer que para a fotossíntese a radiação solar é um dos fatores que mais influencia a produtividade da cultura. 14 1.3 FERTILIZAÇÃO FOLIAR NAS PLANTAS As plantas, para que possam se desenvolver e produzir, necessitam. além de água, luz, oxigênio e gás carbônico, também de diversos nutrientes minerais, que por definição, são divididos em macro (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (Zn, B, Mn, Cu, Fe, Mo, Co e Cl). A adubação foliar destina-se às correções de micronutrientes e macronutrientes com o objetivo de complementar a adubação via solo. Esse processo pode significar economia na utilização de fertilizantes porque, via solo, a eficiência no aproveitamento dos nutrientes é reduzida devido, entre outros, aos processos de lixiviação e imobilização de elementos (BISSANI et al, 2004). Os mecanismos da absorção foliar de nutrientes podem variar conforme as substâncias aplicadas, bem como a espécie da planta que recebe a fertilização. As folhas são órgãos especializados para a fotossíntese. A adubação foliar pode reduzir o tempo de retardo entre aplicação e a absorção pela planta, o que poderia ser importante durante uma fase de rápido crescimento, podendo também contornar o problema de restrição de absorção de um nutriente do solo. Por exemplo, a aplicação foliar de nutrientes minerais como: ferro, manganês e cobre pode ser mais eficiente do que a aplicação via solo, onde eles são adsorvidos às partículas do solo se tornando menos disponíveis ao sistema radicular. Para que a aplicação foliar de nutrientes seja bem sucedida, os danos às folhas devem ser minimizados. Se a aspersão foliar for aplicada em um dia quente, quando a evaporação é mais alta, os sais podem se acumular na superfície da folha e provocar queimadura na mesma. A aplicação em dias frescos ou à tardinha, ajuda a aliviar este problema. A entrada dos nutrientes na cutícula, sua translocação através dela, e a entrada no apoplasto, constituem a absorção passiva ou penetração (CAMARGO, 1970). O movimento de substâncias contra um gradiente químico, de uma menor para uma maior concentração, é chamado de transporte ativo. A absorção é mais lenta e irreversível, a entrada ocorre no citosol ou vacúolo. 1.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA ABSORÇÃO FOLIAR Alguns fatores podem influenciar a absorção foliar, como Estrutura: a absorção de solutos é favorecida quando há cutículas mais finas e alta frequência de estômato. Entretanto, 15 cutículas espessas, poucos estômatos e ectodesmos, assim como a alta pilosidade das folhas dificulta a penetração e absorção dos solutos pela planta. Se o período de contato da folha com a solução for suficientemente longo, a diferença na velocidade de absorção tende a desaparecer. A absorção foliar é maior nas regiões da nervura principal e nas margens da folha, sendo menos intensa das regiões do ápice e da base (RODRIGUES, 2003). Hidratação das folhas: Cutículas bem hidratadas são bastante permeáveis à água e aos hidrossolutos. Cutículas desidratadas são quase impermeáveis (RODRIGUES, 2003). Idade das folhas: A absorção de solutos, em soluções aquosas é muito mais intensa nas folhas novas do que nas adultas e nas velhas, pois as folhas novas estão em alta atividade metabólicas. As substâncias lipoidais, penetram com muito mais facilidade nas folhas mais velhas, devido a maior quantidade de ceras e de cutina que compõe a sua cutícula (RODRIGUES, 2003). Temperatura do ar: A elevação da temperatura leva a uma aceleração de absorção, favorecendo também a evaporação de solução na superfície das folhas, aumentando a concentração dos solutos aplicados, o que favorece a penetração de maior quantidade de íons no apoplasto. Porém temperaturas muito altas provocam a desnaturação de enzimas e proteínas, que se refletirá na absorção. Além disto, temperaturas baixas podem concentrar o orvalho e formar neblina, mantendo as folhas molhadas, favorecendo a lavagem das folhas (RODRIGUES, 2003). Disponibilidade de água no solo e umidade: A planta com boa disponibilidade de água no solo mantém túrgida as suas células e boa hidratação na cutícula, favorecendo a penetração foliar. A baixa umidade atmosférica é prejudicial à absorção foliar, favorecendo a evaporação rápida da solução, diminuindo o tempo de contato desta com a superfície das folhas e aumentando a concentração dos solutos a níveis tóxicos. Além disto, há o favorecimento da transpiração, levando ao murchamento e assim diminuindo a permeabilidade da cutícula aos nutrientes (RODRIGUES, 2003). Intensidade luminosa: Quanto maior a intensidade luminosa, maior será a absorção da folha. Por outro lado, a luz intensifica a produção de cera superficial da folha, aumentando a sua hidrorrepelência e dificultando a penetração das soluções aquosas (RODRIGUES, 2003). Aplicação das pulverizações foliares :A pulverização com gotas muito grandes, molham em excesso a folha, provocando gotejamento e escorrimento da solução para o solo. 16 As adubações foliares devem ser feitas, sempre tendo em vista a capacidade de retenção da solução pelas folhas (RODRIGUES, 2003). Ângulo de contato: Para que a penetração ocorra, é necessário que a superfície foliar seja molhada. Os agentes molhantes aumentam o contato e a absorção do adubo (RODRIGUES, 2003). 