issn 2178-1672 volume 3, Número 2, julho/AGOSTO 2012 Revist a FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA Número 2, dezembro 2010 f a c u l d a d e muito além do ensino ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 1 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 2, julho/agosto 2012 Revista Informações básicas A Revista Fisioterapia em Evidência, ISSN 2178-1672, é uma publicação semestral do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. Publicada desde 2010, adota o processo de revisão por especialistas (peer review), sendo cada artigo publicado após a aceitação dos revisores, mantidos no anonimato. Os conceitos e opiniões emitidos nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. A submissão de artigos pressupõe que, com exceção dos resumos ampliados, não tenham sido publicados anteriormente nem submetidos a outra publicação. O título abreviado da revista é Fisioter. Evid., forma que deve ser usada em bibliografias, notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas. A revista encontra-se gratuitamente disponível no site da Faculdade Dom Bosco. Missão Publicar artigos originais de pesquisa cujo objetivo básico se refere ao campo de atuação profissional da fisioterapia e da reabilitação. Ficha catalográfica Revista Fisioterapia em Evidência/Faculdade Dom Bosco. vol. 3, n. 2 (2012). Curitiba: FDB, 2010 Semestral Sumários em inglês e português ISSN 2178-1672 1. Fisioterapia – Periódicos. I. Faculdade Dom Bosco. CDD 615.82 CDU 615.8 2 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 3, julho/agosto 2012 Revista Editores responsáveis Silvia Regina Valderramas (doutora) [email protected] Salete do Rocio Cavassin Brandalize (mestre) [email protected] Conselho editorial Anna Raquel Silveira Gomes Universidade Federal do Paraná – Curitiba-PR – Brasil Ariani Cavazzani Szkudlarek (doutora) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Cassio Preis (mestre) Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil Claudia Chaguri de Oliveira Pellenz (mestre) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Cristiane Gonçalves Ribas (mestre) Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil Cristiane Regina Gruber (mestre) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Francisco Ernesto H. Zanardini (mestre) Faculdade Dom Bosco, Uniandrade e Faculdade Espírita – Curitiba-PR – Brasil Gilda Maria Grasse Luck (doutora) Faculdade Dom Bosco e Facel – Curitiba-PR – Brasil Isabel Cristina Bini (mestre) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Marcelo Kryczyk (doutor) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Marcia Maria Kulczycki (mestre) Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil Sandra Mara Meireles Adolph (doutora) Universidade Federal de São Paulo – São Paulo-SP – Brasil Editoração eletrônica Comunicação Dom Bosco - [email protected] INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS Todo o material a ser publicado deve ser submetido online por meio do site: www.fisioterapia.com.br/revista ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 3 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 4, julho/agosto 2012 Revista Sumário Editorial............................................................................................. 5 Artigo 1 ............................................................................................. 6 Avaliação da utilização da manobra de expiração lenta prolongada associada à solução salina hipertônica a 3% em crianças de 0 a 2 anos com doenças obstrutivas pulmonares, internadas na UTI pediátrica do Hospital de Clínicas de Curitiba Assessment of use of the prolonged slow expiration maneuver associated with 3% hypertonic saline solution in children from 0 to 2 years old with obstructive pulmonary diseases admitted to the pediatric ICU of Hospital de Clínicas de Curitiba Artigo 2 ........................................................................................... 12 Levantamento do perfil de colaboradores de uma instituição de ensino em relação à prevenção de alterações relacionadas com o trabalho Lifting the profile of employees of an institution in relation to the prevention of work-related changes Artigo 3 ........................................................................................... 20 Fortalecimento da musculatura inspiratória em atletas de basquetebol por meio de um incentivador respiratório pressórico Muscle strengthening inspiratory basketball athletes in through an incentive spirometry pressure Artigo 4 ........................................................................................... 32 Estudo dos efeitos do treinamento resistido e dos exercícios multisensoriais sobre o equilíbrio e risco de quedas de idosos institucionalizados Study of the effects of resistance training and exercises multisensory on balance and risk of falls institutionalized elderly Artigo 5 ........................................................................................... 41 Hidrocinesioterapia em gerontologia: uma revisão da literatura Aquatic Therapy in Gerontology: a literature review Normas para apresentação de artigos ........................................ 49 4 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 5, julho/agosto 2012 Revista Editorial A Fisioterapia, uma das mais solidárias profissões, tem respaldo científico em suas ações. A geração de novos conhecimentos propicia ao profissional atualizado responder com competência e efetividade aos desafios que mudanças sociais e novos paradigmas determinam. Nesse contexto, a Faculdade Dom Bosco, por intermédio da Revista Fisioterapia em Evidência, oferta à comunidade científica artigos de extrema relevância e concomitantemente desperta nos fisioterapeutas o interesse pela leitura de qualidade que subsidia sua práxis profissional. Nesta edição apresentamos duas publicações na área de gerontologia – uma revisão de literatura sobre hidrocinesioterapia, abordando os benefícios que diferentes métodos propiciam aos idosos para vasta gama de patologias crônicas; e artigo que aborda o efeito do treinamento resistido e dos exercícios multissensoriais sobre o equilíbrio e o risco de quedas de idosos institucionalizados, demonstrando que a falta de atividade física determina aumento na incidência de quedas em idosos. A área de fisioterapia respiratória conta com duas publicações nesta edição. A primeira mostra resultados significativos no fortalecimento da musculatura inspiratória em jogadores de basquete amador por meio de incentivador respiratório pressórico. A segunda avalia a manobra de expiração lenta prolongada associada à solução salina hipertônica a 3% nas doenças obstrutivas pulmonares em crianças de 0 a 2 anos internadas em uma UTI pediátrica de Curitiba. Completa a presente edição publicação sobre ginástica laboral, com levantamento do perfil de colaboradores de uma instituição de ensino em relação à prevenção de alterações relacionadas ao trabalho. Todos os temas são de extrema relevância social. Desejo a todos excelente leitura, Prof. Francisco Zanardini ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 5 Artigo 1 Avaliação da utilização da manobra de expiração lenta prolongada associada à solução salina hipertônica a 3% em crianças de 0 a 2 anos com doenças obstrutivas pulmonares, internadas na UTI pediátrica do Hospital de Clínicas de Curitiba Assessment of use of the prolonged slow expiration maneuver associated with 3% hypertonic saline solution in children from 0 to 2 years old with obstructive pulmonary diseases admitted to the pediatric ICU of Hospital de Clínicas de Curitiba Madelleynne Ortiz de Oliveira Batista1 Ana Tereza Campos Rosa2 Amaeli Silva de Oliveira3 Valéria Cabral Neves4 Silvia Regina Valderramas5 1. Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 2. Acadêmica da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 3. Acadêmica da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 4. Fisioterapeuta do Hospital de Clínicas de Curitiba, mestre Contato: [email protected] 5. Fisioterapeuta, doutora, docente da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] Resumo A manobra de expiração lenta prolongada e a inalação com solução salina hipertônica são intervenções muito utilizadas em crianças com hipersecreção pulmonar por auxiliarem na função mucociliar e higiene brônquica. Porém, os efeitos da associação dessas duas técnicas ainda não foram estudados. Objetivo: analisar os efeitos da manobra de expiração lenta prolongada associada à nebulização com solução salina hipertônica a 3% sobre a frequência respiratória, frequência cardíaca, saturação periférica de oxigênio, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, fração inspirada de oxigênio e escore de gravidade de Wang. 6 Metodologia: em um ensaio clínico não controlado realizado na UTI pediátrica de um hospital universitário, foram incluídas crianças entre 0 a 2 anos, com diagnóstico clínico de doenças obstrutivas pulmonares, que foram submetidas à manobra de expiração lenta prolongada associada à inalação de solução salina hipertônica a 3% durante 8 minutos, duas vezes ao dia, durante o período em que estiveram internadas. Resultados: foram incluídas no estudos 6 crianças, com idade média de 5 ± 3,74 meses. Após as intervenções, houve diminuição significante da frequência respiratória (de 51,16 ± 5,52 para 37,33 ± 8,45 ipm), sendo que para os demais parâmetros foi constatada melhora clínica. Conclusão: os resultados deste estudo demonstraram que a manobra de expiração lenta prolongada associada à inalação com solução salina hipertônica a 3% melhorou a frequência respiratória em crianças com doenças obstrutivas pulmonares. Palavras-chave: pneumopatias, solução salina hipertônica, frequência respiratória. Abstract The slow prolonged expiratory maneuver and inhaled hypertonic saline are interventions that have been widely used in children with increase of pulmonary secretion to assist the mucociliary function and bronchial hygiene. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 1 But the effects of the association of these two techniques were also studied. Objective: analyze the effects of prolonged slow expiratory maneuver associated with nebulized hypertonic saline 3% on respiratory rate, heart rate, peripheral oxygen saturation, systolic blood pressure diastolic blood pressure, fraction of inspired oxygen and severity score of Wang. Methodology: in a non-controlled clinical trial conducted in the pediatric ICU of a university hospital, were included children aged 0-2 years old, with a clinical diagnosis of obstructive lung diseases, who underwent the slow prolonged expiratory maneuver associated with inhalation of hypertonic saline 3%, during 8 minutes, twice daily for the period in which they were hospitalized. Results: were included in the study 6 children, with a mean age of 5 ± 3.74 months. After the, there was a significant decrease in respiratory rate (from 51.16 ± 5.52 to 37.33 ± 8.45 ppm), whereas for the other parameters we observed a clinical improvement. Conclusion: the results of this study demonstrate that the prolonged slow expiratory maneuver associated with nebulized hypertonic saline 3%, improves the respiratory rate in children with obstructive pulmonary diseases. Keywords: lung diseases, hypertonic saline solution, respiratory rate. Introdução Doenças respiratórias são comuns em crianças. No tratamento fisioterapêutico prestado nas unidades de tratamento intensivo pediátricas, a remoção de secreções pulmonares é um dos objetivos, em vista da limitação estrutural e funcional respiratória da criança. A eliminação das secreções melhora as trocas gasosas e reduz o trabalho respiratório da criança, cuja mecânica respiratória é pouco eficiente (HADDAD et al., 2006). A fisioterapia respiratória em crianças deve ocorrer sob certas condições clínicas, como síndromes aspirativas, síndrome do desconforto respiratório, pneumonias e atelectasias, assim como na prevenção de complicações da ventilação mecânica, na presença de secreção na via aérea e nos casos com evoluções desfavoráveis à gasometria (NICOLAU e LAHÓZ, 2007). Na criança, as taxas metabólicas são mais altas que em um adulto, enquanto a capacidade residual funcional (CRF) e a reserva de oxigênio são mais baixas. Assim, em razão de disfunção respiratória, as crianças tornam-se rapidamente hipoxêmicas. A retenção de secreções está entre as principais causas da hipoxemia, sendo as patologias hipersecretivas responsáveis pelas alterações das características do muco, prejudicando o movimento mucociliar (STEIDL et al., 2010). A solução salina hipertônica tem ação sobre o muco, formando uma barreira mecânica e biológica com a finalidade de proteger a mucosa epitelial da desidratação, das lesões químicas e físicas e dos microrganismos e agentes nocivos. O muco é um fluido heterogêneo que consiste basicamente de água (95%), eletrólitos, aminoácidos e macromoléculas, também chamadas de mucinas ou mucoproteínas (DUMAS, 2004). É um mecanismo efetivo de defesa do trato respiratório, necessário para limpar as vias aéreas dos materiais estranhos e manter os pulmões estéreis. Dessa forma, é um dos mais importantes mecanismos de defesa do pulmão. Segundo Mandelberg et al. (2006), a solução salina hipertônica age no muco absorvendo a água da submucosa, o que pode reverter o edema, diminuir a espessura e o ressecamento da mucosa que está no interior da luz bronquiolar. Tem sido observado aumento no tempo do transporte mucociliar em algumas situações, como in vitro, em pacientes normais e em pacientes com doenças obstrutivas pulmonares. A manobra de ELPr é uma técnica totalmente passiva devido à incapacidade do paciente pediátrico cooperar. É realizada com a criança em decúbito dorsal sobre uma superfície semirrígida, sendo que o fisioterapeuta exerce uma pressão manual conjunta nas regiões abdominal e torácica, aproximando essas estruturas ao final do tempo expiratório espontâneo e prossegue até o volume residual. A pressão exercida é lenta e chega a se opor a duas ou três tentativas inspiratórias. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 7 Artigo 1 A manobra tem como local de ação as seis primeiras gerações brônquicas do lactente, porém pode-se observar a ação ocasional na periferia do aparelho respiratório. A ação depurativa está ligada, provavelmente, à desinsuflação pulmonar global que provém da expiração completa que a ELPr ocasiona, sendo favorecida pela elevada complacência toracopulmonar (POSTIAUX, 2004). Materiais e métodos Este estudo é um ensaio clínico não controlado realizado na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTI-P) do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, Paraná, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição supracitada, sob registro nº 2537.144/2011-06. Em uma amostra de conveniência, foram incluídas no estudo crianças de ambos os gêneros, com idade entre 0 e 2 anos, diagnóstico de doença obstrutiva pulmonar e indicação de higiene brônquica. Todos os pais assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Foram excluídas crianças com doenças neurológicas (paralisia cerebral), neuromusculares (miastenia grave neonatal), cardiopatia congênita e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Após a inclusão no estudo, os participantes foram previamente avaliados por um examinador independente para coleta de dados demográficos e antropométricos. Após essa avaliação, os participantes foram submetidos ao tratamento com a manobra de ELPr associada à inalação de solução salina hipertônica, realizada da seguinte forma: inalação de 1,5 mL de solução salina hipertônica a 3% durante 8 minutos, com oxigênio a 7 L/min. Durante a inalação foi realizada a manobra de ELPr, uma pressão manual, torácica e abdominal lenta, ao final da expiração espontânea até o volume residual. Na presença de tosse ou mobilização de secreção traqueal, utilizou-se aspiração traqueal das vias aéreas superiores para remoção da secreção deslocada. O procedimento foi realizado duas vezes ao dia pelo fisioterapeuta responsável. Análise estatística Os dados foram digitados e analisados por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 16.0 para Windows. Os dados foram submetidos ao teste Shapiro-Wilk para verificação da normalidade. A análise estatística descritiva (média, desvio-padrão, mediana, mínimo e máximo) foi utilizada para caracterização demográfica, antropométrica e clínica da amostra. As diferenças intragrupo (pré e pós) foram analisadas por meio do teste t de Student pareado e do teste de Wilcoxon, a depender do tipo e da distribuição dos dados. O nível de significância estatística adotado foi de p < 0,05. Resultados Foram incluídos no estudo seis crianças atendidas no período entre setembro e dezembro de 2011. As características demográficas, antropométricas e clínicas estão demonstradas na tabela 1 e 2, respectivamente. Tabela 1 - Características demográficas e antropométricas da amostra (n = 6) Mediana Variáveis Média ± DP Idade (meses) 5 ± 3,74 5,5 (1-11) Sexo F/M (n) 2/4 NA Peso (kg) 3,44 ± 1,01 3,56 (2,13 – 4,67) Número de atendimentos fisioterapêuticos por paciente 4,2 ± 2,2 3,5 (2 – 10) (mín.