A cultura da soja • “ouro-verde” • O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos têm a soja como grande indutor. • Estruturas de armazenagem, processamento, transporte e exportação foram bastante ampliadas a partir do significativo aumento da produção • “ouro-verde” • O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos têm a soja como grande indutor. • Estruturas de armazenagem, processamento, transporte e exportação foram bastante ampliadas a partir do significativo aumento da produção • “ouro-verde” • O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos têm a soja como grande indutor. • Estruturas de armazenagem, processamento, transporte e exportação foram bastante ampliadas a partir do significativo aumento da produção • “ouro-verde” • O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos têm a soja como grande indutor. • Estruturas de armazenagem, processamento, transporte e exportação foram bastante ampliadas a partir do significativo aumento da produção • “ouro-verde” • O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos têm a soja como grande indutor. • Estruturas de armazenagem, processamento, transporte e exportação foram bastante ampliadas a partir do significativo aumento da produção Histórico • • • • • • Explorada a 5000 anos na China 1739 – Europa (Jardim Botânico de Paris) 1804 – América (Pensilvânia) 1882 – Bahia (Gustavo D’Utra) forrageira 1892 – São Paulo (IAC) 1914 – Rio Grande do Sul – 1º cultivo Histórico • • • • 1941 – área plantada: 640 ha – produção 450 t 1949 – 25.000 t – Brasil figurou como produtor Década de 60 – 1.000.000 t ( 98 % na região sul) Final da década de 70: 15.000.000 t (principal produto do agronegócio brasileiro) - aumento da área plantada (8,8 milhões de ha) - aumento da produtividade - 80 % na região sul • Década de 80-90 – expansão p/ região centro-oeste. Histórico • Causas da expansão - Construção de Brasília (melhoria de infra-estrutura); - Incentivos fiscais para abertura de novas áreas e compras de maquinários e equipamentos; - Estabelecimento de agroindústrias na região; - Baixo valor da terra; - Bem sucedido pacote tecnológico, com cultivares adaptadas às condições de baixa latitude da região; - Topografia altamente favorável á mecanização; - Boas condições físicas dos solos, compensando parcialmente às condições químicas desfavoráveis; - Bom nível econômico e tecnológico dos produtores; - Regime pluviométrico favorável aos cultivos de verão. Perspectivas • Aumento da população humana ( maior consumo); • Aumento do poder aquisitivo da população (Ásia); • Aumento do consumo de carne suína e de frango; • Usos industriais não tradicionais da soja (biodiesel); • Diminuição dos subsídios pelos países ricos; • Produção dos principais concorrentes (EUA, Argentina, China e Índia) tendem a se estabilizar pela falta de área; Aspectos técnicos da cultura Classificação botânica Engler Divisão Classe Subclasse Ordem Família Gênero Espécie Angiospermae Dicotyledoneae Archichlamideae Rosales Leguminosae Glycine Glyicine max (L.) Merrill Cronquist Magnoliophyta Magnoliopsida Rosidae Fabales Fabaceae Glyicine Glyicine max (L.) Merrill Aspectos técnicos da cultura Morfologia - Planta anual, herbácea, ereta, com 0,6 a 1,2 m de altura; Caule ramificado, esverdeado, piloso; Folhas alternas, compostas, trifolioladas, pecioladas; Flores podem ser brancas, púrpuras ou roxas. A soja é uma espécie autógama, ou seja, uma planta polinizada por ela mesma e não por outras plantas. - O sistema radicular da soja é constituído de um eixo principal e grande número de raízes secundárias, sendo que a maior parte delas encontra-se a 15 cm de profundidade. - O legume da soja é levemente arqueado, peludo, formado por duas valvas , medindo de 2 até 7cm, onde aloja de 1 até 5 sementes. - As sementes de soja são lisas, ovais, globosas ou elípticas,de cor amarela, preta ou verde. O hilo é geralmente marrom, preto ou cinza. Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Aspectos técnicos da cultura Classificação quanto ao hábito de crescimento - Crescimento determinado - Crescimento indeterminado Aspectos técnicos da cultura Crescimento determinado a) a haste principal termina com rácemo terminal; b) a gema apical termina a sua atividade vegetativa com o início do florescimento; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride em direção ao seu ápice; d) na floração a planta já atingiu cerca de 87% a 90% de sua altura e matéria seca finais; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de melhor fertilidade. Aspectos técnicos da cultura Crescimento indeterminado a) não apresenta o rácemo terminal na haste principal; b) a gema terminal continua sua atividade vegetativa simultaneamente à fase reprodutiva da planta; c) o florescimento inicia-se no 4º ou 5º nó da haste principal e progride para baixo e para cima; d) no início do florescimento apresenta apenas 50% a 60% da sua altura final; e) para as condições brasileiras, esse tipo é mais adaptado a solos de baixa a média fertilidade em