1.5 FERTILIZAÇÃO FOLIAR E AS CULTURAS O nitrogênio aplicado às folhas durante os estádios tardios de crescimento na cultura do trigo melhora o conteúdo protéico das sementes. Rosolem e Machado (1991), observaram que a adubação nitrogenada via foliar, é de 34 a 62% mais eficiente que a adubação via solo. Além disto, segundo Henz (2008), a aplicação de fungicidas associados a micronutrientes, como Zn, Mn e Mo, no estádio de florescimento, proporcionam maior manutenção da área foliar verde. Afirmando que a nutrição pode afetar as propriedades bioquímicas, como redução de compostos fenólicos, atuando como inibidores do desenvolvimento de pragas e moléstias. Kappes, Golo e Carvalho (2008), ao estudarem o efeito do B (Boro) aplicado em diferentes doses e épocas em pulverizações foliares na cultura da soja, constataram que o estádio V5 foi o mais indicado. Além disto, as doses testadas apresentaram influência significativa positiva sobre altura de planta, porém não influenciaram na produtividade final. Entretanto, segundo Bevilaqua, Silva e Possenti (2002), a aplicação de Ca e B via foliar aumentou o peso de grãos por planta de soja em solos de várzea. Atualmente a utilização de adubos foliares tem crescido em diversas culturas, como uma prática a mais para possibilitar maiores rendimento de grãos. Neste sentido, aproximadamente há três anos surgiu no mercado um novo pacote tecnológico, denominado de Kip Cullers. Este, na verdade é um produto aplicado via foliar, que promete maiores rendimentos de grãos. 1.6 KIP CULLERS O produto foi criado por um produtor dos EUA e chegou ao Brasil por intermédio de cooperativas e produtores que estiveram nos EUA visitando as lavouras que utilizam o produto. O criador do produto é o Sr.Kip Cullers. Este, também é produtor de grãos e criou o 17 produto com seu nome, além disto, não revela a fórmula da alta produtividade que obtém na produção de culturas, mas diz que segue a legislação brasileira ao divulgar apenas os elementos usados. Refere-se que é um fertilizante que facilita a fotossíntese da planta, e que, por isso, acaba tendo mais energia para produzir. Diz que: Como a Coca-Cola, não revelo a fórmula, mas posso dizer que é um fertilizante que facilita a fotossíntese da planta, que acaba tendo mais energia para produzir. O produto, chamado de KT 100, está sendo fabricado no Brasil pela Origem Química, de Cravinhos (SP), e é indicado para soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. A ideia é que ele permita elevar em 15% a produtividade. O fato é que o mundo precisará de um aumento na produção de grãos, e acredito que eu posso ajudar o Brasil e o mundo a elevar a colheita e combater a fome6. Considerado o “rei” da produtividade de soja e milho no Mundo, apesar do foco comercial de propagar a sua fórmula tida como revolucionária, os índices alcançados por Kip chamam a atenção: recorde de 173 sacas por hectare de soja e 361 sacas de milho por hectare. A propriedade de Kip Cullers, em Missouri, nos Estados Unidos, seria considerada apenas de médio porte em Mato Grosso. São 5 mil hectares plantados com milho, 2 mil hectares com hortifrutigranjeiros e 800 hectares de soja, contudo, as produtividades alcançadas em sua fazenda fizeram-no parar até na revista Times, uma das principais do Mundo. Ele atinge produtividades entre 6.600/7.200 até 10.380 Kg por hectare na produção de soja transgênica, além de produtividades entre 14.500 até 18.050 Kg de milho por hectare. Kip Cullers relata para o Informativo do Agronegócio (2011) que: foram cerca de 20 anos de pesquisa própria para chegar a esses índices expressivos de produtividade. Através das suas experiências com fertilizantes, o autodidata criou nesse período uma fórmula para obter esses resultados superlativos. Ele afirma ter criado uma linha própria de fertilizantes que asseguram tais produtividades. Assim como a Coca-Cola, ele não entra em detalhes da fórmula. Argumenta apenas que os produtos facilitam a fotossíntese das plantas, que acabam produzindo mais (INFORMATIVO DO AGRONEGÓCIO, 2011). Com condições climáticas e de solo ideais, Kip Cullers externa que o produtor brasileiro também poderá usar agora sua tecnologia para atingir altas produtividades. O norteamericano continua fazendo testes em sua propriedade. Ele conseguiu recordes mundiais em 2005, 2006 e em 2010. Em 2005, o pico tinha sido 134 sacas de soja por hectare. O objetivo é chegar a 200 sacas por hectare em produtividade de soja e a 500 sacas de milho por hectare. Com a nova tecnologia em fertilizantes, o norte-americano entende que o Brasil tem 6 Kip Cullers em entrevista a Revista Globo Rural. Disponível em: <http://revistagloborural.globo.com/ Revista/Common/0,,ERT277288-18281,00.html>. Acesso em: 20 jun. 2013. 