-máx.) F: feminino; M: masculino. NA: não se aplica Fonte: Elaboração própria (2012). Tabela 2 - Características clínicas da amostra (n = 6) Comorbidades (%) IRA 33,33 Bronquiolite 33,33 Hipertensão pulmonar primária 33,33 Apneia do recém-nascido 16,66 Laringotraqueobronquite 50 Broncodisplasia 50 Varicela 16,66 Prematuridade 83,33 IRA: Insuficiência respiratória aguda. Fonte: Elaboração própria (2012). 8 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 1 Após o tratamento, os resultados demonstraram diminuição significativa da frequência respiratória (FR). Embora os outros parâmetros avaliados (FC, PAS, PAD, SpO2) não tenham demonstrado diferença significante após o tratamento, podemos observar que houve melhora clínica importante (Tabela 3). Tabela 3 - Distribuição das variáveis avaliadas Variáveis Pré Pós Valor p FR (média ± DP) 51,16 ± 5,52 37,33 ± 8,45 0,02 FC (média ± DP) 148,16 ± 18,28 149,66 ± 24,76 PAS (média ± DP) 101,33 ± 24,59 92,00 ± 23,37 60,16 ± 23,94 47,33 ± 11,32 90,66 ± 8,35 95,50 ± 2,58 PAD (média ± DP) SpO2 (média ± DP) 0,90 0,41 0,31 0,13 FiO2 (média ± DP) 40,83 ± 15,57 51 ± 12,24 Escore de Wang, mediana (mínimo - máximo) 6,00 4,50 (2,00 – 8,00) (2,00 – 6,00) 0,28 0,10 FC: frequência cardíaca; FR: frequência respiratória; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; SpO2: saturação periférica de oxigênio; FiO2: fração inspirada de oxigênio. Discussão A redução da FR sugere que a técnica fisioterapêutica utilizada neste estudo melhorou o fluxo aéreo devido à eficácia desobstrutiva da manobra de ELPr. Esse dado corrobora com o estudo de Damiani e Rosa (2006), que pesquisaram nove lactentes com diagnóstico de pneumonia submetidos à manobra ELPr e obtiveram redução progressiva da frequência respiratória, avaliados no 1’, 5’, 10’ e 15’ da realização da técnica, justificável pela locomoção da secreção e melhora da mecânica respiratória. Dentre as comorbidades encontradas neste estudo, a prematuridade teve alta incidência (83,33%) da amostra (n=6), o que pode ter motivado as demais comorbidades, como também os dois óbitos que ocorreram no decorrer do estudo. Esse dado é esclarecido por Salge et al. (2009), segundo os quais o bebê prematuro apresenta imaturidade anatomofisiológica, o que acarreta uma série de complicações após o nascimento, especialmente para os recém-nascidos (RN) de baixo peso, que correm mais risco de morbimortalidade. A morbidade está diretamente relacionada aos distúrbios respiratórios e às complicações infecciosas e neurológicas. Bettiol et al. (2010) acrescentam que problemas respiratórios em prematuros são de duas a três vezes mais comuns do que em bebês nascidos a termo. Bronquiolite é considerada a causa mais comum de infecção no trato respiratório baixo, bem como de internamento hospitalar (PETRUZELLA e GORELICK, 2010; GREWAL et al., 2010; MANDELBERG et al., 2006). Essa informação diverge do presente estudo, dada a dificuldade na obtenção de pacientes com essa patologia. Entre setembro e dezembro de 2011, foram encontrados para este estudo apenas dois pacientes, em comparação com os estudos de Sarrel et al. (2002) e de Al-Ansari et al. (2010), que tiveram amostras maiores. Lanza et al. (2011) avaliaram alterações na dinâmica respiratória durante e após a realização da técnica fisioterapêutica ELPr em dezoito lactentes, mensurando a frequência respiratória e incluindo volume de reserva expiratório, pico de fluxo expiratório, volume corrente e mecânica respiratória passiva, antes e após a realização da ELPr. Ao final do estudo, constatou-se diferença significativa na redução da frequência respiratória e no aumento do volume corrente. Esse dado corrobora com os resultados significativos da redução da frequência respiratória na presente pesquisa. Postiaux (2004) esclarece essa redução ao explicar que a ELPr promove ação depurativa e desinsuflação pulmonar global, que é favorecida pela elevada complacência toracopulmonar. Um dos efeitos adversos da inalação com SSH 3% é o broncoespasmo (RALSTON et al., 2010). No presente estudo não houve nenhum caso de broncoespamo. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 9 Artigo 1 RALSTON et al., em estudo com 158 pacientes, não encontraram evidências de que a solução salina hipertônica a 3% induza ao broncoespasmo, nem que o uso adjunto com broncodilatador seja seguro. Zorc e Hall (2010), em revisão sistemática, complementam que a constrição do músculo liso parece corroborar com o processo patológico das doenças obstrutivas pulmonares, o que pode explicar o benefício limitado de broncodilatadores observado em estudos clínicos. Al-Ansari et al. (2010) realizaram estudo duplo cego, randomizado, comparando a eficácia e segurança da solução salina hipertônica a 5% e 3% com a mesma solução a 0,9%, entre setembro de 2007 e dezembro de 2008, numa amostra de 171 crianças com bronquiolite. Observaram melhora clínica no escore de gravidade na utilização de nebulização com 5% em relação a 0,9%, e possível melhora em relação à nebulização com 3%, considerando este não ser o objetivo da pesquisa, que necessitaria de amostra maior para determinar sua eficácia. Sarrel et al. (2002), em estudo com 65 crianças com bronquiolite, utilizaram solução salina hipertônica a 3% associada à terbutalina no grupo experimental , e terbutalina diluída na solução salina a 0,9% no grupo controle. Verificaram diferença significativa no escore de gravidade de Wang após o primeiro dia de tratamento. A inalação foi realiza três vezes ao dia, e a melhora foi verificada no segundo, terceiro, quarto e quinto dia de aplicação. Na presente pesquisa não houve melhora significativa nesse item. Houve algumas limitações neste trabalho, como a inexistência de um grupo controle, limitado número amostral, justificável pelo escasso tempo hábil para a confecção da pesquisa. Uma sugestão para próximos trabalhos é ampliar o tempo de coleta, tendo em vista a sazonalidade das doenças obstrutivas pulmonares. Outro fator a ser explorado é a homogeneidade da amostra, no que se refere ao tipo de doença, bem como a avaliação de outros parâmetros, como os gases sanguíneos. 10 Conclusão Os resultados deste estudo demonstram que a manobra de expiração lenta prolongada associada à inalação de solução salina foi eficaz na redução da frequência respiratória. REFERÊNCIAS 1. AL-ANSARI, K. et al. Nebulized 5% or 3% hypertonic or 0,9% saline for treating acute bronchiolitis in infants. The Journal of Pediatrics, v. 157, n. 4, 2010. 2. BETTIOL, H.; BARBIERI, M. A.; SILVA, A. A. M. Epidemiologia do nascimento pré-termo: tendências atuais. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 32, n. 2, 2010. 3. DAMIANI, I. B; ROSA, G. J. Os efeitos da técnica de expiração lenta prolongada em lactentes com pneumonia. Tubarão, Universidade do Sul de Santa Catarina, 2006. 4. DUMAS, F. L. V. et al. Mudanças nas propriedades reológicas do muco brônquico umedecido monitorado através de técnicas fotoacústicas. Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D), Universidade do Vale Paraíba, São José dos Campos, 2004. 5. GREWAL, S. et al. A randomized trial of nebulized 3% hypertonic saline with epinephrine in the treatment of acute bronchiolitis in the emergency department. Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, Chicago, v. 63, n. 11, nov. 2009. 6. HADDAD, E. R. et al. Abordagens fisioterapêuticas para remoção de secreções das vias aéreas em recém-nascidos: relato de casos. Pediatria, São Paulo, 2006. 7. LANZA, F. C. et al. Prolonged slow expiration technique in infants: effects on tidal volume, peak expiratory flow, and expiratory reserve volume. Respiratory Care, v. 56, n. 12, dec. 2011. 8. MANDELBERG, A. et al. Nebulized 3% hypertonic saline solution treatment in hospitalized infants with viral bronchiolitis. Chest Journal, oct. 2006. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 1 9. NICOLAU, C. M.; LAHÓZ, A. L. Fisioterapia respiratória em terapia intensiva pediátrica e neonatal: uma revisão baseada em evidências. Pediatria, São Paulo, 2007. 10. PETRUZELLA, D. F.; GORELICK, M. H. Current therapies in bronchiolitis. Pediatric Emergency Care, v. 26, n. 4, apr. 2010. 11. POSTIAUX, G. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por ausculta pulmonar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 12. RALSTON, S.; VANESSA, H.; MARTINEZ, M. Nebulized hypertonic saline without adjunctive bronchodilators for children with bronchiolitis. Journal of American Academy of Pediatrics, v. 126, n. 3, sep. 2010. 13. SALGE, A. K. M. et al. Fatores maternos e neonatais associados àprematuridade. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 11, n. 3, 2009. 14. SARREL, E. M. et al. Nebulized 3% hypertonic saline solution treatment in ambulatory children with viral bronchiolitis decreases symptoms. American College of Chest Physicians, v. 122, n. 6, dec. 2002. 15. STEIDL, E. M. S. et al. Fisioterapia neonatal: histórico e evolução. III Jornada Interdisciplinar em Saúde. Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em: http://www.unifra.br/eventos/jis2010/Trabalhos/7. pdf 16. ZORC, J. J.; HALL, B. C.; Bronchiolitis: Recent evidence on diagnosis and management. Pediatrics, v. 125, n. 2, feb. 2010. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 11 Artigo 2 Levantamento do perfil de colaboradores de uma instituição de ensino em relação à prevenção de alterações relacionadas com o trabalho Lifting the profile of employees of an institution in relation to the prevention of work-related changes Bruna Tatsumi Narazaki¹ Fabiane Cristina de Moura² Isabel Cristina Bini³ 1. Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 2. Acadêmica de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 3. Fisioterapeuta, mestre, docente da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] RESUMO Ginástica laboral pode ser definida como um conjunto de exercícios realizados no ambiente de trabalho. Estes devem ser elaborados de acordo com as atividades realizadas pelos colaboradores e com a necessidade física deles. Tem por finalidade compensar os esforços inerentes à atividade laboral e ativar as estruturas que não são frequentemente usadas, mantendo o equilíbrio, relaxando e fortalecendo as diversas estruturas do corpo, prevenindo desse modo o surgimento de lesões e elevando o bem-estar do trabalhador. O objetivo deste estudo foi verificar o perfil dos colaboradores de uma instituição de ensino em relação ao comportamento preventivo, após orientação especializada. O estudo se justifica por representar um indicador relevante para futuras ações que visem à qualidade de vida do funcionário da instituição pesquisada. Como metodologia, utilizou-se um questionário e o Formulário de Corlett, aplicados durante a SIPAT da empresa. Como resultado, observou-se, dentre outras questões, que as queixas de dores relatadas pelos funcionários diminuíram após a intervenção (orientação de exercícios e sua realização pelo período de um ano Palavras-chave: ginástica laboral, qualidade de vida, prevenção. 12 ABSTRACT The gymnastics can be defined as a set of exercises that are performed in the workplace. These exercises should be prepared in accordance with the performed activities and with the employees physical need. The gymnastics purpose is to offset the work activity stresses and activate the structures that are not frequently used, thus maintaining a balance, relaxing and also strengthening the various structures of the body, thereby preventing the appearance of lesions and raising the worker welfare. The objective of this study was to check the employees profile of an educational institution, in relation to preventive behavior, following expert guidance. The study is justified because it represents a relevant indicator for future actions ordering employee quality life, that works at the institution where the research occurred. The methodology used was a questionnaire and a form (Corlett Form) applied during a company SIPAT. As a result, it was observed, among other things, that employees reported pain complaints fell after the intervention (exercise orientation and its implementation for one year). The complaints were bigger in 2010, and this number was reduced in 2011, which resulted in the conclusion that a program guidelines, to be performed by the employees, is able to generate a positive result, in relation to reduction of pain complaints or workers discomfort. Keywords: gymnastics, life quality and prevention. Introdução Atualmente, em nosso país, devido aos grandes avanços tecnológicos e à globalização da economia, aumentam cada vez mais ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 2 os riscos de lesões nos colaboradores nos ambientes de trabalho, principalmente em razão do capitalismo e da competitividade, que exigem alta produtividade com qualidade, menor custo e menor tempo, gerando aumento das exigências físicas e psicológicas sobre o trabalhador. Essa situação tem atingido muitas organizações, mas nem todas estão preocupadas em dar subsídios aos seus colaboradores, como programas de qualidade de vida. Tal ação, via de regra, possibilita melhor qualidade de vida aos funcionários e beneficia a ambos, trabalhador e empresa. Para os trabalhadores, o benefício relaciona-se ao bem-estar e à saúde, enquanto que a empresa teria ganho em relação a sua produtividade. A dor relacionada ao trabalho é descrita desde a Antiguidade (DEMBE, 1996), mas o registro clássico de vários ofícios e danos à saúde a eles relacionados está contido na publicação de Ramazzini em 1730 (RAMAZZINI, 1985). Estudos têm demonstrado que trabalhadores de diversos ramos estão expostos a condições de trabalho que propiciam a ocorrência e/ ou agravamento de quadros relacionados à LER/DORT (MAENO; SALERNO; ROSSI; FULLER, 2006), e que a prática de exercícios simples de compensação e relaxamento são ferramentas úteis para sua prevenção. Tais procedimentos estão embasados na norma NR17 (Ergonomia) das Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho (Lei n. 6.514, de 22/12/1977). A verificação de índices de qualidade de vida no trabalho pode revelar fatores que interferem diretamente na satisfação e motivação pessoal e coletiva, com reflexos na excelência da estrutura e do serviço. Um estudo sobre esses elementos permite conhecer como as pessoas se sentem em relação a vários aspectos (tanto internos como externos) da empresa e elaborar estratégias que promovam o aumento do envolvimento (PIZZOLI, 2005). A etiologia das LER/DORT é multifatorial, diferentemente de, por exemplo, uma intoxicação por metal pesado, cuja etiologia é claramente identificada e mensurável. Nesse caso, é importante analisar os vários fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente, que não são necessariamente as causas diretas da LER/DORT, mas podem gerar respostas que a produzem. Na maior parte das vezes, foram estabelecidos por meio de observações empíricas e depois confirmados com estudos epidemiológicos (KUORINKA; FORCIER, 1995). Porém, a prevenção por meio de exercícios de compensação e relaxamento, segundo os mesmos autores, pode ser positiva na população na qual é aplicada. A importância do tema e a necessidade de uma análise a respeito da LER/DORT foram os principais motivadores deste estudo, que abrange o comportamento preventivo a lesões osteomusculoligamentares. Metodologia O estudo foi realizado por meio de pesquisa de campo aplicada, que segundo Thomas e Nelson (2002), gera conhecimento dirigido à solução de problema específico. Quanto à abordagem, é qualiquantitativa, pois busca um vínculo entre os dados coletados e a objetividade do problema, com procedimentos que confirmam o resultado, conforme afirmam Santos, Rossi e Jardilino (1999). Esta pesquisa respeita a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, e seu projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da instituição Dom Bosco de Ensino Superior. Os dados foram coletados junto a colaboradores (funcionários e professores) do colégio e da faculdade Dom Bosco (campus Mercês e Marumby), mediante autorização de representante desta instituição. Apenas participaram desta pesquisa os colaboradores que: - foram contratados pela Instituição Dom Bosco de Ensino; - assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; - participaram da Semana Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho (SIPAT) em 2010 e 2011. Instrumento da pesquisa Foi utilizado o Formulário de Corllet, validado por Bishop e Corlett em 1976. O instrumento ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 13 Artigo 2 da pesquisa apresentou três categorias de questionamentos: a primeira, referente ao tipo de atividade exercida pelo trabalhador na instituição e informações pessoais; a segunda, a respeito do comportamento do colaborador em relação aos exercícios orientados na SIPAT; a terceira, à existência ou não de queixas de dores ou desconforto durante o trabalho. 