UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ALTERAÇÕES EM LATOSSOLO VERMELHO E NA
CULTURA DA SOJA EM FUNÇÃO DE SISTEMAS DE
PREPARO
Alberto Carvalho Filho
Engenheiro Agrônomo
JABOTICABAL - SÃO PAULO – BRASIL
2004
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
ALTERAÇÕES EM LATOSSOLO VERMELHO E NA CULTURA
DA SOJA EM FUNÇÃO DE SISTEMAS DE PREPARO
Alberto Carvalho Filho
Orientador: Prof. Dr. José Frederico Centurion
Tese apresentada à Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias –
Unesp, Campus de Jaboticabal, como
parte das exigências para a obtenção
do título de Doutor em Agronomia
(Produção Vegetal).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Outubro de 2004
ii
C331a
Carvalho Filho, Alberto
Alterações em Latossolo Vermelho e na cultura da soja em
função de sistemas de preparo / Alberto Carvalho Filho. – –
Jaboticabal, 2004
xv, 77 f. ; 28 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2004
Orientador: José Frederico Centurion
Banca examinadora: Nilson Salvador, João Chrisóstomo Pedroso
Neto, Rouverson Pereira da Silva, Carlos Eduardo Angeli Furlani
Bibliografia
1. Rugosidade do solo. 2. Agregação do solo. 3. Soja. I. Título. II.
Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 633.34:631.41
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço
Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Campus de Jaboticabal.
iii
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
ALBERTO CARVALHO FILHO – filho de Alberto Carvalho e Maria Aparecida
Costa Carvalho, nascido no dia 11 de agosto de 1958, em São Paulo, capital, onde
cursou o ensino fundamental e médio. Graduou-se em Agronomia, em março de 1982,
pela Escola Superior de Agricultura de Lavras/MG, atualmente Universidade Federal de
Lavras. Em fevereiro de 1983 ingressou, como professor, nas Faculdades Associadas
de Uberaba/MG – FAZU, tendo ocupado o cargo de Chefe de Departamento entre os
anos de 1985 a 1989 e 1994 a 1995. Entre os anos de 1991 a 1993 foi Coordenador do
curso de Agronomia na FAZU. Foi homenageado, em 1991, pelos alunos do curso de
Agronomia da FAZU, cedendo seu nome ao Diretório Acadêmico. É membro do
Colegiado de Curso da Agronomia da FAZU desde 1999, data em que foi criado este
colegiado. Ingressou, como professor, na Faculdade Dr. Francisco Maeda/Ituverava-SP
– FAFRAM, no ano de 1990, onde ocupou o cargo de Chefe de Departamento no
período de 1991 a 1994. Em 1993, obteve o título de Especialista – Lato Sensu – em
Solos e o Meio Ambiente, em curso realizado pela Escola Superior de Agricultura de
Lavras, em convênio com a Fundação de Apoio ao Ensino e Pesquisa. No ano de 1994,
obteve o título de Especialista – Lato Sensu – em Fertilidade e Manejo do Solo, em
curso realizado pela Universidade Federal de Viçosa/MG, em convênio com a
Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior. Em agosto de 1996, ingressou no
curso de Mestrado em Agronomia, Área de concentração em Ciência do Solo, da
Faculdade
de
Ciências
Agrárias
e
Veterinárias (FCAV/UNESP), campus de
Jaboticabal/SP, onde em abril de 1999 obteve o título de Mestre. Em 2003, ingressou
como professor, na Faculdade de Ciências Agrárias/Patos de Minas - MG –
FACIAGRA/UNIPAM.
iv
“Um conhecimento só se torna científico quando
passa a ser aceito e usado pela comunidade científica.”
Gilson Volpato
v
Aos meus pais Alberto e “Doca”,
à minha esposa Elaine,
aos meus filhos Luís Carlos, Soraya e Isabela,
dedico.
vi
AGRADECIMENTOS
A razão e a autoconfiança nos proporcionam ter o controle de toda situação, até
o momento que deixamos o coração falar mais alto exibindo as nossas fraquezas, e é
justamente nesse momento que a presença das pessoas queridas nos refortalece e nos
dá a energia necessária, para que possamos continuar caminhando com passadas
firmes. Quando alcançamos um objetivo, podemos então verificar que tal sucesso não
seria alcançado caso não houvesse a participação de inúmeras outras pessoas. Assim,
deixo aqui registrada a minha eterna gratidão a todos que por mais simples que fosse a
sua colaboração no desenvolvimento deste trabalho, tenho certeza de que a realizou de
coração. Em especial agradeço:
Com um carinho todo especial, aos meus pais Alberto Carvalho e Maria
Aparecida Costa Carvalho que me educaram sem medir esforços, possibilitando este
momento especial, e a minha irmã Sônia Carvalho dos Reis e sua família, pelo amor
eterno;
Ao Prof. Dr. José Frederico Centurion, a quem tenho imensa admiração e
respeito, não só pelos ensinamentos, sugestões, orientação e incentivo constantes,
mas principalmente pela amizade que cultivamos;
Ao Prof. Dr. Osvaldo Coan que despertou a idéia do projeto;
Aos Professores Doutores João Chrisóstomo Pedroso Neto (FAZU/EPAMIG),
Nilson Salvador (UFLA) e Carlos Eduardo Angeli Furlani (FCAV), pelas sugestões
oportunas e valiosas a este trabalho;
Aos Professores Doutores da FCAV, que destaco no nome de Itamar Andrioli,
Vicente de Paula Pereira, Paulo César Corsini, José Marques Júnior, Edson Luís
Mendes Coutinho, Willian Natale, Afonso Lopes e José Renato Zanini por colaborarem
em minha formação pessoal, profissional e principalmente pela amizade;
A Célia Regina Francisco Muniz, secretária do departamento de Solos da FCAV,
pela atenção especial sempre dada aos pós-graduandos;
vii
A todos os colegas de pós-graduação, aqui representados por Luiz Carlos
Vianna Júnior, Tereza Cristina Tarlé Pissarra e Luís César Dias Drumond, que viveram
as mesmas dificuldades e alegrias durante a realização de nossos estudos;
A professora da Faculdade Francisco Maeda/Ituverava-SP, - FAFRAM - Drª
Anice Garcia, pela amizade, companheirismo e pela elaboração do Summary;
Ao amigo Professor Doutor Ênio Farias de França e Silva da Faculdade
Francisco Maeda/Ituverava-SP, - FAFRAM - pela ajuda na confecção do mapa de
localização do experimento;
A FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, por permitir a instalação deste
projeto de pesquisa em seu campus experimental e por todo apoio oferecido;
Ao Professor Doutor Rouverson Pereira da Silva, antes de tudo, grande amigo,
não só pela grande ajuda na instalação e desenvolvimento do experimento, mas
também por compartilhar os bons e maus momentos de nossas vidas durante a pósgraduação, no trabalho e no lazer;
Aos alunos da FAZU: Daniela, Gustavo, Eduardo, Carlos Henrique, Juliano,
Priscila, Bernardo, Bruno, Demétrio, Fabrício, Lucas, Marco, Ticyano, Virgílio, Misael,
Pedro, Thiago e Samir, pela valiosa colaboração durante o período de coleta de dados;
Ao Marco Antonio e a Meire, por todo apoio no Laboratório de Solos da FAZU;
A Sônia, Neide, Cláudia e Juliano, que aqui faço representar os demais
funcionários da biblioteca da FAZU, pela atenção e apoio sempre dados;
A Gléce e Rosária (FAZU), pela água refrescante e cafezinho reanimador,
sempre fornecido com um sorriso simples e amigo;
Ao Juninho e Marcelo pela força de vontade e grande habilidade junto aos
tratores e equipamentos da FAZU, aqui utilizados;
Aos meus sogros Geraldo Cirilo e Amélia Penna Cirilo, pelo incentivo, pela lição
de vida e por me tomarem como filho;
A minha esposa Elaine Penna Cirilo Carvalho e aos meus filhos Luís Carlos Cirilo
Carvalho, Soraya Cirilo Carvalho e Isabela Cirilo Carvalho, os grandes amores de
minha vida, por existirem;
A Deus, por tudo...
viii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS......................................................................................
LISTA DE FÓRMULAS..................................................................................
LISTA DE TABELAS.....................................................................................
TÍTULO - RESUMO.......................................................................................
Palavras-Chave..............................................................................................
TITLE - SUMMARY........................................................................................
Keywords......................................................................................................
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS.................................................
INTRODUÇÃO............................................................................................
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................
HIPÓTESE..................................................................................................
OBJETIVOS GERAIS.................................................................................
OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................
CAPÍTILO 2. SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO: ALTERAÇÕES NA
RUGOSIDADE DO SOLO.............................................................................
RESUMO.....................................................................................................
Palavras-Chave..........................................................................................
INTRODUÇÃO............................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................
RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
Área mobilizada do solo.........................................................................
Área de elevação do solo.......................................................................
Espessura média da camada mobilizada..............................................
Empolamento do solo............................................................................
Índice de rugosidade do solo.................................................................
Modificação da rugosidade do solo........................................................
CONCLUSÕES...........................................................................................
CAPÍTULO 3. AVALIAÇÃO DO ESTADO DE AGREGAÇÃO DO SOLO
AFETADO PELO SISTEMA DE PREPARO..................................................
RESUMO.....................................................................................................
Palavras-Chave...........................................................................................
INTRODUÇÃO............................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
Percentagem de agregados no solo......................................................
Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura (MF) dos
agregados do solo..................................................................................
Incorporação de resíduos.......................................................................
CONCLUSÕES...........................................................................................
CAPÍTULO 4. EFEITOS DE SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO NA
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CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill)..............................................
RESUMO.....................................................................................................
Palavras-chave............................................................................................
INTRODUÇÃO............................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
Número médio de dias para a emergência das plântulas......................
População e sobrevivência das plantas.................................................
Altura das plantas...................................................................................
Altura de inserção da primeira vagem....................................................
Produtividade da cultura.........................................................................
CONCLUSÕES............................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................
APÊNDICES...................................................................................................
Apêndice 1. Localização e clima da área experimental..............................
Apêndice 2. Vista aérea da área experimental da FAZU............................
Apêndice 3. Croqui da Área Experimental – FAZU.....................................
Apêndice 4. Vista parcial da área experimental (a) antes do preparo do
solo e (b) após a semeadura da soja..........................................................
Apêndice 5. Preparo do solo com: (a) escarificador, (b) detalhe do
escarificador, (c) enxada rotativa, (d) arado de aivecas, (e) grade
aradora, e (f) arado de discos.....................................................................
Apêndice 6. Avaliação do perfil mobilizado do solo: (a) posicionamento
do perfilômetro; (b) leitura do perfil; (c) detalhe da régua de leitura no
perfilômetro..................................................................................................
Apêndice 7. Representação dos perfis: (a) natural, (b) de elevação e (c)
de fundo, obtidos através do perfilômetro...................................................
Apêndice 8. Área mobilizada no solo, área de elevação no solo,
espessura média da camada mobilizada do solo, empolamento do solo e
índice de rugosidade do solo antes e após o preparo do solo, em função
do sistema de preparo de solo....................................................................
Apêndice 9. Distribuição percentual de agregados por classe de
tamanho, em função do sistema de preparo periódico do solo...................
Apêndice 10. Distribuição percentual acumulada de agregados por
classe de tamanho, em função do sistema de preparo periódico do
solo..............................................................................................................
Apêndice 11. Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura
(MF) dos agregados do solo, em função dos implementos de preparo
periódico do solo.........................................................................................
Apêndice 12. Valores médios de cobertura do solo (%), em função do
sistema de preparo periódico do solo..........................................................
Apêndice 13. Avaliação da altura das plantas de soja, em função do
sistema de preparo periódico do solo..........................................................
Apêndice 14. Número médio de dias para emergência das plântulas, em
função do sistema de preparo periódico do solo.........................................
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Apêndice 15. População inicial e final da cultura da soja e Índice de
sobrevivência, em função do sistema de preparo periódico do solo...........
Apêndice 16. Altura média das plantas de soja (cm), aos 19, 23, 30, 37,
44, 51, 58 e 65 dias após a semeadura, em função do sistema de
preparo periódico do solo............................................................................
Apêndice 17. Altura de inserção da primeira vagem da cultura da soja
(cm), em função do sistema de preparo periódico do solo..........................
Apêndice 18. Produtividade estimada da cultura da soja, em função do
sistema de preparo periódico do solo..........................................................
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LISTA DE FIGURAS
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Figura 1. Mapa de aptidão edafoclimática para o cultivo da soja em Minas
Gerais.............................................................................................
Figura 2. Área mobilizada (m2), em função do sistema de preparo
periódico do solo, para uma largura de faixa trabalhada medida
de 2,5 metros.................................................................................
Figura 3. Área de elevação (m2) em função do sistema de preparo
periódico do solo............................................................................
Figura 4. Espessura média da camada mobilizada (cm) em função do
sistema de preparo periódico do solo............................................
Figura 5. Empolamento (%), em função do sistema de preparo periódico
do solo...........................................................................................
Figura 6. Índice de rugosidade (mm), em função do sistema de preparo
periódico do solo............................................................................
Figura 7. Modificação da rugosidade (%), em função sistema de preparo
periódico do solo............................................................................
Figura 8. Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura (MF) dos
agregados, em função do sistema de preparo periódico do solo..