18 condições de dobrar a produção, sem aumentar a área plantada. Inclusive, atesta que, com a nova demanda mundial por alimentos e pressão por preservação ambiental, o Mundo tem condições de produzir mais alimentos sem necessidade de desmatamento, ou abertura de novas áreas. Em 2011, o custo para ter esse diferencial de produtividade girou em torno de 3,33 sacas de soja por hectare, em torno de R$ 149,00 por hectare, adverte Kip Cullers. Nesse caso, com a aplicação da fórmula inovadora de fertilizantes, assegura ainda que fica dispensado o uso de outros adubos foliares(INFORMATIVO DO AGRONEGÓCIO, 2011). 1.7 O QUE É ESSE PRODUTO EXATAMENTE? Kip Cullers é um produtor norte-americano da cidade de Purdy, Missouri, que ficou famoso pelos seus recordes de 392 sc/ha de milho e 173 sc/ha de soja. Um homem do campo, simples, sequer foi a uma universidade, mas como apaixonado pelo campo sempre buscou novas formas de aumentar sua produtividade. Por isso, passou mais de 20 anos em pesquisas próprias para tentar criar algo “a mais” para suas culturas, já que seu solo é muito bem manejado e adubado e o clima da região favorece a agricultura (REVISTA AGRO DBO, 2012). Em meio a erros e acertos, ele chegou a um produto que pode ser um dos precursores das altas produtividades. Trata-se de um pacote tecnológico desenvolvido para as principais culturas aplicado durante todo seu ciclo (REVISTA AGRO DBO, 2012). A metodologia é bem simples, nutrir a planta durante todo o seu ciclo de vida é bem melhor do que nutri-la toda de uma vez, portanto ele estudou os períodos vegetativo e reprodutivo das plantas e utilizou destes seus produtos para este ganho de produtividade (REVISTA AGRO DBO, 2012). 1.8 KIP SOJA O produto que comercialmente chama-se KipSoja deve ser aplicado entre os estádios V3 a V5 da planta, antes do engalhamento, para que o produto quebre a dominância apical e faça com que os ramos laterais da soja cresçam de forma uniforme junto à haste principal. Além disto, o produto tende a agir também no desenvolvimento radicular. Uma segunda etapa de aplicação entra no estádio R1 da soja, quando ela solta suas primeiras flores. Por fim, no estádio R4 – R5 entra um produto por nome KipGrãos 19 balanceado com os nutrientes certos para o enchimento destes grãos (que já serão em maior quantidade do que o normal). Tanto o produto KipSoja como o KipGrãos não descrevem suas formulações , a empresa apresenta no rótulo algumas garantias mínimas que não representam tudo o que se tem nos produtos. Vantagens do kip soja: - Desenvolvimento vegetativo no fluxo de energia captada da fotossíntese; - Promover maior engalhamento na planta, resultando em um maior número de vagens por planta; - Age na divisão celular, proporcionando grãos maiores e mais pesados; - Estimula a trofobiose através da nutrição, auxiliando a planta em sua resistência natural contra doenças; - Promove melhor desenvolvimento radicular e enraizamento (FOLDER CASA CAMERA, s.d.). 1.9 KIP TRIGO Um dos grandes problemas da cultura do trigo é a falta de padronização de seus perfilhos, tendo um maior e principal (denominado perfilho mãe), e os outros perfilhos em alturas desiguais. Esta falta de padronização resulta posteriormente em espigas de trigo desuniformes, sendo cada uma de um tamanho e cada uma tendo uma intensidade luminosa diferente. Resultando em um trigo com pouca produtividade e com o PH ( peso de grãos de trigo em um volume conhecido) baixo7. Baseado nisso, Kip Cullers criou um produto chamado KipTrigo que quando aplicado na fase de perfilhamento do trigo, faz com que todos os perfilhos cresçam de forma uniforme, acarretando em espigas uniformes e futuramente em maiores produtividades e maior PH8. Junto com o KipTrigo também é aplicado o KipGrãos na fase de emborrachamento que tem como função tornar também padrão os grãos de trigo9. 7 Comunicação pessoal do Técnico Engenheiro Agrônomo Anderson Gomes Costa Idem. 9 Idem. 8 20 Com todo este pacote tecnológico, é possível um incremento de produtividade de 10 a até 25% de acordo com cada lavoura e outros fatores como adubação de base, sanidade, etc10. 