4. Relação do número de pessoas que realizaram ou não os exercícios contidos nas filipetas distribuídas durante a SIPAT Análise e discussão de resultados 1. Relação da percepção sobre a importância de se implantar medidas de promoção à saúde no ambiente de trabalho Qtde. 2010 % Qtde. 2011 Qtde. 2010 % Qtde. 2011 % Sim 29 33%27 35% Não 59 67%50 65% Total 88 100%77 100% Fonte: Elaboração própria. 5. Relação do número de pessoas que sabem ou não o que é ginástica laboral % Sim 7889% 77100% Qtde. 2010 % Qtde. 2011 % Não 10 Sim 30 34% 77 100% 11%0 0% Total 88100% 77100% Não 5866% 00% Fonte: Elaboração própria. Total 88 100%77 100% Fonte: Elaboração própria. Gráfico 2010 2. Relação do número de pessoas que participaram da SIPAT do ano anterior 100% 90% 89% 80% Qtde. 2010 % Qtde. 2011 % 70% 60% Sim 43 49%45 58% 50% Não 45 51%32 42% 30% Total 88 100%77 100% 10% 20% 11% Promoção Participação Receberam Realizaram Ginástica à saúde SIPAT orientações os exercícios laboral não Gráfico 2011 120% 100% 100% 100% 80% Qtde. 2010 % Qtde. 2011 % 40% Não 4147% 2431% 20% Fonte: Elaboração própria. 14 0% 69% 58% 60% Sim 4753% 5369% Total 88100% 77100% 34% 33% sim 3. Relação do número de pessoas que receberam ou não a filipeta com orientações dos exercícios a serem realizados diariamente 66% 47% 40% 0% Fonte: Elaboração própria. 67% 51% 53% 49% 42% 31% 65% 35% 0% 0% Promoção Participação Receberam Realizaram Ginástica à saúde SIPAT orientações os exercícios laboral sim 2011 não 2011 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 2 Gráfico 99% 99% 120% 0 0% 10 37% Sentem-se bem quando realizam os exercícios 24 83% 9 33% Realizam por acreditar que farão bem à saúde 5 17% 7 26% Gostam de realizar e acreditam que farão bem à saúde 0 Total 29 100%27100% 0% 1 4% Fonte: Elaboração própria. 8. Relação de opiniões dos funcionários sobre empresa que adota a ginástica laboral 2010 % 2011 % 87 99% 76 99% Não têm opinião 1 1% 0 0% Joelhos18 19 Punhos14 13 Pés6 1 Cotovelos1 1 Cabeça6 3 Tornozelos0 1 Mãos1 3 Pernas4 2 Peitoral maior 0 2 Braços7 0 Total de queixas 62 72 Fonte: Elaboração própria. Gráfico 18% 16% 12% 10% 8% 6% Quantidade 2010 1% Mãos Tornozelos Cabeça 0% 1% 1% 1% Cotovelos Pés Punhos 88 100%77100% 0% Joelhos Total 2% Ombros 0 0% 11% 1% 4% Não é uma boa empresa Fonte: Elaboração própria. 33% 19 14% Boa empresa para se trabalhar Não é uma boa 0% empresa 1% 0% Ombros13 20% n° de queixas de dores em 2011 3% Gostam de realizar os exercícios 6% 2011 % n° de queixas de dores em 2010 14% 13% % 18% 19% 2010 9. Relação das queixas de dores na região anterior 19% Quantidade 2011 Quantidade 2010 13% 7. Relação das justificativas dos colaboradores que responderam “sim” à questão anterior Não têm vontade de realizar os exercícios Não têm tempo Esquecem Fonte: Elaboração própria. 7% 59 100%50 100% Quantidade 2011 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 0% Total Braços 2% Não têm opnião 1% 0% 1 2% 3% 0% 1 0% Peitoral maior Sentem vergonha de realizar os exercícios Boa empresa para se trabalhar 10% 4% 5 2% 0% Pernas 0 20% 6% 3% Não têm vontade de realizar os exercícios 37% 52% Sentem-se bem quando realizam os exercícios 40% 26 Gostam de realizar 0% os exercícios 23 10% Não têm tempo 3% 2% 60% Sentem vergonha de realizar os exercícios 35 59% 1530% 80% 52% Esquecem 38% 2011 % 38% % 59% 2010 30% 83% 100% Realizam por 17% acreditarem 26% que fará bem Gostam de realizar e 0% acreditam que fará bem 4% 6. Relação das justificativas dos colaboradores que responderam “não” à questão anterior 15 Artigo 2 10. Relação das queixas de dores na região posterior n° de queixa de dores em 2010 n° de queixas de dores em 2011 Coluna lombar 37 36 Trapézio40 14 Coluna cervical 20 8 Toda a região da coluna 2 0 Fossas poplíteas 6 0 Cotovelos1 0 Coluna sacral 0 1 Coluna torácica 0 3 Região posterior da coxa 0 1 Nádegas0 1 Panturrilhas0 1 Total de queixas 65 106 Fonte: Elaboração própria. 40% 35% 37% 36% 45% 40% Gráfico 20% 30% 25% Quantidade 2010 Panturrilhas 0% 1% Nádegas 0% 1% Posterior da coxa 0% 1% Coluna toráxica 0%3% 0% Coluna sacral 1% 0% Cotovelos 1% 0% Coluna cervical Trapézio 0% Coluna lombar 5% Toda a região da coluna 2% 0% 10% Fossas poplíteas 8% 15% 6% 14% 20% Quantidade 2011 Discussão Segundo Santos e Vajda (2007) e em concordância com os resultados desta pesquisa, a promoção de saúde no local de trabalho está relacionada a boas empresas. Para os autores citados, a preocupação da empresa com a saúde do funcionário é não somente uma obrigação ética, como também econômica. 16 As empresas devem, portanto, promover a prática de atividades físicas, pausas periódicas e programa de orientação de exercícios a serem realizados no ambiente de trabalho, adequação do ambiente de trabalho às características físicas dos funcionários, melhor alimentação e campanhas de conscientização. Os mesmos autores dizem que muitas empresas ainda não dão a devida importância à LER (lesão por esforço repetitivo), doença comum atualmente, e que a quantidade de empresas com local de trabalho adequado caiu em relação às que disponibilizam paradas periódicas no trabalho. Isso indica desinformação das empresas, que consideram os intervalos suficientes para a prevenção. “O local de trabalho deve ser adequado para as características físicas do funcionário a fim de evitar a LER” (SANTOS e VAJDA, 2007, p. 79). Mezzomo, Contreira e Corazza (2010) afirmam que para diminuir as queixas álgicas e melhorar o relacionamento interpessoal é necessária a prática de exercícios no ambiente de trabalho; a opinião dos trabalhadores apontou para o mesmo indicador. Ambos os estudos concordam quanto à importância de realizar ações preventivas nas empresas, por meio de atividades físicas, a fim de minimizar os quadros potencializadores de doenças que afetam a saúde funcional dos trabalhadores. Mezzomo, Contreira e Corazza (2010) dizem ainda que programas de exercícios são benéficos para a melhora dos aspectos físicos, prevenção de doenças ocupacionais, evolução das condições de saúde, bem como contribuem para o progresso no relacionamento interpessoal dos trabalhadores e reforçam a importância da prática de atividades físicas para melhor qualidade de vida. Os resultados apresentados neste trabalho encontram respaldo em pesquisa realizada por Candotti, Stroschein e Noll (2011), que avaliaram os efeitos do programa de orientação de exercícios no ambiente de trabalho, diminuindo as dores e melhorando os hábitos posturais no trabalho. O programa consiste numa técnica que, se aplicada no ambiente de trabalho, pode levar à diminuição de afastamentos decorrentes de lesões por esforço repetitivo, doenças osteomusculares, acidentes de trabalho e aumento da produtividade. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 2 Os autores colocam ainda que a orientação de exercícios é eficaz na diminuição da intensidade e frequência da dor e na correção dos hábitos posturais durante o trabalho, melhorando a postura, além de ser uma ferramenta que produz efeitos positivos ao trabalhador durante o longo período de trabalho. Em relação à importância que as empresas dão à prevenção de acidentes de trabalho, o presente estudo encontra concordância em Oliveira (2007), que relata serem poucas as empresas e instituições preocupadas em oferecer aos colaboradores condições ideais, se interessando pela melhora da qualidade de vida dos mesmos. É observado nos estudos de Oliveira (2007) que a melhor forma de prevenir doenças ocupacionais como LER/ DORT é o programa de orientação de exercícios a serem realizados no ambiente de trabalho, promovendo aumento de produtividade, diminuição de gastos com assistência médica e aumento do retorno financeiro para as empresas. Para o autor, o exercício físico é eficaz para prevenir doenças relacionadas ao trabalho, reduzir queixas de dores, melhorar a qualidade de vida do funcionário e prevenir lesões severas no futuro. Nesse sentido, Moreira, Cirelli e Santos (2005) enfatizam a importância do programa de orientação de exercícios a serem realizados no ambiente de trabalho para a redução de algias, e observam que nas empresas que oferecem tais atividades aos funcionários há redução nas queixas de dores e aumento de produtividade. Os mesmos autores relatam ainda que estudos realizados em empresas comprovam que os exercícios durante o período de trabalho são capazes de reduzir os desconfortos, tal qual os achados deste estudo. Segundo Sampaio e Oliveira (2008), o programa de orientação de exercícios a serem realizados no ambiente de trabalho proporciona benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Para os autores, ele tem apresentado ainda resultados mais rápidos e diretos, como a melhora do relacionamento interpessoal e o alívio das dores corporais. Os mesmos autores dizem que, nesse sentido, a implantação de um programa de orientação de exercícios para serem realizados no ambiente de trabalho busca despertar nos trabalhadores a necessidade de mudanças do estilo de vida e não apenas de alteração nos momentos de ginástica orientada dentro da empresa. “Do ponto de vista empresarial, desenvolver ações de promoção da saúde e da qualidade de vida para os trabalhadores representa um investimento com retorno garantido a médio e longo prazo” (SAMPAIO E OLIVEIRA, 2008, p. 71). Ainda para os autores, trabalhadores bem informados e conscientes de que seu comportamento pode determinar maior ou menor risco de adoecer (ou mesmo de ficar incapacitado ou morrer precocemente) são certamente mais saudáveis, produtivos e felizes. CONCLUSÃO Por meio deste trabalho foi possível concluir que a execução de exercícios orientados durante a jornada de trabalho pode promover melhores condições físicas aos trabalhadores de instituições de ensino. Tal percepção foi possibilitada pela observação do perfil dos trabalhadores da instituição pesquisada. Quanto ao gênero dos trabalhadores, verificou-se que existem mais mulheres do que de homens, numa proporção de 56%. Em relação à faixa etária, havia mais pessoas entre 31 a 40 anos. Quanto à incidência de queixas em relação ao local de trabalho, apurou-se que era maior em colaboradores da faculdade do que o colégio; já em relação ao período em que os funcionários as referiram, observou-se que as queixas ocorreram mais em 2010 do que em 2011. Em relação à condição física, ela se mostrou melhor em 2011. Quanto ao número de pessoas que realizaram os exercícios contidos nas filipetas, no ano de 2010 foi superior ao de 2011. Já o número de pessoas que sabem exatamente o que é ginástica laboral cresceu em relação ao ano de 2010. Outra percepção possível neste trabalho foi a de que pode ser ferramenta útil para embasar futuras pesquisas que visem melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, já que de maneira geral as características de trabalho atuais impõem aos funcionários o aumento do esforço muscular estático, que associado às ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 17 Artigo 2 questões estressantes da vida moderna podem acarretar problemas osteomusculares. A partir da prática de exercícios laborais, e conscientes de seus benefícios, os trabalhadores podem ser estimulados a aderir à prática de atividade física fora do ambiente de trabalho, fazendo dos exercícios físicos parte do dia a dia. Como sugestão para trabalho futuro, indica-se a realização de novos estudos, que possam envolver a implantação piloto de um programa de exercícios, no formato de cinesioterapia laboral, para verificar seus impactos em relação às queixas dos trabalhadores. Nossa futura condição de saúde depende de nossos atuais hábitos de vida, e qualquer esforço para melhorá-los deve ser realizado para a busca de uma sociedade mais saudável. REFERÊNCIAS 1. ANDRADE, A. L. LER: Uma visão da doença. Revista Fenacon, São Paulo, ano V, n. 54, jun. 2000. 2. ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem personalizada. São Paulo: Editora Manole, 2001. 3. ALVAREZ, B. R. Estilo de vida e hábitos de lazer de trabalhadores, após dois anos de aplicação de um programa de ginástica laboral e saúde. Florianópolis: UFSC, 2002. 4. BARBANTI, V. J. A. Dicionário de educação física e esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2003. 5. BARBOZA, R. J.; SILVA, D. A. 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A importância da ginástica laboral na diminuição das algias e melhora da qualidade ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 2 de vida do trabalhador. Fisioterapia Brasil, v. 3, set./out. 2005. 20. MURREL, K. F. H. Apostila de Ergonomia. São Paulo: Edgard Blücher, 1949. 21. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2001. 22. OLIVEIRA, J. R. G. A prática da ginástica laboral. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. 23. OLIVEIRA, J. R. G. A importância da ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais. Rev. Educação Física, dez. 2007. 24. PINTO, A. C. C. S.; SOUZA, R. C. P. A ginástica laboral como ferramenta para a melhoria da qualidade de vida no setor de cozinha em restaurantes. Disponível em: <http://www.ergonet.com.br/download/ ginastica-cozinhas.pdf> Acesso em: 26 nov. 2011. para elaboração de trabalhos acadêmicos. 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Graduanda da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 4. Graduando da Faculdade Dom Bosco Contato: [email protected] 5. Professor-mestre Cássio Preis Contato: [email protected] RESUMO Introdução: Os músculos respiratórios (diafragma) realizam o trabalho muscular inspiratório. O basquetebol propicia o desenvolvimento da potência aeróbia, fundamental para os jogadores. Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento respiratório e a quantidade máxima de oxigênio, além de mensurar e detectar a força muscular. Metodologia: Pesquisa quantitativa, intervencional, experimental e controlada com atletas de 18 a 32 anos da UFPR de Curitiba-PR. O estudo foi feito por meio do medidor de pressão negativa, e os valores foram utilizados para o treino da resistência muscular por meio de incentivador em percentual de 20% e 30%, mais o teste de Cooper por 12 minutos. Ao final, os atletas foram reavaliados por meio do medidor de pressão e pelo teste de Cooper. O grupo controle foi submetido a mensurações semanais da pressão inspiratória máxima e ao teste de distância de Cooper; o grupo experimental, além dos procedimentos 20 descritos, foi submetido ao programa de fortalecimento diafragmático. Resultado: Na comparação entre as variáveis do avaliador pressórico, os resultados dos grupos na avaliação inicial e final foram, respectivamente, (M+DP) 92,85714 e 23,77974; 111,25 e 33,46106479; 99,16667 e 20,1039; 108,75 e 31,81980515. Na análise da variável do incentivador pressórico do grupo experimental nas duas primeiras semanas de intervenção, os resultados não mostram diferença significativa (p = 0,59), já nas duas semanas seguintes, os resultados mostram diferenças significantes (p = 0,009). Conclusão: O resultado demonstra equivalência no nível da pressão inspiratória máxima entre os grupos analisados, quando avaliados no período pré e pós-fortalecimento muscular por meio do treinamento inspiratório progressivo. Palavras- chave: treinamento, diafragma, inspiratório, atletas. ABSTRACT Background: The respiratory muscles (diaphragm) held inspiratory muscle work. Basketball promotes the development of aerobic power, essential for the players. Objective: To evaluate the effects of respiratory training and the maximum amount of oxygen, and to measure and detect muscle strength. Methods: Quantitative research, interventional, controlled trial and with athletes 18-32 years of UFPR of Curitiba-PR. The study was done by measuring the negative pressure values which were used for training the endurance by a promoter in a percentage of 20% and 30%, adding the test by Cooper time of ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 3 12 minutes. At the end, the athletes were reassessed by means of pressure gauge and the Cooper Test The control group underwent weekly measurements of maximal inspiratory pressure and test away from Cooper and the experimental group than those described, the diaphragm strengthening program. Results: Comparing the results of the variable evaluator pressure between groups at baseline and final were: (M + SD) 92.85714 and 23.77974, 111.25 and 33.46106479, 99.16667 and 20.1039; 108 75 and 31.81980515. In the analysis of variable motivational pressure in the experimental group the first two weeks of intervention, the results show no significant difference (p = 0.59) while for the next two weeks, the results show significant (p = 0.009). Conclusion: The result shows a statistical equivalence in the levels