virtude de apresentar maiores tempo de vegetação, crescimento radicular e altura da planta, não sendo recomendável o seu uso em solos de alta fertilidade devido a maior tendência ao acamamento. Aspectos técnicos da cultura Exigências climáticas a) Exigências hidrícas: - Bem adaptadas em regiões com precipitações entre 700-1200mm. - Necessidade total de água na cultura da soja, para obtenção do máximo rendimento, varia entre 450 a 800 mm/ciclo. - Germinação – emergência: excesso ou déficit são prejudiciais. - Floração – enchimento de grãos: maior demanda de água (7-8 mm/dia). - Para minimizar os efeitos do déficit hídrico: - semear apenas cultivares adaptadas à região e à condição de solo; semear em época recomendada e de menor risco climático; semear com adequada umidade em todo o perfil do solo; adotar práticas que favoreçam o armazenamento de água pelo solo. Aspectos técnicos da cultura Exigências climáticas b) Exigências térmicas: • A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20oC e 30oC; a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 25oC; • Sempre que possível, a semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo estiver abaixo de 20oC porque prejudica a germinação e a emergência. • O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo a temperaturas menores ou iguais a 10oC. Temperaturas acima de 40oC têm efeito adverso na taxa de crescimento, provocam distúrbios na floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens. Esses problemas se acentuam com a ocorrência de déficits hídrico Aspectos técnicos da cultura Exigências climáticas c) Fotoperíodo: - Planta de dias curtos; - Florescem mais rapidamente com períodos escuros diários de 14 a 16 hrs (CÂMARA, 1991); - A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico, acima do qual o florescimento é atrasado; - A faixa de adaptabilidade de cada cultivar varia à medida que se desloca em direção ao norte ou ao sul; - Um cultivar semeado, na mesma época, no sentido Sul-Norte, apresentará redução tanto no desenvolvimento como no ciclo da planta. Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Qualidade da semente - Padrão de germinação; Pureza física; Pureza varietal; Validade de germinação - Análise da semente - Atestado de Garantia da semente Implantação da cultura Implantação da cultura Armazenamento * armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira; * não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do galpão; * não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário ou agroquímicos; * o ambiente de armazenagem deve estar livre de fungos e roedores; * dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar 70%. Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura População e densidade de semeadura - 300.000 plantas/ha - Espaçamento:0,4 a 0,5 m entre linha com 10-15 plantas / m linear. - Em áreas de alta fertilidade e/ou cultivares de porte alto, reduzir o número de plantas (20-25%). - Em condições adversas, aumentar o número de plantas. Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Cuidados na semeadura - Tipo de semeadora utilizada; - Velocidade de operação; - Profundidade de plantio; - Posição semente/adubo; - Compatibilidade dos produtos químicos Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Implantação da cultura Solos e nutrição de plantas O que e quando aplicar: a) Práticas corretivas (pré-plantio): 1. Calagem*: correção da acidez ( obrigatório). 2. Gessagem: fornecimento de S e condicionamento do sub-solo. 3. Fosfatagem: Correção do P 4. Aplicação de K em pré-plantio: Doses altas de K em solos argilosos b) Sulco de plantio (adubação de manutenção): 1. P2O5 e K2O ( adubo simples ou formulação) 2. B, Cu, Mn e Zn ( junto com P2O5 e K2O) c) Cobertura: 1. K2O: Para solos arenosos. d) Semente: Mo e Co. Solos e nutrição de plantas Práticas corretivas 1. Calagem: Correção da acidez e fornecimento de Ca e Mg. Prática obrigatória. Determinação da necessidade de calcário: NC (t/ha) = (V2 – V1) x T 10 x PRNT V2 para soja: 60 % Obs: Dose calculada para incorporação a 20 cm. Em plantio direto não incorporar e reduzir a dose de ½ a 1/3. Solos e nutrição de plantas Práticas corretivas 2. Gessagem: Fornecimento de S e condicionamento da sub-superfície. Prática não obrigatória. a) Fornecimento de S: 500 kg de gesso 75 kg de S. Suficiente para 2,5 safras. b) Condicionamento de sub-superfície: Diagnóstico: Amostras de 20 a 40 cm. - Ca < 5 mmolc.dm-3 - Al > 5 mmolc. dm-3 - Saturação por Al > 30 % ( Al/Al + SB) - Saturação por bases (V% < 35) Solos e nutrição mineral Solos e nutrição de plantas Práticas corretivas 3. Fosfatagem: Aumentar o nível de fertilidade de P do solo. Pode ser feita quando o teor de P resina < 15 mg. dm-3 4. Potássio em pré-plantio: Para doses de K2O maiores que 60 kg/ha, em solos argilosos, com alta CTC. Solos e nutrição mineral Solos e nutrição mineral Solos e nutrição mineral Adubação nitrogenada Fixação biológica Adubação fosfatada 20 kg ha-1 de P2O5 por tonelada de grãos produzidas Tabelas de