10 Idem. 21 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 TIPO DE PESQUISA O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa exploratória, pois expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação (GIL, 1999). Portanto, busca-se verificar a utilização do Kip Culler por produtores de soja e trigo, via entrevistas. Quanto aos meios de investigação, o presente estudo é classificado como estudo de caso, pois será pesquisa cooperativa ou colaborativa, com base empírica, que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. 2.2 PASSOS DA PESQUISA A pesquisa envolveu uma sequência com as seguintes etapas: - pesquisa de campo para identificar agricultores que representam os tipos apontados como público alvo; - após esta identificação foram realizadas entrevistas com produtores da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul referentes a resultados da safra de soja e trigo no ano de 2014. 2.3 QUESTIONÁRIO Foram realizadas entrevistas com produtores da região noroeste do Rio Grande do Sul, indicados pelo revendedor do produto KIP. As questões realizadas estão apresentadas abaixo: Nome do produtor Local Área com produto(quantos hectares) Culturas Cultivares Doses do adubo (Kip) e doses de outros fertilizantes 22 Estádios de aplicação Rendimento de grãos do tratamento Kip Rendimento de grãos da testemunha Manejos utilizados De posse dos resultados das entrevistas os mesmos foram tabulados e apresentados em quadros. Além disto, os dados de rendimento de grãos da soja e rendimento de grãos e PH do trigo com e sem a aplicação de KIP, foram analisados estatisticamente pelo teste t (em anexo). Estes Dados estão apresentados em gráficos em forma de pizza, indicando quando a produtividade ou PH foram superiores a média mais um desvio padrão. 23 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No quadro 1 estão apresentados os resultados dos questionários aplicados aos produtores de trigo. Considerando as informações referentes ao Município de Doutor Maurício Cardoso é possível verificar que, os produtores entrevistados empregaram a mesma cultivar, Quartzo. As datas de semeadura foram praticamente as mesmas, no entanto houve uma diferença na produtividade de grãos na utilização de Kip, isto pode ter sido causado por diferença nas quantidades de adubação empregadas, conforme observado no quadro. Em que houve uma maior aplicação de N, O nitrogênio é considerado um dos elementos mais importante para os organismos vivos, visto que atua na formação de ácidos nucléicos (DNA e RNA), na formação de enzimas, aminoácidos e proteínas. Atua ainda, de forma efetiva no processo de fotossíntese, principalmente na formação da enzima rubisco, que atua nos fotossistemas da planta. Também é importante para a manutenção da coloração verde, pela ação sobre a clorofila. Tem efeito ainda na diferenciação de tecidos e na emissão de estruturas vegetativas e reprodutivas, como gemas floríferas, frutíferas, afilhos e folhas (MALAVOLTA, VITTI e OLIVEIRA, 1997). A quantidade de N absorvida pela planta durante seu ciclo afeta o teor de proteínas do grão, pois na fase de enchimento de grãos, a síntese de proteínas e de amido compete por fotossintetizados. Assim, quando a necessidade pelo elemento estiver satisfeita, o N é usado para a formação de proteínas, caso contrário, os fotoassimilados que seriam convertidos em proteínas, são transformados em carboidratos (KOLCHINSKI E SCHUCH, 2004). Indiretamente o nitrogênio é muito importante para o rendimento de grãos, pois o elemento se distribui no dossel da cultura, tanto na parte vegetativa quanto reprodutiva, contribuindo para o desenvolvimento das estruturas da planta e potencializando sua capacidade de crescimento, interceptação e captação de radiação e consequentemente, contribui para a formação de fotoassimilados e no enchimento de grãos, aumentando o rendimento da cultura (SLAFER, 2004). Observa-se que a área tratada com Kip e a área testemunha, nos chegou-se a alta produtividade, devido os manejos de adubação e fitossanitários empregados por cada produtor, de acordo com a necessidade e recomendação agronômica da cultura. Possivelmente esta diferença de produtividade ocorreram devido a aplicação de Kip em momentos mais adequados, que parecem ser no início do perfilhamento e no início do emborrachamento. A aplicação de N em cobertura proporcionou altas produtividades, assim como os aspectos biológicos e físicos do solo podem ter contribuído para os altos rendimentos observados. 