of maximal inspiratory pressure between groups analyzed, when evaluated in the pre and post muscle strengthening through progressive respiratory training. Keywords: training, diaphragm, inspiratory, athletes. Introdução O sistema respiratório é definido como um conjunto de vias aéreas superiores e inferiores que se ligam aos pulmões, interagem com o coração e o sistema circulatório num processo homeostásico de trocas gasosas na promoção de oxigênio ao organismo (COSTA, 2004). O diafragma é um dos principais músculos usados na inspiração e produz cerca de dois terços da capacidade inspiratória máxima. Representa pelo menos 70% da atividade respiratória de um indivíduo, atua de forma ininterrupta e permanece ativo com os músculos intercostais tanto durante a respiração calma quanto durante os exercícios. O treinamento muscular respiratório habilita os músculos a realizarem com maior facilidade a função destinada a cada um deles – reexpansão pulmonar, aumento da permeabilidade das vias aéreas ou fortalecimento dos músculos respiratórios. O treinamento com o incentivador pressórico visou proporcionar o aumento da força e a performance por meio do treino resistido programado, além de melhorar as condições do trabalho respiratório, minimizando possíveis fadigas. Metodologia A presente pesquisa contemplou as áreas de fisioterapia respiratória e esportiva e foi efetutada na UFPR (Universidade Federal do Paraná), campus Politécnico, situado na BR-277, Curitiba, Estado do Paraná. Os dados foram coletados de atletas da equipe adulto universitária de basquete amador, composta por 16 jogadores do gênero masculino com idade entre 18-32 anos. A pesquisa obteve aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Dom Bosco e recebeu o certificado de aprovação com o protocolo número CAAE – 0044.0.301.000-11 em 27 de junho de 2011. Para as intervenções do programa de fortalecimento diafragmático dos atletas, a autorização consentida para a pesquisa foi manifesta em carta subscrita pelo chefe de Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná e pelo técnico responsável pelo treinamento da equipe de basquetebol. Os participantes foram submetidos à avaliação inicial, que consistiu na coleta em forma de dados da PIMÁX – avaliação da força muscular diafragmática e musculatura inspiratória – em protocolo inicial, por meio da manovacuometria. Para realização do procedimento, os atletas foram avaliados, os dados das pressões inspiratórias diagramados e usados como base para o posterior treino muscular de resistência inspiratória. Foram realizados dois encontros semanais durante quatro semanas, sendo o primeiro escolhido para avaliação da PIMÁX, em que os atletas obtiveram feedback por meio do diagrama da evolução de seus esforços inspiratórios. Adicionalmente a essa metodologia, os atletas foram avaliados por meio do teste de Cooper, que consistiu em corrida, sem interrupção, durante 12 minutos, num ritmo constante suportável máximo, com registro da distância total percorrida ao redor da quadra de basquete, com área de 28 x 15 metros. Ao final ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 21 Artigo 3 da corrida, a distância percorrida foi medida, e realizado cálculo proposto pelo idealizador do teste com a finalidade de mensurar o VO2 indireto. O teste foi realizado no primeiro encontro e refeito ao final do programa de fortalecimento, ou seja, na 4ª semana de intervenção. Para isso, preencheram-se fichas de avaliação individual com dados pessoais, anamnese, valor de frequência cardíaca, distância percorrida em metros, dentre outros. Após realização da avaliação pressórica, os participantes foram submetidos ao treinamento de força muscular por meio do incentivador pressórico, e realizaram inspirações no bocal com o percentual pré-estabelecido pelo avaliador pressórico. A PIMÁX foi revisada semanalmente e ajustada conforme a evolução, estagnação ou regressão do desempenho inspiratório do atleta. Após o último treinamento e término da pesquisa, no tempo de quatro semanas, os atletas foram reavaliados pela manovacuometria e pelo teste de Cooper, quando a análise dos resultados foi avaliada de forma comparativa e estatística. As etapas das avaliações foram organizadas de acordo com o fluxograma a seguir. Seleção de voluntários Avaliação Cooper Avaliação pressórica Grupo experimental Reavaliação pressórica semanal Grupo controle Treinamento com incentivador respiratório com 20% de carga Treinamento com incentivador respiratório com 30% de carga Reavaliação Cooper Reavaliação pressórica Fonte: Elaboração própria. Avaliação dos dados Os dados da pesquisa foram coletados de voluntários divididos em dois grupos, controle 22 e experimental. As variáveis relativas à idade, altura, ao peso, IMC, aos treinamentos por semana, a horas de treino, horas de sono e ao cansaço durante o teste foram descritas por meio da média e desvio-padrão (M+DP) e comparadas entre os dois grupos por meio do teste t para amostras independentes. As variáveis referentes ao teste de Cooper, VO2 máximo e à frequência cardíaca (FC) antes do 1º e do 2º teste de Cooper e da avaliação pressórica foram avaliadas quanto ao padrão de normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk e do teste de Anova na comparação entre grupos aos tempos inicias e finais. A variável do incentivador pressórico a 20% e a 30% foi avaliada somente com o grupo experimental, durante o tempo pré e pós-treinamento no período de um mês no Centro Politécnico da UFPR, mediante aplicação do teste t para amostras pareadas. Todos os testes estatísticos foram realizados com nível de significância de 0,05. Resultados Foram avaliados 16 atletas jogadores de basquete amador, oito em cada grupo. Um sujeito do grupo experimental precisou ser desligado da pesquisa na metade do período intervencional, pois contraiu o vírus da caxumba. Seus dados não constam na avaliação. Foram selecionados atletas voluntários que participavam do treino por no mínimo duas vezes na semana. O grupo experimental participou do programa de mensuração semanal da pressão inspiratória máxima por meio do avaliador pressórico seguido de fortalecimento muscular inspiratório por meio do incentivador pressórico com carga estabelecida pela manovacuometria em percentuais de 20% nas duas primeiras semanas e 30% nas duas semanas seguintes, bem como realizou o teste de Cooper. Os critérios estabelecidos para o grupo controle foram somente a avaliação das mensurações inspiratórias máximas e o teste de Cooper. A coleta de dados teve início em setembro/2011. A tabela 1 mostra os dados antropométricos de cada grupo analisado. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 3 Grupo Controle (média) DP Experimental (média) DP Idade 24 623 3 Altura (m) 1,82 0,07 1,86 0,08 Peso (kg) 83 16 83 11 IMC (kg/m2) 25,1 6 24 1,7 Fonte: Dados da pesquisa com estatísticas descritivas (média e desvio-padrão – DP) das variáveis quantitativas relativas à idade, altura, ao peso e IMC dos grupos controle e experimental. A tabela 1 mostra discreta diferença de idade entre os dois grupos, sendo a média do grupo experimental maior em relação ao grupo controle. Em relação a essa e outras variáveis, os dados entre grupos se mostram homogêneos (p > 0,05). Em relação às variáveis treinamentos por semana, horas totais de treino e horas de sono semanal entre os grupos, os dados foram considerados homogêneos (p > 0,05), expressos na tabela 2. Tabela 2 – Treinamentos, horas totais de treinamento semanal e hora de sono dos grupos controle e experimental Grupo Controle Experimental MédiaDP Média DP Treinamentos por semana (dias) 4,8 3,6 5,9 2,8 Horas totais de treino semanal 9,6 9,9 4,4 Hora de sono semanal 10,7 7,0 1,17,4 0,9 Fonte: Dados da pesquisa com estatísticas descritivas (média e desvio-padrão – DP) das variáveis quantitativas relativas aos treinamentos, horas totais de treino semanais e hora de sono dos grupos controle e experimental. A tabela 3 dos itens distância, VO2 máximo e frequência cardíaca demonstra não haver diferença nas médias dos grupos analisados, pois a coleta dos dados seguida do programa intervencional de fortalecimento progressivo no período de quatro semanas não foi suficiente para efetividade crônica da terapia. Tabela 3 – Distância, VO2 máximo, frequência cardíaca do primeiro teste de Cooper e frequência cardíaca do teste de Cooper final dos grupos controle e experimental Parâmetro Avaliação Controle (média) DP Experimental (média) DP Distância (m) Inicial 2202,6 2237,9 276,72463,8 199,9 38,2 6,3 Final VO2máx (mLO2/kg/min) Inicial 325,6 2372,5 7,8 284,8 41,5 Final 38,8 6,743,6 4,4 FC do primeiro Cooper (bpm) Inicial 82,6 Final 116,7 18,097,4 16,7 FC do Cooper final (bpm) Inicial 77,7 12,3 Final 107,7 16,696,0 10,0 10,8 82,6 10,9 72,8 12,7 Fonte: Dados da pesquisa com estatísticas descritivas (média e desvio-padrão – DP) das variáveis quantitativas teste de Cooper, VO2 máximo, frequência cardíaca do primeiro teste de Cooper e frequência cardíaca do teste de Cooper final dos grupos controle e experimental entre o período inicial e final. O gráfico 1 mostra a comparação da variável relativa aos valores das pressões obtidas pela avaliação pressórica no período pré e pós-fortalecimento. Os resultados mostram não haver diferença significativa entre os grupos (p > 0,05). Gráfico 1 – Aferição da PIMÁX pela avaliação pressórica durante quatro semanas de treinamento 45 40 Incentivador pressórico 20% p = 0,59 Incentivador pressórico 30% p = 0,009 35 30 cm H2O Tabela 1 – Idade, altura, peso e IMC dos grupos controle e experimental 25 20 15 10 5 0 1a semana 2a semana 3a semana 4a semana Fonte: Dados da pesquisa na comparação dos valores obtidos pela avaliação pressórica entre os grupos analisados no período pré e pós-fortalecimento diafragmático nas quatro semanas treinamento. O gráfico 2 compara a variável relativa aos valores obtidos pelo incentivador pressórico no período pré e pós-fortalecimento de quatro semanas. Os resultados mostram não haver diferença significativa nas duas primeiras semanas (p = 0,59), mas se mostram significantes nas duas semanas seguintes (p = 0,009). ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 23 Artigo 3 Gráfico 2 – Comparação dos valores obtidos pelo incentivador pressórico no período de quatro semanas de fortalecimento do grupo experimental 160 140 120 cm H2O 1100 80 60 15 40 20 0 Controle Experimental Período pré-fortalecimento Controle Experimental Período pós-fortalecimento Fonte: Dados da pesquisa na comparação dos valores obtidos pelo incentivador pressórico no grupo experimental no período de quatro semanas de fortalecimento muscular inspiratório. Discussão Weiner et al. (1997, 2002 e 2008), Holm, Sattler e Fregosi (2004), Laoutaris et al. (2004), Beckerman et al. (2005), Kunikoshita et al. (2006), Irwin e Tecklin (1994), Cader et al. (2006), Martinez et al. (2001) e Rajendran et al. (1998) mostram em estudos que o aumento da força e da resistência muscular inspiratória pode aumentar os níveis de pressões inspiratórias máximas (PIMÁX). Complementando esses estudos, Neder (1999), Mador, Kufel e Pineda (2000) e Souza (2002) afirmam que esses níveis pressóricos podem ser utilizados para quantificar a força dos músculos respiratórios em indivíduos saudáveis e em pacientes com diferentes distúrbios, assim como para avaliar a resposta do treinamento muscular respiratório. Ao encontro do trabalho dos autores supracitados, o presente estudo pode demonstrar correspondência nos níveis da PIMÁX dos participantes desta pesquisa. Por meio do programa de mensuração semanal das pressões inspiratórias, seguido de programa de fortalecimento progressivo pressórico com incentivador, o nível das pressões inspiratórias máximas se mostrou estatisticamente equivalente (média entre os grupos controle e experimental inicial e final em cm H2O, respectivamente: 92,85 e 111,25 e 99,16 e 108,75). Infere-se que tal equivalência se atribui tanto à utilização dos músculos acessórios 24 como à adequação dos procedimentos da correta postura ao sentar-se e do uso constante e correto da pinça nasal. Além disso, as contrações efetivas e perceptíveis do músculo diafragma no período inicial do programa de fortalecimento muscular coadjuvaram, causando intercorrências nos resultados. Possivelmente, os atletas não possuíam experiência suficiente para desenvolver a técnica correta. Sheel (2002) afirma que a atribuição da força muscular se dá pelo aumento da percepção da respiração, pelo limiar de fadiga e pela eficiência ventilatória. Lima (2008) acrescenta que a ação mecânica aumentada dos músculos inspiratórios é capaz de proporcionar maior habilidade toracoabdominal, efetivando a ação mecânica muscular. Dentre os benefícios constatados no treinamento diafragmático por Muniz (1993) estão a melhora da força e da resistência muscular. Além desses benefícios, o treinamento diafragmático não gera custos, pois dispensa equipamentos específicos e objetiva a contração muscular de forma voluntária, além da ventilação eficiente nas bases pulmonares, o que leva ao aumento do volume corrente e à diminuição da frequência respiratória. Fatos relevantes contados por alguns atletas do grupo experimental deste estudo corroboram com os achados dos referidos autores, como melhora do sono, da dispneia e da percepção diafragmática. Suspeita-se que tais fatos estão relacionados à melhora significativa da força do músculo diafragma, principal músculo inspirador, na qualidade promovida da troca gasosa, relacionando o distúrbio do sono com a diminuição da saturação de oxigênio. Com relação às alterações do padrão respiratório, Souchard (2004) afirma que podem ser decorrentes do encurtamento excessivo da musculatura inspiratória, e as principais causas podem ser agressões neuropisíquicas (estresse), postura inadequada, patologias respiratórias e fraqueza muscular. Pereira (2010) acrescenta que a dor pode levar um indivíduo a apresentar um padrão de movimento toracoabdominal, levando a alterações na distribuição regional da ventilação, e sugere exercícios fisioterapêuticos ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 3 respiratórios com a finalidade de diminuir riscos e minimizar os esforços respiratórios. Estudos de Ross, Dean e Abboud (1992) envolvem programas como o simples posicionamento corporal e a compreensão fisiológica dos efeitos da posição para a obtenção dos efeitos significativos na mecânica diafragmática, otimizando estratégias e recursos terapêuticos e favorecendo a ventilação regional. O treinamento muscular respiratório por meio de programa de carga progressiva estabelecida neste trabalho visou aumentar a força e a endurance muscular, melhorando as condições de trabalho, habilitando os músculos ao desempenho inspiratório e retardando o surgimento da fadiga muscular. Na realização do treinamento muscular inspiratório, há controvérsias na literatura em relação à magnitude da carga. Enrigjt et al. (2006) observaram que em sujeitos saudáveis submetidos ao treinamento muscular inspiratório com carga de 80% da PIMÁX durante oito semanas houve aumento significativo da PIMÁX, bem como da espessura do diafragma e da capacidade de exercício, quando comparados com o grupo controle não treinado. Na comparação do treinamento muscular inspiratório com sujeitos patológicos, Shephard (1993) mostrou aumento evidente da PIMÁX em crianças asmáticas submetidas à carga de 40%, e Ramirez-Sarmiento et al. (2002) em pacientes adultos obstrutivos crônicos usando percentuais de 60 a 70% durante seis meses de treinamento. O aumento das pressões inspiratórias foi relatado, bem como diminuição da dispneia, aumento da capacidade de caminhada e melhora da qualidade de vida dos sujeitos. Os autores concluem, juntamente a Parreira et al. (2007), Rocha et al. (2010), Martin et al. (1987) e Van Houtte, Vanlandewijck e Gosselink (2006), que as mensurações são mais bem influenciadas pela compreensão das manobras a serem executadas e pela vontade do indivíduo em cooperar e realizar movimentos e esforços respiratórios realmente máximos, do que quando cargas pré-estabelecidas em um programa de treinamento inspiratório são impostas. De acordo com o objetivo do treinamento, a prescrição da intensidade da força pode ser realizada por meio de percentuais relativos ao valor do teste de 1RM (uma repetição máxima), o qual determina a maior carga que pode ser sustentada por uma repetição em exercícios contra resistência (BRETANO et al. 2008). No preparo corporal para a prática esportiva, o treinamento resistido é capaz de aumentar o desempenho para a prática do esporte e das atividades que exijam força, potência, controle e resistência, prevenindo lesões, melhorando o desempenho funcional, seja para atletas de alto nível ou praticantes de atividade física em geral. De acordo com Nosaka et al. (2004), Lastayo et al. (1999), Higbie et al. (1996), Gleason et al. (2003) e Stupka et al. (2001), os programas e a escolha