Figura 9. Valores médios de cobertura (%), em função do sistema de
preparo periódico do solo...............................................................
Figura 10. Marcha de emergência das plântulas de soja...............................
Figura 11. População inicial e final da cultura da soja (plantas.ha-1), em
função do sistema de preparo periódico do solo...........................
Figura 12. Altura de inserção da primeira vagem da cultura da soja (cm),
em função do sistema de preparo periódico do solo.....................
Figura 13. Produtividade estimada da cultura da soja, em função do
sistema de preparo periódico do solo............................................
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LISTA DE FÓRMULAS
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Equação 1: Regra de Simpson....................................................................
14
Equação 2: Índice de rugosidade superficial (σy).......................................
15
Equação 3: Espessura média da camada mobilizada (Ec).........................
15
Equação 4: Empolamento do solo (Em)......................................................
16
Equação 5: Modificação da rugosidade do solo (MR).................................
16
Equação 6: Diâmetro médio geométrico (DMG).........................................
28
Equação 7: Módulo de finura (MF)..............................................................
29
Equação 8: Percentagem de agregados retidos por classe de tamanho
(Wi (%))..................................................................................
Equação 9: Número médio de dias para emergência das plântulas de
29
soja (M)..................................................................................
Equação 10: Percentagem de sobrevivência de plantas (PS %)..................
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41
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LISTA DE TABELAS
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Tabela 1. Produção brasileira de soja em grãos – principais estados
produtores 1990/2000.................................................................
Tabela 2. Percentagem média de agregados no solo (%), retidos por
classe de tamanho, em função do sistema de preparo
periódico do solo.........................................................................
Tabela 3. Percentagem média acumulada de agregados no solo (%),
retidos por classe de tamanho, em função do sistema de
preparo periódico do solo............................................................
Tabela 4. Características químicas e granulométricas do solo......................
Tabela 5. Valores médios de altura das plantas de soja (m), em função do
sistema de preparo periódico do solo.........................................
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ALTERAÇÕES EM LATOSSOLO VERMELHO E NA CULTURA DA SOJA EM
FUNÇÃO DE SISTEMAS DE PREPARO
RESUMO: Visando a obtenção de dados relativos aos efeitos de sistemas de
preparo periódico de solo em um Latossolo Vermelho distrófico cultivado com soja, no
município de Uberaba/MG, avaliou-se a área mobilizada e elevação e o empolamento
do solo, espessura média da camada mobilizada, o índice e a modificação da
rugosidade do solo, a distribuição percentual de agregados, o diâmetro médio
geométrico, módulo de finura, incorporação de resíduos, desenvolvimento e
produtividade da cultura da soja, proporcionados pela ação do escarificador, enxadarotativa, arado de aivecas, grade aradora e arado de discos. Os tratamentos foram
delineados em blocos casualizados, com quatro repetições. Os sistemas de preparo do
solo não provocaram diferenças no número médio de dias para a emergência das
plântulas, nem no estande final, altura da primeira vagem e produção da cultura da
soja. Os preparos com arados e a grade aradora proporcionaram as maiores
populações iniciais da cultura. A altura de plantas foi afetada pela ação dos diferentes
equipamentos utilizados, destacando-se o arado de aivecas e a enxada-rotativa, com
os maiores e menores valores absolutos, respectivamente. O escarificador mostrou-se
como sendo o mais indicado na opção de prática de manejo conservacionista,
proporcionando menor empolamento, maior índice de rugosidade, maior cobertura
vegetal e menor grau de desagregação do solo, podendo colaborar com as menores
perdas de solo por erosão.
Palavras-Chave: agregados do solo, desenvolvimento da soja, rugosidade do solo
xv
ALTERATIONS IN DARK RED LATOSSOL AND IN SOYBEAN IN DIFFERENT SOIL
TILLAGE
SUMMARY: The objective of this thesis was to evaluate the effects of different
soil tillage equipments on Dark red latossol (Haplustox) cultivated with soybean in
Uberaba/MG. It was verified the areas of stirring profile and of soil elevation, as well as
volume increase in earth fill, medium thickness of the mobilized layer, roughness index,
alteration of the roughness of the soil, perceptual distribution of soil aggregates,
geometric mean diameter, modulus of fineness of soil aggregates and incorporation of
residues, the development and production of the soybean proportionate for the action of
the scared, rotary hoe, moldboard plow, disk harrow and disk plow. The experimental
design used was randomized blocks, in a split plot scheme, with four replications. The
different management systems didn't show differences for the average number of days
for the plants emergency, final stand, height of the first green bean and soybean’s
production. The plows and the disk harrow provided the largest initial populations of the
culture. The height of the plants was affected by the action of the different equipments,
standing out the moldboard plow and the rotary hoe, with the largest and smaller
absolute values, respectively. The scared is shown as being the most suitable in the
option of tillage conservation, due to the smaller volume increase in earth fill, larger
roughness index, larger vegetable covering and smaller degree of soil desegregation,
could be very effective in reducing soil erosion losses.
Keywords: soil aggregates, soybean development, soil surface roughness
1
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO
Uma das principais características da produção agrícola no estado de Minas
Gerais encontra-se em sua diversidade, com regiões de uso intensivo com tecnologia e
alta produtividade e outras, cuja base produtiva é extremamente rudimentar e voltada
para a subsistência.
No Triângulo Mineiro predominam os solos sob cerrado e em virtude da
facilidade de mecanização nesses solos, a exploração agrícola é desenvolvida por
empresários rurais de médio e grande porte, com uso intensivo de tecnologia. Além
disso, a região conta com boa infra-estrutura de armazenamento e de beneficiamento, o
que a torna a principal e a mais dinâmica região agrícola do Estado, possuindo grande
potencial produtivo tanto para a pecuária quanto para a produção de grãos,
notadamente o milho e a soja.
De acordo com PINAZZA & ALIMANDRO (2001), no agronegócio brasileiro a
cadeia produtiva da soja é a principal responsável pela geração de divisas. A Tabela 1
traz os principais indicadores da cadeia produtiva da soja no Brasil entre os anos 1991
a 2000 (IBGE, 2002).
A partir de tais dados, é possível perceber a relevância da produtividade como
fator responsável pelo incremento na produção. Assim, o uso de tecnologias adequadas
e modernas pode ser considerado o fator prioritário.
Em Minas Gerais, as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba são as que mais se
destacam na produção e processamento da soja. As exigências dessa cultura em
termos de mecanização e uso de insumos modernos, têm, cada vez mais, garantido às
regiões de cerrado a liderança na produção dessa oleaginosa. A Figura 1 mostra que
os principais municípios produtores de soja encontram-se nas regiões de cerrado onde
as grandes áreas de terra propicias à mecanização favorecem este tipo de atividade
2
(GEODATA, 2002). É também nessas áreas que se observa maior uso de tecnologia.
Dentre os municípios mineiros, apenas Uberaba classifica-se como ascendente.
TABELA 1. PRODUÇÃO BRASILEIRA DE SOJA EM GRÃOS – PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES 1990/2000.
BRASIL E
PRODUÇÃO (1000 t)
ÁREA CULTIVADA
PRODUTIVIDADE
(1000 ha)
-1
(kg.ha )
UNIDADES
DA FEDERAÇÃO
1990
1995
2000
1990
1995
2000
1990
1995
2000
Brasil
19.897
25.683
32.821
11.487
11.675
13.657
1.732
2.199
2.403
Bahia
220
1.073
1.508
360
471
628
612
2.280
2.400
Minas Gerais
749
1.200
1.439
558
601
600
1.340
1.997
2.397
São Paulo
937
1.186
1.190
561
530
535
1.669
2.233
2.224
Paraná
4.650
5.694
7.188
2.268
2.206
2.857
2.050
2.581
2.515
do
6.313
5.848
4.784
3.516
3.007
3.002
1.795
1.945
1.593
Mato Grosso do
2.039
2.284
2.486
1.256
1.044
1.099
1.622
2.187
2.261
Mato Grosso
3.065
5.491
8.774
1.528
2.323
2.906
2.006
2.364
3.018
Goiás
1.258
2.147
4.093
972
1.122
1.491
1.294
1.914
2.744
Rio
Grande
Sul
Sul
Fonte: IBGE, 2002
CULTURA DA SOJA
APTA
RESTRITA – Carência hídrica
RESTRITA – Carência térmica
Fonte: GEODATA, 2002.
FIGURA 1. Mapa de aptidão edafoclimática para o cultivo da soja em Minas Gerais.
3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A exploração de culturas anuais cultivadas sucessivamente na mesma área
oferece certas vantagens, mas requerem técnicas mais racionais de manejo do solo
para reduzir os problemas de desagregação, compactação, formação de crostas,
erosão, poluição e outros, que advém com o uso intensivo do mesmo (RAMOS &
DEDECEK, 1976).
O manejo do solo consiste em um conjunto de operações realizadas com o
objetivo de propiciar condições favoráveis à semeadura, ao desenvolvimento e à
produção das plantas cultivadas, por tempo ilimitado. Para que esses objetivos sejam
atingidos, é imprescindível a adoção de diversas práticas, dando-se prioridade aos
sistemas conservacionistas (EMBRAPA, 2003).
O sistema de produção de soja, conta algumas vezes com equipamentos de
preparo periódico do solo que resultam em grandes alterações na estrutura e
rugosidade do mesmo, formando camadas compactadas e encrostamento superficial,
reduzindo a cobertura vegetal, com conseqüências desastrosas como a erosão,
redução na taxa de infiltração de água e do volume de solo disponível para as raízes,
perda de nutrientes, aumento nos custos de produção e na susceptibilidade à
ocorrência de veranicos.
Pesquisas têm demonstrado que com a utilização de modernas técnicas de
semeadura direta, para determinadas condições de solo, clima e culturas, pode-se
obter produtividades tão boas ou, em alguns casos, até melhores que com o uso de
métodos tradicionais de preparo do solo e de semeadura. De qualquer forma, o preparo
periódico continuará a ser feito para as culturas ou condições onde não existe a
possibilidade de utilização de técnicas de semeadura direta (BALASTREIRE, 1987).
Por ser uma das etapas mais importantes dentro do manejo do solo, o seu
preparo periódico visa propiciar condições favoráveis à semeadura, germinação,
desenvolvimento e produtividade das plantas cultivadas com a menor degradação
possível do solo (GALETI, 1981).
4
A princípio, o preparo periódico do solo parece ser uma operação muito simples,
de fácil compreensão e execução. Entretanto, o processo compreende várias técnicas
que, se usadas de modo racional, permitem a obtenção de elevada produtividade nas
culturas, mas se mal empregadas, em poucos anos de uso intensivo levarão a
destruição, podendo chegar à desertificação de áreas agrícolas (SILVEIRA, 1989).
De acordo com MAZUCHOWSKI & DERPSCH (1984),denomina-se preparo
periódico às operações de movimentação do solo, com a finalidade de instalação
periódica de culturas, e de forma geral, pode-se dividir em:
•
Preparo primário do solo (aração e/ou escarificação); são operações mais
profundas e grosseiras que tem como objetivo o revolvimento do solo,
promovendo a incorporação da vegetação instalada e dos restos de cultura,
geralmente deixam a superfície do terreno irregular, com torrões e
desnivelada, dificultando as operações seguintes de plantio e cultivo.
Recomenda-se que neste preparo não ocorra excessiva quebra dos torrões,
deixando o máximo possível de resíduos vegetais na superfície, atingindo
profundidade suficiente para permitir uma boa infiltração de água no solo e
menor risco de erosão.
•
Preparo secundário do solo (destorroamento e nivelamento): Pode ser
definido como todas as operações superficiais feitas após o preparo primário.
Visam o nivelamento do terreno, o destorroamento, a incorporação de
herbicidas,
a
eliminação
de
plantas
invasoras
no
início
do
seu
desenvolvimento, ou permitir a fácil colocação da semente no solo e a
cobertura
desta
com
terra,
produzindo
um
ambiente
favorável
ao
desenvolvimento inicial da cultura implantada com reflexos diretos na
produção.Todas as atividades de preparo secundário do solo (gradagens em
geral) deverão ser feitas com o mínimo de operações possível, evitando a
ação pulverizadora das grades e a compactação do pneu do trator e dos
equipamentos sobre o solo solto.
5
Conforme MIALHE (1974), os termos máquina e implemento, embora sejam
comumente empregados como sinônimos, do ponto de vista da Mecânica Agrícola têm
significados diferentes e aplicação especial, a saber:
•
Máquina: conjunto de órgãos, constrangidos em seus movimentos por
obstáculos fixos e de resistência suficiente para transmitir o efeito de forças e
transformar energia. Assim, do ponto de vista da Mecânica Agrícola, tanto o
motor de um trator como um arado de discos, uma enxada rotativa, e uma
grade de discos, são considerados máquinas; no primeiro há transformação
de energia e, nos demais, apenas transmissão do efeito de forças.
•
Implemento: Conjunto constrangido de órgãos que não apresentam
movimentos relativos nem têm capacidade para transformar energia; seu
único movimento é o de deslocamento, normalmente imprimido por uma
máquina tratora. Cultivadores, arados de aivecas, escarificadores, grades de
dentes, subsoladores, etc., são alguns exemplos de implementos.
Assim, com base em tais definições, pode-se dizer que o preparo periódico
primário do solo pode ser realizado utilizando-se tanto máquinas como implementos
agrícolas, entretanto, para designar os mesmos de uma maneira mais simplificada
neste trabalho, será empregado o termo equipamento, para ambos.