24 A aplicação da tecnologia kip Cullers na área tratada, determinou maior produção, comparada a testemunha, no entanto o produtor II do município de Doutor Maurício Cardoso, não obteve resultado, possivelmente devido a aplicação da tecnologia fora do protocolo, no qual o resultado não foi expressivo comparado ao produtor III, que executou o protocolo de aplicação conforme recomendação técnica do fabricante. Nos municípios de Tuparendi, Tucunduva e Santo Cristo, percebe-se, assim como nos demais produtores, que as maiores produtividades ocorreram quando houve maior disponibilidade de N. Em Tuparendi houve um incremento de 18%, em Tucunduva um incremento de 7% e em Santo Cristo 17% nas áreas com Tecnologia Kip devido a aplicação conforme a recomendação. Em Novo Machado, o produtor I obteve um incremento de 11% de produtividade e o produtor II um incremento de 8% comparada a área não tratada. Já, em Giruá, dentre os produtores entrevistados, o produtor I empregou a variedade Quartzo e o II a Pioneiro, o plantio foi realizada em datas distintas, porém cada produtor realizou mesmo tratamento para área tratada com Kip e para testemunha. O produtor I obteve um incremento de 10% na área tratada e o produtor obteve um incremento de 13%na área tratada, comparados com a testemunha, isto pode indicar que a reposta Kip pode ser também dependente da cultivar utilizada. Conforme os gráficos do pH (em anexo), o mesmo foi afetado pela aplicação de Kip. Os produtores número 1, 2, 3 e 7 obtiveram pH acima da média. Estádios de Aplicação V3 = 3 trifólios R1 = início florescimento R5.1 = início formação de vagens O manejo é de acordo com a particularidade de cada lavoura, sendo que o mesmo manejo de adubação, tratamento com fungicida e inseticida, é o mesmo realizado para a área da testemunha e o mesmo para área com Kip11. Todas as áreas amostradas com Kip e sem Kip foram em áreas localizadas na mesma lavoura, buscando a uniformidade física, química e biológica com Kip e sem Kip (lado a lado). 11 Comunicação pessoal do Técnico Engenheiro Agrônomo Anderson Gomes Costa. 25 Figura 1: Comparação da produtividade (Kg ha-1) do trigo com e sem aplicação de Kip Cullers Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Figura 2: Comparação do pH do trigo com e sem aplicação de Kip Cullers Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 26 Quadro 1: Síntese dos sistemas produtivos de trigo com emprego ou não de Kip – resultado de entrevista com produtores Município São Luiz Gonzaga Dr. Mauricio Cardos Giruá PRODUTOR Variedade Kg/ ha Data Plantio Fase Aplicação KIP TRIGO 3 L/há Fase Aplicação KIP Grão 3 L/há Adubação Ph Kip PRODUTIVI DADE KIP PhTestemu nha PRODUTIVIDADE TESTEMUNHA INCREMEN TO PRODUTIVIDADE Produtor 1 Quartzo 170 05/jun Perfilhamento Médio Emborrachamento Avançado 250 kg 8-16-24 2 cobertura ureia 100 kg em cada aplicação 80 54,45 78,5 50,95 4,5 Produtor 2 BRS 328 150 15/mai Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 290 kg 12-30-20 2 cobertura ureia 120 kg em cada aplicação 81 75 80,1 65,72 9,28 Produtor 3 Quartzo 170 28/mai Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 250 kg 8-20-20 1 cobertura ureia 150kg - 76,06 - 70,54 5,52 Produtor 4 Nova Era 160 31/mai Perfilhamento Médio Inicio Emborrachamento 200 kg 8-16-24 1 cobertura ureia 140kg 78 46,8 76,8 41,02 5,78 Produtor 5 Quartzo 170 05/jun Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 200 kg 8-16-24 1 cobertura ureia 140kg 80 55,89 78 49,63 6,26 Produtor 6 Quartzo 180 27/mai Perfilhamento Médio Emborrachamento Avançado 300 kg/há de 12 - 30 -20 - 100 kg ureia em 2 aplicações em cobertura, 82 69 80 65,5 3,5 Produtor 7 Quartzo 180 31/mai Perfilhamento Médio Emborrachamento Avançado 290 kg 12-30-20 100 kg ureia em 2 aplicações em cobertura, 82 73,72 80,6 73,71 - Produtor 8 Quartzo 180 02/jun Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 350 kg 8-20-20 250 kg ureia em 2 aplicações em cobertura (150kg +100), 82 98,54 79 92,18 6,36 Produtor 9 Quartzo 160 08/jun Perfilhamento Médio Inicio Emborrachamento 280 kg 8-20-20 = Plantio Cobertura 300 de 8 - 20 20. 79 49 77,8 44 5 27 Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 290 kg 12-30-20 2 cobertura ureia 55 kg em cada aplicação 80 59,83 78,2 52 7,83 Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 300 kg 8-20-20 = Plantio - 120 kg Ureia 81 72 80 64 8 05/jun Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 280 kg 8-20-20 = Plantio - 200 kg Ureia 82 71,5 80 65,2 6,3 180 08/jun Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 81 80,79 79 74,34 6,45 Quartzo 180 04/jun Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 79 71,28 77,9 57,87 13,41 Quartzo 180 30/mai Inicio Perfilhamento Inicio Emborrachamento 79 74,61 77,2 61,65 12,96 Produtor 10 Pioneiro 140 Novo Machado Produtor 11 Quartzo 160 Novo Machado Produtor 12 Quartzo 170 Tucunduva Produtor 13 Quartzo Tuparendi Produtor 14 Santo Cristo Produtor 15 Fonte: Dados da Pesquisa, 2014. 