dos exercícios são baseados no tipo de atividade que cada um desenvolve e na especificidade da tarefa realizada, podendo variar desde o número de séries, carga, repetições e velocidade até o tempo de descanso entre as mesmas. Para o treinamento inspiratório desta pesquisa, foi escolhido o programa de seleção de carga dos autores Gomes e Araújo Filho (1992), por se amoldar melhor ao objetivo proposto da performance muscular por meio da escolha da seleção de carga, ao contrário de um protocolo de percepção de esforço, como a escala de Borg em estudo de Ciolac e Guimarães (2004), a qual avalia e monitora intensidades em programas de exercício subjetivamente, e as percepções experimentadas durante a atividade ou o treinamento serão sempre baseadas nas sensações do sujeito que as pratica. De acordo com os resultados estatísticos do presente estudo, o protocolo de treinamento muscular inspiratório com o incentivador pressórico não proporcionou aumento significativo (p = 0,59) nas duas primeiras semanas no emprego de 20% da PIMÁX, sendo equivalente a estudos de Souza et al. (2008), o qual avaliaram de forma aguda cargas de treinamento com o mesmo incentivador. A título de definição, Rey (1999) descreve o efeito agudo como resposta intensa e de curta duração, podendo ser produzida por uma ação ou um tratamento preventivo. Essa definição é pertinente e comprobatória para o referido estudo, pois em duas semanas de treinamento ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 25 Artigo 3 26 com carga pré-estabelecida das pressões inspiratórias em 20%, houve agudização do programa de treinamento de curta duração. Acredita-se que o resultado também possa estar associado ao período de adequação dos procedimentos, à aprendizagem e prática da técnica, mas na extensão do período intervencional ao protocolo de treinamento muscular inspiratório do estudo retro os resultados se mostraram significantes (p = 0,009) nas duas semanas seguintes a 30% da PIMÁX, indo a favor das sugestões de Souza et al. (2008), segundo os quais a extensão ao programa de treinamento com frequência maior de tempo e a intervenção terapêutica demonstraram resultados crônicos, cíclicos, efetivos e positivos. Em relação a essa resposta, Moura, Peripolle e Zinn (2003) e Lagally e Amorose (2007) justificam que à medida que o custo metabólico do trabalho mecânico é aumentado, uma maior percepção do esforço e precisão do movimento podem ser atingidos. Ohyama et al. (2003) complementam que no desenvolvimento do treinamento repetitivo, a transformação de um movimento descoordenado em movimento harmonioso gera a mecanização ou memória motora, a qual dispensará programação prévia ou intenso raciocínio, pois o mesmo já foi gerado, a princípio, pelo treinamento repetitivo. Noble e Robertson (1996) e Gearhart et al. (2001) complementam que quando um músculo é solicitado a superar altas cargas, maior desenvolvimento de tensão é necessário pelas fibras musculares ativas, requerendo aumento do recrutamento das unidades motoras e da frequência de disparo dos impulsos nervosos, levando ao aumento da ativação e da tensão muscular pelos órgãos tendinosos de Golgi (OTG’s). que o aparelho possui incoveniente faixa de aplicação de pressão limitada a 40 cm H20, limitando o emprego de pressões inspiratórias maiores. A favor do trabalho dos autores, o presente estudo necessitou remanejar o emprego das cargas impostas com o objetivo de ganho de resistência muscular inspiratória, estipulando-se as mesmas em 20 e 30% da PIMÁX, pois, ao se realizar a mensuração das pressões inspiratórias por meio da avaliação pressórica, os valores encontrados para o programa de fortalecimento muscular por meio do incentivador pressórico ultrapassariam o percentual fixado pelo aparelho. Na tentativa de ampliação das faixas de pressões limitadas do incentivador pressórico, Alves e Bruneto (2006) adaptaram em estudo um antigo modelo do Threshold® IMT com ao substituir o corpo do aparelho por um sistema de pesos, do tipo esferas de chumbo. Acionado manualmente pelo paciente, tal aparelho gerava pressões inspiratórias pelo sistema em conjunto a dispositivos de válvulas e conexões. Os resultados comprovaram a confiabilidade do equipamento, além da produção simples e pouco onerosa. O prejuízo na reprodutibilidade dos testes deveu-se ao fato de o modelo não estar disponível para venda, e de os modelos atuais não permitirem a fácil abertura do aparelho. A sugestão quanto à fabricação de um modelo que permita sua abertura ou de unidades com maior resistência inspiratória foi mencionada pelos autores, e se encontra pertinente ao estudo em questão para futuras pesquisas, pois na aplicação dos testes objetivando à performance e resistência inspiratória, as seleções de carga não necessitariam ser remanejadas tampouco reduzidas, já que o aparelho ofereceria, sem restrições, ampla variação dessas pressões. Na aplicação dos testes de resistência muscular inspiratória, o incentivador pressórico se mostrou simples, eficiente, não invasivo, de prática aplicação e amplamente utilizado, objetivando avaliar a resistência muscular respiratória por testes de cargas contínuas ou incrementais com um sistema de carga linear pressórica. Alves e Bruneto (2006), autores desse estudo, acrescentam concomitantemente com Clanton, Calverly e Celli (2002) e Souza et al. (2008) a limitação de seu uso afirmando Em relação à variável frequência cardíaca (FC), avaliada nos testes de Cooper inicial e final, não houve resultado significativo em ambos os grupos analisados (p = 0,12725 e p = 0,31104), contrariando tanto os estudos de Guimarães (2005) no treinamento aeróbio e de força muscular, quanto os de Kunikoshita (2006) no treinamento muscular respiratório (TMR) e físico (TF) crônico em portadores de DPOC por seis semanas, em que a frequência cardíaca em repouso e durante o exercício foram reduzidas ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 3 mediante treinamento aeróbio e de força. O teste de Cooper foi utilizado no presente estudo para avaliar o volume de oxigênio máximo por se tratar de teste simples e não oneroso, dispensando o uso de equipamentos específicos. Seu objetivo foi quantificar a maior quantidade cedida pelo sistema cardiovascular aos tecidos durante o trabalho físico intenso. Os atletas podiam definir, durante a realização do teste, a velocidade da corrida, e os pesquisadores, a velocidade que desejavam, intervindo por meio de gestos e ruídos e solicitando intensidades gradativas e piques explosivos quando os atletas se encontravam próximos ao final do tempo determinado para o teste. Cooper (1968), idealizador do teste, avaliou 115 indivíduos da força aérea americana com idade entre 17 a 54 anos e constatou grande correlação entre o consumo máximo de oxigênio estabelecido pelo seu teste e o respectivo VO2 máximo obtido em laboratório (r = 0,90); os valores variaram de 31 a 59 mL/ (kg/min). Já Grant e colaboradores (1995), na comparação de vários métodos de predição, incluíram o teste de Cooper, o teste de bicicleta submáximo (ergoespirometria) e o shuttle run de multiestágios progressivos e obtiveram maior correlação com a medida direta do VO2 máximo (r = 0,92) por meio do teste de Cooper. Mac Ardle e colaboradores (1986), em estudo, afirmam que sem a aplicação do teste de Cooper a avaliação dos atletas seria ruim, pois a correlação dos valores de VO2 máximo declinava de 0,90 para 0,59 mL O2/kg/min. Contrariando dados citados, a estatística do presente estudo comprova não haver diferença significativa (p = 0,07851), sendo os resultados considerados equivalentes em metros: (M+DP final dos grupos controle e experimental respectivamente: 2237,9 e 276,7; 2463,8 e 199,9). Acredita-se que o pequeno valor da amostra (n = 15) seja o fator principal para a pouca diferença entre os grupos, mesmo considerando a boa performance dos grupos experimental e controle quanto aos níveis de VO2 máximo, cujas respectivas médias no período inicial e final do cálculo, medidos em mL O2/kg/min, foram (41,5 e 43,6) e (38,2 e 38,8). Diante do fato, o presente estudo sugere a utilização de outros protocolos de predição, como o de Léger, citado em estudo de Kokubun e Daniel (1992). Nesse protocolo, são evidentes períodos de atividade de curta duração e alta intensidade intercalados com períodos de recuperação e equiparam-se à prática esportiva do basquete e ao analisador de gases para a determinação do VO2 máximo nos estudos de Lira et al. (2007), em que os sujeitos, conectados durante todo o tempo ao aparelho, realizam os testes escalonados com velocidades progressivas em esteira rolante, mensurando a concentração tempo a tempo do lactato sanguíneo pelo lóbulo da orelha por meio do lactímetro. Com relação ao uso padronizado de bocais e traqueias nas mensurações pressóricas inspiratórias, o presente estudo vai ao encontro dos autores Gibson (1995, p. 216) e Inoue et al. (2010) que relatam não haver influência do tipo do bocal utilizado tampouco do gênero dos analisados. Em contrapartida, autores como Koulouris et al. (1988) e Rubinstein et al. (1988) concluem que há influência nos valores e sugerem uso de bocais que ofereçam maior suporte à face, pois a falta de padronização metodológica em âmbitos nacionais e internacionais nas medidas das pressões inspiratórias e expiratórias máximas podem levar a resultados conflitantes nas pesquisas. Na avaliação dos efeitos do treinamento respiratório por meio do incentivador pressórico, a literatura (ENRIGHT et al., 2006; SHEPHARD, 1993; RAMIREZ-SARMIENTO et al., 2002; PARREIRA et al., 2007; ROCHA et al., 2010; MARTIN et al., 1987 e VAN HOUTTE, VANLANDEWIJCK E GOSSELINK, 2006) apresenta métodos e empregos de cargas pressóricas diferentes, seja por meio de treinamento muscular envolvendo sujeitos hígidos, seja em intervenções terapêuticas no tratamento de distúrbios respiratórios. Sendo assim, a limitação do presente estudo quanto à padronização da carga utilizada e o tempo de intervenção/tratamento oferecidos, levou a indicar um programa de fortalecimento muscular com sujeitos hígidos praticantes da modalidade de basquetebol, podendo com o mesmo mensurar a capacidade funcional dos músculos inspiratórios, descrever e detectar a força diafragmática por meio da ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 27 Artigo 3 avaliação pressórica e melhorar a performance muscular por meio do incentivador pressórico, determinar a relação do volume máximo de oxigênio indireto pela realização do teste de Cooper, além de demonstrar os benefícios e as contribuições dessa pesquisa para interessados no assunto e para a sociedade científica, e sugerir a necessidade de novos estudos explorando esses e outros aspectos. REFERÊNCIAS 1. ALVES, L. A.; BRUNETTO, A. F. Adaptação do Threshold® IMT para teste de resistência dos músculos inspiratórios. Rev. Bras. Fisioter, São Carlos, v. 10, n. 1 2006. 2. BECKERMAN, M.; MAGADLE, R.; WEINER, M.; WEINER, P. The effects of 1 year of specific inspiratory muscle training in patients with COPD. Chest, 128(5):3177-3182, 2005. 3. BRETANO, M. A.; CADORE, E. L.; SILVA, E. M.; SILVA, R. F.; KRUEL, L. F. M. 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O presente estudo teve como objetivo identificar os efeitos dos exercícios resistidos e multissensoriais em relação ao equilíbrio e à diminuição do risco de queda em idosos institucionalizados. A amostra do estudo foi composta por 12 sujeitos de ambos os gêneros (quatro homens e oito mulheres), com idade entre 60 e 90 anos, institucionalizados em uma casa de repouso particular na cidade de Curitiba. Estes foram randomizados em três grupos (multissensorial, resistido e controle), avaliados e reavaliados por meio das escalas de equilíbrio de BERG, TUG e sentar/levantar, e submetidos a um programa de exercícios resistidos e multissensoriais por dois meses, com dois atendimentos semanais de 40 minutos de duração. Houve um período de destreinamento de 30 dias, em que os idosos não realizaram qualquer atividade, sendo reavaliados depois desse tempo. Ocorreu melhora na avaliação dos dois grupos (multissensorial e resistido) na escala de Berg, no teste de TUG e de sentar/ levantar. Entretanto, a manutenção do equilíbrio e consequente diminuição do risco de quedas 32 foi melhor observado no grupo multissensorial, mesmo após o período de destreinamento de 30 dias. Pôde-se concluir com este trabalho que os exercícios multissensoriais causam efeitos duradouros em relação ao equilíbrio do idoso, sendo necessárias novas pesquisas com os exercícios aplicados neste estudo e com grupo maior de participantes, para confirmar os efeitos dos exercícios multissensoriais sobre o equilíbrio das pessoas de terceira idade. Palavras-chave: fisioterapia, envelhecimento, equilíbrio, atividade física, exercícios resistidos, exercícios multissensoriais. ABSTRACT The human being throughout life tends to trigger a series ofengine problems due to inactivity, old age or senescence. This study aimed to identify the effects of resistance exercises andmultisensory exercises in relation to balance and reduce the riskof falls in institutionalized elderly. The study sample consisted of12 subjects of both sexes (4 males and 8 females) with agesranging from 60 to 90 years, institutionalized in a private nursing home in the city of Curitiba. These were randomized into threegroups (multisensory, weathered and control), assessed andreassessed by the Berg Balance Scale, TUG and sit / stand,subject to a program of resistance exercises and multisensorytwo months with two weekly visits to 40 minutes in duration. There was a time of 30 days of detraining, where the elderly did not perform any activity. Being re-evaluated after that time.Improvement occurred in both groups (multisensory and resisted)in the scales of Berg, TUG test and test ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 4 sit / stand. However,maintaining the balance and therefore reducing the risk of falls was observed in the multisensory best, even after the detrainingperiod of 30 days. The conclusion from this work that themultisensory exercises cause lasting effects as regards the balance of the elderly, further research is needed with the exercises used in this study with a larger group of participants to confirm the effects of exercise on the balance of multisensoryseniors. treino de força e os exercícios multissensoriais. Estes envolvem a manutenção da postura e são uma opção prática, simples, barata e de fácil implantação em escolas, praças, parques e postos de saúde. Isso faz desta atividade a resposta ideal para o aprendizado motor relacionado ao equilíbrio (COSTA et al. 2009). Keywords: physical therapy, aging, balance, physical activity, resistive exercise, multisensory, BBS, TUG and sit/stand. Segundo Rebelatto (2007), a sarcopenia, ou seja, diminuição da massa muscular, pode ser revertida com o treinamento de força, o que segundo Silva et al. (2008) tem correlação com o equilíbrio. Tais fatores justificam a presente pesquisa. Introdução Materiais e métodos O envelhecimento é um evento geneticamente programado, na sequência normal que vai do desenvolvimento à morte, e ocorre devido ao colapso gradativo das funções celulares. (PICKLES et al., 2000). No Brasil, grande proporção de idosos institucionalizados é dependente por problemas físicos ou mentais, mas a miséria e o abandono são os principais motivos da institucionalização. O indivíduo institucionalizado sofre com a falta de um programa de exercícios para manutenção de seu equilíbrio e força, o que aumenta seu medo de cair (CARVALHO et al., 2001). A atividade física tem sido comprovada como fator de melhora da saúde global do idoso, sendo importante medida de prevenção das quedas, oferecendo aos idosos maior segurança na realização das atividades de vida diária (GUIMARÃES et al., 2004). Carvalho et al.(2001) relatam que para uma boa condição estática do equilíbrio e da força de reação é necessário que os músculos estejam treinados, com isso evitamse fraquezas favoráveis à queda. A atividade física é capaz de beneficiar pessoas de todos os grupos etários, mas é especialmente importante para a saúde de pessoas da terceira idade. De acordo com Costa et al.