A umidade no solo para a realização de operações mecanizadas é fundamental,
sendo considerada como ideal aquela onde o trator apresenta melhor desempenho,
operando com o mínimo de esforço (SILVEIRA, 1989). Deve-se evitar o preparo de solo
com umidade excessiva devido aos danos na estrutura física, gerando maior
compactação na região do rodado dos tratores, exigindo maior força da máquina e
resultando em pior qualidade do serviço executado, entre outros fatores. Quando o solo
é preparado estando muito seco, um número maior de passagens será necessário para
alcançar o destorroamento que permita efetuar a operação de semeadura, além de
proporcionar maiores gastos com combustíveis, menor rendimento no serviço e torrões
muito grandes, difíceis de serem quebrados, trazidos à superfície (MAZUCHOWSKI &
DERPSCH, 1984).
6
No preparo do solo, os objetivos devem ser atingidos com o menor número
possível de operações (EMBRAPA, 2001), reduzindo o tempo e o consumo de energia
necessária para a implantação da cultura. Desta forma, diferentes equipamentos
agrícolas podem ser utilizados para alcançar tais objetivos, entretanto deve ser
ressaltado que cada um possui uma ação específica, em função das características
próprias de seus órgãos ativos, sobre o solo.
O arado de discos promove um corte da camada superficial do solo em fatias
denominadas leivas, que recebem um movimento torcional, sendo invertidas de
maneira que a face superior fica voltada para baixo. O disco é menos suscetível a
impactos, uma vez que, ao encontrar um obstáculo qualquer, ele gira sobre o mesmo,
diminuindo a influência do impacto sobre a estrutura (BALASTREIRE, 1987). Assim, o
arado corta, eleva, esboroa e inverte a camada de terra, provocando uma aeração das
camadas mobilizadas, permitindo maior introdução de oxigênio e expulsão de gás
carbônico, o que facilita os processos químicos e biológicos da oxigenação, como uma
verdadeira respiração do solo, proporcionando um ambiente propício para a
proliferação de microorganismos úteis à agricultura (SILVEIRA, 1989 e BLANCA, 1999).
Uma aração bem realizada facilita as demais operações agrícolas e também de
maneira positiva a emergência, o desenvolvimento das plantas e, conseqüentemente, o
rendimento das culturas. Por isso a aração deve ser feita criteriosamente, após ter-se
um conhecimento perfeito das condições que afetam a estruturação do solo, sua
relação com as plantas cultivadas, com o desenvolvimento de plantas invasoras, com a
movimentação das águas, com a natureza do material de cobertura, além dos fatores
econômicos envolvidos em sua execução(SILVEIRA, 1989, GADANHA JÚNIOR et al.,
1991 e BLANCA, 1999).
Com a utilização do arado de discos consegue-se boa penetração no solo desde
que se trabalhe com adequada umidade do solo, com regulagem correta e com poucos
resíduos vegetais na superfície.
O arado de aivecas realiza o corte, elevação, esboroamento e inversão da leiva
de uma forma mais perfeita e em profundidades maiores que aquelas alcançadas pelo
arado de discos, entretanto, deixa a superfície do solo mais descoberta, o que aumenta
7
o risco de erosão e, exige que o terreno a ser trabalhado esteja livre de obstáculos,
especialmente raízes.
Caso não disponham de mecanismo de segurança com desarme automático a
ponta da relha prende-se a cada momento, diminuindo o rendimento e piorando a
qualidade do serviço. O arado de discos mistura melhor o solo do que o arado de
aivecas, fato importante para a incorporação de calcário (SILVEIRA, 1989 e BLANCA,
1999).
A grade aradora movimenta o solo duas vezes em sentidos opostos, em uma
única passada. O conjunto das secções dianteiras, em face do ângulo que fazem entre
si e dos discos recortados destorroam jogando a terra para um lado enquanto o
conjunto traseiro joga a terra removida para o outro, completando o trabalho do
primeiro.
A grade aradora possui pequena capacidade de penetração, causando
espelhamento no fundo do sulco, o que reduz a infiltração de água, o que dificulta, em
parte, a incorporação dos resíduos vegetais encontrados na superfície do terreno,
quando comparada aos arados. Além disto, a grade proporciona maior desagregação
do solo e somente consegue romper camadas compactadas localizadas mais próximas
à superfície do solo (GADANHA JÚNIOR et al., 1991 e SILVEIRA, 1989).
A grade é preferida pelos agricultores, quando comparada aos arados, devido à
maior largura útil de ação e maior velocidade de deslocamento, o que aumenta
sensivelmente sua capacidade efetiva de trabalho. Porém, o que se ganha em largura
perde-se em profundidade, gerando uma camada compactada, quando empregada de
forma intensiva ao longo dos anos, a menores profundidades, impedindo o
desenvolvimento das raízes, e a altura das plantas, proporcionando queda na
produtividade nos anos em que ocorre estiagem.
O escarificador é um equipamento, que atua até a profundidade de 0,30 metros,
usando para o preparo periódico, cuja função é promover um mínimo de mobilização,
desagregando menos o solo, no sentido de baixo para cima. Não forma camada
compactada no subsolo, e isto pode representar maior armazenamento de água, menor
risco para as culturas de sequeiro e também a possibilidade de redução da freqüência
8
de irrigação. Além disso, não enterra a maior parte dos resíduos vegetais que, mantidos
na superfície, protege o solo da erosão, o que permite enquadrá-lo como equipamento
de sistema conservacionista (GADANHA JÚNIOR et al., 1991 e SILVEIRA, 1989).
De acordo com SILVEIRA (1989), o escarificador proporciona um consumo de
combustível e capacidade de trabalho pouco menor que o da grade aradora, porém não
provoca erosão, já que seu índice de rugosidade é maior. A produção das culturas temse mostrado igual, ou em muitos casos maior, com a escarificação do que quando o
solo é preparado com arados ou grades aradoras. Já para o controle de plantas
invasoras
mostra-se
ineficaz,
se
comparado
aos
equipamentos
do
sistema
convencional.
A enxada rotativa é um equipamento de preparo periódico do solo que funciona
como uma enxada manual de ação contínua, executando a mobilização por
desagregação. Além de cortar e incorporar restos vegetais, controlar plantas invasoras,
ela ainda incorpora fertilizantes minerais ou orgânicos (GADANHA JÚNIOR et al.,
1991). Esse equipamento pode ser usado no preparo primário e secundário do solo e
possui enxadas de diversas formas, montadas em um eixo horizontal acionado pela
tomada de potência. Geralmente, a rotação das enxadas é feita no sentido do avanço.
Elas cortam fatias do solo num movimento cicloidal, lançando-as contra a cobertura
protetora, onde sofrem nova desagregação.
O equipamento mistura bem o solo mobilizado (BALASTREIRE, 1987),
facilitando a trituração e homogeneização dos materiais localizados na superfície,
ficando o solo praticamente sem rugosidade superficial, facilitando a semeadura após
uma operação. Devido à pequena capacidade de penetração no solo, não consegue
quebrar camadas compactadas que ocorrem a profundidades de 10 a 20 cm. Possibilita
uma pulverização excessiva no solo, se mal regulado e em solo seco. Assim, diante do
risco de erosão nos terrenos ondulados, a enxada rotativa deve ser usada com cuidado
e critério no preparo do solo de culturas anuais (SILVEIRA, 1989, GADANHA JÚNIOR
et al., 1991 e BLANCA, 1999).
9
HÍPÓTESE
A ação de diferentes órgãos ativos dos equipamentos empregados no preparo
periódico do solo proporciona alterações no solo, assim como no crescimento e
desenvolvimento vegetal.
OBJETIVOS GERAIS
Avaliar os efeitos de equipamentos agrícolas utilizados no preparo primário
periódico, nas modificações do solo, e no crescimento e desenvolvimento vegetal.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Avaliar os efeitos dos diferentes sistemas de preparo periódico do solo usando o
escarificador, enxada rotativa, arado de aivecas, grade aradora e arado de
discos sobre as alterações na rugosidade do solo.
2. Avaliar os efeitos dos diferentes sistemas de preparo periódico do solo usando o
escarificador, enxada rotativa, arado de aivecas, grade aradora e arado de
discos sobre o estado de agregação do solo.
3. Avaliar os efeitos dos diferentes sistemas de preparo periódico do solo usando o
escarificador, enxada rotativa, arado de aivecas, grade aradora e arado de
discos sobre a cultura da soja.
10
CAPÍTILO
2
-
SISTEMAS
DE
PREPARO
DO
SOLO:
ALTERAÇÕES
NA
RUGOSIDADE DO SOLO
RESUMO: Procurando relacionar os sistemas de preparo periódico do solo com
alguns de seus efeitos no solo, foi instalado e conduzido, no município de Uberaba/MG,
o presente trabalho. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados
com cinco tratamentos e quatro repetições, tendo como tratamentos os sistemas de
preparo periódico com: escarificador, enxada rotativa, arado de aivecas, grade aradora
e arado de discos. Foram avaliados: área mobilizada do solo, área de elevação e
empolamento do solo, espessura média da camada mobilizada, o índice de rugosidade
e a modificação da rugosidade do solo. Verificou-se que o escarificador proporcionou
menor empolamento e maior índice de rugosidade do solo enquadrando-se no sistema
conservacionista por desestruturar menos o solo. O escarificador mostrou-se como
sendo o mais indicado na opção de prática de manejo conservacionista, podendo
colaborar com as menores perdas de solo por erosão.
Palavras-Chave: área de elevação, área mobilizada, índice de rugosidade
INTRODUÇÃO
O atual sistema de exploração agrícola tem proporcionado ao solo um acelerado
processo de degradação, com desequilíbrio de suas características físicas, químicas e
biológicas, afetando o seu potencial produtivo.
Para cada condição de solo e operação agrícola existe um equipamento
adequado. O solo deve ser preparado com o mínimo de mobilização, não implicando
com isso, numa diminuição da profundidade de operação, mas sim numa redução do
número de operações, deixando rugosa a superfície do solo e mantendo os resíduos
11
culturais, total ou parcialmente, sobre a superfície, trazendo benefícios para uma
sustentabilidade ambiental e também, muitas vezes, maior economia. Observa-se,
entretanto, que a maior parte dos equipamentos utilizados na mobilização do solo não
atendem algumas destas condições tidas como ideais.
O sistema convencional de preparo do solo consiste na realização de uma
aração, seguida de duas gradagens para destorroamento e nivelamento (DERPSCH et
al., 1991), também denominada de operações de preparo periódico secundário. Isto
proporciona a pulverização da superfície dos solos, deixando-os mais susceptíveis ao
processo de erosão e formação de impedimentos mecânicos logo abaixo das camadas
de
solo
movimentadas
pelos
equipamentos,
os
quais
podem
interferir
no
desenvolvimento radicular das culturas, acarretando redução na produtividade
(BAUDER et al., 1981).
De acordo com ASAE (1982) e DALLMEYER (1994), o preparo mínimo ou
reduzido do solo pode ser definido como aquele que proporciona menor número de
operações que o preparo convencional, resultando em menor incorporação de resíduos
vegetais, menor inversão do solo, menor custo de preparo e redução das perdas de
solo e água.
Considera-se como preparo conservacionista aquele que proporciona a menor
mobilização possível do solo, visando preservar sua estruturação, mantendo no mínimo
30% da superfície do solo coberta com palha, entre o período compreendido da colheita
da cultura anterior e a implantação da cultura seguinte (GROHMANN & ARRUDA, 1961
e BUHLER, 1995).
A avaliação dos perfis mobilizados do solo pode nos oferecer uma série de
informações importantes. Segundo DANIEL & MARETTI (1990) dois são os fenômenos
decorrentes da operação de preparo periódico: o deslocamento vertical do perfil do solo
e a sua área mobilizada devendo ser realizados levantamentos de três perfis: o perfil da
superfície natural, da superfície de elevação e o perfil interno do solo mobilizado. A
avaliação das áreas entre os perfis pode ser determinada por meio de gráficos,
utilizando-se
técnicas
determinação das áreas.
de
planimetria
ou
programas
computacionais
para
a
12
GAMERO & BENEZ (1990), SANTOS (1993), COAN (1995) e OLIVEIRA (1997),
sugerem que a avaliação da rugosidade superficial de um solo pode ser feita por meio
da utilização do índice de rugosidade proposto por ALLMARAS et al. (1966). A
rugosidade do solo deve ser medida, também, após o preparo. Desta maneira, pode-se
determinar o índice de rugosidade da superfície mobilizada.
O índice de rugosidade expressa, em termos percentuais, a mudança entre a
rugosidade inicial e rugosidade final, após o preparo do solo.
A rugosidade resultante da ação dos equipamentos, em relação ao estado
natural em que o solo se encontrava, pode ser avaliada através da determinação do
índice de modificação da rugosidade. Desta forma, solos mais ondulados podem se
tornar mais uniformes após a ação de certos equipamentos, bem como solos com
superfície mais plana podem tornar-se mais rugosos.
Na agricultura moderna, o preparo periódico do solo ainda é considerado uma
operação básica e, nas últimas décadas, vem passando por considerável evolução. No
momento, a atenção está voltada para sistemas de semeadura direta e de preparo
reduzido ou de cultivo mínimo do solo, ou seja, para aqueles cujas operações resultem
em menor consumo de energia, que visem à conservação do solo e da água e não
causem prejuízos no desenvolvimento e produtividade das plantas (COAN, 1995).