20/jun 300 kg 12-30-20 2 cobertura ureia 100 kg em cada aplicacao 300 Kg/há de 8-16-24 - 10 kg de ureia 30 dias após plantio - 100 Kg de urei 20 dias após a primeira aplicação 300 kg 5-20-20 2 cobertura ureia 100 kg em cada aplicação 28 No quadro 2 estão apresentados os resultados dos questionários aplicados aos produtores de soja. As entrevistas foram realizadas nos municípios de Catuípe, Ijuí, Eugênio de Castro, Jóia e Santa Tecla, nos quais foram amostrados diferentes produtores, diferentes áreas e diferentes cultivares. Para todas as áreas, a adubação e os manejos fitossanitários são os mesmos realizados na área testemunha e os mesmos tratados com tecnologia Kip Cullers, sendo que objetivou-se verificar se houve o incremento de produtividade da área tratada com Kip Cullers e da área testemunha. Sendo que para cada área amostrada foram aplicados 3 litros/ha de Kip Soja, na fase V3( três trifólios verdadeiros) mais 3 litros/ha de Kip Soja na fase R1( florescimento) e 3 litros /ha de Kip Soja na fase R5.1 (início da formação de canivete). No município de Catuípe, foram avaliados 8 produtores que aplicaram a tecnologia Kip Soja, entre os 8 produtores foram avaliadas 6 variedades diferentes, sendo que o produtor 1 e o produtor 5 que utilizaram a variedade Magna, obtiveram 20,81% e 11,39% de incremento na produtividade, estes obtiveram uma média de 8,68 sacas a mais. Os produtores que utilizaram a variedade Nidera 5909, obtiveram uma média de 15,17% de incremento de produção, correspondendo a 8,58 sacas a mais. Os produtores que utilizaram a variedade Potência obtiveram 19,68% de incremento e um total de 11,15%a mais de produtividade comparado a área testemunha. O produtor que utilizou a variedade Força obteve 7 sacas a mais, 13,46% de incremento, comparada a área testemunha. E o produtor 3 que utilizou a variedade Turbo obteve 7,28 sacas a mais de incremento, total de 10,56%. No município de Ijui, os produtores que utilizaram a variedade Potência, obtiveram uma média de 11,58 a mais de incremento, ou seja, 7,15 sacas a mais comparada com a testemunha. Os produtores 3, 4 e 5 utilizaram as variedades VMax, Magna e Turbo respectivamente, na variedade VMax obteve-se um incremento de 19,42%, na variedade Magna obteve-se 17,95% e na variedade Turbo 9,43% ou seja, 15,58 sacas/ha a mais, 11,91 sacas/ha a mais e 4,79 sacas/ha a mais de incremento de produtividade comparada a área testemunha. Sendo que para região de Ijuí, obteve-se um resultado médio de 8,95 a mais de incremento entre as variedades e áreas amostradas. Os produtores amostrados no município de Eugenio de Castro, utilizaram diferentes variedades, dentre elas, Potencia, NA 6411, Ativa e Força. 29 Os produtores 2 e 3 utilizaram a variedade NA6411, os quais obtiveram uma média de 16,77% de incremento, ou seja, 9,24 sacas/ha a mais comparado a área testemunha. Já os produtores 2, 3 e 4 utilizaram a variedade Potência, Ativa e Força, nas quais obtiveram 24,38%, 21,31% e 7,81% respectivamente de incremento na área tratada com Kip, resultando assim uma produção de mais 10,04 sc/ha, 12,47 sc/ha e 4,04 sc/ha comparada a área testemunha. Nos municípios de Jóia e Santa Tecla, foram avaliados 2 produtores, estes utilizaram as variedades NA 4823 e Potência. No município de Jóia com a variedade NA 4823, obteve-se um incremento de 17,60% na produtividade, e para o município de Santa Tecla com a variedade Potência, um incremento de 28,86%, ou seja Jóia teve 12,45 sc/ha a mais e Santa Tecla 17,98 sc/ha a mais. Entre todos os municípios amostrados , obteve-se uma média de 16,14% a mais de incremento para as áreas tratadas com tecnologia Kip Cullers e uma média de 9,53sacas a mais na produtividade. Constatou-se que o resultado obtido para cada variedade são distintos, na qual com possível interferência de incidência pluviométrica, condição solo, clima, assim como o manejo adotado por cada produtor. 30 Figura 3: Comparação da produtividade (Kg ha-1) da soja com e sem aplicação de Kip Cullers. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 31 Quadro 2: Síntese dos sistemas produtivos da soja com emprego ou não de Kip – resultado de entrevista com produtores Município PRODUTOR Variedade Fase Aplicação KIP SOJA 3 L/há Fase Aplicação KIP SOJA 3 L/há Fase Aplicação KIP Grão 3 L/há Adubação PRODUTIVIDADE KIP PRODUTIVIDADE TESTEMUNHA Produtor 1 Magna V3 R1 R5.1 350 kg 02.23.23, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 53,03 41,99 Produtor 2 NA 5909 V3 R1 R5.1 300kg 02.23.23, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 73,72 63,57 Produtor 3 Turbo V3 R1 R5.1 350 Kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 68,84 61,57 Produtor 4 Potência V3 R1 R5.1 250 Kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 46,34 35,59 Produtor 5 Magna V3 R1 R5.1 200 kg 02.20.20, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 55,54 49,21 Produtor 6 Potência V3 R1 R5.1 300 Kg 02.18.18, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 71,49 59,93 Produtor 7 Força V3 R1 R5.1 300 Kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 52 45 Produtor 8 NA 5909 V3 R1 R5.1 280kg 