(2009), o treinamento dos mecanismos de equilíbrio aumenta a autoconfiança das pessoas mais idosas, melhora suas capacidades funcionais e sua mobilidade e é um recurso utilizado para a manutenção da aptidão física relacionada ao equilíbrio; dentre os mecanismos estão o A pesquisa foi realizada na casa de repouso Sant´ Felicy. Foram incluídos os moradores da instituição com faixa etária de 60 a 90 anos, com escore mínimo no Mini Exame do Estado Mental (MEEM), não limitantes para atividade exigida pelo estudo, com marcha independente (considerando dispositivos auxiliares, como bengalas) e sedentários. Foram excluídos idosos que apresentassem amputação, alterações neurológicas (AVE, lesão medular), deficiência visual limitante, traumas ortopédicos recentes, alteração cognitiva grave, hipertensão arterial não controlada e cadeirantes. Procedimentos Os procedimentos e a coleta de dados para pesquisa foram realizados na instituição. Os idosos foram avaliados utilizando-se as escalas Berg, sentar-levantar e timed up and go antes da aplicação do programa de exercícios, ao término do tratamento (8 semanas) e após 4 semanas sem atividade física. A escala de Berg (SILVA, et al., 2008), criada em 1992 por Katherine Berg, é constituída por 14 tarefas comuns que envolvem o equilíbrio estático e dinâmico, tais como alcançar, girar, transferir-se, permanecer em pé e se levantar. A realização das tarefas foi avaliada por meio de observação, e a pontuação varia de 0 a 4, totalizando o máximo de 56 pontos. Tais pontos foram subtraídos quando o tempo ou a distância não foram atingidos, o sujeito necessitou de supervisão para a execução ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 33 Artigo 4 da tarefa apoiou-se num suporte externo ou recebeu ajuda do examinador. O teste de sentar-levantar (TSL) (LIRA, ARAÚJO, 2000) avaliou a destreza nas ações de sentar e levantar do solo, independentemente, utilizando uma escala ordinal de 0 a 5. Para cada apoio utilizado nas ações, um ponto foi perdido e, no caso de desequilíbrio, mais meio ponto foi subtraído do escore máximo de 5. O melhor desempenho, em duas tentativas, representou o escore final para cada ação. O TSL envolveu os atos de sentar e levantar do solo, comuns nos primeiros anos de vida, mas menos presentes no cotidiano, de acordo com o passar dos anos. A lógica que permeia a avaliação é a de que, quanto maior a dificuldade do indivíduo em realizar tais atos, mais apoios no solo e no próprio corpo são utilizados. A aplicação do teste demandou cerca de um minuto, e a graduação dos atos foi extremamente simples, uma vez que cada apoio utilizado resultou na redução de um ponto da nota máxima e, havendo desequilíbrio perceptível, mais meio ponto foi subtraído. Os pacientes realizaram o teste timed up and go (PAULA, PRATA, 2007) com calçados, iniciando a partida com as costas apoiadas na cadeira. Em seguida, foram instruídos a se levantar, percorrer um trecho de 3 metros até um ponto pré-determinado, regressar e sentar-se apoiando as costas na cadeira. Os pacientes foram instruídos a não conversar durante a execução do teste e realizá-lo o mais rápido possível. Programa de tratamento O grupo controle foi avaliado e recebeu orientações sobre a prevenção de quedas, entretanto não participou do programa de exercícios. Os integrantes dos grupos multissensorial e resistido foram submetidos à realização de exercícios durante quarenta e cinco minutos, duas vezes por semana, totalizando oito semanas (SKELTON & MCLAUGHLIN, 1996; SCHLICHT et al., 2001 apud ARAÚJO, 2010) de trabalho, conforme protocolo elaborado pela equipe e apresentado a seguir. A pressão arterial foi verificada no início e no fim de cada sessão, e caso o sujeito apresentasse alteração significativa, o treinamento era postergado 34 (segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, a pressão sistólica máxima é de 160 mmHg e diastólica máxima é de 89 mmHg). Além disso, o exercício era interrompido caso o sujeito apresentasse alguma alteração incomum, como sinais de dor ou fadiga inesperados. Os exercícios multissensoriais foram compostos por dez estações em forma de circuito, com exercícios de equilíbrio, coordenação motora e controle postural em varias posições. Cada atendimento foi composto das seguintes fases: aquecimento com caminhada de dez minutos (SILVA et al., 2008) e exercícios multissensoriais com duração de trinta minutos. Os idosos realizaram os exercícios individualmente em tempo determinado de 3 minutos em cada estação, passando para a próxima estação por meio de comando de voz do fisioterapeuta responsável. Descrição das estações Estação 1: O idoso começou em posição sentada e percorreu a distância de 3 metros. Contornou uma garrafa PET e retornou à posição inicial no menor tempo possível. Estação 2: O idoso começou sentado, levantou-se, caminhou sobre as marcas paralelas no chão, simulando marcha com passadas largas. Logo após, retornou ao ponto de partida, realizou um giro de 360° e sentou-se, finalizando o exercício. Estação 3: O circuito desta estação foi composto por cinco garrafas PET distribuídas em linha reta separadas umas das outras por uma distância de 50 cm. O idoso caminhou em zigue-zague entre as garrafas. Quando chegou ao fim do circuito, voltou para a posição inicial. Estação 4: O idoso caminhou em linha reta em cima da marca feita no chão, com um pé na frente do outro, sem dar espaços entre as passadas. Caminhou até o final da linha de três metros. Estação 5: Foram colocadas duas bolas em pontas opostas de um quadrado de 1,5 m2 desenhado no chão. O idoso teve que se agachar, pegar uma das bolas, levar para a ponta oposta do quadrado e trocar as bolas, levando a que estava no chão para a ponta do quadrado onde estava a primeira bola. Estação 6: O idoso caminhou de costas sobre uma linha reta marcada no chão e ao final fez um giro de 180°, retornando ao ponto de partida. Estação 7: O idoso realizou apoio unipodal na marca feita no chão, primeiro com o membro ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 4 inferior direito e depois com o membro inferior esquerdo, mantendo o equilíbrio por 20 segundos. Estação 8: O idoso começou o exercício realizando uma marcha sem sair do lugar seguida de uma contagem de 10 segundos. Logo após iniciou marcha sobre as marcas estabelecidas no chão; chegando ao final das marcas, realizou contagem seguida de marcha novamente sem sair do lugar e retornou para o início da atividade. Estação 9: O idoso ficou em pé sobre uma marca delimitada no chão, com uma bola entre as mãos, e buscou acertá-la dentro de um cesto a uma distância de 4 metros. Estação 10: Havia dois bambolês no chão. O idoso teve de pegar o primeiro e passar por dentro dele iniciando pela parte superior do corpo (cabeça); depois, iniciou pelos membros inferiores. O idoso realizou essa atividade quantas vezes conseguiu. Os exercícios resistidos foram realizados utilizando como resistência a gravidade, o peso corporal do indivíduo e faixas elásticas, utilizadas em costura, sem realizar implementação de cargas progressivas pelo fato de os indivíduos apresentarem condições sedentárias, como dificuldade de marcha e hipotrofia muscular. Exercícios concêntricos e excêntricos tiveram duas séries de oito repetições (SILVA et al., 2008). Cada atendimento foi composto das seguintes fases: aquecimento com caminhada e duração de 10 minutos (SILVA et al., 2008), exercícios resistidos de 30 minutos de duração. Exercícios em posição de decúbito dorsal 1) Idoso deitado ao solo em decúbito dorsal executou uma flexão de quadril até a altura do joelho oposto, primeiramente com o membro direito, após duas séries de oito repetições, alternadamente. 2) Idoso deitado ao solo em decúbito dorsal realizou uma flexão de quadril com os dois membros paralelos, levantou os calcanhares entre 30 a 40 cm. Foram realizadas duas séries de dez repetições. 3) Idoso deitado ao solo em decúbito dorsal realizou uma flexão de quadril de 30° a 40° com os dois membros paralelos seguida de uma abertura dos mesmos formando o ângulo máximo suportável para sua estrutura, retornou com o membro elevado e apoiou o mesmo ao chão; executou duas séries de dez repetições. 4) Idoso deitado ao solo em decúbito dorsal executou uma flexão de joelho a 90°, com apoio total da parte plantar ao solo, fez uma extensão de quadril elevando a parte glútea do solo. Executou duas séries de dez repetições. Exercícios em posição sentada 1) Idoso sentado numa cadeira comum, apoiando o membro superior na cadeira ao lado do quadril, realizou uma extensão de joelho total. Executou duas séries de 10 repetições. 2) Idoso sentando numa cadeira comum, apoiando o membro superior na cadeira ao lado do quadril, realizou uma extensão de joelho, retornando à posição inicial. Executou duas séries de oito repetições. 3) Idoso sentado com os joelhos flexionados e a parte plantar fixada no chão, com uma bola entre a articulação dos joelhos, executou adução de quadril exercendo pressão sobre a bola; executou duas séries de oito repetições. Exercício em posição em pé 1) Idoso em pé apoiado a uma cadeira executou uma flexão total de quadril juntamente a uma flexão total de joelho. Executou duas séries de oito repetições em cada membro. 2) Idoso em pé com um elástico envolvendo os dois membros, que estavam em extensão de joelho, executou uma abdução tencionando o elástico envolvido. Executou duas séries de oito repetições. 3) Idoso em pé apoiado a uma cadeira em leve flexão de joelho realizou um agachamento que permaneceu no limite de 30° a 90°. Executou duas séries de oito repetições. Ao término do programa, os sujeitos foram reavaliados com base nos mesmos procedimentos da avaliação inicial. Após quatro semanas do término, foram submetidos aos mesmos testes. Resultados A amostra foi composta por 12 indivíduos, na faixa etária dos 60 aos 90 anos, sendo quatro homens (33,3%) e oito mulheres (66,7%). Esses sujeitos foram divididos igualmente em três grupos de quatro indivíduos: GM (grupo multissensorial), com média de idade de 80 anos, GR (grupo resistido), com média de idade de 82 anos e GC (grupo controle), com média de idade de 80,5 anos. Nos resultados a seguir, ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 35 Artigo 4 são apresentadas as médias de cada grupo nos testes TUG, BERG e sentar/levantar no formato de tabela e/ou gráfico da avaliação, reavaliação e destreinamento. Gráfico 1 - Médias do TUG nos três grupos (multissensorial, resistido e controle) TESTE TUG (segundos) 60 49 50 50 54 27 28 30 0 10 7 7 MULTISSENSORIAL RESISTIDO AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO CONTROLE DESTREINAMENTO 3,3 TESTE BERG (Escore) 60 49 55 55 43 40 30 40 32 31 28 29 RESISTIDO CONTROLE 20 10 MULTISSENSORIAL AVALIACAO 2,5 2,5 REAVALIAÇÃO DESTREINAMENTO Fonte: Elaborado pelos autores. Comparando os dados coletados no teste de BERG, observou-se melhora de 11% na reavaliação referente aos pontos adquiridos pelo grupo multissensorial, e mesma pontuação no destreinamento. Na reavaliação, os participantes do grupo resistido, em relação à reavaliação do BERG, tiveram 2,5 3,0 2,3 1.8 - 1,8 1,8 0,8 1,0 MULTI. (sentar) 0,5 0,5 0,25 0,5 0,3 MULTI. RESIS. RESIS. (levantar) (sentar) (levantar) AVALIAÇÃO Gráfico 2 - Médias do BERG nos 3 grupos (multissensorial, resistido e controle) 36 4,8 2,0 De acordo com os dados coletados, observou-se melhora de 30% nos participantes do grupo multissensorial e de 28% nos participantes do grupo resistido em relação à reavaliação do TUG; essa média foi mantida no destreinamento. Já no grupo controle ocorreu piora de 2% no tempo de execução do teste na reavaliação e de 8% no destreinamento. 0 4,9 4,5 3,0 Fonte: Elaborado pelos autores. 50 TESTE SENTAR/LEVANTAR (Escore) 6,0 4,0 20 10 Gráfico 3 - Médias do teste sentar/levantar nos três grupos (multissensorial, resistido e controle) 5,0 38 40 melhora de 26% e diminuíram essa média no destreinamento, o que reduziu seu escore em 7%. Já no grupo controle ocorreu piora de 10% no desempenho na reavaliação, e de 2% no destreinamento. REAVALIAÇÃO CONT. CONT. (sentar) (levantar) DESTREINAMENTO Fonte: Elaborado pelos autores. Comparando os dados coletados no teste sentar/levantar, observou-se melhora na reavaliação dos pontos adquiridos no teste de sentar no grupo multissensorial e praticamente a mesma pontuação no destreinamento. Já no teste de levantar manteve-se a pontuação inicial da reavaliação e melhorou a pontuação no destreinamento. Na reavaliação, os participantes do grupo resistido apresentaram melhora no teste de sentar e diminuição dessa média no destreinamento. Já no teste de levantar, tal grupo praticamente manteve a média, mas com fator decrescente. Já o grupo controle apresentou piora na reavaliação do teste de sentar e mesma média no destreinamento. No teste de levantar, o desempenho do grupo controle na reavaliação foi igual, com piora no destreinamento. Os testes foram avaliados por meio de análise descritiva, e os resultados não foram significativos devido à amostra de participantes de cada grupo ser inferior a 10 integrantes. A melhora dos participantes em relação ao teste de BERG e TUG é considerada fundamental para se evitar uma queda, como trofismo muscular no auxílio do equilíbrio e na resposta de reação de proteção. Ganança et al. (2005) relatam que o aumento do número de ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 4 quedas em idosos ocorre devido à involução de sistemas, como aparelho vestibular, e fatores intrínsecos, como imobilidade e incapacidade funcional para realizar atividades da vida diária, diminuição de força muscular de membros inferiores, déficit de equilíbrio, distúrbio da marcha e doenças crônicas. Também relatam que um programa de treinamento ou atividades físicas cujo objetivo seja o fortalecimento de membros inferiores auxilia em muitas funções, como o equilíbrio, diminuem o risco de quedas. Os dados coletados depois do treinamento imposto aos grupos apresentam resultados consideráveis para a manutenção do equilíbrio, como a diminuição de tempo percorrido no teste de TUG de 30% no grupo multissensorial e de 28% no grupo resistido. No teste de BERG, o grupo resistido apresentou grande melhora em relação aos outros grupos; obteve 26% da melhora emseu escore na reavaliação, comprovando resultado considerável do treinamento. Discussão A proposta desta pesquisa foi comparar os exercícios resistidos aos exercícios multissensoriais, buscando avaliar qual é o mais efetivo para a melhora do equilíbrio e, consequentemente, para diminuir o risco de quedas em idosos institucionalizados. O estudo de Paula (2007) relata que o envelhecimento se dá de forma heterogênea, variando de pessoa para pessoa, não podendo um indivíduo ser classificado unicamente pela faixa etária. Faria (2003) cita que o envelhecimento leva a uma série de modificações fisiológicas inevitáveis sobre os sistemas neuromusculoesquelético e sensorial. Essas modificações podem gerar déficits de equilíbrio e alterações na marcha, que predispõem o idoso a quedas e limitações funcionais. A independência funcional requer força muscular, equilíbrio, resistência cardiovascular e também motivação. Costuma-se afirmar que a deterioração dessas capacidades é inevitável com o envelhecimento, porém, está claro que essa deterioração pode ser atribuída ao sedentarismo. Isso significa que a implementação de um programa de exercícios terapêuticos, mesmo em idade avançada, é capaz de minimizar ou mesmo evitar o declínio funcional acentuado, amenizando os efeitos das doenças ou mesmo as prevenindo (FARIA, 2003). Considerando que, segundo Paula (2007), a queda é um evento multifatorial, no qual estão envolvidos perda do equilíbrio, alterações na marcha, nos sistema sensorial e musculoesquelético, além de fatores ambientais, o presente estudo contemplou atividades de treinamento do equilíbrio, da marcha e treinamento muscular, contribuindo para a diminuição do risco de quedas, ponderando a afirmação que depois de uma queda com consequências mais graves, como fraturas, internações e perda de independência, o idoso pode apresentar a síndrome pós-queda, que pode interferir em sua vida tanto do ponto de vista físico quanto social. Assim, esse indivíduo passa a ter medo de sair de casa e limita suas atividades (PAULA, 2007). Em estudo de Soares e Sacchelli (2007), os idosos que realizaram programa cinesioterapêutico apresentaram melhora no equilíbrio, o que possivelmente diminui o risco de queda e aumenta a independência para a realização das atividades diárias. Esse achado foi comprovado no presente estudo, já que foi relatada, pelos idosos atendidos, melhora na independência para as atividades diárias, como levantar de uma cadeira, sentar na poltrona, deambulação, subir e descer escadas, tomar banho e realizar a higiene pessoal. O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade (CG) numa base de suporte que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais durante situações estáticas e dinâmicas. O corpo deve ser hábil para responder às translações do seu CG impostas voluntária e involuntariamente (FARIA et al., 2003). O mesmo autor descreve que com base nos estudos analisados, o fortalecimento muscular foi efetivo em melhorar a força dos músculos, a mobilidade funcional e o equilíbrio de indivíduos idosos. Exercícios que exigem equilíbrio estimulam o sistema de controle motor e favorecem ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 37 Artigo 4 ganhos de força muscular, a melhoria dos mecanismos de propriocepção, a diminuição dos desequilíbrios musculares causadores de desvios posturais e maior sinergia entre os músculos durante um movimento. Exercícios que forçam o indivíduo a manter seu centro de gravidade dentro da base de suporte melhoram o equilíbrio (CAMPOS et al., 2004). Nos resultados obtidos depois do destreinamento, foi observado efeito duradouro ou manutenção dos escores na EEB, TUG e sentar/levantar pela aplicação dos exercícios multissensoriais. Com a aplicação dos exercícios resistidos, não houve manutenção dos mesmos escores de pontuação. Carvalho (2003) relata em seu trabalho que existe uma especificidade de adaptação ao treino e de desadaptação após destreino relacionada ao instrumento de avaliação utilizado. No decorrer da aplicação dos treinamentos deste estudo, observou-se um déficit motor e social relevante nos idosos institucionalizados, correlacionado com o estudo de Davim et al. (2004), onde é citado que os asilos, geralmente, são casas inapropriadas e inadequadas às necessidades do idoso, não lhes oferecendo assistência social, cuidados básicos de higiene e alimentação. Conclusão Após o tempo de destreinamento (30 dias sem atividades), observou-se a manutenção do equilíbrio e da qualidade da marcha apenas no grupo que realizou exercícios multissensoriais. Já no grupo que realizou exercícios resistidos, houve declínio na velocidade da marcha (TUG) e no escore de BERG quando reavaliados após o destreinamento. Com isso, concluiu-se que a atividade com maior ganho e manutenção do equilíbrio aconteceu no grupo multissensorial, diminundo dessa forma a incidência de queda nos idosos institucionalizados. Isso deixa claro que, na falta de qualquer atividade física, como observada no grupo controle, ocorre um déficit motor devido ao sedentarismo, à senilidade e/ ou senescência dos idosos. Sugere-se a realização de novas pesquisas usando as técnicas incluídas neste estudo com 38 um grupo maior de participantes, além de comparação entre idosos institucionalizados e não institucionalizados a fim de observar com maior fidedignidade os efeitos dos exercícios físicos sobre o equilíbrio e risco de quedas de idosos. REFERÊNCIAS 1. ALFIERI, M. F. Mobilidade funcional de idosos submetidos a exercícios multissensoriais. Motricidade On Line, 2008. 