Este trabalho teve como objetivo avaliar a área mobilizada, área de elevação e
empolamento do solo, espessura média da camada mobilizada, o índice de rugosidade
e a modificação da rugosidade do solo ocasionados pela mobilização do solo
promovidos pelo escarificador, enxada-rotativa, arado de aivecas, grade-aradora e
arado de discos em um Latossolo Vermelho distrófico, textura média, em relevo plano.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido na Área Experimental da FAZU – Faculdades
Associadas de Uberaba – Minas Gerais (Apêndice 1), com as seguintes coordenadas
geográficas: longitude: 47º57’27” W. GR.; latitude: 19º44’13” S e altitude de 780 m. O
13
clima de Uberaba, segundo a classificação de Köeppen, é Aw, tropical quente úmido,
com inverno frio e seco. As médias anuais de precipitação e temperatura são de 1474
mm e 22,6º C, respectivamente.
O experimento foi instalado em 1999, em um Latossolo Vermelho distrófico,
textura média, relevo plano (EMBRAPA, 1999) e densidade média na camada arável
igual a 1,73 g cm-3. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com cinco
tratamentos e quatro repetições (Apêndices 2 a 4), resultando num total de 20 parcelas.
Cada parcela constituiu-se de 100 m2 (10 x 10 m). Os tratamentos foram o preparo
periódico do solo com: Escarificador, modelo AST 5/5, marca Tatu-Marchesan;
equipado com 5 hastes espaçadas de 390 mm, largura de corte de 1560 mm e massa
de 390 kg (Apêndice 5a e 5b); Enxada-Rotativa equipada com 6 flanges, tendo 4
lâminas tipo veloz por flange, largura de corte 900 mm e massa total de 220 kg
(Apêndice 5c); Arado de aivecas fixas, modelo AAP, marca Tatu-Marchesan, equipado
com 2 aivecas recortadas, largura de corte de 900 mm e massa de 415 kg (Apêndice
5d); Grade aradora de arrasto, modelo GAM 14, marca Tatu-Marchesan, equipada com
14 discos recortados de 609,6 mm (24”) x 6,0 mm, espaçados de 230 mm, largura de
corte de 1500 mm e massa de 1210 kg (Apêndice 5e); e Arado de discos fixos, modelo
AF 4, marca Tatu-Marchesan, equipado com 4 discos de 660,4 mm (26”) x 4,75 mm
espaçados de 570 mm, largura de corte de 1230 mm e massa de 492 kg (Apêndice 5f).
Utilizou-se o trator Ford 6610, 4X2, com potência de 62,5 kW, operando em uma
velocidade média de 5 km h-1, na tração dos arados, do escarificador e da grade, e um
microtrator Agrale 4100, 4X2, com potência de 10,8 kW, e velocidade média de
operação igual a 1,5 km h-1, para tracionar a enxada-rotativa.
Os arados de discos, de aivecas e o escarificador, foram regulados para
cortarem o solo a uma profundidade média de 20 cm, a grade aradora a 13 cm e a
enxada rotativa, 8 cm. Estes valores serão comparados com os calculados pela
espessura média da camada mobilizada.
Deve ser destacado que tanto a grade aradora como a enxada rotativa, estavam
reguladas para a obtenção de máxima profundidade de corte, o mesmo não ocorrendo
para os demais equipamentos avaliados.
14
Foi adotado o preparo convencional para os arados e para a grade aradora,
sendo realizada a primeira gradagem de destorroamento e nivelamento logo após o
preparo primário e, a segunda, antecedendo a semeadura. Para o escarificador,
adotou-se o preparo reduzido do solo, sendo realizada apenas uma gradagem de
destorroamento-nivelamento, antecedendo a semeadura, enquanto que para a enxada
rotativa o solo não sofreu nova mobilização. A umidade gravimétrica do solo no
momento do preparo foi de 16%.
Na obtenção do índice de rugosidade e do perfil mobilizado do solo, que permite
calcular a área mobilizada, área de elevação e empolamento do solo, utilizou-se um
perfilômetro (Apêndice 6), com largura útil de 2500 mm, com pontos tomados de 50 em
50 mm, perfazendo um total de 50 leituras obtidas por meio de uma régua de 1000 mm
de comprimento, graduada de 10 em 10 mm, conforme adaptação realizada do trabalho
descrito por GAMERO & BENEZ (1990). O perfilômetro foi instalado sobre uma base
previamente nivelada, montada no sentido transversal ao deslocamento do trator. Após
a obtenção das 50 leituras, o perfilômetro foi deslocado no sentido longitudinal,
fazendo-se coincidir o ponto da última leitura da posição anterior com a primeira leitura
no novo posicionamento. Este procedimento foi repetido até a obtenção de 200 leituras,
conforme indicação feita por ALLMARAS et al. (1966). Assim, foram realizadas as
leituras do perfil do solo antes dos preparos, obtendo-se o perfil natural, e após o
preparo do solo, para obtenção do perfil da superfície e o perfil interno do solo
mobilizado, denominados respectivamente de perfil de elevação e perfil de fundo
(Apêndice 7). Este último foi obtido após a retirada do solo mobilizado pelo
equipamento.
Os cálculos da área de elevação e área mobilizada foram obtidos através da
Regra de Simpson (Equação 1):
∫
Xn
Xo
em que:
dx =
h
(f0+4f1+2f2+4f3+2f4+...+2fn-2+4fn-1+fn)
3
(1)
15
h=
Xn − Xo
,
n
Xn > Xo
sendo:
n = número de intervalos
f = altura das cotas (mm)
h = distância entre cotas (cm)
x = número de cotas
O índice de rugosidade superficial (Equação 2) representa o produto do desviopadrão entre os logaritmos naturais das leituras das elevações, pela altura média das
elevações (ALLMARAS et al. 1966).
σy = σx . hm
(2)
em que:
σy = estimativa do índice de rugosidade representada pelo desvio padrão entre
as alturas (mm);
σx = desvio padrão entre os logaritmos naturais das alturas;
hm = média das alturas (mm)
A área mobilizada consiste na área situada entre o perfil original e o perfil de
fundo de sulco, enquanto que a área de elevação é aquela situada entre o perfil original
e o perfil da superfície do solo após a mobilização, conforme descrito por GAMERO &
BENEZ (1990).
Obtidos os dados da camada mobilizada, a espessura média foi calculada
através da Equação 3:
Ec =
Am
Cp
em que:
Ec = espessura média da camada mobilizada (m)
(3)
16
Am = área mobilizada do solo (m2)
Cp = comprimento do perfilômetro (m)
O empolamento do solo (Equação 4) foi determinado pela razão entre a área de
elevação do solo e a área mobilizada pelos órgãos ativos do equipamento, segundo
GAMERO & BENEZ (1990).
Em =
Ae
x 100
Am
(4)
em que:
Em = empolamento (%)
Ae = área de elevação (m2)
Am = área mobilizada (m2)
A modificação da rugosidade do solo (Equação 5) foi obtida considerando-se a
diferença entre os índices de rugosidade após e antes do preparo, em relação ao índice
rugosidade antes do preparo do solo, expressa em porcentagem (SANTOS, 1993).
MR =
IRf − IRi
x 100
IRi
(5)
em que:
MR = modificação da rugosidade (%)
IRf = índice de rugosidade após o preparo do solo
IRi = índice de rugosidade antes do preparo do solo
Após a análise de variância, quando significativa, foi aplicado o teste de Tukey
para comparação de médias.
17
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Área mobilizada do solo
Os valores médios referentes à área mobilizada para cada equipamento
encontram-se na Figura 2 e Apêndice 8, e se mostram diferentes estatisticamente.
0,60 a
2
Área mobilizada (m )
0,60
0,50
0,49 b
0,48 b
0,40
0,27 c
0,30
0,20 c
0,20
0,10
0,00
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 2. Área mobilizada (m2), em função do sistema de preparo periódico do solo,
para uma largura de faixa trabalhada medida de 2,5 metros.
Observa-se que os arados e o escarificador apresentaram maior capacidade de
penetração e mobilização do solo. Destaca-se o arado de aivecas com 0,60 m2, seguido
pelo escarificador com 0,49 m2 e pelo arado de discos com 0,48 m2. Conforme também
observado por COAN (1995), as áreas mobilizadas pela grade aradora e a enxada
rotativa foram aproximadamente à metade daquelas obtidas com os demais
equipamentos (0,27 m2 para a grade e 0,20 m2 para a enxada rotativa). Isso é
justificado por apresentarem seus órgãos ativos fixados em um mesmo eixo,
característica que dificulta a penetração no solo. Entretanto, SALVADOR et al. (1993),
trabalhando com modelos distintos e provavelmente em velocidades diferentes,
mostraram que os preparos envolvendo arado de discos proporcionaram menor área
mobilizada do que os preparos com grade aradora e escarificador, justificado pelo
18
arado possuir menor largura efetiva de corte que os demais equipamentos, embora
todos estivessem regulados para atuarem à mesma profundidade.
Apesar de não existir diferença estatisticamente significativa entre os valores
obtidos para o arado de discos e o escarificador, deve-se considerar a maior dificuldade
de penetração dos discos, quando comparados às hastes parabólicas dos
escarificadores.
A avaliação deste parâmetro deve ser bastante criteriosa, considerando-se que a
ação de cada equipamento no solo é diferente para áreas mobilizadas semelhantes.
Assim, para o enterrio de plantas invasoras os arados são preferidos, destacando-se o
arado de aivecas; para a incorporação mais homogênea de corretivos e fertilizantes, na
profundidade mobilizada, são preferidas a grade aradora e a enxada rotativa; entretanto
para o rompimento de camada compactada até 30 cm de profundidade, preservando a
estruturação do solo e a cobertura vegetal na superfície do solo, pode ser preferível o
escarificador.
Área de elevação do solo
A Figura 3 e Apêndice 8 indicam haver efeitos de diferentes equipamentos sobre
a área de elevação do solo, devido aos órgãos ativos possuírem características
diferentes quanto à capacidade de penetração, corte, elevação e inversão da leiva.
A grade aradora apresentou menor área de elevação do solo (0,06 m2),
justificada pelos seus discos estarem dispostos em forma de secções, o que limita a
obtenção de maiores profundidades de operação, resultando em menor volume de solo
elevado, ao contrário da enxada rotativa, com 0,08 m2 de área de elevação e que
também possui seus órgãos ativos em forma de secção, limitando atingir maiores
profundidades, mas equipada com lâminas do tipo veloz e com o anteparo traseiro
levantado. SILVA & GAMERO (1993) e COAN (1995), observaram também,
desempenho semelhante para estes equipamentos durante seus estudos, ao contrário
de SALVADOR et al. (1993), que não encontraram diferenças significativas entre os
valores de área de elevação para os arados, grades e escarificadores.
19
0,10 a
0,09 a
0,08 ab
2
Área de elevação (m )
0,10
0,08
0,07 b
0,06 b
0,05
0,03
0,00
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 3. Área de elevação (m2) em função do sistema de preparo periódico do solo.
Espessura média da camada mobilizada
Observa-se que houve efeito dos tratamentos na espessura média da camada
mobilizada (Figura 4 e Apêndice 8), onde o arado de aivecas com 23,8 cm, o
escarificador com 19,8 cm e o arado de discos com 19,4 cm, possuem maior
capacidade de penetração no solo, quando comparados à grade aradora e à enxada
rotativa com 10,5 e 8,0 cm, respectivamente, considerando que apenas os dois últimos
estavam regulados para máxima profundidade de corte. Nota-se também, que houve
eficiência nas regulagens efetuadas no campo. HOOGMOED & DERPSCH (1985) e
SCLHOSSER et al. (1992), também observaram que a grade aradora não consegue
atingir grande profundidade de operação.
Resultados similares aos deste trabalho já haviam sido obtidos por COAN
(1995). Observa-se a existência de uma relação entre a espessura média da camada
mobilizada e a área mobilizada do solo.
20
23,8 a
Espessura média da
camada mobilizada (cm)
25
19,8 b
19,4 b
20
15
10,5 c
10
8,0 c
5
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 4. Espessura média da camada mobilizada (cm) em função do sistema de
preparo periódico do solo.
Empolamento do solo
Com o empolamento do solo, que representa a relação percentual entre a área
de elevação e a área mobilizada resultante da ação dos órgãos ativos dos
equipamentos de preparo periódico primário do solo, é possível avaliar a predisposição
do solo à erosão.
Os resultados apresentados na Figura 5 e Apêndice 8 mostram haver diferença
estatisticamente significativa entre os tratamentos avaliados. O maior empolamento
ocorreu para a enxada rotativa (40,9%), seguido pela grade aradora (24,3%),
escarificador (19,6%), arado de discos (18,0%) e arado de aivecas (10,9%).
Verifica-se que o arado de aivecas atuando em maior profundidade e gerando
menor área de elevação, foi o equipamento que proporcionou o menor revolvimento do
solo. Resultados semelhantes foram obtidos no trabalho realizado por CARVALHO
FILHO et al. (2001); entretanto, SALVADOR et al. (1993) não encontraram diferenças
significativas entre os valores de empolamento de arados, grades e escarificadores,
21
provavelmente pelo fato de se tratar de ferramentas ativas diferentes dos equipamentos
e das variações de algumas características operacionais, principalmente a velocidade.