recomendação Adubação potássica 20 kg ha-1 de K2O por tonelada de grão produzida Tabelas de recomendação Adubação com micronutrientes Formulação juntamente com P2O5 e K2O Solos e nutrição mineral Adubação fosfatada Adubação mineral de semeadura: ----------------------------------------------------------Produt. P resina, mg/dm-3 Esperada 0-6 7-15 16-40 >40 ----------------------------------------------------------t/ha ------------P2O5, kg/ha-------------1,5-1,9 50 40 30 20 2,0-2,4 60 50 40 20 2,5-2,9 80 60 40 20 3,0-3,4 90 70 50 30 3,5-4,0 * 80 50 40 Solos e nutrição mineral Adubação potássica Adubação mineral de semeadura: ----------------------------------------------------------Produt. K+trocável, mmolc/dm3 Esperada 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0 ----------------------------------------------------------t/ha --------------K2O, kg/ha-----------1,5-1,9 60 40 20 0 2,0-2,4 70 50 30 20 2,5-2,9 70 50 50 20 3,0-3,4 80 60 50 30 3,5-4,0 80 60 60 40 Solos e nutrição mineral Dado o resultado de análise de solo para um talhão, faça a recomendação de adubação e calagem para soja visando uma produtividade de 3,0 t/ha. Dados: V2 = 60% PRNT do calcário = 100% Solos e nutrição mineral Solos e nutrição mineral 1) Calagem : NC = (V2-V1) x T/10 x PRNT NC = (60 – 25) x 112/ 10 x 100 NC = 3,9 t/ha. 2) Adubação mineral de semeadura: P2O5 = 70 kg/ha K2O = 50 kg/ha Solos e nutrição mineral Solos e nutrição mineral Tratos culturais Controle de plantas daninhas - Competição por luz, água, nutrientes; - Dificulta a colheita; - Compromete a qualidade dos grãos; - Método de controle: preventivo, cultural, mecânico e químico; - Se possível, combinar 2 ou mais métodos. Tratos culturais Método preventivo: impede a disseminação. - Utilização de sementes puras - Redução de plantas daninhas na entresafra - Limpeza de máquinas Método cultural: desenvolvimento da cultura. - Escolha de cultivar - manejo de população - Práticas fitotécnicas: adubação, profundidade e época de semeadura, rotação de culturas. Método mecânico: capinas, cultivadores Tratos culturais Método químico: mais utilizado. - Escolha correta do herbicida - Herbicidas PPI ( pré- plantio incorporado) - Herbicidas de pré-emergência - herbicidas de pós-emergência - misturas Tratos culturais Plantio direto - Cobertura - Herbicidas de manejo - aplicados para o preparo da área para semeadura direta; - Estabelecer melhores condições para o plantio; - Principais herbicidas:paraquat, glifosate, 2,4-D, flumioxazin, etc. - Herbicidas aplicados após a semeadura Tratos culturais Tratos culturais Soja RR - Glifosato mata as plantas por inibir a enzima EPSPS que sintetiza alguns aminoácidos; - Alguns microorganismos possuem uma forma de EPSPS resistente ao glifosato; - Esse gene foi clonado e inserido na soja. Tratos culturais Tratos culturais – Controle de pragas Tratos culturais – Controle de pragas Tratos culturais- controle de pragas Tratos culturais- controle de pragas Tratos culturais – Controle de pragas • Não se recomenda aplicações preventivas; • Manejo de pragas: - nível de ataque; - número e tamanho dos insetos-pragas; - estádio de desenvolvimento da soja; - Inspeções periódicas na lavoura; - Pano de batida (cor branca). Tratos culturais – Controle de pragas Tratos culturais – Controle de pragas Tratos culturais – Controle de pragas • Controle químico: inseticidas - Escolher o produto correto - Toxicidade - Efeito aos inimigos naturais - Custo . Controle biológico: - Se possível, dar preferência a utilização do Baculovirus anticarsia para controle da lagarta da soja. Tratos culturais – Controle de doenças - Limitam a obtenção de altos rendimentos; - 40 doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides identificados no Brasil; - Nº aumenta pela expansão e monocultura; - Importância de cada doença varia a cada ano; - Perdas anuais são estimadas em 15 a 20% (algumas doenças podem ocasionar perdas de 100%). Tratos culturais – Controle de doenças Doenças fúngicas – doenças foliares Tratos culturais – Controle de doenças Doenças fúngicas –doenças da haste, vagem, semente Tratos culturais – Controle de doenças Doenças fúngicas –doenças radiculares Tratos culturais – Controle de doenças Doenças bacterianas Tratos culturais – Controle de doenças Doenças causadas por vírus Tratos culturais – Controle de doenças Doenças causadas por nematóides Tratos culturais – Controle de doenças Medidas de controle - Uso de variedades resistentes e/ou tolerantes; - Uso de sementes sadias; - Rotação de cultura; - Controle químico (fungicidas) Colheita Colheita - Deve ser iniciada quando a soja atinge o estádio R8; - Teor de umidade adequado entre 13 e 15 %; - Alguns fatores afetam a eficiência, causando perdas: - mau preparo do solo (terreno desuniforme); - Inadequada época de semeadura, espaçamento, densidade de plantas; - cultivares não adaptados; - ocorrência de planta daninhas; - Retardamento da colheita; - Problemas na operação de colheita. Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita Colheita