2. ARAÚJO, M. M. Efeitos dos exercícios resistidos sobre o equilíbrio e a funcionalidade de idosos saudáveis: artigo de atualização. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 17, n. 3, , jul./set. 2010, p. 277-83. 3. AVEIRO et al. 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Fisioterapeuta, mestre em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pelo CEFET-PR e docente da Faculdade Dom Bosco 2. Acadêmicos do 5º período de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco RESUMO Conceituado como processo dinâmico e progressivo, o envelhecimento leva a modificações fisiológicas e morfológicas que resultam na limitação do organismo. Esse fator torna os indivíduos suscetíveis a agressões intrínsecas e extrínsecas que podem ou não resultar no óbito do idoso. É comum verificarmos a procura dessa geração por tratamentos curativos e cuidados preventivos, visando à melhor qualidade de vida. O presente estudo tem por objetivo analisar a atuação da hidrocinesioterapia em gerontologia. Para sua realização foram consultadas as bases de dados Lilacs, Medline e Scielo no período de 2005 a 2011. Foram selecionados 11 artigos que tratavam do assunto em questão. A partir dessa revisão, verificou-se que as áreas da fisioterapia que abrangem de maneira específica a gerontologia estão em ascendente crescimento. Inúmeros estudos demonstram diretamente os benefícios que a hidrocinesioterapia, por meio de métodos como Bad Ragas, Halliwick e Watsu, pode proporcionar aos idosos de maneira geral ou focada em determinado tipo de patologia. physiological changes that result in limiting the body. This factor makes individuals susceptible to intrinsic and extrinsic aggressions that may or may not result in the death of the elderly. It is common to verify demand of this generation in question for curative treatment and preventive care seeking a better quality of life. This present study aims to examine the role of hydrotherapy in gerontology. To accomplish these databases Lilacs, Medine and Scielo have been consulted from the period 2005 to 2011. We selected 10 articles that mentioned the subject. Through this review, we can see that the areas of physical therapy that include specific way of gerontology are in upward growth. Numerous studies show that directly through methods such as hydrotherapy Bad Ragas, Halliwick and Watsu can benefit the elderly in general, or focus on a particular type of pathology. Keywords: aging, hydrotherapy, Bad Ragaz, Halliwick, Watsu, strengthening, relaxation, stretching, physiological effects. Introdução Segundo Rebelatto e Morelli (2002 apud MOBBS, 2001), o envelhecimento é um processo gradual e espontâneo de mudanças biológicas que resulta na maturação e no crescimento durante a infância, puberdade e idade adulta e no declínio durante a meia idade e a idade tardia. ABSTRACT Para Guccione (2002), as alterações que ocorrem nos sistemas orgânicos e fisiológicos associada à idade são de grande importância à saúde pública e encontram-se em rápido crescimento na população idosa. A redução da capacidade funcional somada à atividade física diminuída, comumente encontradas em idosos, não descreve envelhecimento. Renowned as a dynamic and progressive process, aging presents morphological and Para o autor supracitado, as habilidades dos idosos tornam-se cada vez mais limitados para Palavras-chave: envelhecimento, hidroterapia, Bad Ragaz, Halliwick, watsu, fortalecimento, relaxamento, alongamento, efeitos fisiológicos. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 41 Artigo 5 desempenhar as atividades de vida diária devido ao equilíbrio precário, à resistência reduzida, fraqueza global ou a quedas repetitivas. O autor complementa relatando que a massa magra, o nível de metabolismo normal, a capacidade aeróbica e a sensibilidade à insulina encontram-se diminuídos se o nível de atividade física for baixo, bem como de acordo com a idade. Biasoli e Machado (2006) relatam que a água tem sido descrita como recurso curativo desde a civilização grega, em torno de 500 a.C. Há também relatos de que Hiócratres já utilizava a hidroterapia em meados de 460-375 a.C em pacientes com doenças reumáticas e neurológicas, aplicando, dentre outros métodos, banhos de imersão para amenizar espasmos musculares e doenças articulares. A hidrocinesioterapia é constituída por um conjunto de técnicas terapêuticas fundamentadas no movimento humano. Trata-se da fisioterapia na água ou da prática de exercícios terapêuticos em piscinas, associados ou não a manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, adaptadas em programas de tratamento específicos para cada paciente. Os efeitos fisiológicos da hidroterapia resultam dos exercícios executados e dependem da temperatura, pressão hidrostática, duração do tratamento e da intensidade dos exercícios. Deve-se levar em consideração, porém, que esses efeitos podem sofrer alterações de acordo com a patologia do paciente. Segundo Biasoli e Machado (2006), a hidrocinesioterapia é indicada para alívio da dor e do espasmo muscular, relaxamento, aumento da circulação sanguínea, melhora das condições da pele, melhora/ganho de ADM, treinamento para a marcha, recuperação para o pós-cirúrgico e fortalecimento. 42 tratamento preventivo, tratamento curativo, hidrocinesioterapia, psicomotricidade, fortalecimento, relaxamento, alongamento e métodos Bad Ragaz, watsu, Halliwick publicados de 2005 a 2011. Foram selecionados e incluídos nesta revisão apenas estudos na íntegra que discorreram sobre a atuação da fisioterapia, especificamente da hidrocinesioterapia, para o tratamento de maneira geral em idosos. Resultados Foram selecionados onze artigos que descreviam alguma forma de atuação da fisioterapia, mais especificamente da hidrocinesioterapia em gerontologia, como recurso no tratamento preventivo e curativo de uma gama de patologias que acometem a população idosa. Pôde-se verificar que a hidrocinesioterapia é utilizada com o objetivo de fortalecer, alongar, relaxar, melhorar o equilíbrio e a marcha dos pacientes, bem como a circulação, visando prevenir, retardar ou até mesmo tratá-los. Todos os objetivos citados anteriormente podem ser alcançados por meio de métodos como Bad Ragaz, watsu, Halliwick, trabalhos de equilíbrio, noção corporal, noção de espaço, dentre os pilares da psicomotricidade, carros-chefe na hidroterapia. Foi observado que esses recursos, quando bem empregados, podem reduzir ou até eliminar os sintomas de cada patologia e devolver a funcionalidade muscular, articular e ligamentar dos pacientes em questão. Todos os artigos enfatizam a importância da hidrocinesioterapia para tratamento dos idosos, principalmente devido aos seus benefícios duradouros, , fazendo a procura por essa forma de tratamento aumentar com o passar do tempo. Materiais e métodos Discussão Trata-se de revisão da literatura realizada nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Os descritores usados para tal pesquisa foram envelhecimento, fisioterapia, Fichmam et al. (2005) relatam ser o envelhecimento um fenômeno de ordem mundial que afeta a saúde pública. Dessa forma, O processo de envelhecimento ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 5 os autores levam em consideração a importância de se fazer o diagnóstico de demências o mais precocemente possível. Segundo Freitas et al. (2002), o processo de envelhecimento e sua consequência natural, a velhice, são uma das preocupações da humanidade desde o início da civilização. Rebelatto e Morelli (2007) citam que o aumento da população idosa é visto com maior frequência em países desenvolvidos, quando comparados a países em desenvolvimento. Os autores ainda relatam que além do processo de envelhecimento, há acúmulo de doenças crônicas que acometem tal população. De acordo com Rebelatto e Morelli (2002 apud MOBBS, 2001) O envelhecimento é um processo gradual e espontâneo de mudanças biológicas do homem, que resulta na maturação e no crescimento durante a infância, puberdade e idade adulta, e no declínio durante a meia-idade e a idade tardia. Para Guccione (2002), as alterações que ocorrem nos sistemas orgânicos e fisiológicos associados à idade são causas de grande importância de saúde pública em rápido crescimento na população idosa. A redução da capacidade funcional somada à atividade física diminuída, comumente encontrados em idosos, não descreve envelhecimento. Para o autor supracitado, os idosos tornam-se cada vez mais limitados nas habilidades para desempenhar as atividades de vida diária, devido ao equilíbrio precário, à resistência reduzida, fraqueza global ou a quedas repetitivas. O autor complementa relatando que a massa magra, o nível de metabolismo normal, a capacidade aeróbica e a sensibilidade à insulina diminuem se o nível de atividade física for baixo, bem como de acordo com a idade. Hidrocinesioterapia e seus benefícios Biasoli e Machado (2006) relatam que a água vem sido descrita como recurso curativo desde a civilização grega, em torno de 500 a.C. Há também relatos de que Hiócratres já utilizava a hidroterapia em meados de 460-375 a.C. em pacientes com doenças reumáticas e neurológicas, aplicando, dentre outros métodos, banhos de imersão para amenizar espasmos musculares e doenças articulares. A hidrocinesioterapia é constituída por um conjunto de técnicas terapêuticas fundamentadas no movimento humano. Trata-se da fisioterapia na água ou da prática de exercícios terapêuticos em piscinas, associados ou não a manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, adaptadas em programas de tratamento específicos para cada paciente. Os efeitos fisiológicos da hidroterapia resultam da prática de exercícios e dependem da temperatura, pressão hidrostática, duração do tratamento e intensidade dos exercícios. Deve-se levar em consideração, porém, que esses efeitos podem sofrer alterações de acordo com a patologia do paciente. Bruni, Granado e Prado (2008) relatam que devido ao aumento da população idosa no Brasil, o número de pessoas que apresentam deterioração das aptidões físicas também está aumentando. A hidroterapia é um recurso da fisioterapia intensamente procurado por indivíduos da terceira idade devido aos benefícios que proporciona. O método, que associa as propriedades físicas da água à cinesioterapia, é considerado ideal para prevenir, manter, retardar, melhorar e tratar as disfunções físicas características do envelhecimento. Esse tipo de atividade pode ser associado com exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. O equilíbrio pode ser alcançado por meio de treinamento muscular, resultando na diminuição das quedas. Quando inserido em meio aquático, o corpo do idoso é exposto a diferentes forças físicas, e como resposta o corpo realiza uma série de adaptações fisiológicas. Bruni, Granado e Prado (2008) concluíram que o estudo em questão apresentou resultado significativo para a melhora de equilíbrio postural e da marcha. Segundo Biasoli e Machado (2006), as indicações da hidrocinesioterapia são alívio da dor, do ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 43 Artigo 5 espasmo muscular, relaxamento, aumento da circulação sanguínea, melhora das condições da pele, melhora/ganho de ADM, treinamento para a marcha, recuperação pós-cirúrgica e fortalecimento. Os mesmos autores também citam as contraindicações absolutas: feridas infectadas e não tratadas, tratamento radioterápico em andamento, infecções de pele e gastrointestinais. As contraindicações relativas são compostas por período menstrual, incontinência fecal e urinária, lesões cognitivas ou funcionais, dentre outras. Corroborando com os autores acima, Sarmento e Cordeiro (2011) relatam que, por ser segura, a hidrocinesioterapia é indicada para a população idosa; além do menor risco de quedas durante a atividade, há boa aceitação e adesão ao tratamento. Os exercícios executados na piscina apresentam como efeito relaxamento e flexibilidade devido ao calor, fortalecimento de membros inferiores e alongamento. Técnicas utilizadas na hidroterapia Cantos, Schutz e Rocha (2008) demonstraram em estudo que a utilização dos métodos watsu e Halliwick em portadores de doenças crônicas apresentou benefícios. O método Halliwick foi usado com o objetivo de ambientar os pacientes na piscina a 30°. Já a técnica watsu foi incluída no programa de tratamento desses pacientes visando ao alongamento e à consciência corporal. Por meio do questionário de Lipp (1996), os pesquisadores puderam determinar o nível de estresse dos pacientes. Durante o tratamento houve relatos de que o nível de estresse dos pacientes caiu; muitos afirmaram que o tratamento em água os ajudou. Os pacientes relataram também redução da dor, principalmente de origem muscular, e bem-estar duradouro. Outros pacientes complementaram dizendo que houve aumento na qualidade do sono, de forma que se sentiam mais calmos nas rotinas diárias. Este estudo foi concluído com a evidência de que os métodos supracitados agem de forma direta sobre o controle do estresse, pois 44 diminuíram as tensões sentidas pelos pacientes. Biasoli e Machado (2006) relatam em estudo os métodos utilizados na hidroterapia para tratamento de várias patologias que acometem os idosos. 1. Método Halliwicki Esse método foi desenvolvido por McMillian em 1949, na Halliwicki School for Girls, em Southgate, Londres. Inicialmente tratava-se de técnica recreativa que visava à independência individual na água de pacientes com alguma incapacidade. Atualmente, o método está associado a vários princípios, como adaptação ambiental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação. Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos ou adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas. 2. Método Bad Ragaz Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna natural, com três modernas piscinas cobertas. Em 1930 esse spa começou a ser usado para a prática de exercícios aquáticos. A técnica Bad Ragaz foi desenvolvida na Alemanha pelo Dr. Knupfer Ipsen; seu principal objetivo era promover a estabilização do tronco e das extremidades por meio de padrões de movimentos básicos e, se resistidos, realizados segundo planos anatômicos. Corroborando com os autores supracitados, Biasoli (2007) relata que nessa técnica o paciente é posicionado na piscina em decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou “anéis” no pescoço, pelve e tornozelos; por isso a técnica também é designada de “método dos anéis de Bad Ragaz”. Em 1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva ao método dos anéis de Bad Ragaz. Os objetivos dessa modalidade terapêutica são redução de tônus muscular, pré-treinamento de marcha, estabilização de tronco, fortalecimento muscular e melhora da amplitude articular. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 5 3. Método watsu Também conhecido como water shiatsu, aquashiatsu ou hidroshiatsu, esse método foi criado por Harold Dull em 1980. Consiste em aplicar alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água, incluindo alongamentos passivos, mobilização de articulações e “hara-trabalho”, bem como pressão sobre “tsubos” (acupontos) para equilibrar fluxos de energia através dos meridianos (caminhos de energia). Há dois tipos de posição no watsu: simples e complexas. As simples são constituídas de movimentos básicos e de livre flutuação. Já as complexas são chamadas “berços”. O fluxo de transição do watsu consiste em uma abertura, movimentos básicos e três sessões: berço de cabeça, embaixo da perna distante, ombro e quadril e berço da perna próxima e uma conclusão. Método deep-running Propõe a movimentação de pernas e braços com o paciente em flutuação por meio de fixadores (flutuadores) na pelve, sem que os pés toquem o chão da piscina, promovendo a simulação de marcha ou corrida com a resistência da água eliminando o impacto articular. Essa modalidade promove fortalecimento e condicionamento cardiovascular. Hidroterapia e equilíbrio Segundo Resende, Rassi e Viana (2008), quedas são consideradas um dos maiores problemas de saúde pública na população idosa. É possível verificar o aumento da morbidade e mortalidade, bem como do custo para a família e a sociedade como um todo. A hidroterapia é utilizada para promover a diminuição de quedas, visando ao tratamento de doenças reumáticas, ortopédicas e neurológicas. Considerado eficaz, o meio aquático fornece benefícios durante a reabilitação do idoso, pois além de atuar nas desordens musculoesqueléticas, também melhora o equilíbrio. Ao proporcionar a diminuição da sobrecarga existente em solo, a terapia em água resulta na redução de quedas e lesões. Além desses benefícios, a flutuação possibilita ao paciente realizar movimentos que em solo lhe são impossíveis. Em estudo, foram utilizados como métodos de avaliação a escala de equilíbrio de Berg (versão brasileira) e o teste timed up e go, por meio dos quais é possível determinar fatores de risco que resultam em quedas, gerando a perda de independência do idoso. Esse estudo foi aplicado por um período de 12 semanas com sessões de quarenta minutos, duas vezes por semana. Com base nas informações obtidas nos testes supracitados, foi aplicado o protocolo de hidroterapia com o objetivo de alcançar o equilíbrio. O programa inclui adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e outros exercícios que desafiam o equilíbrio. As sessões foram dispostas em três fases: adaptação ao meio aquático, alongamento e exercícios para equilíbrio estático e dinâmico. Os exercícios foram descritos pelos autores como controle respiratório, alongamento de isquiotibiais, tríceps sural e ileopsoas, marcha em círculo com as mãos dadas, mudança de sentido esporádica, marcha em fila, marcha para trás, marcha lateral com passos largos, marcha com um pé a frente do outro, marcha com parada unipodal, flexoextensão de ombros bilateral, abdução e adução horizontal dos ombros bilaterais. Após doze semanas, o resultado foi o aumento significativo do equilíbrio por meio da aplicação da escala de Berg e do teste timed up e go. Além disso, foi possível verificar que o risco de quedas reduziu de maneira significativa após o tratamento. Os autores sugerem que com a melhora do equilíbrio o risco de quedas cai pelo fato de o primeiro estar diretamente relacionado ao segundo. A maioria dos autores concorda quanto à indicação de exercícios aquáticos para idosos com medo e risco de queda. Pelo fato de a água ser viscosa, ela desacelera os movimentos executados, retardando a queda e prolongando o tempo de retomada da postura em casos de desequilíbrio. Já a flutuação atua como suporte, aumentando a confiança e reduzindo ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 45 Artigo 5 diretamente o medo de cair. Dessa forma, é possível tratar o paciente além de seus limites de estabilidade sem temer consequências de quedas. Hidroterapia para analgesia e ganho de ADM Queiroz et al. (2006) citam que a osteoartrite é uma doença reumática degenerativa crônica caracterizada pela degeneração progressiva da cartilagem articular hialina, resultando em limitação e deformidade funcional. A osteoartrite de joelho é uma das patologias que acometem pessoas de meia idade. Alguns sinais e sintomas são dor localizada, que piora com movimentos mínimos, rigidez articular matinal, crepitação e hipotrofia, principalmente do grupo muscular quadríceps. Os autores consideram eficaz o tratamento em piscina aquecida, pois esta atua de forma direta no alívio dos sintomas, resultando em reabilitação funcional e melhora da qualidade de vida dos pacientes. A água possui princípios físicos que atuam diretamente na recuperação do paciente, dentre elas a flutuação, que reduz o peso sobre a cartilagem lesada, tornando os exercícios propostos para tratamento menos dolorosos, e o calor, que proporciona relaxamento muscular e melhora a circulação sanguínea, gerando ganho na amplitude de movimento. Queiroz et al. (2006) concluem ser a hidrocinesioterapia recurso eficaz no tratamento com objetivo de proporcionar ao paciente analgesia e melhora da amplitude de movimento (ADM). Hidroterapia e pressão arterial e frequência cardíaca Candeloro e Caromano (2008), por meio de estudo, procuraram analisar os efeitos da hidroterapia sobre a pressão arterial e frequência cardíaca de 16 idosas entre 65 e 70 anos que não apresentavam doenças crônicas. O estudo foi elaborado por meio de um programa de fortalecimento muscular e flexibilidade. Durante os quatro primeiros atendimentos, os pesquisadores visaram à adaptação em meio aquático; os 28 atendimentos restantes tiveram 46 duração de uma hora cada, em duas vezes na semana, por 14 semanas consecutivas. O grau de dificuldade dos exercícios era aumentado de forma gradual e em sete fases, sendo todos realizados com os pacientes imersos. A PA e a FC eram mensuradas em quatro momentos: em repouso fora da água, em repouso três minutos após a imersão, em imersão ao final dos exercícios e três minutos após a saída da piscina. Os autores justificam a escolha do públicoalvo por meio de dados que demonstram ser as mulheres idosas e sedentárias mais sujeitas à hipertensão arterial sistêmica (HAS), pois durante o processo de envelhecimento há redução da capacidade aeróbica, e esse declínio é reforçado quando somado ao sedentarismo. Na HAS há modificações na elasticidade do músculo cardíaco que provocam extensão do tempo de contração, aumento da resistência à estimulação elétrica, espessamento do tecido conjuntivo dos vasos que tendem a apresentar irregularidades; esses mecanismos podem gerar aumento da PA e os riscos de AVE, insuficiência cardíaca e insuficiência renal podem aumentar. Os exercícios físicos em geral podem retardar ou impedir o aumento da PA característico do envelhecimento, pois causam vasodilatação periférica, resultando na redução da resistência vascular periférica. Há também melhora na complacência dos vasos, o que provoca redução na frequência cardíaca de repouso. Os autores consideram que o trabalho do corpo imerso em água aquecida aumenta cerca de 60% devido à ação da pressão hidrostática e do calor da água; isso resulta no aumento da circulação central pelo incremento do retorno venoso e no aumento do trabalho da musculatura inspiratória. A alteração da capacidade pulmonar ocorre devido à compressão da caixa torácica, resultante da pressão hidrostática, que limita os movimentos e aumenta a pressão dos grandes vasos localizados no tórax. Candeloro e Caromano (2008) verificaram queda significativa de 5,6 mmHg em média na PA das pacientes, sendo que a PA sistólica de repouso ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência Artigo 5 caiu em média 9,7 mmHg e na PA diastólica. Os exercícios causaram aumento não significativo de 1,0 bpm na frequência cardíaca (FC); dessa forma, os autores constataram que exercícios de força e flexibilidade em imersão com grau de dificuldade crescente não sobrecarregaram pacientes entre 65 e 70 anos. Biasoli (2007) cita que a fisioterapia pode ser utilizada para uma gama de patologias que acometem a população idosa, sejam elas de origem musculoesquelética, ortopédica, reumática, neurológica ou cardiovascular. Dentre os principais objetivos da fisioterapia, encontramos melhoria da amplitude de movimento (ADM), de força muscular da mobilidade articular, das atividades da vida diária (AVD’s), de vida profissional (AVP’s) e a educação do paciente. Considerada uma intervenção não farmacológica composta por várias técnicas, a hidroterapia visa complementar ou substituir por tempo determinado a fisioterapia terrestre. Essa modalidade de terapia pode ser adaptada para atender às condições do paciente em períodos de transição e quando ele não tolera a fisioterapia realizada em solo, principalmente quando não consegue sustentar o peso total ou parcial. Hidroterapia associada à exercícios respiratórios Ide et al. (2007) relatam que o envelhecimento provoca no organismo uma série de alterações fisiológicas, detectadas no fim da terceira década de vida. As alterações pulmonares são discretas, visto que a função pulmonar alterada gera alto nível de mortalidade. Nota-se diminuição da elasticidade pulmonar e fusão das articulações sinoviais entre o esterno e cartilagens costais. A diminuição na elasticidade, reunida à hipotrofia dos músculos respiratórios, restringe a capacidade de expansão da caixa torácica. Os exercícios respiratórios unem movimentos de tronco e membros superiores, associando-os a movimentos respiratórios. Os programas de exercícios respiratórios em ambiente aquático apresentam grandes vantagens em comparação aos exercícios de solo. A temperatura favorece a complacência de tecidos moles e articulações; o empuxo e a pressão hidrostática levam o sistema respiratório a trabalhar de maneira constante. CONCLUSÃO Sobre a intervenção da fisioterapia no tratamento da população idosa por meio da hidroterapia, a maioria dos artigos a indicam como opção de tratamento para fortalecimento, alongamento e relaxamento de diferentes segmentos do corpo. Podemos verificar a comprovação da efetividade da utilização da água de forma terapêutica. Os autores citam a hidroterapia como método primário e eficiente quando o paciente apresenta limitações para realizar a fisioterapia em solo e para o tratamento de diversas patologias que acometem a população idosa. Conclui-se que diante de uma gama de patologias que afetam a população idosa, a hidrocinesioterapia é um meio fisioterapêutico eficaz para tratamento, cujos objetivos podem ser alcançados por meio dos métodos Bad Ragaz, que visa ao fortalecimento, Halliwick, que tem como objetivo a ambientação em meio aquático e a indepedência do indivíduo na piscina, e watsu, cuja meta é levar o paciente ao relaxamento, bem como seu alongamento. Verifica-se, por meio deste estudo, que assim como o processo de envelhecimento encontrase em fase ascendente no Brasil e no mundo, os estudos relacionados à hidrocinesioterapia também estão em fase de crescimento, pois além de apresentar benefícios evidentes aos pacientes em geral essa terapia age de forma direta sobre a saúde dos idosos. Concluímos que são necessários mais estudos focados na população idosa, para análise dos efeitos ocorridos durante o tratamento em água. REFERÊNCIAS 1. BIASOLI, M. C. Tratamento fisioterápico na terceira idade. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 64, edição especial, 2007. 2. BIASOLI, M. C., MACHADO, C. M. C. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 63, n. 5, 2006. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 47 Artigo 5 3. BRUNI, B. M.; GRANADO, F. B.; PRADO, R. A. Avaliação do equilíbrio postural em idosos praticantes de hidroterapia em grupo. Revista O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 1. 2008, p. 56-63. 4. CANDELORO, J. M.; CAROMANO, F. A. Efeitos de um programa de hidroterapia na pressão arterial e frequência cardíaca de mulheres idosas sedentárias. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 15, n. 1, 2008. 12. REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. 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Originais que não estiverem de acordo com as normas desse gênero serão devolvidos aos autores para adequação, antes de ter o conteúdo examinado. Os que se enquadrarem serão submetidos à apreciação de dois editores, garantindo-se o anonimato de autores e editores. Dependendo dos pareceres recebidos, os autores poderão ser solicitados a fazer ajustes, ainda sujeitos à aprovação. Uma vez aceito, o texto será submetido à edição, podendo haver novamente solicitação de ajustes formais. Responsabilidade e ética O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores. Artigos de pesquisa envolvendo sujeitos humanos devem indicar expressa aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da instituição responsável. Pesquisas referentes a animais precisam da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Animais. Formato e conteúdo Os textos deverão ser digitados em Word 972003, em tamanho A4, com espaçamento de linhas duplo e fonte 12 tipo Times New Roman. Exige-se o formato ABNT em todo o texto. Página de rosto – deve conter: a) título do trabalho e sua versão para o inglês; b) nome completo dos autores com indicação da titulação acadêmica e inserção institucional, nome do departamento, curso ou laboratório dessa instituição, acompanhado de endereço completo, incluindo cidade, estado e país; c) título condensado (máximo de 50 caracteres) – running title; d) endereços eletrônico e postal do autor principal; e) indicação de órgão financiador de parte ou todo do projeto de estudo, se for o caso. Resumo – deve permitir visão panorâmica do trabalho, conter no máximo 250 palavras e versão em inglês. Para os artigos originais, o resumo deve ser estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Unitermos ou palavras-chave – máximo de seis, relacionados após o resumo e o sumário. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br). Estrutura do texto • Editoriais – a convite do editor, sob tema específico, devem conter no máximo duas mil palavras. • Artigos originais – devem conter estruturalmente as partes introdução, objetivos, métodos, resultados, discussão e conclusão. São contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa original inédita, passíveis de ser replicadas e/ou generalizadas. Devem atender aos princípios de objetividade e clareza da questão norteadora, conter o máximo de cinco mil palavras; tabelas e figuras não podem exceder a sete. ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 3, n. 2, julho/agosto 2012 | Revista Fisioterapia em Evidência 49 • Relato de caso – com a mesma estrutura dos artigos originais – no máximo mil e quinhentas palavras e três tabelas. Recomenda-se não citar iniciais do paciente. • Artigos de revisão – compreende avaliações críticas e ordenadas da literatura sobre determinado assunto, devendo conter objetivo (por que a revisão da literatura foi realizada, indicando se ela enfatiza algum fator em especial), fonte de dados (critérios de seleção de artigos e métodos de extração e avaliação da qualidade das informações), síntese dos dados (principais resultados quantitativos e/ou qualitativos da pesquisa) e conclusões (com as respectivas aplicações). Incluem-se os procedimentos adotados e a delimitação do tema. A extensão limita-se a três mil palavras. • Cartas ao editor – comentários, discussões e críticas a artigos publicados recentemente nesta revista, relatos de pesquisas originais ou achados científicos significativos. Extensão limítrofe de mil palavras. Referências As referências devem seguir o modelo da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT). Veja exemplos: DAHER, S.; MATTAR, R.; SASS, N. Doença hipertensiva específica da gravidez: aspectos imunológicos. In: Sass N, Camano L, Moron AF, editores. Hipertensão arterial e nefropatias na gravidez. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 45-56. BLIDDAL, H.; HELLESEN, C.; DITLEVSEN, P.; ASSELBERGHS, J.; LYAGER, L. Soft-laser therapy of rheumatoid arthritis. Scand. J. Rheumatol. 1987. 16(4):225-8. 50 HERZOG NETO, G.; CURI, R. L. N. Características anatômicas das vias lacrimais excretoras nos bloqueios funcionais ou síndrome de Milder. Rev. Bras. Oftalmol. [periódico eletrônico]. 2003 [citado 2006 jul. 22];62(1):[cerca de 5 p.]. Disponível em: <www.sboportal.org.br>. FREIRE, M. Exercícios aeróbicos e lombalgia [dissertação]. São Paulo: Disciplina de Reumatologia, Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, 2000. SACCO, I.C.N.; COSTA, P.H.L.; DENADAI, R.C.; AMADIO, A.C. Avaliação biomecânica de parâmetros antropométricos e dinâmicos durante a marcha em crianças obesas. 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