45
40,9 a
E m p o la m e n to (% )
40
35
30
24,3 b
25
20
19,6 b
18,0 bc
15
10,9 c
10
5
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 5. Empolamento (%), em função do sistema de preparo periódico do solo.
Índice de rugosidade do solo
Observa-se que os índices de rugosidade eram iguais antes do preparo do solo e
que logo após a mobilização, apresentaram diferenças estatisticamente significativas,
em função dos equipamentos empregados no preparo primário do solo (Figura 6 e
Apêndice 8).
Os arados apresentaram os maiores índices de rugosidade, enquanto que a
enxada rotativa proporcionou o menor, fato também verificado por BURWELL &
LARSON (1969).
22
O escarificador, novamente, confirma-se como equipamento adequado ao
sistema conservacionista por proporcionar, como os arados, elevado índice de
rugosidade, gerando menor tendência de formação de encrostamento superficial,
aumentando e influenciando na quantidade de água que poderá ficar retida nas
depressões, retardando o início de escoamento superficial, em caso de chuvas. COAN
(1995), apesar de não ter observado diferenças estatisticamente significativas,
trabalhando com os mesmos equipamentos, também destaca que os maiores índices
foram obtidos para o arado de aivecas, arado de discos e para o escarificador.
4,5
4,29 a
3,87 ab
4
Índice de rugosidade
4,35 a
3,5
3,11 bc
3
2,56 c
2
2,41 a
2,25 a
2,5
2,20 a
2,01 a
2,01 a
1,5
1
0,5
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Antes do preparo do solo
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Após o preparo do solo
.
Figura 6. Índice de rugosidade (mm), em função do sistema de preparo periódico do
solo.
23
DALLMEYER et al. (1989), observaram que diferentes órgãos ativos podem
ocasionar valores similares de índice de rugosidade, o que aplicado à seleção de
equipamentos pode trazer vantagens econômicas e de conservação do solo e da água.
Os mesmos autores consideram que podem ser obtidos valores distintos de índice de
rugosidade, em função da metodologia adotada na determinação desta variável, e que,
portanto, cumpre observar este detalhe para evitar a discussão dos valores numéricos
absolutos em comparação.
Modificação da rugosidade do solo
Quanto à modificação da rugosidade do solo (Figura 7 e Apêndice 8), nota-se
apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas para os equipamentos
analisados, os maiores valores de modificação da rugosidade do solo obtidos, em
valores absolutos, foram respectivamente: para o arado de discos, arado de aivecas,
escarificador, grade aradora e finalmente, para a enxada rotativa.
Modificação da rugosidade
141,4 a
140,0
120,0
126,5 a
116,9 a
100,0
80,0
60,0
41,0 a
40,0
28,9 a
20,0
0,0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 7. Modificação da rugosidade (%), em função do sistema de preparo periódico
do solo.
24
Considerando-se que o coeficiente de variação foi muito elevado (C.V. = 59,1%),
embora se tenha tomado cuidado na obtenção dos valores analisados, confirma-se a
necessidade de maiores estudos para a padronização de uma metodologia adequada
para uma interpretação técnica eficiente.
CONCLUSÕES
O escarificador, juntamente com os arados de aivecas e de discos, apresentaram
maior capacidade de mobilização do solo, rompendo camadas mais profundas, quando
comparados à grade aradora e à enxada rotativa.
A enxada rotativa, nas condições em que foi regulada, ocasionou elevado
empolamento e baixo índice de rugosidade, caracterizando-se como o equipamento
que proporcionou a maior degradação do solo
O escarificador promoveu elevado índice de rugosidade e baixo empolamento, o
que atende a condição conservacionista.
Há necessidade de padronização da metodologia na determinação dos índices
de rugosidade e da modificação da rugosidade, para se evitar a discussão e
comparação de valores numéricos absolutos.
25
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DO ESTADO DE AGREGAÇÃO DO SOLO AFETADO
PELO SISTEMA DE PREPARO
RESUMO: Visando a obtenção de dados relativos aos efeitos de sistemas de
preparo periódico na capacidade de incorporação de resíduos e na desagregação de
um Latossolo Vermelho distrófico, no município de Uberaba/MG, avaliou-se a
distribuição percentual de agregados do solo, o diâmetro médio geométrico (DMG),
módulo de finura (MF) e incorporação de resíduos, proporcionados pelo escarificador,
enxada-rotativa, arado de aivecas, grade aradora e arado de discos. Os tratamentos
foram delineados em blocos casualizados, com quatro repetições. As análises dos
resultados obtidos mostraram o escarificador como equipamento adequado ao manejo
conservacionista mantendo maior cobertura vegetal e menor grau de desagregação do
solo.
Palavras-chave: cobertura vegetal, diâmetro médio geométrico, distribuição percentual
de agregados do solo
INTRODUÇÃO
O
preparo
periódico
do
solo
tem
como
finalidades:
a
mobilização;
destorroamento; controle de plantas daninhas; incorporação de restos vegetais, de
corretivos e de defensivos agrícolas, proporcionando, assim, condições favoráveis para
a semeadura, cultivo, adubação e também uma compactação desejável para o
desenvolvimento radicular das plantas (DICKEY et al. 1992).
A intensificação do emprego de máquinas em tarefas agrícolas concorre para a
expansão da degradação dos solos por torná-los mais desestruturados e sem cobertura
vegetal por maior período (CARVALHO DIAS, 1993), além de induzir a formação de
26
uma camada compactada, subsuperficialmente, reduzindo a permeabilidade e a
profundidade efetiva, favorecendo o aumento do carreamento da massa de terra, pela
lavagem superficial do terreno, com sérios prejuízos para a produtividade das culturas
(MORAES & BENEZ, 1996).
Adequar solos, deixando-os em condições ideais para o desenvolvimento das
culturas, implica em melhorar e manter sua estrutura, com espaço poroso satisfatório,
fazendo com que a disponibilidade de água e a troca de gases e nutrientes, sejam
suficientes para o desenvolvimento das plantas, durante o ciclo da cultura. Porém,
mantê-los em condições ideais é extremamente difícil, pois as próprias atividades
relacionadas com a produção agrícola fazem com que a estrutura do solo seja
deteriorada, limitando o desenvolvimento das raízes pela compactação do solo
(LOPES, 2002). A maioria das características físicas do solo sofre variações cíclicas a
cada instalação de culturas, alterando-se de um preparo periódico a outro subseqüente.
O diâmetro médio geométrico e o módulo de finura dos agregados do solo
permitem avaliar as condições da camada mobilizada quanto ao seu estado de
desagregação, o qual se revela da maior importância quanto às condições do solo para
execução da semeadura (COAN, 1995).
No trabalho desenvolvido por COAN (1995), se verificou que após a realização
do preparo periódico secundário do solo, obteve-se agregados de tamanhos
semelhantes e que o aumento do número de operações de uma grade niveladora não
altera o tamanho de agregados.
GROHMANN & ARRUDA (1961), recomendam a menor mobilização possível do
solo, visando preservar sua estruturação, visto que o intenso trabalho mecânico do solo
diminui o diâmetro médio geométrico dos agregados. Assim, quanto menor o número de
operações mecanizadas para a exploração agrícola, maiores serão os benefícios em
termos de sustentabilidade ambiental e, não raras vezes, mais econômicas (LEVIEN et
al. 2003).
De acordo com SALVADOR et al (1993), COAN (1995) e LOPES (2002), um
certo grau de mobilização do solo e proteção dos mesmos com resíduos vegetais, é
essencial para obtenção e manutenção de boas produtividades das culturas anuais.
27
De acordo com BUHLER (1995), deve-se manter no mínimo 30% da superfície
do solo coberta com palha, entre o período compreendido da colheita da cultura anterior
e a implantação da cultura seguinte, pois considera-se a cobertura do solo por resíduos
como sendo a principal característica do preparo conservacionista.
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos de
diferentes sistemas de preparo periódico do solo sobre o estado de agregação de um
Latossolo Vermelho distrófico e na capacidade de incorporação de resíduos.
MATERIAL E MÉTODOS
Os ensaios foram instalados e conduzidos no município de Uberaba – MG
(Apêndice 1), em um Latossolo Vermelho distrófico, textura média, relevo plano e
densidade média na camada arável igual a 1,73 g cm-3..
O delineamento estatístico utilizado foi em blocos casualizados, com cinco
tratamentos e quatro repetições (Apêndices 2 a 4), tendo como tratamentos:
Escarificador equipado com 5 hastes (Apêndices 5a e 5b); Enxada-Rotativa equipada
com 6 flanges, tendo 4 lâminas tipo veloz por flange, e anteparo traseiro levantado
(Apêndice 5c); Arado de aivecas fixas, equipado com 2 aivecas recortadas (Apêndice
5d); Grade aradora de arrasto, equipada com 14 discos recortados de 609,6 mm (24”) x
6,0 mm (Apêndice 5e) e Arado de discos fixos, equipado com 4 discos de 660,4 mm
(26”) x 4,7 mm (Apêndice 5f); resultando num total de 20 parcelas. Cada parcela
constituiu-se de 100 m2 (10 x 10 m).
Utilizou-se o trator Ford 6610, 4X2, com potência de 62,5 kW, operando em uma
velocidade média de 5 km h-1, na tração dos arados, do escarificador e da grade, e um
microtrator Agrale 4100, 4X2, com potência de 10,8 kW, e velocidade média de
operação igual a 1,5 km h-1, para tracionar a enxada-rotativa.
Os arados de discos e de aivecas e o escarificador foram regulados para
cortarem o solo numa profundidade média de 20 cm, a grade aradora 13 cm e a enxada
rotativa, aproximadamente 8 cm. Foi adotado o preparo convencional para os arados e
28
para a grade aradora, sendo realizada a primeira gradagem de nivelamento logo após o
preparo periódico primário e a segunda antecedendo a semeadura. Para o escarificador
adotou-se o preparo reduzido do solo, sendo realizada apenas uma gradagem de
nivelamento, antecedendo a semeadura, enquanto que para a enxada rotativa o solo
não sofreu nova mobilização. A umidade gravimétrica do solo no momento do preparo
foi de 16%.
Logo após a execução de cada tratamento, conforme a profundidade de solo
mobilizada, foram coletadas com uma pá no centro de cada parcela três sub-amostras
que foram cuidadosamente acondicionadas em caixas de papelão. No laboratório estas
amostras foram secas ao ar, com o objetivo de eliminar a água existente no solo e de
conferir a resistência mecânica dos agregados para a operação de peneiramento. Após
estarem secas, estas foram passadas separadamente por um jogo de peneiras para a
obtenção da massa seca dos agregados por classe de tamanho. Tomou-se a média
dos valores de três sub-amostras como a amostra da parcela.
A desagregação do solo na camada mobilizada foi avaliada por meio dos
cálculos do diâmetro médio geométrico dos agregados (DMG), obtida através da
equação (6), tomando-se como referência o trabalho de GUPTA & LARSON (1982). O
módulo de finura (MF), determinado pela equação (7), e da percentagem de agregados
retidos por classe de tamanho, conforme equação (8), ou seja: maiores que 50,80;
50,80 a 38,10; 38,10 a 25,40; 25,40 a 19,00; 19,00 a 12,70; 12,70 a 9,52; 9,52 a 4,75;
4,75 a 2,36; 2,36 a 1,19; 1,19 a 0,59; 0,59 a 0,30; 0,30 a 0,15 e menores que 0,15 mm.
Diâmetro médio geométrico (DMG)
 ∑n (Wi log di ) 

DMG = antilog  i =1 n


Wi
∑i =1


(6)
29
Módulo de finura (MF)
MF =
∑ percentagens.acumuladas
(7)
100
Percentagem de agregados retidos por classe de tamanho [Wi (%)]
Wi (%) =
Wi
∑i =1Wi
n
x 100
(8)
em que:
Wi = massa retida por classe de tamanho (g)
MF = módulo de finura
di = tamanho médio da classe (mm)
n = número de classe de agregados
DMG = diâmetro médio geométrico (mm)
Através de levantamento efetuado na superfície do solo, verificou-se a
predominância de plantas daninhas de porte rasteiro e restos de cultura de milho, que
foram roçados para se evitar o embuchamento durante as fases de preparo do solo.
A avaliação da quantidade de resíduos foi realizada antes do preparo primário,
após o preparo primário e após o preparo secundário do solo utilizando-se uma trena,
tomando-se leituras em 100 marcas, distanciadas de 10 cm entre si, a qual foi colocada
sobre a superfície de cada parcela, em posição diagonal. O percentual de cobertura foi
avaliado considerando-se a coincidência de cada marca sobre os resíduos, conforme
adaptação do método de LAFLEN et al. (1981).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância
e quando as
diferenças encontradas entre os tratamentos foram significativas, aplicou-se o teste de
comparação de médias de Tukey (p ≤ 0,05).
30
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percentagem de agregados no solo
A Tabela 2 e Apêndice 9 apresentam os resultados da distribuição percentual
média de agregados no solo retidos nas diferentes classes de tamanho, conforme
equipamento de preparo do solo empregado.