02.20.20, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 42,28 35,27 Produtor 9 Potência V3 R1 R5.1 250 kg 02.23.23, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 76,47 70,81 Produtor 10 Potência V3 R1 R5.1 280 kg 02.23.23, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 59,41 52,62 Produtor 11 VMAX V3 R1 R5.1 280 Kg 02.30.20, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 80,2 64,62 Produtor 12 Magna V3 R1 R5.1 200 Kg 02.18.18 + 150KgKCl , 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 66,36 54,45 Catuípe Ijui 32 Produtor 13 Turbo V3 R1 R5.1 200 Kg 02.18.18 + 100 Kg KCl, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 50,79 46 Produtor 14 Potência V3 R1 R5.1 250 Kg 02.23.23 , + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 56,68 47,66 Produtor 15 NA6411 V3 R1 R5.1 300 Kg 02.20.20, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 49,24 39,17 Produtor 16 Potência V3 R1 R5.1 250 kg 02.20.20, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 41,17 31,13 Produtor 17 NA6411 V3 R1 R5.1 280 kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 64,18 55,77 Produtor 18 Ativa V3 R1 R5.1 350 kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 58,49 46,02 Produtor 19 Força V3 R1 R5.1 350 kg 02.23.23, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 51,71 47,67 Joia Produtor 20 NA 4823 V3 R1 R5.1 260Kg DAP, 300 Kg KCl aplicados à Lanço, 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 70,7 58,25 Santa Tecla Produtor 21 Potência V3 R1 R5.1 250 kg 02.18.18 + 150 Kg Kcl, + 6lt/há Kip Soja + 3lt/há Kip Grão 66,92 48,94 Eugenio de Castro Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 33 CONCLUSÃO O adubo foliar Kip Cullers promoveu maior rendimento na cultura da soja e do trigo, acarretando em altas produtividades. Constatou-se que é possível um incremento de produtividade de 10 a 25% de acordo com cada lavoura, conforme orientações do pacote tecnológico, mas também é preciso levar em consideração outros fatores que agregam altos rendimentos aliados a tecnologia Kip, como adubação e sanidade da lavoura. Verificou-se ainda que os resultados obtidos para cada variedade são distintos, havendo uma possível interferência de incidência pluviométrica, condição de solo, assim como o manejo adotado por cada produtor. Foi realizada a análise dos dados do Teste t, na qual se verificou que alguns produtores, mesmo utilizando o adubo foliar Kip Cullers, a média não foi significativa. Isto pode ter sido influenciado pelas condições climática e demais manejos utilizados. Assim como, houve um incremento de rendimento variável, resultado da interação dos componentes do sistema de cultivo (variedade, condições edafoclimáticas e época de aplicação). 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, D.B.; ADAMS, W.W.N. 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Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2008. 37 ANEXOS ANEXO A ANÁLISE T, RENDIMENTO DE GRÃO DA SOJA Município Catuípe PRODUTOR PRODUTIVIDADE PRODUTIVIDADE KIP TESTEMUNHA Kip Tratamento rep RG João Cadore 53,03 41,99 com 1 1 53,03 com 1 2 73,72 s 3 68,84 s RudineiFilipin 73,72 63,57 Amaurel Sonego 68,84 61,57 Marcelo Sperotto 46,34 35,59 com 1 4 46,34 ElsoMichelan 55,54 49,21 com 1 5 55,54 Nelson Vieira 71,49 59,93 com 1 6 71,49 Tiago Benetti 52 45 com 1 7 52 RudineiTedeski 42,28 35,27 com 1 8 42,28 Lauri Seifert 76,47 70,81 com 1 9 76,47 com 1 s s Nestor Grenzel 59,41 52,62 com 1 10 59,41 Graciano Del Fraire 80,2 64,62 com 1 11 80,2 OdilarIrgang 66,36 54,45 com 1 12 66,36 Antônio Milani 50,79 46 com 1 13 50,79 ErnoTschidel 56,68 47,66 com 1 14 56,68 Francisco Gubert 41,17 31, 13 com 1 15 41,17 Emilio Santoni 49,24 39,17 com 1 16 49,24 VolmarMadke 64,18 55,77 com 1 17 64,18 Airton Rhode 58,49 46,02 com 1 18 58,49 Arno Jung 51,71 47,67 com 1 19 51,71 Joia São João Mirim 70,7 58,25 com 1 20 70,7 s Santa Tecla Leandro Formiguieri 66,92 48,94 21 66,92 s Ijui Eugenio de Castro com 1 sem 2 1 41,99 sem 2 2 63,57 sem 2 3 61,57 sem 2 4 35,59 sem 2 5 49,21 sem 2 6 59,93 sem 2 7 45 sem 2 8 35,27 sem 2 9 70,81 sem 2 10 52,62 sem 2 11 64,62 sem 2 12 54,45 sem 2 13 46 sem 2 14 47,66 sem 2 15 31, 13 sem 2 16 39,17 s s 38 sem 2 17 55,77 sem 2 18 46,02 sem 2 19 47,67 sem 2 20 58,25 sem 2 21 48,94 todos média 55,60 S+1DP 66,96 DP 11,36 S+2DP 78,32 2dp 22,72 Rendimento de Grão da Soja com aplicação de Kip 52,00 53,03 Produtor 1 Produtor 2 Produtor 3 71,49 (s) 73,72 (s) Produtor 4 Produtor 5 55,54 68,84 (s) 46,34 Produtor 6 Produtor 7 Figura 4: Rendimento da soja com aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Rendimento de Grão da Soja com aplicação de Kip Produtor 8 56,68 42,28 50,79 76,47 (s) Produtor 9 Produtor 10 Produtor 11 66,36 59,41 80,2 (s) Produtor 12 Produtor 13 Produtor 14 Figura 5: Rendimento