Tabela 2. Percentagem média de agregados no solo (%), retidos por classe de
tamanho, em função do sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas
Classes
Escarificador
(mm)
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
1
> 50,80
21,856
0,000
26,526
8,081
6,452
2
38,10 a 50,80
3,546
1,091
2,784
2,284
7,812
3
25,40 a 38,10
6,589
0,248
6,522
4,229
8,929
4
19,00 a 25,40
5,160
4,107
4,032
6,764
8,677
5
12,70 a 19,00
4,674
2,774
5,255
4,578
7,141
6
9,52 a 12,70
3,155
4,596
2,526
3,470
4,267
7
4,75 a 9,52
11,919
18,477
10,923
11,813
12,967
8
2,36 a 4,75
6,706
11,405
6,386
8,507
7,396
9
1,19 a 2,36
13,494
26,131
10,492
15,752
13,794
10
0,59 a 1,19
12,135
19,630
15,605
22,213
13,691
11
0,30 a 0,59
7,942
8,872
6,768
8,759
6,525
12
0,15 a 0,30
2,160
2,157
1,681
2,695
1,814
13
< 0,15
0,664
0,512
0,500
0,855
0,535
A análise dos resultados permite observar que a porcentagem de agregados nas
maiores classes de tamanho encontram-se nos preparos de solo com os arados de
aivecas, escarificador e arado de discos, destacando-se a similaridade de valores
ocorrida entre os dois primeiros, enquanto que para o arado de discos houve maior
uniformidade de tamanho de agregados entre todas as classes tomadas.
Verifica-se também que a enxada-rotativa revela-se como um equipamento de
grande capacidade desagregante, não produzindo torrões na classe 1, onde os
31
agregados possuem tamanhos maiores que 50,8 mm, e com mínimas porcentagens até
a classe 3, predominando, portanto, os agregados com dimensões menores que 25,4
mm.
A distribuição percentual média acumulada de agregados no solo é apresentada
na Tabela 3 e Apêndice 10.
Tabela 3. Percentagem média acumulada de agregados no solo (%), retidos por classe
de tamanho, em função do sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas
Classes
Escarificador
(mm)
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
1
> 50,80
21,856
0,000
26,526
8,081
6,452
2
38,10 a 50,80
25,402
1,091
29,310
10,365
14,264
3
25,40 a 38,10
31,991
1,339
35,832
14,594
23,193
4
19,00 a 25,40
37,151
5,446
39,864
21,358
31,870
5
12,70 a 19,00
41,825
8,220
45,119
25,936
39,011
6
9,52 a 12,70
44,980
12,816
47,645
29,406
43,278
7
4,75 a 9,52
56,899
31,293
58,568
41,219
56,245
8
2,36 a 4,75
63,605
42,698
64,954
49,726
63,641
9
1,19 a 2,36
77,099
68,829
75,446
65,478
77,435
10
0,59 a 1,19
89,234
88,459
91,051
87,691
91,126
11
0,30 a 0,59
97,176
97,331
97,819
96,450
97,651
12
0,15 a 0,30
99,336
99,488
99,500
99,145
99,465
13
< 0,15
100,000
100,000
100,000
100,000
100,000
Pode-se observar que houve predomínio (70%) de agregados de menor
tamanho, com dimensões inferiores a 38,1 mm nas classes 3 a 13 e que apenas 30%
dos agregados encontram-se nas classes 1 e 2, para o arado de aivecas e
escarificador, enquanto que para a grade-aradora e enxada-rotativa os mesmos
percentuais são encontrados entre as classes 7 a 13 (70%) e 1 a 6 (30%), mostrando o
efeito mais agressivo à estrutura do solo destes equipamentos.
Os resultados da enxada-rotativa e grade-aradora também mostram um maior
percentual de agregados menores que 5 mm, com 57,3 e 50,3% respectivamente,
32
quando comparados aos demais equipamentos, com aproximadamente 35% para
todos, o que representa, segundo BRAUNACK & DEXTER (1989), o tamanho
adequado de agregados para o bom desenvolvimento e produção de várias culturas.
Comparando-se os valores relativos a cada um dos tratamentos verifica-se que a
classificação da percentagem média acumulada de agregados, por classe de tamanho,
apresenta em ordem decrescente para quase todas as classes: arado de aivecas >
escarificador > arado de discos > grade aradora > enxada-rotativa.
Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura (MF)
Na Figura 8 e Apêndice 11 observa-se que o preparo periódico do solo com o
arado de aivecas resultou nos maiores valores de DMG e MF dos agregados, sendo
seus resultados semelhantes aos do escarificador e arado de discos, enquanto que a
enxada-rotativa apresentou os menores valores. Este último, por sua vez, não diferiu
significativamente do preparo com a grade aradora.
A produção de agregados maiores atende a um dos requisitos do manejo
conservacionista do solo, uma vez que os agregados grandes conferem ao solo maior
resistência contra a erosão. Desta forma, o preparo do solo com o escarificador e com o
arado de aivecas e de disco atendem esta condição. Conclusões semelhantes foram
obtidas por BOLLER et al. (1997).
BRAUNACK & DEXTER (1989) sugerem valores menores que 5 mm para várias
culturas. Assim, os tratamentos que melhor atendem tal sugestão são os da grade
aradora e enxada-rotativa.
COAN (1995) obteve menores valores de DMG e MF dos agregados do solo,
além de não observar diferenças significativas entre os tratamentos quando utilizou
equipamentos similares, provavelmente porque trabalhou em um Latossolo Vermelho
eutroférrico, textura argilosa, que apresenta maior conteúdo de argilas oxídicas que
favorecem a estabilidade estrutural (RESENDE et al., 1995) pela formação de
microestrutura mais forte.
33
7,86 ab
9
8,12 a
7,44 ab
7
DMG (mm)
6
6,74 ab
5,57 c
7,13 a
6,49 bc
8
7
6
5
5,89 abc
4
5
4
3
3
3,55 bc
2
2
2,42 c
1
MF
8
1
0
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
DMG (mm)
Grade Aradora
Arado de
Discos
MF
Figura 8. Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura (MF) dos agregados,
em função dos equipamentos de preparo periódico do solo.
Incorporação de resíduos
Os resultados apresentados na Figura 9 e Apêndice 12 mostram que antes da
instalação do trabalho, a área experimental apresentava distribuição uniforme de
resíduos sobre o solo.
Após o preparo primário constatou-se que os diferentes sistemas de preparo
apresentaram capacidade de incorporação distintas estatisticamente. Nota-se que o
escarificador e a enxada rotativa incorporaram 28,4 % e 58,8 % da cobertura existente
sobre o terreno, respectivamente, o que os confirmam como equipamentos apropriados
para o sistema de preparo periódico reduzido. FURLANI (2000), chegou à conclusão
semelhante ao comparar o preparo convencional, com o emprego do arado de discos e
o preparo reduzido, através do uso do escarificador.
O emprego da grade aradora também proporcionou baixa capacidade de
incorporação, permanecendo 24,3 % de cobertura vegetal sobre o solo, fato também
34
observado por HOOGMOED & DERPSCH (1985), MARTUCCI (1985), SCHLOSSER
(1992), GAMERO & SILVA (1993) & DALLMEYER (1994).
Os arados tiveram maior destaque com maior capacidade de incorporação,
notadamente o arado de aivecas com 96,4 % deixando o solo com a menor cobertura
C o b e r tu r a d o s o lo (% )
vegetal na superfície do solo (2,6 %), quando comparados aos demais equipamentos.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
81,5 a
79,5 a
83,4 a
71,8 a
71,8 a
56,9 a
29,1 a
33,6 b
41,1 a
24,3 b
14,5 b
4,6 b
2,6 c
Escarificador
EnxadaRotativa
Antes do preparo inicial
Arado de
Aivecas
Grade Aradora
Após preparo inicial
8,8 c
6,4 b
Arado de
Discos
Após preparo secundário
Figura 9. Valores médios de cobertura (%), em função do sistema de preparo periódico
do solo.
Colocando-se em uma ordem decrescente, quanto à incorporação de resíduos,
tem-se: arado de aivecas (96,4%) > arado de discos (87,8%) > grade aradora (70,9%) >
enxada rotativa (58,8%) > escarificador (28,4%). Resultados semelhantes também
foram obtidos por COAN (1995).
Após o preparo secundário do solo, os arados juntamente com a grade aradora
proporcionaram a menor cobertura dos resíduos vegetais na superfície do solo,
justificado pela realização de duas operações com a grade niveladora, enquanto que
para o escarificador realizou-se apenas uma nivelada e para a enxada-rotativa,
35
nenhuma. Outros fatores também corroboraram para isso, como o tipo de ferramenta
ativa, a profundidade de operação e o trabalho de inversão do prisma de terra.
CONCLUSÕES
A porcentagem de agregados nas maiores classes de tamanho encontram-se
nos preparos de solo com os arados de aivecas, escarificador e arado de discos.
A enxada-rotativa e a grade aradora aparecem como equipamentos com efeitos
mais agressivos à estrutura do solo, produzindo um maior percentual de agregados com
tamanho adequado para o bom desenvolvimento e produção de várias culturas, por
melhorar o contato solo-semente, entretanto, podem proporcionar maior erosão nos
solos, embora possam ser regulados e/ou utilizados para proporcionar tamanhos de
agregados maiores do que os produzidos nestas condições.
O arado de discos apresentou maior uniformidade de tamanho de agregados
entre todas as classes analisadas.
Mesmo com o preparo secundário do solo os sistemas de preparo baseados no
escarificador e a enxada rotativa ainda proporcionaram menor incorporação de resíduos
vegetais, quando comparados aos sistemas com arados e a grade aradora.
A grade aradora proporcionou grande incorporação dos resíduos vegetais e
grande quantidade de agregados de pequenas dimensões, aparece como equipamento
que pode gerar maior degradação nos solos. Tal hipótese fundamenta-se também pela
pequena profundidade de corte e na maior facilidade de compactação e transporte das
partículas de menor diâmetro.
O preparo do solo com o escarificador atende a condição de manejo
conservacionista por proporcionar torrões de maior tamanho e manter elevada
quantidade de resíduos na superfície do solo.
36
CAPÍTULO 4 - EFEITOS DE SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO NA CULTURA DA
SOJA (Glycine max (L.) Merrill)
RESUMO: Com o objetivo de avaliar o efeito de cinco equipamentos de preparo
do solo sobre o desenvolvimento e produtividade da cultura da soja (Glycine max L.
(Merril)), foi conduzida uma pesquisa em um Latossolo Vermelho distrófico, no
município de Uberaba/MG, usando o delineamento experimental em blocos
casualizados, com cinco tratamentos (escarificador, enxada-rotativa, arado de aivecas,
grade aradora e arado de discos) e quatro repetições. Os sistemas de preparo do solo
não mostraram diferenças para o número médio de dias para a emergência das
plântulas, estande final, altura da primeira vagem e produtividade da cultura da soja. Os
tratamentos com arado de disco, arado de aivecas e grade aradora proporcionaram as
maiores populações iniciais da cultura. A altura das plantas foi afetada pelos sistemas
de preparo utilizados, destacando-se o preparo com o arado de aivecas e com a
enxada-rotativa, com os maiores e menores valores absolutos, respectivamente.
Palavras-Chave: altura da planta, altura da primeira vagem, emergência
INTRODUÇÃO
A cultura da soja vem se consolidando como a principal cultura do agronegócio
brasileiro (DALL’AGNOL, 2002), notadamente na região centro-oeste. Dentre os fatores
que mais contribuíram para isso, pode-se destacar o desenvolvimento de um bem
sucedido pacote tecnológico para a produção de soja na região, com destaque para as
novas variedades adaptadas à condição de baixa latitude e a topografia altamente
favorável à mecanização. Isto favorece o uso de máquinas e equipamentos de grande
porte, o que propicia economia de mão de obra e maior rendimento nas operações de
37
preparo do solo, tratos culturais e colheita; as boas condições físicas dos solos da
região, facilitando as operações do maquinário agrícola e compensando, parcialmente,
as desfavoráveis características químicas desses solos (EMBRAPA, 2003).
O pequeno número de pesquisadores atuando na área de relações MáquinaSolo-Planta, principalmente com trabalhos em condições de campo, tem sido um dos
fatores decisivos para inúmeros insucessos nas atividades agrícolas (COAN, 1995).
Torna-se necessário o estabelecimento de parâmetros que permitam caracterizar as
condições ideais para a obtenção de produções desejadas das culturas comerciais de
forma econômica e sustentável.
Para uma dada cultura, deve ser considerado o clima da região para a definição
da melhor época de plantio, bem como as condições de solo necessárias para
permitirem à adequada deposição das sementes e adubos, e que proporcionem uma
melhor
emergência
e
desenvolvimento
das
plantas,
resultando
em
maiores
produtividades, dentre outros fatores (EMBRAPA, 2001). Apesar do potencial genético
de uma planta ser determinado, o seu comportamento de desenvolvimento está
diretamente relacionado com o meio em que se desenvolve e, portanto, é de se esperar
que diferentes condicionamentos do solo impostos pelos mais variados sistemas e
métodos de seu preparo tendem a modificar as condições de desenvolvimento das
culturas.
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes
sistemas de preparo periódico do solo na cultura da soja, considerando o número médio
de dias para emergência de plântulas, a marcha de emergência das plântulas, a
população inicial e final da cultura, o índice de sobrevivência, a altura das plantas e da
inserção da primeira vagem e a produtividade da cultura.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU, localizada em Minas Gerais, em um Latossolo Vermelho distrófico,
38
textura média, relevo plano (EMBRAPA, 1999) e densidade média na camada arável
igual a 1,73 g cm-3, que vinha sendo cultivado, por cinco anos consecutivos, com as
culturas anuais de milho e sorgo para produção de silagem em sistema de preparo
convencional, por meio de grade aradora.
O clima da região, segundo classificação de Köeppen, é Aw, tropical quente
úmido com inverno frio e seco, precipitação e temperatura média anual de 1474 mm de
22,6º C, respectivamente.
A área experimental está localizada nas coordenadas geográficas 19º44’13” de
latitude sul e 47º57’27” de longitude a oeste de Greenwich, com altitude de 780 m
(Apêndice 1).
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC) com cinco
tratamentos e quatro repetições (Apêndices 2 a 4), tendo como tratamentos o preparo
periódico do solo com Escarificador, modelo AST 5/5, marca Tatu-Marchesan; equipado
com cinco hastes espaçadas de 390 mm, largura de corte de 1560 mm e massa de 390
kg (Apêndice 5a e 5b); Enxada-Rotativa equipada com seis flanges, tendo 4 lâminas
tipo veloz por flange, largura de corte 900 mm e massa total de 220 kg (Apêndice 5c);
Arado de aivecas fixas, modelo AAP, marca Tatu-Marchesan, equipado com duas
aivecas recortadas, largura de corte de 900 mm e massa de 415 kg (Apêndice 5d);
Grade aradora, de arrasto, modelo GAM 14, marca Tatu-Marchesan, equipada com 14
discos recortados de 609,6 mm (24”) x 6,0 mm, espaçados de 230 mm, largura de corte
de 1500 mm e massa de 1210 kg (Apêndice 5e); e Arado de discos fixos, modelo AF 4,
marca Tatu-Marchesan, equipado com 4 discos de 660,4 mm (26”) x 4,75 mm
espaçados de 570 mm, largura de corte de 1230 mm e massa de 492 kg (Apêndice 5f).
Utilizou-se o trator Ford 6610, 4x2, com potência de 62,5 kW, operando em uma
velocidade média de 5 km h-1, para tracionar os arados, o escarificador e a grade, e um
microtrator Agrale 4100, 4x2, com potência de 10,8 kW, e velocidade média de
operação igual a 1,5 km h-1, para tracionar a enxada-rotativa.
Cada parcela constituiu-se de uma área de 100 m2 (10 x 10 m), separada por
carreadores, também de 10 x 10 m, os quais foram utilizados para regulagens e
39
manobras das máquinas e implementos. Como parcela útil foram consideradas as três
linhas centrais semeadas, excluindo-se 1,5 m das extremidades (10,50 m2).
Foram coletadas, em maio de 2000, com trado tipo holandês, amostras de solo
na camada superficial (0-20 cm), destorroadas, homogeneizadas, secas em estufa e
passadas em peneira de malha de dois mm (TFSA), para posterior caracterização
química e granulométrica do solo (EMBRAPA, 1997). A calagem e adubação foram
realizadas conforme análise de solo (Tabela 4), de acordo com COMISSÃO DE
FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (1999).
Tabela 4. Características químicas e granulométricas do solo.
Características
Unidade
Resultado da análise
(1)
pH
5,50
Al3+ (2)
cmolcdm-3
0,40
(3)
-3
H+Al
cmolcdm
2,90
cmolcdm-3
1,00
Ca2+ (2)
2+ (2)
-3
Mg
cmolcdm
0,10
P (4)
mg dm-3
7,50
K (4)
cmolcdm-3
0,14
Carbono orgânico
dag kg-1
0,90
-1
1,55
Matéria orgânica
dag kg
Prem (5)
mg L-1
26,20
SB (6)
cmolcdm-3
1,24
(7)
-3
t
cmolcdm
1,64
T (8)
cmolcdm-3
4,14
(9)
%
30
V
m (10)
%
24
-1
190
Argila
g kg
Silte
g kg-1
110
-1
Areia
g kg
700
(1)
pH em água, relação 1:2,5. (2) Extrator KCl 1 mol L-1. (3) Extrator acetato de cálcio 0,5
mol L-1 pH 7,0. (4) Extrator Mehlich-1. (5) Fósforo remanescente (Alvarez V. et al., 2000).
(6)
SB: Saturação de bases. (7) CTC Efetiva. (8) CTC a pH 7. (9) Saturação por bases. (10)
Saturação por alumínio.
O preparo periódico primário do solo foi feito em outubro de 2000 enquanto que
a semeadura da soja foi realizada utilizando-se uma semeadora-adubadora de linhas
individuais montada, modelo PHT, da marca Tatu-Marchesan, no dia sete de dezembro
40
do mesmo ano, utilizando-se a cultivar Segurança. O espaçamento entre linhas foi de
45 cm, com profundidade média de semeadura de cinco centímetros.
Os arados de discos, de aivecas e o escarificador, foram regulados para
cortarem o solo a uma profundidade média de 20 cm, a grade aradora a 13 cm e a
enxada rotativa, a oito cm, sendo que a grade aradora e a enxada rotativa, estavam
reguladas para a obtenção de máxima profundidade de corte, o mesmo não ocorrendo
para os demais equipamentos avaliados.
Adotou-se o preparo convencional para os arados e para a grade aradora, sendo
realizada a primeira gradagem de nivelamento logo após o preparo primário e, a
segunda, antecedendo a semeadura. Para o escarificador, adotou-se o preparo
reduzido do solo, sendo realizada apenas uma gradagem de nivelamento, antecedendo
a semeadura, enquanto que para a enxada rotativa o solo não sofreu nova mobilização.
O preparo do solo e a semeadura foram efetuados estando o solo com a
umidade gravimétrica média de 16 %, e o controle de plantas daninhas foi realizado
quimicamente antes da semeadura sendo complementado, através de capina manual,
30 dias após a emergência das plântulas.
O comportamento da cultura da soja em função do emprego de diferentes
sistemas de preparo periódico do solo foi avaliado mediante amostragens e análises
descritas a seguir:
A avaliação da emergência das plântulas foi efetuada por meio da contagem
diária de todas as plântulas emergidas em cada tratamento, considerando-se como
plântula emergida aquela que rompesse o solo, podendo ser vista a olho nu, de algum
ângulo qualquer. A contagem foi realizada até que o número total de plântulas se
tornasse repetitivo em cada tratamento por três dias consecutivos, seguindo a
metodologia apresentada por SILVA (2002), e a partir destas contagens, expressou-se
o número médio de dias para a emergência das plântulas, de acordo com a Equação 9.
M=
[( N1.G1) + ( N 2.G 2) + ... + ( Nn.Gn)]
(G1 + G 2 + ... + Gn)
(9)
41
em que:
M = Número médio de dias para emergência das plântulas de soja;
N1 = Número de dias decorridos entre a semeadura e a primeira contagem de
plântulas;
G1 = Número de plântulas emergidas na primeira contagem;
N2 = Número de dias decorridos entre a semeadura e a segunda contagem de
plântulas;
G2 = Número de plântulas emergidas entre a primeira e a segunda contagem;
Nn = Número de dias decorridos entre a semeadura e a última contagem de
plântulas;
Gn = Número de plântulas emergidas entre a penúltima e a última contagem;
A determinação da população inicial de plantas foi obtida por meio da contagem
do número de plantas existentes na parcela útil ao final do período de emergência,
enquanto que a determinação da população final foi obtida imediatamente antes da
colheita. Os valores tomados em cada parcela foram convertidos em número de plantas
ha-1.
A percentagem de sobrevivência de plantas (PS %) foi obtida, de acordo com
SILVA (1992), por meio da Equação 10:
PS % =
PF
x 100
PI
(10)
em que:
PS % = percentagem de sobrevivência das plantas
PI = população inicial de plantas, obtida depois de estabilizada a emergência
(plantas ha-1)
PF = população final de plantas, obtida na época da colheita (plantas.ha-1)
Para a determinação da altura média das plantas mediu-se a distância entre a
superfície do solo e a inflexão da última folha superior das 25 primeiras plantas da linha
42
central da parcela útil, realizada aos 19, 23, 30, 37, 44, 51, 58 e 65 dias após a data de
semeadura, quando a cultura entrou em florescimento (Apêndice 13).
A altura média de inserção da primeira vagem foi obtida tomando-se a distância
entre a superfície do solo e a primeira vagem das 25 primeiras plantas da linha central
de cada parcela útil, realizada na época da colheita.
A avaliação da produtividade foi efetuada realizando-se a colheita manual de
todas as plantas, em cada parcela útil. Após a operação de trilha, os grãos foram
pesados e deles retiradas amostras para a correção do teor de água a 14%, base
úmida.
Os resultados obtidos foram tabulados e submetidos à análise de variância e
quando o valor do teste de F mostrou-se significativo em um nível de 5% de
probabilidade, aplicou-se o teste de Tukey para comparação entre as médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Número médio de dias para a emergência das plântulas
Pode-se verificar que os sistemas de preparo periódico do solo não influenciaram
significativamente no número médio de dias necessários à emergência de plântulas e,
nem tampouco na marcha de emergência, conforme indicam a Figura 10 e o Apêndice
14, o que mostra que as operações de semeadura e de adubação foram bem
realizadas. Observações semelhantes foram efetuadas por BOLLER & CALDATO
(2001), ao avaliarem o desenvolvimento da cultura do feijão em três sistemas de
preparo (arado de discos + grade leve, escarificador e plantio direto), entretanto na
pesquisa efetuada por SILVA & GAMERO (1993), em solo classificado como Terra
Roxa Estruturada, combinando as ordens de gradagem (antes ou depois da
mobilização primária do solo) utilizando nos sistemas de preparo: arado de discos,
grade aradora e escarificador; obtiveram menor índice de velocidade de emergência de
plântulas e uma menor população inicial na cultura do feijão ao realizar a gradagem de
destorroamento-nivelamento antes da aração.
43
Plântulas emergidas
400
347.857 a
325.953 ab
328.810 ab
303.333 b
311.667 b
350
300
250
200
150
100
50
Escarificador
Grade Aradora
Enxada-Rotativa
Arado de Discos
14
Dias após a semeadura
12
10
8
6
4
2
0
0
Arado de Aivecas
Figura 10. Marcha de emergência das plântulas de soja.
População e sobrevivência das plantas
A análise dos resultados apresentados na Figura 11 e Apêndice 15 mostra que o
sistema de preparo baseado no arado de discos diferiu dos sistemas com o
escarificador e enxada rotativa.
Considerando-se que os equipamentos que dispõem de ferramentas ativas do
tipo disco apresentam uma melhor capacidade de incorporação dos resíduos vegetais
existentes na superfície do solo, a cultura da soja parece mostrar-se relativamente
sensível aos efeitos da cobertura vegetal. FONTANA et al. (1986) estudando os efeitos
do preparo reduzido nas condições de superfície do solo e emergência da soja também
obtiveram pior emergência para a cultura nos tratamentos com maior cobertura do solo
com restos vegetais.
Plantas.ha-1.1000
44
330
300
270
240
210
180
150
120
90
60
30
0
311667 b
303333 b
286905 a
escarificador
328810 ab
288333 a
289762 a
enxadarotativa
arado de
aivecas
População inicial
325953 ab
347857 a
301191 a
grade
aradora
301190 a
arado de
discos
População final
Figura 11. População inicial e final da cultura da soja (plantas ha-1), em função do
sistema de preparo periódico do solo.
Para a população final não foram observados efeitos entre os diferentes
equipamentos (Figura 11 e Apêndice 15). FURLANI et al. (2001) avaliando os efeitos da
semeadura direta, do preparo reduzido com o emprego do escarificador e do preparo
convencional com o arado de discos, sobre a população final de plantas de milho, em
duas velocidades de semeadura (3 km h-1 para 5 km h-1), não observaram os efeitos
dos diferentes equipamentos de preparo do solo.
Se forem observados os valores absolutos, destacam-se, com o maior número
de plantas ha-1, ao final do ciclo da cultura, a grade aradora e o arado de discos.
SAMPAIO et al. (1989), ERBACK et al. (1992) e COAN (1995), em trabalhos
semelhantes, obtiveram a maior população de plantas nos tratamentos com arados.
O índice de sobrevivência de plantas (Apêndice 15), foi maior para o tratamento
com enxada-rotativa, comparado com os arados.
45
Altura das plantas
Pode-se verificar na Tabela 5 e Apêndice 16, que o crescimento das plantas foi
afetado pelos equipamentos de preparo periódico do solo apenas a partir do dia 20 de
janeiro, aos 44 dias após a semeadura (DAS), destacando-se, nesta data, o arado de
aivecas e a enxada-rotativa, com o maior e menor valor absoluto (0,44 e 0,33 m)
respectivamente, representando uma diferença de 0,11 m. Excluindo-se a avaliação
aos 58 DAS, esta tendência, foi constatada até o final da avaliação, realizada no dia 10
de fevereiro, aos 65 DAS, onde a diferença na altura, entre estes tratamentos passou
para 0,17 m. SAMPAIO et al. (1989) e COAN (1995), também concluíram que o arado
de aivecas se destaca como aquele equipamento que proporciona o melhor
crescimento das plantas, em trabalhos realizados com a cultura do milho.
Tabela 5. Valores médios de altura das plantas de soja (m), em função do sistema de
preparo periódico do solo.