da soja com aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. rg 39 Rendimento de Grão da Soja com aplicação de Kip Produtor 15 41,17 66,92(s) Produtor 16 49,24 Produtor 17 Produtor 18 70,70(s) 64,18 Produtor 19 Produtor 20 51,71 58,49 Produtor 21 Figura 6: Rendimento da soja com aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Rendimento de Grão da Soja sem aplicação de Kip 45,00 41,99 Produtor 1 Produtor 2 63,57 59,93 Produtor 3 Produtor 4 Produtor 5 49,21 61,57 35,59 Figura 7: Rendimento da soja sem aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Produtor 6 Produtor 7 40 Rendimento de Grão da Soja sem aplicação de Kip 47,66 Produtor 8 35,27 Produtor 9 Produtor 10 46,00 70,81(s) 54,45 52,62 Produtor 11 Produtor 12 Produtor 13 64,62 Produtor 14 Figura 8: Rendimento da soja sem aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Rendimento de Grão da Soja sem aplicação de Kip 48,94 Produtor 15 31,13 Produtor 16 39,17 58,25 Produtor 17 Produtor 18 55,77 47,67 46,02 Produtor 19 Produtor 20 Produtor 21 Figura 9: Rendimento da soja sem aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 41 ANEXO B ANÁLISE T, RENDIMENTO DE GRÃO E PH DO TRIGO Município PRODUTOR Ph Kip PRODUTIVIDADE Ph PRODUTIVIDADE KIP Testemunha TESTEMUNHA Kip Trat. rep ph OldairBalmann 82 69 80 65.5 Kurt Carlos Kretschner 82 73.72 80.6 73.71 Sandro e Talvane Gresele 82 98.54 79 92.18 Tuparendi Marcos Brunn 79 71.28 77.9 57.87 Tucunduva Tales e Flávio Manjabosco 81 80.79 79 74.34 HardiJaster 81 72 80 64 GesronFitz 82 71.5 80 65.2 Aristides Pedroso 79 49 77.8 44 Paulo Pedroso 80 59.83 78.2 52 Granja Nicola 80 54.45 78.5 50.95 Valderi Dal Pai 81 75 80.1 65.72 Vanderlei Alves Pereira - 76.06 - 70.54 Dr. Mauricio Cardos Novo Machado Novo Machado Giruá São Luiz Gonzaga RG ph rg com com 1 1 1 82,00 69,00 S 2 82,00 73.72 S com com 1 1 3 82,00 98.54 S 4 79,00 71.28 S com 1 5 81,00 80.79 s com com 1 1 6 81,00 72,00 7 82,00 71.5 S com 1 8 79,00 49,00 com 1 9 80,00 59.83 com com 1 1 10 80,00 54.45 11 81,00 75,00 com com 1 1 12 78,00 46.8 13 80,00 55.89 com sem 1 2 14 79,00 74.61 1 80,00 65.5 S sem sem 2 2 2 80.6 73.71 3 79,00 92.18 S S sem sem 2 2 4 77.9 57.87 5 79,00 74.34 sem 2 6 80,00 64,00 S S 42 Santo Cristo Itanir José Frison 78 46.8 76.8 41.02 Itanir José Frison 80 55.89 78 49.63 Humberto Kist 79 74.61 77.2 61.65 sem 2 7 80,00 sem sem 2 2 8 9 77.8 44,00 78.2 52,00 sem sem 2 2 10 11 78.5 50.95 80.1 65.72 sem 2 sem 2 sem 2 todos média DP 2dp 65.2 12 76.8 41.02 13 78,00 49.63 14 77.2 61.65 PH RG 80,10 60,71 S+1DP 81,39 72,99 1,29 12,27 S+2DP 82,69 85,26 2,59 24,54 43 pH do Trigo com aplicação de Kip Produtor 1 82,00 (s) 82,00 (s) Produtor 2 Produtor 3 81,00 82,00 (s) Produtor 4 Produtor 5 82,00 (s) 81,00 Produtor 6 Produtor 7 79,00 Figura 10: Peso de hectolitro de trigo (Ph) com aplicação de Kip. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. pH do Trigo com aplicação de Kip 79,00 Produtor 8 79,00 Produtor 9 80,00 80,00 Produtor 10 Produtor 11 Produtor 12 78,00 80,00 81,00 Produtor 13 Produtor 14 Figura 11: Peso de hectolitro de trigo (Ph) com aplicação de Kip. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 44 pH do trigo sem aplicação do Kip 80,00 Produtor 1 80,00 Produtor 2 Produtor 3 80,00 80,60 Produtor 4 Produtor 5 79,00 79,00 Produtor 6 Produtor 7 77,90 Figura 12: Peso de hectolitro de trigo (Ph) sem aplicação de Kip. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. pH do trigo sem aplicação do Kip 77,20 Produtor 8 77,80 Produtor 9 78,00 78,20 Produtor 10 Produtor 11 Produtor 12 76,80 78,50 80,10 Produtor 13 Produtor 14 Figura 13: Peso de hectolitro de trigo (Ph) sem aplicação de Kip. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 45 Rendimento de Grão do Trigo com aplicação de Kip Produtor 1 71,50 69,00 Produtor 2 Produtor 3 72,00 73,72 (s) 80,79 (s) 98,54 (s) Produtor 4 Produtor 5 Produtor 6 71,28 Produtor 7 Figura 14: Rendimento do trigo com aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Rendimento de Grão do Trigo com aplicação de Kip Produtor 8 49,00 Produtor 9 74,61(s) 59,83 Produtor 10 Produtor 11 55,89 54,45 46,80 Produtor 12 Produtor 13 75,00(s) Figura 15: Rendimento do trigo com aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Produtor 14 46 Rendimento de Grão do Trigo sem aplicação de Kip Produtor 1 65,20 65,50 Produtor 2 Produtor 3 64,00 73,71(s) Produtor 4 Produtor 5 74,34 92,18(s) 57,87 Produtor 6 Produtor 7 Figura 16: Rendimento do trigo sem aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Rendimento de Grão do Trigo sem aplicação de Kip 61,65 Produtor 8 44,00 Produtor 9 52,00 49,63 Produtor 10 Produtor 11 50,95 41,02 Produtor 12 Produtor 13 65,72 Figura 17: Rendimento do trigo sem aplicação de Kip Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Produtor 14