Altura média de plantas (m)
Sistemas de preparo do solo
Data
Escarificador Enxada
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
26/12
0,11 a
0,10 a
0,10 a
0,11 a
0,10 a
C.V. = 8,4%
30/12
0,14 a
0,14 a
0,14 a
0,15 a
0,13 a
C.V. = 6,8 %
06/01
0,19 a
0,18 a
0,22 a
0,21 a
0,20 a
C.V. = 12,9 %
13/01
0,23 a
0,21 a
0,28 a
0,26 a
0,25 a
C.V. = 13,5 %
20/01
0,35 ab
0,33 b
0,44 a
0,41 ab
0,39 ab
C.V. = 11,6 %
27/01
0,47 ab
0,44 b
0,59 a
0,55 ab
0,53 ab
C.V. = 12,5 %
03/02
0,60 a
0,58 a
0,72 a
0,69 a
0,67 a
C.V. = 10,0 %
10/02
0,74 ab
0,71 b
0,88 a
0,86 ab
0,84 ab
C.V. = 8,7 %
Médias seguidas pela mesma letra, em cada linha, são iguais estatisticamente, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
C.V.: Coeficiente de variação
46
Observa-se também que o escarificador, a grade aradora e o arado de discos
apresentam resultados semelhantes aos do arado de aivecas e enxada-rotativa, como
também entre si, mostrando não terem influenciado no desenvolvimento da cultura da
soja.
Altura de inserção da primeira vagem
Os valores da altura de inserção da primeira vagem são apresentados na Figura
12 e Apêndice 17, onde se observa que os diferentes equipamentos de preparo do solo
não tiveram influência significativa nos resultados obtidos. O valor médio de 15,9 cm da
altura de inserção da primeira vagem é adequado, estando acima da altura mínima
requerida para a colheita mecanizada da cultura.
Altura de inserção da
primeira vagem (cm)
16
15,7 a
16,4 a
16,4 a
15,7 a
15,1 a
14
12
10
8
6
4
2
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 12. Altura de inserção da primeira vagem da cultura da soja (cm), em função do
sistema de preparo periódico do solo.
47
GAVOTTI et al. (2003), comparando o sistema de preparo convencional do solo
com o sistema de plantio direto, ambos com e sem palha residual, também não
verificaram diferenças entre os tratamentos para a altura de inserção da primeira
vagem, tendo obtido uma altura média de 14 cm, inferior, portanto ao obtido neste
trabalho, o que pode ser justificado por diferentes fatores, como por exemplo, a
característica genética da planta e a época de semeadura.
Produtividade da cultura
Ocorreu forte chuva de granizo durante a fase de enchimento dos grãos,
afetando aparentemente com a mesma intensidade, toda a área experimental e isto
pode ter alterado um possível efeito dos tratamentos.
A produtividade de grãos na cultura da soja (Figura 13 e Apêndice 18), não
apresentou diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos estudados,
conforme também verificado por GAVOTTI et al. (2003).
MORAES & BENEZ (1996) também não encontraram diferença estatística na
produtividade de grãos na cultura do milho em diferentes sistemas de preparo periódico
do solo (subsolagem e enxada-rotativa, enxada-rotativa, aração, aração e gradagem e
semeadura direta), o mesmo ocorrendo com COAN et al. (1982) e ZAFFARONI et al.
(1991).
Segundo SIQUEIRA (1999), no preparo baseado em escarificação, o número de
plantas de milho emergidas foi maior em relação ao arado de discos, porém a
produtividade dessa cultura não apresentou diferença estatística entre os dois métodos
de preparo.
Durante o ciclo da cultura não houve estresse hídrico, entretanto, a produtividade
obtida foi muito afetada pelas condições climáticas durante a fase final de floração e
início de formação de vagens, visto que, na região, a produção média obtida da cultivar
Segurança é de 3000 kg ha-1, conforme SEDIYAMA et al. (2003).
48
1424,8 a
-1
Produtividade (kg ha )
1400
1363,0 a
1414,5 a
1362,3 a
1290,5 a
1200
1000
800
600
400
200
0
Escarificador
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Figura 13. Produtividade estimada da cultura da soja, em função do sistema de
preparo periódico do solo.
CONCLUSÕES
Não foram verificadas diferenças para o número médio de dias necessários para
a emergência das plântulas de soja, entretanto, o sistema de preparo baseado em
arado de discos proporcionou as maiores populações iniciais da cultura, quando
comparados àqueles baseados no escarificador e enxada-rotativa.
Devido ao maior índice de sobrevivência de plantas para os tratamentos com
enxada-rotativa, escarificador e grade aradora, não foram verificadas diferenças na
população final da cultura da soja.
49
O desenvolvimento das plantas foi afetado pelos sistemas de preparo do solo,
destacando-se aqueles que envolveram o arado de aivecas e a enxada-rotativa, com os
maiores e menores valores absolutos, respectivamente.
A produtividade de grãos e a altura de inserção da primeira vagem não sofreram
influência dos sistemas de preparo do solo, estando, a altura, acima da mínima
requerida para a colheita mecanizada da cultura.
50
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59
APÊNDICES
60
APÊNDICE 1. Localização e clima da área experimental.
Clima da região, segundo classificação de Köeppen............
Aw
Latitude Sul............................................................................
19˚44’13”
Longitude a Oeste de Greenwich..........................................
47˚57’27”
Altitude média........................................................................
780 m
Temperatura média anual.....................................................
22,6˚ C
Precipitação média anual......................................................
1474 mm
61
APÊNDICE 2. Vista aérea da área experimental da FAZU.
ÁREA EXERIMENTAL
62
APÊNDICE 3. Croqui da Área Experimental – FAZU
1
4
5
BLOCO 3
1
2
3
5
1
2
3
BLOCO 4
Corredor para manobras
3
4
5
2
BLOCO 1
2
4
4
1
3
5
BLOCO 2
Áreas utilizadas com
os equipamentos de
preparo do solo
Áreas utilizadas para
manobras dos
equipamentos de
preparo do solo
TRATAMENTOS
1. Escarificador
2. Enxada-Rotativa
3. Arado de Aivecas
4. Grade Aradora
5. Arado de Discos
63
APÊNDICE 4. Vista parcial da área experimental (a) antes do preparo periódico do solo
e (b) após a semeadura da soja.
a
b
64
APÊNDICE 5. Preparo periódico do solo com: (a) escarificador, (b) detalhe do
escarificador utilizado; (c ) enxada-rotativa; (d) arado de aivecas; (e) grade
aradora e (f) arado de discos.
b
a
a
c
d
e
f
65
APÊNDICE 6. Avaliação do perfil mobilizado do solo: (a) posicionamento do
perfilômetro; (b) leitura do perfil; (c) detalhe da régua de leitura no
perfilômetro.
a
b
c
66
APÊNDICE 7. Representação dos perfis: (a) natural, (b) de elevação e (c) de fundo,
obtidos através do perfilômetro.
b
a
Área de elevação
Área mobilizada
c
67
APÊNDICE 8. Área mobilizada no solo, área de elevação no solo, espessura média da
camada mobilizada do solo, empolamento do solo e índice de rugosidade
do solo antes e após o preparo periódico do solo.
Área
mobilizada
2
do solo (m )
Sistema de
Área de
Espessura
Empolamento
Índice de
Índice de
Modificação
elevação
média da
do solo (%)
rugosidade
rugosidade
da
no solo
camada
do solo
do solo
rugosidade
2
(m )
mobilizada
antes do
após o
do solo (%)
do solo (cm)
preparo
preparo
(cm)
(cm)
preparo
Escarificador
0,49 b
(1)
0,10 a
19,8 b
19,6 b
2,01 a
3,87 ab
116,9 a
0,20 c
0,08 ab
8,0 c
40,9 a
2,20 a
2,56 c
28,9 a
0,60 a
0,07 b
23,8 a
10,9 c
2,25 a
4,29 a
126,5 a
0,27 c
0,06 b
10,5 c
24,3 b
2,41 a
3,11 bc
41,0 a
0,48 b
0,09 a
19,4 b
18,0 bc
2,01 a
4,35 a
141,4 a
9,5
13,6
9,6
14,8
24,9
9,8
59,1 %
EnxadaRotativa
Arado de
Aivecas
Grade
Aradora
Arado de
Discos
Coeficiente
de Variação
(%)
(1)
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, são iguais estatisticamente, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
68
APÊNDICE 9. Distribuição percentual de agregados por classe de tamanho, em função
do sistema de preparo periódico do solo.
100
90
80
Porcertagem (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
escarificador
rotativa
aivecas
Tratamentos
grade
< 0,15
0,15 a 0,30
0,30 a 0,59
0,59 a 1,19
1,19 a 2,36
2,36 a 4,75
9,52 a 12,70
12,70 a 19,00
19,00 a 25,40
25,40 a 38,10
38,10 a 50,80
> 50,80
discos
4,75 a 9,52
69
APÊNDICE 10. Distribuição percentual acumulada de agregados por classe de
tamanho, em função do sistema de preparo periódico do solo.
900
Porcertagem Acumulada (%)
800
700
600
500
400
300
200
100
0
escarificador
rotativa
aivecas
grade
discos
Tratamentos
> 50,800
38,100 a 50,800
25,400 a 38,100
19,000 a 25,400
12,700 a 19,000
9,520 a 12,700
2,360 a 4,750
1,190 a 2,360
0,590 a 1,190
0,300 a 0,590
0,150 a 0,300
< 0,150
4,750 a 9,520
70
APÊNDICE 11. Diâmetro médio geométrico (DMG) e módulo de finura (MF) dos
agregados do solo, em função do sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas
DMG
(2)
(mm)
Escarificador
(1)
6,74 ab
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
2,42 c
7,13 a
3,55 bc
5,89 abc
5,57 c
8,12 a
6,49 bc
7,44 ab
C.V. = 30,7 %
MF(3)
7,86 ab
C.V. = 9,1 %
(1)
Médias seguidas pela mesma letra, na linha, são iguais estatisticamente, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
(2)
Diâmetro médio geométrico dos agregados do solo.
(3)
Módulo de finura dos agregados do solo.
71
APÊNDICE 12. Valores médios de cobertura do solo (%), em função do sistema de
preparo periódico do solo.
Sistemas de preparo periódico do solo
Etapa
Escarificador
Enxada
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
79,5 a
81,5 a
71,8 a
83,4 a
71,8 a
56,9 a
33,6 b
2,6 c
24,3 b
8,8 c
29,1 a
41,1 a
4,6 b
14,5 b
6,4 b
Antes do
preparo
primário
C.V. = 11,3%
Após preparo
primário
C.V. = 23,4%
Após preparo
secundário
C.V. = 27,9 %
Médias seguidas pela mesma letra, na linha, são iguais estatisticamente, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
72
APÊNDICE 13. Avaliação da altura das plantas de soja, em função do sistema de
preparo periódico do solo.
73
APÊNDICE 14. Número médio de dias para emergência das plântulas, em função do
sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas de preparo
Número médio de dias para a emergência das
plântulas
Escarificador
5,73 a
Enxada-Rotativa
5,81 a
Arado de Aivecas
6,0 a
Grade Aradora
5,72 a
Arado de Discos
5,77 a
C.V. = 2,4 %
Médias seguidas pela mesma letra são iguais estatisticamente, a 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
C.V.: Coeficiente de variação
74
APÊNDICE 15. População inicial e final da cultura da soja e Índice de sobrevivência,
em função do sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas de preparo do solo
Escarificador
População inicial
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
311.667 b
303.333 b
328.810 ab
325.953 ab
347.857 a
286.905 a
289.762 a
288.333 a
301.191 a
301.190 a
92,0 ab
95,6 a
87,6 b
92,4 ab
86,6 b
(plantas.ha-1)
C.V. = 3,9 %
População final
(plantas.ha-1)
C.V. = 4,7 %
Índice de
sobrevivência
(%)
C.V. = 3,3 %
Médias seguidas pela mesma letra, na linha, são iguais estatisticamente, a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
C.V.: Coeficiente de variação
75
APÊNDICE 16. Altura média das plantas de soja (cm), aos 19, 23, 30, 37, 44, 51, 58 e
65 dias após a semeadura, em função de sistemas de preparo periódico
do solo.
0,90
0,80
0,70
0,60
Altura das 0,50
plantas de
soja (cm) 0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
19
23
30
37
44
51
58
Dias após a semeadura
Escarificador
Grade aradora
Enxada-rotativa
Arado de discos
Arado de aivecas
65
76
APÊNDICE 17. Altura de inserção da primeira vagem na cultura da soja (cm), em
função do sistema de preparo periódico do solo.
Equipamentos de preparo do solo
Escarificador
Altura de inserção
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
16,4 a
15,1 a
16,4 a
15,7 a
da primeira
vagem (cm)
15,7 a
C.V. = 8,5 %
Médias seguidas pela mesma letra são iguais estatisticamente, a 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
C.V.: Coeficiente de variação
77
APÊNDICE 18. Produtividade estimada da cultura da soja (kg ha-1), em função do
sistema de preparo periódico do solo.
Sistemas de preparo do solo
Escarificador
Enxada-
Arado de
Grade
Arado de
Rotativa
Aivecas
Aradora
Discos
Produtividade
(kg ha-1)
1290,5 a
1424,8 a
1363,0 a
1414,5 a
1362,3 a
C.V. = 8,9 %
Médias seguidas pela mesma letra são iguais estatisticamente, a 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
C.V.: Coeficiente de variação
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